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Fichamento de texto:

Economia Política: da origem à crítica marxiana - NETTO; BRAZ

Parte 1(Parágrafos 1-3): Não há neutralidade em Ciências Sociais

O autor mostra que em estudos relacionados a esfera social,por estes estarem ligados
diretamente a interesses materiais de grupos e classes sociais, não há como haver
neutralidade, explicando, então, que seu texto terá um certo viés. Logo, partindo do fato de a
Economia Política ser uma compreensão da vida social, seu estudo não pode ser neutro.

Parte 2 (Parágrafos 4-10): A Economia Política Clássica

Neste bloco, o autor primeiro delimita o período no qual se observou a Economia Política
Clássica, que foi de meados doséc XVIII até o início do séc XIX, período no qual o estudo da
Economia Política foi, pela primeira vez, designado como corpo teórico. Após isso, o autor
discorre sobre duas características centrais dessa compreensão de vida social, encontradas em
seus maiores representantes, Smith e Ricardo. São elas:

1- A economia política não tinha como intenção ser uma disciplina especializada e neutra de
modo a estudar um único "objeto"no meio social, procurando entender as relações sociais,
com maior atenção ao trabalho, ao valor e ao dinheiro, que surgiam com a crise do Antigo
Regime.

2- Tal teoria social entendia, fortemente influenciada pelo jusnaturalismo moderno marcante
de John Locke e a teoria política liberal, que as categorias e instituições econômicas, como
capital por exemplo, eram naturais, eternas e invariáveis em sua estrutura fundamental.

Por fim, o autor reafirma o fato da Economia Política não poder ser neutra, mostrando que a
Economia Política Clássica foi carregada com o viés da burguesia que, no contexto do Antigo
Regime, era a classe vanguardistas nas lutas sociais, mas que, apesar disso, também não eram
acríticos ao novo regime que se erguia.

Parte 3 (Parágrafos 11-24): A crise da Economia Política Clássica

O autor discorre, neste bloco, sobre a crise da Economia Polítia Clássica que se deu pelo não
cumprimento, por parte da burguesia, da cultura ilustrada, isto é, a propaganda revolucionária
de emancipação humana baseada nos pilares da liberdade, igualdade e fraternidade; e pelo
transformar da burguesia em uma classe social conservadora de seus privilégios econômicos
próprios conquistados, ao passo que a luta por igualdade jurídica não significava a luta por
igualdade econômico social, colocando tal classe em uma posição antagônica à classe
proletária que anteriormente, na Revolução Francesa, estava junto da burguesia, formando o
Terceiro Estado; o que acarretou no posicionamento do proletariado como sujeito
revolucionário.
Além disso, o autor argumenta sobre como o novo sujeito que a classe burguesa tornou-se é
oposto à Economia Política Clássica que antes era o cerne do ser de tal grupo. A burguesia,
com o estudo social e econômico a partir da produção de bens materiais, desenvolveu a
teoria do "valor-trabalho" (a qual baseava-se na premissa de que o valor é produto do
trabalho) usando-a para contestar o Antigo Regime, porém abriu mão desse caráter
revolucionário eviu o proletário assumir esse papel e usar esse mesmo meio de estudo e essa
mesma teoria contra eles próprios.

E, por fim, o autor conclui que a total dissolução da Economia Política Clássica deu-se na
mudança de sua nomenclatura para simplesmente Economia e, por conseguinte, na alteração
dos valores da ciência que agora era uma ciência estritamente especializada e que tornou-se
alvo das críticas de Marx, críticas tais que baseiam a discussão do livro.

Parte 4 (Parágrafos 25-34): A crítica da Economia Política de Marx e seu legado

E finalizando a introdução do livro, o autor trata a respeito dos estudos de Marx acerca da
Sociedade Burguesa e da formação, a partir destes, da Economia Política Marxista. Segundo o
autor, para Marx, a sociedade burguesa não era ‘natural’ e deveria ser superada para o
alcançar da emancipação humana, antes prometida pela cultura ilustrada, que ocorreria com o
surgimento da sociedade comunista. Marx, através de seu novo método historicizante, o
materialismo histórico, estudou a Economia Política Clássica e, a partir dela, percebeu os
elementos que sinalizavam o movimento e o comando do capital nas relações sociais.
Entretanto, ao longo do século XX, a sociedade burguesa passou por transformações e
processos que se tornaram objeto de estudo de pesquisadores inspirados por Marx e seu
método que deram origem ao que se chama de Economia Política Marxista, cujas análises são
o foco do livro em questão.

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