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Primeiro, meu e-mail, que eu peço ser exibido para os participantes que se interessarem em
contato ulterior: jqmoraes@gmail.com
Na obra de Karl Marx, há pelo menos duas concepções de política para pensar as
sociedades modernas. Uma que apresenta a política como forma de alienação do ser
humano, que é a concepção presente nos escritos e anotações do Jovem Marx do período
1843-1844, e outra, muito diferente, presente na obra de maturidade, que concebe a
política, nas sociedades de classe, como luta de classes pelo poder de Estado. Tentaremos
demonstrar que essas duas concepções são excludentes. Perguntaremos: qual dessas
duas concepções logra explicar o que se passa na política das sociedades
contemporâneas? Qual delas pode orientar a luta dos trabalhadores? Qual delas é pode ser
considerada marxista?
Texto de Louis Althusser que evidencia a ruptura existente entre a problemática e a teoria
dos escritos juvenis de Marx e as da sua obra de maturidade: Althusser, Louis. 2015.
“Sobre o jovem Marx”. Louis Althusser, Por Marx. Campinas: Editora Unicamp. Pp. 39-70.
As três fontes do marxismo é o título de um pequeno livro de estilo didático composto por
Karl Kaustky em 1908, em homenagem a Marx nos vinte e cinco anos de sua morte. No
sentido metafórico habitual, o termo fonte designa o lugar onde bebemos nossas ideias.
Segundo Kaustky, Marx e Engels beberam as ideias da filosofia alemã (Hegel e Feuerbach
principalmente), da economia política inglesa e do materialismo francês. Porém, embora
anuncie uma “síntese” dessas três fontes, o terceiro capítulo do livro apenas vincula o aporte
próprio de cada uma delas às diferentes condições econômicas e políticas em que elas
foram formuladas.
Lênin teve razão de introduzir no artigo “As três fontes e as três partes constitutivas do
marxismo”, que publicou cinco anos depois, em 1913, por ocasião dos trinta anos da morte
de Marx, uma importante modificação na fórmula trinitária de Kaustky. Em vez de considerar
o “materialismo” a principal contribuição do pensamento francês à formação da teoria
marxista, ele se refere ao “socialismo francês” (ele admirava profundamente, embora
criticamente, as ideias de Saint-Simon), o qual, sem dúvida, era predominantemente
materialista, mas é bem sabido que o ainda jovem Marx criticou em 1845, na primeira de
suas Teses sobre Feuerbach, o “materialismo anterior” (nele incluindo expressamente
Feuerbach), porque este só considerava o mundo sensível em sua objetividade e não como
Tätigkeit, Praxis, subjetividade, atividade concreta, ou conforme a tese III, como prática
revolucionária, contraposta ao materialismo “meramente contemplativo” (tese IX).