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Quais as características dos metais?

Os metais são uma grande classe de substâncias caracterizadas


pela alta condutividade térmica e elétrica, maleabilidade,
ductilidade e brilho característico. A maior parte dos metais pode
ser encontrada da natureza junto de outros elementos químicos, sob
a forma de minérios. Alguns podem ocorrer em sua forma pura, em
razão de serem menos reativos e menos suscetíveis a processos de
degradação.

Maleabilidade é a propriedade que permite que metais sejam


moldados em folhas, e ductibilidade é a propriedade de um metal ser
transformado em fios.
Entre as propriedades físicas dos metais, destacam-se:

 Estado físico: metais são sólidos em temperatura ambiente,


exceto o mercúrio, que é líquido, e o gálio, que pode ser
tornar líquido em torno de 30 °C.

 Brilho: possuem uma superfície que reflete a luz incidente, e


por isso se diz que eles apresentam brilho metálico, podendo
ainda ser polidos.

 Maleabilidade: possuem a capacidade de serem moldados


sob o formato de lâminas finas ou folhas.

 Ductibilidade: podem transformados em fios. Por exemplo,


uma amostra de prata de 100 gramas pode se tornar um fio
de 200 metros de comprimento.
 Dureza: são duros. As únicas exceções são o sódio e
o potássio, que são macios.

 Condutibilidade: são bons condutores de calor e


eletricidade. O caráter condutor se deve à presença de
elétrons livres na estrutura do sólido metálico.

 Densidade: de modo geral, possuem alta densidade e são


pesados. O ósmio é o elemento conhecido de maior
densidade (22,61 g/cm3), enquanto o lítio é o metal menos
denso (0,54 g/cm3).

 Pontos de fusão e ebulição: registram altas temperaturas


de fusão e de ebulição. A exceção é o mercúrio, que possui os
menores pontos de fusão e ebulição conhecidos, e o sódio e
o potássio, que têm baixos pontos de fusão.
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As propriedades químicas dos metais se referem à sua


eletropositividade e reatividade. De modo geral, os metais têm caráter
eletropositivo e formam cátions com facilidade. Essa tendência é
justificada pela baixa energia de ionização característica desse
grupo de elementos. Isso significa que metais possuem alta tendência
em perder elétrons durante a ocorrência de uma reação química,
sendo facilmente oxidados e originando íons positivos de diferentes
valências.

 Metais do grupo 1 possuem apenas um elétron na


subcamada s, por isso formam cátions monovalentes:

Na → Na+ + e−Na → Na+ + e−
 Metais do grupo 2 têm dois elétrons na subcamada s,
formando cátions divalentes:

Ca → Ca2+ + 2 e−Ca → Ca2+ + 2 e−
 Os metais de transição geralmente perdem os dois elétrons
de valência, originando íons de carga 2+. No entanto,
também podem formar cátions mono ou trivalentes:

Al→ Al3+ + 3 e−Al→ Al3+ + 3 e−
Além disso, alguns metais são altamente reativos em contato com
a água, como o sódio, o potássio e, de forma mais amena, o cálcio,
estabelecendo uma reação química altamente exotérmica. Em
contato com o oxigênio, os metais reagem formando óxidos metálicos
de natureza básica. Os metais reagem com ácidos, formando
gás hidrogênio e sal metálico. Em contato com bases, nem todos os
metais são reativos.

Quais são os tipos de metais?

O grande grupo dos metais pode ser categorizado em agrupamentos


mais específicos, de acordo com similaridades nas propriedades
físico-químicas. Veja a seguir.

 Metais pesados

Os metais pesados possuem alta densidade e são tóxicos mesmo em


baixas concentrações. Por isso, devem ser monitorados em análises
de água, alimentos e medicamentos. Os principais representantes
desse grupo são o arsênio, o cádmio, o chumbo e o mercúrio.

 Metais nobres

Os metais nobres se diferenciam dos demais pelo fato de que são


pouco reativos e não são facilmente oxidados. Os metais nobres
geralmente são preciosos e de rara ocorrência natural. Dentro dessa
classe se destacam o ouro, a platina, o ródio, o irídio e o paládio. Os
elementos que não pertencem aos metais nobres podem ser
chamados de metais básicos.

 Metais quebradiços

Os metais quebradiços não apresentam ductibilidade e maleabilidade


(embora quase a totalidade dos metais apresente essas
características), não podendo ser transformados em folhas ou fios.
Representam esse grupo o berílio, o cromo, o manganês, o gálio e o
bismuto.
 Metais refratários

Metais refratários são extremamente resistentes ao desgaste e a altas


temperaturas. Seus pontos de fusão ultrapassam os 2000 °C. Fazem
parte desse grupo o nióbio, o molibdênio, o rênio e o tungstênio.

 Metais ferromagnéticos

Metais ferromagnéticos magnetizam-se fortemente, sendo atraídos


por ímãs quando na presença de um campo magnético. O ferro é
classicamente conhecido pela sua propriedade magnética, mas
o cobalto e o níquel também apresentam esse comportamento.

 Metais essenciais

Metais essenciais são aqueles elementos que desempenham funções


metabólicas nos organismos vivos, como
o ferro, zinco, magnésio, cobre, cálcio, potássio, sódio, níquel,
cobalto, entre outros.

Metais da Tabela Periódica


Para baixar a Tabela Periódica, clique aqui.

Dos 118 elementos químicos que compõem a Tabela Periódica, 95 são


metais ou possuem comportamento metálico. A região central e o
lado esquerdo da Tabela Periódica contêm os elementos
metálicos. No lado direito ficam localizados os elementos não
metálicos.

A Tabela Periódica é organizada de maneira que elementos com


propriedades similares se repitam nas famílias e grupos de maneira
recorrente. Assim, os diferentes elementos metálicos estão dispostos
na Tabela Periódica em função de suas similaridades. Veja as seguir os
grupos metálicos presentes na Tabela Periódica.

 Metais alcalinos
Metais alcalinos é o nome dado ao grupo 1 da Tabela Periódica,
formado pelo lítio, sódio, potássio, rubídio, césio e frâncio. O sódio e o
potássio são abundantes, facilmente encontrados na natureza, e são
metais essenciais. O lítio, o rubídio e o césio são metais raros, e o
frâncio é instável e radioativo. O hidrogênio, apesar de fazer parte
do grupo 1, não é metal.

Esses elementos são os metais de maior reatividade, podendo gerar


explosões em contato com a água. São muito macios, maleáveis,
dúcteis, brilhantes e bons condutores de calor e eletricidade.
Possuem apenas um elétron na camada de valência.

 Metais alcalinoterrosos

Metais alcalinoterrosos é a denominação para os elementos do grupo


2 da Tabela Periódica, formado pelo berílio, magnésio,
cálcio, estrôncio, bário e rádio. O magnésio e o cálcio são muito
abundantes na crosta terrestre e são essenciais aos organismos vivos.
O berílio, o estrôncio e o bário são de ocorrência rara. O rádio é
um elemento radioativo.

Esses elementos são considerados reativos, mas em menor extensão


do que os metais do grupo 1. Possuem as clássicas características
metálicas e podem apresentar brilho metálico. Possuem dois elétrons
ocupando o nível s mais externo.

 Metais de transição externa

Conhecidos também apenas como metais de transição, os metais de


transição externa são o maior grupo da Tabela Periódica, englobando
os grupos 3 a 12. Exemplos de metais presentes nesse grupo são o
ferro, o ouro, o cobre e a prata.

Esses elementos são dúcteis, maleáveis, bons condutores de


eletricidade, densos e apresentam brilho metálico característico.
Possuem altos pontos de fusão e ebulição. São menos reativos do que
os metais alcalinos e alcalinoterrosos.
De acordo com a Iupac, os elementos (ou metais) de transição são
aqueles que possuem um subnível d incompleto ou que conseguem
formar cátions com um subnível d incompleto. Devido a essa
configuração eletrônica, podem apresentar diferentes estados de
oxidação.

 Metais de transição interna

Os metais ou elementos de transição interna são aqueles que ocupam


os grupos 6 e 7 e, normalmente, são representados fora do corpo
principal da Tabela Periódica. A característica principal desses
elementos é que seus elétrons mais externos chegam a ocupar o
subnível f.

◦ Lantanídeos: Os elementos que estão no sexto período são


chamados de lantanídeos em razão do primeiro elemento da
série, o lantânio. Esses metais têm aspecto prateado e são
conhecidos como “terras-raras”, por causa da sua baixa
ocorrência natural.

◦ Actinídeos: Os metais presentes no sétimo período compõem a


série dos actinídeos, em razão de o primeiro elemento ser o
actínio. São elementos instáveis e praticamente inexistentes na
natureza, sendo obtidos apenas em laboratórios.

Saiba mais: Ponto de fusão e ponto de ebulição na Tabela Periódica

Ligações químicas dos metais

A ligação química que se estabelece entre elementos metálicos é


denominada ligação metálica. O modelo proposto para explicar a
natureza dessa ligação considera a facilidade dos átomos metálicos
em perder seus elétrons, ou seja, sua energia de ionização
relativamente baixa.

Assim, quando átomos metálicos se unem para formar um sólido


metálico, os elétrons das camadas mais externas deixam seu “átomo
original” e passam a se movimentar livremente por todos os átomos
da estrutura, constituindo uma espécie de nuvem de elétrons ou mar
de elétrons.

Os átomos metálicos, ao perderem elétrons, transformam-se


em íons positivos (cátions) que possuem posições fixas na estrutura
formada. A força da ligação metálica deriva da atração eletrostática
entre cátions de posição fixa na estrutura e elétrons que se
movimentam livremente ao longo dela. Esse modelo é conhecido
como teoria do mar de elétrons e é capaz de explicar as
propriedades físicas dos metais.

Representação da teoria do mar de elétrons, que explica a ligação


metálica.
Por exemplo, a maleabilidade e a ductilidade dos metais se devem à
facilidade de ajuste dos elétrons quando os cátions têm suas posições
alteradas, uma vez que os elétrons são livres. As propriedades de
condução de eletricidade e de calor também são explicadas pela
facilidade de movimentação dos elétrons ao longo da estrutura.

Atualmente, teorias mais modernas são utilizadas para explicar e


validar as ligações metálicas baseadas em conceitos de química
quântica. Contudo, para entendermos as propriedades dos metais,
a teoria do mar de elétrons é suficiente.
 Videoaula sobre ligação metálica

Obtenção dos metais

A crosta terrestre possui uma enorme variedade de metais, que


ocorrem geralmente combinados a outros elementos químicos, sob a
forma de minérios. Apenas alguns metais podem ocorrer
naturalmente em sua forma pura, indicando sua característica de
baixa reatividade, como o ouro, a prata e a platina. Para obter o metal
por meio de seu minério, é necessária uma sequência de etapas, a fim
de remover impurezas e isolar o metal na sua forma pura.

A mineração é o trabalho de extrair os minérios da terra ou de minas,


e a metalurgia é o ramo responsável pela obtenção de metais por
meio de seus minérios. A siderurgia é um ramo da metalurgia
específico para o ferro, dada a sua importância econômica.

O procedimento de redução eletrolítica, ou eletrólise, é muito


utilizado para isolar metais de caráter mais reativo de seus minérios.
Esse procedimento é aplicado para a obtenção de sódio, magnésio e
cálcio, por exemplo.

Metais que não são tão reativos podem ser obtidos por meio
de reações químicas de queima, ou calcinação. Nesse método, o
minério é convertido ao óxido do metal pelo aquecimento em
altíssima temperatura na presença de ar oxigênio em excesso. Metais
como o zinco, o cobre e o chumbo podem ser isolados dessa maneira.

Alguns metais podem ser extraídos por meio de seus óxidos na reação
com carbono, em altas temperaturas. A condição para isso é que o
metal seja menos reativo do que o próprio carbono. Esse processo
funciona muito bem para o zinco, ferro, cobre, chumbo e estanho.
Nesse procedimento, o carbono reage com o oxigênio para
formar dióxido de carbono, reduzindo o metal à sua forma pura, de
acordo com a equação geral abaixo:
óxido metálico+carbono→metal+dióxido de carbonoóxido metálico+carbono→
metal+dióxido de carbono
O ferro é o metal de maior importância comercial no Brasil e pode ser
extraído de seus minérios, que geralmente estão sob a forma de
óxidos. Os minérios de ferro mais conhecidos são a hematita, a
magnetita e a siderita. Esse processo de extração ocorre em um
equipamento conhecido como alto-forno, em temperatura que pode
alcançar 1500 °C.

O alto-forno é o equipamento utilizado para obtenção do ferro.


Os metais possuem uma importância incalculável para as civilizações
modernas. Alguns metais são aplicados em sua forma pura, mas é
muito comum o uso de ligas metálicas, que são misturas formadas
por dois ou mais elementos e que adquirem novas propriedades em
relação aos seus materiais de origem. O aço é uma das ligas metálicas
de maior importância, sendo composto basicamente por ferro e
carbono e pequenas quantidades de fósforo, enxofre e silício.

Saiba também: Alotropia — a capacidade de um elemento químico


formar duas ou mais substâncias simples

Diferenças entre metais e ametais

Todos os elementos da Tabela Periódica podem ser classificados em


metais ou ametais. Os ametais são um grupo de elementos químicos
que possuem propriedades físico-químicas opostas às dos metais. A
tabela abaixo reúne as principais diferenças entre esses dois grupos.
  Metais Ametais
Estado físico (a 20 °C) Sólidos (exceto mercúrio) Sólidos, líquidos e gasosos
Aparência visual Brilhosos Opacos
apacidade de deformação Maleáveis e dúcteis Quebradiços
ondução elétrica e térmica Bons condutores Maus condutores
Baixa Alta
Energia de ionização
(perdem elétrons com facilidade) (não perdem elétrons com facilidade
Baixa Alta
Eletronegatividade
(fraca tendência em atrair elétrons) (forte tendência em atrair elétrons)
A energia de ionização é uma propriedade que diferencia muito bem
os metais dos ametais. Enquanto os metais possuem baixas energias
de ionização, perdendo seus elétrons com facilidade, os ametais são
bastante eletronegativos, ou seja, têm forte tendência em atrair
elétrons de outros átomos ao invés de perder os seus elétrons.

Na Tabela Periódica, os metais ocupam a extremidade esquerda, e os


ametais estão posicionados do lado direito da tabela. A exceção é o
hidrogênio, que apesar de ser não metal, está posicionado no grupo 1.

Importante: Até há algum tempo, era comum encontrar outras


subdivisões para classificar os elementos além de em metais e
ametais, como em metaloides ou semimetais. Atualmente, esses
termos estão sendo descontinuados na literatura química.
Exercícios resolvidos sobre metais

Questão 1

(IFTO 2018) No laboratório, após observar características como brilho


e maleabilidade e realizar alguns testes qualitativos, foi feita uma
classificação entre elementos metálicos e não metálicos. Assinale a
opção que descreve corretamente as características dos metais.

A) Não têm brilho; condutores de calor e eletricidade; tendem a


formar ânions em solução aquosa.

B) Os óxidos são sólidos iônicos básicos; têm brilho; pobres


condutores de calor e eletricidade.

C) Os óxidos são substâncias moleculares; tendem a formar cátions


em soluções aquosas; são dúcteis.

D) Condutores de calor e eletricidade; tendem a formar cátions em


soluções aquosas; são maleáveis.

E) Condutores de calor e eletricidade; tendem a formar cátions em


soluções aquosas; quando sólidos são quebradiços e alguns são duros
e outros macios.

Resolução:

Alternativa D

Os metais têm como principais características a alta condutividade


térmica e elétrica, a maleabilidade, a ductilidade e o brilho metálico
característico. São elementos eletropositivos, pois têm baixa energia
de ionização. Isso significa que possuem forte tendência em formar
cátions. Além disso, os metais estabelecem ligações metálicas, de
acordo com a teoria do mar de elétrons.

Dessa forma, apenas o item D reúne características pertencentes aos


metais. Apesar de o item E indicar corretamente as características, ele
informa que os metais são quebradiços quando sólidos, o que não é
verdade, uma vez que esses elementos são dúcteis e maleáveis.
Apenas alguns pouquíssimos metais são quebradiços.
Questão 2

(EAM 2011) Em relação às ligações químicas, é correto afirmar que a


ligação metálica consiste em:

A) um mar de elétrons circulando entre cátions fixos.

B) inúmeros íons mantidos unidos como que em uma grade.

C) um mar de elétrons circulando ânions fixos.

D) um mar de prótons circulando ânions fixos.

E) milhares de átomos mantidos unidos por compartilhamento de


elétrons.

Resolução:

Alternativa A

A teoria mais difundida para explicar a ligação metálica é a teoria do


mar de elétrons, que está baseada na facilidade dos metais em
perderem elétrons da camada mais externa. Assim, em um sólido
metálico, os átomos dos metais se organizam em uma estrutura
chamada de retículo cristalino, onde possuem posições fixas.

Os elétrons mais externos de cada átomo (por estarem menos


fortemente atraídos pelo núcleo) conseguem se movimentar
livremente entre os átomos metálicos da estrutura. Ao perderem
esses elétrons de valência, os átomos metálicos se transformam em
íons positivos (cátions), que ficam rodeados por um mar de elétrons.
Essa teoria é importante porque explica muitas das propriedades dos
metais, como a condução de calor e de eletricidade.

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