Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Catalogação na Fonte
Elaborado por: Josefina A. S.
Guedes
Bibliotecária CRB 9/870
Albuquerque, Richardson Batalha de
A345d (De)eficientes: estratégias criativas para adaptação de atividades de rotina escolar
2019 voltadas aos educandos com DI ou TEA / Richardson Batalha de Albuquerque. -
1. ed.
Curitiba: Appris, 2019.
189 p. ; 21 cm (Educação, Tecnologias e Transdisciplinaridade)
Inclui bibliografias
ISBN 978-85-473-2638-8
CDD – 371.9
Printed in Brazil
Impresso no Brasil
Richardson Albuquerque
(de)EFICIENTES
Prefácio
Apresentação
Por uma Humanopedagogia
Parte I
CONTEXTOS DE UMA REALIDADE
Capítulo 1- De doido e doida todo mundo tem um pouco
“A deficiência nossa de cada dia”
Capítulo 2- Eficiência em meio a (de)ficiência
“os deficientes nossos de cada dia”
Parte 2
O INÍCIO PARA CRIAR: É PRECISO
Capítulo 3 -Estratégias pedagógicas para adaptações
significativas
Parte 3
O INÍCIO PARA CRIAR: É PRECISO
Capítulo 4 - Estratégias pedagógicas para adaptações
significativas
Parte 4
Meu saber viver
Capítulo 6
Afirmação e Comprovação:
Aracaju/Se
Ô Menino esquisito!
Esse menino parece um bicho. Não fala, não entende
nada, não faz nada. É um verdadeiro nada faz!
Menino olhe para mim estou falando com você! Parece
doido olhando para o nada!
Fica quieto menino condenado! Parece que não tomou remédio
hoje.
Ave Maria esse menino não falta um dia! Só queria um dia
de paz!
Lá vem o doido. Não aprende nada. Não sei o que vem
fazer na escola!
Direcionamentos essenciais
Parte 2
4. Avisos
5. Advertências
Capítulo 1
De doido e doida todo mundo tem um pouco
“A deficiência nossa de cada dia”
Capítulo 2
Eficiência em meio a (de)ficiência
“Os deficientes nossos de cada dia”
A professora perdida
O professor sincerão
A professora angustiada
[...]Eu tenho um aluno com deficiência e nem sei qual
deficiência ele tem, acredita? Colocaram aqui na minha
turma e disseram que ele tem problemas na fala, na
locomoção, não escreve, não lê. O menino não faz nada. É
uma angústia terrível! Não sei o que fazer para adaptar um
conteúdo, uma prova, um exercício[...]
A professora revoltada
Professora frustrada
Professora destemida
A professora insana
4. Estaria a escola
CAPÍTULO 2
EFICIÊNCIA EM MEIO A (de)FICIÊNCIA
“os deficientes nossos de cada dia”
O ESTRANHO
Pense comigo!
ESPERTA É ELA”
Retratação:
Ponto de reflexão
Nas entrelinhas
O buuu!
Parte II
Sistemas educacionais enfermos escondem
feridas que nunca cicatrizam, ao contrário,
doem ao sentir que curativos pedagógicos são
paliativos.
O autor
CAPÍTULO 3
Estratégias significativas para uma
aprendizagem representativa
Nas entrelinhas
Na sua dor de mãe ela queria mostrar a sociedade a capacidade que o filho
possui. Extremamente compreensível, mas é preciso entender que movidos pela dor,
angústia, medo ... muitos pais não aceitam que seus filhos possuem limitações. Para
muitos uma palavra que fere a dignidade humana.
É preciso entender que limitações não configuram e incapacidade. Elas
representam até onde o educando ou educanda consegue fazer e é sobre fazer são
geradas as possibilidades para o êxito na aprendizagem.
Nunca fui de romantizar realidades. Sempre busquei verdades e sobre elas a
necessidade de reconhecer o que pode ser feito.
Mas Richardson o que pode ser feito?
Reconhecer dentro da realidade o que não pode ser feito!
É isso mesmo que você leu!
Reconhecer aquilo que o educando possui como potencial para aprender é
muito mais válido do que perder tempo tentando ensinar o que ele não aprenderá.
Parece polêmico, mas não é!
Você entenderá o que quero dizer no decorrer do livro .
Mas para você sentir-se seguro/segura sobre o que estou falando veja o que
diz o grande pesquisador Vygotsky na sua obra Fundamentos de Defectologia:
devemos avaliar as possíveis limitações que a criança tem não com delicadeza ou
desânimo, mas, manter uma visão da realidade, que leva à comprovação de que, se
existem problemas, existem também possibilidades.
Na perspectiva de Vygotskiana as potencialidades de uma criança não se
limitam ao que ela aprendeu, mas no que ela poderá aprender.
No caso do educando ou educanda com autismo eles podem aprender novos
conhecimentos a partir do momento que suas potencialidades são desenvolvidas e
umas formas para que isso ocorra é identificar seu perfil de aprendizagem.
Recomendações
Fala:
O
uso de
estímulos visuais e a maneira como se apresentam nas
tarefas, são apontados por
muitos
pesquisadores como variáveis
relevantes
para
a aprendizagem
de
comportamentos novos por
pessoas com
autismo
(GOMES, 2007; GRANDIN, 1995; MESIBOV et.
al,
1994; MESIBOV e SHEA, 2010; PEETERS, 1998). Mesibov e
colaboradores (1994) sugerem
três critérios para
nortear a
estruturação visual das tarefas: a clareza visual, a organização visual e
a instrução visual. A clareza visual refere-se aos materiais e modelos
utilizados que devem permitir ao aprendiz identificar visualmente as
características mais importantes da tarefa, reduzindo assim os desvios
de atenção. A organização visual refere-se à maneira como os
estímulos da tarefa são apresentados, favorecendo a previsão por
parte do aprendiz a respeito de qual resposta ele deverá emitir. A
instrução visual refere-se a aspectos visuais da atividade que indicam
ao aprendiz as etapas da tarefa, como por exemplo, o início e o
fim.
Isso significa que uma pessoa com autismo pode ser bem
diferente de outra pessoa com autismo e que há uma variedade no
perfil das pessoas afetadas. Pensando em extremos, pode-se ter
uma pessoa com autismo muito comprometida, com dificuldades
graves de interação social, que não fala, que apresenta muitas
alterações comportamentais e déficits cognitivos significativos,
assim como outra pessoa com autismo com sintomas tão brandos,
que fala, lê, escreve e interage bem socialmente, que um olhar leigo
pode não perceber que a pessoa tem autismo. 22
Preste Atenção!
a) OBSERVAÇÃO INTEGRATIVA
Canais de aprendizagem
Necessidades de aprendizagem
Comportamentos funcionais para a aprendizagem.
Canais de aprendizagem
O que são canais de aprendizagem?
Estímulos
Símbolos
a linguagem
estímulos visuais e estimulo aditivos
é preciso que estes educandos e educnadas estão
sobre intervenção
O uso de símbolos exime a necessidade da
presença dos referentes, uma vez que estão a eles
relacionados. Em determinados contextos, os símbolos
podem exercer controle sobre o comportamento de uma
forma semelhante ao controle exercido pelo referente
.......................................................................
.............................
Nota:
Nem sempre os melhores símbolos são os famil-
iares, é preciso diversificar contexto para que o edu-
cando e educnada não fique presos/condiconados a uma
representação fixa . generalizaçaõ ctisrt novss formas de
fazer
É preciso relacionar cada símbolo com situações
relvantes do mundo real e aprender a agir em relação a
imagem como e fosse a a realidade ajustados
substituição a aprendizagem ocorre quando ocorre a
generalaçaõ
A partir de um estudo agora clássico, Murray
Sidman desenvolveu um modelo que permite distinguir
empiricamente entre a aprendizagem simbólica e a
aprendizagem de meras associações em que os
elementos ou itens entram em algum tipo de relação,
mas não substituem um ao outro
Analise o diagrama:
Corrigir
FONTE: O AUTOR
CAPÍTULO 4
Estratégias pedagógicas para adaptações
significativas
O verdadeiro (DE)eficiente
Essência
Veja
3º Momento
Faça adaptação nos textos que atenda nas necessidades de aprendizagem
Vamos ao Exemplo:
Características:
Exemplo na adaptação
2.IMAGENS INTERATIVAS
Características
Classificadas em:
Exemplo na adaptação
Conteúdo: Fase de crescimento de uma planta
Características:
Imagem + figura;
Narração feita pelo professor.
Exemplo de adaptação
Claro!
Eles garantem de forma eficiente, caminhos para que você não
perca tempo em adaptações sem êxito.
Adaptar por adaptar gera perda de energia e criatividade.
CAPÍTULO 5
TIPOS DE ADAPTAÇÃO
ADAPTAÇÃO POR DEMANDA
1º Exemplo de APD
Visão
Os olhos são os órgãos responsáveis pelo sentido da visão, uma vez que eles
visualizam o objeto e mandam a mensagem para o cérebro.
Olfato
O nariz é o órgão responsável pelo sentido do olfato, ou seja, a propriedade de
sentir o cheiro ou odor das coisas. Dessa maneira, o nariz capta os odores e envia
a mensagem para o cérebro, que processa as informações.
Paladar
A língua é o órgão responsável pelo sentido do paladar, uma vez que capta e
distingui o sabor dos alimentos (salgado, doce, azedo, amargo), além das
sensações de quente e frio. Assim, as papilas gustativas decodificam o sabor e
enviam as informações para o cérebro.
Audição ...
Tato...
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/sentidos-do-corpo-humano
Direcionando a adaptação:
Objetivo: levar o educando a compreender os sentidos do corpo em
seu cotidiano.
Estilo de aprendizagem audiovisual: a opção em estimular esse
(de)EFICIENTES: Estratégias criativas para adaptação de atividades
de rotina escolar voltadas aos educandos com DI ou TEA
estilo de aprendizagem, possibilita ao educando a interação e compreensão
das atividades escolares de rotina escolar, sendo um recurso compensatório
para atender as suas particularidades.
Estratégia do texto adaptado: Imagens por legenda. Técnica
escolhida para atender as necessidades de aprendizagem -sensação -
percepção - compreensão.
Ações pedagógicas: o desenvolvimento da leitura de mundo por
meios dos repertórios compensatórios, levando-o a resolução de situações da
vida diária seja de fato realizadas.
Conteúdo: pronomes
Texto utilizado pela professora
Os pronomes são aqueles que servem para chamarmos uns aos outros.
Eu, você, ele, ela, nós...
Eu sou Maria
Você é Nino
Ele é Pedro
Ela é julieta
Nós somos amigos
RICHARDSON BATALHA DE
ALBUQUERQUE
Situação vivencial:
RICHARDSON BATALHA DE
ALBUQUERQUE
Descrição da adaptação:
As ações para a alfabetização seguiram dois eixos:
Olha e percebe
Percebe e interage
Interage e aprende
Aprende e se desenvolve
2º Exemplo
Direcionamento da adaptação:
Objetivo: levar o educando a compreender a relação matemática de medidas
(de)EFICIENTES: Estratégias criativas para adaptação de atividades
de rotina escolar voltadas aos educandos com DI ou TEA
de comprimento a partir de vivências do seu cotidiano.
Estilo de aprendizagem: Audiovisual. A opção em estimular esse estilo de
aprendizagem, possibilita ao educando a interação e compreensão das
atividades escolares de rotina escolar, sendo um recurso compensatório para
atender a sua particularidade.
Técnica textual: Imagens por narração. Técnica escolhida para atender as
necessidades de aprendizagem -sensação - percepção - compreensão.
Ações pedagógicas: o desenvolvimento da leitura de mundo por meios dos
repertórios compensatórios, possibilita levá-lo compreender o mundo a sua
volta na resolução de problemas da vida diária.
3º Exemplo
Direcionamento da adaptação:
Com o passar do tempo, fui percebendo que para estes casos eu deveria
estabelecer uma comunicação que compensasse as dificuldades de
compreensão e interpretação.
Os comandos verbais-gestuais
Atenção!
Olhe para mim!
Vamos lá!
Agora fazer atividade!
Pode!
Não pode!
Minha experiência:
Gere luz !
Se o ser humano tem uma grande criatividade
para falar da vida alheia, por que justifica
tanta falta de criatividade quando o assunto é
o bem coletivo?
O autor
COMANDOS CRIATIVOS PARA QUESTÕES
REPRESENTATIVAS
O autor
Esperto é ele...
Pergunta:
Como é o dia 7 de setembro?
Resposta:
Marchando.
Pergunta:
Qual importância da chuva?
Resposta:
Molhar.
Pergunta:
O que os vermes fazem em nosso corpo?
Resposta:
Dor de barriga.
Pode até parecer hilário, mas garanto, foram perguntas deficientes para
respostas eficientes.
Para encerrar, pesquisando questões de provas com objetivo de iluminar
meu ser interior, achei na internet o que para mim poderia concorrer ao prêmio
de melhor questão na categoria, resposta brilhante para perguntas deficientes.
162
Imagem disponível no Google.
COMANDOS DE REGISTRO
161
Possuem as seguintes características:
Classificados em:
Os enunciados devem possuir textos com diálogos feitos a partir das vivências no
processo de ensino e aprendizagem;
Textos curtos que remetem lembranças de tudo aquilo que foi ensinado;
Podem ser utilizados textos por setas explicativas ou palavras-chave com
imagem. Tanto a opção de textos interativos ou somente imagens interativas, fica
a cargo do nível de complexidade da questão e da intensidade de interação do
educando;
Ao optar por questões subjetivas, recomenda-se até três linhas, com espaçamento
de 1,5 entre ambas, visto que alguns educandos possuem escrita com espaços
vagos entre uma palavra e outra;
Ao optar por questões objetivas, recomenda-se reduzi-las, evitando o uso padrão.
Esse direcionamento é necessário nos casos em que o educando possui perda de
foco e hiperatividade comprometendo a interação para a resolução da situação-
problema.
Exemplo
161
de alternativas e adaptá-las com parênteses após as letras.
Exemplo
162
Tem dificuldade em modificar o foco na atividade que realiza, se estressando
com grande facilidade;
Dependem de apoio parcial para a interação;
Compreendem palavras, imagens e objetos dentro do seu repertório cotidiano (após
muitos estímulos conseguem mesmo com dificuldades executar, interagir e compreender o
repertório textual);
Não compreendem frases inteiras;
Devem possuir textos simples, com diálogos feitos a partir das vivências,
retomando sempre todo o contexto vivido pelo educando;
O enunciado pode ser com textos interativos, desde que sirvam para narrar com
intensidade. O objetivo é estimular o educando na interação;
Optar por imagens por legenda;
Ao optar por alternativas objetivas de ligação/relação, evite ao máximo
cruzamentos (acabam confundindo o educando na hora de compreender).
Exemplo:
161
O apoio total se configura na necessidade permanente que o educando precisa
para compreender o sentido da questão e consequentemente elaborar e
registrar a resposta.
Após a sinalização por meio de poucas palavras ou gestos feitos pelo educando,
o agente registra a resposta.
162
Para todos os comandos, você deve ter cuidado com o número de
questões para não sobrecarregar o educando. Número de questões não
significa qualidade no ensino. A qualidade encontra-se na representação
que a questão tem na vida diária do educando;
TIPOS DE QUESTÕES
Características:
161
Possuem boas condições psicomotoras e de comunicação (mesmo
com dificuldades, são executadas e compreensíveis);
Aceitam estímulos verbais e visuais a partir da interação positiva.
Adoram ou lidam muito bem com situações experimentais, concretas e lúdicas;
Possuem boa percepção (capacidade de construir significados a partir do
estímulo sensoriais);
Exemplo 1
Questão-base
162
FIGURA 26 – QUESTÃO REDUZIDA-ADAPTADA
FONTE: O AUTOR
Direcionamentos e situações:
Exemplo 2
Questão-base
161
FIGURA 27 – QUESTÃO BASE
FONTE: O AUTOR
162
FIGURA 27 – QUESTÃO REDUZIDA -ADAPTADA
FONTE: O AUTOR
Direcionamentos e situações:
Características:
161
Dependem de apoio e suporte parcial para a aprendizagem;
Possuem comprometimentos moderado na fala e escrita, porém conseguem mesmo
com certa dificuldade se comunicar por meio de palavras simples, gestos e atitudes.
Quando consegue uma comunicação verbal, as frases são curtas;
Médio prejuízo na interação social;
Evitam mudança na rotina;
Tem dificuldade em modificar o foco na atividade que realiza, se estressando
com grande facilidade;
Compreendem palavras, imagens e objetos dentro do seu repertório cotidiano (após
muitos estímulos conseguem executar, interagir e compreender o repertório textual);
Dependem de apoio e suporte total para a aprendizagem;
Possuem comprometimentos na fala e escrita (a comunicação na sua maior parte é feita
por meio de gestos);
Quando consegue uma comunicação verbal, as palavras são curtas e muitas vezes
totalmente fora do contexto;
Grande prejuízo na interação social (quase nenhuma resposta);
Apresentam grandes limitações em atitudes;
Inflexíveis a mudança na rotina com comportamentos repetitivos e restritos;
Extrema dificuldade em modificar o foco, levando a grande desestabilização
comportamental;
Só conseguem compreender situações limitadas ao seu repertório diário.
A generalização é pouco expressiva
Exemplo 1
162
FIGURA 28 – QUESTÃO ADAPTADA
FONTE: O AUTOR
Direcionamentos e situações:
Exemplo 2:
161
FIGURA 29 – QUESTÃO ADAPTADA
FONTE: O AUTOR
Direcionamentos e situações:
162
Exemplo 3
Direcionamentos e situações:
Exemplo 4
Direcionamentos e situações:
Foi a questão de maior desafio profissional, uma vez que estava diante de um
educando do 6º ano do ensino fundamental com sérios comprometimentos
cognitivos e de comunicação social. Autismo moderado deficiência intelectual
Sua comunicação ocorria por meio gestual devido sua apraxia na fala;
Se comportava de forma a não realização das atividades devido à inquietação
constante e falta de foco.
Tinha grande oposição quando o conteúdo e as questões não geravam prazer;
Estimulei o canal de interação audiovisual promovendo o desenvolvimento da
habilidade comunicativa por meio de gestos;
Foram precisos três meses para que ele pudesse aprender noções simples de
lateralidade e espaço-temporal;
162
O educando sinalizava as respostas no próprio corpo a partir da narração feita
por mim. Ao fazer o comando de apoio total e após a interação, registrei seu
desempenho na questão;
A grande criatividade na adaptação foi a capacidade de desenvolver uma
questão que relacionasse noções cartográficas de localização com o próprio
corpo do educando, aproveitando seu estilo cinestésico na interação.
Mas atenção!
O educando solidário
161
A mãe indignada
Certa feita, uma mãe venho se queixar:
-Não aceito que o senhor dê a meu filho um boneco de super-herói
durante a aula!!!
-Por que senhora?
-Por mais que eu saiba que não é fácil lidar com meu menino, usar
o boneco para mim é retirar de você a responsabilidade de ensinar. Ele vai
passar a maior parte da sua aula brincando! Não, eu não aceito!
-Senhora, em que adianta eu utilizar 50 minutos de aula se eu posso
utilizar 10 minutos e levar seu filho a desenvolver suas potencialidades.
Não é a quantidade de horas de aulas, é a intensidade da minha interação
com ele. Saiba que eu não estou retirando do seu filho a possibilidade de
aprender.
Percebendo que ela não estava convencida, rapidamente continuei
antes que ela rebatesse.
-Senhora, olhe para essa turma: são 38 educandos. Destes, 3
precisam de um acompanhamento individualizado e seu filho é um deles.
Não é fácil atender a todos. Ele é filho único?
-Sim!
-Desculpe perguntar, a senhora trabalha?
-Sim!
-Em casa quando ele fica agitado o que a senhora faz?
-Coloco o filme que ele gosta, Homem-Aranha. Ele se acalma e eu
consigo descansar um pouco. Depois vou fazer as coisas. O dia todo
trabalhando não é fácil, chego exausta!
-Então senhora, também utilizo o super-herói, mas com uma
diferença: a senhora utiliza o filme para acalmá-lo e em seguida descansar
depois de um dia de trabalho. Eu utilizo como forma de acalmá-lo para
retomar a atividade proposta. Não fujo da responsabilidade, apenas tenho
38 responsabilidades e não posso descansar. Tenho além de 38 alunos, 38
filhos dos outros para tomar conta.
O que aconteceu...
Tempos mais tarde ela se tornou uma mãe-amiga e até hoje, anos
depois, nos falamos.
e...
O filho dela até então é discente em uma universidade pública.
Quais meus méritos nisso?
Nenhum!
E o que levei de aprendizado sobre esse episódio?
A minha identidade profissional.
E como ela é construída?
162
Com o olhar sensível na tomada de decisão diante problemas que
precisam de solução.
Cuidado com o RECURSO DE FUGA
O recurso de Fuga é inverter o objetivo o Recurso Compensador em
situações em que, para se livrar das responsabilidades no processo de ensino, é
oferecido ao educando, lápis para desenhar, brinquedos e outros tantos recursos
simplesmente deixando-o a mercê das circunstâncias de aprendizagem
Esse tipo de atitude, além de imprópria e improdutiva,
promove estagnação no desenvolvimento escolar do educando.
Entenda que:
O Recurso de Fuga coisifica o educando.
O Recurso Compensador minimiza comportamentos
inadequados ou involuntários, sendo uma estratégia que direciona
recursos para a satisfação pessoal do educando nos picos de
alterações comportamentais.
Neste caso, melhor não dar tempo para o educando negue a
atividade. Se isso ocorrer, não force, pois ela perderá sua representação.
Os sinais de perda de representação são claros, o educando:
recusa fazer a atividade; levanta-se da cadeira; grita; esconde-se; joga a
atividade; parte para a agressão física; baixa a cabeça etc.
Sem rodeios.
161
Tenho certeza de que vocês ficariam ofendidos se outros
interferissem de maneira impositiva em suas atuações profissionais.
Direcionar possibilidades produtivas para a aprendizagem dos
educandos com (de)Eficiência é uma coisa.
Outra é ferir a liberdade profissional do professor e demais agentes do
processo educacional, impondo tendências e saberes adquiridos em cursos
ou congressos.
Essas ações são importantes, mas nunca devem ser impostas, devem ser
sugeridas de forma prazerosa ao professor.
Contribuir de forma positiva no sucesso da aprendizagem desses
educandos é essencial.
Desproporcional e afrontoso é afirmar que irá ensinar ao professor
como ele deve ensinar. Isso não é redundante. São ações conflituosas que
devem ser eliminadas.
Lembre-se: professor insatisfeito, trabalho mal-feito.
Não estou exagerando. Estou apenas retratando a vida como ela é.
Substitua o diálogo: Professor é assim que você deve ensinar a meu
filho!
Por: Professor estive pesquisando e encontrei uma maneira que vai
auxiliar você no ensino do meu filho. Ficaria muito feliz e grato(a) se você
aceitasse ver essa sugestão.
Diálogo prazeroso é sem dúvida um canal de interação que garante
relações de confiança e harmonia.
162
Regras para inovar
1ªIdentifique suas potencialidades, observe
necessidades e faça o que os outros ainda não
fizeram.
2ª: Pare de ser besta e não diga nada a ninguém!
3ª: Agora corra e faça antes que alguém faça e deixe
você chupando dedo!
O autor
162
(de)EFICIENTES: Estratégias criativas para adaptação de atividades
de rotina escolar voltadas aos educandos com DI OU TEA
VIVÊNCIAS E EXPERIÊNCIAS
“o meu saber fazer”
Parte I
Simples estratégias
Ações transformadoras
Parte II
Envolvimento coletivo
Prazer envolvido 15
Respeito construído
Parte III
15
Recursos construídos
Necessidades atendidas
Realidades transformadas
Atendendo necessidades
16
CANETA E CADERNO ADAPTADOS
16
PSIU! VÁ AGORA NÃO!
VOU FINALIZAR!
Diz minha mãe que minha avó escutava essas palavras de boas-vindas ao
mundo (risos) e dizia: Ele vai se criar com fé em Jesus Cristo e Nossa
Senhora!
RICHARDSON BATALHA DE
Minha amada avó pediu a minha ALBUQUERQUE
mãe que registrasse eu e meu irmão
com nome de santos só assim eu iria vingar.
Com todo o respeito aos santos minha mãe não atendeu aos apelos de
minha avó e em comum acordo com meu pai registraram-nos com nomes
comuns, Richardson e Roosevelt (risos).
Religiosa, minha avó rezava dia e noite pedindo a Nossa Senhora
proteção e benção para seu netinho miudinho.
Foi tanta, mas tanta reza, que sobrevivi e passados 7 anos de vida lembro-
me que minha vó uma bela manhã pediu para que eu vestisse uma roupa
parecendo uma túnica.
Por natureza questionador, pergunto:
- Vó, para que essa roupa feia!
- Meu filho vou levar você a uma festa!
Alegre, vesti a roupa numa carreira danada.
Chegando na tal festa, me assustei com tanta gente e no meio da multidão
vovó me leva até uma barraquinha. Lá, percebi que o moço vendia imagens de
Nossa Senhora, Jesus e muitas velas. Conversa vai, conversa vem, vovó
comprou uma vela e ao atravessarmos a rua ela disse:
-Meu filho, segure essa vela com todo cuidado, ela é a chama que
representa sua vida.
Me assustei com aquilo e rebate:
Vó, se a vela apagar eu vou morrer?
Com uma gargalhada iluminadora vovó diz:
- Não meu filho, a vela é como se fosse a mesma dos seus aniversários.
- Entendi vó. Então quer dizer que esse povo todinho também tá
segurando vela de aniversário né?
- Isso meu filho!
- Nossa vó, e tem bolo para todo mundo?
As gargalhadas vovó pegou minha mãe esquerda e saímos juntos pela
cidade acompanhando o povo.
No meio daquela multidão rezando e cantando eu inquieto por natureza
pegava a vela e tentava queimar a bunda do povo.
Minha avó vendo aquilo dizia: meu filho reze! Reze em nome do senhor!
- Vó se eu rezar com os olhos fechados como é que vou conseguir
enxergar a rua?
- Reze de olhos abertos meu filho! Bem abertos!
Obedecendo minha vó eu rezava, mas não entendia bem por que aquele
povo todinho estavam vestidos iguaizinhos a mim. Eu pensava alto “será que
esse povo todo veio para uma festa mesmo ou veio tirar o diabo do côro? (se
escreve couro, mas na força da expressão aqui na minha terra é côro mesmo).
Eu pensava assim por que me lembro-me que meus pais, irmãos, tios,
parentes, aderentes, vizinhos, professores, amigos e até o papagaio diziam que
eu tinha o diabo no côro e que um dia jesus ia tirar.
- Ô vó, já sei por que tô aqui no meio desse monte de gente caminhando,
cantando e rezando é para tirar o diabo do couro né?
Dando uma gargalhada ela responde:
-Meu filho cante! Cante para Jesus e nossa senhora!
Observando o povo, comecei a cantar do mesmo jeito.
Tenho outros casos, mas deixo para o próximo livro, afinal um dos
elementos do poder criativo é ativar a curiosidade alheia.
Antecipo que, aos 5 anos de idade pulei o muro do jardim de infância e
fui brincar na praça do bairro. O final dessa história você nem imagina.
...
Meu irmão, você partiu aos 38 anos de idade e por tudo que você representou,
gratidão.
Gratidão pelo apoio incondicional na composição desta obra.
Eram intensos nossos debates acerca das ideias do livro. Seu entusiamos era
maior que o meu.
Lembro-me que você dizia: vai ser show!
Por tudo, dedico integralmente este livro a você.
Aos meus pais e minha avó materna, vocês são minha inspiração.
GRATIDÃO.
A todos e todas que de forma direta e indireta contribuíram para minha
RICHARDSON BATALHA DE
trajetória profissional, GRATIDÃO. ALBUQUERQUE
Citá-los e citá-las ficaria longo e ademais não quero ser injusto esquecendo
nomes. Cada um saberá identificar sua parcela de contribuição.
E por fim, agradeço imensamente a você que conseguiu ler este livro
todinho, mesmo pulando páginas e capítulos, isso também é ser criativo, afinal
como dizia Albert Einstein “A criatividade é a inteligência se divertindo”
Tchau potência!
E-mail
professor.richardson.albuquerque@gmail.com
Instagram:
Prof.richardson_batalha
SERVIÇOS
1.Eventos Educacionais
1.1 Contador de experiências educacionais vividas;
1.2 Cursos na perspectiva da educação inclusiva e processo avaliativo tento como
enfoque o ensino criativo.
2.Assessoria pedagógica - atendimento orientado especializado:
2.1 Instituições de Ensino;
2.1 Família;
2.2 Profissionais que buscam garantir uma atuação educacional criativa e
representativa.
REFERÊNCIAS