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Bol Bepa1605
Bol Bepa1605
As fontes de informação utilizadas foram os pron- Em alguns casos internados foi possível encon-
tuários médicos, fichas de atendimento ambulato- trar registros de resultados de exames complemen-
rial, fichas de notificação e investigação de coquelu- tares, que auxiliaram na confirmação ou descarte
che (Sinan) e planilhas de resultados de exames do dos casos suspeitos, tais como leucograma e raio-X
IAL-RP. de tórax.
Resultados
6
Foram investigados 48 casos em sete municípios:
Ribeirão Preto, Sertãozinho, Barrinha, Cajuru, Santa 4
Rosa do Viterbo, Batatais e Jardinópolis. O município
de Ribeirão Preto, sede da regional de saúde, conta 2
04
4
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4
5
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4
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de 100.000 habitantes, e os outros possuem uma
ab
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ag
m
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m
população inferior a 56.000 habitantes(12). Fontes: Dados da Vigilância Epidemiológica dos municípios da DIR XVIII,
prontuários médicos e planilha do IAL-RP
Quanto à distribuição geográfica dos casos, a *Municípios: Ribeirão Preto, Sertãozinho, Batatais, Jardinópolis, Barrinha,
Santa Rosa do Viterbo e Cajuru
grande maioria residia em Ribeirão Preto: 36 de 48
casos (75%). Os demais eram provenientes de Em relação à distribuição quanto ao gênero, 30
Cajuru (6,3%), Jardinópolis (6,3%), Barrinha (4,2%), (62,5%) pacientes pertenciam ao sexo feminino. O
Santa Rosa do Viterbo (4,2%), Sertãozinho (2,1%) e coeficiente de incidência foi de 4,87/100.000 habitan-
Batatais (2,1%). O resumo da distribuição de casos e tes no sexo feminino e 3,00/100.000 habitantes no
coeficientes de incidência nos municípios da DIR sexo masculino.
XVIII está descrito na tabela 1.
A idade dos pacientes variou de 18 dias a 37 anos,
Tabela 1
com média de 7 anos e mediana de 2 meses. A faixa
Distribuição de casos confirmados de coqueluche (número, etária mais acometida foi a de menores de 1 ano, com
percentual e coeficiente de incidência por 100.000 habitantes), um coeficiente de incidência bastante alto, de 153,45
segundo município de residência. DIR XVIII*, 2004 e 2005 (até
31/3/2005) por 100.000 habitantes, seguido da faixa etária de 10
COEFICIENTE a 14 anos, com coeficiente de incidência de 3,53 por
MUNICÍPIO Nº CASOS % CASOS POPULAÇÃO **
DE INCIDÊNCIA 100.000 habitantes (tabela 2).
Cajuru 3 6,3 22.173 13,53 Tabela 2
Santa Rosa do Distribuição dos casos confirmados de coqueluche (número e
2 4,2 22.838 8,76 coeficiente de incidência por 100.000 habitantes), segundo faixa
Viterbo etária. DIR XVIII*, 2004 e 2005 (até 31/3/2005)
Jardinópolis 3 6,3 34.870 8,60 COEFICIENTE
Barrinha 2 4,2 27.559 7,26 FAIXA ETÁRIA Nº CASOS POPULAÇÃO**
DE INCIDÊNCIA
Ribeirão Preto 36 75,0 551.312 6,53
Batatais 1 2,1 55.501 1,80 Menor de 1 ano 30 19.550 153,45
Sertãozinho 1 2,1 104.619 0,96
1 a 4 anos 0 80.664 0,00
Total 48 100,0 818.872 5,86 5 a 9 anos 3 104.998 2,86
Fontes: Datasus/MS; dados da Vigilância Epidemiológica dos municípios da
DIR XVIII, prontuários médicos e planilha do IAL-RP 10 a 14 anos 4 113.249 3,53
*Municípios: Ribeirão Preto, Sertãozinho, Batatais, Jardinópolis, Barrinha,
Santa Rosa do Viterbo e Cajuru 15 a 19 anos 1 120.914 0,83
**Ano de 2005
20 a 29 anos 7 213.841 3,27
Dos 48 casos confirmados de coqueluche, 27 30 a 39 anos 2 190.457 1,05
ocorreram durante o ano de 2004, e 21 no primeiro 40 anos e mais 0 371.039 0,00
trimestre de 2005. Com relação ao período de apre-
sentação da doença, a maioria dos pacientes de- Total 47 1.214.712 3,87
senvolveu os primeiros sintomas no mês de feverei- Fontes: Datasus/MS; dados da Vigilância Epidemiológica dos municípios da
ro deste ano. A curva epidêmica sugere modo de DIR XVIII, prontuários médicos e planilha do IAL-RP
*Municípios: Ribeirão Preto, Sertãozinho, Batatais, Jardinópolis, Barrinha,
transmissão pessoa-a-pessoa, conforme demons- Santa Rosa do Viterbo e Cajuru.
trado no gráfico 1. **Ano de 2005
Os sinais e sintomas mais freqüentes foram tosse É importante ressaltar que a busca ativa de casos
(89,6%), paroxismo (70,8%), apnéia (47,9%), ciano- frente a um caso confirmado pode ter contribuído, em
se (47,9%) e febre (43,8%) (figura 2). parte, para o aumento da detecção de casos.
Figura 2
Identificou-se, através das diversas fontes consulta-
Distribuição dos casos confirmados de coqueluche, segundo sinais das, 48 casos confirmados de coqueluche de janeiro
e sintomas. DIR XVIII*, 2004 e 2005 (até 31/3/2005) de 2004 até 31 de março 2005 (27 casos em 2004 e
21 em 2005) na regional, dos quais pelo menos 25%
SINAIS E SINTOMAS Nº CASOS % CASOS foram encontrados através da busca ativa de conta-
Tosse 43 89.6 tos. Além disso, sabe-se que esta doença pode apre-
Paroxísmos 34 70.8 sentar variações cíclicas em sua incidência, relacio-
Apnéia 23 47.9 nadas às modificações normais na proporção de sus-
(13)
Cianose 23 47.9 cetíveis na comunidade .
Febre 21 43.8 Os casos ocorreram em sete municípios da regio-
Vômitos 18 37.5 nal, sendo 36 casos (75%) residentes em Ribeirão
Guincho inspiratório 16 33.3 Preto. Este município constitui a sede da regional,
Taqui/dispnéia 13 27.1 conta com uma população atual de 551.312 habitan-
Coriza 11 22.9 tes e representa 45,4% da população da Regional
(12)
Conjuntivite 4 8.3 (1.214.712 habitantes) . Apesar do maior número
absoluto de casos ter ocorrido em Ribeirão Preto, o
Total: 48 pacientes município de Cajuru apresentou o maior coeficiente
Fontes: Dados da Vigilância Epidemiológica dos municípios da DIR XVIII, de incidência da doença (13,53/100.000 habitantes),
prontuários médicos e planilha do IAL-RP
*Municípios: Ribeirão Preto, Sertãozinho, Batatais, Jardinópolis, Barrinha, porque sua população é a menor dos sete municípios
Santa Rosa do Viterbo e Cajuru que apresentaram casos, representando apenas
1,82% da população de toda a Regional, e 1/25 com-
Dos 35 casos em que houve investigação da situa- parativamente à população do município de RP .
(12)
idade inferior a 6 meses (61,7%), e 50% tinham bactéria da nasofaringe. Por esse motivo, esse
menos de 2 meses de idade, resultado da vacinação antimicrobiano é a droga de escolha para a profilaxia e
incompleta esperada nessa faixa etária(1,9,10). o tratamento da doença, recomendando-se sua
(1,2,4,14)
A doença tipicamente cursa em três fases distintas: utilização por 14 dias . Com o uso desse
catarral, paroxística e convalescente. Após um período antibiótico, o paciente pode ser considerado não
de incubação de 7 a 10 dias (podendo variar de 4 até 21 contagiante após cinco dias da instituição da
(1)
dias)(1,2-5,11), os pacientes desenvolvem as manifesta- terapêutica . Durante a fase paroxística da doença, o
ções da fase catarral, que inclui sintomas do trato respi- uso de antimicrobianos parece não alterar o curso
ratório superior, sendo esta a fase mais transmissí- clínico da coqueluche, mas pode eliminar a bactéria da
vel(1,2,5). No curso de 1 a 2 semanas sobrevém a fase nasofaringe e assim reduzir a transmissão(5). No caso
paroxística, com cianose, salivação, lacrimejamento e de intolerância à eritromicina, pode-se utilizar o
(1,4)
guinchos inspiratórios(1,2,4,5). Em casos típicos, a tosse é sulfametoxazol-trimetoprim .
mais exuberante à noite, e freqüentemente seguida por Dos 37 pacientes nos quais foi possível identificar
vômitos. Em crianças muito pequenas, a doença pode o uso de antibiótico, a droga de primeira escolha foi a
causar apenas apnéia e cianose, enquanto em adoles- eritromicina, utilizada em 25 casos (67,6%). Outros
centes e adultos, uma tosse persistente e pouco carac- antibióticos também foram utilizados, como ampicili-
terística pode ser a única manifestação da doença, com na, azitromicina, claritromicina, amoxicilina e ceftria-
duração de vários meses(4,5). xone. Não foi possível esclarecer em que fase da
Com relação aos sinais e sintomas, 89,6% dos doença se encontravam os pacientes quando da in-
pacientes apresentaram tosse, 70,8% paroxismos, trodução da antibioticoterapia.
48% apnéia, 47,9% cianose e 43,8% febre. A febre foi Nos 15 casos em que o hemograma foi realizado, o
maior que 38ºC em apenas 6 (28,6%) dos 21 pacien- leucograma variou de 3.500 a 28.200 céls/mm3, com
tes que a apresentaram, condizente com a literatura, média de 16.687céls/mm3 e mediana de 16.600
que descreve ausência de febre ou febre baixa na céls/mm3. O percentual de linfócitos variou de 21% a
(4)
maioria dos casos . 84%, com média de 66,5% e mediana de 73%. O pa-
A evolução clínica dessa doença depende de fato- drão citado na literatura para o hemograma é de uma
3
res como idade e estado vacinal(1,3). Apesar da maioria leucocitose maior que 20.000 céls/mm , com predo-
dos casos clinicamente reconhecíveis incidir em mínio absoluto de linfócitos, o que não está presente
crianças entre 1 e 5 anos, doença grave e óbito são na infecção por B. parapertussis(1,4). Da mesma forma,
relatados principalmente em menores de 6 meses nos casos leves ou moderados de coqueluche, o au-
incompletamente imunizados
(1,2,6,9,10)
. Em crianças mento do número de leucócitos pode ser discreto ou
mais velhas, adolescentes e adultos a coqueluche até mesmo estar ausente(1).
não é freqüentemente diagnosticada devido ao seu A transmissão intra-hospitalar da coqueluche entre
curso comumente atípico; no entanto, estes grupos pacientes, profissionais de saúde ou ambos em hospitais
representam importante fonte de infecção para as representa um alto risco de transmissão para crianças
(1,3,5-8)
faixas etárias mais jovens suscetíveis . suscetíveis ou pacientes com outras condições médicas.
Quatro (8,3%) pacientes dessa casuística apresen- Surtos hospitalares com muitos casos de coqueluche são
taram pneumonia como complicação. Na literatura, bem documentados e continuam a ocorrer(15,16). Estudos
complicações são descritas em 6% dos casos de co- soroepidemiológicos sugerem que a exposição à B. per-
queluche, com maior incidência nos menores de 6 me- tussis é comum entre profissionais de saúde, especial-
ses. Broncopneumonia é a complicação mais espera- mente em enfermarias pediátricas(15).
da, podendo ser causada pela própria B. pertussis ou, A existência de dois casos confirmados em profis-
mais comumente, por infecção secundária. Outras sionais de saúde nesta série pode ter resultado da
complicações neurológicas podem se apresentar, tais admissão de um paciente com coqueluche, acompa-
como: encefalopatia, convulsões, estupor e anormali- nhante de paciente ou mesmo outros profissionais de
dades de nervos cranianos(1,3-5,14). O comprometimento saúde, e reflete o diagnóstico tardio de um caso ou
do sistema nervoso geralmente resulta em seqüelas uma inadequação no uso de equipamentos de prote-
permanentes (1/3 dos casos) ou óbito (1/3 dos casos)(1). ção individual, suscitando uma importante discussão
A eritromicina, um antibiótico macrolídeo, pode sobre a quimioprofilaxia no controle de infecção intra-
prevenir ou moderar a sintomatologia da doença, hospitalar dessa doença.
quando administrada no período de incubação ou Desde a implantação da vacina em países desen-
no início do estágio catarral. Este antibiótico tem volvidos, no início da década de 50, a incidência e
demonstrado substancial atividade in vitro e in vivo mortalidade pela coqueluche sofre um decréscimo sig-
contra a B. pertussis, erradicando rapidamente esta nificativo. No Brasil, a vacinação em massa
foi iniciada apenas em 1983, aproximadamente 30 por critério clínico-epidemiológico; e dois casos por
anos após o início da vacinação nos países desenvolvi- critério clínico.
(17)
dos . Dados do Ministério da Saúde denotam
uma queda nos coeficientes de incidência de 10,64 Conclusões e recomendações
casos por 100.000 habitantes, em 1990, para 0,76
Tendo em vista o aumento do número de casos de
em 1999(1).
coqueluche e a necessidade de um conhecimento
A vacina (componente Pertussis da tetravalente) mais oportuno dos casos, recomendou-se o estabele-
não confere imunidade duradoura, e esta se com- cimento de um fluxo de notificação rápida dos suspei-
pleta apenas no primeiro ano após a imunização. tos e confirmados da doença no município de
Esta imunidade sofre um decréscimo gradual com o Ribeirão Preto para a Regional de saúde. Além disso,
passar dos anos. Após quatro anos, conta ainda foi sugerida a efetivação de um fluxo rápido de resul-
com 84% de eficácia, que chega a 50% nos três tado das culturas de coqueluche do IAL-RP para o
anos seguintes, e após 12 anos, nenhuma proteção município, Regional de Saúde e unidades sentinelas.
é mais evidente. Assim, com o uso disseminado da
vacina vigente nos últimos anos, que não permite Foi salientada a importância da busca ativa de
reforços acima dos 7 anos, dois reservatórios de casos entre adultos cuidadores, uma vez que estes
suscetíveis continuam tendo grande importância são os que mais comumente trazem a doença para as
para o controle da doença: (1) crianças menores de crianças suscetíveis.
1 ano, porque ainda não completaram o esquema As equipes de assistência devem ser oportunamen-
básico; (2) adolescentes e adultos, nos quais a per- te informadas sobre a situação epidemiológica da co-
da da imunidade, na ausência de reforços vacinais queluche, destacando-se a importância do diagnóstico
após 5 a 10 anos, poderia explicar a doença. Com a precoce para a prevenção de novos casos. A organiza-
menor circulação da bactéria na comunidade, ocor- ção de reuniões periódicas envolvendo as equipes de
re também a redução dos reforços naturais e, por assistência, vigilância e laboratório, bem como a elabo-
conseguinte, a reemergência da coqueluche(1,17,18). ração de informes técnicos veiculados por meio de jor-
Na presente investigação, dos 37 casos em que foi nais, boletins, revistas científicas ou outros, são de gran-
possível a investigação vacinal, 30 crianças (81,1%) de valia neste momento. Além disso, faz-se necessário
ainda não tinham idade suficiente para receber a prote- o esclarecimento à população com informações preci-
ção vacinal completa, ou seja, pelo menos quatro do- sas, através da mídia local.
ses da vacina; 21 (56,7%) pacientes não haviam rece- O município de Ribeirão Preto, além de sede da
bido nenhuma dose da vacina, e apenas seis casos DIR XVIII, representa uma referência em inúmeros
(16,2%) receberam pelo menos quatro doses. aspectos para a população proveniente dos municí-
A cobertura da vacina tetravalente (tétano, coque- pios adjacentes de menor porte, que para lá se deslo-
luche, difteria e hemófilo) no município de Ribeirão ca à procura de instituições de saúde, comércio, ensi-
Preto e na DIR XVIII é de e 95,1% e 98,9%, respecti- no médio e universitário, lazer, etc.; daí a importância
vamente. A homogeneidade da cobertura vacinal do alerta sobre a doença a todos os municípios de
(95% ou mais) de todos os municípios da regional é abrangência da Regional.
de 80%, segundo o banco de dados do API-SP (Ava- Encontra-se em fase de elaboração um documen-
liação do Programa de Imunização). to técnico abordando a indicação de quimioprofilaxia
Nessa casuística, apenas um caso evoluiu para para o controle de infecção intra-hospitalar da coque-
óbito, configurando uma letalidade de 2,08%, mais luche pelo CVE (DDTR e Divisão de Infecção
elevada do que a apontada pela literatura, que des- Hospitalar), uma vez que profissionais de saúde po-
creve uma letalidade, para todas as idades, de 0,4%, dem representar não apenas um risco individual para
alcançando 0,5% a 1% nos menores de 11 meses(1,4). a coqueluche, mas, sobretudo, um risco coletivo, tor-
nando-se uma fonte importante da doença para pa-
A Organização Mundial de Saúde considera a cul-
tura bacteriana o padrão-ouro para a confirmação cientes internados.
laboratorial(5). Este exame tem um valor especial na
investigação de surtos, pois nessas ocasiões é possí- Agradecimentos especiais
vel se obter positividade em 80% a 90% dos casos, Vigilância Epidemiológica da Regional de Ribeirão
porque o diagnóstico é mais precoce e a positividade Preto; Vigilância Epidemiológica do município de
é maior na fase inicial da doença e antes da introdu- Ribeirão Preto; Instituto Adolfo Lutz de Ribeirão
ção da antibioticoterapia(1). Preto; equipe técnica do Instituto Santa Lydia; e
O critério de confirmação de 40 casos (83,3%) foi equipe técnica (Diretoria Médica, Departamento de
laboratorial, através de cultura positiva para Pediatria e Epidemiologia) do Hospital das Clínicas,
Bordetella pertussis; quatro casos foram confirmados da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP.
n º d e n o tific a ç õ e s
nestes gráficos se reflete o trabalho, tanto do notifica-
dor quanto do analista, os quais, cada um ao seu modo, 4000
se esforçam para consolidar em nosso meio uma
3000
cultura de notificação, pelos profissionais de saúde, de
suspeitas de reações adversas a medicamentos ou de 2000
desvios da qualidade desses produtos.
No gráfico 1, distribuição das notificações de 1000
reações adversas a medicamentos, segundo origem 0
de notificação, 6.209 notificações são provenientes 2000 2001 2002 2003 2004
de hospitais (57%); 4.599 notificações são provenien-
tes de empresas farmacêuticas (42%) e, (1%) é de INDÚSTRIA HOSPITAL TOTAL
notificações encaminhadas por profissionais de Fonte: Núcleo de Farmacovigilância, Divisão de Produtos Relacionados à
Saúde - Ditep, do Centro de Vigilância Sanitária - CVS/SES-SP
saúde, não necessariamente vinculados a hospitais.
Período: maio de 1998 a dezembro de 2004. No gráfico 3, evolução anual das notificações de
reações adversas a medicamentos, o total corres-
Gráfico 1 ponde ao número de notificações recebidas de
Distribuição das Notificações de reações adversas a medicamentos,
segundo origem de notificação - maio de 1998 a Dezembro de 2004 janeiro de 2000 a julho de 2004, que foram digitadas
no banco de dados eletrônico.
Gráfico 3
Evolução anual das notificações de reações adversas a
Hospitais medicamentos - janeiro de 2000 a julho de 2004
57% Outros
(6209) 1%
1600
1200
800
400
Empresas 0
42% 2000 2001 2002 2003 2004
(4599)
Fonte: Núcleo de Farmacovigilância, Divisão de Produtos Relacionados à
Fonte: Núcleo de Farmacovigilância, Divisão de Produtos Relacionados à Saúde - Ditep, do Centro de Vigilância Sanitária - CVS/SES-SP
Saúde - Ditep, do Centro de Vigilância Sanitária - CVS/SES-SP
No gráfico 4, distribuição das notificações de
No gráfico 2, evolução anual das notificações de reações adversas a medicamentos, segundo gravi-
reações adversas a medicamentos, verifica-se o dade, o total corresponde ao número de notificações
gradativo incremento das notificações, pelas recebidas de janeiro de 2000 a julho de 2004, que
empresas farmacêuticas que operam no Estado, foram digitadas no banco de dados eletrônico.
dos relatos de reações adversas que lhes são Verifica-se 56% de reações adversas não graves;
encaminhados por profissionais de saúde, configu- 27% de reações adversas graves e 17% de desconheci-
rando tendência de crescimento de notificações de dos. Esse último dado alertou a equipe do Núcleo de
reações adversas a medicamentos (o número de Farmacovigilância do CVS quanto à importância de
notificações provenientes dos estabelecimentos de adotar-se estratégias de esclarecimento permanente de
saúde estabilizou-se no patamar registrado no prescritores, equipes técnicas, instituições e empresas;
último trimestre de 2004, o que mantém-se nos três introduzir-se campos de preenchimento obrigatório nos
primeiros meses de 2005). Período: de maio de formulários de Notificação e Comunicação para efeitos
1998 a dezembro de 2004. de análise e outros.
Gráfico 4 Gráfico 6
Distribuição das notificações de reações adversas a medicamentos, Distribuição das notificações de reações adversas a medicamentos,
segundo gravidade - janeiro de 2000 a julho de 2004 segundo sexo - janeiro de 2000 a julho de 2004
Não Grave
56% 2500
2000
1500
27% 1000
17%
500
Grave
Desconhecido 0
Masculino Feminino Desconhecido
Sistema PERI / CVS-SP
Sistema PERI / CVS-SP Fonte: Núcleo de Farmacovigilância, Divisão de Produtos Relacionados à
Saúde - Ditep, do Centro de Vigilância Sanitária - CVS/SES-SP
Fonte: Núcleo de Farmacovigilância, Divisão de Produtos Relacionados à
Saúde - Ditep, do Centro de Vigilância Sanitária - CVS/SES-SP
Metas
No gráfico 5, distribuição das notificações de O Centro de Vigilância Sanitária tem como metas
reações adversas a medicamentos, segundo faixa para o biênio 2005 e 2006:
etária, o total corresponde ao número de notificações ! Implementação do Sistema Estadual de
recebidas de janeiro de 2000 a julho de 2004, que Farmacovigilância, inserido no Sistema Nacional
foram digitadas no banco de dados eletrônico. de Farmacovigilância, coordenado pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa/MS;
Gráfico 5
Distribuição das notificações de reações adversas a medicamentos ! Informatização do formulário Notificação de
segundo faixa etária - janeiro de 2000 a julho de 2004 Reação Adversa a Medicamento ou Desvio da
Qualidade de Medicamento, e do formulário
1200 Comunicação de Reação Adversa a Medicamento
ou Desvio da Qualidade de Medicamento, que
1000 encontra-se em fase de testes prévios à implanta-
ção, para propiciar:
800
+ notificação através da Internet de suspeita de
600 reação adversa a medicamento ou desvio da
qualidade de medicamento: profissional de
400 saúde de nível superior;
+ comunicação através da Internet de suspeita de
200
reação adversa a medicamento ou desvio da
0 qualidade de medicamento: usuário;
! Aprimoramento e harmonização dos formulários
os
s
s
s
os
a is
id o
no
no
no
n
an
9a
9a
9a
ec
14
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0a
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30
50
De
6000
5330
5000
Q u a n tid a d e
4000
3000
956
1000
34 76 194
0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 Total
DQ 4 0 16 294 1008 423 1745
RAM 30 76 178 662 975 1664 3585
Ano
A Ufarm participa de ações de investigação in loco As farmácias paulistas são novas aliadas do poder
de casos graves de eventos adversos, junto com ou- Público na identificação de adversidades com os
tras gerências da Anvisa e em conjunto com os medicamentos vendidos no Brasil. A Anvisa lançou
Estados, durante a vigência de surtos relacionados a no dia 20 de janeiro do presente ano, em São Paulo, o
problemas de medicamentos. Em 2003, por exemplo, projeto piloto Farmácias Notificadoras, desenvolvido
foram investigados os seguintes temas: Celobar®; em parceria com o Centro de Vigilância Sanitária do
hidróxido de ferro III polimaltosado; anfotericina; hepa- Estado/CVS/CCD/SES-SP e o Conselho Regional de
rina; antimoniato de meglumina; produtos oftalmoló- Farmácia/CRF-SP, com o objetivo de aumentar o
gicos. número de informações qualificadas sobre reações
Uma estratégia da Ufarm é o desenvolvimento da adversas e desvios da qualidade dos medicamentos.
farmacovigilância descentralizada, ou seja, nas Os estabelecimentos que integrarem o projeto
vigilâncias sanitárias estaduais, especialmente, receberão o selo “Farmácia Notificadora” e serão
com a criação de centros estaduais. O Sistema alternativa para os consumidores que quiserem fazer
Estadual de Farmacovigilância passa pela colabo- queixas desses produtos.
ração entre diversas entidades, tendo como desta- O Estado de São Paulo está sendo pioneiro,
que o pioneirismo do Núcleo de Farmacovigilância novamente, com a adesão ao projeto-piloto e
do CVS - SP. contribuirá para a definição do fluxo de ações por
O ano de 2004 trouxe novas idéias e perspecti- contemplar diferentes realidades e ter o maior
vas, com profissionais já capacitados para repassar número de farmácias do País (14 mil). Essa fase terá
conhecimento e formar representantes dos esta- duração máxima de seis meses. Farmacêuticos de 43
dos, na tentativa de incentivar a constituição de lin- farmácias (públicas e privadas) estão participando do
guagem comum no contexto de farmacovigilância, projeto-piloto. O farmacêutico, que se mantém em
preparando parceiros para fortalecer a rede de noti- contato direto com os usuários, deve adotar novo
ficação nacional. comportamento ao ouvir queixas. Fará a coleta
Em 15 de março de 2004, foi inaugurado o quadro sistemática e a seleção das informações, procedendo
de gestão à vista da Ufarm, que inclui os seguintes à notificação de suspeitas de reações adversas e
temas, atualizados mensalmente: desvios da qualidade dos medicamentos
comercializados, como uma nova fonte de
! taxa de notificações de suspeita de reações informação, especialmente para os medicamentos de
adversas graves - geral; venda livre e fitoterápicos.
! taxa de notificação de suspeita de falha A efetivação de uma rede nacional de
terapêutica grave avaliada; monitorização de medicamentos, integrada e
! taxa de notificações de suspeita de reação harmônica, promoverá o conhecimento do risco
adversa a medicamentos (RAM) por efeito iminente no sistema de saúde e no mercado
extrínseco graves avaliadas; farmacêutico brasileiros permitindo a identificação
precoce de ameaças dos problemas relacionados
! taxa de notificações de suspeitas de RAM com os medicamentos.
graves avaliadas. Os indicadores atualizados
estão disponíveis no seguinte endereço
eletrônico da rede interna da Anvisa:
http://intravisa/intra/s_agencia/areas/naest/
proj_melhoria_gestao/acompanhamento.htm
Os alertas de Farmacovigilância divulgam infor-
mações sobre risco potencial ou real do uso de medi-
camentos. Em 2004, foram publicados sete alertas
federais. Além disso, há os alertas restritos, que
são uma ferramenta de comunicação entre a Anvisa
e a rede sentinela, visando reforçar ou descartar as
suspeitas de risco com medicamentos comerciali-
zados. O acúmulo de informações poderá promover
um alerta público, quando gerado um sinal de alerta,
que estão disponíveis no seguinte endereço eletrô-
n i c o d a A n v i s a n a I n t e r n e t :
http://www.anvisa.gov.br/farmacovigilancia/alerta
/index.htm
verão deste ano, período de grande afluxo de pessoas de Vigilância Epidemiológica (CVE). Dividido em
para o Litoral Norte. O Comitê informa que até o início três grupos, o curso foi especialmente dirigido aos
de abril, foi registrado apenas um caso de dengue interlocutores das Direções Regionais de Saúde
na região. (DIRs).
Os acidentes e violências, intencionais ou não,
são um problema de saúde pública em todo o
mundo. Segundo os dados de mortalidade de 1998,
Simpósio Sobre Meningites estima-se que 5,8 milhões de pessoas morrem, a
Bacterianas cada ano, em função de algum tipo de lesão,
segundo os dados da OMS de 2001.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo Os eventos mais comuns que produzem lesões
realiza, através da Divisão de Doenças de Transmissão no Estado de São Paulo são: violência interpessoal
Respiratória, do Centro de Vigilância Epidemiológica e agressões; colisões de veículos e acidentes de
“Professor Alexandre Vranjac” (CVE), o IV simpósio transportes; incidentes na residência, no trabalho e
sobre Meningites Bacterianas. O evento, que aconte- nas atividades esportivas ou recreativas.
cerá no dia 24 de maio, no Grande Auditório do Centro
de Convenções Rebouças (Av. Rebouças, 600, em A proposta de vigilância dos acidentes e
São Paulo), é dirigido a profissionais de saúde das violências para o Estado de São Paulo estabelece
redes pública e privada. algumas prioridades para as DIRs. São elas:
acompanhamento e analise dos dados de
Durante o simpósio, que será realizado das 8 às mortalidade por causas externas; implementação
13h30, serão discutidas: a situação epidemiológica da notificação dos maus-tratos contra a criança e o
atual das meningites bacterianas (Carlos Magno adolescente; estabelecimento de uma rede de
Castelo Branco Fortaleza, coordenador da CCD e do atendimento às vitimas de violência sexual; e
CVE); a doença meningocócica no município de São projetos especiais.
Paulo, de 1986 a 2002 (Eliseu Waldman, da Faculdade
de Medicina da USP); a questão do diagnóstico labora- Foram capacitados 41 profissionais das DIRs e
torial das meningites bacterianas (Vera Simonsen, do de alguns municípios para serem os interlocutores
Instituto Adolfo Lutz) e o pneumococo, os sorotipos do Sistema de Vigilância dos Acidentes e
prevalentes versus resistência bacteriana (Maria Violências. A carga horária foi de 16horas,
Cristina Cunto Brandileone, IAL). compreendendo teoria e prática de análise de
dados. Os programas empregados para esta
O evento promoverá, ainda, uma mesa-redonda finalidade foram o tabwin e o excel, tendo como
sobre estratégias de prevenção e controle das menin- apoio a base de dados do Sistema de Informação de
gites bacterianas, seguida de palestras sobre vacina- Mortalidade (SIM) e do Sistema de Internação
ção em grupos de risco (Marta Heloísa Lopes, do IC- Hospitalar (SIH).
FMUSP); vacinas disponíveis em surtos/epidemias e
quimioprofilaxia (José Cássio de Moraes, FCMSC- Para desenvolver estratégias de prevenção
SP); surto de doença meningocócica sorogrupo C em efetivas, é necessário melhorar a qualidade das
Itapeva (Kátia Cristina G. L. Burgundgi, da Vigilância informações, conhecendo os números de acidentes
Epidemiológica da DIR XXI - Sorocaba); e diagnós- e violências, bem como as circunstâncias em que
tico clínico e tratamento das meningites bacteria- esses eventos ocorrem. Tais informações indicarão
nas (Otávio Branchini, Instituto de Infectologia a dimensão do problema e onde a implantação de
Emílio Ribas). medidas de prevenção é mais urgente.