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Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands

Rendendo-se ao Higlander

Lynsay Sands

(Série Noivas das Highlands 05)

NKings e Alyd

Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands


Sinopse

Edith Drummond deve sua vida a Niels Buchanan e seus irmãos.

Acordar, depois de uma doença, em um castelo invadido por highlanders robustos é

desconcertante, mas saber que ela está sendo lentamente envenenada também é.

Niels insiste em ficar ao seu lado, e Edith logo descobre que ainda mais perigosa é sua

atração pelo feroz guerreiro selvagem. Niels nunca conheceu uma mulher mais corajosa -

ou doce - que Lady Edith. A idéia de tal sedutora moça ser forçada a entrar para um

convento era mais do que qualquer escocês de sangue vermelho podia suportar. Ele irá,

de bom grado, até mesmo se casar com ela. Mas enquanto arrebatá-la é fácil, ele vai

precisar de toda a sua habilidade para derrotar os inimigos implacáveis da família dela e

convencê-la a render-se ao seu doce abraço.

Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands


PRÓLOGO
Niels olhou para seu cunhado, sem expressão por um momento e depois explodiu,
— Vocês são idiotas? Não vamos a lugar nenhum perto de Drummond. Estamos
viajando para McKay, ao norte. Drummond é ao sul.
— Sim, — Geordie concordou ao lado dele, franzindo o cenho para o marido de sua
irmã, por via das dúvidas. — Paramos aqui para deixar Rory e ver nossa irmã.
— Eu sei, — Greer rosnou, seus olhos girando, dos quatro irmãos Buchanan
sentados à sua mesa, para o patamar superior, como se esperando sua esposa aparecer a
qualquer momento.
Niels seguiu seu olhar, mas não havia nada para ver. O patamar estava vazio. Ele
olhou de volta para seu cunhado, a tempo de ver sua boca fechando com determinação,
quando ele voltou sua atenção para eles.
— Eu sei que seria aumentar sua jornada, e eu não peço isso, mas Saidh está
realmente preocupada com sua amiga Edith Drummond. Na última carta que recebeu
dela, há quatro semanas, Edith estava se sentindo mal, e ela não teve notícias desde
então. Saidh não teve resposta para suas últimas três mensagens e está preocupada.
— Então mande um maldito mensageiro, — Niels explodiu com impaciência. —
Bom Deus, homem. Drummond é quase tão longe ao sul quanto Buchanan é de lá, mais
um dia de viagem para leste. Nós temos que cavalgar todo o caminho de volta de lá, e
então voltar aqui, apenas para continuar com a nossa viagem original.
— Seria adicionar pelo menos uma semana em nossa viagem, — Geordie afirmou,
carrancudo.
— Mais, — Alick comentou com uma careta. — Nós temos que andar devagar com
a carroça. — Balançando a cabeça, ele disse: — Niels está certo. Você faria melhor em
enviar um mensageiro.
— Você não me ouviu acabar de dizer que Edith não respondeu às últimas três
mensagens que enviamos? — Greer rosnou, com frustração. — Meu último mensageiro
não pôde nem mesmo atravessar a muralha de Drummond. Ele foi levado a deixar a
mensagem no portão. Ele voltou sem nenhuma notícia. Saidh está focada e determinada
em cavalgar para Drummond ela mesma e ver que Edith está bem.
— Então? — Perguntou Niels, com perplexidade. — Saidh viajou antes e irá
novamente. O que...?
— Ela está grávida,— Greer rugiu, como se eles tivessem esquecido esse pequeno
fato.

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— Sim, grávida, não morta, — disse Niels com desgosto. — Bom Deus, ela tem mais
cinco meses antes do bebê chegar. Certamente você não está tentando envolvê-la em
panos e impedi-la de fazer qualquer coisa só porque ela... — Santo Cristo! — Ele
terminou com consternação, quando Saidh apareceu no alto do patamar e começou a
descer as escadas. Sua querida — normalmente ágil — irmã parecia que tinha engolido
um bezerro... ou dois. Santo Deus, sua barriga estava tão inchada e arredondada que ela
poderia estar transportando três bezerros lá, ele pensou com desânimo. Ela parecia tão
desajeitada que ele temia que ela iria se desequilibrar e rolar escadas abaixo, como uma
bola.
Aparentemente ele não era o único com essa preocupação, pois Greer MacDonnell
estava agora mesmo saltando em pé, para correr para o lado de sua esposa. Todos eles
olharam com espanto silencioso quando ele se apressou a subir as escadas, pegou-a nos
braços e carregou-a para baixo o resto do caminho.
— Eu disse a você que pedisse à sua criada para me buscar, quando estivesse
pronta para descer, — Greer estava dizendo, exasperado, enquanto se aproximava da
mesa.
— Estou grávida, não aleijada, marido, — Saidh resmungou com irritação. — Eu
sou perfeitamente capaz de caminhar sem ajuda.
— Talvez, mas eu não aguento assistir, — Greer rosnou, colocando-a na cadeira ao
lado da sua, com um cuidado notável em sua voz. — Cada vez que você começa a descer
temo que você apenas vai apontar para a frente e rolar para baixo como... — as palavras
de Greer morreram em uma careta de desculpas, quando notou a expressão dura de
Saidh.— Eu só me preocupo, — ele terminou sem jeito e, em seguida, ofereceu um
sorriso conciliador e disse: — Eu vou informar ao Cook que você desceu e está pronta
para o desjejum.
— Obrigada, marido, — Saidh murmurou, sorrindo quando ele se inclinou para
pressionar um beijo em sua testa, antes de se afastar. Ela observou-o atravessar o grande
salão para a cozinha, seu rosto suave, com carinho e apreciação, sendo que ambos
estavam definitivamente ausentes quando ela virou para seus irmãos e então deu um
pequeno bufo de desgosto e estourou, — Bem? Não estão felizes em me ver?
Niels ergueu as sobrancelhas para a pergunta mal-humorada e deixou seus olhos à
deriva, para se fixarem em seu ventre enorme. — Sim. Estamos todos apenas surpresos
que haja tanto para ver.
— Você parece prestes a estourar, — disse Alick, com admiração. — Eu pensei que
você estava com apenas quatro meses.
— Eu estou, — ela murmurou tristemente, uma mão subindo para esfregar sua
barriga saliente. — Eu acho que posso estar grávida de dois.
— Eu estou pensando em seis, — Geordie disse e prontamente recebeu um chute
duro de sua irmã, pelo seu transtorno.

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Niels reprimiu uma risada e se virou para Rory, as sobrancelhas levantadas. — Ela
deveria estar tão grande?
Rory fez um estalo com a boca fechada e levantou para se mover para o lado de
Saidh. Colocando uma mão em seu cotovelo, ele tentou instigá-la a ficar de pé. —
Devemos retirar-nos lá para cima por alguns momentos.
— Escadas acima? — Saidh perguntou com uma careta e depois balançou a cabeça
e soltou o braço de seu aperto. — Não. Eu acabo de descer. Além disso, estou com fome
e...
— E eu preciso examinar você, — Rory respondeu com firmeza. — Você pode
comer depois.
— Ou, — ela sugeriu, com a mesma firmeza, — Você poderia examinar-me depois
que eu tiver comido.
— Ou, eu poderia examiná-la aqui em frente de todo mundo, — disse ele em tom
de conciliação que não suavizava a ameaça.
Os olhos de Saidh estreitaram, e sua mão se moveu para o sgian-dubh1 em sua
cintura. — Experimente e eu vou espetar você aí onde está.
— Saidh, — Rory reclamou com exasperação, e depois soltando um suspiro, tentou
a razão. — Você está muito maior do que deveria nesta fase do jogo, moça. Pode ser
perigoso. Eu preciso ouvir seu batimento cardíaco e ver que ele não está sob tensão.
Gostaria também que...
— Eu estou bem, — ela disse severamente, e quando ele abriu a boca para
argumentar mais, acrescentou, — Mas eu vou fazer um acordo com vocês.
— Qual? — Rory perguntou e Niels não poderia deixar de notar que seu irmão
estava de repente, cauteloso. Ele teria que ser mesmo. Nunca se sabia o que iria sair da
boca de sua irmã.
— Prometa me acompanhar para ver como está Edith e eu vou deixar você me
examinar, — Saidh disse, com firmeza.
Rory fez uma careta. — Saidh, você não pode estar pensando seriamente em
montar um cavalo com essa forma. Você...
— Bem. Então eu não tenho necessidade de ser examinada, — Saidh derramou seu
julgamento e se virou para a mesa.
Niels abaixou a cabeça para esconder sua diversão, enquanto Rory praguejava,
mas, em seguida, seu irmão soltou um suspiro. — Bem. Se você me deixar examinar
você, vou ver o que posso fazer por sua amiga Edith, — disse ele brevemente. — Agora...
quer por favor deixar-me examinar você e certificar-me que tudo está bem?
Saidh relaxou e até mesmo sorriu levemente, mas, em seguida, ela fez uma careta e
disse: — Ótimo. Mas dê-me um minuto para descansar, pelo menos. Foi um pouco
cansativo chegar aqui embaixo.

1pequena faca de gume único, usada como parte da roupa tradicional das Terras Altas escocesas, juntamente com o kilt.

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Essa última parte foi admitida quase vergonhosamente, o que lhes disse que era
verdade. Saidh não gostava de mostrar fraqueza.
— Vou carregar você, — Rory ofereceu gentilmente.
Ela piscou para a sugestão e começou a rir, mas parou rapidamente quando olhou
melhor para Rory. Arregalando os olhos um pouco, ela pegou em seu irmão
anteriormente esguio e disse: — Você ganhou peso e seus braços têm músculos.
— Sim.— Niels sorriu ao seu comentário. — Ele tem estado trabalhando no pátio de
treinamento com o resto de nós, desde que chegamos em casa depois de escoltar Dougall
e Murine até Carmichael.
— Por quê? — Perguntou ela, com surpresa.
Rory fez uma careta e respondeu: — Nossos irmãos têm estado trabalhando duro
para me convencer de que, embora saber como curar ferimentos dos outros fosse bom,
poderia ser prudente aprender a me defender bem, para que eu pudesse me manter
saudável o suficiente para fazê-lo. — Ele deu um sorriso torto e acrescentou: — Depois
de todos os problemas que tanto você, como Dougall e seus companheiros tiveram
recentemente, pareceu que eles podiam estar certos.
— Sim, — Saidh disse solenemente. — Eles estão.
Rory assentiu, e depois levantou uma sobrancelha. — Devo carregar você?
Com um suspiro, ela balançou a cabeça e se levantou. — Eu andarei. Você pode
segurar meu braço para ter certeza que eu não me desequilibre e caia para trás, pelas
escadas.
Rory apenas balançou a cabeça e tomou-lhe o braço para conduzi-la.
Niels olhou-os ir, seu olhar se estreitando com preocupação pela barriga saliente de
Saidh.
— Certamente ela não deveria estar tão grande? — Geordie murmurou, com um
franzir da testa.
Niels sacudiu a cabeça. — Eu nunca vi assim, logo no início.
— Sim, e você sabe o que isso significa, — Alick disse, melancolicamente. Quando
os outros dois homens apenas olharam para ele, questionando, ele revirou os olhos e
assinalou. — Nós vamos ter que ir para Drummond agora. Não podemos deixar Saidh
tentar montar até lá em seu estado. Inferno, ela estava ofegante e cansada só de descer as
escadas e Greer carregou-a a maior parte do caminho.
Niels soprou o fôlego em um suspiro, mas assentiu. — Nós vamos fazer um desvio,
dessa forma, no nosso regresso de McKay e...
— Você pode não esperar tanto tempo.
Esse comentário determinado atraiu seu olhar em volta e ele viu que seu cunhado
estava voltando. Com a boca apertada, Niels disse: — Nós temos uma entrega para fazer,
Greer. Os McKays estão esperando seus tecidos até o final da semana. Apenas não
podemos...

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— Eu vou ter seis de meus homens fazendo a entrega em seu lugar, — Greer disse
com firmeza. — Mas você tem que se encaminhar para Drummond imediatamente, em
lugar de Saidh insistir em ir sozinha.
Niels franziu os lábios enquanto considerava a oferta e, em seguida, respondeu:
— Doze homens.
— Doze? — Greer fez uma careta para a sugestão. — Iam ser só três de vocês para
levar até lá.
— Sim, mas é um tecido caro, e um Buchanan vale quatro dos seus guerreiros
médios, — ele ressaltou. — Naturalmente, se você quer viajar com eles, então pode
ir com oito e mais você.
Um pouco apaziguado pela implicação de que ele era tão bom guerreiro quanto
seus cunhados, Greer suspirou e, em seguida, assentiu. — Tudo bem. Doze guerreiros
irão escoltar o tecido dos McKay.
Niels sorriu lentamente. Ele tinha acabado de negociar uma longa e desconfortável
viagem de duas semanas para McKay, e de volta, para uma muito mais rápida excursão
de dois dias para Drummond. A vida era boa quando os céus sorriam para você assim.

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Capítulo 1

— Inferno! Abra o maldito portão e deixe-nos ver Lady Edith, seu devasso, ou nós
vamos incendiá-lo e esmagá-lo nós mesmos.
A ameaça de Alick fez Niels sacudir a cabeça, porque as ameaças eram tudo que
eles podiam fazer. Incendiar os portões de Drummond e derrubá-los seria a última coisa
que eles fariam. Inferno, com apenas os quatro lá, ele não tinha certeza de que sequer
podiam. Apesar de que seria divertido tentar, reconheceu.
Ainda assim, eles não estavam aqui para iniciar uma guerra com os Drummond.
Sua única tarefa era verificar a amiga de sua irmã e apresentar um relatório a Saidh sobre
como ela passava. Infelizmente, nada menos do que realmente ver a moça seria
suficiente para impedir Saidh de insistir em tentar cavalgar até aqui, para vê-la por si
mesma. E suspeitava que mesmo isso não seria suficiente. Logo que eles tinham
concordado em vir, ela insistiu em acompanhá-los. Apenas o aviso do Rory, de que a
viagem pudesse prejudicar seus bebês em gestação, a manteve em casa. Bem, isso e a
ameaça de Greer de amarrá-la em sua cama e mantê-la lá, sob guarda, até que os bebês
tivessem nascido, se ela sequer tentasse montar um cavalo.
Niels balançou a cabeça novamente com o pensamento. Bebês, no plural. Porque
sua irmã estava esperando mais de um bebê. Rory suspeitava que eram gêmeos. Alick e
Geordie tinham certeza de que iam ser mais e estavam apostando no tamanho da
ninhada. Alick estava imaginando três, Geordie quatro. Niels pensava que ambos eram
loucos. As mulheres não tinham ninhadas de três e quatro. Gémeos, apenas, eram uma
raridade. Três ou quatro... bem... ele tinha ouvido histórias de mulher velha sobre uma
mulher no caminho de volta de uma terra distante, tendo três crianças em um
nascimento, mas tinha certeza que eram contos de mulher velha, isso era tudo o que
eram. Embora... Saidh estava enorme o suficiente para estar grávida de três ou quatro.
Levantando o olhar para os homens no portão da torre, ele gritou com calma: —
Nós apenas queremos ver sua lady. Nossa irmã, sua amiga Lady Saidh MacDonnell, está
preocupada com o bem-estar de sua lady. Se não deseja abrir o portão, então apenas faça
sua lady vir até o portão e deixe-nos vê-la, para que possamos dizer à nossa irmã que ela
está bem e saudável.
Os homens na muralha todos se entreolharam, em seguida, um deles disse: — Eu
pensei que era em Lady Edith que estivesse interessado, não na nossa Lady.
— Sim. — Niels franziu a testa. — Edith não é a Lady aqui? Eu entendi que sua mãe
estava morta e ela era a Lady aqui agora.
— Ela era, — o homem falou de volta. — Mas Brodie, o filho mais novo casou e sua
esposa, Lady Victoria é agora a Lady. E o laird ordenou que o portão não fosse aberto
para qualquer pessoa até que eles voltem.

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As sobrancelhas de Niels subiram com a notícia. Ele não tinha ouvido falar do
casamento, e foi um pouco uma surpresa que a noiva do filho mais novo tivesse
permissão para subir de grau e substituir a filha da casa como lady. Talvez se tivesse o
irmão mais velho e herdeiro casado, sua esposa como futura Lady de Drummond teria
subido, mas a esposa do filho mais novo?
Ainda assim, isso não era o seu problema para lidar, então ele apenas colocou essa
informação de lado, para considerar mais tarde, e disse: — Bem, é em Lady Edith que
estamos interessados. Saidh enviou três mensageiros e não recebeu resposta. Ela nos
pediu para vir vê-la, para ter certeza que ela está bem. — Ele parou um instante e, em
seguida, acrescentou: — Ela tinha certeza de que, a hospitalidade escocesa sendo o que é,
vocês não iam virar as costas para nobres, como fizeram com meros mensageiros.
Os homens acima deles começaram a discutir para lá e para cá. Parecia que alguém
lá em cima sentira que deveria ser permitida a entrada. Outros, obviamente, não
concordavam e ele esperou pacientemente enquanto a discussão continuava. Depois de
um momento, porém, ele repetiu: — Não precisamos entrar para agradar nossa irmã. Se
vocês apenas trouxessem Lady Edith ao portão, para nos assegurar que ela está bem, nós
voltaríamos para nosso caminho.
— Ela não pode, — disse o que falara anteriormente e, em seguida, admitiu
severamente. — Ela está muito fraca para vir até o portão.
— Ela ainda está doente, então? — Rory perguntou a seu lado, a preocupação em
sua voz.
— Muito. — O homem parecia cansado. — Ela está pendurada por um fio e durou
mais tempo do que o pai e os dois irmãos mais velhos, mas ela não fica muito mais neste
mundo. Uma vergonha também, ela está provando ser uma lutadora. Teria sido uma boa
líder do clã.
Os olhos de Niels se arregalaram com a notícia de que Ronald Drummond e seus
dois filhos mais velhos estavam mortos, mas supôs que isso explicava como a esposa do
filho mais novo podia agora agir como lady do castelo.
Rory mexeu-se sem parar na sela ao lado dele, e Niels olhou de relance quando ele
assinalou: — Saidh não ficará feliz se partirmos sem mais notícias, além de que a mulher
ainda está doente.
Concordando, Niels levantou a cabeça para gritar: — Nós não vamos partir daqui
até que a moça esteja morta ou de pé. Nossa irmã não aceitaria menos.
— Nós vamos lhe dizer quando ela morrer, então, — a voz falou de volta.
Rory murmurou baixinho.
Ignorando-o, Niels disse: — Ou vocês poderiam nos deixar entrar. Meu irmão aqui
é o melhor curador da Escócia. Ele ainda pode ser capaz de salvar Lady Edith.
O silêncio reinou por um momento e, em seguida, uma outra discussão sussurrada
ocorreu acima.

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Niels tentou esperar pacientemente, mas realmente, isso não terminava. Ele mal
tinha tido o pensamento, quando Alick murmurou com raiva atrás dele, — Isto é uma
farsa. Um escocês não deixa aliados em pé no portão, como mendigos e recusa-lhes a
entrada.
— Não se eles querem mantê-los como aliados, — Geordie concordou, com um
grunhido.
— Geordie e Alick estão certos, Niels. Isto é inaceitável, — Rory disse severamente.
—Eu poderia estar lá agora ajudando a moça, se eles quisessem, mas...
Niels levantou a mão para silenciá-lo e gritou: —Parem sua briga aí em cima e
usem suas cabeças! Meu irmão pode ajudá-la. Vocês se importam tão pouco com seus
parentes? O que vai o laird, seu irmão, achar, quando eu disser a ele que vocês a deixaram
morrer? E eu vou ter a certeza de dizer a ele. Agora, abram o maldito portão seus idiotas
estúpidos, ou eu vou escalar esta parede eu mesmo, cortar suas gargantas e abri-lo...
Niels parou no meio da ameaça quando o portão começou a subir. Sobrancelhas
levantando, ele murmurou, — Hmmm. Parece que eles estão abrindo o portão.
— Eu não posso imaginar por que, — Rory murmurou, revirando os olhos.
— Deve ser meu charme natural, — disse Niels, com um encolher de ombros,
insistindo com seu cavalo para frente, antes que os homens na muralha pudessem mudar
de ideia e abaixar o portão novamente.
— Oh sim, com certeza. O charme Buchanan ganha toda vez, — Geordie
concordou, seguindo-o até a ponte.
— Irmãos, — Rory repreendeu, impelindo sua montaria entre as deles, — se este é o
tipo de charme que vocês exibem em uma base regular em suas viagens, não admira que
eu estou sempre tendo que consertar vocês em seu retorno.
— Não, charme não tem nada a ver com isso, — Niels assegurou. — Compaixão é a
razão de voltarmos com machucados.
— Compaixão? — Perguntou Rory, com perplexidade.
— Sim, bem, temos que deixar nossos adversários conseguir pelo menos uma
pancada ou duas, senão eles estariam desmoralizados por terem sido superados tão, —
Niels disse razoavelmente.
— E depois há você, — Geordie acrescentou.
— Eu?— Perguntou Rory, com consternação. — Que tenho eu a ver com você ser
ferido na batalha?
— Bem, você precisa de prática na cura, não é? Então, juntamente com ajudar a
nossa oposição a se sentir menos incompetente com a espada, damos a você algo para
fazer quando voltamos, o que faz com que você se sinta importante. O que você sempre
vai nos agradecer por isso, — Geordie acrescentou, num murmúrio.
— Agradecer a você? — Perguntou Rory com descrença. — Você está louco? Você
certamente não pode estar falando sério?

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— Não, — disse Niels com diversão. — Mas tivemos você acreditando por um
minuto, não foi?
Rory manteve sua boca fechada e franziu a testa, para um por um.
— Você vê toda a diversão que perde quando insiste em ficar em casa com seus
velhos livros empoeirados e medicinas, em vez de viajar com a gente? — Alick disse
alegremente, impelindo a sua própria montaria para o lado de Geordie, quando eles
começaram a atravessar o pátio.
Rory lançou-lhe uma expressão de desgosto. — Você quer dizer, comendo a poeira
levantada pelo cavalo na frente do meu, dormindo no frio, chão duro e sendo
ridicularizado a cada momento? — Ele perguntou, secamente. — Oh, sim, eu lamento ter
perdido isso todos esses anos.
— Às vezes, Rory, tenho certeza que você é uma criança trocada, — Geordie disse,
com tristeza.
— Não, — Niels assegurou. —É mais provável que Deus só tenha ficado com as
coisas um pouco confusas, quando ele estava fazendo Saidh e Rory.
— Você quer dizer que talvez ele queria que Saidh fosse um rapaz e Rory uma
mocinha? — Geordie sugeriu com um sorriso largo. — Eu acho que nós podemos ter
discutido essa mesma coisa, uma ou duas vezes em nossas viagens.
— Sim, discutimos, — Alick concordou.
— O quê? — Rory gritou, com desânimo.
— Bem, pense nisso, — Alick disse, quando se aproximaram os degraus que
conduziam às portas duplas da frente do castelo de Drummond. — Você gosta de ficar
em casa, no agradável castelo morno com suas ervas e tal, enquanto Saidh gosta de viajar
e lutar e espetaria um homem só de olhar para ele. É como se ela fosse feita para ser
outro irmão, e você a irmã, — disse ele razoavelmente, quando todos eles pararam nos
degraus.
Niels olhou para Rory para ver como ele estava levando a sugestão e começou a rir
de sua expressão horrorizada, assim como Geordie e Alick faziam.
— Oh, sim, riam os três, — Rory disse acidamente. — Mas eu garanto que eu não
vou esquecer isso na próxima vez que precisarem ter suas feridas cuidadas.
Ainda rindo, Niels deu de ombros e deslizou de sua montaria com despreocupação.
Qualquer que fosse a mesquinha punição que Rory escolhesse para distribuir mais tarde,
valeria bem a pena a reação que sua provocação tinha conseguido.
— Você vai salvar Lady Edith?
Niels virou-se a essa pergunta suave, para encontrar um pequeno menino loiro,
com olhos sérios, de pé atrás dele. Ao lado do garoto estava um deerhound2 com uma
pelagem castanho avermelhada. O animal sentado era quase mais alto que o menino e
certamente uns bons seis quilos mais pesado. Niels nunca tinha visto um cão tão grande.

2 O Deerhound escocês é um cão de grande porte, silencioso e obediente. Sua pele e pelagem são ideais para climas frios.

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— Vão? — Perguntou o menino, lembrando-o de sua pergunta.
— Nós vamos fazer o nosso melhor, — disse Niels, deslocando sua atenção de volta
para o garoto.
— Vovó diz que ninguém pode salvá-la, — o menino disse com tristeza.
— Ela disse, não é? — Niels perguntou em voz baixa.
Ele assentiu. — Sim. Ela diz que é apenas uma questão de tempo e ela vai como o
laird e seus filhos.
Niels franziu a testa para a ideia e, em seguida, disse: — Talvez isso fosse verdade
antes que chegássemos aqui, mas você está vendo aquele homem ali? — Ele apontou
para Rory, enquanto seu irmão terminava de desmontar e caminhava ao redor de seu
cavalo para se juntar a eles. — Aquele é meu irmão Rory, e ele é o melhor curador de
toda Escócia. Se há alguém que pode ajudar sua lady a se livrar do que a está adoecendo,
é ele.
O menino olhou Rory muito solene e, em seguida, assentiu. — Eu espero que sim,
milorde. Porque eu ficaria terrivelmente triste se ela morresse. Ela é sempre tão
agradável. Não é como a mulher do Laird Brodie, Lady Victoria. Se ela fosse a lady
quando chegamos aqui, nós nunca teríamos sido autorizados a permanecer.
— Hmmm.— Niels fez o som, simplesmente porque ele não sabia mais o que dizer,
e depois se endireitando novamente, ele perguntou: — Qual é seu nome, rapaz?
— Ronson, senhor.
— Você não é de Drummond, Ronson? — Perguntou Rory.
— Não, senhor. Nós somos do sul. Mas quando minha mãe morreu, o laird da
nossa casa antiga colocou-nos para fora. Vovó e eu viajamos muito tempo para
encontrar um novo lar, mas ninguém nos queria. Eles disseram que vovó estava muito
velha e eu era muito jovem. Mas Lady Edith nos pegou e colocou vovó para trabalhar.
Deu-me um trabalho também, — acrescentou com orgulho.
— E que trabalho foi esse? — Perguntou Niels, suspeitando que ele já sabia a
resposta.
— Eu cuido do Laddie, — ele anunciou, o peito inchando quando ele jogou um
braço magro sobre a enorme besta. — Ele tem que ser alimentado e passear e ser
escovado, mas Lady Edith não tem tempo para tudo, com todo o trabalho que tem que
fazer por aqui. É um trabalho muito importante, — assegurou-lhes.
— Sim, — Niels concordou. — Muito importante. Ela teve sorte que você veio.
— Sim, — disse Ronson, e depois franziu a testa e admitiu: — Mas eu talvez não vá
ter o trabalho muito mais tempo.
— Por que isso? — Perguntou Rory.
Ronson hesitou, sua expressão infeliz, e depois confidenciou: — Eu ouvi algumas
criadas falando e eles disseram que mesmo que Lady Edith sobreviva, ela não fica por
muito tempo mais em Drummond. Eles disseram que tão certo como cuspir, Lady
Victoria iria tê-la enviada para o convento, na primeira chance que ela tivesse e se isso

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acontecer, nós podemos ter que sair. — Ele apertou os lábios brevemente e, em seguida,
perguntou: — Você acha que isso é certo? Será que Lady Victoria vai mandar Lady Edith
embora?
— Eu não sei, rapaz, — Niels admitiu. — Mas vamos resolver um problema de cada
vez e colocar Lady Edith bem novamente, antes de começar a nos preocupar com outros
assuntos. Vamos?
— Sim, — Ronson disse, e, em seguida, esfregou a cabeça do deerhound entre as
orelhas. — Lady Edith gosta com certeza de Laddie. Eu estive pensando que talvez ela se
sentisse melhor se ele a visitasse. Ele é muito importante para ela. Ela deve ficar melhor
se ele a visitar.
— Hmmm, — disse Niels, segurando um sorriso. — Sim, bem, talvez mais tarde.
Estou pensando que deveríamos deixar meu irmão olhar em primeiro lugar e ver o que
ele pode fazer por ela. Tudo bem?
— Sim, — ele disse com decepção e, em seguida, olhou além de Niels e fez uma
careta. — Aí vêm Tormod e Cawley.
Niels olhou por cima do ombro para ver dois homens se aproximando. Ambos
eram velhos, um era alto e magro, mancando, outro mais baixo e arredondado.
— E quem são Tormod e Cawley? — Rory perguntou, quando Niels se virou.
— Eles eram o primeiro e o segundo do velho Laird, agora eles são primeiro e
segundo do Laird Brodie. Tormod é o mais alto. Ele é o primeiro... e ele não gosta de
mim, — acrescentou com tristeza.
— Tenho certeza que isso não é verdade, — Rory assegurou.
— Sim. É.— Ronson insistiu. — Ele disse a Lady Edith para não nos deixar ficar.
Disse que não seríamos nada além de problemas e mais bocas para alimentar.
— Ah, — Niels disse e quase suspirou. Ele não tinha dúvidas de que o homem
havia dito isso. E, provavelmente, bem na frente do menino e sua avó. O que foi
lamentável.
— É melhor eu pegar Laddie e escová-lo agora, — Ronson murmurou.
Niels assentiu e assistiu o menino levar o grande cão para longe, antes de se virar
para observar Tormod e Cawley se aproximando. O par parecia estar brigando e ele se
perguntou se eles eram a fonte de toda a discussão que havia ocorrido na muralha,
enquanto esperavam para serem autorizados a entrar. Se assim fosse, a briga continuava
apesar de estarem dentro agora.
— Chega, — Tormod exclamou, quando o par parou na frente de Niels e seus
irmãos. Ele então voltou sua atenção para eles e anunciou severamente, — Cawley aqui
vai encontrar alguém para atender seus cavalos, enquanto eu os levo para ver Lady
Edith.
Niels estreitou os olhos para o cumprimento pouco educado, mas apenas
perguntou: — Você é quem está responsável, enquanto o Laird Drummond está fora?

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— Sim. Infelizmente eu estou, — ele admitiu, sua boca retorcendo com desgosto e,
em seguida, ele anunciou:— Eu sou Tormod Drummond, o homem que responderá por
deixá-los entrar aqui. E esse é Cawley Drummond que não será responsabilizado, apesar
de sua perturbação e assédio serem a razão por trás disso.
— É a coisa certa a fazer e você sabe disso, — Cawley disse com veemência. — Se
eles podem salvar a pequena Edith...
— Sim, sim, — Tormod interrompeu com irritação. — Eu os deixei entrar, não foi?
—Apesar do fato de que Brodie irá provavelmente me açoitar por fazê-lo.
As sobrancelhas de Niels subiram com a falta de respeito evidente do homem, que
não estava usando o título de Brodie, e a sugestão de que Brodie iria puni-lo por deixá-
los entrar.
— Seu laird irá dificilmente reclamar quando Rory salvar a vida de sua irmã, —
Alick disse seriamente, colocando-se ao lado de Niels.
— Meu irmão Alick, — Niels apresentou-o, e depois acrescentou: — E estes são
Geordie, Rory e eu sou Niels.
Tormod apenas balançou a cabeça e virou-se para responder ao comentário de
Alick com um cansado: — Se ele salvar sua vida, você pode estar certo. Infelizmente, eu
não estou achando que é provável que aconteça. — Com essa mesma nota sombria, ele
virou-se para indicar o caminho até as escadas.
— Por quê? O que a aflige? — Rory perguntou com interesse, pegado nos
calcanhares do homem.
Tormod simplesmente sacudiu a cabeça. — O inferno se eu souber. Ninguém sabe.
Isso veio de repente. Atingiu Laird Drummond e seus filhos mais velhos Roderick e
Hamish todos de uma vez. O velho Laird morreu na primeira noite, mas sua saúde já
estava em declínio, de qualquer maneira. Os dois meninos, porém, eram jovens e fortes, e
duraram três ou quatro dias. Lady Edith cuidou deles, — ele acrescentou, não soando
feliz com isso. Eles entenderam por que, quando ele acrescentou: — Eu disse que ela não
deveria, que ela ia pegar o que quer que eles tivessem, e ela devia deixar seus cuidados
aos criados. Mas não, ela tinha que cuidar deles ela mesma, e com certeza eu estava certo.
Nós mal tínhamos enterrado o segundo rapaz, então ela adoeceu.
— E Brodie e sua nova esposa? — Niels perguntou e observou a maneira como a
boca do homem se apertou.
— Quando a criada de Lady Edith adoeceu enquanto cuidava dela, Brodie entrou
em pânico. Temia que se espalhasse pelo clã e levasse ele e sua esposa também. Decidiu
que eles deviam partir para paragens mais seguras, por um tempo. — Parando nas
portas duplas, ele olhou para trás enquanto abria uma e acrescentou, amargamente. —
Ele não podia sair daqui rápido o suficiente. Empacotou sua nova esposa, sua criada e
algumas roupas, pegou uma pequena escolta de seis homens e fugiu para fora daqui
como se os cães do inferno estivessem em seus calcanhares.

Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands


— Deixando o resto de vocês aqui para lidar com os problemas, — Niels supôs,
severamente, enquanto ele conduzia seus irmãos através da porta que o homem
mantinha aberta para eles.
— Sim. Isso mesmo, — Tormod concordou, com desgosto. Ele seguiu-os e deixou a
porta fechar atrás dele.
— E Lady Edith tem estado doente por mais de quatro semanas agora? — Rory
perguntou, quando Tormod conduziu-os através do corredor movimentado. Isso foi o
que Saidh lhes tinha dito, então eles foram surpreendidos quando Tormod sacudiu a
cabeça.
— Pouco mais de três semanas, — Tormod corrigiu-o.
— Mas nossa irmã disse que a última carta de Edith foi há um mês agora e ela
mencionou estar sentindo-se mal, então, — Niels disse, lentamente.
— Oh, sim. — Tormod afastou isso . — Uma semana antes desta nova doença, Lady
Edith tinha um pouco de mal estar na barriga. Ela estava melhor disso, entretanto, no
momento em que esta nova doença a atingiu três semanas atrás.
— Ah. — Niels assentiu. — E seus irmãos morreram em questão de dias a partir
disso, mas ela ainda está viva, mas doente?
— Sim. Ela é uma lutadora, ela é. Ela teria sido uma líder do clã muito boa. Melhor
do que esse irmão inútil dela. Todavia Brodie está bem e tranquilo e em algum lugar em
segurança longe, enquanto ela fica cada dia mais fraca. — Ele esfregou as costas de seu
pescoço com uma mão, quando chegaram as escadas para o segundo nível. Liderando o
caminho para cima, ele acrescentou: — Eu estou espantado que ela tenha durado tanto
tempo como ela durou, mas pode não durar muito mais tempo.
— Quais são os sintomas? — Perguntou Rory.
— Com o pai e os irmãos eram dor de cabeça, tontura, dificuldade para respirar e
alucinações. Pelo que ouvi é basicamente o mesmo com Lady Edith, exceto que ela está
enjoada acima de tudo, não podendo manter qualquer coisa dentro e enfraquecendo
mais a cada dia.
Tinham chegado ao topo das escadas e ficaram em silêncio, enquanto seguiam
Tormod para a segunda porta, ao longo do corredor. Parando lá, o homem virou-se para
examiná-los, antes de fixar seu olhar em Rory. — Você é o curador?
— Sim, — Rory disse, erguendo-se orgulhoso.
Tormod assentiu. — Você pode entrar. Os outros três podem esperar aqui fora.
Niels apenas balançou a cabeça. Ele não tinha nenhum desejo de entrar em uma
enfermaria, de qualquer maneira. Inferno, na verdade, ele preferia estar esperando
embaixo, na mesa de cavalete, de preferência com um pouco de cerveja ou hidromel. No
entanto, não lhe tinha sido dada essa opção, então deveria esperar no corredor, para
ouvir o que Rory tinha a dizer com relação à saúde de Lady Edith.
Quando Tormod abriu a porta, empurrando-a silenciosamente para o interior, Niels
olhou para dentro com uma leve curiosidade, seu olhar deslizando rapidamente pelo

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quarto. Uma pessoa estava na cama, numa extremidade, enquanto que no outro lado do
cômodo, uma mulher de cabelos grisalhos, esbelta e curvada pela idade, estava
derramando um líquido de um frasco com pés em um copo grande de metal e que
parecia ser hidromel. Enquanto ele observava, ela tampou o frasco, colocou-o sobre a
mesa e, em seguida, virou-se para levar a mistura que tinha feito para a mulher na cama.
— Vamos lá, hora do seu remédio, — a mulher cantarolou, com um sotaque Inglês.
Parando ao lado da cama, sentou-se na beira da mesma.
Os olhos de Niels deslocaram-se para a mulher na cama, então. Ela não tinha
reagido nada com as palavras da mulher. Ela ainda estava deitada silenciosa, o rosto
assustadoramente pálido. Sua pele era branca como a neve gelada no inverno. Em
comparação, seu cabelo era composto de fios vermelho e ouro, parecendo fogo ao redor
do rosto, ele observou com interesse e, em seguida, sua visão foi brevemente obscurecida
quando Rory moveu-se para o quarto.
— O que você está dando a ela? — Rory perguntou, aproximando-se da cama. A
criada idosa teve um sobressalto e olhou ao redor com surpresa.
— Oh, meu Deus, você me assustou, — disse a mulher, apertando a mão no peito e
balançando a cabeça. Em seguida, ela franziu a testa levemente e olhou de Rory para
Tormod, que ainda estava no corredor com Niels e os outros. Seu olhar confuso deslizou
sobre todos eles e ela perguntou a Tormod: — Quem são estes homens? Por que você
deixou-os vir ao quarto da lady, ela estando tão doente?
— Estes homens são Buchanans, — Tormod anunciou e, em seguida, acenou
afirmativamente com a cabeça para Rory, mesmo quando ele arrancou a bebida da mão
da velha e levantou-a para que ele pudesse cheirar o conteúdo. — Ele é um curador.
Acha que pode ajudar a Lady Edith.
— Bem, e graças aos céus por isso, então — disse a mulher com um suspiro e se
levantou. — Talvez eu possa ter um pouco de descanso. Eu não me sinto muito bem após
atender Lady Edith noite e dia e... — Suas palavras e passos pararam abruptamente e
seus olhos se arregalaram, sua boca formando um O alarmado, quando ela vacilou onde
estava. Suas mãos começaram a subir para cima e para os lados, como se procurasse algo
para se firmar, e então ela simplesmente caiu.
Niels tinha começado a entrar no quarto no momento em que ela primeiro vacilou.
Ele pegou a velha enquanto ela caía e carregou-a em seus braços. Observando a palidez
de seu rosto, ele desviou o olhar para Tormod, sobrancelhas se erguendo, quando viu
que o homem tinha recuado, com medo, para longe da porta e agora se colocara atrás de
Alick e Geordie no corredor.
— Existe um outro quarto onde possamos colocar a criada? — Perguntou Niels,
observando enquanto Rory começava a examinar a mulher. Seu irmão levantou as
pálpebras para ver os olhos dela, e depois abriu sua boca para uma breve olhada, antes
de levantar uma mão e examinar as unhas. Niels observava silenciosamente, sem ter

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ideia do que seu irmão estava procurando. Parecia-lhe que Rory estava fazendo a mesma
coisa que Dougall fazia ao examinar a robustez de um cavalo.
— Não. Esta é a enfermaria, — Tormod disse pesadamente. Ela pegou isso agora
também e é aqui onde ela vai ficar.
— Deite-a ao lado de Lady Edith, — Rory disse severamente, soltando a mão da
mulher e deixando-a cair.
Concordando, Niels levou a mulher para a cama e colocou-a ao lado de Edith
Drummond. Seu olhar deslizou para a mulher mais jovem, enquanto ele se endireitava, e
seu cabelo de fogo no travesseiro atraiu seus olhos. A mulher parecia como se a morte
estivesse ao seu lado, mas seu cabelo era algo de especial, ele pensou, e depois observou
como Rory realizava em Lady Edith o mesmo exame que ele tinha feito na criada, apenas
um momento atrás.
— Você sabe que doença é? — Perguntou Niels, seu olhar se deslocando para os
olhos dela, enquanto Rory levantava ambas as pálpebras de uma só vez. Elas estavam
dilatadas, observou ele, os círculos pretos tão grandes que quase obscureciam o verde-
claro dos olhos, deixando apenas uma borda fina da linda cor ao redor da pupila. Ele não
tinha ideia do que isso significava.
Rory não respondeu de início, levando um tempo para verificar dentro de sua boca
e, em seguida, levantar uma mão delicada para espiar as unhas. Por fim, ele colocou a
mão para baixo e virou-se para pegar a bebida com que a velha criada tinha estado a
ponto de alimentá-la. Boca apertada, ele colocou a bebida no lugar e anunciou
severamente. — É veneno, não doença.
— O quê? — Tormod começou a voltar para o quarto, mas depois hesitou na porta
para perguntar: — Você tem certeza? Mas Effie também está doente.
— Veneno também, — Rory assegurou-lhe e caminhou até a mesa para inspecionar
o conteúdo do frasco que a mulher tinha usado. Balançando a cabeça com o cenho
franzido, ele retomou o frasco e colocou-o de volta. — A criada deve ter tomado um
pouco de qualquer que fosse o veneno que estava aí.
— Ele está no frasco que ela adicionou à bebida? — Perguntou Niels.
— Eu não tenho certeza, — Rory admitiu, voltando para a cama. — Parece haver
um monte de ervas e similares nele. Demais para ser capaz de dizer se essa é a fonte ou
não.
— Mas você tem certeza que é veneno? — Perguntou Niels.
— Sim, — Rory disse com firmeza. — Todos os sinais estão aí.
— Hmmm. — Niels olhou para a mulher pálida novamente. — Eu acho então que
foi bom Saidh nos fazer vir.
— Sim, — Rory concordou, solenemente.
— Será que ela vai sobreviver?
Niels olhou com surpresa ao ver que Tormod, agora que sabia que não precisava
temer pegar qualquer coisa, tinha entrado no quarto e estava em pé ao lado dele.

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— Felizmente, — Rory disse com um suspiro. — Se ela for forte o suficiente para
lutar contra os efeitos do que ela já tomou e nós a impedirmos de tomar mais.
— Você pensa que o laird e seus filhos foram envenenados também, pensa? —
Perguntou Tormod, com uma careta.
— Você disse que eles tinham os mesmos sintomas? — Perguntou Rory.
— Sim. Mas eles não estavam expelindo o conteúdo de seus estômagos como a
moça tem estado fazendo. Talvez estivessem apenas doentes.
Rory sacudiu a cabeça. — Vomitar não é um sintoma do envenenamento. É mais
provável que eles tenham sido envenenados também e Lady Edith esteja ainda sofrendo
alguns dos efeitos de sua barriga revolta, de forma que o veneno não lhe assenta bem e
ela não pode mantê-lo dentro. Isso foi mais provavelmente o que lhe salvou a vida. Ela
não manteve o suficiente o veneno em seu estômago para matá-la. Apenas o suficiente
para torná-la fraca e doente.
— Maldição, — Tormod respirou. — Então, alguém armou para matar nosso laird e
seus herdeiros?
— Parece que sim, — Rory murmurou, olhando para as duas mulheres na cama
com preocupação.
— O que fazemos agora? — Niels perguntou em voz baixa.
Rory ficou em silêncio por um minuto, e depois anunciou: — Há pouco que eu
posso fazer, sem saber que veneno é.
— Certamente há algo que possa dar-lhes, — disse Tormod. — Um tônico que
possa ajudar?
Rory sacudiu a cabeça. — Não ouso administrar nada sem saber com que elas
foram envenenadas. Se eu lhes der a coisa errada, poderia matá-las. Tudo o que podemos
fazer é tentar levá-las ambas a tomar líquidos, vigiá-las, e depois esperar e ver o que
acontece.
Tormod dirigiu-se para a porta ao mesmo tempo. — Eu vou fazer uma das criadas
trazer um caldo e...
— Não, — Rory interrompeu imediatamente. Quando o velho fez uma pausa e
olhou para trás com surpresa, ele disse. — Eu não vou correr o risco de mais veneno
entrar em sua comida ou bebida. Eu não acho que qualquer uma iria sobreviver.
As sobrancelhas de Niels levantaram. — Mesmo a velha? Certamente ela vai ficar
bem? Afinal, Lady Edith esteve doente durante semanas e, a menos que eu esteja errado,
— acrescentou, lançando um olhar interrogativo a Tormod, — esta é a primeira vez que a
velha criada mostrou sinais de envenenamento?
— Você não está errado, — Tormod assegurou. — Esta é a primeira vez que Effie
esteve doente desde que está atendendo a moça.
— Sim, mas Effie é velha, e, tanto quanto eu posso dizer, ela não teve o benefício de
vomitar o veneno, como Lady Edith fez. Se ela teve uma grande dose suficiente... — Ele

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olhou para a velha com uma careta. — Ela poderia morrer tão rapidamente como o Laird
Drummond.
Niels olhou para a mulher solenemente. — Isso provavelmente significa que ela não
é o envenenador.
— Provavelmente, — Rory concordou.
Suspirando, Niels virou-se para seu irmão. — Diga-nos o que você precisa para
cuidar delas, Rory, e nós vamos buscar.
— Água fresca do poço, e os ingredientes para fazer sopa. — Virando-se para
Geordie ele disse: —Talvez aquele coelho apanhado esta manhã no nosso caminho para
cá, irmão, e alguns vegetais.
Geordie concordou com a cabeça e se virou em direção à porta. —Eu vou buscar o
coelho e os ingredientes no meu alforje.3
— E eu vou conseguir a água, — disse Alick, se virando também.
— Certifique-se de que a água é fresca do poço, Alick, e certifique-se que ninguém
chegue perto dela em seu caminho de volta, — Rory disse, com firmeza.
Concordando, Alick seguiu Geordie para fora da sala.
— O que posso fazer? — Perguntou Niels.
— Vamos precisar de hidromel ou cidra, também. Mas eu quero um novo barril
para ter certeza que ninguém o adulterou.
— Venha comigo. Vou lhe dar o que você precisa, — Tormod disse abruptamente e
levou-o do quarto. Eles caminharam em silêncio até que chegaram as escadas e, em
seguida, o homem murmurou. — Eu mal posso acreditar. Alguém assassinou nosso laird
e seus filhos.
Niels grunhiu concordando, uma careta nos lábios. Este era um problema que não
tinha esperado, quando concordou em vir aqui. E era um problema. Ele não podia
simplesmente deixar Rory aqui, para trazer Edith Drummond de volta à saúde, com um
assassino vagando por Drummond, envenenando pessoas. Ele também não poderia nem
mesmo pegar Edith e transportá-la de volta para MacDonnell para Saidh e Rory cuidar
lá, porque se Edith sobrevivesse, ela teria que voltar para aqui... onde havia um assassino
vagando, envenenando pessoas.
Niels e seus irmãos tinha sido criados com a crença de que era seu dever proteger
os fracos e necessitados, quando pudessem. Edith estava definitivamente fraca e
necessitada, e com Greer cuidando de seu carregamento, ele poderia ter tempo para
ajudar a resolver a situação aqui e mantê-la a salvo de novos ataques.
Boca apertada, ele considerou tudo que Tormod lhes tinha dito em seu caminho
pelas escadas e perguntou: — Você disse que o laird e seus filhos mais velhos ficaram
doentes em primeiro lugar?
— Sim.

3 Alforje é um tipo de bolsa, usualmente presa a uma sela, usado para transporte de objetos em animais, como o cavalo .

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— E Edith não ficou doente até que o último dos três morreu?
— Sim.
— Então ela não foi envenenada ao mesmo tempo que seu pai e irmãos, — disse
ele, pensativo.
— Não, ela deve ter sido envenenada depois, — Tormod concordou solenemente e,
em seguida, assinalou, — Como foram as criadas.
— Sim. — Niels franziu a testa.
— O que está pensando? — Perguntou Tormod.
— Estou pensando que se ela e as criadas tivessem sido envenenadas ao mesmo
tempo que o laird e seus filhos mais velhos, eu estaria procurando Brodie para uma
explicação, — Niels admitiu, secamente.
— Porque ele era o único que se beneficiaria com a morte de seus irmãos mais
velhos e seu pai, enquanto Lady Edith e as criadas podem ter sido, meramente,
envenenadas por acidente, junto com eles, — disse Tormod, com um aceno de cabeça, e
depois admitiu: — Quando os três homens morreram, eu achei isso muito
conveniente para Brodie. Sem isso, ele nunca iria ter a chance de ser laird aqui.
— Sim, — Niels concordou, e então balançou a cabeça. — Mas não havia
necessidade de envenenar Edith também. Ela é a filha mais nova, não é?
— Ela é. Assim, ele não tem benefício algum com sua morte, — disse Tormod, mas
acrescentou: — A não ser tirá-la do caminho. A nova esposa de Brodie não gostava muito
de Lady Edith.
— Não? — Perguntou Niels, com interesse.
— Não, — Tormod assegurou. — O relacionamento deles era morno, na melhor das
hipóteses, antes que tudo isso acontecesse, mas quando o velho morreu e os dois filhos
mais velhos pareciam estar indo na mesma direção, Brodie passou a agir como laird
temporário, até que os homens morressem ou se recuperassem. Lady Victoria se
considerava lady do castelo então, e tentou comandar os criados, mas eles não aceitavam
isso. Lady Edith tem sido lady aqui desde a morte de sua mãe e todos eles
automaticamente mudavam para a sua orientação. Lady Victoria dava uma ordem e os
criados iam para Lady Edith, para ver se eles deviam obedecer, e isso enfureceu Lady
Victoria.
— Hmmm, — Niels murmurou, mas depois sacudiu a cabeça. — Ainda assim,
Brodie poderia facilmente ter enviado Edith às freiras, para se livrar dela e fazer o que
sua noiva tinha pedido. Entretanto, isso não explica as criadas sendo envenenadas.
— Não, — Tormod concordou franzindo a testa. — E a velha Effie lá é a criada de
Lady Victoria. Lady Victoria gosta muito dela, eu tenho certeza que ela não a envenenou.
— Lady Victoria viajou sem sua criada? — Niels perguntou, com surpresa.
Enquanto sua irmã, Saidh, tinha ficado conhecida por fazer isso, a maioria das mulheres
que ele conhecia não iria viajar sem uma criada, para ajudá-las a se vestir e tal.

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— Não. Ela levou sua criada mais jovem, — Tormod respondeu e, em seguida,
explicou. — Effie era babá de Lady Victoria quando criança e tornou-se criada da sua
lady logo que ela teve idade suficiente para precisar de uma. Porém ela é uma mulher
velha e não tão rápida como costumava ser, assim uma segunda criada, uma jovem, foi
pegada para ajudá-la com suas tarefas. A criada mais jovem foi com Lady Victoria e Effie
foi deixada aqui. Lady Victoria temia que a viagem podia ser demais para a mulher
velha depois de ter chegado há tão pouco tempo.
— Hmmm, — Niels murmurou, e refletiu antes de perguntar: — A criada de Lady
Edith morreu?
— Não. Ela se recuperou, — Tormod disse solenemente. — Ela está embaixo
ajudando nas cozinhas, agora. — A boca torcendo com irritação, ele acrescentou, — A
moça tinha ficado problemática para atender a senhora, mas a última coisa que Lady
Edith disse quando ela adoeceu novamente foi que Moibeal deveria ser mantida longe
dela. Ela não queria que a moça ficasse doente de novo, como ela. Naturalmente, ela não
tinha ideia de que elas estavam sendo envenenadas.
Niels assentiu.
— Você sabe, — Tormod disse agora, — ocorre-me que, se foi o barril de vinho que
foi envenenado, então Lady Edith cair doente pode ter sido apenas um resultado
colateral, não intencional, da tentativa do culpado de matar o laird e seus filhos mais
velhos.
— Sim, — Niels concordou, mas argumentou: — Todavia as criadas dificilmente
iriam beber vinho. Pelo menos elas não o fazem em Buchanan. Lá o vinho é apenas para
a família. Os criados e os soldados bebem cerveja, cidra ou água.
— Sim, é o mesmo aqui, — Tormod concordou. —E elas não deveriam ter tido
algum, mas isso não significa que não tiveram algum.
— Hmmm, — Niels murmurou e decidiu que ele provavelmente deveria ter uma
conversa com a criada .

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Capítulo 2

O som de uma terrível explosão acordou Edith. Piscando para abrir os olhos, ela
olhou freneticamente ao redor da sala, em seguida, girou o olhar para sua direita,
quando o som veio novamente. Ela ficou boquiaberta com o homem caído no assento ao
lado da cama. Ele era a fonte do som. Não era uma explosão, mas um ronco fungado
alto, enquanto o sujeito ressonava em seu sono. Meu Deus, ela nunca tinha ouvido um
som alto tão horrendo.
Edith olhou para o homem fixamente, perguntando-se quem diabo seria ele e por
que ele estava em seu quarto, e então ela percebeu a mulher na cama ao lado dela e
olhou-a com confusão e preocupação misturadas. Ela reconheceu-a, imediatamente,
como a criada de Victoria, Effie. Mas encontrá-la em sua cama foi um pouco
surpreendente. O fato de que a mulher parecia terrivelmente mal, apenas aumentou sua
perplexidade. A velha estava extremamente pálida, nem uma gota de cor em sua pele
fina, enrugada e ela estava completamente imóvel também. Effie estava tão quieta que
Edith não tinha sequer certeza de que ela estava respirando, no momento. Ela estava
começando a se preocupar que a mulher estivesse morta, quando ela notou que seu peito
subia e baixava levemente, com lentas respirações curtas.
Aliviada, Edith deixou escapar a respiração que estava segurando e, em seguida,
olhou ao redor de seu quarto, novamente. Ele era, geralmente, limpo e arrumado, mas no
momento parecia que realmente houvera uma explosão. Uma caneca vazia estava de
lado na mesa de cabeceira, junto de uma, em pé e duas taças, vazias. Uma crosta de pão e
um outro copo e tigela estavam na mesa de cabeceira do outro lado, e depois, um tonel
colocado na mesa, na extremidade longínqua, do quarto com mais vários copos de metal
e tigelas entre eles e uma pequena pilha de cascas de vegetais. Havia também o que
parecia ser uma pele de coelho, recém-esfolado.
Querendo saber quem comandava o grupo em seu quarto, enquanto ela estava
dormindo, Edith olhou para o chão agora, notando os sacos alinhados contra a parede.
Havia quatro ao todo, com vários itens se derramando para fora deles: roupas, legumes,
armas. E ambas as esteiras no chão foram esmagadas e chutadas para o lado, mostrando
muito uso e trilhas definidas a partir da porta, tanto para a cama como para a mesa, e,
em seguida, tanto da mesa quanto da cama para a lareira, onde um pote de algo estava
borbulhando sobre o fogo.
Edith não tinha a menor ideia do que fazer com tudo isso, ou o fato de que havia
presentemente um homem ao seu lado, como um muito alto anjo da guarda.
Ou talvez apenas um guarda.
Esse último pensamento foi um pouco perturbador. Edith sabia que ela tinha estado
doente por um tempo. A bagunça no quarto dela sugeria que tinha sido um bom tempo.

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O que vinha acontecendo em Drummond, enquanto ela estava fora de si com a doença?
Tinha algum dos clãs rivais sabido das mortes de seu pai e irmãos e decidido aproveitar
e atacar o castelo?
A ideia era alarmante, particularmente desde que ela não tinha sido acordada para
ajudar na defesa, contra tal casualidade. Seu irmão Brodie, por mais que ela o amasse,
era mimado e não o mais capaz dos homens. Ele seria inútil em tal situação, ela tinha
certeza.
Mordendo o lábio, Edith olhou desconfiada para o homem caído na cadeira ao lado
da cama. Ele era um cara grande, com ombros largos e um rosto jovem, mas não feio. Ele
também era um completo estranho, não um dos homens Drummond. Seu olhar caiu para
Effie novamente e ela a cutucou com o cotovelo, esperando que a mulher iria acordar e
dizer-lhe o que estava acontecendo e o que tinha acontecido, enquanto ela estava doente.
Quando o primeiro empurrãozinho não teve nenhum efeito, ela deu-lhe um segundo,
um puxão firme, mas que não produziu nenhuma resposta também.
Decidindo deixar a pobre mulher descansar, Edith sentou-se, ou tentou.
Honestamente, foi um esforço, apenas para colocar-se em uma posição vertical. Ela
estava tão fraca como um bebê e teve que virar de lado e deslizar os pés para fora da
cama, para que que as pernas ficassem penduradas fora dela, e empurrou-se para cima
em uma posição sentada.
Ofegante e suada pelo que deveria ter sido uma tarefa fácil, Edith oscilou onde
estava sentada na beira da cama e olhou para a porta, com firme determinação. Seu
quarto não era tão grande. Ela sabia por experiência que a porta estava a apenas seis
grandes passos, mais ou menos, a partir da cama. Mas após a luta que ela teve para
sentar-se, mesmo seis passos pareciam uma terrivelmente longa distância para
atravessar.
Infelizmente, enquanto acordar o homem roncando no quarto dela teria sido a
opção mais fácil, Edith nem sequer a considerou, até que ela soubesse se ele era amigo ou
inimigo. O que significava que, se ela queria saber o que estava acontecendo em
Drummond, e se ela estava segura ou não, ela precisava escapar para o corredor e dar
uma olhada ao redor. De preferência sem acordar seu guarda.
Determinada a fazê-lo, Edith respirou fundo e depois usou todos os músculos à sua
disposição para se levantar. Ela se empurrou com as mãos, e para cima com as pernas e,
por um momento glorioso ela estava levantada e de pé, e, em seguida, ela caiu de cara no
chão sobre um tapete de junco, assim que a porta do quarto se abriu.
— Que inferno, Alick! Você deveria estar vigiando... — Laddie! Não!
Edith abriu um olho e logo em seguida fechou novamente, quando viu a enorme
língua a apenas centímetros do seu olho. Ela mal conseguiu fechá-lo antes que o lado de
seu rosto fosse lambido por uma grande língua viscosa, do queixo à testa. Enrugando o
nariz, ela ouviu o bater de pés rapidamente atravessando a sala. Ela observou que o

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ronco tinha terminado abruptamente, pouco antes que uma segunda voz masculina,
soando assustada, gritasse: — O quê? Ei! Para onde ela foi?
— Idiota, — o homem agora ajoelhado ao lado dela murmurou. Edith não tinha
certeza de quem ele estava chamando de idiota, e não se importava. Ela estava muito
grata pelo lamber afetuoso de Laddie ter chegado a um fim e abriu os olhos para ver um
homem arrastando o cão de volta para a porta, pela coleira.
— Ronson! — Ele gritou.
— Oh, hey! Niels? Como ela saiu da cama? — Edith tinha certeza de que era o
homem anteriormente roncando que fez essa pergunta, uma vez que veio do outro lado
da cama.
— O que lhe parece, Alick? — O primeiro homem rosnou e, em seguida, gritou de
novo, — Ronson! Oh, aí está você. Ponha este pateta fora daqui.
— Desculpe, milorde, — Ronson gritou, entrando no quarto e correndo para
agarrar a coleira de Laddie. — Ele escapou de mim bem rápido. Ele é sorrateiro desse
jeito. Mas ele tem sentido falta de Lady Edith e... — Porque Lady Edith está no chão? O
que...?
— Fora! — Niels rosnou. — Agora!
— Sim, milorde, — Ronson disse, arrastando Laddie com ele, enquanto se dirigia
para trás em direção à porta. O menino sorriu para Edith por todo o caminho. — É
realmente muito bom vê-la acordada, milady. Muito bom. Vou trazer Laddie de volta
para uma visita, quando você estiver se sentindo melhor.
A última palavra veio abafada através da porta, quando o homem que Alick tinha
chamado de Niels bateu fechada.
Edith podia ouvir Niels murmurando baixinho, enquanto observava seus pés
grandes atravessarem a sala mais uma vez. Parecia que ele estava dizendo algo sobre
tolos, rapazes e cães que eram realmente cavalos, e então ele se ajoelhou ao lado dela e
ela se viu sendo virada e, em seguida, carregada do chão e para longe da esteira de junco
desagradável onde seu rosto tinha caído. Ela estava suja e começando a mofar,
obviamente pela necessidade de troca. Ela teria que fazer os criados tirá-las e fazer
novas.
— Desculpe por isso, — Niels rosnou, chamando sua atenção de volta para ele. —
O cão tende a me seguir, mas geralmente para no corredor quando eu entro aqui.
— Sim, Laddie segue Niels em todos os lugares quando ele sai do quarto, — Alick
disse-lhe solenemente. — O mesmo acontece com o jovem Ronson. Ambos parecem
gostar dele. — Apertando os lábios, ele sacudiu a cabeça e acrescentou:— Nenhum de
nós consegue descobrir o porquê.
Niels rosnou baixinho em resposta.
Edith olhou de um homem para o outro, sem saber o que dizer. Ela não tinha ideia
se eram amigos ou inimigos. No final, ela apenas balançou a cabeça ligeiramente. Por
alguma razão, isso fez o homem que a carregava sorrir e ela piscou surpresa quando seu

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rosto severo, de repente, ficou muito bonito. Ele tinha um sorriso incrivelmente atraente.
Ele iluminava todo o seu rosto e fazia seus belos olhos azuis brilharem. Edith não pode
resistir a sorrir de volta, enquanto seus olhos deslizaram sobre suas maçãs do rosto
salientes, nariz reto, lábios carnudos e cabelos longos selvagens emoldurando tudo. Ele
realmente era muito atraente.
— Eu sou Niels Buchanan, — anunciou ele e Edith parou de ficar boquiaberta com
o quão bonito ele era e encontrou seu olhar, enquanto ela reconhecia o sobrenome.
— Irmão de Saidh... — Isso foi tudo o que ela conseguiu dizer, e era nada mais do
que um som ofegante. Sua boca estava tão seca que não poderia nem mesmo conseguir
cuspir nele. Felizmente, Niels não teve o mesmo problema e entendeu o que ela queria
dizer.
— Sim, um dos irmãos de Saidh, — assegurou ele, voltando-se para a cama.
Colocando-a nela, ele acrescentou. — E você é Edith Drummond, uma das mais queridas
amigas da minha irmã.
— Sim, — ela concordou em um sussurro, enquanto puxava os lençóis e peles até
cobri-la. O sorriso de Edith se alargou levemente. Drummond não tinha sido invadida
por inimigos. Eles estavam sendo visitados por amigos. — Saidh está... ?
— Não, ela não está aqui, — disse ele, quase se desculpando, enquanto se
endireitava. — Ela está muito adiantada na gravidez para fazer a viagem e nos enviou
em seu lugar.
Os olhos de Edith se arregalaram. — Grávida?
— Sim, ela está, — disse o outro homem, lembrando-a de sua presença. Niels o
havia chamado Alick, Edith lembrou, quando ela olhou para ele. O que significava que
ele era o mais novo dos rapazes Buchanan, Edith pensou, enquanto observava o jovem
sorrir amplamente, enquanto continuava, — E nós achamos que ela está com mais de um
bebê. Ela está apenas de quatro meses, mas já grande como uma vaca. Greer não quer
nem mesmo deixá-la subir e descer as escadas sozinha, com medo dela perder o
equilíbrio e rolar como uma grande bola.
Os olhos de Edith se arregalaram com a notícia. Ela não podia imaginar Saidh
descoordenada e não sendo capaz de andar por um conjunto de escadas, muito menos
restringida de cavalgar. Ela não imaginava que a mulher estivesse encarando isso bem.
Mas ela não entendia por que Saidh não tinha mencionado estar grávida em sua última
carta. Pelo menos a última carta que ela tinha lido, Edith pensou e se perguntou se tinha
recebido outras de sua amiga desde que ficou doente.
— Alick, vá dizer a Rory que ela está acordada, — Niels ordenou, caminhando para
a mesa onde o barril estava.
— Sim, — o homem mais jovem respondeu, e então sorriu para ela, tranquilizador,
enquanto se movia ao redor da cama. — Nosso Rory é um curador, e o melhor por aqui.
Foi ele que descobriu que você não estava doente, mas sendo envenenada. Ele vai fazer
você se sentir muito bem num instante.

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Alick Buchanan acenou para ela alegremente e se virou para correr para fora da
sala, deixando Edith olhando para ele com horror. Veneno?
— Idiota.
O murmúrio atraiu seu olhar para Niels. Ele terminou de encher um dos copos com
cidra e se virou para ver sua expressão. Boca apertada, ele sacudiu a cabeça e cruzou de
volta para a cama. — Perdoe meu irmão. Ele tem o tato de um touro, na maioria das
vezes.
— Veneno? — Ela sussurrou, com voz rouca.
Praguejando, ele ajeitou-se na borda da cama e deslizou um braço sob Edith para
levantá-la. — Sim. Veneno. Mas beba isto antes de tentar falar de novo, ou pode fazer a si
mesma algum mal, — disse ele, levando a caneca de líquido até sua boca.
Edith hesitou, mais interessada neste assunto de veneno no momento, mas então
ela cedeu e tomou um pequeno gole. Quando o líquido fresco atingiu sua boca, ela teria
tomado mais, mas não lhe foi dada a opção. Ela mal tinha enchido metade da boca do
que acabou por ser hidromel4 quando ele abaixou a bebida.
— Apenas um gole. Você não foi capaz de mantê-lo dentro quando acordou da
última vez, então vamos devagar agora.
Os olhos de Edith se arregalaram com a afirmação. — Eu acordei antes?
— Sim, — ele disse secamente. —Mas você estava muito confusa e não realmente
alerta. Você bebeu um pouco de hidromel e, em seguida, devolveu-o por cima de mim e
desmaiou novamente. Eu prefiro não passar por isso novamente.
Edith gemeu e abaixou a cabeça com vergonha.
— Não há nada para se envergonhar, — disse Niels e ela podia ouvir o desagrado
em sua voz. — Eu tenho quatro irmãos mais novos que eu tive que cuidar quando eles
devolviam até seus estômagos... e eles não estavam envenenados. Era apenas bebida
demais para eles. Com você, bem, pelo menos você tinha uma boa desculpa.
Lembrando do veneno, Edith ergueu a cabeça franzindo a testa. — Meu pai e
irmãos?
Niels estremeceu com sua voz rouca e levantou o hidromel novamente. — Outro
gole disso, eu acho. Desta vez, agite-o em torno da boca e molhe todos os cantos. Você
está obviamente seca como um osso.
Edith obedientemente tomou outro gole de hidromel, mas no momento em que ela
o agitou e engoliu, ela perguntou: — Meu pai e...
— Sim. Rory não pode ter certeza, é claro, mas ele acredita que eles foram
envenenados também. Eles tinham, todos, os mesmos sintomas. Exceto por... er...
problemas de estômago ,— disse ele, delicadamente. — Mas as suspeitas de Rory são de

4 Bebida alcoólica fermentada composta de uma parte de mel e duas de água. Consumida deste a mais remota antiguidade, é anterior à
cerveja e ao vinho.

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que isso a salvou. Você reagiu ao veneno e jogou-o fora, cada vez que o recebia. Não
restava suficiente em você para matá-la, como fez com seu pai e irmãos.
Edith baixou a cabeça com essas notícias, sua mente um turbilhão de tristeza e
raiva. Tinha sido ruim o suficiente quando ela pensou que tinha perdido seu pai e dois
irmãos para a doença, mas saber que tinham sido deliberadamente mortos... —
Levantando a cabeça, ela perguntou: — Brodie?
— Basicamente bem, tanto quanto sabemos, — ele assegurou-lhe. — Ele temia
pegar isso e agarrou sua noiva e partiu para paragens mais seguras, quando sua criada
ficou doente.
Edith não fez comentários. Agora que ele mencionara, ela lembrou a partida de
Brodie. Ela tinha ficado bastante irritada no momento, pensando que não era
comportamento de um laird fugir da fortaleza e de todo o seu povo, quando eles
poderiam estar no início de uma crise. Ela observou que Niels parecia desgostoso por
suas ações também, mas apenas perguntou: — Moibeal? Ela está...
—Sua criada está bem, — assegurou ele. —E irritada para ver você. E não me
surpreenderei quando ela ignorar as ordens de Rory para ficar longe e apareça aqui, uma
vez que ela saiba que você está acordada.
As sobrancelhas de Edith se ergueram. — Por que ela não estava autorizada...
Ela parou e olhou para a porta quando esta se abriu. Alick estava voltando com
outro homem e Edith se encontrou examinando os três. Eles eram todos semelhantes na
aparência, com cabelo escuro e aqueles lindos olhos azuis. Mas Niels era obviamente
mais velho do que os outros dois. Ele também era maior, seus ombros largos, os braços
grossos e fortes. Não que os outros dois não parecessem fortes, mas Niels parecia um
guerreiro criado para empunhar uma espada, enquanto Alick parecia que ele não tinha
ainda crescido totalmente e Rory parecia... bem, como se ele fosse um curador mais que
um guerreiro.
— É bom lhe ver desperta, Lady Edith, — Rory disse em forma de saudação,
enquanto caminhava para a cama. — Como você se sente?
— Sedenta, — Edith admitiu.
— Eu dei a ela apenas dois pequenos goles de hidromel para ver como seu
estômago estava, — Niels anunciou, e muito para a decepção de Edith, levantou para
que Rory pudesse tomar o seu lugar. Ela não entendia por que estava triste por ele sair,
uma vez que ela mal conhecia o homem, mas ela estava desapontada, e seus sentimentos
obviamente mostrados em seu rosto, Edith percebeu, quando as sobrancelhas de Rory
subiram ligeiramente e ele olhou dela para Niels, com um pequeno sorriso.
Felizmente, ele não a envergonhou comentando e apenas perguntou: — Como é
que seu estômago se sentiu após o primeiro par de goles?
— Muito bem, obrigada, — ela sussurrou.
— Então Niels pode lhe dar mais, em um minuto, — disse ele e se inclinou para
olhar em seus olhos.

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Edith se acalmou, lutando contra o desejo de afastar o olhar e simplesmente
esperou.
— Seus olhos estão de volta ao normal, — ele murmurou.
Edith não tinha ideia do que isso significava, mas desviou o olhar com alívio
quando ele se sentou novamente. Em seguida ela franziu a testa, quando seu olhar caiu
sobre a mulher na cama ao lado dela. — Effie? Ela está...?
— Ela parece ter ingerido o veneno também, — Rory interrompeu, poupando sua
voz. — Eu acho que, como Moibeal, ela não consumiu muito daquilo que continha o
veneno... senão ela estaria morta agora. Porém ela é velha e frágil o suficiente para que,
mesmo um pouco, possa ainda matá-la.
— Você sabe o que foi envenenado? — Perguntou Edith, sua voz falhando em
vários pontos. Sua garganta doía de tão seca e os poucos goles que ela tinha tido de
hidromel não tinham sido suficientes para aliviar isso.
— Niels, venha dar-lhe mais hidromel,— Rory disse, levantando e se movendo ao
redor da cama, para agora examinar Effie.
Edith franziu a testa, pensando que ele planejava ignorar a pergunta, mas quando
Niels ajeitou-se ao lado dela na cama de novo e deslizou um braço sob seus ombros, para
colocá-la em uma posição sentada, ela esqueceu tudo sobre sua pergunta. Niels cheirava
como os bosques na primavera, um perfume que ela sempre amou. Edith não pôde
resistir, virando a cabeça na direção da curva de seu pescoço e ombro e inalando
profundamente. Quando Niels parou, ela percebeu o que estava fazendo e rapidamente
virou o rosto. Edith tinha certeza que ela estava corando, mas Niels apenas sorriu e
ofereceu-lhe a caneca de hidromel.
— Obrigada, — Edith murmurou, antes de tomar um gole.
— Moibeal disse que ela tinha tomado uns goles do seu vinho, quando você não
bebeu na noite em que adoeceu, — Rory comentou, depois que ela tomou vários goles
cautelosos.
Olhando em direção ao outro homem, Edith viu que ele tinha levantado as
pálpebras de Effie e estava olhando para elas em silêncio. Suas palavras não tinham sido
uma pergunta, mas ela balançou a cabeça e respondeu como se fosse de qualquer
maneira. — Sim. Eu disse que ela podia. Eu não tinha estômago para isso depois de
devolvê-lo tantas vezes, então ela me deu sua sidra e eu a deixei tomar meu vinho.
— Ela disse que não bebeu muito, entretanto. Correto? — Rory perguntou,
sentando-se muito reto e voltando o olhar interrogativo para ela.
— Sim. Ela só tomou um gole. Ela não gosta disso, — Edith lembrou, observando
que sua voz estava ficando mais forte. O hidromel estava fazendo sua garganta ficar
muito melhor.
— E Effie tomou um pouco do seu vinho também? — Perguntou Rory.
— Eu... Edith fez uma pausa, seu olhar baixando para a mulher, antes que ela desse
de ombros, impotente e admitisse: — Eu não tenho certeza. Ela pode ter tomado. Eu não

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me lembro muito da última semana ou desde que adoeci novamente. — Franzindo a
testa, ela explicou. — A princípio eu não podia manter nada dentro, mas me sentia
melhor, uma vez que tivesse vomitado. Isso se manteve acontecendo, e, finalmente, eu
recusei o vinho e o caldo que Moibeal trouxe. — Estreitando os olhos enquanto ela
pensava sobre isso, ela murmurou: — Depois que eu parei de ter esses, eu era capaz de
manter uma maçã e um pouco de pão que Moibeal me trazia e comecei a me sentir
melhor novamente... e então eu queria me recuperar minhas forças, daí eu tomei um
ensopado e... Ela fez uma careta de desgosto. — Ele não parecia fazer muita diferença
quando não ficou dentro. Eu estava exausta e esgotada e só queria dormir.
— Você foi enfraquecendo por não ser capaz de manter seu alimento dentro por
muito tempo, — Rory disse solenemente.
— Talvez, — Edith admitiu e olhou para a mulher na cama ao lado dela. — Eu
tenho uma vaga lembrança de Effie tentando me fazer comer ou beber e dizendo que eu
precisava recuperar minhas forças, mas cada vez que eu o fiz... — Ela fez uma careta de
desgosto e apenas balançou a cabeça.
— Você bebeu vinho com o ensopado, enquanto esteve atendendo Moibeal?
— Perguntou Niels, atraindo seu olhar em sua direção.
Edith torceu o nariz e sacudiu a cabeça. — Francamente, temo que nunca mais vou
querer vinho de novo, depois de vomitá-lo de volta tantas vezes. Eu não bebi nada
naquela noite.
— Então, o veneno estava tanto no vinho quanto no ensopado, — Niels disse,
severamente.
— Estava? — Edith perguntou, incerta.
— Sim, — ele garantiu a ela, com a voz soando irritada. — Moibeal foi envenenada
por alguns goles no seu vinho, mas você adoeceu novamente depois de comer ensopado.
Ambos deviam ter sido envenenados.
— Oh, sim, — disse ela compreendendo e, em seguida, notou o sombrio olhar que
Niels e Rory trocaram.
Ainda um pouco confusa, Edith não estava certa do que a troca significava.
Percebendo sua confusão, Rory explicou: — Nós estávamos esperando que talvez o
vinho da família tivesse sido envenenado, em um esforço para matar seu pai e irmãos, e
você só tivesse tido a má sorte de tomar um pouco de vinho envenenado. Mas se o seu
ensopado foi mais tarde envenenado também... — Ele ressaltou quase se desculpando. —
Ninguém mais ficou doente com o ensopado naquela noite.
Os olhos de Edith se escancararam incrédulos, com essas palavras. Ela entendeu o
que ele estava dizendo. Depois de matar seu pai e irmãos, alguém tinha deliberadamente
tentado envenená-la. Por que alguém iria querer que ela morresse? Ela não era alguém
que importasse.

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— Embora, — Niels adicionou agora, voltando-se para seu irmão, — as criadas
terem sido envenenadas é mais provável de ser um não intencional resultado, da
tentativa de envenenar Edith.
— Sim, — Rory concordou. — Se Effie acordar, tenho certeza de que vamos
verificar que ela comeu ou bebeu algo que fora enviado para Lady Edith.
Niels assentiu, seu olhar se deslocando em direção à mesa onde o barril, os legumes
e a pele de coelho se encontravam. — Assim, o líquido do frasco que a criada estava
misturando em sua bebida, provavelmente não era o veneno.
— Não. Provavelmente não, — Rory concordou. — Effie dificilmente,
deliberadamente, se envenenaria também.
— Um pouco do frasco de vidro azul? — Perguntou Edith, seus ouvidos se
recuperando. Ela não o tinha notado em cima da mesa, mas era pequeno e havia
confusão suficiente com as canecas e outros enfeites que podiam tê-lo escondido de sua
vista.
— Sim, — disse Niels. — Effie estava derramando o resto dele em sua bebida, para
dar a você, quando entramos.
— Victoria deu a Effie antes que ela partisse. Ela disse que iria ajudar a reconstruir
meu sangue, para ajudar na luta contra a doença ou coisa parecida, — Edith murmurou e
fez uma careta. — Foi falso. Apenas o cheiro dele foi o suficiente para me fazer vomitar
na primeira noite que Effie colocou-o em minha bebida.
— Sério? —Rory murmurou, e a maneira como ele olhou para a mesa, agora com
interesse, convenceu-a que o frasco deveria estar lá em algum lugar.
— Ele não pode ser o veneno, — Edith garantiu-lhes calmamente. — Victoria não
gostava muito de mim, mas ela não é estúpida. Ela não daria a Effie veneno para me dar,
assim na frente dos outros.
— Não... claro que não, — Niels murmurou, mas nem ele nem seus irmãos
pareciam completamente convencidos por suas palavras. — Aqui, tome mais hidromel.
Edith hesitou, mas, em seguida, deixou-o alimentá-la com mais hidromel. Ela não
pensou, nem por um minuto, que o tônico que Victoria tinha dado a Effie poderia conter
veneno. Sua cunhada simplesmente não era tão estúpida. Imagine, ela não iria colocá-lo
através da moça para envenenar a todos, não apenas em algo que levaria diretamente de
volta para ela. Victoria pode ter parecido toda doçura e bater de cílios, quando ela
chegou pela primeira vez a Drummond, como nova esposa de Brodie, mas uma vez que
o pai e os irmãos de Edith tinham caído doente, sua ambição tinha se apresentado.
Victoria queria ser Lady Drummond com tudo o que implicava, e tinha ficado
terrivelmente frustrada que os criados não tinham simplesmente entrado na linha com
sua visão, enquanto os irmãos mais velhos ainda viviam. A mulher tinha mostrado sua
verdadeira face, em seguida, fazendo uma birra de proporções épicas.
Na verdade, Edith tinha quase ficado feliz de adoecer, quando seu segundo irmão,
Hamish, tinha morrido. Isto lhe permitiu evitar assistir a mulher reivindicar a posição

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pela qual ela estava tão ávida. Edith estava certa de que Victoria não teria assumido o
controle graciosamente ou gentilmente, em um esforço para proteger os corações das
pessoas agora sob o seu comando. Ela provavelmente teria sido rancorosa e amarga
quando ela latiu suas ordens e exigiu obediência imediata. Edith não teria suportado
assistir isso.
Na verdade, ela não estava muito ansiosa para assisti-lo agora, uma vez que seu
irmão e sua esposa retornassem. Talvez uma visita a Saidh estivesse em ordem, para que
ela pudesse resolver o que deveria fazer agora. Edith estava certa de que seus dias em
Drummond estavam contados. Ela não tinha dúvidas de que Victoria gostaria que ela
saísse de lá o mais rápido possível, o que provavelmente significava um convento para
ela. Se ela queria evitar isso, uma visita a Saidh e as outras meninas que compunham o
seu grupo, Murine e Jo, poderia ser útil. Se as quatro unissem suas cabeças, eles
poderiam chegar a um futuro alternativo para ela, o qual seria... bem, realmente era a
única esperança que ela tinha. Embora, fosse uma pequena na melhor das hipóteses.
Engolindo o hidromel, Edith perguntou: — Tem sido ouvida alguma palavra a
respeito de quando Brodie e Victoria vão voltar?
Niels sacudiu a cabeça. — Não. Perguntei a Tormod isto mesmo esta manhã e ele
disse que ninguém tinha ouvido falar deles. Ele também disse que não esperava isso, que
Brodie vem e vai como quer, sem incomodar-se de deixar que os outros saibam o que ele
está prestes a fazer.
— Sim, — disse Edith, com um suspiro. — Brodie tende a ser... impulsivo. Nós nem
mesmo soubemos que ele tinha casado, até que ele chegou em casa com Victoria a
reboque. Parece que ele a conheceu na corte, se apaixonou loucamente e se casou com ela
dentro de um mês.
— E os pais dela permitiram? — Niels perguntou, com surpresa.
— Essa foi a minha primeira pergunta, — Edith admitiu, ironicamente.
— E a resposta dele? — Perguntou Rory, com curiosidade.
Edith fez uma careta. — Ele disse que eles estavam perfeitamente bem com isso.
— Você acreditou? — Perguntou Rory, com interesse.
— Não, — Edith admitiu em um suspiro. — E nem meu pai. Ele enviou um
mensageiro para um amigo na corte, que imediatamente lhe escreveu de volta com a
verdadeira história, como ele sabia.
— Qual? — Niels incentivou delicadamente, quando ela hesitou.
Fazendo uma careta, Edith explicou. — Victoria fora comprometida para se casar
com outro, quando ela conheceu Brodie. Meu irmão a cortejou com histórias de ser
herdeiro do laird, em Drummond. — Todos os três homens Buchanan paralisaram com
esta notícia e ela se apressou. — Seus pais descobriram e seu pai o levou para um lado e
disse que ele sabia que ele era o terceiro filho e que nunca seria laird, sua filha estava
comprometida com outro, e que ele deixasse sua filha sozinha, senão... Mas eu não acho
que eles se incomodaram de dizer a Victoria que Brodie tinha mentido, porque de acordo

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com o amigo do meu pai, a próxima coisa que alguém soube é que Victoria e Brodie
tinham partido. — Ela fez uma careta. — Parece que o casal fugiu da corte para
Drummond e parou em um pub ao longo do caminho para a troca de consentimento na
frente de testemunhas.
— Então eles não estão realmente casados? — Perguntou Alick, com uma careta.
— Oh, sim, eles estão, — disse Niels, pesadamente.
Foi Rory quem explicou: — De acordo com o direito canônico, tudo que cada parte
precisa fazer é dar o seu consentimento para se casar. Você não precisa nem mesmo de
ter testemunhas, embora ajude se alguém vier a refutar isto.
— Então porque é que há sempre o padre tagarelando e assim por diante? E sobre
os proclamas?
— Não estritamente necessários, — Rory assegurou. — Apenas preferidos pela
maioria.
— Bem... — Alick franziu a testa, mas parecia perdido a respeito de porque alguém
iria querer tal incômodo.
Houve silêncio, por um minuto, e em seguida, Niels disse: — Então, ele alegou que
ia ser laird.
— E agora ele é, — Rory acrescentou, sombriamente.
Edith suspirou. Ela tinha acabado de saber que era em quem eles iriam se
concentrar. — Olha, eu sei que soa mal, e, francamente, meu irmão é um rapaz egoísta,
pouco fiável e mimado... mas o pai é a última pessoa a quem Brodie faria mal. Ele foi
quem o mimou tanto e deixou-o seguir seu próprio caminho, quando crescia.
— E você acha que ele o respeitava por isso? — Niels perguntou, curiosamente.
Edith olhou para ele fixamente. — O que?
— Você acha que seu irmão respeitava seu pai por mimá-lo e deixá-lo seguir seu
caminho, como você falou? — Niels perguntou: — Ou você acha que ele sentia como
talvez seu pai não se importava com ele o suficiente, para se incomodar em discipliná-lo
e ensiná-lo a sobreviver neste mundo como um homem?
Edith franziu a testa. Muitas vezes ela tinha visto a indulgência de seu pai com
Brodie como prejudicial para seu irmão, sabendo que não estava lhe fazendo nenhum
favor, mas ela nunca considerou que Brodie pudesse vê-lo dessa forma também.
— Seu irmão teve sorte com Victoria, — Niels acrescentou calmamente. — Se ele
tivesse tentado isso com a nossa irmã e nós o tivéssemos alcançado, antes que eles
trocassem o consentimento, nós teríamos batido nele até quase a morte.
—Sim, e provavelmente cortado suas bolas e arrancado o violino5,— Rory disse
friamente.
Os olhos de Edith se arregalaram incrédulos com a ameaça às joias da família de
Brodie. — Não.

5 A autora chama, muitas vezes, no livro, o pênis de violino . E nessa época parece que era comum fazer isso.

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—Sim,— Alick assegurou-lhe com um sorriso. — Nós planejamos fazer tudo isso e
mais ao MacDonnell, depois que ele enviou uma mensagem dizendo que ele tinha
arruinado a nossa Saidh e planejava se casar com ela. — Apertando os lábios com
desagrado, ele acrescentou: — Eu ainda não estou certo porque não fizemos isso.
— Porque MacDonnell é um laird, e ele nunca mentiu para Saidh, — Rory explicou,
secamente.
— Além disso, Saidh não estava comprometida com outro, — acrescentou Niels. —
Ela não tinha melhores perspectivas. Na verdade, MacDonnell foi uma boa escolha para
marido.
— E ela o amava, — Edith assinalou.
— Não, — Niels disse logo, e quando ela franziu a testa, assegurou, — É verdade.
Ela o desejou e gostava dele no início, mas ainda não o amava. Ela disse isso bem na
nossa frente.
— Sério? — Perguntou Edith, sua voz quase um grito de surpresa.
— Sim, — Rory assegurou-lhe com diversão. — Embora, na verdade, acho que ela
provavelmente estava meio apaixonada por ele, quando se casaram. Ela,
definitivamente, o ama agora.
— Não que isso importe, — Niels acrescentou calmamente. — Se MacDonnell
tivesse sido um mimado, mentiroso, terceiro filho incapaz de apoiá-la e aos filhos que
eles pudessem produzir, nós o teríamos espancado até a morte, em vez de deixá-lo casar
com ela... quer ela o amasse ou não.
— O quê? — Edith suspirou, encolhendo-se para longe dele com surpresa.
Niels franziu a testa com a reação dela, mas, em seguida, perguntou: — Você disse
que não achava que os pais de Victoria disseram a ela que Brodie tinha mentido. Foi só
por isso que ela fugiu com ele?
— Não, — ela admitiu, relutantemente.
— Então por que?
Edith soprou o fôlego, infeliz, mas depois admitiu: — Porque ela parecia chocada
quando eles chegaram aqui e Brodie apresentou-a a nossos irmãos mais velhos.
— Como chocada? — Perguntou Niels.
Edith olhou para ele em silêncio, de repente, suspeitando que ele já sabia a resposta.
Se ele tivesse falado com alguém aqui, desde a sua chegada, ele provavelmente sabia, ela
percebeu, e se perguntou há quanto tempo os homens estavam aqui e tudo o que sabiam.
— Ela desmaiou, — Edith admitiu calmamente, lembrando a maneira como
Victoria empalideceu e, em seguida, entrou em colapso. Brodie tinha tentado justificar
isso como cansaço da viagem, quando ele a carregou e a levou escada acima para seu
quarto, mas todos ouviram os gritos vindo do quarto cerca de dez minutos depois,
quando Victoria tinha aparentemente acordado.

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Consciente de que ninguém tinha comentado e os três homens estavam olhando
para ela solenemente, Edith suspirou e perguntou: — Quanto tempo faz que vocês estão
aqui?
— Quase uma semana, — respondeu Rory.
— Uma semana? — Ela engasgou com espanto.
— Apenas seis dias, — Niels corrigiu.
— Mas... — Ela olhou de homem para homem. — O que estiveram fazendo todo
esse tempo?
— Principalmente nos revezando guardando você, caçando, fazendo caldo e
descendo-o pela sua garganta, enquanto você estava inconsciente, na esperança de você
se recuperar o suficiente para acordar, — Rory respondeu, gentilmente.
Edith olhou para eles, sua mente girando lentamente. Enquanto Brodie tinha fugido
da fortaleza com a sua ameaça de doença, estes três homens, que nem a conheciam, tinha
estado aqui quase uma semana. Durante esse tempo, não só tinham cuidado dela, mas
tinham caçado e cozinhado seu alimento, descendo o caldo por sua garganta abaixo, na
esperança de colocar alimento suficiente nela para ajudá-la a recuperar-se.
— Por quê?
As palavras escaparam sem intenção consciente, e por um minuto apenas ficaram
ali, impotentes, no ar. Então Niels mexeu-a ligeiramente de modo que ela ficasse olhando
para ele e disse simplesmente: — Porque você precisava da nossa ajuda, moça.
Talvez ela ainda estava exausta e esgotada por sua doença, ou talvez fosse a morte
de seu pai e irmãos que ela ainda não tinha tido a chance de lamentar, mas os olhos de
Edith de repente turvaram, com o brilho das lágrimas. Logo que ela se sentiu começando
a desmoronar nos braços de Niels, a porta do quarto de repente se abriu. Edith se virou
para ver outro homem entrar na sala, este tão grande e musculoso como Niels e
segurando duas aves mortas por seus pés.
—Eu tenho um belo par de faisões desta vez, Rory. Se você usar apenas um para o
caldo, podemos talvez fazer o cozinheiro assar o outro e... O homem parou e pestanejou
quando ele observou Edith meio sentada, na curva do braço de Niels. — Oh, veja, você
está acordada! Bem, não é ótimo?

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Capítulo 3

Edith piscou abrindo os olhos e olhou para a janela, um sorriso reivindicando seus
lábios, quando viu a luz do sol espreitando através das rachaduras nas persianas. Era de
manhã, finalmente, e hoje ela poderia se levantar e ir para baixo. Rory e Niels tinha
prometido isso a ela.
Fazia três dias desde que ela acordara. Para sua consternação, os homens tinham
insistido em que ficasse em seu quarto, permitindo a ela apenas caminhar até uma
cadeira e voltar para sua cama e, geralmente, com um deles pairando perto, no caso de
suas pernas cederem.
Para ser justa com os homens, Edith tinha estado pateticamente fraca na primeira
vigília. Sua tentativa de se levantar da cama por conta própria, pela primeira vez, tinha
sido prova disso. Edith não tinha estado muito mais forte no dia seguinte, quando ela
tentou levantar novamente sem ajuda. Ela tinha conseguido dar três passos, antes de
cair.
Felizmente, Niels tinha acordado e rapidamente a pegou, antes que batesse no chão.
Foi quando eles insistiram que ela não deveria ficar sem um deles para ajudá-la e dizer a
ela que ela estava restrita ao quarto, até que ela recuperasse um pouco de sua força.
Edith tinha tentado argumentar com eles, mas era difícil argumentar com quatro
determinados Buchanans. Honestamente, eles eram piores do que Saidh quando se
tratava de teimosia. E o fato de que, tecnicamente, não tinham direito de dar ordens à
ela, não importava a eles em nada. Mas ontem ela tinha sido determinada, e a única
maneira que tinham conseguido convencê-la a ficar em seu quarto, foi prometer que ela
pudesse deixá-lo hoje, sem eles tentando impedi-la.
Edith se sentou na cama e olhou em volta. Ela estava sozinha em sua cama, o que
era uma boa mudança. Depois de duas noites com Effie compartilhando sua cama, Edith
tinha insistido que a movessem para o antigo quarto de Brodie na porta ao lado, ontem.
Não era que se importasse em compartilhar sua cama mais que a quietude silenciosa da
mulher e a palidez, que a faziam sentir-se como se estivesse compartilhando-a com um
cadáver respirando. Isso tinha começado a dar-lhe arrepios, e ela se viu olhando para ela,
para ter certeza de que ainda estava respirando.
Uma vez que a mulher mais velha foi movida, Edith havia ficado ansiosa para
limpar o caos em que o quarto dela tinha caído. Ela havia atribuído aos homens seus
próprios quartos, sugerindo a Rory pegar o quarto de Hamish, que estava ao lado do
antigo quarto de Brodie, para que ele pudesse cuidar de Effie mais facilmente. Ela então
tinha sugerido a Niels pegar o antigo quarto de Roderick, que era próximo a esse. O que
deixou os dois quartos de hóspedes do outro lado do corredor dos quartos de Roderick e
de Hamish, para Alick e Geordie.

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Foi quando Geordie e Alick tinha empacotado suas malas e partido para
MacDonnell. Aparentemente, eles estiveram esperando até que ela estivesse bem, no
caminho para a recuperação, antes de levar notícias de seu bem-estar para Saidh. Parecia
que vê-la ordenando-lhes sobre e limpeza fosse como um sinal de que ela estava
definitivamente na cura e sem probabilidade de recaída. Os dois homens tinham partido,
com a intenção de informar a sua irmã sobre o que havia ocorrido em Drummond, e
depois voltariam para ajudá-los a descobrir quem estava por trás do assassinato de seu
pai e seus dois irmãos mais velhos.
Edith franziu a testa com o pensamento. Eles tinham falado muito sobre isso desde
o seu despertar, mas, francamente, ninguém parecia ter uma ideia de como proceder
para essa tarefa. Envenenamento era um negócio complicado. Eles suspeitavam que
alguém estava adicionando veneno no vinho, o que era mais do que possível. Com seu
estômago ainda um pouco delicado, após seu problema na barriga na semana anterior,
Edith tinha estado evitando vinho. Mas qualquer um poderia ter deslizado veneno no
barril de vinho, ou nas jarras de vinho em seu caminho para a mesa. O mesmo aconteceu
com o ensopado que ela tinha comido enquanto cuidava de Moibeal. Edith nem sequer
recordava quem lhe trouxera ensopado naquela noite, mas mesmo se lembrasse, essa não
tinha que ser a pessoa que tinha colocado veneno nele.
Francamente, Edith não tinha ideia de como eles poderiam descobrir quem tinha
envenenado os membros de sua família. Os homens realmente não tinham sugerido algo
muito útil e ela sabia que Niels tinha sugerido a Geordie e Alick que perguntassem a
Saidh e Greer se tinham alguma ideia.
Edith afastou o lençol e as peles para o lado e deslizou seus pés no chão, só para
fazer uma pausa quando seu olhar pousou em Niels, Ronson e Laddie no chão ao lado
da porta. O trio estava todo envolto no tartan de Niels. Aparentemente Laddie tinha se
aninhado em frente de onde Niels estava deitado de lado, e Ronson tinha então se
aninhado no cão. O trio tinha então de alguma forma acabado com o tartan de Niels
cobrindo todos eles. A visão a fez sorrir.
Niels tinha estado bastante mal-humorado na maioria dos três dias desde que ela
tinha acordado, dando-lhe olhares severos, e insistindo para ela não fazer isso e não fazer
aquilo. Mas quando Rory tinha finalmente permitido a Ronson trazer Laddie, para visitá-
la no dia anterior, Edith tinha visto um lado totalmente diferente de Niels. Oh, ele ainda
tinha estado mal-humorado e resmungão em um certo grau, mas tinha sido
extremamente gentil e paciente com Ronson, e Edith tinha realmente apreciado isso. O
garoto, obviamente, não tinha tido muita influência masculina em sua vida e parecia se
espelhar bastante em Niels. Laddie também pareceu conquistado pelo homem,
obedecendo suas ordens prontamente e se comportando com as melhores maneiras que
Edith já tinha visto.
Sua visita tinha sido uma lufada de ar fresco na enfermaria. Ronson tinha
conversado alegremente, contando-lhe tudo o que tinha acontecido desde que ela tinha

Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands


caído doente, o que não era muita coisa, mas ainda era divertido quando o menino
contava. Ela também gostava de ter Laddie aconchegado a ela na cama, mesmo quando o
cão tinha lambido seu rosto como um louco. Havia algo sobre os cães que suavizava a
alma, e a alma de Edith precisava de calmante após os eventos das últimas semanas.
Ela olhou para o trio de conchinha no chão e sacudiu a cabeça fracamente, não
sabendo como Ronson e Laddie tinham acabado por ficar em seu quarto durante toda a
noite. Ela sabia que Niels tinha insistido em que ela precisava descansar ainda e estava
determinado a dormir no chão ao lado da porta. Mas a última coisa que recordava,
Ronson e Laddie tinham se enrolado no pé de sua cama, dormindo, enquanto ela e Niels
tinham falado em voz baixa, ela na cama, ele na cadeira ao lado de sua cama. Ela deve ter
caído no sono, no entanto, porque não se lembrava do homem, do menino e do cão
movendo-se para o chão.
Desejando ter algum talento artístico para que pudesse pintar esta cena e nunca a
esquecer, Edith escorregou para fora da cama, congelando quando Laddie
imediatamente levantou a cabeça. Ela fez-lhe o gesto para ficar, e ele ficou, mas o cão não
abaixou a cabeça e simplesmente observava atentamente enquanto ela se movia para o
baú no pé da sua cama para pegar um vestido. Edith pegou o primeiro que a mão dela
tocou e rapidamente colocou-o sobre sua camisa. Teria sido bom ter sido capaz de mudar
sua camisa, mas ela não quis arriscar com Niels e Ronson lá. Ela estava ansiosa o
suficiente por estar lá apenas em sua camisa, mesmo que ele já a tivesse visto nele.
Uma vez vestida, Edith rapidamente passou uma escova no cabelo, lavou o rosto e
as mãos na bacia sobre a mesa e, em seguida, moveu-se silenciosamente em direção à
porta, levantando a mão novamente para pedir a Laddie para ficar. Infelizmente, não
havia tanta coisa que um cão poderia aceitar e no momento em que estendeu a mão para
a maçaneta da porta, ele se levantou e começou a avançar, arrastando o tartan com ele.
Ronson imediatamente se agitou, mas Edith mal notou, seus olhos se arregalando para
Niels, enquanto uma boa parte do tartan foi puxada de cima dele antes que caísse de
cima de Laddie e cobrisse o rosto de Niels. Ele também deixou o homem nu da metade
do peito para baixo.
Não foi até que Ronson pulou de pé, esfregando os olhos sonolentos, que Edith
conseguiu arrastar seu olhar de mais do que ela jamais esperara ver de um dos irmãos de
Saidh. Dando na cabeça uma sacudida, ela abriu a porta e saiu para o corredor, seguida
rapidamente por Laddie e Ronson.
— Deveríamos... — Ronson começou, mas parou imediatamente quando ela o
calou.
Edith fechou a porta com cuidado, e, em seguida, encaminhou o rapaz até o salão.
Eles estavam nas escadas antes que ela parasse para observá-lo e perguntasse: — Sua avó
sabe onde você dormiu na noite passada, ou ela está adoecendo de preocupação,
perguntando-se onde você foi?

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— Eu disse a ela, — disse ele, só que um pouco rápido demais, e então balbuciou:
— Lord Niels me disse que fosse abaixo e perguntasse se isso estaria bem, então eu fiz
isso.
— Você fez o quê? Perguntou a ela ou disse a ela?
Ronson fez uma careta, mas então suspirou e admitiu: — Ela estava indo para o
garderobe6 quando vim para baixo, então eu perguntei a ela pela porta e ela não disse não,
então eu voltei para cima.
Edith estalou a língua e balançou a cabeça. — Ela provavelmente nem mesmo
ouviu. Você sabe que sua audição é ruim, Ronson. Por que você não esperou apenas ela
sair e pediu a ela, então?
— Porque ela leva uma eternidade lá, — queixou-se.
— Sim, bem, eu receio que quando envelhecermos todos nós vamos levar um
pouco mais de tempo no garderobe, — disse Edith.
— Hmmm. — Ronson fez uma careta. —Não como a vovó. Às vezes eu acho que
ela adormece fazendo seu negócio, ela gasta muito tempo. — Soltando um suspiro
pesado, ele sacudiu a cabeça e disse tristemente: — Eu nunca vou ficar velho, e essa é a
verdade, milady. Eu não vou gastar todo meu tempo cagando no banheiro.
Os olhos de Edith se arregalaram, incrédulos, e então, decidindo que uma mudança
de assunto era necessária, ela perguntou: — O que você ia dizer quando estávamos
saindo do quarto, Ronson?
— Eu só estava pensando que possivelmente devemos acordar Niels para que ele
possa mantê-la a salvo do assassino filho da puta de cu espinhento que envenenou seu pai e
irmãos, — Ronson disse, seriamente.
Edith piscou para o menino várias vezes enquanto seu cérebro tentava aceitar as
palavras que tinham acabado de vir de sua boca. Ela nunca tinha ouvido Ronson usar
esse tipo de linguagem suja, mas não tinha que pensar muito para saber onde ele tinha
aprendido as palavras. Os Buchanan tinham uma maneira muito colorida de falar.
Mesmo Saidh tinha uma boca tão suja que poderia fazer seus ouvidos ruborizarem.
— Er... Sim, bem, eu tenho certeza que vou estar segura o suficiente do... er... cu
espinhento... — Edith fez uma pausa e, em seguida, apenas balançou a cabeça e começou
a descer as escadas, dizendo: — Eu tenho certeza que vamos estar seguros o suficiente à
mesa, você não acha?
— Mas Laddie tem que ir para fora ou ele vai estar mijando em toda parte como um
pênis com verruga, — Ronson protestou.
— Oh, querido, — Edith respirou fracamente. Deus. Um pouco de tempo com os
Buchanan era certamente um monte de tempo, quando se trata de aprendizagem,
parecia.

6 Banheiro em forma de armário, sem dependências para banho.

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— Então eu tenho que sair com ele, — Ronson continuou ansiosamente, seguindo-a,
descendo as escadas. — E então você estará sozinha. Eu não posso deixar você sozinha,
milady. Esse filho da puta assassino pode pegar você!
— Eu... Oh! — Edith engasgou com surpresa, quando ela foi subitamente levantada
nos braços de alguém. Virando a cabeça, ela olhou boquiaberta para Niels e protestou: —
Eu posso andar, milorde.
— Sim, mas você é muito lenta. Você estava bloqueando as escadas, — Niels
respondeu com um encolher de ombros, enquanto continuava a descer as escadas, e
depois acrescentou sombriamente. — E você não deveria ter saído do quarto sem mim.
— Eu estava acabando de dizer-lhe isso, senhor, — Ronson garantiu-lhe com
firmeza, em seus calcanhares. — Eu disse a ela como precisávamos de você para mantê-
la a salvo do pênis com verruga que envenenou seu pai e irmãos.
— Na verdade, eu acredito que ele era o filho da puta cu espinhento, e Laddie iria
mijar como um pênis com verruga, — Edith assinalou secamente, olhando para Niels
enquanto o fazia. Quando ele apenas sorriu para ela, ela sussurrou duramente. — Sua
avó vai me matar por deixá-lo ensinar-lhe essas coisas.
Niels ergueu as sobrancelhas e depois parou no primeiro degrau e virou-se para
dizer a Ronson. — Um homem não usa essas palavras na frente de uma lady.
Ronson parecia confuso e apontou. — Mas você faz isso.
Niels franziu os lábios e concordou. — Sim. Eu faço, — ele admitiu e, em seguida,
virou-se para atravessar o piso externo, murmurando. — Eu tentei, milady, mas pelos
dentes de Deus7 ele está certo. Temo que eu e meus irmãos todos praguejamos um pouco
terrivelmente.
— Sim, — disse Edith com um suspiro. — O mesmo faz Saidh. Suponho que haja
piores hábitos.
Niels resmungou o que poderia ter sido uma concordância com isso, enquanto ele a
colocava no banco à mesa, e, em seguida, olhou em volta e ordenou: — Leve Laddie para
fora, Ronson. Seus olhos estão quase saltando, de que ele precisa muito ir.
— Sim, senhor, — o menino disse e saiu correndo, chamando Laddie para segui-lo,
logo que o cão começou a levantar uma perna no final do banco onde ela se sentava.
Felizmente o cão obedeceu e seguiu imediatamente.
Niels olhou-os até que eles deixaram o grande salão e, em seguida, desabou para
sentar-se no banco ao lado de Edith.
— Ele admira muito você, — ela disse calmamente.
— Sim. Bem, eu gosto dele bastante, também, — Niels disse rispidamente. — Ele é
um bom garoto.
— Ele é, — ela concordou.

7 Falava-se assim na época

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— Foi bom você pegar ele e sua avó, — Niels disse suavemente, o suficiente para
não ser ouvido por outros.
Edith deu de ombros. — Você o faz soar como caridade. Não foi. Eu tinha trabalho
para os dois.
— Sim. Ronson cuida do seu cão, — disse ele, divertido. — Diga-me se os dois
simplesmente não seguem você por toda a fortaleza, durante todo o dia.
— Como você sabe di...? — Interrompendo-se, ela parou e estalou a língua com
irritação, por se entregar assim.
— Porque eles estiveram me seguindo por aí em sua ausência, cada vez que eu
deixei o seu quarto, — Niels respondeu sua pergunta inacabada, seu tom seco. — É
óbvio que o rapaz normalmente segue você por aí. Qualquer pergunta que fiz sobre
você, ele sabia a resposta.
Edith paralisou e virou-se para olhá-lo, com desconfiança. — Que tipo de
perguntas?
Ela não foi consolada pelo sorriso largo que de repente reivindicou os lábios dele.
— Ah, milady, eu não sei como dizer-lhe da minha satisfação de vê-la recuperada e
bem.
Edith se virou rapidamente e sorriu para Cawley, quando ele pegou o lugar do
outro lado dela e tomou sua mão.
— Eu sabia que eles poderiam salvá-la, —Cawley disse, apertando a mão que
segurava. — Graças a Deus Tormod me escutou e finalmente concordou em deixá-los
entrar, para atender você, sem o que você teria certamente morrido.
— Sangue de Deus, Cawley,— Tormod rosnou, deixando-se cair sobre o banco ao
lado dele. — Eu estava seguindo ordens. Uma vez que o rapaz assinalou que seu irmão
podia ser capaz de salvar a nossa lady, eu deixei-os entrar, não foi? Apesar do fato de
que eu provavelmente vou ser açoitado por isso.
— Oh, açoitado,— Cawley disse com desgosto. — O que é um pouco de flagelação,
quando nossa lady está viva e bem?
— Eu não sei. Por que eu não tomo a frente e lhe dou a flagelação que eu acho que
vou receber, quando o laird retornar, e depois você pode dizer o que é um pouco de
flagelação? —Tormod disse severamente.
— Ora, Tormod, — Cawley disse, com alarme.
—Eu não vou fazer isso e você sabe, — disse Tormod com um suspiro, e então
perguntou: — Você falou com o cozinheiro, como eu pedi?
— Naturalmente que falei, — disse Cawley ao mesmo tempo.
— E? — Perguntou Tormod.
— E ele não consegue lembrar-se quem levou o ensopado até Lady Edith, que a fez
ficar doente, — Cawley admitiu infeliz.
— E? — Repetiu Tormod.
— E o quê? — Cawley perguntou, cautelosamente.

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—É isso? — Tormod replicou. — Eu estive correndo, eu mesmo supervisionando
os homens na prática e cuidando dos criados na ausência de Lady Edith. Eu pedi a você
para fazer uma coisa, uma coisa — perguntar ao cozinheiro e suas criadas na cozinha e
descobrir o que pudesse — e isso é tudo que você traz para mim?
— Ah... bem... Eu tentei, — Cawley disse, ansiosamente.
— Não com força suficiente, — Tormod rosnou. — Se não pudermos descobrir
quem colocou o veneno em sua comida e bebida, então Lady Edith ainda está em perigo.
Mexa seu traseiro peludo para a cozinha e vigie a comida, garantindo que ninguém
coloque veneno em nada. E faça perguntas enquanto você estiver lá. Descubra o que
puder.
Cawley concordou, avidamente e aguardou.
— E diga ao cozinheiro que o que ele tinha melhor a fazer era trazer a comida de
Lady Edith ele mesmo e nunca tirar os olhos dela enquanto o faz, porque se ela for
envenenada novamente, eu vou pendurar vocês dois da parede do castelo e deixar os
corvos pegarem seus ossos.
Olhos arregalados, Cawley balançou a cabeça e cambaleou rapidamente para fora,
para a cozinha.
Tormod observou-o ir e, em seguida, virou-se para a mesa com um suspiro e
murmurou: — Isso deve mantê-lo fora do nosso caminho por um dia ou dois.
— Sim, — Edith murmurou e, em seguida, olhou para Niels e notou sua expressão.
— Cawley é especial, — Tormod disse, quando Edith hesitou em explicar.
— Especial? — Niels perguntou, em dúvida.
— Sim, — Edith concordou. — Ele tem uma tendência a... er...
— Ele conta histórias, —Tormod disse suavemente. — Muitas. Enquanto ele acaba
de afirmar para Edith que ele argumentou para que os deixassem entrar, quando Brodie
retornar ele vai dizer-lhe muito fervorosamente, e bem em frente a ela, que ele tentou me
alertar contra irmos contra as suas ordens e abrir o portão para vocês.
Quando Niels olhou para ela, Edith assentiu solenemente.
— É o que ele sempre fez.
Niels apertou os lábios e, em seguida, perguntou a Tormod:
— Então, qual é a verdade? Ele discutiu com você para deixar-nos entrar ou nos
manter fora?
— Ambos, — disse Tormod, com uma carranca. — Isso é que é o inferno dele. Ele
nunca realmente mente, ele só... — Ele hesitou e depois explicou:— Quando vocês
chegaram aqui ele argumentou que seria melhor não deixar vocês entrarem, e me
lembrou que Lady Victoria havia dito que não deixássemos entrar ninguém. E então
quando você mencionou que seu irmão era um curador e poderia salvá-la, ele
argumentou que eu deveria deixá-lo entrar. Mas no momento em que eu concordei, ele
começou a argumentar que não deveríamos.
Niels balançou a cabeça e perguntou com espanto:

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— Por que ele é o segundo aqui?
— Porque ele é meio-irmão de meu pai e ele queria cuidar dele, — Edith disse,
calmamente.
Niels levantou as sobrancelhas com o anúncio simples, e então perguntou: — Meio
irmão?
— É uma história triste, — Tormod advertiu-o, e então contou a ele, para que Edith
não precisasse. — Então, o bastardo velho laird, o avô de Edith, tinha banido Cawley e
sua mãe quando Cawley era apenas um garoto. Mas o pai de Edith sabia disso, e quando
o velho morreu, ele quis corrigir seu comportamento. Ele encontrou Cawley, o trouxe
para cá e tornou-o seu segundo, mas então ele fez com que todos entendessem que era
apenas no nome. Quando dizemos que Cawley é especial, queremos dizer que ele não é
muito bom da cabeça.
— Meu avô não apenas baniu Cawley e sua mãe, — explicou Edith. — Quando
jovem, Cawley de alguma forma descobriu que meu avô era seu pai. Ele aproximou-se
dele e disse que sabia. Eu não sei o que ele estava esperando conseguir. Provavelmente,
ele só queria um pai, ele era apenas um garoto, não mais velho que Ronson nesse
momento, mas vovô ficou furioso. Ele surrou-o horrivelmente... quase até a morte. E
então ele baniu a ambos. A mãe de Cawley levou-o para longe e fez o melhor que podia,
mas enquanto seu corpo se curava, sua mente nunca foi a mesma novamente. — Ela
encolheu os ombros, impotente. — Meu pai costumava levar-lhes comida e moedas para
tentar ajudá-los a sobreviver, mas pouco podia fazer além disso, até que seu pai morreu.
— Entendo, — Niels disse calmamente.
— O problema é que Cawley gosta de ser o centro da atenção, — Tormod disse
calmamente. — Se ele não for mantido ocupado ele vai insinuar-se em tudo e tende a
causar confusão e conflito.
— Então, você o mantem ocupado, — disse Niels, com compreensão.
— Sim, e, geralmente, nas cozinhas, — Tormod diz, com um sorriso irônico. —
Porque a coisa que mais gosta no mundo é de comer. Na verdade, no momento em que
ele estiver na cozinha, ele esquecerá tudo o que eu disse a ele e simplesmente se
concentrará em comer.
— Nós pensamos que é porque ele e sua mãe estiveram quase morrendo de fome,
por muito tempo, — Edith disse suavemente. — Agora ele come tudo o que ele pode, por
temer que possa não haver mais amanhã.
— Sim, — Tormod disse com tristeza. — Felizmente, Cook é um tipo de boa índole
e simplesmente senta-o em um canto, com uma tigela após a outra de comida e deixa-o
tagarelar.
— Então você não quis dizer isso, quando disse que Cook tinha mais que fazer e
trazer a comida de Edith, ele mesmo e...

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—Oh, sim, eu quis dizer isso, — Tormod interrompeu com um sorriso amargo. —
Mas não importa se Cawley não disse, porque eu disse isso a Cook, eu mesmo, ontem à
noite, e novamente esta manhã.
— Ah, — disse Niels relaxando e até mesmo produzindo um sorriso. Então ele
olhou para Edith. — Foi o seu tio Cawley a razão pela qual você deixou que Ronson e
sua avó entrassem?
— Não, — disse Edith com surpresa. — Eu deixei-os entrar porque eles precisavam
de um lar. Todo mundo deveria ter um lugar para chamar de lar.
Niels encarou Edith e se perguntou se ela percebeu o quanto ela disse com essas
palavras. Ela tinha dado a Ronson e sua avó um lugar, ao qual eles poderiam sentir que
pertenciam e que eles poderiam chamar de lar. Ela estava dando-lhes o que ela mesma
não tinha. Seu lugar aqui era temporário. Edith perderia o único lar que já tinha
conhecido e o resto de sua família junto com ele, todos os soldados e criados com quem
tinha crescido e considerado sua família, amigos e encargos. Ela iria mesmo perder seu
maldito cão, uma vez que ele não achava que o Convento permitiria que ela trouxesse a
enorme besta com ela.
Era desolador para ele, e muito injusto. Edith era uma boa mulher, uma mulher
gentil. Ela merecia melhor.
— Milady.
Niels olhou ao redor, o mesmo fez Edith, estreitando os olhos quando viu o
homenzinho magro de pé atrás de Edith com um prato de metal com bolos sobre ele.
— Eu fiz o seu favorito, disse o homem. — Pastelaria recheada com cerejas
adocicadas.
— Oh, que amável, — disse Edith sorrindo para o homem. — Obrigada a você,
Jaimie.
— Foi um prazer, — assegurou ele, radiante. — Estamos todos muito felizes em vê-
la bem outra vez, milady. E eu lhe garanto, eu não afastei meus olhos destes doces do
início ao fim. Eu até fiquei e os olhei cozinhar. Ninguém chegou perto deles. Então
aproveite-os. Eles são seguros.
— Obrigado, Jaimie, — Edith disse novamente, e quando o homem se inclinou para
colocá-las em cima da mesa, na frente dela, ela lhe deu um beijo rápido de gratidão na
bochecha, que fez o homem ficar corado e confuso. Balançando a cabeça várias vezes, ele
afastou-se da mesa e, em seguida, virou-se e correu de volta para as cozinhas, vermelho
como as cerejas em seus bolos.
Niels olhou os doces no prato e pegou a mão dela, quando ela foi pegar um. —
Talvez eu deveria provar um primeiro, caso esteja envenenado.
Edith piscou para ele com surpresa. — Você ouviu Jaimie, ele os viu do início ao
fim. Eles estão bem.
— Mas e se foi ele quem envenenou o vinho e o ensopado? — Ele apontou.

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— O que? Ele não seria... — Fazendo uma pausa, ela estreitou os olhos. — Você está
trás dos meus doces de cereja, senhor.
— Eu não estou, eu... — ele começou a protestar, mas parou quando ela pegou um
docinho do prato e ofereceu a ele.
— Experimente então. Eles são muito bons.
Niels aceitou a pastelaria, sua boca já salivando. Ele estava mordendo-o antes
mesmo dela se virar para oferecer o prato para o outro homem.
— Você também, Tormod, — disse Edith. — Eu provavelmente não posso comer
tudo isso sozinha.
— Ah, você é uma boa mulher, Lady Edith. Um coração de ouro é o que você tem,
— disse Tormod, pegando um docinho também.
Niels viu Edith sacudir a cabeça, divertida com a bajulação do homem, mas ele
estava ocupado tentando não gemer de tão bom que era o docinho que tinha acabado de
morder. Querido Deus, se o cozinheiro em Buchanan fizesse alguma coisa ao menos
perto de tão bom, como isto, ele e seus irmãos não estariam vagando felizes por toda
parte fazendo moeda. Todos estariam presos em casa, tão gordos quanto Cawley e tão
felizes também.
— Docinhos? — Ronson gritou, precipitando-se para a mesa, com Laddie em seus
calcanhares.
— Sim. Cereja, — disse Edith e levantou o prato para o garoto. Quando ele pegou
um, ela disse: — Pegue dois e sente ao lado de Niels para comer. Não há
compartilhamento com Laddie porém, você sabe que vai deixá-lo doente.
— Eu sei, — disse Ronson. — Obrigado, milady.— Tomando sua recompensa, ele
subiu no banco ao lado de Niels e começou a trabalhar em devorar as delícias de cereja.
— Bem?
Boca cheia de pastelaria, Niels levantou uma sobrancelha, questionando a pergunta
de Edith.
— Está envenenado? — Ela perguntou, secamente.
Mastigando, ele apenas balançou a cabeça e Edith bufou e pegou mais três docinhos
e colocou-os na frente dele, dizendo: — Aproveite.
Foi nesse momento que Niels Buchanan decidiu que Edith Drummond era uma das
melhores mulheres que ele já conhecera.
— Então, quais são seus planos para hoje? — Perguntou Tormod.
Niels sabia que ele estava perguntando a Edith, mas quando ela abriu a boca para
responder, ele rapidamente engoliu a pastelaria e disse com firmeza. — Cama.
— O quê? — Edith se virou para ele, com o choque. — Eu não vou voltar para a
cama. Acabei de me levantar.
— Você tem que levar isso devagar. Você esteve doente por semanas. Você
necessita...

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— Eu estava envenenada, não doente, — ela lembrou-o, severamente. — E eu estou
bem agora.
— Você não deve exagerar. Você ainda está fraca, — argumentou.
— Sim, eu estou, — ela reconheceu. — Mas eu não vou ficar mais forte descansando
na cama. Além disso, há muito o que fazer por aqui.
— Bobagem, — disse Niels ao mesmo tempo.
— Ah, é mesmo? — Ela perguntou com descrença. — Assim, você não percebeu o
cheiro de mofo horrível na esteira de junco onde você dormiu na noite passada? Porque
eu notei que você agora leva aquele fedor com você, como também Ronson e Laddie.
Franzindo a testa, Niels cheirou-se e fez uma careta. Ele tinha realmente notado o
cheiro quando ele deitou na noite passada, mas muitas horas com ele no nariz,
aparentemente, o tornaram imune ao cheiro. Agora que ela mencionara isso, porém, ele
percebeu o cheiro nele e foi o bastante para quase colocar fora seus docinhos de cereja.
Carrancudo, ele perguntou: — O que tem de acontecer para que os juncos cheirem
melhor?
— Terei que fazer as mulheres remover e queimar as velhas esteiras e depois terei
de levar as crianças até o rio para colher junco fresco. — Ela fez uma pausa e depois
acrescentou: — E, em seguida, as mulheres terão de tecer esteiras frescas para substituir
as antigas e vamos colocá-las no chão e polvilhar flores secas para fazê-las ter cheiro
agradável.
Niels ficou em silêncio por um momento, considerando o que ela tinha dito.
No pouco tempo que ele tinha conhecido Edith, ele veio a compreendê-la bem o
suficiente para perceber que ter as mulheres removendo e queimando as velhas esteiras
significava que ela iria ajudá-las a fazê-lo, e levar as crianças para baixo, para recolher
juncos frescos, provavelmente significava que ela estaria realizando o trabalho árduo ao
lado delas.
Era exatamente o tipo de mulher que ela era, liderando pelo exemplo e não
simplesmente de pé atrás e gritando ordens. Niels também sabia que ela se sentia bem
agora, mas a mulher tinha passado a maior parte do mês passado doente, na cama. Ela
iria se cansar muito mais rapidamente do que ela imaginava.
No entanto, ele suspeitava que ele não ia ser capaz de convencê-la a sair deste
negócio rápido. Na verdade, ele realmente não queria. Agora que ele estava ciente disso
novamente, ele achou o cheiro de mofo, que havia impregnado a camisa e o tartan,
insuportável. Ele estava pensando que uma viagem rápida até o lago para lavar o cheiro
era uma boa ideia, mas de nada lhe adiantaria, se ele então tivesse que deitar novamente
sobre as esteiras com mau cheiro esta noite. Uma vez que ele não tinha nenhuma
intenção de deixar Edith desprotegida, lá era onde ele definitivamente iria esta noite,
então juncos frescos eram uma necessidade.
— Muito bem, eu sugiro que você tenha sua criada Moibeal supervisionando a
coleta e a queima das esteiras, enquanto você leva as crianças para baixo para recolher

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junco fresco, — Niels disse agora, e quando ela começou a protestar, como ele esperava,
acrescentou, —isso vai ajudar a acelerar as coisas e eu acho que pode ser necessário.
Minha perna estava fraca quando eu acordei esta manhã.
Edith piscou com confusão. —Sua perna? O que isso tem a ver com alguma coisa?
— É uma lesão antiga que normalmente só age antes de uma tempestade, —
explicou ele, o que era verdade, embora ele tivesse certeza que a fraqueza desta manhã
poderia ser culpa de dormir no chão frio e duro e não de uma chuva vindo. — Você quer
os juncos recolhidos e as crianças de volta ao castelo antes que isso aconteça, para você
não ter em suas mãos um castelo cheio de crianças doentes.
— Oh, sim, — ela concordou com uma careta.
— Vou supervisionar a coleta e queima das antigas esteiras, — Tormod disse agora.
— Eu vou fazer os homens ajudar também. Dessa forma, você pode pegar Moibeal e
mais um par de criadas para ajudar a recolher os juncos e cuidando das crianças. Elas
podem ser um punhado.
— Oh, isso não é necessário, — Edith disse de repente. — Eu posso lidar com as
crianças.
— Sim, mas se vai chover, você vai querer que os meninos e meninas sejam rápidos
com o seu trabalho, e você sabe como eles demoram e brincam. Moibeal e as outras
podem ajudar a acelerar as coisas, junto com você. Na verdade,— Tormod anunciou: —
Estou pensando que talvez você deve pegar todas as criadas e deixar a coleta e a queima
totalmente para meus homens. Isso vai ser feito em pouco tempo, em seguida, você vai
escapar da chuva e você sabe, vai ser como um dia de folga fazê-los ter um pouco de
diversão. Depois destas semanas de stress e tragédia, todos poderiam ter um pouco
disso.
— Ótima ideia, Tormod, — disse Niels com um gesto de aprovação, apreciando seu
auxílio.
— Laddie e eu vamos com você, milady, — Ronson anunciou.
Niels sorriu para o garoto quando ele viu a cereja do recheio manchando todo seu
rosto. Parecia que ele tinha colocado mais ao redor da boca do que nela.
— Obrigada, Ronson, isso seria ótimo, — disse Edith, com um sorriso.
Concordando, Ronson lambeu o recheio de cereja de sua mão e acrescentou: — Não
tenha preocupação alguma, Laddie e eu vamos manter você a salvo desse cabeça oca craca
da bunda de Satanás que envenenou você.
— Querido Deus, por favor me digam que Bessie não ouviu isso, — Edith expirou.
— Quem é Bessie? — Perguntou Niels com curiosidade.
— A avó de Ronson, — explicou Tormod.
Interessado em ver a mulher que ajudou a criar o bom garoto ao lado dele, Niels
olhou ao redor. — Ela está aqui?

Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands


—Sim. Aquela é ela, remendando ao lado da lareira. Não olhe, — Edith engasgou
quando ele se virou para olhar por cima do ombro, e então, rapidamente perguntou, —
Ela está olhando para cá?
— Não. Ela parece estar dormindo, — disse Niels, olhando para a velha mulher na
cadeira, perto do fogo. Seu cabelo estava preso em um coque apertado no topo da sua
cabeça e suas roupas eram esfarrapadas, mas limpas. Seus olhos pareciam estar fechados
e as mãos jaziam imóveis no colo, em cima de uma camisa que ela aparentemente tinha
estado remendando.
— Graças a Deus, — Edith resmungou. — Vamos, Ronson. Nós vamos encontrar
Moibeal e as outras criadas, e depois reunir as crianças e sair o mais rápido que
pudermos.
— Você não vai deixá-la sair para recolher os juncos sozinha, vai? — Perguntou
Tormod, com uma careta, quando Edith e Ronson tinham se afastado para encontrar as
criadas para levar com eles.
Niels sacudiu a cabeça. — Não. Eu vou também. E eu estou pegando algumas peles
para ela sentar-se, bem como alguns bolos de cereja e meu cavalo. Ela não percebe isso
agora, mas ela vai estar esgotada dentro de uma hora.
— Sim, bem, ela é teimosa, — Tormod avisou. — Portanto, não espere que ela
admita isso quando ela cansar. Ela vai trabalhar até limite da exaustão e ainda obrigar-se
a avançar, em vez de admitir a derrota.
— Sim. Eu já suspeitava disso, — Niels assegurou. — Ela é muito parecida com
minha irmã nisso.
— Você tem um plano? — Perguntou Tormod, com interesse.
— Sim. Vou usar o rapaz contra ela, — Niels disse simplesmente.
O velho sorriu e concordou. —Isso vai funcionar. Ela se preocupa com ele o
suficiente para você achar que ele é dela.
— Sim, — Niels concordou e, em seguida, perguntou: — Por que isso?
Tormod sacudiu a cabeça. — Lady Edith sempre teve um bom coração... bom
demais às vezes. Outros tiram vantagem. — Ele suspirou. — Isso me parte o coração,
pensar o que vai acontecer com ela quando Brodie retornar. Mais ainda, como ela vai
estar no seu caminho para a Abadia, uma hora depois que ele chegar. Ela merece melhor.
— Sim, — Niels murmurou, desejando que houvesse algo que ele pudesse fazer por
ela.
— Bem, acho que é melhor eu ir dizer aos rapazes o que eles vão estar fazendo hoje,
— disse Tormod, ficando de pé.
— Será que eles vão se importar? — Ele perguntou, curioso.
Tormod bufou. — Não é provável. Oh, eles vão lamentar e reclamar sobre estar
fazendo o trabalho das mulheres, enquanto eles arrastam as esteiras para fora, mas uma
vez que chegar o momento de queimar os juncos, eles vão pegar a cerveja e beber e rir ao
redor do fogo.

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Niels sorriu levemente. É o que ele e seus irmãos teriam feito também. Desejando
que o homem tivesse um bom dia, ele se levantou e se dirigiu escadas acima, para pegar
os itens que ele queria para este passeio.

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Capítulo 4

— Talvez você devesse descansar, milady.


Edith conseguiu dar um sorriso para Moibeal por essa sugestão, mas apenas
balançou a cabeça. — Estou bem.
— Sim, mas você teve terríveis semanas, — a criada disse, preocupada. — Você
não deveria exagerar e ficar doente de novo.
— Eu estava envenenada, não doente, Moibeal, — Edith assinalou, inclinando-se
para cortar a base do próximo maço de juncos, com a foice na mão direita.
Edith reprimiu um gemido enquanto acrescentava os juncos ao maço reunido em
seu braço esquerdo, e depois olhou ao redor com surpresa, quando a pilha inteira foi
tirada dela. Engolindo o, obrigado, que quase escapou, ela fez uma careta para Niels ao
invés e disse: — Eu posso conseguir, meu senhor, você...
— Ronson está exausto, — Niels interrompeu. — Ele não dormiu bem na noite
passada e é mais jovem do que a maioria das outras crianças aqui. Ele precisa de uma
pausa.
Fazendo uma pausa, Edith olhou em volta com a testa franzida para ver Ronson
trabalhando cansado, mais longe, ao longo da margem, o esgotamento claro em seu rosto
pálido. — Sim, — ela murmurou com preocupação e se endireitou. — Eu vou dizer-lhe
para parar e descansar agora.
— Eu já disse, — disse Niels, com um encolher de ombros. — Mas ele insiste que
ele vai trabalhar, enquanto você o fizer.
— Sério? — Ela franziu a testa.
— Sim. Eu estava esperando convencer você a parar um pouquinho. Apenas o
tempo suficiente para fazer o menino parar, — acrescentou rapidamente, e, em seguida,
tentou-a com: — Eu trouxe alguns desses bolinhos de cereja, e peles para se sentar. Já
espalhei as peles. Pensei que poderíamos fazer um piquenique. Eu suspeito que Ronson
vai adormecer assim que sua barriga estiver cheia e, em seguida, você poderá trabalhar
um pouco mais ou não, como você desejar.
A boca de Edith encheu d’água com o pensamento dos bolos de cereja, e seu corpo
clamava por descanso. Niels tinha razão. Ela tinha se cansado mais cedo do que ela
esperava, mas ela continuou, determinada a não ceder.
Seu olhar deslizou sobre as outras crianças e criadas que trabalhavam ao longo da
margem do rio, para coletar os juncos necessários e, em seguida, levantou-o para o céu.
Era tão azul quanto os olhos de Niels. Não havia nem mesmo uma pitada de chuva que
ela pudesse ver. Eles pareciam ter muito tempo para realizar sua tarefa. Seu olhar se
moveu em seguida para os carrinhos que tinham trazido para baixo com eles. Um estava
cheio, o outro apenas começando a ser usado e ela concordou.

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— Moibeal, faça Sorcha levar o carrinho cheio de volta ao castelo para que as
criadas mais velhas que ficaram para trás possam começar a tecer as esteiras. Faça Bryce
acompanhá-la, — acrescentou ela, escolhendo o filho mais velho. — Dê-lhes uma maçã
para cada um, para levar com eles e, em seguida, passe as maçãs para as crianças e o
resto das criadas. Todos podem sentar e descansar por alguns minutos.
— Sim, milady, — Moibeal sorriu agradecida, não para ela, Edith notou, mas para
Niels. Como se ele tivesse conseguido um milagre de fazê-la parar.
Sacudindo a cabeça, Edith começou a se virar e quase caiu quando ela tentou
afastar-se da margem. A lama estava sugando seus pés, minando suas forças. Se Niels
não a tivesse agarrado pelo braço, ela teria caído. Murmurando um obrigado ela deixou-o
levá-la na direção das árvores, onde ele colocara as peles.
— Ronson! — Niels chamou quando ele viu Edith sentada. —Traga Laddie e venha
sentar-se um instante.
— Sim, senhor.
Edith fez uma careta para o alívio na voz do menino, e mordeu o lábio quando o
viu lutar para sair da lama ao longo do rio e depois deixar cair sua pilha de juncos e
avançar em direção a eles. O menino foi arrastando os pés com dificuldade até Laddie
mover-se para o seu lado. Jogando seu braço sobre o cão, Ronson se inclinou sobre ele e
conseguiu pegar o ritmo um pouco. No momento em que chegou às peles, porém, ele
soltou o cachorro e caiu para sentar-se sobre elas.
— Esta coleta rápida é um negócio amaldiçoado, — Ronson engasgou, se jogando
de costas nas peles.
Edith suspirou e apenas balançou a cabeça, exausta demais para comentar sobre a
sua linguagem. Honestamente, Niels e seus irmãos tinham estado no castelo por apenas
dez dias, a maioria desse tempo gasto em seu quarto pelo que ela podia saber, e já tinha
o rapaz soando como um soldado. Apenas que os soldados tentavam não praguejar tanto
na frente das mulheres, ou pelo menos não na frente dela.
— Pés enlameados fora da peles, rapaz. E certifique-se de que Laddie não suba
nelas. Ele está encharcado de tentar pegar peixes no rio, — Niels disse suavemente,
quando ele se sentou e abriu o saco que tinha trazido para começar a escavar dentro.
— Sim, senhor. — Ronson deslocou-se para certificar-se de que seus pés
enlameados não estavam nas peles, e depois deu um tapinha na grama ao lado de seus
pés, e disse: —Vamos lá, rapaz. Deite-se.
O enorme cão se moveu para farejar a mão de Ronson, obviamente, esperando por
um deleite. Quando ele não encontrou um, ele bufou, e depois deu a si mesmo uma boa
sacudida, enviando água por toda parte.
Ronson gritou de surpresa e cobriu o rosto, mas Edith apenas sorriu e fechou os
olhos, contra as gotas de água pulverizando sobre ela. Ela estava muito satisfeita para se
mover, se sentia bem com o sol no seu rosto e abriu as pálpebras assim tudo o que ela via
era uma vista vermelho brilhante.

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— Moça?
Edith abriu os olhos para ver Niels segurando um docinho de cereja e um odre8 de
líquido.
— Obrigada, — ela murmurou, aceitando a oferta. Pegando os dois, ela cheirou o
líquido no odre, aliviada quando viu que era cidra.
— Eu não trouxe vinho porque você mencionou que não se importava muito com
ele, — ele murmurou, entregando a Ronson um bolo de cereja, bem antes de pegar um
para si próprio.
— Obrigada, — Edith disse sinceramente e bebeu um pouco do líquido doce antes
de passar de volta o odre.
Levantando seu bolo, mordeu-o e gemeu baixinho de prazer quando o centro doce
explodiu em sua boca. Ninguém fazia bolos como Jaimie. Edith comeu o primeiro
rapidamente, mas levou mais tempo com seu segundo, meio distraída enquanto
observava Niels descascar uma maçã, em um longo fio, que pendia da borda da faca.
— Como você faz isso, milorde? — Perguntou Ronson, olhando para o que Niels
estava fazendo com fascinação.
— Basta manter rodando, — disse Niels e parou para pegar outra maçã.
Entregando-a para o garoto, disse: — Pegue sua sgian-dubh9 e eu vou mostrar-lhe.
— Ronson não tem uma sgian-dubh,— Edith disse, gentilmente.
Niels franziu a testa e, em seguida, entregou-lhe a sua própria. — Você pode usar a
minha então. Vou usar meu punhal.
Ronson aceitou a faca pequena, de cabo preto, os olhos arregalados e reverentes.
— Cuidado para não se cortar, — Niels advertiu, enquanto pegava seu punhal e
deslizava-o sob a casca da maçã que tinha começado. — Agora é só começar no topo,
pela haste e ir ao redor, mas não corte muito profundo ou você vai desperdiçar a polpa
da maçã. Também não corte muito fina, senão ela vai rasgar.
Edith olhou em silêncio enquanto ele instruía o menino, fascinada pela forma suave
e encorajadora com que ele lidava com ele.
Deitada de lado para assistir, ela sorriu quando notou como Ronson tinha sua
língua para fora e curvada para o lado, enquanto trabalhava. Sua concentração era tal
que alguém teria pensado que ele estava aprendendo a tarefa mais importante do
mundo, pensou com diversão, em seguida, olhou para Laddie, quando de repente ele
ficou de pé e correu. O cão havia corrido até a água para se juntar aos outros. Eles tinham
acabado suas maçãs e estavam voltando para a coleta de juncos, ela viu com uma careta e
se voltou para Ronson e Niels. Ronson ainda estava perto do topo de sua maçã,
trabalhando lentamente e com cuidado, para descascá-la em um longo fio.

8 espécie de saco feito de pele, usado para transporte de líquidos .


9 pequena faca de gume único, usada como parte da roupa tradicional das Terras Altas escocesas, juntamente com o kilt.

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Ela esperaria até que ele tivesse terminado e comido sua maçã, e então sugeriria
que voltasse a trabalhar com os outros, Edith decidiu. Nesse meio tempo, ela iria fechar
os olhos por um minuto e aproveitar o sol aquecendo sua pele, e a brisa refrescante.

Foi o ruído das rodas do carrinho que a acordou. Piscando os olhos, Edith olhou
para as peles na frente de seu rosto e, em seguida, levantou a cabeça e olhou por cima.
Ela arregalou os olhos, incrédula quando viu as criadas e as crianças seguindo o
carrinho, transbordante de juncos, para fora da clareira. Eles tinham acabado enquanto
ela dormia, ela percebeu com consternação. Meu Deus, quanto tempo tinha dormido?
Seu olhar deslocou-se para o céu para ver que o sol estava alto. Para ela, parecia ser
meio-dia. Suspirando, Edith sentou-se, seus olhos voltando-se novamente para o grupo
partindo, apenas a tempo de ver Moibeal olhar para trás e notar que ela estava acordada.
A criada sorriu e deu-lhe um adeus e, em seguida, continuou a levar as crianças embora.
Um latido animado alcançou sua orelha, em seguida, e Edith olhou para o rio onde
Niels, Ronson e Laddie estavam. O cão estava pulando em volta, animadamente, na
margem, parecendo que queria correr atrás de tudo o que Niels e Ronson estavam
jogando na água. Passou um momento antes dela perceber que Niels estava mostrando a
Ronson como saltar pedras na superfície plácida do rio. A compreensão a fez sorrir
levemente. Era algo que ela e seus irmãos tinham feito quando crianças. Esse era o único
local no rio onde a água desacelerava o suficiente para permitir isso.
Ela observou brevemente, maravilhando-se novamente com o quanto ele era bom
com o menino, e depois olhou para baixo. Todas as evidências de seu piquenique tinham
sumido, apenas as peles deixadas para ela, para dormir. Edith se levantou e rapidamente
recolheu-as e arrumou-as em uma pequena pilha. Ela então se dirigiu para baixo em
direção à beira da água para se juntar aos homens, sorrindo e dando a Laddie um afago
quando ele correu, animadamente, para o lado dela em saudação.
— Laddie! — Niels rosnou quando o cão tentou saltar sobre ela. O deerhound
obedeceu ao som, de imediato e manteve os pés no chão, enquanto Edith o acariciava.
— Como você se sente? — Niels perguntou suavemente, enquanto ela continuava
em frente, o cão agora ao seu lado.
— Como tendo dormido, enquanto todo mundo trabalhava, — disse ela com
autodesprezo.
— Sim, você dormiu, — Niels concordou facilmente. — O que significa que você
está pronta para a segunda parte do seu dia.
Edith olhou desconfiada. —Por que estou completamente certa que isso não
significa tecelagem de tapetes?
— Porque você é uma mulher excepcionalmente inteligente, — disse ele
solenemente, e então olhou para Ronson e Laddie que tinham se movido mais para baixo
na margem. — Vamos, rapaz, é hora de ir.

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— Sim, milorde. Vamos lá, Laddie, — Ronson disse e correu em direção a eles.
— Você ainda não me disse para onde estamos indo, — Edith disse, quando Niels a
pegou pelo braço e virou-se para levá-la em direção a seu cavalo.
— O que estaria na sua lista de coisas a fazer? Depois de tecer as esteiras que as
mulheres vão acabar num instante, mesmo sem sua ajuda, — acrescentou rapidamente.
Edith estendeu a mão para arranhar Laddie atrás da orelha, quando ele se moveu
para o lado dela e cutucou sua perna. Mas sua mente estava em alguma coisa que
pudesse precisar fazer no castelo. Ela precisava falar com Jaimie sobre o menu, daqui a
pouco, embora ele aparentemente tivesse cuidado suficientemente bem sem ela, nas
últimas semanas. Ela necessitava descobrir o que ele precisava que ela comprasse no dia
do mercado da aldeia, entretanto. Mas ela poderia fazer isso amanhã ou no dia seguinte.
O dia de mercado era realizado na aldeia, a cada semana, no sábado. E agora era, apenas,
segunda-feira.
Além disso, as coisas pareciam ter progredido bem na fortaleza, apesar de sua
doença. Os criados foram bem treinados e sabiam o que fazer. Eles também estavam
aparentemente bem em fazer as tarefas do dia-a-dia sem supervisão, embora ela
suspeitasse que Tormod tinha algo a ver com isso. Ela não duvidou, por um minuto, que
ele tinha tomado conta deles na sua ausência, o que ela apreciava. Assim, embora ela
tivesse certeza de que havia outras coisas para fazer, ela não saberia o que precisava ser
feito até que ela desse uma boa olhada ao redor. Realmente, os juncos tinham sido a
única coisa que tinha necessitado atenção urgente. O cheiro deles era insuportável.
Calcule que isto tinha tornado dar banho em Laddie uma questão bastante
urgente... e em Ronson... e encontrar para o menino um tartan limpo. Niels poderia ter
um banho e um tartan limpo também depois de sua noite sobre os juncos mofados, mas
ela dificilmente poderia pedir-lhe para se banhar. E daí Edith gostaria de banhar-se. Ela
queria um banho desde que acordou, mas não tinha ordenado um porque ela se recusava
a tomar banho na frente dos irmãos Buchanan e eles pareciam ter criado raízes
permanentes em seu quarto. Pelo menos Niels tinha. Rory tinha passado tanto tempo no
quarto de Effie como no dela própria. E Geordie e Alick tinham partido para
MacDonnell, mas Niels ainda insistia que ela precisava de sua proteção e se recusava a
deixá-la sozinha, mesmo em seu quarto.
— Eu gostaria de tomar banho e fazer com que Ronson e Laddie o fizessem
também, — ela admitiu ao vê-lo rapidamente enrolar as peles e prendê-las na
lateral do cavalo em uma corda. Ele, então, rapidamente montou.
— Perfeito, — Niels falou e Edith engasgou quando ele de repente se inclinou,
pegou-a sob os braços e ergueu-a sobre sua montaria, diante dele.
— Por que isto é perfeito? — Edith perguntou, enquanto ela se colocava de lado, em
seu colo.
— Porque todos nós estamos indo para o lago para um banho, — ele anunciou, em
seguida virou-se e estendeu a mão para Ronson. — Pegue minha mão, rapaz.

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Ronson hesitou, mas depois ergueu a mão e Niels levantou-o e girou-o atrás dele,
sobre o cavalo. — Não há muito espaço com nós três aqui. Envolva seus braços em volta
de mim, rapaz, para que você não escorregue da bunda do cavalo.
— Ai, ai, ai, — Edith respirou. Ela nunca iria conseguir que Ronson parasse com os
palavrões, enquanto Niels se mantivesse usando tais palavras na frente do menino. Sua
avó certamente iria culpá-la por isso.
— É isso mesmo, rapaz. Segure-se firme, — Niels instruiu, curvando-se em torno de
Edith, para agarrar as rédeas.
— Talvez você devesse colocá-lo em meu colo, — Edith sugeriu, virando para
tentar olhar em volta dele para o menino.
— Ele vai ficar bem, — Niels disse suavemente. — Não é longe.
Edith assentiu, mas ela também deslizou suas mãos ao redor da cintura dele para
segurar os braços de Ronson e ter certeza de que ele ficava no lugar. Por alguma razão
isso fez Niels dar uma risada. Pelo menos isso é o que ela pensou que ele estava fazendo.
Ela sentiu o movimento de seu estômago e sua respiração roçar o topo de sua cabeça,
embora não havia nenhum som atrás da risada.
— O que é tão engraçado? — Ela perguntou, erguendo a cabeça para olhar para ele.
— Nada. — Niels sorriu e deu de ombros. — Eu só estava pensando que você será
uma boa mãe.
Edith sorriu tristemente. — Eu gostaria de pensar que você está certo, mas temo
que você nunca terá a chance de descobrir.
Quando Niels franziu o cenho ante suas palavras, Edith baixou a cabeça e a apoiou
contra seu peito.
— Ronson, certifique-se de que Laddie nos segue, — Niels instruiu, incitando seu
cavalo a avançar.
Quando Ronson chamou o cão, Edith fechou os olhos e tentou limpar sua mente da
questão preocupante de seu futuro. Havia o suficiente em seu prato no momento, sem ter
que pensar sobre isso. Eles ainda tinham que descobrir quem matou seu pai e irmãos e
tentou matá-la. Ela suspeitava que se Brodie descobrisse que tinha sido envenenado, ele
encontraria uma ou outra desculpa para não voltar para a fortaleza, até que o culpado
fosse encontrado. O que significava que ela tinha que ficar e cuidar do castelo na sua
ausência.
Edith não poderia, em sã consciência deixar Tormod cuidar das coisas sozinho. Ele
era um bom primeiro, e sabia que era, mas ele estava envelhecendo, e ela sabia que tinha
sido um fardo para ele cuidar dos soldados e dos empregados domésticos, enquanto ela
esteve doente. Infelizmente, Brodie era egoísta o suficiente para gastar todo o seu tempo
na corte, indo para casa apenas pelo dinheiro, se o culpado nunca fosse encontrado. Ele
drenaria Drummond de toda a sua riqueza, e deixaria seu povo miserável e faminto, sem
pensar duas vezes. O que a deixava a um passo de uma situação precária. Ela precisava
resolver a questão de quem estava por trás do envenenamento, de modo que fosse

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seguro o suficiente para que Brodie não tivesse uma desculpa para não voltar. Mas ela
também precisava ter ido embora antes dele voltar, se quisesse evitar ser enviada para o
convento, para viver o resto de seus dias.
Hoje, na verdade, tinha sido um pouco de indulgência. Trocar as esteiras do castelo
tinha sido uma maneira de escapar brevemente da fortaleza e atrasar lidar com o
problema real. Edith sentiu que merecia esse tempo, após estar doente por tanto tempo.
Mas esta noite ela teria que sentar-se com Rory, Niels e Tormod e tentar preparar um
plano para resolver a questão. Ela também tinha uma mala com o que ela precisava para
a sua visita a Saidh, para que pudesse sair a qualquer momento, caso o assunto fosse
resolvido rapidamente.
Essa era a outra razão pela qual ela tinha afastado abordar o assunto, de imediato.
Ela tinha enviado uma carta com Geordie e Alick, para Saidh, delineando seu problema e
suas esperanças de visitar Saidh e as outras duas mulheres que eram suas amigas, para
tentar encontrar uma maneira de evitar passar a vida como uma freira. Ela não iria
simplesmente aparecer na porta da mulher, implorando admissão.
Mas Geordie e Alick precisavam de tempo para cavalgar até MacDonnell e voltar
com a resposta de Saidh. Se eles não estivessem de volta antes que o problema fosse
resolvido, ela não tinha certeza do que faria. Talvez trocar seus vestidos finos pelo traje
simples de uma criada e ir em busca de uma posição em outro castelo, com outro nome.
Certamente ela teria uma melhor chance de felicidade como uma criada de casa ou
criada de uma lady, do que como uma freira?
Edith fez uma careta com o pensamento. Ela não era uma tola e sabia dos perigos
inerentes a tal compromisso, mas tinha poucas opções disponíveis.
— Aqui estamos.
Edith levantou a cabeça e olhou ao redor, enquanto Niels parava sua montaria. Eles
entraram em uma pequena clareira junto ao lago que ela conhecia bem. Ela ficava à beira
do lago, e onde muitas vezes ela veio com Laddie, quando ela queria nadar em privado.
A maior parte do castelo usava um trecho maior, mais para baixo da margem e mais
perto do castelo, mas aqui a terra se curvava abruptamente para dentro e, em seguida, de
volta para fora, criando uma pequena enseada que oferecia privacidade.
— Você vai para baixo, Ronson, — disse Niels e Edith liberou o aperto que ela
manteve nos braços do garoto, enquanto Niels se virava para agarrá-lo pela parte de trás
de sua camisa e tartan e balançava-o para o chão. Laddie estava imediatamente lá para
saudar o menino, lambendo seu rosto, excitado.
Edith sentou-se reta em seguida, retirando os braços em torno de Niels e girando
seu traseiro para que deslizasse para a frente e começasse a descer para fora da montaria.
No momento em que isso aconteceu, ela girou a parte superior do corpo e baixou a perna
para amaciar sua queda. Enquanto seu traseiro limpava o cavalo, ela seguiu por sua vez
e aterrissou no chão, de frente para o cavalo e agarrando sua perna. Edith era bastante
orgulhosa de si mesma para desmontar por conta própria, sem a necessidade de ser

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descida como uma criança... até que ela notou a quietude estranha de Niels e a expressão
indecifrável em seu rosto.
Percebendo que ela ainda estava segurando sua perna, ela soltou-a de uma vez e
recuou, em seguida virou-se e moveu-se em torno do cavalo para onde Ronson e Laddie
estavam, enquanto Niels começava a desembarcar. Laddie imediatamente se aproximou
dela e Edith o acariciou, usando a ação para impedi-lo de saltar em cima dela.
— Bom menino, — ela murmurou. Passando as mãos ao longo da lateral do cão, ela
olhou para trás para ver o que Niels estava fazendo. Ele tinha removido as peles
enroladas, da corda que ele tinha feito para pendurar da sela, bem como o saco em que
tinha trazido os bolos de cereja e maçãs e um saco muito maior também, e agora estava
se movendo para o centro da clareira, com Ronson arrastando-o.
— O que posso fazer para ajudar? — Perguntou Edith, seguindo-os agora também.
— Você pode pegar isto e ir banhar-se no lago, enquanto Ronson e eu preparamos
um pequeno piquenique, — ele respondeu e vasculhou sua bolsa, antes de produzir um
pequeno quadrado de sabão de Aleppo10. Entregando a ela, acrescentou: — Eu estava
esperando encontrar algum com óleo de lavanda nele ou algo assim, mas isso cheira bem
também.
Edith sorriu levemente. — Você não vai encontrar nenhuma lavanda em
Drummond.
As sobrancelhas de Niels se ergueram. — Eu pensei que as mulheres gostavam de
lavanda.
— A maioria gosta, — ela admitiu com um sorriso. — E eu acho que é ótimo, mas
nunca foi permitido no castelo em Drummond.
— Por quê?
— Papai recusou-se a tê-lo, — ela disse, simplesmente.
— Ele tinha espirros ou algo assim? — Perguntou Niels, com diversão.
— Não.— Edith sacudiu a cabeça. — Ele tinha uma aversão a isso. Lembro-me de
um visitante que veio aqui que cheirava a isso, uma vez, quando eu era uma criança e
meu pai ficou todo quieto e triste. Quando perguntei a mamãe por que, ela disse que a
lavanda lhe lembrava sua mãe e suas irmãs Ealasaid e Glynis e o deixavam triste e
sombrio. Todas três tinham esse cheiro, — ela disse, e explicou. — Elas morreram
quando ele era jovem. De tuberculose miliar, acho que mamãe disse. Todas três
morreram de forma rápida e foi um choque para ele.— Percebendo que estava
gaguejando nervosamente, Edith calou a boca e tomou a preciosa barra de sabão de
louro que ele estendeu, mas depois simplesmente ficou ali, incerta. Ela tinha trazido
Ronson para nadar algumas vezes e não tinha problema de despir a sua camisa na frente
dele, mas Niels não era um menino de cinco anos de idade.

10 elaborado desde a Antiguidade, representa vários milhares de anos de cultura e de história, com o modo de fabrico originário da
cidade de Alepo, na Síria, ainda sendo seguido na atualidade.

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—Ronson vai ser a garantia de que eu não vou olhar, — ele assegurou-lhe
suavemente, e depois sorriu para o menino e disse: — Não olharemos, não é rapaz?
— Sim, — disse Ronson imediatamente, e depois franziu a testa e perguntou: —
Mas por que você não pode ver Lady Edith nadar? Eu nado com ela o tempo todo.
— Sorte sua, — disse Niels baixinho, mas não explicou. Em vez disso, ele
tranquilizou Edith: — Eu vou estar aqui arrumando. E quando eu terminar eu vou sentar
de costas para a água. Quando você acabar você pode se secar e se vestir. — Ele
produziu uma toalha limpa e seca dobrada e um vestido limpo do saco grande que ele
trouxe e os estendeu para ela. Uma vez que ela tinha aceitado a oferta, ele acrescentou: —
E então você pode sentar e almoçar enquanto Ronson e eu banhamos Laddie e a nós
mesmos.
Edith olhou para o vestido que ele tinha retirado do saco. Era um dos seus, e ele o
enrolou para ajudar a mantê-lo sem rugas, mas é claro que não tinha impedido
completamente. — Onde você...?
— Moibeal pegou isso para mim, — admitiu com um sorriso irônico. — Eu
originalmente pensei em buscá-lo eu mesmo, mas então ocorreu-me que você poderia
manter coisas em seu baú que não gostaria que eu visse, então eu fui chamá-la em baixo
e ela ajudou.
— Oh. — Edith balançou lentamente a cabeça, concordando. Moibeal tinha
escolhido seu melhor vestido, um que Edith nunca tinha sequer usado, exceto durante os
ajustes. O verde floresta profundo, era o favorito de Moibeal. A criada jurava que trazia
os olhos e cabelos de Edith à vida, mostrando-a à perfeição e faria qualquer homem se
apaixonar por ela. Sua escolha do vestido para Niels disse a Edith que a criada o viu
como um marido em perspectiva para Edith, e aprovado. Isso não era algo que nem ela
mesma tinha considerado antes.
— Continue. Prometo que não vou olhar, — Niels disse, gentilmente.
Engolindo, Edith concordou e voltou-se para se mover para uma das árvores na
borda da clareira. Metade dos seus ramos se estendia sobre a água, mas metade era sobre
a terra seca. Edith pendurou o vestido e o tecido de linho sobre um galho sobre a terra
que era baixo o suficiente para ela alcançar, mas alto o suficiente para que o vestido
limpo não atingisse o chão. Então ela virou-se para olhar para trás para os meninos,
encontrando Niels e Ronson conversando calmamente enquanto eles desenrolavam e
colocavam as peles.
Virando as costas para eles, ela largou a barra de sabão e rapidamente desatou e
tirou seu vestido, em seguida, pegou o sabonete novamente e correu para a água apenas
em sua camisa. A água estava fria de início, e ela teve que morder o lábio para não gritar
enquanto corria, até que a água chegou na cintura. Edith em seguida, mergulhou sob a
água e nadou um pouco, até que o seu corpo se ajustou à temperatura.
O cenário era bonito e Edith normalmente tomava seu tempo e apreciava a paz da
enseada e a água fria, quando ela vinha aqui. Hoje ela não o fez. Edith foi rápida e

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profissional enquanto se lavava e a seu cabelo, mas o tempo todo sua mente estava
atiçando e incitando em torno da ideia de Niels como marido.
Agora que ela estava pensando sobre isso, a ideia era interessante. Iria certamente
resolver sua preocupação de acabar no convento. Quanto ao próprio Niels... bem, ela
gostava muito dele. Ele era bonito, e parecia inteligente e competente. Mais importante
para ela, ele também era extremamente bom com Ronson, mostrando muito carinho e
paciência. Edith tinha certeza de que seria um bom pai.
Pelas cartas de Saidh, ela sabia que Niels tinha assumido como primeiro de seu
irmão mais velho, Aulay, em Buchanan, quando Dougall partira com Murine. O que a
deixou curiosa sobre como ele foi capaz de ficar longe tanto tempo. Mas ela supôs que
com tantos irmãos, outro estava substituindo-o em Buchanan, enquanto ele estava aqui.
De qualquer forma, ela sabia que Niels nunca teria um castelo dele mesmo, mas isso não
importava para ela. Ela estaria bastante contente de viver em um pequeno chalé na
aldeia, gerando e criando crianças.
Esse último pensamento a fez olhar em direção a Niels novamente, enquanto ela
considerava os aspectos práticos da obtenção dessas crianças. A mãe de Edith tinha sido
uma curadora hábil e lhe ensinara um bom truque. Ela também a tinha levado junto para
ajudar, enquanto costurava feridas e ajudava no nascimento dos bebês. Edith sabia o
básico de como os bebês entravam na mulher, e agora considerava ter que fazer isso com
Niels.
Era difícil imaginar o que levava o homem a plantar sua semente, e quanto
desagradável poderia ser. Sua mãe lhe dissera que era doloroso na primeira vez, mas sua
amiga Jo tinha partilhado um pouco de sua própria experiência com isso e assegurou-
lhes que havia bastante prazer a ser obtido também. Edith achou isso difícil de acreditar.
Realmente, parecia um ato muito estranho.
Sua mão deslizou sob a água e entre suas pernas, encontrando o local onde o
homem arava o campo com seu violino como Jo tinha chamado isso. Ela remexeu em volta
com curiosidade, mas depois sacudiu a cabeça. Não, ela não podia imaginar querendo
um homem fazendo isso com ela, mesmo Niels, bonito como era. Ainda assim, se fosse
necessário para ter crianças...
Percebendo que em sua mente, ela já tinha os dois se casando e fazendo bebês,
Edith deu uma sacudida em sua cabeça. Niels podia ser o menos interessado nela de
certa forma. Ela poderia ter que resignar-se a casar com algum velho barão desagradável,
com mau hálito ou algo assim.
Suspirando, Edith se abaixou sob a água para lavar o sabão de seu cabelo e corpo e,
em seguida, endireitou-se e olhou para os rapazes. Niels sentava-se de costas para a
água, apoiando-se nos braços, com as pernas esticadas na frente dele e cruzadas nos
tornozelos. Ronson estava sentado exatamente da mesma forma, obviamente, copiando-
o. A visão a fez sorrir quando ela saiu correndo e arrancou a roupa da árvore, para secar-
se rapidamente.

Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands


Foi só então que ela percebeu que, embora Moibeal tivesse dado a Niels um novo
vestido, ela não tinha pensado em enviar uma nova camisa seca, também. O que
significava que tinha de colocar o vestido por cima da camisa agora encharcada, ou ir
sem ela. A decisão foi fácil. Ela não ia andar por aí com uma camisa e vestidos
encharcados.
Murmurando baixinho, ela lançou um olhar por cima do ombro para ter certeza
que os rapazes não estavam olhando, e então rapidamente puxou fora a camisa molhada
e ainda mais rapidamente colocou o vestido no lugar. Claro que, em seu pânico para não
ser apanhada nua, ela não pensou em secar-se em primeiro lugar. Isso tornou um pouco
difícil colocar o vestido, pois o pano macio tendia a agarrar-se à sua pele úmida. Edith
conseguiu isso depois de um pouco de luta e, em seguida, deixou escapar um suspiro
exasperado e rapidamente usou o tecido para secar o cabelo, tanto quanto podia.
Tão logo isso foi feito, ela reconheceu seu próximo problema. Ela não tinha escova
para domar os fios selvagens de cabelo que estavam agora, sem dúvida, uma confusão
despenteada. Atirando o tecido sobre o galho de árvore para secar, ela correu os dedos
pelo cabelo, tentando domar a confusão em que, sem dúvida, estavam os cachos
vermelhos. Ela então pegou o sabão, a camisa molhada e o vestido descartado, que ela
tinha estado usando quando eles chegaram e se encaminhou para as peles, onde os
homens a esperavam.
— Sua vez, — Edith disse animadamente, quando ela chegou até eles.
Niels ficou imediatamente de pé, mas parou quando ele se virou para olhar para
ela. Quando seus olhos se arregalaram um pouco e seus lábios tremeram, Edith sabia que
seu cabelo estava provavelmente uma confusão terrível. Suspirando interiormente, ela
desabou para sentar-se nas peles e acenou-lhes. — Vão vocês tomar banho. A água está
muito boa.
Ronson estava fora imediatamente, tirando os calções e a camisa enquanto ia. Niels
foi um pouco mais lento para sair, mas depois disse: — Vá em frente e comece a comer,
não vamos demorar.— Ele pegou roupas limpas para Ronson, e uma camisa
cuidadosamente dobrada e tartan limpo para si mesmo e virou-se para se encaminhar até
a beira da água.
Ela o viu pegar seu tartan e depois, de repente, ele desaparecer. Niels ficou de pé
em nada além de uma camisa que mal cobria seu traseiro. Edith ficou levemente
boquiaberta, seguindo as curvas de seu traseiro, e então prontamente se virou de costas
para a água, para dar-lhes a privacidade que eles tinham lhe proporcionado. Mas era
difícil. Enquanto ela tinha se banhado em silêncio absoluto, Ronson e Niels não o faziam.
O garoto estava rindo e conversando e depois gritando quando Niels aparentemente
espirrou água nele. Edith foi duramente pressionada para não se virar e ver o que estava
acontecendo.
Foi só quando Niels chamou Laddie que Edith olhou em volta e notou que o cão
ainda estava enrolado ao lado das peles e não os tinha seguido para a água. O cachorro

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abriu um olho e depois fechou de novo e fingiu não ouvir. Ela não se surpreendeu.
Laddie odiava banhos. Na melhor das hipóteses ele os tomava e, em seguida, ia à
loucura, sacudindo a água e esfregando-se contra toda e qualquer coisa e tudo o que
podia, para tentar se secar depois.
— Laddie, — Niels rosnou em tom de aviso, e o cão bufou miseravelmente, mas
levantou-se e moveu-se lentamente e com relutância para a água, com a cabeça e a cauda
para baixo. Rindo para si mesma, Edith resistiu ao impulso de se virar e ver o que iria
acontecer, e simplesmente escutou. Se ele fosse fiel a banhos anteriores no lago, ela sabia
que Laddie iria parar na beira da água e teria que ser arrastado, e teria que ser mantido
lá, senão iria sair correndo na primeira oportunidade. Além de que ele iria tentar subir
em quem estivesse banhando-o, para sair da água.
A julgar pela risada de Ronson e as maldições de Niels, isso era exatamente o que o
cão estava fazendo, ela decidiu momentos depois, e arriscou um olhar por cima do
ombro. Laddie estava sobre as patas traseiras, com as patas dianteiras no peito de Niels,
tentando lamber seu rosto. Niels estava se contorcendo, tentando evitar a língua do cão
e, em seguida, cambaleou e caiu sob a água, levando o cachorro com ele.
Edith começou a se erguer, preocupada que o cão fosse involuntariamente afogar
Niels. Mas ele apareceu de imediato, e ficou de pé, a água escorrendo por seu peito
escultural para cair de volta no rio, onde atingia sua cintura.
Edith engoliu em seco e afundou de volta para o chão, seus olhos arregalados
viajando pelas mesmas fortes curvas como a água. Teria ela realmente imaginado ele tão
bonito assim? Ela imaginava. O homem era magnífico. Ele certamente não foi o primeiro
homem que ela tinha visto sem camisa, ela tinha três irmãos, e havia centenas de
soldados em Drummond, mas nenhum deles parecia tão perfeito como Niels Buchanan
era naquele momento, com o sol fazendo as gotas de água em seu peito nu brilharem
como diamantes. Ele era lindo.
— Venha aqui, Laddie, — Niels ordenou e de fato bateu de leve em seu peito. Ele
também apoiou os pés, entretanto. Edith poderia dizer isso pelo jeito que ele se mexeu,
pouco antes que Laddie se lançou para cima, apoiando as patas em seu peito. Ele
normalmente teria tentado galgar Niels então, mas Niels agarrou as patas do cão em seu
peito e rosnou, — Fique.
Quando o cão encharcado apenas olhou para ele sofridamente, Niels tomou o sabão
que Ronson estava segurando e começou a ensaboar a besta. Ele olhou em sua direção
enquanto o fazia, e Edith rapidamente virou as costas mais uma vez, seu rosto
queimando por ser apanhada olhando.
Suspirando, ela deu uma olhada no alimento colocado sobre as peles.
Aparentemente, os bolos de cereja não tinha sido tudo o que Niels tinha trazido do
castelo. O piquenique que tinha embalado tinha um layout impressionante. Havia um
frango assado inteiro, queijo, pão, maçãs e mais bolos de cereja. Apesar da sugestão de
Niels para começar a comer, Edith não comeu. Ela tinha planejado esperar eles se

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juntarem a ela, mas quando seu estômago roncou com fome, ela decidiu que uma maçã
não faria mal enquanto esperava.
Edith estava quase terminando sua maçã quando quase sessenta quilos, de um todo
molhado Laddie, de repente correu para ela e se arrastou para seu colo. Guinchando, ela
caiu para trás e, em seguida, tentou empurrá-lo, quando o cão tentou secar-se em seu
vestido.
— Laddie, — Niels rosnou.
O cão congelou de imediato e, em seguida, correu de volta para a água. Edith virou
a cabeça ligeiramente para olhá-lo e ficou boquiaberta quando viu Niels de joelhos, em
nada além de sua camisa, dobrando as pregas de seu plaid à beira da água. Ronson estava
ocupado puxando seus calções, mas Niels a pegou olhando novamente. Quando ele lhe
piscou um olho, ela estalou a boca e sentou-se abruptamente, para que ficasse de costas
para eles novamente.
Edith então se ocupou olhando os restos de sua maçã. Ela havia caído ao lado das
peles. Ela a apanhou, torcendo o nariz para a grama e sujeira sobre ela, e, em seguida,
colocou-a em baixo, ao lado as peles novamente, com um pequeno suspiro.

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Capítulo 5

— Você não comeu.


Edith olhou ao redor com esse comentário e conseguiu dar um sorriso, quando
Niels levou Ronson e Laddie de volta para ela.
— Não. Eu pensei em esperar por vocês dois, — Edith murmurou, enquanto
Ronson corria à frente para se juntar a ela nas peles.
Laddie tentou seguir, mas Niels berrou, — Não! — Fazendo o cão parar de
imediato. —Sente-se, — ele ordenou e Laddie sentou-se ao lado das peles, onde tinha
estado antes.
— Bom menino, — Niels elogiou, acariciando o cão enquanto passava para
reivindicar um lugar nas peles.
Edith balançou a cabeça ligeiramente. Laddie era um bom cão, mas raramente
obedecia a alguém tão rapidamente e assim como ele parecia ouvir Niels. Ela geralmente
tinha que repetir uma ordem por, pelo menos, uma ou duas vezes, antes que o cão
obedecesse e ele nunca tinha escutado seu pai e irmãos. Foi por isso que ele acabou como
seu cachorro, em vez de como um dos cães de caça.
Niels pegou o saco em que ele trouxera toda a comida e buscou um grande osso
para Laddie. O cão levantou-se de uma vez, imediatamente babando.
— Sente-se, — Niels disse com firmeza. Laddie sentou, e Niels deu-lhe o osso
dizendo-lhe mais um, — Bom menino.
O cão agarrou o osso e caiu para deitar no chão, segurando-o entre suas patas
dianteiras, enquanto começava a roer o final do osso.
— Então é assim que você o faz se comportar, — Edith murmurou com diversão.—
Você o suborna com os ossos.
— Não. Ele é um bom cão, — disse Niels, voltando-se para examinar a comida entre
eles. Ele estendeu a mão para o frango, rompeu uma perna e ofereceu a ela. — Há
hidromel lá no odre. Sirva-se.
— Obrigado, — Edith murmurou, aceitando a perna.
Os três comeram em um silêncio sociável e Edith encontrou-se imaginando que eles
eram uma família, compartilhando uma refeição, depois de um mergulho: mãe, pai e
filho. Depois que comessem, eles cavalgariam de volta ao castelo e...
Ela parou por aí, porque o castelo não seria sua casa por muito mais tempo. E Niels
não era seu marido ou nem provavelmente seria, e Ronson não era seu filho. Laddie era
o único dos três que pertencia a ela, o que podia não ser verdade por muito mais tempo.
Não se ela terminasse no convento.
— Por que está fazendo essa carranca, moça? — Niels perguntou, de repente.

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Edith rapidamente forçou um sorriso nos lábios. — Eu estava apenas pensando,
milorde.
— Sobre o quê?— Perguntou.
— Nada de importante, — ela mentiu, com um encolher de ombros e, em seguida,
mudou de assunto. — Então, Saidh está feliz e enorme com a criança. Mas nem você nem
seus irmãos disseram muito sobre Murine e Dougall. Está tudo bem lá?
— Oh, sim, — ele sorriu levemente. — Eles parecem muito felizes agora que tudo
está resolvido. Embora Dougall está reclamando sobre todas as viagens que tem que
fazer.
— Viagens? — Perguntou ela, com surpresa.
— Além de Carmichael, eles têm o castelo do irmão dela na Inglaterra para
supervisionar, — ele disse, e explicou: — Ela herdou Danvries quando ele morreu.
As sobrancelhas de Edith levantaram. — Então ela partiu de temer que não teria
nenhuma casa, para ter dois castelos para administrar?
— Sim, — ele sorriu. — Mas isso significa viajar muito para lá e para cá, até
decidirem o que fazer com Danvries.
— O que lhe parece que eles vão fazer? — Ela perguntou, curiosa.
Niels considerou a questão, e então disse, — Provavelmente conseguir um dos
meus irmãos para administrá-lo para eles. Pelo menos até Dougall ter um filho com
idade suficiente para assumir.
— Não você?— Edith perguntou curiosamente. — Você é o seguinte mais antigo,
não é?
—Sim, mas eu tenho planos para mim mesmo para o futuro, — Niels disse
solenemente. — No momento, eu estou ajudando Aulay em Buchanan. Bem, não agora
neste minuto, obviamente, — acrescentou, ironicamente. — Mas quando as questões
forem resolvidas aqui, eu vou voltar para Buchanan e para minha posição como seu
primeiro.
— Foi bom ele deixá-lo vir me verificar para Saidh, — Edith disse calmamente. —
Vou ter de escrever e agradecer-lhe.
— Não há necessidade. Ele não sabe que eu estou aqui,— disse Niels com diversão,
em seguida, explicou: — Nós sabíamos, quando éramos jovens, que Aulay herdaria
Buchanan e o resto de nós teria que criar o nosso próprio caminho. Mas meus pais não
nos deixaram mendigos. Eles deixaram, para cada um de nós, terras e algum dinheiro, e
nos ajudaram a decidir o empreendimento que queríamos seguir para ganhar mais. Para
Dougall, eram os cavalos. Ele sempre amou os grandes animais e ele tinha um olho para
eles. Ele sempre foi capaz de dizer qual iria produzir os melhores potros e que égua iria
produzir o melhor e assim por diante.
— E qual é seu empreendimento? — Edith perguntou, curiosamente.
— Cães, — ele respondeu, com um sorriso. — Eu crio bons cães de caça. E eu os
treino também.

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— Ah, — Edith murmurou. Isso explicava como ele era bom com Laddie.
— Mas não há dinheiro nisso, — Niels acrescentou ironicamente. —Eu consigo
produzir e vender alguns para lairds em busca de bons cães de caça, mas eu faço o
dinheiro verdadeiro com as ovelhas.
Edith piscou. — Ovelhas?
— Sim. Bem, lã, na verdade. Eu comprei ovelhas com meu dinheiro e a manada tem
crescido através dos anos. A maioria da lã que elas produzem é exportada para Flandres
para lucro, mas eu mantenho uma parte, e é fiada e transformada no que muitos
consideram o melhor tecido da Escócia. Porque nós produzimos tão pouco, eu recebo um
valor exorbitante pelo que é feito. Entre a lã e o tecido, eu faço uma boa soma.
Ele fez uma breve pausa e depois voltou para o assunto original. — E é aí que
Auley pensa que eu estou, agora, entregando um carregamento de meus tecidos para os
McKays. Isso fora contratado antes de Dougall sair e eu assumir como primeiro de Auley,
então, e eu tinha que honrar o contrato. Geordie e Alick estavam me acompanhando, e
nós só paramos em MacDonnell para ver Saidh e escoltar Rory com segurança até lá,
para que ele pudesse ver como ela estava. Nós deveríamos, de lá, ir direto para McKay.
— E em vez disso, você está aqui, — disse Edith e franziu a testa. — Niels, eu não
quero interferir em seu negócio. Se você tiver que entregar seu tecido...
— Não, — assegurou ele. — Greer levou seus homens acompanhando-o ao norte,
em troca da nossa vinda aqui, para verificar você em nome de Saidh.
— Oh.— Edith deu um sorriso torto. — Bom.
— Sim.— Ele olhou para baixo brevemente e, em seguida olhou para Ronson,
quando o menino de repente se levantou e se moveu, para lutar com Laddie.
— Os rapazes estão ficando inquietos, — Edith murmurou, começando a arrumar
os restos de seu piquenique. — Acho que devemos voltar, antes que todo mundo comece
a se preocupar.
— Sim, — Niels murmurou e, em seguida, alcançou o saco grande e pegou uma
escova de cabelo.
— Oh, — Edith ficou consciente de seu cabelo. — Eu suponho que eu estou
assustando.
— Não, — ele garantiu a ela e, em seguida, sorriu e acrescentou: — Mas se eu a
levar de volta desse jeito, eles vão pensar que foi mais do que natação o que fizemos.
Os olhos de Edith se arregalaram incrédulos e ela sentiu-se corar. Ela tomou a
escova de cabelo dele e começou a arrastá-la, rapidamente, através de seu cabelo
emaranhado, estremecendo enquanto o fazia.
— Edith, moça, — Niels murmurou, colocando-se de joelhos para se mover para
trás dela. — Dê-me isso antes que você fique careca. Seu cabelo é lindo demais para
abusar dele assim. É óbvio que você está habituada a ter sua criada fazendo isso.
Edith olhou de volta para ele, surpresa com o elogio e, em seguida, virou-se para a
frente novamente, quando ele pegou a escova e começou a passá-la suavemente pelo

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cabelo. No início, ela apenas sentou-se em silêncio, observando Ronson brincar com
Laddie. A dupla parecia presa em um jogo de perseguição agora, Ronson correndo atrás
do cão e, em seguida, girando e fugindo, enquanto Laddie começava a persegui-lo. Edith
sorriu enquanto observava, mas disse a Niels, —Você já deve ter feito isso antes.
Ele riu, sua respiração roçando sua orelha e enviando um arrepio descendo por
suas costas. — Isso mostra, não é?
—Sim, você é muito gentil, — ela disse, e então perguntou: — Saidh?
— Com nove crianças e o castelo para administrar, mamãe muitas vezes nos deu
tarefas para ajudar e eu geralmente acabava escovando o cabelo de Saidh, pela manhã.
Eu aprendi a ser gentil muito rapidamente, — acrescentou secamente. — Saidh não dava
menos que um pontapé rápido nas regiões inferiores, sobre quem fosse infeliz o
suficiente para ter a tarefa naquele dia.
— Nove, — Edith murmurou. — Saidh mencionou que ela tinha oito irmãos
quando nos conhecemos, mas depois ela nomeou apenas sete de vocês e eu pensei que
tinha ouvido mal. Mas havia nove de vocês?
— Sim, — Niels admitiu, soando relutante. — Ewan morreu na mesma batalha que
deixou cicatrizes no nosso irmão, Auley, — explicou calmamente. — A família não fala
sobre isso, entretanto.
— Por quê? — Perguntou Edith.
— Acho que é porque não fomos capazes de reclamar o corpo e trazê-lo para casa,
— Niels admitiu lentamente, a escova parando brevemente. — Dougall, Conran e eu
vimos Ewan cair sob uma espada, mas após a batalha não conseguimos encontrar seu
corpo.
—Talvez ele não morreu, — Edith sugeriu, esperançosamente.
— Ele morreu, — Niels assegurou-lhe, fortemente. — Ele foi cortado ao meio,
Edith. Nosso irmão não podia ter sobrevivido a isso. Ninguém poderia.
— Oh,— Edith murmurou, e então não sabia o que dizer. No final, ela apenas
murmurou: — Eu sinto muito.
— Obrigado, — foi sua resposta solene.
Ambos ficaram em silêncio, em seguida, e Edith se encontrou vasculhando seu
cérebro, tentando pensar em algo para dizer, para aliviar o momento. Um guincho de
Ronson a distraiu, no entanto, e seu olhar focou no garoto, quando ele abordou Laddie,
atirando-se sobre o dorso do cão. Quando o cão simplesmente caiu no chão e rolou para
remover o menino, Niels riu suavemente atrás dela e Edith sentiu-se relaxar. Ela sorriu
levemente, enquanto observavam a dupla brincar.
— Ronson não tem amigos entre as crianças? — Niels perguntou, depois de um
momento.
O sorriso de Edith se abateu. — Eu receio que sua avó o tenha desencorajado de
brincar com as outras crianças.
— Por quê?

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Ela podia ouvir o desagrado em sua voz, mas admitiu, — Bessie disse que as
circunstâncias vão mudar em breve e não havia sentido dele fazer amigos com garotos
com quem logo ele não teria nada a ver.— Limpando a garganta, ela acrescentou, — Eu
não a culpo, realmente. Ela provavelmente está certa. Brodie vai ouvir Victoria e colocar
ambos para fora, uma vez que ela o convença a enviar-me para o convento. A avó de
Ronson está apenas tentando garantir que ele será machucado o menos possível, quando
isso acontecer. Desta forma, ele só vai perder a casa e não os amigos junto com ela.
— Victoria não gosta de Ronson e da avó? — Niels perguntou em voz baixa.
Edith suspirou. — Na verdade, Victoria não gosta muito de coisa alguma em
Drummond. Se ela pudesse, substituiria todos os criados, é o que ela gostaria.
— Porque eles não a obedeceram automaticamente em vez de a você, quando
Brodie tomou o comando temporário como laird, enquanto seus irmãos estavam
doentes?
— Sim, — Edith murmurou. — Eu suspeito que ela vai tentar se livrar de cada uma
das criadas que fez isso, assim que eu me for. Ela pode até ter sucesso. Ela é uma mulher
inteligente. Ela vai encontrar uma desculpa para controlar isso.
— Sinto muito, — Niels disse calmamente.
— Eu também, — ela admitiu. — Eles merecem melhor.
— Eu quis dizer pela dor que está lhe causando, — Niels disse solenemente. — É
óbvio que você cuida do seu povo, e seu futuro incerto aflige você.
Edith virou-se para encontrar seu olhar e assentiu solenemente. — Eles são minha
família. Até o último deles. Eu cresci com eles aqui, cuidando de mim e... — Ela abaixou
a cabeça com um suspiro. — Eu sinto como se eu estivesse falhando por não ser capaz de
protegê-los.
— Moça, eles sabem que você os ajudaria de pudesse, mas você não pode proteger
nem você mesma, — ressaltou ele, e depois fez uma careta de desgosto.
Ela começou a girar para a frente novamente, mas parou quando ele disse: —
Edith?
— Sim? — Ela perguntou.
Niels abriu a boca, fechou-a e então simplesmente balançou a cabeça e colocou a
escova de volta na bolsa. — Seu cabelo está pronto.
— Obrigada, — Edith disse suavemente, mas olhou-o com curiosidade. Tinha
havido um propósito em seus olhos por um momento. Ela tinha certeza de que ele quis
dizer outra coisa, mas não tinha ideia do que. E, aparentemente, ele tinha mudado de
ideia.
Dando de ombros, ela colocou-se de joelhos e ajudou a reunir o resto de seus itens
de piquenique para guardá-los, em seguida, ajudou-o a enrolar as peles também. Ela
carregava o saco de alimentos, enquanto ele carregava as peles e o saco maior com os
tecidos molhados e suas roupas sujas e eles caminharam para seu cavalo. Enquanto ele

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arrumava as peles em sua funda11 e pendurava o grande saco na sela, ela estendeu a mão
para tentar colocar o saco menor também e ainda estava lutando com a tarefa, quando
ele terminou suas próprias tarefas. Vendo que ela estava tendo problemas, porque ela
não era alta o suficiente para anexar o saco no punho da sela, ele deu um passo atrás dela
para ajudar.
Edith se imobilizou no momento em que sentiu o peito contra suas costas. Havia
algo tão íntimo nisso, e então ela percebeu que Niels tinha ficado imóvel também.
Ambos ficaram ali por um momento, costas contra o peito, ambos segurando a
respiração, e então ele baixou as mãos até a cintura dela. Ele apertou-a tão levemente que
ela poderia ter escapado se ela quisesse, mas Edith encontrou seus pés não estando
dispostos a se mover e simplesmente ficou lá, esperando. Uma eternidade pareceu passar
e, em seguida, ele murmurou, — Seu cabelo é tão bonito.
— Obrigada, — Edith respirou, engolindo, quando ele afastou o cabelo para longe
de seu pescoço. Quando ele então se inclinou para acariciá-la ali, ela mordeu o lábio para
abafar um suspiro suave, e encontrou-se recostando-se nele. Niels deixou seus braços
derivarem ao seu redor, em seguida, atravessou-os sob os seios e Edith apertou-os
levemente, a cabeça inclinando, enquanto ele mordiscava seu ouvido. Quando ele
levantou uma mão para pegar o queixo e virar o rosto para cima e de frente para o dele,
Edith foi de bom grado, até mesmo ansiosamente, e fechou os olhos quando seus lábios
cobriram os dela. Sua língua deslizou para fora para empurrar o seu caminho entre os
lábios dela, e ela abriu com surpresa e depois se imobilizou, quando sua língua varreu
sua boca. Edith recebeu a invasão com um gemido, enquanto uma cacofonia de
sensações explodia para a vida, dentro dela. Ela estava vagamente ciente de sua mão
descendo pela garganta e depois pelo peito, mas não prestou muita atenção até ela parar
para cobrir um seio e apertar levemente.
Edith suspirou em sua boca enquanto seu corpo respondia, suas costas arqueando
instintivamente para empurrar o peito mais completamente para a carícia, enquanto a
outra mão dele, de repente subiu, para reivindicar o outro. Ela não tinha ideia de que
estava empurrando de volta para ele com seu traseiro, até que ela sentiu a dureza que a
encontrava, e, em seguida, uma de suas mãos deslizou para dentro do decote de seu
vestido para tocá-la sem o tecido entre eles e Edith gritou em sua boca, quando ele
começou a puxar o mamilo já endurecido.
Edith estava tão distraída que ela definitivamente não notou a outra mão deixando
seu seio para descer, até que ele a segurou entre as pernas, através do tecido, e quase
levantou-a do chão. Isto não era nada parecido como quando ela estava se cutucando
mais cedo, por curiosidade. Mesmo com o tecido entre eles, isso despertou uma excitação
insuportável, que ela nunca sonhou ser possível. E isso a fez querer mais. O problema era
que ela não tinha certeza do que mais queria. Mas seu corpo parecia ter ideias próprias e

11 cinta flexível ou cinto, usado sob a forma de um laço, para apoiar ou elevar um peso em suspensão.

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estava se movendo contra suas mãos, contorcendo-se na primeira carícia e depois no
outra, em busca de algo que não entendia muito bem, e, então, um grito estridente fez os
dois congelarem.
No momento seguinte, Niels estava interrompendo o beijo para murmurar, —
Ronson — e, em seguida, suas adoráveis mãos a estavam deixando e ele se foi. Por um
momento, Edith simplesmente ficou ali parada, seu cérebro lento para juntar tudo, e
então ela se virou e olhou ao redor da clareira vazia. Mesmo Niels tinha ido embora.
Confusa, Edith deu um passo cambaleante para longe de cavalo de Niels, e, em
seguida, firmou-se antes de continuar na direção de onde ela pensou que o grito de
Ronson tinha vindo. Quando chegou à beira da clareira, ela abriu caminho entre os
arbustos em busca de ambos os homens. O grito que ouvira tinha sido de pânico,
apavorado mesmo, pensou, enquanto seu cérebro começava a funcionar de novo e uma
urgência foi trocada por outra, quando ela começou a se preocupar com o menino.
— Você está bem, rapaz? O que...? Meu Deus!
Edith ouviu as palavras de Niels assim, enquanto ela empurrava mais arbustos e
quase pisoteava Niels e Ronson, antes de se equilibrar. Ronson estava congelado com
Laddie ao seu lado, enquanto Niels se ajoelhava examinando algo no chão na frente do
menino.
— É Lonnie, — disse Ronson, soando apavorado e Edith olhou por cima do ombro
para ver um homem deitado de bruços no chão, uma flecha saindo de suas costas.
— Quem é Lonnie? — Perguntou Niels, olhando para Ronson e fazendo uma breve
pausa quando viu Edith.
— Um dos soldados em Drummond, — Edith respondeu pelo menino. — Ele
normalmente fica de guarda na muralha.
— Sim, ele fica. Mas ele partiu com o laird quando ele e Lady Victoria deixaram o
castelo, — Ronson disse a eles.
— Partiu? — Edith perguntou, com o cenho franzido, olhando para o homem. O
rosto de Lonnie estava torcido, com a boca aberta, os olhos também e ela teve que
desviar o olhar. O homem tinha sido morto, obviamente, há um tempo. Ele estava
irreconhecível para ela.
— Sim. Ele não parece com Lonnie, mas eu vi Magda dar-lhe aquele lenço, quando
ele partiu. Ela disse que era para se lembrar dela, — disse Ronson.
Edith olhou outra vez para ver o pedaço de pano que o menino tinha falado,
amarrado ao redor do braço de Lonnie.
— Venham. — Niels levantou-se abruptamente e começou a empurrá-los de volta,
através da floresta, para a clareira. — Eu vou levar vocês dois para o castelo e, em
seguida, trazer de volta homens e uma carroça para levar Lonnie.
— Não podemos deixá-lo aqui. Talvez devêssemos levá-lo conosco, — disse Edith,
com preocupação.

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— Moça, temos apenas um cavalo. Além disso, ele está aqui há uma semana, pelo
menos. Mais alguns minutos não vai fazer muita diferença, — Niels disse severamente.
—Sim, — Edith murmurou quando chegaram à clareira e cruzaram até o cavalo.
Desta vez, Niels montou, ergueu-a em seu colo e, em seguida, levantou Ronson no dela.
Ela tinha certeza que tornava mais difícil para ele segurar as rédeas, mas Niels não
reclamou, e ela estava feliz que ela poderia segurar o garoto. Ele estava tremendo um
pouco, depois de sua descoberta. Ela fechou os braços ao redor dele e inclinou-se
silenciosamente contra o peito de Niels para a viagem de volta ao castelo.

— Então?
Edith levantou os olhos da comida que ela estava, principalmente empurrando em
volta de sua tábua de madeira, para essa questão de Niels, e viu Rory juntando-se a eles
à mesa.
— Bem, — Rory disse, — parece que ele morreu do ferimento de flecha.
— E os outros ferimentos?
As sobrancelhas de Edith levantaram ligeiramente. Ela não tinha notado quaisquer
outras lesões, mas, então, ela só tinha dado duas olhadas rápidas no homem e se
concentrara principalmente, em seu rosto, da primeira vez e no lenço na segunda.
— Animais, — Rory disse calmamente. — Depois que ele morreu.
Edith fez uma careta e pousou a taça de prata de hidromel, que ela estava prestes a
beber.
— Você pode dizer há quanto tempo ele está morto? — Niels perguntou, depois de
uma pausa.
Rory sacudiu a cabeça. — Uma semana, pelo menos, mas poderia ser mais. Eu não
posso dizer.
— Pobre bastardo,— Tormod disse sombriamente. — Seu cavalo, armas e botas
tinham sumido, então eu estou supondo que eram bandidos. Devem tê-lo apanhado em
seu caminho de volta ao castelo. Nós tivemos problemas com eles na área antes.
— Sim, — Edith concordou, e então franziu a testa. — Mas Ronson disse que
Lonnie partiu com Brodie e Victoria. Por que ele estaria voltando sozinho?
A boca de Tormod apertou com raiva. — Seu irmão provavelmente mandou-o de
volta, para saber se era seguro voltar. Ou possivelmente, depois da partida, ocorreu-lhe
que ele deveria ter alguém que pudesse cavalgar e fazê-lo saber se era seguro voltar,
assim que enviou o rapaz de volta para ser seus olhos e ouvidos aqui.
Parecia a resposta mais provável, então Edith apenas balançou a cabeça tristemente
e distraidamente girou a taça de prata de hidromel em um círculo, seu olhar sobre o
líquido dentro, enquanto se perguntava o que deveria fazer agora. Eles não tinham
nenhuma maneira de fazer Brodie saber o que tinha acontecido com Lonnie. Eles nem
sequer sabiam para onde ele tinha levado Victoria. Poderia ser a corte ou o castelo de um

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de seus amigos. Embora Brodie fosse mimado e egoísta, ele também poderia ser
extremamente encantador, quando ele queria e fazia muitos amigos entre os lairds mais
jovens. Antes de casar com Victoria, ele com frequência tinha passado seu tempo
visitando um após o outro, caçando aqui, vendendo ali e apenas bebendo, jogando ou
com prostitutas em outro. Eles poderiam estar em qualquer lugar.
Suspirando, ela endireitou-se e olhou para os três homens à mesa com ela. —
Temos que elaborar um plano para descobrir quem é o envenenador, para que Brodie
possa voltar e eu possa partir.
— Partir? — Perguntou Tormod, com uma careta.
Edith olhou-o solenemente. — Ele vai me mandar embora para o convento no
minuto em que ele voltar, Tormod. Eu sei disso e você também.
— Sim, — Tormod rosnou infeliz. Inclinando a cabeça, acrescentou em um
murmúrio: — Eu só não pensei que você ia ceder e iria para o convento tão facilmente.
— Eu não tenho planos, — ela assegurou-lhe e conseguiu dar um sorriso, quando
sua cabeça se voltou e ele olhou para ela interrogativamente. — Eu não posso fazê-lo
deixar-me ficar aqui, — disse ela suavemente e viu o desapontamento em seu rosto. —
Mas eu posso ser capaz de evitar passar o resto de meus dias no convento. Posso até
conseguir me casar com algum laird velho e gentil, que estaria disposto a pegar qualquer
um que Victoria convencesse Brodie a se livrar.
— Isso seria algo pelo menos, — disse Tormod, com uma careta.
— Sim. Mas eu teria que sair antes que Brodie retorne, para evitar o convento. Vou
ficar o tempo que eu puder, mas quando souber que ele está voltando, eu vou ter que ir
para MacDonnell.
— MacDonnell? — Perguntou Rory, com interesse.
— Eu perguntei a Saidh se eu poderia visitá-la. Isso foi na carta que seus irmãos
levaram com eles. Minha esperança é que Saidh e talvez Murine e Jo possam encontrar-
se comigo lá e me ajudar a resolver o que fazer. Uma delas pode conhecer um laird velho
e gentil, procurando por uma esposa. Eu tenho um dote vigoroso, por isso não é como se
eu estivesse sem dinheiro.
— Entendo, — Rory murmurou e olhou para Niels, mas, em seguida, perguntou: —
Então você está determinada a casar com um laird?
Edith sorriu levemente. — Não. Eu ficaria feliz com um chalé e uma meia dúzia de
crianças. Mas o tempo é meu inimigo. Se eu me casar, meu dote completo vai comigo. Se
Brodie me enviar para o convento, ele provavelmente poderia escapar, dando-lhes a
metade do meu dote ou menos. Encontrar um laird idoso, ou até mesmo um jovem
necessitando de dinheiro, parece mais provável do que qualquer um se apaixonar por
mim no tempo que me sobra, — Edith disse calmamente, evitando olhar para Niels. Ela
ainda podia sentir seu beijo, e sentir suas mãos em seu corpo, mas ela não era tola o
suficiente para pensar que isso significava que ele iria, de repente, oferecer-lhe
casamento e salvá-la de seu destino.

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Ela desejou que ele fizesse. Edith gostaria de experimentar mais daqueles beijos e
carícias, e ela duvidava muito que ela teria sorte suficiente para ser atraída por qualquer
laird desesperado que ela poderia conseguir que se casasse com ela. Mas Edith tinha sido
sempre pragmática sobre essas coisas.
— Assim... — Tormod olhou para cada um deles. — Como é que vamos descobrir
quem é o envenenador?
O silêncio reinou por um momento e, em seguida, Rory disse: — Eu não estou
certo. Nós não estamos nem mesmo certos como o velho laird e seus dois filhos mais
velhos foram alimentados com o veneno.
Niels se virou para ele com surpresa. — Eu pensei que nós tínhamos decidido que a
primeira dose deve ter sido no vinho, porque Edith não bebeu.
— Sim, mas certamente Brodie e Victoria tinham tido vinho naquela noite, ressaltou
ele, e, em seguida, virou-se para Tormod e Edith e perguntou: — Eles beberam?
— Eu não tenho certeza, — Tormod disse, com uma careta. — Foi semanas atrás e
tanta coisa aconteceu. — Ele agora olhou para Edith. — Você se recorda?
Mordendo o lábio, ela sentou-se na cadeira, tentando se lembrar da noite em
questão. Como ele tinha dito, tinha sido três semanas e meia atrás, agora. E ela tinha
estado doente durante grande parte desse tempo. Finalmente, ela disse: — Eu acho que
poderia ter sido na noite em que eles brigaram sobre o dote de Victoria.
— O dote dela? — Niels perguntou, com curiosidade.
Suspirando, Edith concordou. — Aparentemente Brodie supôs que, uma vez que
ele se casasse com ela, o pai de Victoria iria entregar o seu dote.
— Mas ele não entregou? — Perguntou Rory.
Edith sacudiu a cabeça. — Não. Ele enviou suas criadas e alguns vestidos para
Drummond, mas o dote tinha que ser entregue ao homem a quem ela tinha sido
prometida para se casar. Estava no contrato. Se ela se recusasse a casar com ele por
qualquer motivo, ele conseguiria o dote de qualquer maneira. — Ela fez uma careta. —
As criadas chegaram naquela manhã com a mensagem e Brodie e Victoria estiveram
discutindo sobre isso o dia todo.
— Sim. É isso mesmo, — Tormod disse secamente. — Ele rasgou a mensagem e
atirou-a sobre ela, acusando-a de enganá-lo para se casar com ela com promessas de seu
enorme dote, e ela... — Ele fez uma pausa e sorriu. — Eu pensei que ela ia atingi-lo com
uma jarra de cerveja, de tão furiosa com a acusação. — Eu o enganei? Ela disse com
descrença. — Eu fui a que foi enganada, meu laird.— Ele balançou a cabeça. — Ela estava
bastante furiosa. Ambos estavam. Tanto assim que eles não tiveram qualquer cuidado
que os ouvissem. Eles começaram aqui no grande salão, e então ele a seguiu até a
cozinha, quando ela tentou escapar dele lá, e então até o seu quarto. — Ele balançou a
cabeça. — Os criados estavam tão ocupados escutando que você não podia conseguir
uma gota de trabalho, naquele dia.

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— Nada, — Edith concordou ironicamente. — De qualquer forma, eles acabaram
em seu quarto, gritando até a metade da noite, até que eu enviei uma criada para dizer-
lhes para se calar, que o Pai estava mortalmente doente. — Ela suspirou. — Eu não sabia
que nossos irmãos também estavam. Eles haviam se retirado cedo, provavelmente
porque estavam se sentindo mal, mas eu não sabia que eles estavam doentes demais até
pela manhã, quando eu fui para dizer a cada um deles que o Pai tinha morrido.
— Então, Victoria e Brodie não beberam o vinho da mesa naquela noite, — Rory
disse, pensativo.
— E eles estavam na cozinha, em algum momento, — Niels apontou.
— Mas eles não estavam aqui quando eu adoeci pela segunda vez e isso foi pelo
ensopado, não pelo vinho, — Edith lembrou-os, com firmeza.
— Mas eles partiram naquele dia, — Niels apontou. — Eles devem de alguma
forma ter envenenado, antes da saída, o ensopado. Brodie era o único que se beneficiaria
com as mortes de seu pai e irmãos.
— Eles partiram nessa manhã, — Edith disse pacientemente. — Moibeal sentiu-se
mal durante a noite, mas ninguém soube até que eu acordei e encontrei-a em sua esteira
no meu quarto, segurando seu estômago e delirando. Brodie temeu um surto, entrou em
pânico e pegou Victoria e partiu imediatamente. Eles não poderiam ter envenenado o
meu ensopado, servido mais tarde, naquele dia no jantar. Eles estavam muito longe. E o
próprio ensopado não foi todo envenenado, senão todo mundo no castelo estaria morto,
— disse ela com exasperação.
— Talvez Victoria fez Effie colocar um pouco do tônico no seu ensopado naquela
noite, antes que fosse levado até você, e o veneno estava no tônico, — Rory sugeriu.
— Effie dificilmente, em seguida, tomaria o veneno ela mesma, — Edith assinalou.
— Não, mas possivelmente Effie não sabia que era veneno, — Rory disse
razoavelmente. — Seu irmão podia nem mesmo saber o que sua esposa estava fazendo.
Podia ter sido Victoria sozinha. Talvez ela estava determinada a ser a Lady de
Drummond, como seu irmão tinha prometido e estava disposta a matar para alcançá-lo.
Edith balançou a cabeça lentamente. Isso realmente parecia possível. Ela certamente
gostava mais do que a sugestão de que Brodie podia estar por trás das mortes. O que
significava que tinha um problema. — Então não há nada que possamos fazer, —
ressaltou.— Não há maneira de provar que Victoria envenenou o vinho ou o ensopado...
a não ser que possa dizer inequivocamente que o tônico tinha veneno nele, — disse ela e
levantou uma sobrancelha interrogativa.
Rory sacudiu a cabeça com pesar. — Não. Há tantas ervas no tónico que seria
impossível separar o veneno que foi usado, ou saber se estava nele.
— Então, a menos que Effie acorde para dizer que ela o colocou em meu ensopado,
e bebeu ou comeu ela mesma, naquele último dia, Victoria vai escapar do assassinato, —
ela assinalou, cansada.
— Como Effie está indo? — Tormod perguntou, abruptamente.

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— Nenhuma mudança, — Rory disse, e então franziu a testa e acrescentou:
— Nenhuma mudança de todo, na verdade, e eu espero que haja. Mas ela parece
exatamente como ela estava quando chegamos aqui. Não mais forte, mas não mais fraca.
— Sim, bem, estamos descendo caldo por sua garganta o tempo todo, — Niels
declarou. — Não há dúvida de que está ajudando a prevenir ainda mais seu
enfraquecimento.
— Hmmm, — Rory murmurou e, em seguida, apenas balançou a cabeça e se
levantou. — Por falar nisso, acho que está na hora de fazer isso de novo.
— Agora? — Perguntou Tormod, com surpresa. — Mas e sobre nós elaborarmos
um plano para pegar o envenenador?
— E vocês têm um plano? — Perguntou Rory, com interesse, e quando Tormod fez
uma careta, ele disse: — Eu tenho medo que Edith esteja certa. Não há realmente
nenhuma maneira de provar que Victoria fez isso. Pelo menos nada em que qualquer um
de nós tenha pensado ainda. Sugiro que todos nós pensemos sobre isso esta noite e
depois vamos nos reunir novamente, amanhã de manhã, e ver se alguém tem ideias.
— Concordo, — disse Edith.
Quando Tormod grunhiu um de acordo infeliz, Rory assentiu e virou-se para deixar
a mesa.
Edith olhou para Niels então, mas encontrou-o olhando para o fogo. Seguindo seu
olhar, viu Ronson enrolado com Laddie, ao lado dos pés de sua avó, dormindo. O trio
estava cercado por várias mulheres, todas ocupadas fazendo tapetes com o resto dos
juncos que tinham sido recolhidos naquele dia. Eles estavam quase acabados. Não havia
muitos juncos sobrando agora.
Seu olhar deslizou sobre o menino de cabelos louros. enroscado contra o grande cão
e ela suspirou para si mesma. Ronson tinha sido levado às pressas para sua avó, no
momento em que tinha voltado, em busca do conforto de seu único membro
remanescente da família, após o trauma de ver Lonnie morto. Edith não tinha ficado
surpreendida. Ele tinha estado muito quieto na viagem de volta ao castelo, apenas
segurando-a com força e tremendo. Edith supunha que era o primeiro cadáver que ele
tinha visto. Certamente não seria o último, embora esperando que não nas mesmas
circunstâncias. Tropeçar em um homem morto na floresta tinha que ter sido
desconcertante para o menino. Além disso, ele tinha conhecido Lonnie um pouco. O
jovem era um dos poucos soldados que se dera ao trabalho de ser bom para o novo
garoto, depois que ele e sua avó tinham chegado.
— Você deve deitar e descansar um pouco antes do jantar.
Edith encontrou o olhar de Niels brevemente e, em seguida, olhou timidamente
para longe e de volta para as mulheres ao lado do fogo. Não havia sentido dela se
incomodar em levantar para ajudá-las. A julgar pela experiência, parecia que elas mal
tinham juncos suficientes para terminar as esteiras em que estavam atualmente
trabalhando.

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— Sim, eu acho que vou descansar antes do jantar, — ela decidiu, levantando-se.
Ronson não tinha sido o único abalado pela descoberta daquele dia e ela realmente
queria uma oportunidade para afastá-lo de seus pensamentos.
— Vou subir com você e manter-me atento para problemas, — Niels murmurou,
tomando-lhe o braço.
Edith parou brevemente, mas continuou em frente, com o coração batendo forte
agora, em resposta ao toque inocente. Isso a fez pensar em seu toque em outro lugar, e
seus beijos quando ele tinha feito isso, e ela se perguntou se ele iria beijá-la novamente,
uma vez que estivessem em seu quarto. Será que ele ia beijá-la? Acariciá-la? Será que ele
ia fazer outras coisas?
Ele não deveria, seu lado sensível disse firmemente, e Edith sabia que esse lado
estava certo, mas ela queria que ele... ela não tinha certeza do que ela queria que ele
fizesse. Ela gostaria de mais beijos e carícias, certamente. Seus seios já estavam
formigando com o pensamento de suas mãos sobre eles, seus dedos puxando seus
mamilos tenros. E o calor foi novamente se construindo entre as pernas dela, com o
pensamento dele pressionando lá, como ele tinha feito na clareira.
Edith mal podia acreditar que tinham se comportado assim com Ronson lá.
Embora, ele felizmente fora correndo pela floresta com Laddie e perdera sua indiscrição.
Ainda assim, se ele retornasse e os pegasse...
— Aqui estamos.
Edith se afastou de seus pensamentos e olhou ao redor com surpresa, ao ver que
enquanto ela estava distraída, eles subiram as escadas e chegaram ao seu quarto.
— Obrigada, — Edith murmurou e abriu caminho para dentro.
Quando ele fechou a porta suavemente, ela virou-se para oferecer-lhe um sorriso
nervoso, que se transformou em um O de surpresa. Ela estava sozinha. Parecia que não
haveria mais beijos afinal.

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Capítulo 6
Niels rolou de lado, fez uma careta quando sua testa bateu na parede e, em seguida,
abruptamente abriu os olhos e sentou-se. Ele tinha adormecido no trabalho. Ele deveria
estar guardando Edith, mas tinha cochilado em algum momento durante a noite e,
aparentemente, acabou deitado e estendido no chão, sem acordar.
Dando em sua cabeça uma sacudida em um esforço para acordar, Niels olhou ao
longo do corredor para as escadas. Ele podia ouvir os sons de atividade, pairando acima
do grande salão abaixo, e se perguntou que horas seriam. Devia ser ainda cedo, ele
decidiu, porque ninguém tinha saído de seus quartos. Nem Edith, e nem qualquer um
dos seus irmãos. Ele teria ouvido se a porta de Edith tivesse aberto, e seus irmãos teriam
se certificado de que ele soubesse que eles estavam acordados, chutando-o para acordá-
lo e insultando-o, impiedosamente, por ter adormecido. Por isso tinha de ser ainda muito
cedo.
Niels mal tinha tido o pensamento, quando um movimento atraiu seu olhar para as
escadas. Ele viu Rory movendo-se pelo corredor em direção a ele, com uma tigela na
mão. Suprimindo um gemido, Niels passou as mãos sobre o rosto e tentou parecer mais
alerta. Parecia que um de seus irmãos tinha acordado e tinha testemunhado seu fracasso
em guardar Edith. Isso o fez se perguntar por que Rory não tinha parado para acordá-lo
no seu caminho para descer as escadas.
— Bom dia, irmão, — Rory disse alegremente, parando ao lado dele.
Levantando um joelho, Niels descansou um braço displicentemente sobre ele e
resmungou. Era o máximo de bom dia que conseguia naquele momento.
— Está tudo bem? — Perguntou Rory. — Edith está segura e bem?
— Sim, — Niels rosnou.
— Hmmm. E como você sabe disso, quando ela está lá embaixo tomando o
desjejum com Geordie e Alick e você está aqui? — Rory perguntou, suavemente.
A cabeça de Niels virou em direção a seu irmão. — O que?
— Sim, ela está acordada há uma boa hora agora, junto com todo mundo, — ele
informou-lhe com diversão.
— Bem, por que diabos você não me acordou? — Ele rosnou, ficando de pé.
— Edith não teria deixado. Saímos assim que ela estava se dirigindo para as
escadas e ela insistiu que não o acordássemos. Ela disse que era óbvio que você estava
exausto, desde que você não acordou quando ela tropeçou em você, — Rory terminou,
amargamente.
Praguejando, Niels correu para as escadas, ignorando a risada de Rory.
Ontem tinha sido a terceira noite de Niels guardando a porta do corredor, e ele não
podia acreditar que ele tinha falhado tão miseravelmente nisso. Embora, talvez ele

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deveria ter esperado isso, uma vez que ele não tinha dormido nas duas noites anteriores.
Niels não tinha sido capaz de encontrar um sono reparador desde que tinha beijado
Edith na clareira. Beijá-la tinha sido um erro enorme. Niels tinha sabido logo assim que
tinha feito isso, mas não tinha sido capaz de resistir a ela. Ela tinha sido a tentação
encarnada para ele, naquela clareira. Seu cabelo parecia quase em chamas com o sol
brilhando sobre ele, e tinha o cheiro doce de seu banho no lago. Uma vez que seu corpo
tinha roçado contra a dela, quando ele estendeu a mão para ajudá-la a pendurar o saco
na sela, ele tinha estado perdido.
Edith não tinha ajudado muito as coisas. Ela tinha sido como fogo em suas mãos,
sua boca agarrando ansiosamente a sua, seu corpo respondendo apaixonadamente às
suas carícias. Deus, seu mamilo tinha ficado duro antes mesmo dele enfiar a mão dentro
do decote de seu vestido, para capturá-lo e beliscá-lo. E o jeito que ela tinha se
empurrado para seu toque, quando ele a segurou entre as pernas... A lembrança foi o
suficiente para tê-lo duro, mesmo agora. Naquele momento Niels queria nada mais do
que cair de joelhos, empurrar a saia dela até a cintura e absorver o calor úmido que ele
tinha certeza que o esperava entre suas pernas. Ele poderia até ter feito isso, se o grito de
Ronson não trouxesse os dois de volta aos seus sentidos.
Esse pensamento fez Niels fazer uma careta. Naquele momento, ele realmente
conseguira esquecer tudo sobre o menino estar com eles. Ele não tinha ideia de quando o
garoto tinha deixado a clareira com Laddie, ou o que ele tinha visto antes de sair. Mas
Niels agradeceu a Deus que ele não tinha puxado o decote de Edith para baixo, na frente
do garoto, expondo seus seios para um acesso mais fácil, como ele queria.
Suspirando, ele parou no topo da escada e olhou para baixo, sobre o grande salão, à
procura de seus irmãos. Geordie e Alick tinham chegado de MacDonnell na noite
passada, depois que o resto do castelo tinha ido para a cama. Embora exausto de sua
viagem, Alick ainda se ofereceu para guardar a porta de Edith para dar-lhe uma pausa,
mas Niels se recusou e enviou o homem mais jovem para a cama. Agora, ele pensou que
talvez ele deveria ter aceitado a oferta. Ele tinha sido menos do que inútil, roncando fora
de sua porta, especialmente se ela tropeçou sobre ele e não o tinha acordado. Se isso
fosse verdade, então qualquer um poderia ter passado por cima dele, entrado no quarto
e matado Edith. Não que isso fosse uma preocupação real. Eles tinham certeza que
Victoria era a culpada e ela não estava aqui. Ainda assim, esta certeza não era positiva e
era melhor prevenir do que remediar.
O olhar de Niels deslizou sobre as pessoas agitando-se no grande salão ocupado
abaixo, e então ele de repente relaxou contra o corrimão, quando localizou Edith. Ela se
destacava na multidão, uma figura brilhante num verde pálido com o cabelo de fogo. Ela
estava conversando com Tormod, Geordie e Alick, ele viu, e sorriu quando ela riu. O
som era como um sino na sala, claro e doce, e Niels encontrou-se querendo ouvir mais
daquilo.
— Ela não entende porque você está agindo assim com ela.

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Niels olhou para ver que seu irmão o tinha seguido e agora estava ao seu lado,
olhando para baixo, para Edith.
— Agindo como? — Perguntou Niels, embora soubesse a resposta. Ele tinha estado
muito mal-humorado e sombrio em relação a Edith, desde a clareira. Ele também tinha
estado colocando Tormod ou Ronson na mesa entre ele e Edith, durante as refeições, e
mantendo distância. Guardando-a, porém em mais do que o comprimento de um braço,
não suficientemente perto para tocar. Niels gostaria de dizer que sua exaustão era a
razão, mas não seria verdade.
— Agindo como se ela o repugnasse, — Rory disse, calmamente.
Niels quase riu da sugestão, desgostar estava muito longe de como se sentia sobre a
mulher. Esse era o problema.
— Eu acho que ela gosta de você, — Rory acrescentou, quando Niels não fez
comentários.
Ele paralisou com a sugestão, mas não disse nada.
— Eu acho que você gosta dela também, — acrescentou Rory.
— Claro que eu gosto, ela é uma mulher adorável. Inteligente, linda, divertida,
bonita, de boa índole, adorável, gentil com seu povo e bonita.
— Você disse bonita duas vezes, — disse Rory com diversão. — Quatro se você
contar linda e adorável como a mesma palavra que bonita.
— Deixa para lá, Rory, — Niels disse cansadamente. — Você sabe que nunca
poderá haver nada entre nós.
— E por que isso? — Perguntou Rory, com interesse.
— Porque eu sou um terceiro filho sem perspectivas, assim como Brodie com
Victoria. Só que eu nunca mentiria para reclamá-la. Ela merece melhor.
— Você é o quarto filho, na verdade, — Rory disse, calmamente.
Niels virou para perfurá-lo com um olhar. — Você traria o nosso Ewan em um
momento como este? — Antes que Rory pudesse responder, ele acrescentou
sombriamente: — Ele está morto e enterrado, deixe-o descansar.
— Tudo bem. — Rory olhou para trás para Edith, mas acrescentou: — Todavia, ela
não pode possivelmente merecer mais do que você. Você é um dos melhores homens que
eu conheço.
— Os outros melhores homens são nossos irmãos, — Niels sugeriu, com diversão.
— Sim, — Rory reconheceu, sem desculpas. Depois de um momento, acrescentou,
— Além disso, Edith não tem perspectivas. Saidh disse que seu noivo morreu anos atrás,
enquanto ainda jovem, e você sabe, tão bem quanto eu, que Brodie irá enviá-la para um
convento no minuto em que ele voltar.
— Sim, bem, você a ouviu no outro dia. Ela tem planos para evitar isso casando
com um laird rico e agradável, com um castelo e pessoas para ela cuidar, — ele lembrou.
— Isso não vai acontecer, — Rory disse com certeza, e quando Niels franziu o
cenho, deu de ombros e disse: — Você conhece algum que se encaixa nessa descrição?

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— Sim, um ou dois, — Niels disse, infeliz.
— Algum que você recomende para ela? — Rory acrescentou.
— Não, — disse ele, no mesmo instante. Nenhum dos homens era um marido
material. Um era notoriamente violento, tendo surrado duas esposas até a morte. Daí a
razão pela qual ele não podia sequer comprar uma esposa, neste momento. O outro não
poderia puxar-se para fora do barril de vinho, por tempo suficiente para assinar um
contrato. Nem era bom o suficiente para Edith. Inferno, ele não iria nem mesmo
recomendá-los aos gostos de Victoria, que pode muito bem ser uma bruxa assassina.
— Exatamente, — Rory disse com firmeza. — Ela não vai encontrar um marido e
vai acabar uma freira.
As mãos de Niels apertaram os corrimãos. O próprio pensamento de Edith como
uma freira fez o seu estômago se retorcer. Parecia-lhe ser uma sugestão sacrílega;
vibrante Edith de fogo, como uma freira, não experimentando amar ou ser amada, nunca
tendo filhos ou uma casa.
— Eu acho que você deveria se casar com ela, — Rory disse agora.
Niels fechou os olhos por breves instantes e depois abanou a cabeça. —Não tenho
nada para lhe dar. Segundo meus planos, serão mais quatro anos antes que eu pudesse
dar a ela um lar ou...
— Ela seria bem-vinda a Buchanan com você, Niels, e você sabe disso.
— Sim, mas ela...
— Ela não é Victoria, — Rory disse, solenemente. —Você a ouviu tão claramente
como eu, quando ela disse que ficaria feliz com um chalé e crianças.
Niels hesitou e depois disse: — E se ela não quiser se casar comigo? — Perguntou
ele, em seguida, admitiu: — Eu a quero. Mas eu não quero uma esposa que só se casaria
comigo para se salvar de ter que se tornar freira.
Rory riu suavemente com a sugestão. — Irmão, a mulher está comendo você vivo
há dias, com os olhos. Ela rastreia cada movimento seu, sabe onde você está a cada
minuto e não perde nenhuma palavra do que você diz. E, a julgar pelo olhar em seus
olhos, quando ela faz isso, o convento é a última coisa em que ela pensa quando olha
para você. — Ele olhou para baixo para Edith, agora quase melancolicamente, e admitiu:
— Na verdade, eu estou com ciúmes terríveis. Ela olha para você da mesma forma que
Saidh olha para Greer, e Murine olha para Dougall. Só espero que um dia uma mulher
vá olhar para mim desse jeito.
— Sério? — Niels perguntou, esperançosamente. Ele tinha estado tão ocupado
tentando se segurar para não olhar para Edith, que não tinha notado como ela olhava
para ele.
— Eu nunca mentiria para você sobre algo assim, Niels, — Rory disse, solenemente.
A risada de Edith soou novamente e Niels virou-se para olhar para ela. Ele então
encontrou seus pés para levá-lo a descer as escadas para se juntar a ela, quando se tivesse
um pingo de bom senso, ele sabia que ele deveria ir para o seu quarto e ter um pouco

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mais, do sono muito necessário. Ele realmente deveria estar bem descansado para
considerar uma decisão tão grave, ele sabia. Infelizmente, ele não parecia ter o bom senso
que Deus lhe deu, nesse momento. Tudo em que podia pensar era que queria estar com
ela.
— Não é verdade! — Edith estava protestando com uma risada, quando ele chegou
à mesa.
— O que não é verdade? — Perguntou Niels com um sorriso, parando ao lado de
Tormod e se perguntando se seria rude pedir ao homem para sair, para que ele pudesse
sentar ao lado de Edith. Ele deveria estar guardando-a depois de tudo. Bem,
tecnicamente, o seu dever de guarda tinha acabado, ainda que...
— Niels, — Geordie e Alick disseram juntos.
Ele olhou para seus irmãos e acenou com a cabeça e, em seguida, viu o sorriso de
Edith e voltou-se, quando ela o cumprimentou com um alegre — Bom dia, gentil senhor.
Espero que tenha dormido bem.
Niels ficou imóvel e foi Alick quem disse com uma risada, — Oh, isso é cruel, isso é.
— O quê? — Perguntou Edith, franzindo a testa e então seus olhos se arregalaram com
consternação. — Oh, eu nunca quis... Foi apenas uma saudação, eu não quis dizer que...
Descartando seu pedido de desculpas, Niels despencou para sentar no banco do
outro lado de Tormod e inclinou-se para olhar, passando por ele, para vê-la. — Não
tenha medo, não estou ofendido, — assegurou ele, e depois acrescentou com desgosto: —
Isso não é menos do que eu mereço por dormir de guarda.
— Sim, bem, dormindo ou não, eu tenho certeza que apenas sua presença ali na
minha porta foi suficiente para impedir alguém de me envenenar no meu sono, — ela
disse, com firmeza.
Niels mordeu os lábios e conteve o sorriso que queria reclamá-lo com essas
palavras. Envenená-la em seu sono? Isso seria um truque novo. Será que a mulher acha
que ele se sentou fora de sua porta a noite toda para impedi-la de ser envenenada? Isso
no caso de o envenenador não ser Victoria e decidir avançar com outros truques, agora
que o envenenamento não estava funcionando.
— Além disso, — Edith acrescentou com uma expressão de preocupação,— você
deveria estar esgotado para dormir tão profundamente. Porque você nem mesmo se
moveu quando eu caí em cima de você.
Niels paralisou e perguntou abruptamente: — Caiu sobre mim? Rory disse que
você somente tropeçou.
Edith fez uma careta, mas admitiu: — Sim, bem, eu tropecei e, em seguida, caí
sobre você. — Ela encolheu os ombros. — Eu suponho que eu ainda estou me
recuperando e um pouco desajeitada.
— Então, você está dizendo que você na verdade caiu em cima de mim e eu não
acordei? — Ele perguntou, com desânimo. Seus irmãos estavam sempre provocando-o

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que ele poderia dormir durante uma batalha furiosa em torno dele, mas bom Deus, se ele
realmente dormiu enquanto Edith caiu sobre ele...
— Sim, eu estava mais preocupada que eu tivesse machucado você, e mencionei
minha preocupação para Geordie e Alick, quando saíram de seus quartos, mas eles me
garantiram que você estava bem, apenas dormindo profundamente. E como eles me
acompanharam abaixo, começaram a me entreter com histórias de outras vezes em que
você dormiu profundamente.
Niels paralisou, desânimo deslizando por suas costas. Limpando a garganta, ele
perguntou cautelosamente, — Histórias?
— Sim, como daquela vez em que você tinha dezesseis anos e seus irmãos deixaram
você careca, enquanto dormia, — acrescentou Edith.
Niels sentiu sua mandíbula apertar e olhou para seus irmãos, por contar tais
histórias embaraçosas sobre ele.
Parecendo desconfortável, Geordie murmurou, — Sim, bem, para ser justo, não é
que ele dormiu esse tanto, é que ele estava inconsciente, — ele admitiu. — Era um
casamento, e a primeira vez em que ele foi autorizado a beber. Niels estava bêbado e foi
por isso, realmente, que ele não acordou.
— É mesmo?— Perguntou ela, com uma careta. — Vocês rasparam a cabeça dele
enquanto ele estava inconsciente?
— Que outras histórias eles contaram? — Niels perguntou, secamente.
Edith ainda estava franzindo a testa por ele estar careca, mas finalmente disse: —
Eles nos disseram sobre outro casamento, quando eles foram capazes de carregar você,
com roupa de cama e tudo, para o curral do touro. Eles disseram que mesmo você caindo
uma ou duas vezes, mesmo assim não fez você acordar, e eles deixaram você deitado no
curral até de manhã. — Voltando-se para Geordie e Alick ela perguntou: — Ele estava
bêbado dessa vez também? Isso foi realmente por que ele não acordou?
— Sim, — Geordie admitiu, parecendo desconfortável quando Niels olhou para ele.
— Oh, sim! —Tormod disse de repente. — Lembro-me dessa história agora. Eu
achei que soava familiar. — Virando-se para Edith explicou. — Seu pai, o Laird
Drummond, estava no casamento e contou-me isso quando voltou. Olhando além de
Edith para Geordie e Alick, ele agora acrescentou: — Mas você deixou de fora os
melhores pedaços.
— O que eles deixaram de fora? — Perguntou Edith, com curiosidade.
—Bem.—Tormod olhou além dela novamente, nos olhos de Geordie e Alick,
quando perguntou: — Vocês meninos, em seguida, não esperaram por horas até que ele
finalmente acordou e, em seguida, deixaram o touro solto, enquanto Niels tentava arrastar
sua roupa de cama para fora do curral?
— Vocês não fizeram isso! — Edith engasgou com horror e seus dois irmãos
concordaram com culpa.

Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands


— Sim. — Sentando-se ereto, Tormod sacudiu a cabeça. — O Laird Drummond
disse que vocês riam como tolos, enquanto o assistiam perseguir seu irmão... até que
Niels correu direto para vocês, rapazes, e pulou sobre a cerca em frente a vocês. O touro
perseguiu-o, quebrando a cerca em pedaços, mas Niels continuou correndo, enquanto o
resto de vocês ficou parado ali, retorcendo as mãos, tornando-os alvos perfeitos. Ele disse
que da forma como o touro vinha teria dizimado vocês, se Niels não tivesse se virado e
corrido de volta, com seus gritos. Ele disse que o rapaz pulou nas costas do touro,
agarrou-o pelos chifres e conduziu-o de volta para o curral e para longe de machucar
alguém, até que os homens mais velhos pudessem chegar lá e colocar um par de cordas
ao redor do touro. Uma vez que eles tinham tudo sob controle, Niels pulou fora e eles
consertaram a cerca.
Edith franziu a testa ao ouvir o final da história e se virou para Geordie e Alick
dizendo duramente: —Vocês não tinham mencionado essa parte.
Ambos os homens evitaram seu olhar e Geordie murmurou, — Sim, bem...
— E sobre a história do leitão que vocês vestiram como uma lady e colocaram na
cama com ele? — Edith perguntou agora, em tom desconfiado. — Vocês disseram que
pensaram que ele iria acordar e assustá-lo, mas em vez de pisar em cima dele como vocês
esperavam, o leitão deitou-se e aconchegou-se a Niels e os dois dormiram por horas, com
ele felizmente sem saber que estava dormindo com um porco. — Ela levantou as
sobrancelhas. — O que talvez vocês deixaram de fora dessa história?
Niels observou os dois homens se contorcerem brevemente, mas, em seguida,
decidiu livrá-los de sua miséria e mudar de assunto. No entanto, quando ele abriu a boca
para fazer isso, Alick desabafou: —Nós tínhamos pintado os lábios e bochechas do leitão
de vermelho, e Conran escreveu o nome Annie na testa do porco.
— Annie? — Edith perguntou, curiosamente. — Por quê?
— Porque, na época, Niels tinha uma fantasia com a nossa vizinha, Annie,— Alick
admitiu relutantemente.
— Assim você colocou o nome dela em um leitão? — Edith perguntou com
desânimo. —E se ela e sua família tivessem vindo para Buchanan e vissem isso? Além de
insultar a moça, vocês teriam humilhado seu irmão na frente dela. — Com a boca se
apertando, ela balançou a cabeça e disse com firmeza, — Vocês sabem, agora que estou
pensando nisso, vocês meninos foram muito indelicados com seu irmão.
A boca de Niels tinha ido se estreitando com cada exemplo que ela tinha dado, do
que seus irmãos tinham compartilhado com ela. Mas agora, como Geordie e Alick
começaram a parecer consternados, ele começou a sorrir. Seus irmãos estavam realmente
parecendo envergonhados, suas cabeças penduradas... e isso quase fez Niels rir em voz
alta. Ele tinha feito ou sido parte de truques tão ruins ou piores, contra cada um dos seus
irmãos. Todos eles tinham. Mas ele nunca tinha tido alguém mantendo-se ao lado dele,
como Edith estava fazendo. Ela estava falando com Geordie e Alick como se fossem um
par de garotos, ainda inexperientes.

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— Raspar seu cabelo bonito da forma que fizeram foi ruim o suficiente,— Edith
disse, agora com desgosto e Niels sentou um pouco mais reto, seus ouvidos se
recuperando de sua descrição do seu cabelo, enquanto ela continuava: — Mas vocês
poderiam tê-lo matado com esse touro absurdo. E vocês tiveram muita sorte que ele se
preocupasse em salvá-los daquele touro do jeito que ele fez, também. Eu teria deixado
ele rasgar vocês em pedaços, se fosse eu e soubesse que vocês tinham programado me
machucar, porque certamente vocês devem ter percebido que isso poderia ter acontecido.
— Oh, não, nós não teríamos deixado o touro ferir Niels,— Geordie disse, de
imediato.
— Sim, — Alick assegurou. — Niels sempre foi o corredor mais rápido de todos
nós. Sabíamos que ele poderia superar o touro, e nós certamente teríamos corrido para
salvá-lo, se o touro tivesse sequer chegado perto de chifrá-lo.
Edith encarou-os por um momento, e então suspirou e assentiu. — Sim. Eu sei isso.
Saidh me contou histórias suficientes de sua infância, então eu sei quão unidos todos
você são. Ainda assim, seu cabelo bonito? — Perguntou ela, com um calafrio.
Niels estava prestes a perguntar o que ela gostava do seu cabelo, quando de repente
ela olhou para além de Tormod e sorriu.
— Alguma mudança? — Ela perguntou a Rory, quando ele se aproximou da mesa.
Rory sacudiu a cabeça tristemente. — Não. Sua cor está um pouco melhor, seus
olhos estão de volta ao normal, mas ela ainda dorme. Eu começo a temer que ela nunca
poderá sair do sono em que a droga a colocou e pode simplesmente enfraquecer e morrer
lentamente.
Edith franziu a testa com essa notícia e, em seguida, virou-se para a cozinha
quando um grito soou. Quando ele foi seguido por um grande tumulto de gritos e
berros, ela levantou-se, obviamente, com a intenção de investigar, mas Niels a agarrou
pelo braço e conduziu-a para Geordie e Alick, que também se levantaram.
— Vigiem-na, — ele gritou e correu para a cozinha, nos calcanhares de Tormod e
Rory. Ele rapidamente alcançou a ambos e ultrapassou-os, chegando primeiro à porta
para as cozinhas. Empurrando para dentro, ele franziu a testa para o grupo de pessoas
bloqueando a entrada, de costas para a porta, sem perceber que estavam na passagem.
Todos eles também estavam agora em silêncio, observou ele, quando começou a se
encaminhar, através da multidão, para chegar ao que atraía sua atenção. Ele tinha que
passar entre as pessoas para o extremo final da cozinha, para encontrar a fonte da
perturbação, e então ele parou e simplesmente olhou para o homem deitado de bruços
no chão.
— Cawley?
Niels olhou ao redor, atentamente, para a voz de Edith e fez uma careta para os
dois homens em seus calcanhares, enquanto ela passava por ele e corria para seu tio.
— Eu disse a vocês para vigiá-la, — ele retrucou.

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— Nós estamos, — Geordie disse de imediato. — Mas, como ela assinalou, você não
disse onde tínhamos que vigiá-la, de modo que a vigiamos por todo o caminho até aqui,
e nós estamos ainda vigiando-a.
— Falando nisso, — Alick disse agora. — Eu estou vigiando que ela está prestes a
ter sangue por toda parte, se você não a mover para longe do corpo.
Niels virou para trás para ver que ela tinha se ajoelhado ao lado de seu tio e estava,
realmente, prestes a ter seu vestido ensanguentado. Uma piscina do líquido escuro era
visível agora, se espalhando sob o corpo. Praguejando, ele se moveu para Edith e levou-a
para longe.
— Não, Niels! Cawley está ferido, — Edith protestou, tentando se libertar.
— Ele é não está só ferido, moça, ele está morto, — Niels disse calmamente,
pegando-a nos braços para levá-la do local.
— Mas o que aconteceu? — Perguntou ela, soando confusa.
— Eu não sei, moça. Rory irá examiná-lo e descobrir, — assegurou ele.
— Mas havia sangue, — Edith assinalou, como se ele pudesse ter perdido esse fato.
— Sim,— ele murmurou, e carregou-a para as cadeiras ao lado da lareira, onde a
avó de Ronson estava ocupada com seu remendo. A velha levantou os olhos com a sua
chegada, espiou para sua agulha de novo, mas então piscou e levantou a cabeça,
novamente, para olhar para eles com surpresa, enquanto Niels se instalava na cadeira
com Edith em seu colo e começava a esfregar suas mãos para aquecer.
Franzindo a testa, ela largou o conserto e perguntou: — Qual é o problema? O que
aconteceu? Ela sofreu uma queda?
Niels parou de esfregar e olhou para a mulher com alguma surpresa, espantado
que ela parecia estar alheia ao caos acontecendo atrás dela. E então ele notou que ela
tinha falado um pouco mais alto do que o necessário, e ele percebeu que a velha tinha
alguns problemas auditivos.
— Não, — ele disse finalmente. — Ela está apenas perturbada. Cawley está morto.
Incerteza atravessou seu rosto brevemente, e, em seguida, a avó de Ronson
concordou. — Sim. Cawley perturba todos em um momento ou outro, eu acho. Ele não é
bom da cabeça, — disse ela, apontando para a própria cabeça. Inclinando-se para frente,
ela deu um tapinha no joelho de Edith. — Você não deve deixar tudo o que Cawley diz
chatear você, moça. Ele não quer dizer isso.
Edith a olhou fixamente por um minuto, e então se virou e enterrou o rosto no peito
dele. Com a certeza de que ela estava chorando, embora estivesse fazendo isso em
silêncio, Niels deu-lhe tapinhas nas costas, impotente.
— Pronto, viu? — A avó de Ronson consolou, batendo em seu joelho novamente. —
Chore bastante e esqueça todo o absurdo que Cawley esteve vomitando. Vai ficar tudo
bem.
Os olhos de Niels se arregalaram alarmados, quando ouviu um gemido abafado
contra seu peito e começou a acariciá-la com as duas mãos.

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—Você é esse Lord Niels, o cara que meu neto toma como uma luz também, não é?
— A mulher perguntou de repente.
Niels concordou distraidamente, com bastante certeza de que ele podia sentir a
umidade em seu peito agora.
— Você é quem está lhe ensinando todos esses palavrões, não é?
Congelando, ele virou olhos culpados para a mulher. Observando a súbita tensão
em seu rosto e o estrabismo desagradável com que ela estava olhando para ele, ele
engoliu em seco e disse: — Er...
— Bom, — disse a velha, seu corpo relaxando e um sorriso enfeitando seu rosto. —
Eu suspeito que um lorde fino como você, não iria se rebaixar a usar tal linguagem chula
que eu ouvi sair do meu doce menino nos últimos dias. Ainda assim, eu teria pegado
uma chibata por você estar ensinando-lhe tais e outros similares, de qualquer maneira, se
fosse esse o caso, lorde ou não, — disse ela com firmeza. — Então, eu estou feliz que não
era você.
Sentada em sua cadeira, ela enfiou a ponta do fio que segurava pelo buraco de uma
agulha, enquanto acrescentava: — Foi, provavelmente, esse Cawley. Vou ter que ter uma
conversa com ele sobre isso mais tarde. Eu não vou pegar o chicote para ele, entretanto,
— ela tranquilizou-os, quando Edith gemeu mais alto em seu peito. — Ele não é bom da
cabeça e não sabe bem. Mas eu vou lhe dizer em termos inequívocos, para cuidar de sua
língua perto do menino, de agora em diante, eu vou.
Ainda batendo nas costas de Edith, Niels olhou para a mulher confuso, sem saber o
que dizer, e então virou-se com alívio quando viu Geordie e Alick correndo em direção a
ele. Braços apertados ao redor de Edith, ele se levantou e caminhou para encontrá-los.
— O que Rory encontrou? — Ele perguntou assim que eles pararam.
— Ele está morto, — Alick murmurou, afastando o olhar de Edith, em seus braços.
— Não! Realmente? — Perguntou Niels, com fingida surpresa.
Geordie engasgou com uma risada, e depois tossiu para limpar a garganta e disse:
— Ele está pensando que todos nós precisamos ter uma pequena parada e um bate-papo,
mas em algum lugar onde não iremos ser ouvidos.
Niels assentiu severamente e, em seguida, voltou sua atenção para Edith, quando
ela fungou e soluçou em sua camisa. Suspirando, ele disse, — o quarto de Edith então, e
diga a Rory para trazer algo para fazer Edith ter sono. Ela está sobrecarregada.
Por alguma razão, isso a fez chorar de novo. Franzindo a testa, Niels pressionou-a
contra seu peito e começou a balançá-la levemente em seus braços, enquanto ele
esfregava as costas dela agora, tentando acalmá-la.
— Eu vou dizer-lhe para trazer o suficiente para vocês dois, — Geordie disse
secamente e quando Niels pareceu surpreso, ressaltou. — Você a está balançando como
uma criança que precisa arrotar, Niels.
Niels parou de balançá-la e fez uma careta. — Basta dizer-lhe para trazer Tormod
também, — ele murmurou e, em seguida, virou-se para ir para as escadas.

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Ele tinha carregado Edith, enquanto subia os degraus para o patamar superior e ao
longo do corredor para o quarto dela, antes de dizer qualquer coisa, e então ela se
afastou de seu peito, e olhou para ele através de profundas piscinas verdes de tristeza.
— Sinto muito, milorde. Eu não sei por que estou chorando. Eu nem mesmo chorei
quando meu pai e irmãos morreram. Havia tanta coisa para fazer e... — Ela balançou a
cabeça, impotente.
— Então é provavelmente por isso, moça, — disse Niels, pressionando o rosto dela
de volta em seu peito e estendendo a mão para abrir a porta de seu quarto. —Você nunca
teve a chance para ter seu luto, corretamente e agora está tudo caindo em você ao
mesmo tempo.
—Talvez, — Edith concordou com um suspiro e balançou a cabeça contra seu peito.
—Pobre Cawley. Ele era uma alma tão gentil. E havia muito sangue. O que aconteceu?
—Rory vai nos dizer quando ele vier,— Niels murmurou, chutando a porta fechada
e atravessando para sentar-se na beira da cama, com ela em seu colo novamente. Ele
tinha visto o cabo de uma faca no peito do homem, apenas espreitando fora das dobras
de seu tartan, mas não tinha intenção de lhe dizer até que ele tivesse seus irmãos para
apoiá-lo. Niels não tinha ideia do que fazer com uma mulher chorando. Saidh nunca
tinha chorado, crescendo. Bem, exceto quando seus pais morreram. Ela chorou então, e,
agora que ele pensava sobre isso, nenhum deles sabia o que diabos fazer também, então
eles tinham acabado deixando-a fazer sair tudo e esperaram por ela para vir encontrá-
los, uma vez que a tempestade passasse, para que pudessem distraí-la, e a eles próprios,
da sua tristeza.
Era isso, Niels compreendeu. Ele precisava distrair Edith de sua tristeza, ele pensou
e imediatamente teve uma ideia sobre como fazê-lo. Bem, ele sabia como ele gostaria de
fazê-lo de qualquer maneira. Ele queria beijá-la novamente, desde o incidente no lago.
Infelizmente, o seu melhor lado estava perguntando se era realmente adequado para o
momento. Desencadear seu desejo sobre ela quando ela estava de luto, podia não ser a
melhor...
— Niels?
— Hmmm? — Ele perguntou, olhando distraidamente quando ela se inclinou para
trás para olhar para ele.
— Você quer, por favor, me beijar de novo?
Niels piscou e depois sacudiu a cabeça e ficou maravilhado, — É como se você
estivesse lendo minha mente, moça.
— É? — Perguntou Edith, confusa.
— Oh, sim, é, — assegurou a ela e, em seguida, abaixou a cabeça para reivindicar
sua boca, só para congelar antes que seus lábios se encontrassem, quando um alto ‘aham’
encheu a sala.
Fazendo uma pausa, os dois se viraram para olhar fixamente para Moibeal.

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Corando até a raiz dos cabelos, a jovem criada começou a se esgueirar em direção à
porta. — Eu vou terminar de limpar o quarto mais tarde e sair agora, posso?
— Sim, — Niels rosnou, ao mesmo tempo que Edith sussurrava a palavra.
Balançando a cabeça e se curvando, a criada chegou à porta, abriu-a, sorriu e então
deslizou rapidamente para fora.
Suspirando, Niels virou e sorriu para Edith, em seguida, começou a abaixar a
cabeça novamente, só para fazer uma pausa quando uma batida soou na porta.
— Moibeal, — Edith reclamou.
— Moibeal acabou de descer, — Geordie anunciou, abrindo a porta e enfiando a
cabeça para dentro. — Devo chamá-la de volta?
— Não. — A palavra era um quase guincho, quando Edith despencou para fora de
seu colo.
Niels suspirou para si mesmo. Ele não tinha ideia do por que ela estar tão
envergonhada de ser apanhada em seus braços. Ele tinha estado carregando-a pelas
escadas e segurando-a em seu colo na frente de toda a gente, há poucos minutos atrás, e
isso não parecia incomodá-la então. Agora, porém, ela estava reagindo como se tivessem
sido apanhados sendo impróprios.
Imagine, um par de minutos mais e eles podiam muito bem ter sido apanhados
sendo impróprios, Niels reconheceu. Porque ele sabia, sem dúvidas, que um simples
beijo não teria sido suficiente para ele. Tendo mais cinco minutos a sós com Edith e sua
doce boca, e Geordie teria realmente interrompido alguma coisa. Niels a teria colocado
de costas na cama e suas mãos teriam estado sobre toda ela.
Infelizmente, ele nunca conseguiu nem mesmo o beijo, e parecia óbvio que ele teria
que esperar até mais tarde, para distrair Edith com eles.

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Capítulo 7

— Esfaqueado? — Edith disse lentamente, sua mente incapaz de compreender o


que Rory estava dizendo. — Alguém esfaqueou Cawley?
— Sim. Com isto, — disse Rory e apresentou uma adaga de cabo preto.
— Isso é do meu pai, — Edith suspirou, movendo-se rapidamente para a frente
para olhar o cabo ornamentado de rubi. Ela mal podia acreditar.
— Você tem certeza? — Perguntou Niels, movendo-se para o lado dela para espiar
a arma.
— Claro. Essa é única. Eu não poderia confundi-la com outra, — ela murmurou, seu
olhar deslizando sobre a arma novamente. Ela sempre pensou que era bonita, mas agora,
com o sangue de Cawley ainda sobre ela, a beleza de alguma forma fora manchada.
Virando-se, foi até a cama e sentou-se na beira da mesma. — Quem fez isso?
Todos os homens entreolharam-se em silêncio, e depois Tormod disse: — Ninguém
sabe.
— O quê? — Ela perguntou, com desânimo. — Mas havia uma tonelada de criados
na cozinha.
— Sim, e cada um deles estava vigiando a comida para ter certeza de que ninguém
a envenenava, — Tormod disse severamente. — Ninguém estava prestando atenção em
Cawley. Eles só o deixaram sentar-se no seu canto comendo os doces que Jaimie fez para
ele e... — Ele deu de ombros, impotente. — Ninguém viu nada até que Cawley caiu do
barril em que estava sentado e começou a sangrar no chão de pedra, e eles disseram que
não havia ninguém perto dele quando isso aconteceu.
— Como podia ninguém ter estado perto dele? — Ela perguntou com descrença.
— Alguém tinha de tê-lo esfaqueado.
— Ele foi esfaqueado no coração, Edith, — Rory disse suavemente. — Ele morreu
quase imediatamente. Ele pode ter estado sentado em um estado de atordoamento numa
contagem até três ou dez, antes de morrer e cair do barril, ou pode ter morrido
inclinando-se contra a parede e só ter caído depois. De qualquer maneira teria dado, a
quem o esfaqueou, uma chance de escapar.
— Sim, — Edith respirou a palavra para fora e, em seguida, esfregou a testa, antes
de perguntar: — Mas por que alguém iria matar Cawley? Ele era inofensivo.
Houve um silêncio e, em seguida, Niels disse: — Ele era irmão de seu pai?
— Meio irmão, sim, — Edith admitiu. — Tecnicamente, ele era meu tio, embora
meus irmãos e eu, nunca o chamamos assim, — ela murmurou e depois estreitou seus
olhos para ele. — Você está pensando que isso está ligado aos envenenamentos?
Niels assinalou quase se desculpando: — Bem, é outro membro da família morto.
— Sim, mas Cawley não era oficialmente família, — disse ela, franzindo a testa.

Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands


— Você disse que todos em Drummond sabiam que ele era irmão de seu pai, —
Rory lembrou calmamente.
— Bem, sim, mas...
— Ele poderia ter herdado Drummond? — Perguntou Geordie.
Edith sacudiu a cabeça. — Não. Brodie é o próximo na linha.
— Mas se Brodie retornar e morrer, e você morrer, — acrescentou calmamente. —
Poderia Cawley ter herdado então?
— Bem, eu acho, — ela admitiu, sua testa franzindo. — Se todos os filhos de seu pai
morressem, sem deixar herdeiros, suponho que poderia ter passado para Cawley como
seu meio-irmão e parente vivo mais próximo.
— E quem herdaria depois disso? — Perguntou Rory.
Edith apertou os lábios e pensou brevemente e depois deu de ombros, impotente e
disse, — Tormod eu acho. Seu pai e meu avô eram irmãos, não? Você é primo do meu
pai?
— Sim, — admitiu, relutantemente.
Edith concordou e, em seguida, virou-se para Niels e disse: — Mas Tormod não foi
quem matou Cawley. Ele estava sentado com a gente, por uma boa hora, antes de você
descer e ele veio da muralha exterior, quando se juntou a nós. Eu não o vi ir a lugar
algum perto das cozinhas. Não há nenhuma maneira que Cawley sentasse morto, lá na
cozinha, por uma hora, sem que ninguém percebesse.
— Não, — Rory concordou. — O sangue teria corrido para baixo de seu corpo e não
havia nenhum sinal disso. Eu não acho que ele estava morto há mais de um minuto, se
tanto, antes de cair no chão. Se tanto. Tormod não podia tê-lo matado.
— Graças a Deus, — Tormod murmurou, com sentimento.
Edith se moveu para dar tapinhas no braço do homem, tranquilizando-o, mas disse:
— Talvez ele não tenha nada a ver com a herança de Drummond. Talvez seja um dos clãs
com que estamos brigando querendo nos tirar do caminho, ou alguém em busca de
vingança contra a família, por alguma injúria desconhecida. Ou possivelmente a morte
de Cawley não tenha nada a ver com os envenenamentos, — acrescentou.
Quando suas palavras foram recebidas com silêncio, ela levantou as mãos com
exasperação e se dirigiu para a porta.
— Onde você vai? — Perguntou Niels, com preocupação, seguindo-a.
— Bem, está claro que não sabemos mais agora do que sabíamos depois dos
envenenamentos, — disse ela, impaciente. — E eu estou doente até à morte de pensar
nisso. Vou pegar Laddie para uma caminhada.
— Não, sozinha você não vai, — Niels disse com firmeza, segurando a porta
quando ela começou a puxá-la para fechá-la atrás dela. Ele seguiu-a para fora do quarto e
arrastou-a para as escadas, antes de perguntar: — Quanto tempo se passou desde que
você levou sua égua para um passeio?
Edith parou no topo da escada e admitiu infeliz. — Muito tempo.

Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands


— Então possivelmente devemos ir para um passeio, — ele sugeriu suavemente. —
Pode fazer-nos bem sentir o vento em nosso cabelo e correr rápido pela floresta.
Edith hesitou e depois assentiu. — Sim, — ela tomou ar.
Sorrindo, Niels pegou a mão dela e começou a descer ansiosamente pelas escadas.
Ronson estava sentado no chão, com Laddie, ao lado do fogo. Ambos começaram a
levantar quando os viram, mas Niels acenou-lhes um adeus e ganhou velocidade,
enquanto eles desciam as escadas e começavam a atravessar o grande salão.
No momento em que eles chegaram do lado de fora e se dirigiram para os
estábulos, Edith estava quase correndo para acompanhá-lo. Ela não se importava muito,
tinha muita energia reprimida que ela precisava gastar. Era algo que parecia incomodá-la
desde a sua viagem para o lago. Ela tinha estado inquieta e quase insatisfeita enquanto
esteve endireitando as pequenas coisas que tinham sido negligenciadas em Drummond,
enquanto estava doente. Mas sua mente tinha estado constantemente em Niels e no que
ele a fez sentir, e seus olhos tinham repetidamente procurado por ele, com uma espécie
de anseio.
Infelizmente, enquanto ela tinha querido estar mais perto dele, ele parecia tê-la
estado evitando muito ansiosamente. Pelo menos ele estava evitando tocá-la, mesmo da
forma mais aleatória. Não tinha havido nem um segurar polido de seu braço quando ele
a escoltou abaixo na parte da manhã, nenhum roçar dos braços ou outras partes do
corpo, quando ele estendeu a mão para alguma coisa na mesa. Na verdade, ele não tinha
sequer sentado ao lado dela. Em vez disso, ela encontrou-se entre Tormod e Ronson, ou
Rory e Ronson, ou Rory e Tormod, com Niels do outro lado de um deles. Ela não tinha
ideia do motivo. Mas parecia que tudo o que o tinha feito manter distância tinha sido
resolvido, porque ele estava segurando a mão dela enquanto a levava para os estábulos.
— O encarregado dos estábulos não está aqui, — Niels murmurou quando
entraram.
— O que posso fazer para ajudar? — Edith perguntou, quando eles se aproximaram
das baias, onde seu cavalo estava abrigado, junto ao dele.
Fazendo uma pausa, Niels virou-se e pegou-a pela cintura para colocá-la na
balaustrada de uma das baias e instruiu: — Sente-se aqui e fique bonita. Eu não vou
demorar.
Edith piscou enquanto ele se afastava para começar a selar seu cavalo, e depois
deslizou da balaustrada e moveu-se para recolher a sela de sua égua. Ninguém nunca
havia instruído a sentar e ficar bonita. Ela nem sabia como fazer isso. Edith nunca tinha
sequer pensado em si mesma como bonita. Inteligente? Sim. Trabalhadora? Sim.
Educada? Sim. Mas ninguém nunca tinha dito que ela era bonita. Certamente seus
irmãos não, e Edith não tinha muita experiência com homens, além de seu pai e irmãos.
— Ah, moça. Você nunca me escuta, — disse Niels com diversão, movendo-se para
ajudar com seu cavalo, uma vez terminado o dele.

Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands


— Eu nunca aceitei bem ordens, — admitiu ela, ironicamente. — Meus irmãos
sempre disseram que eu era difícil e teimosa.
— Eu teria dito inteligente e independente, — ele respondeu suavemente,
terminando com a sela. Uma vez feito, ele a colocou em sua égua e, em seguida, levou o
animal para fora da baia, quando ele acrescentou: —E acontece que eu gosto disso em
você.
Edith viu-se sorrindo para as palavras.
— Eu já volto, — Niels assegurou-lhe, uma vez que ele a colocou para fora dos
estábulos. Ele retornou para dentro, mas voltou um momento depois, conduzindo seu
garanhão e Edith encontrou-se admirando as linhas de ambos os machos, enquanto Niels
montava. Pegando-a olhando, ele sorriu brevemente e, em seguida, apontou com a
cabeça para as portas. — Você conhece a região melhor do que eu. Mostre o caminho.
Edith hesitou brevemente, e em seguida, soube exatamente onde ela queria ir e
conduziu seu cavalo para fora do pátio, em um trote. No momento em que eles
atravessaram a ponte, ela guiou a égua para uma corrida, descendo a colina e para a
floresta. Edith não olhou para trás para ver se Niels a estava seguindo. Ela não tinha
nenhuma dúvida de que ele seria capaz de manter-se. Seu cavalo era um bom animal.
O local que Edith tinha decidido ir, estava a uma boa distância, mas não a ponto de
ser perigoso. Embora sua égua estivesse sem fôlego, pela combinação da distância e da
velocidade com que tinham viajado, no momento em que ela parou.
Parando na beira de um campo de urze, Edith olhou por cima do pequeno prado e
exalou um suspiro de prazer. Isto era exatamente o que ela precisava. Seu local preferido
quando o mundo parecia estar despencando sobre ela. Este era o lugar para onde ela
veio quando sua mãe morreu, quando ela tinha sabido que o homem contratado para ser
seu marido tinha morrido e onde ela queria estar agora.
— Bonito, — Niels murmurou, parando ao lado dela.
Edith sorriu. Ela sabia que ele ia gostar. Escorregando de sua montaria, ela amarrou
as rédeas em torno de um ramo, na árvore mais próxima e, em seguida, começou um
caminho de trilha através do prado de urze, da altura da cintura, enquanto Niels
amarrava seu próprio animal. Abelhas e outros insetos imediatamente começaram a
zumbir, mas Edith ignorou, sabendo que eles se aquietariam novamente, uma vez que
tivessem passado.
Niels alcançou-a e seguiu-a em silêncio, até que ela chegou à grande rocha plana no
meio da clareira. Era apenas da altura do joelho, e escondida da vista pela urze alta até
que você chegasse perto dela. Mas também era grande o suficiente para três pessoas se
deitarem, lado a lado, e quase totalmente plana, embora fosse levemente inclinada.
— Eu não vi nada disso da borda do prado, — disse Niels com surpresa, quando
ela subiu na rocha e se moveu para o centro, para se sentar.
— Não, mas você nos teria feito andar muito mais longe, —assegurou ela.

Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands


— Sim. — Niels se ajeitou ao lado dela e olhou sobre o campo de flores, um sorriso
torcendo seus lábios. — Eu deveria ter trazido um piquenique.
— Nós acabamos de comer o desjejum, — disse Edith com diversão e, em seguida,
franziu a testa e acrescentou: — Pelo menos eu comi. Você não comeu ainda, comeu?
— Balançando a cabeça, ela começou a se levantar. — Devemos voltar, assim você pode
comer.
— Não, — ele a agarrou pelo braço, para impedi-la de levantar e balançou a cabeça.
— Está tudo bem. Eu não estou com nenhuma fome.
— Tem certeza? — Perguntou Edith com preocupação. Quando ele assentiu, ela
hesitou, mas depois relaxou e olhou em volta para o mar de flores em torno deles.
Sentados, eles tinham apenas a cabeça e os ombros acima das flores. Mas ela sabia,
por experiência. que deitados sobre a pedra eles iriam desaparecer da vista de quem
passasse no prado. Fechando os olhos, ela levantou o rosto para o céu e respirou
profundamente. O ar estava impregnado com o cheiro de urze e depois de um momento,
ela deitou-se na superfície da pedra aquecida pelo sol e olhou para as nuvens em cima.
— Oh, olhe, é Laddie, — ela murmurou, com um sorriso.
— Onde? — Niels perguntou, olhando em volta, confuso.
Edith sorriu e apontou para a nuvem com forma, vagamente, de um cachorro
correndo. — Bem ali, ao lado da nuvem com aparência de patinho.
— Ah, — Niels disse relaxando. Seu olhar deslizou sobre as nuvens e depois de
volta para ela e ela sabia que ele a estava olhando, mas simplesmente continuou a olhar
para as nuvens se deslocando até que a cabeça dele, de repente, bloqueou sua visão.
Piscando, Edith focou o olhar em seu rosto e simplesmente esperou, sabendo que
ele iria beijá-la agora. Foi por isso que ela o trouxe aqui, para obter esse beijo que ele
estava prestes a lhe dar em seu quarto, antes que tivessem sido interrompidos.
Niels não a desapontou. Ele abaixou a cabeça até que sua boca cobriu a dela e, a
princípio, isso foi tudo o que fez, escovando os lábios levemente sobre os dela. Mas
quando Edith levantou as mãos para deslizá-las sobre seus braços, sua boca abriu sobre a
dela e sua língua deslizou para fora, para traçar o vinco entre os lábios. Edith
instintivamente abriu para ele, com um pequeno suspiro e ele pegou o lábio inferior
entre os dele, e puxou-o de leve, quase provocando. Isso a fez sorrir preguiçosamente, e,
em seguida, ele liberou seu lábio e inclinou a cabeça, enquanto sua língua se estendia
para encher sua boca e o ritmo doce mudou de repente.
Com a respiração presa na garganta, Edith agarrou-se a seus ombros e segurou com
força, enquanto sua boca violava a dela. Era como se a paixão que tinham compartilhado,
na beira do lago, tivesse sido meramente contida quando eles tinham sido
interrompidos, e agora ele a desencadeasse. O próprio desejo de Edith imediatamente se
levantou para atendê-la e ela deslizou uma mão em seu cabelo, seus dedos atando-se nas
mechas e instando-o sobre ela, enquanto deslizava sua língua para a frente para
encontrar a dele.

Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands


O suave zumbido dos insetos que deleitavam-se na área em torno deles
desapareceu, abafado pelo bater do seu coração, e o cheiro doce do mel de urze foi
substituído pelo mais almiscarado de Niels, cheiro amadeirado, quando ele deslizou um
braço sob ela, para levá-la a se sentar ao lado dele. Edith foi de bom grado, agarrando-se
a ele com os dois braços e os lábios. Quando ele interrompeu o beijo, para trilhar os
lábios em sua orelha, ao mesmo tempo que sua mão se movia para encontrar e apertar
um seio através de seu vestido, Edith inclinou a cabeça para trás e para o lado, com um
gemido e arqueou na carícia. Seus olhos se abriram para o céu por breves instantes e, em
seguida, ela abaixou e virou a cabeça para encontrar sua boca novamente, enquanto ela o
sentiu puxar o decote de seu vestido.
Niels beijou-a uma vez, mas continuou a trabalhar com os cordões de seu vestido
enquanto o fazia. Ela sentiu o material se soltar e depois cair e suas mãos quentes
estavam cobrindo ambos os seios. Edith estremeceu em reação, enquanto a excitação
corria através dela, e depois gemeu em sua boca, quando ele começou a apertar e
amassar os montes de carne. Quando ele interrompeu o beijo de novo, ela murmurou um
protesto e, em seguida, gritou e apertou seus dedos em seu cabelo, quando de repente ele
se abaixou, ansioso, para fechar a boca sobre um mamilo.
— Niels, — ela suspirou, balançando a cabeça, enquanto ele desenhava no cerne
sensível e, em seguida, fechava os dentes levemente sobre ele. Ele não deixou o outro
mamilo ansiando, seus dedos estavam rolando-o levemente e puxando por sua vez e
Edith estava se contorcendo em resposta, suas costas arqueando e as pernas se
deslocando inquietas, enquanto o calor líquido minava em sua barriga e começava a
escorrer para baixo, para o local entre suas pernas.
Quando ele finalmente deixou o mamilo deslizar de seus lábios e levantou a cabeça
para beijá-la novamente, Edith estava pronta para ele e foi ela quem o devorou, beijando-
o quase com violência e pressionando-se o mais próximo que conseguia. Ela sentiu a mão
em seu tornozelo e depois deslizando para cima, pelo exterior de sua perna, empurrando
o tecido de seu vestido no caminho. Quando sua parte inferior do corpo se torceu na
direção dele, enquanto ele alcançava seu quadril, sua mão imediatamente se aproveitou,
deslizando para cobrir uma bochecha arredondada de seu traseiro e apertando
firmemente. No momento seguinte, ele estava ficando de joelhos e conduzindo-a a ficar
também.
Edith seguiu a condução quase sem pensar, sua boca agarrando-se a dele, enquanto
ela movia-se para ajoelhar-se entre os joelhos dele, separados. No momento em que ela o
fez, as mãos de Niels deslizaram para baixo e curvaram-se para acariciar sua pele mais
sensível. Edith interrompeu o beijo, sua cabeça foi para trás em um grito assustado de
prazer, e Niels virou a cabeça e mordiscou seu ombro, rosnando: — Cristo, moça, você
está muito molhada por mim.
— Sinto muito, — Edith resmungou, com confusão, e uma risada surpreendida
escapou de seus lábios.

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— Não se desculpe, — disse ele, sem fôlego. — Nunca se desculpe por isso,
— acrescentou com mais firmeza e, em seguida, beijou-a novamente e deitou-a, para
colocá-la de lado, como ele. No momento em que Edith esticou as pernas para fora de
sua posição dobrada, Niels rolou-a de costas e interrompeu o beijo para reivindicar um
mamilo novamente. Mas ela mal percebeu, porque agora sua mão tinha empurrado a
saia até a cintura e foi afastando-lhe as pernas. Edith mordeu o lábio, mas deixou as
pernas caírem abertas, e depois gritou seu nome e resistiu enquanto seus dedos
inteligentes deslizaram entre elas, para encontrar o núcleo dela, novamente. Suas pernas
saltaram fechadas em torno de sua mão, em uma resposta instintiva, mas ele
simplesmente usou as duas mãos para pressioná-las abertas e, em seguida, deslizou para
baixo de seu corpo para colocar a boca onde seus dedos tinha estado.
Edith congelou, os olhos abertos e olhando para as nuvens ondulantes sobre ela,
quando ele começou a fazer coisas que sua mente não conseguia nem controlar. Ele
lambeu e sugou e fez coisas com a língua que mantinha Edith chorando e agarrando sua
cabeça. Puxando seu cabelo, ela tentou fechar as pernas, mas ele segurou-as abertas e no
momento seguinte ela estava cavando os calcanhares na pedra e levantando seus quadris
em sua boca, quase com violência, mas mais uma vez ele estava no controle, segurando-a
para baixo e aberta, para sua atenção.
Impotente e meio enlouquecida, com a excitação crescendo nela, Edith largou a
cabeça dele e agarrou a rocha em que estava deitada, mas a superfície
predominantemente plana não ofereceu nenhuma forma. Ela acabou agarrando seus
próprios seios em vez disso, as unhas cavando em sua pele enquanto tentava encontrar
uma maneira de se agarrar. Mas já era tarde demais, não havia como parar isso. Edith
gritou, meio apavorada e meio chocada, quando seu prazer explodiu e rolou sobre ela
em uma irracional onda trovejante. Quando ela se recuperou o suficiente para readquirir
a consciência de onde estava e de quem era, Niels estava embalando-a em seus braços e
murmurando palavras suaves enquanto se balançava gentilmente.
Com toda essa linda paixão desaparecendo, vergonha e embaraço foram rápidos
em reivindicar Edith, quando ela percebeu que seu vestido estava uma bagunça torcida
em torno da sua cintura e ela estava tão bem quanto nua, em seus braços. Fechando os
olhos, ela virou o rosto em seu pescoço e pressionou mais perto, tentando esconder o
máximo de seu corpo quanto podia.
Niels fez uma pausa em seu balançar e murmurar suave, de repente, e puxou sua
cabeça para trás, tentando vê-la. — Edith?
— Sim? — Ela murmurou, abaixando a cabeça envergonhada e cruzando os braços
sobre os seios para tentar ocultá-los.
— Você está bem, moça? — Ele perguntou, preocupado.
Edith assentiu, mas moveu seus braços, para que um ficasse cruzado sobre os seios,
deixando-a livre para tentar puxar o topo de seu vestido até cobrir-se.

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— Não, — Niels protestou, pegando sua mão. — Você não tem que se esconder de
mim.
— Eu... — Edith balançou a cabeça, impotente e tentou puxar a mão livre.
— Case comigo.
Ela congelou ante essas palavras, a cabeça finalmente levantando, para que ela
pudesse olhar para ele, com espanto. — O que?
— Eu sei, você estava esperando para se casar com um laird com um castelo que
pudesse administrar, e eu não tenho isso ainda, mas eu vou ser capaz de começar a
construir um para você, ao final de mais quatro anos. Enquanto isso, podemos viver em
Buchanan, seja no castelo ou num chalé na aldeia, se você preferir. E eu vou alegremente
dar-lhe tantas crianças quantas forem de seu desejo, — Niels assegurou-lhe e depois
repetiu suavemente, — Case-se comigo, Edith. Seja minha esposa e compartilhe sua vida
comigo.
Edith simplesmente olhou para ele, mal acreditando no que ele perguntava a ela,
mas então ela franziu a testa e perguntou: — Você só está me perguntando porque você
pensa que tem que fazer isso agora que você me arruinou?
A pergunta fez Niels dar risada e Edith fechar a cara.
— Não é engraçado, milorde, — Edith disse rigidamente, afastando-se dele e
começando a tentar desembaraçar seu vestido torcido. — Se você está oferecendo, apenas
para tirar a culpa sobre o que acabamos de fazer, então você certamente virá a se
arrepender e se ressentir por isso e eu não posso suportar você vindo a me odiar.
— Edith, moça, — Niels disse suavemente, pegando suas mãos para impedi-la de
novo. — Eu não estou rindo porque eu acho que você ser arruinada é divertido, eu estou
rindo porquê... — Ele hesitou e então simplesmente disse: — Você não está arruinada,
Edith. Sua virgindade ainda está intacta.
Ela piscou e, em seguida, olhou para ele com ar de dúvida. Edith sabia o básico e
que um homem geralmente inseria seu violino em uma mulher para violar a sua
virgindade. No entanto, ela achava difícil acreditar que qualquer coisa teria sobrevivido
à explosão de prazer que tinha experimentado. Além disso, ela sentiu algo empurrando
nela no final. Isso era o que tinha iniciado a explosão. Claro, sua cabeça tinha estado
entre as pernas dela, com seu violino nem perto dessa parte, ela percebeu, ruborizando.
— Mas eu senti alguma coisa...
— Meu dedo, — ele interrompeu suavemente. — Sua virgindade ainda está intacta.
— Oh. — Corando, Edith baixou a cabeça.
— Eu não quero me casar com você porque eu arruinei você. Quero me casar com
você porquê... bem, francamente, porque eu quero arruinar você, — Niels admitiu com
uma risada irônica e depois deu de ombros se desculpando. — Eu desejo você um pouco
ferozmente, Edith.
Quando ela franziu a testa e começou a abaixar a cabeça novamente, acrescentou
rapidamente. — Mas eu gosto de você também.

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Fazendo uma pausa, ela olhou de volta para ele, incerta.
— Eu não iria mentir e dizer que eu a amo, moça, — acrescentou solenemente. — É
muito cedo para isso, e eu não desejo que haja mentiras entre nós, mas eu gosto de você.
Acho você uma mulher muito fina, bonita e inteligente. Mais importante, você é boa
também. Você cuida do bem-estar de seu povo, e recebe os que precisam de uma casa.
Você tem um bom coração, Edith, e eu gosto disso em você. — Sorrindo novamente, ele
acrescentou: — E o fato de que eu desejo você também, apenas torna ainda mais doce. Eu
acho que nós poderíamos ser felizes juntos.
Edith olhou para ele por vários minutos, repetindo as palavras em sua mente. Ela
gostava que ele não mentira e afirmara que a amava. E ela gostava dele também. Ela
gostava como gentil e paciente ele fora com ela e Ronson, e gostara de como ele conduzia
Laddie com afeto firme. E ela também o queria, desesperadamente. Ninguém nunca a
tinha feito sentir nem mesmo uma pequena porcentagem da paixão que ele tinha
despertado nela, o que talvez não dizia muito desde que ela nunca fora beijada antes
dele, mas sabia o suficiente para compreender que a paixão que ele inspirou nela era rara
e ela teria sorte de tê-lo em seu leito conjugal. Ainda mais importante, porém, ela gostava
e respeitava Niels e ela também pensava que poderiam ser felizes juntos.
Soltando a respiração que estava prendendo, Edith deixou cair o vestido e se
inclinou para pressionar seus lábios nos dele, mas sua boca mal roçou a dele quando
Niels recuou e perguntou: — Isso é um sim, você vai casar comigo?
Corando, Edith balançou a cabeça e sussurrou: — Sim.
— Graças a Deus, — Niels rosnou e finalmente a beijou.
Para seu grande espanto toda a paixão anterior, que ela tinha pensado que estava
saciada, imediatamente voltou à vida dentro de Edith. Gemendo, ela enroscou os braços
em volta de seu pescoço e pressionou-se contra ele, seus mamilos formigando, enquanto
eles se roçavam através do tecido de sua camisa e tartan. Querendo agradá-lo tanto
quanto ele a agradou, Edith não simplesmente segurou-o desta vez, mas permitiu que
suas mãos se movessem sobre seu peito, explorando, enquanto ela chupava sua língua e
depois deixava a dela lutar com a dele. Mas quando ela encontrou o grande alfinete
segurando seu tartan no lugar e o soltou, Niels paralisou e, em seguida, pegou-a pelos
ombros e empurrou-a de volta, encerrando seu beijo.
— Não, moça, eu não acho ...
— Por favor, — Edith gemeu ofegante, com a mão buscando o peito coberto com a
camisa, quando o tartan caiu se amontoando em seu colo. — Eu só quero ver.
Quando Niels hesitou, uma batalha acontecendo em seus olhos, ela agarrou sua
camisa e puxou-a de debaixo das dobras de seu tartan para que ela pudesse deslizar as
mãos por baixo. Edith, em seguida, deixou-as deslizar sobre a extensão dura de seu
estômago e, em seguida, por seu peito, enquanto empurrava o tecido para cima,
revelando, polegada após polegada, seu perfeito peito. Quando o tecido subiu alto o

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suficiente para expor um de seus mamilos, ela se inclinou e fechou os lábios sobre ele e
as mãos de Niels apertaram seus ombros com surpresa.
— Moça, — ele rosnou, enquanto ela sugava e, em seguida, brincava com a ponta
endurecida com a língua, não tendo certeza se ela estava fazendo a coisa certa, mas
tentando imitar o que ele tinha feito com ela. Ela achou que poderia estar fazendo isso
certo, quando ele rosnou baixo e deixou deslizar uma mão em seu cabelo para cobrir seu
crânio enquanto trabalhava. Ainda assim, ele disse, — Moça, não deveríamos...
As palavras morreram abruptamente quando Edith deslizou uma mão para baixo,
para encontrar a dureza coberta pelo tartan amontoado. Sem saber o que deveria fazer
com isso, agora que o tinha encontrado, Edith meramente segurou-o através do pano e
apertou levemente. A próxima coisa que ela soube, foi que ela estava de costas sobre a
pedra e Niels estava em cima dela, seus quadris entre suas pernas e pressionando nela,
enquanto ele a beijava quase violentamente.
Gemendo em sua boca, Edith abriu as pernas mais afastadas, ergueu os joelhos e
escavou com seus calcanhares a pedra, para que ela pudesse pressionar de volta para a
dureza roçando contra ela, através do tecido de seu tartan. Ela também deslizou as mãos
em torno de seus quadris e agarrou seu... traseiro nu, ela percebeu com surpresa.
Piscando de olhos abertos, ela interrompeu o beijo para olhar para baixo e viu que o
tartan tinha deslizado fora dele, para cair entre eles. Ele deixou uma bela vista de seu
traseiro.
— O que há de errado? — Niels grunhiu e levantou-se ligeiramente, para olhar por
cima do ombro, como se pensasse que ela tinha visto alguém. Ele foi pego
completamente de surpresa quando Edith, imediatamente, parou de pressionar para
cima, deixou seus quadris caírem para a pedra e enfiou a mão no espaço que ela criou
entre eles, para envolver os dedos ao redor de sua ereção dura.
Sugando uma respiração aguda, Niels virou-se para olhar para ela de olhos
arregalados e Edith usou sua mão livre para tentar puxar a cabeça dele para baixo, para
outro beijo, mas ele resistiu. Na verdade, ele parecia tipo congelado, ela percebeu e
preocupado se ela iria machucá-lo. Ela não achava que estava apertando com muita
força, mas não sabia o quão sensível ele era.
— Eu estou fazendo errado? — Ela perguntou, incerta.
— Isso depende do que você está tentando fazer, — disse ele, com os dentes
cerrados.
Edith mordeu o lábio, e, em seguida, admitiu. — Quero lhe dar prazer como você
fez comigo.
Niels engoliu em seco e fechou os olhos. — Moça, — disse ele, finalmente. — Você
está brincando com fogo. Apenas deixe para lá e deixe-me retomar minha respiração e
vamos voltar para o castelo e... Suas palavras morreram abruptamente, de novo, quando
ela moveu a mão. Os olhos de Edith se arregalaram quando ele empurrou em resposta.
— Diga-me o que fazer, — ela implorou, movendo a mão novamente.

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Aparentemente foi demais para Niels. Praguejando baixinho, ele pegou seu pulso e
apertou até que ela o soltou e, em seguida, e então imediatamente se afastou dela,
levando seu tartan com ele.
Mordendo o lábio, Edith sentou e observou, enquanto ele colocava seu tartan fora
no caminho e começou a dobrar pregas nele, no espaço estreito.
— Eu fiz alguma coisa errada? — Ela perguntou incerta, deslizando para a borda da
rocha e levantando.
— Não, eu só acho que deveríamos... — Niels fez uma pausa quando ele olhou em
sua direção e viu que, enquanto a saia tinha caído de volta no lugar, a parte superior de
seu vestido ainda estava em torno de sua cintura, deixando os seios nus. Olhando para
baixo, ela viu que seus mamilos estavam enrugados como se fizesse frio, e corou. Ela
também imediatamente começou a pegar o tecido, com a intenção de cobrir-se, mas ele a
agarrou pelo braço para detê-la e, em seguida, puxou-a para mais perto.
— Deus, eu a desejo, — ele sussurrou, sua respiração numa corrida quente sobre
todo o mamilo sensível. — Eu não parei de sentir dor desde aquele dia no lago, —
admitiu.
— Então por que esteve me evitando? — Edith perguntou e corou quando ouviu a
dor em sua própria voz. Ela não tinha a intenção de deixá-lo ouvir, mas ela tinha sido
ferida pelo jeito distante e frio que ele tinha estado com ela, depois de beijá-la. Ela
também estava começando a se preocupar que ele poderia agir assim, novamente, agora,
apesar de pedir-lhe para casar com ele.
Niels estudou a expressão dela com um franzir de testa e então disse: — Sinto
muito, moça. Eu não quis machucar você.
— Você não vai agir assim de novo uma vez que estejamos de volta ao castelo, vai?
— Ela perguntou.
— Eu provavelmente irei, — disse ele em tom de desculpa. — Mas só até que nós
estejamos casados. É apenas porque quando eu estou perto de você, eu a desejo tanto
que eu... — Ele balançou sua cabeça.
— Eu desejo você também, — ela confessou. — Tanto que é como uma dor.
— Sim. — Niels sorriu, ironicamente. — Eu conheço bem o sentimento.
— Talvez se você me levasse para a cama não ia ser tão ruim e nós poderíamos... —
Sua voz morreu em um suspiro quando a boca, de repente se fechou sobre seu mamilo.
— Niels, — disse ela, hesitante, cambaleando contra ele, e agarrando em seu ombro,
enquanto ele, de repente, deslizou a mão sob sua saia, para subir por sua perna.
— Eu não vou levar você para a cama até que nós estejamos casados, moça, — ele
murmurou, soltando seu peito e levantando o rosto para olhar sua expressão, enquanto
seus dedos encontravam seu centro novamente. — Mas eu vou tirar de você a dor, por
agora.
— E você? — Edith gemeu.

Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands


— Sim, eu vou tirar a minha também, — assegurou-lhe, e ela olhou para baixo para
ver que ele tinha sua mão livre ao redor de sua ereção. — Levante sua saia, Edith. Eu
quero ver enquanto eu lhe dou prazer.
Edith estendeu a mão trêmula para puxar a saia, pouco a pouco, até que ela a teve
reunida em sua cintura.
— Linda, — Niels murmurou, deslizando um dedo dentro dela. — Aproxime-se,
amor. Eu quero prová-la.— Ele puxou-a para mais perto, com o dedo dentro dela, e
Edith cambaleou para a frente.
— Separe mais suas pernas, — ele instruiu e ela ampliou sua postura, embora não
tivesse certeza que suas pernas iriam sustentá-la por muito mais tempo enquanto seus
dedos deslizavam para dentro e para fora e ele inclinava a cabeça e curvava-se para o
colo dela. Sustentando-se com ambas as mãos, Edith fechou os olhos brevemente e, em
seguida, abriu-os e espiou para baixo, para o que ele estava fazendo com ela, observando
o jeito que ele estava segurando-se e o movimento rítmico que usava. Ela queria tocá-lo
também e estar mais envolvida, mas não tinha muita escolha no assunto, até que suas
pernas começaram a tremer.
Aparentemente percebendo, Niels endireitou-se e rosnou: — Ajoelhe-se.
Edith caiu de joelhos ao lado dele e ele a beijou, seu polegar agora acariciando a
protuberância sensível que era o centro de sua excitação, enquanto deslizava um dedo
dentro e fora dela, no mesmo movimento rítmico que estava usando em si mesmo. Ela o
beijou de volta no início, mas logo não pareceu ter a presença de espírito para sequer
conseguir isso e simplesmente manteve a boca aberta pressionada contra a dele,
enquanto seu corpo começou a estremecer.
Quando ela gritou e se abateu sobre ele, suas mãos agarradas a seus ombros
enquanto alcançava seu prazer, Niels respondeu empurrando nela uma última vez e, em
seguida, gritando em sua boca quando ele encontrou sua própria libertação. Quando
terminou, ambos estavam ofegantes e moles um contra o outro. Niels pegou sua mão e
segurou-a apertada, enquanto eles se recompunham.
Depois de alguns momentos, ele beijou sua testa e murmurou: —Temos de nos
vestir e voltar.
Edith suspirou e balançou a cabeça, com pesar. Ela realmente não queria se vestir e
voltar para os problemas em Drummond. Ela queria fugir com Niels, encontrar uma
grande cama macia em algum lugar e tê-lo ensinando-lhe tudo o que havia para saber,
sobre ir para a cama. Infelizmente isso não era uma opção, ela reconheceu e começou a se
mover.

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Capítulo 8

Edith estava liderando o caminho enquanto cavalgavam de volta, através do pátio.


Indo mais rápido do que ela provavelmente deveria, ela quase atropelou Laddie, quando
ele apareceu, de repente, diante dela. Somente reações rápidas e instintos nascidos de
anos de equitação salvaram o enorme animal, quando Edith pegou a rédea direita mais
para cima e puxou. O cavalo imediatamente virou-se, apenas para evitar atropelar seu
pobre cão. A égua então parou e Edith se voltou, de cara feia, para Ronson, quando ele
veio correndo.
— Sinto muito, milady! Ele correu para longe de mim! Sinto muito! — O menino
gritou, deslizando a mão sob a coleira do Laddie como se para segurá-lo, quando o
animal estava agora sentado feliz no caminho, aparentemente alheio ao quão próximo
esteve da morte. — Eu realmente sinto, milady. Isto nunca acontecerá novamente. Eu
juro. Por favor, não me expulse e a minha avó. Eu vou fazer melhor.
Toda ira de Edith, nascida na maior parte do susto que ela levou, deslizou para fora
dela com essas palavras e ela suspirou e sacudiu a cabeça. — Venha cá, Ronson.
Ele hesitou brevemente, mas, em seguida, moveu-se para a frente, arrastando
Laddie com ele, medo puro no rosto. No momento em que ele parou ao lado de sua
égua, Edith se curvou para colocar seu rosto mais perto dele. Ela pensou ter ouvido um
assobio acima ou atrás dela quando ela o fez, mas ignorou ao dizer solenemente, —
Ronson, eu nunca...
O resto da garantia morreu na garganta de Edith, quando ela foi subitamente
agarrada e arrastada para fora de sua montaria, por noventa quilos de músculos
masculinos.
— Niels? — Disse Edith com espanto, quando ela se viu deitada de costas, em cima
de seu peito, no chão. Ela começou a virar a cabeça para olhar para ele, mas parou com
surpresa, quando seu olhar deslizou sobre a parte dianteira do castelo e ela pensou ter
visto alguém na janela de seu quarto. Antes que ela pudesse ter mais do que uma
impressão da pessoa, no entanto, ela foi subitamente girada e Edith se encontrou com o
rosto para baixo na lama com um peso enorme em suas costas. Ela não teve que pensar
muito para adivinhar quem estava em cima dela, e gritou, — Niels!
— Fique aí, — ele gritou, empurrando sua cabeça na terra, com a mão. — Ronson.
Venha aqui, rapaz.
Edith levantou o rosto para fora da lama e olhou ao redor, para ver que Ronson já
estava quase junto a eles, arrastado por Laddie, que pensou que este era um jogo muito
bom e começou a lamber seu rosto e cabeça no momento em que ele pode alcançá-la.
— Laddie, não, — ela ordenou, ou tentou. Era difícil falar com duas línguas na boca
e no momento em que abriu a boca para dizer as palavras, Laddie decidiu verificar e ver

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se ela tinha qualquer truque lá para ele. Virando a cabeça, Edith apertou os lábios
fechados e, em seguida, baixou a cabeça de volta para a terra e tentou ouvir o que
Ronson estava dizendo.
— Foi uma flecha, milorde! Eu a vi passar voando quando ela se curvou para falar
comigo! Alguém tentou atingir Lady Edith!
— O quê? — Edith berrou, e ergueu a cabeça para olhar em volta, só para ter Niels
empurrando-a de volta para o chão.
—Fique aí, moça. Eu não vou perder você agora, — ele rosnou e, em seguida,
acrescentou: — Ronson, venha aqui, rapaz, ou você poderá ser atingido por acidente,
caso eles disparem novamente.
No momento seguinte, Edith encontrou Ronson apertando-se ao lado dela, sob o
abrigo do corpo de Niels.
— Você está bem, milady? — O menino perguntou, sinceramente, enquanto Niels
começou a rosnar ordens para as pessoas agora gritando e correndo sobre a muralha.
— Isso foi muito perto. Alguém quase atingiu você!
— Foi? — Ela perguntou fracamente, sua cabeça balançando, enquanto Laddie
lambia seu cabelo, na parte de trás de sua cabeça. Ela não tinha ideia de por que o
cachorro estava fazendo isso, mas conseguiu retirar uma mão de debaixo dela e cobrir o
local na esperança de que ele parasse. Em vez disso, ele virou-se animadamente para
lamber tanto sua mão quanto seu cabelo, arrastando os fios agora molhados sobre o
dorso de sua mão, e ela suspeitava, arrancando alguns. Isto, certamente, parecia como se
alguns de seus cabelos estivessem sendo arrancados pelas raízes.
— Sim, — Ronson disse a ela. — Se você não tivesse se inclinado para falar comigo
como você fez, eu aposto que a seta teria atingido você no peito e deixado você mais
morta do que uma prostituta esgotada.
— Mais morta do que o quê? — Ela perguntou com descrença.
— Do que uma esgotada... Ronson começou, mas suas palavras cessaram em um
suspiro assustado, quando Niels de repente levantou-se, levando-os junto com ele.
— Mantenham os escudos sobre eles, — Niels latiu. — A seta veio de cima! Já
enviaram alguém para verificar os quartos superiores?
Edith piscou para os seis escudos que seis soldados estavam segurando sobre eles,
como um telhado, e depois para o braço que era como uma cinta de aço em volta de sua
cintura. Niels estava segurando-a e a Ronson, acima do chão e apertados contra seu peito
enquanto corria em direção ao castelo, mantendo os homens em torno deles, para
protegê-los de setas.
— Sim. Mandei quatro homens. Eles devem estar lá em cima agora. Se há alguém
lá, eles vão encontrá-lo, — o homem ao seu lado disse e Edith se virou para ver que era
Tormod, segurando o escudo desse lado. Pegando-a olhando para ele, ele balançou a
cabeça enquanto corria e murmurava, — Milady.

Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands


Sorrindo fracamente, Edith se virou para espiar para os outros homens agora,
observando que Alick estava ao lado de Tormod, sorrindo para ela como se esse fosse
um passeio no parque. Ele corria ao lado em direção ao castelo, segurando um escudo
alto sobre suas cabeças, assim como Tormod e os outros estavam fazendo. Geordie, ela
notou, estava do outro lado de Niels, com um outro escudo. Ele também sorriu
tranquilizador, quando a viu olhando. E Cameron, um dos soldados de Drummond
estava ao lado dele, tentando dar, o que ela achava que era suposto ser, um sorriso
tranquilizador também. Ela não podia ver os dois homens por trás deles, mas sabia que
eles estavam lá.
Edith olhou para os homens que ela podia ver, de novo e pensou que era como uma
espécie de sonho bizarro em que ela tinha mergulhado. Talvez eles ainda estavam na
pedra no prado e ela tinha cochilado.
Quando chegaram às escadas, Niels não diminuiu, mas movimentou-se
rapidamente para cima delas, os homens conseguindo manter o ritmo, apesar de subirem
as escadas lado a lado. Edith esperava que os dois primeiros homens teriam de abaixar
seus escudos para abrir as portas, mas alguém deveria ter estado esperando por eles,
porque no momento em que se aproximaram, as portas se abriram. Seu grupo correu
direto para diante, os escudos não abaixando, até que estivessem bem no interior do
grande salão.
Niels colocou no chão tanto Ronson como Edith, mas, em seguida, virou-se para
verificá-la, suas mãos percorrendo seu corpo como se a procura de um escondido sgian-
dubh, enquanto perguntava, — Você está bem? Foi ferida? Algo quebrado ou...
— Eu estou bem, — disse Edith com vergonha, pegando suas mãos quando ele
começou a acariciá-la por trás e na parte superior das pernas. — Verdadeiramente. Eu
não estou machucada. Eu estou com um pouco de sede, e até mesmo com fome, mas
completamente ilesa, — assegurou ela.
Soltando uma respiração reprimida, Niels assentiu e, em seguida, pegou seu braço
para conduzi-la para a mesa.
— Eu vou dizer ao cozinheiro para buscar a refeição da noite para você, milady, —
disse Tormod, cumprimentando Rory com a cabeça, quando o homem veio das cozinhas
e os dois homens passaram um pelo outro.
— Eu vou buscar um jarro de hidromel, — Geordie disse, dirigindo-se para as
escadas.
— Aqui, sente-se, moça, — Niels murmurou, conduzindo-a para a mesa alta. —
Você levou um susto.
— O que aconteceu? — Perguntou Rory, alcançando-os então. — Alguns criados
vieram correndo para a cozinha dizendo que havia gritos e pessoas correndo no pátio. O
que...
— Alguém atirou uma flecha em Edith, e eu vou casar com ela, caramba! — Niels
exclamou.

Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands


Todo mundo ficou completamente em silêncio com isso. Edith suspeitava que era,
provavelmente, porque eles estavam tentando absorver a informação que ele tinha
acabado de deixar escapar, em uma rajada furiosa e decidir se ele estava com raiva
apenas sobre a seta, ou sobre a parte de casar também. Sem dúvida, eles estavam
perplexos quanto a saber se eles deviam estar oferecendo parabéns ou pêsames, ela
pensou ironicamente.
— Milady? — Moibeal apareceu ao seu lado, e sugeriu timidamente, — Talvez
devêssemos subir e limpá-la.
— Não. Estou bem. Eu vou me trocar depois que eu comer, — Edith murmurou,
franzindo a testa para Laddie e empurrando o cão para longe, quando ele começou a
farejar em volta de seu colo.
— Vocês encontraram alguém lá em cima? — A voz de Tormod atraiu o olhar de
Edith, quando ele reapareceu das cozinhas e se dirigiu a quatro homens de rosto sério,
que agora estavam descendo as escadas.
— Não. Foram verificados todos os quartos. A exceção do da velha Effie, os quartos
estavam todos vazios, — disse o primeiro homem.
— Mas achamos que eles atiraram a seta do quarto de Lady Edith, — o segundo
homem acrescentou. — Suas persianas eram as únicas abertas.
— Elas estavam fechadas quando eu saí do meu quarto esta manhã, — Edith disse,
quando Niels olhou para ela. Virando-se para Moibeal, ela perguntou: — Você as abriu
para arejar o quarto?
— Sim, enquanto eu limpava, — ela admitiu, e depois acrescentou: — Mas eu as
fechei quando acabei. Eles não deviam estar abertas agora.
— O bastardo atirou em você do seu próprio quarto, — Niels rosnou, caindo para
sentar no banco ao lado dela, seu punho batendo na mesa com frustração.
— Bastardo, — Ronson ecoou, batendo na mesa e caindo sobre o banco também.
Olhos arregalados, Edith olhou rapidamente em direção às cadeiras junto ao fogo,
aliviada ao ver que a velha Bessie parecia estar dormindo e não tinha testemunhado o
uso, por seu neto, de linguagem chula.
— Vamos ter de colocar homens nas janelas durante o dia para evitar que algo
como isso aconteça no futuro e... — Sai fora, Laddie! — Niels interrompeu-se para afastar
o cão, tentando desesperadamente lamber sua mão. Quando ele empurrou o cão para
longe de novo, Laddie desistiu e voltou para Edith.
— Milady, eu realmente acho que você deseja se limpar antes de comer, — Moibeal
sugeriu, em tom ligeiramente lastimoso.
Edith silenciou-a, e novamente empurrou Laddie para longe de seu colo, enquanto
Tormod franzia a testa e virava-se para Rory para perguntar: — Você tem certeza que
Effie não está consciente?
— Sim, — Rory o assegurou. — Eu a testo de manhã e de noite para ter certeza.

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Tormod assentiu como se ele entendesse o que Rory queria dizer com testar a velha,
mas Edith ela mesma não compreendeu. Antes que ela pudesse perguntar que tipo de
teste era, Niels praguejou, chamando sua atenção novamente quando ele segurou o rosto
de Laddie em uma mão e disse para o cão com firmeza: — Chega. Não mais lambidas.
O cão olhou para ele com os olhos arregalados e deixou sua língua cair para fora,
tentando lamber a mão que o estava segurando.
Uma pequena risada escapou de Edith antes que ela pudesse segurá-la. Sacudindo
a cabeça, ela disse, — Eu não sei qual é o problema com ele. Primeiro ele me lambendo a
cabeça, em seguida, sua mão e ele continua cutucando em torno de minha saia, como se
ele achasse que eu tenho um truque escondido em meu bolso para ele.
— Ele provavelmente cheira você em mim, — disse Niels, com um suspiro,
enquanto Geordie voltava com um jarro de hidromel na mão.
Olhando-o com interesse, Edith deu de ombros e disse distraidamente: — Sim, bem,
você estava deitado comigo e com Ronson lá fora, mas ele não estava lambendo... As
palavras dela morreram subitamente e seu olhar e atenção deslizaram para a mão de
Niels, enquanto recordava exatamente onde ela tinha estado. Seu olhar desceu para seu
próprio colo, enquanto Laddie retornava para cheirar em volta, curiosamente, e então ela
lembrou Niels empurrando sua cabeça para baixo com a mão, e se levantou
abruptamente. — É melhor eu ir me limpar antes de comer.
— Graças ao bom Deus por isso, — Moibeal murmurou, mas Edith quase não ouviu
a criada, sua atenção estava no sorriso sexy, lento, que agora estava reivindicando os
lábios de Niels e afugentando sua raiva. Ele tinha um sorriso encantador, mas Edith não
estava pensando nisso tanto quanto nas coisas que tinha feito com ela no prado. Apenas
a lembrança de suas mãos e boca em seu corpo fez seus mamilos endurecerem e uma
piscina quente descer entre suas pernas. Edith não queria nada mais do que arrastar o
homem para cima, pelas escadas, com ela, despir suas roupas e...
— Você vem, milady? — Moibeal perguntou, quando Edith apenas ficou lá,
olhando para Niels. — Você realmente precisa...
Edith suspirou, enquanto as imaginações em sua mente colidiam com a realidade.
Ela não podia arrastar Niels para qualquer lugar, e ela certamente não poderia tentar
seduzi-lo para dar-lhe prazer novamente, com Moibeal lá, importunando-os. Girando
nos calcanhares, ela se dirigiu para as escadas, murmurando, — Estou indo, Moibeal. Eu
não sei por que vocês todos estão incomodados com isso. É só um pouco de lama em
minha saia...
— E em todo o seu rosto, e em seu cabelo, — disse Moibeal, com alguma
exasperação nela, quando acertou o passo ao lado dela. — E seu cabelo está em pé de
todas as maneiras também. Eu não sei como você conseguiu isso. Parece que você está
em pé no meio de uma tempestade confusa.
— Laddie estava lambendo minha cabeça quando estávamos no chão no pátio, —
Edith explicou, alcançando seu cabelo para senti-lo, e, em seguida, suspirando, quando

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ela sentiu que Moibeal estava certa. Querido Deus, seu cabelo estava molhado e quase
duro do lamber do Laddie. Ele também estava de pé em todas as direções. Como Niels
conseguia olhar para ela com aqueles olhos famintos, quando ela devia parecer uma
completa idiota?

— Então.
Niels desviou o olhar de Edith se retirando e virou-se cautelosamente para o seu
irmão. — O quê?
— Você pediu e ela disse sim? — Rory perguntou, com um sorriso.
Niels sorriu e relaxou pela primeira vez, desde que a flecha foi disparada. Virando-
se para a mesa, ele concordou. — Sim.
— Sim o quê? — Perguntou Geordie, confuso.
— Eu vou segui-lo nisso, — disse Tormod, estabelecendo-se no outro lado de
Ronson. — O que perdemos?
— Meu irmão está casando com sua Lady Edith, — Alick disse ao homem mais
velho, com um sorriso.
— Oh. — Os olhos de Tormod se arregalaram e, em seguida, ele sorriu e passou por
Ronson para bater-lhe nas costas. — Bem, diga, isso é bom, é o que é.
— Sim, parabéns, — Geordie disse sorrindo amplamente. — Isto exige uma
celebração. Alguém quer uma bebida? — Perguntou, segurando o jarro de hidromel que
ele tinha acabado de buscar.
Niels balançou a cabeça, mas parou quando Tormod levantou-se com uma careta.
— Sim, eu vou tomar uma bebida. Mas não hidromel, — o homem disse,
pesadamente. — Eu vou fazer uma das criadas nos buscar um pouco de cerveja.
— Ainda melhor, — Niels decidiu.
Geordie afastou o hidromel para um lado com um encolher de ombros. — Vamos
guardar o hidromel para Edith então.
Niels assentiu distraidamente, seus pensamentos se voltando para o problema de
manter Edith segura. Homens nas janelas durante o dia, os guardas junto dela o tempo
todo... Mantê-la dentro não iria magoar, pensou.
— A cerveja virá logo, — Tormod anunciou quando reivindicou o seu lugar
novamente, um momento depois. Ele então virou-se para olhar Niels com aprovação. —
Muito bem, — disse ele. — Ela é uma boa mulher. Você é um homem de sorte.
Quando você planeja se casar com ela?
— Onde está o seu padre? — Niels perguntou, como resposta.
Tormod sorriu. — Tão rápido, hein?
— Muito rápido, — Niels disse, com firmeza.
Tormod concordou e levantou-se. — Eu vou ter uma pequena conversa com o
nosso Padre Tavish, então. Se ele estiver de bom humor, você pode se casar no jantar.

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— Não deveríamos discutir o que fazer em relação a este último atentado contra a
vida de Edith? — Perguntou Rory, franzindo a testa.
Tormod fez uma pausa e virou-se de volta, com interesse. — Você tem alguma ideia
sobre quem pode ter atirado a seta na nossa Lady, ou como pegá-lo?
— Bem... — Rory franziu a testa, mas finalmente admitiu:— Não.
Tormod balançou a cabeça lentamente, mas sua expressão era pensativa e ele não se
afastou imediatamente.
— Você tem alguma ideia, Tormod? — Perguntou Niels, encarando-o com
curiosidade.
— Eu posso ter, — disse ele, lentamente, e depois fez uma careta e acrescentou: —
De algum modo.
— E qual seria? — Geordie perguntou, de repente e, em seguida, deu um tapinha
no banco de onde ele tinha acabado de se levantar. — Sente-se e diga-nos. Eu acho que
eu posso falar, com segurança, por todos, quando digo que ficaríamos felizes por
quaisquer tipos de ideias.
— Sim, — os outros murmuraram, juntos.
Tormod hesitou, mas, em seguida, sentou-se à mesa e limpou a garganta, antes de
dizer: — Bem, eu sei que vocês três planejaram guardá-la em turnos, mas ocorreu-me
que, se você e a moça se casarem, Niels, ela vai estar um pouco mais segura com você,
confortável em sua cama.
— Sim, — ele concordou, com um aceno da cabeça.
— E então eu poderia enviar homens para encontrar Brodie, — acrescentou. — Eu
posso enviar uma dupla à corte e outros a cada castelo, pertencente a cada um dos seus
amigos, até encontrá-lo e poder passar adiante a notícia de que não há mais medo de
doença.
Rory sacudiu a cabeça. — Brodie não pode estar por trás dos envenenamentos e
ataques, Tormod. Eles não estão aqui.
— Não, eu sei, mas se ele voltar, podemos fingir que não estamos preocupados com
ele e apenas guardando Edith. Mas nós o vigiamos de qualquer maneira, muito astutos, e
quando o assassino tentar matá-lo, podemos esperar pegá-los no ato, — ressaltou.
— Você quer usar seu laird como isca? — Perguntou Rory, com descrença.
— Bem, é melhor ele do que Edith, — Tormod disse, rispidamente. — Ela esteve às
portas da morte por três semanas, e, em seguida, quase foi morta hoje. Ele pode tomar
um rumo e ajudar a resolver isso, o bastardo covarde. É seu trabalho como laird de
qualquer maneira.
— Sim, é, — Niels concordou, solenemente. Ele não estava muito preocupado com
Brodie. Ele já não gostava do homem a princípio, mas gostava dele ainda menos por
deixar Edith aqui sozinha e doente. Ele também não gostava que o homem teria
aparentemente tentado mandá-la para o convento sem ter pretendido casá-la, primeiro.
Além disso, por sua experiência, covardes eram geralmente os últimos a serem feridos

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em qualquer diligência. O homem, sem dúvida, sobreviveria se executasse seu plano. O
que obteve o seu interesse foi que Tormod estava disposto a arriscá-lo dessa maneira.
Além do mais, ele suspeitava que o homem não ficaria abalado se Brodie morresse
quando eles pegassem o assassino ‘no ato’.
Niels não estava realmente surpreso. Ele ouvira o homem dizer mais de uma vez
que Edith seria uma líder melhor do clã, e, tanto quanto Niels observara, ele estava certo.
Ainda assim, um laird era suposto ser capaz de depender de seu primeiro, tendo seus
melhores interesses no coração, e Tormod parecia mais interessado no bem-estar de
Edith do que no de seu laird.
— De qualquer forma, é melhor eu ir falar com o Padre Tavish, — Tormod
murmurou, levantando-se.
— Você vai dizer a Brodie que era veneno, não doença e que o assassino ainda não
tinha sido pego? — Niels perguntou, antes que ele pudesse escapar.
— Sim, — Tormod disse, com um suspiro. — Eu tenho que colocar isso na
mensagem que enviar. É minha função. Eu também vou lhe dizer que eu espero que ele
volte e nos ajude a encontrar o culpado que matou seu pai, irmãos e tio. — Tormod deu
de ombros. — Ele provavelmente não vai voltar até que se resolva este problema, mas
achei que não custaria tentar.
Niels relaxou, aliviado ao ouvir que Tormod estava defendendo sua posição como
primeiro. Ele teria perdido o respeito e a confiança no homem de outra forma.
Balançando a cabeça, ele disse: — Se nada mais, ele irá nos dizer para onde fugiu.
— Sim, — Tormod disse secamente e se dirigiu até as portas para o pátio.
— Estou contente que você perguntou isso, — Geordie disse calmamente. — Eu
estava começando a me preocupar que ele estivesse disposto a sacrificar seu próprio
laird.
— Ele está, — disse Niels com diversão. — Mas não sem avisar Brodie sobre o que
ele vai enfrentar, e eu suspeito que ele o protegeu com a sua vida também. Isso não o
impede de esperar que algo aconteça para libertá-lo do homem que é laird, entretanto.
— Eu não posso culpá-lo, realmente, — Geordie admitiu. — Pelo que consta, Brodie
irá drenar este lugar de tudo e deixar seu povo na miséria.
— Sim, — Niels murmurou, seu olhar deslizando para Ronson. O menino estava
ouvindo atentamente cada palavra dita, ele viu, com a testa franzida. O rapaz era
inteligente, e Niels pensou agora que talvez ele devesse conversar com Edith sobre levar
o menino e sua avó com eles, quando eles partissem para Buchanan. Ele não achava que
Aulay se importaria, e eles os levariam para sua própria casa depois, quando fosse
construída.
— Bem, — Alick disse agora. — Primeiro Saidh, e depois Dougall, e agora você. —
Ele balançou a cabeça. — Neste ritmo vamos todos estar casados e criando nossos
próprios bebês em breve.

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Geordie bufou com a sugestão. — O inferno que vamos. Eu tenho um monte para
viver e fazer, antes que eu sossegue e tenha alguma mulher começando a parir, — disse
ele com desgosto, e depois acrescentou: — E que pobre mulher de cérebro confuso é essa
que você pensa que iria querer ter você para marido?
Niels sorriu levemente com o insulto e, em seguida, olhou para Rory quando ele
bateu em seu braço.
— Edith sabe que o casamento terá lugar hoje? — Seu irmão perguntou.
Niels sacudiu a cabeça. — Não falamos sobre quando deveríamos nos casar.
— Bem, então possivelmente você deveria avisá-la para que ela possa se preparar,
— Rory sugeriu.
— Preparar-se para o quê? — Ele perguntou com uma careta. —Tudo o que ela tem
que fazer é repetir as falas que o sacerdote diz.
— Sim, — Rory concordou com paciência. — Mas ela vai querer ficar bonita para a
ocasião.
— Ela é sempre bonita, — disse ele, com uma carranca. Na verdade, ela sempre foi
bonita. Pelo menos para ele. Dando de ombros, ele disse: — Ela vai ficar bem.
— Tudo bem, — disse Rory, com exasperação, ficando de pé. — Vou avisá-la eu
mesmo. Eu preciso levar este caldo para Effie, de qualquer maneira. Está provavelmente
gelada, mas ela não está susceptível de se dar conta ou se importar no momento. Onde
você vai? — Ele perguntou, com surpresa.
— Dizer a Edith que vamos nos casar hoje, — Niels rosnou, dirigindo-se para as
escadas e acrescentando em voz baixa, — Com um demônio, que eu vou deixar você
fazer isso.

— Talvez eu deveria tomar um banho, — disse Edith, olhando para si mesma com
uma careta, agora que seu vestido estava fora. Ela estava imunda de rolar no pátio, suas
mãos e braços e a parte inferior de suas pernas estavam todas cobertas de lama. Se seu
rosto estivesse tão ruim, um banho era definitivamente indicado.
— Eu ordenei um logo que eu vi o estado em que você estava, — Moibeal
assegurou, olhando para as manchas de lama sobre o vestido que Edith estava usando.
— Oh.— Edith sorriu para a moça. — O que eu faria sem você, Moibeal?
— Andar por aí toda enlameada, com seu cabelo em uma confusão, eu deveria
pensar, — Moibeal disse, carinhosamente.
— Sem dúvida, — Edith concordou com diversão, movendo-se para a bacia de
água na mesa de cabeceira, para lavar o pior da lama em suas mãos.
— Ouvi Lord Buchanan dizer que você estava se casando com ele, — Moibeal
comentou depois de um momento. — É verdade?

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Edith parou e olhou em volta, com a questão, algo na voz da criada atraindo sua
atenção. Mas não havia nada na expressão da moça para explicar a sensação estranha
que de repente ela teve.
— Sim, — disse ela, finalmente, e se voltou para a água.
— Quando é que isso vai acontecer? Antes ou depois que Brodie retorne?
Edith fez uma pausa em sua limpeza e franziu a testa enquanto ela admitia, — Eu
não sei. Nós realmente não falamos sobre isso.
Ela tinha certeza de que deveriam ter falado sobre isso. Eles realmente
necessitavam se casar antes de Brodie voltar ou ele poderia não permitir isso, e tanto
quanto ela gostaria de dizer a seu irmão para ir se meter com a vida dele, ela não seria
capaz de fazê-lo. Ele agora era seu laird, suas decisões tão boas quanto lei... se ele
estivesse lá para tomá-las, acrescentou com pensamento sombrio.
Não, eles definitivamente necessitavam se casar antes que ele voltasse, ela decidiu e
girou para se apressar em direção à porta. — Eu deveria ir falar com ele sobre isso.
— Milady! — Moibeal gritou. — Você não está vestida.
— Oh, — Edith resmungou com exasperação, e depois voltou com relutância para a
bacia da água. Conversar com Niels teria que esperar até que ela estivesse limpa, vestida
e parecendo menos com uma ruina. Ele poderia ter dúvidas sobre se casar com ela em
seu estado atual.
— Se você casar em breve, — Moibeal disse, depois de um momento, — você acha
que nós vamos partir para Buchanan imediatamente?
Edith parou de esfregar sua pele de novo, franzindo a testa. — Eu... não, eu tenho
certeza que nós... Você não acha que ele quer partir imediatamente, acha?
— Se ele quiser manter você segura, sim, — Moibeal disse com firmeza. — E você
quer ir também. Você quase foi morta hoje, e esse negócio de envenenamento... — Sua
mão deslizou para sua garganta e ela fez uma careta. — Eu só tive uma pequena dose
disso, e estive doente por apenas um dia ou dois e estive miserável. Você estava
agonizando e vendo coisas e vomitando por semanas. Foi uma maravilha você
sobreviver. Quanto mais cedo sairmos daqui melhor.
Edith se virou para olhar para a jovem mulher. Com voz suave, ela disse, — Eu não
posso simplesmente abandonar Drummond e todo o seu povo, Moibeal. E eu não posso
deixar Brodie retornar desconhecendo tudo de um assassino. Além disso, quem disse
que o assassino não iria seguir-nos?
— O quê? — A criada gritou, aparentemente não tendo considerado isso.
Edith deu de ombros e assinalou, — Bem, se eles estão determinados a me matar
também, eles provavelmente não vão simplesmente desistir porque eu mudei de casa.
Pelo menos aqui, nós sabemos como esperá-lo e podemos nos proteger contra isto. Em
Buchanan, podemos nunca o ver chegando.
A boca de Moibeal se apertou e, em seguida, ela murmurou, — A ironia é que
soubemos disso hoje, quando você quase foi atingida por uma flecha.

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— Sim, — ela admitiu com um suspiro e voltou para a água. — Mas nós não
esperávamos isso. Os outros ataques foram veneno, que é uma maneira sorrateira e
covarde de matar.
— Cawley foi esfaqueado, — Moibeal assinalou.
Edith fez uma careta. — Sim, mas eu suspeito que o assassino se esgueirou sobre
Cawley também. Provavelmente, enquanto ele estava distraído, comendo.
— Cawley estava sempre distraído, comendo, — Moibeal disse com tristeza.
— Sim. — Edith engoliu. Ela realmente tinha amado o velho. Todo mundo tinha
amado, na verdade. Pelo menos ela pensava que eles tinham. A maioria das pessoas em
Drummond tinha sido gentil com ele, sempre encontrando desculpas para mandá-lo
para a cozinha, seu lugar favorito. Jaimie não parecia se importar com sua presença ali,
senão o teria enviado para outro lugar. Um bom cozinheiro era difícil de encontrar na
Escócia, e Jaimie era um dos melhores. Eles não teriam arriscado perdê-lo, mas ele
sempre parecia ter gostado de Cawley, sorrindo para sua conversa enquanto trabalhava.
— De qualquer forma, — Edith disse agora. — Já aprendemos muito sobre o
assassino.
— Oh, sim, — Moibeal concordou secamente, — a vigiar veneno, esfaqueamento e
flechas voadoras.
— E que eles são hábeis em todos os três, — Edith corrigiu solenemente.
Moibeal ficou em silêncio por um minuto e, em seguida, perguntou: — E como é
que isso ajuda?
— Gostaria de saber seus pensamentos sobre isso, eu mesmo.
Edith girou para ver Niels de pé na porta aberta e instintivamente gritou e tentou se
cobrir. Só percebendo, depois que ela tinha feito isso, que era uma coisa perfeitamente
estúpida de se fazer. Ela estava vestindo sua camisa, e ele já tinha visto cada parte dela
sem ela. Bom Deus, ela ficou nua a polegadas dele, com nada além de seu vestido torcido
em torno de sua cintura, enquanto ele...
— Lord Buchanan! — Disse Moibeal, com exasperação, apressando-se para
envolver o vestido de Edith em volta dos ombros dela. Ela, é claro, não achou seu pudor
estúpido, já que ela não tinha ideia do que tinham feito. Carrancuda, a criada moveu-se
na frente de Edith, logo que ela agarrou as bordas do vestido e gritou, — Você não pode
apenas ir entrando no dormitório de uma Lady sem bater.
— Mesmo que ela vá ser minha esposa? — Ele perguntou, fechando a porta e, em
seguida, cruzando os braços sobre o peito, enquanto se recostava nela.
— Você não se casou ainda, senhor, — Moibeal assinalou, com alguma aspereza.
— Então, isso iria ficar bem em um par de horas, mas não agora? — Ele perguntou,
com diversão.
— Exatamente, — Moibeal disse, e então piscou e perguntou: — Um par de horas?
— Um par de horas? — Edith ecoou, passando à frente de Moibeal para vê-lo
melhor.

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— Sim. — Ele lhe deu um sorriso vagaroso, seus olhos deslizando sobre seu corpo.
— Tormod foi falar com o sacerdote. Ele disse que vamos nos casar no jantar.
Recordando que o rosto dela estava imundo e seu cabelo uma terrível bagunça,
Edith virou-se rapidamente e começou a jogar água sobre o rosto e cabeça. Ela teria
gostado de apenas mergulhar a cabeça na bacia de água, mas embora ela fosse grande o
suficiente para o esforço, não era profunda o suficiente para que ela fosse capaz de
submergir o rosto passando suas orelhas.
— Você vai me dizer como isso nos ajuda que nós saibamos que o assassino usou
todos os três métodos para tentar matar os membros de sua família? — Niels perguntou,
tirando o pequeno pedaço de toalha que Edith tinha acabado de pegar e começado a
esfregar em seu rosto.
Claro, ela saltou de surpresa com ambas, suas palavras e sua ação. Ela não tinha
nem mesmo ouvido ele atravessar a sala.
— Hmmm? — Ele perguntou, mergulhando o tecido na bacia e, em seguida,
torcendo o pior da água antes de começar a esfregar o sabonete na toalha molhada.
— Oh, sim, — Edith murmurou, quando ele começou a lavar seu rosto. Onde ela
tinha esfregado asperamente, ele foi surpreendentemente suave, mas uma vez que o
linho tinha sido rapidamente coberto de lama, ela supôs que deveria estar funcionando.
— Edith? — Niels consultou e quando ela encontrou seu olhar, interrogativamente,
lembrou-a: — Como isso nos ajuda que o assassino tenha usado três métodos diferentes?
— Oh, — ela suspirou e depois explicou seu pensamento. — Bem, isso elimina um
monte de pessoas em Drummond como culpado, — ressaltou.
Niels sorriu devagar e assentiu, mas Moibeal imediatamente perguntou: — Como?
Edith olhou para a moça e perguntou: — Quantos criados você sabe que conhecem
ervas? Ou onde esfaquear para alcançar o coração? E quem pode atirar flechas em linha
reta, o suficiente para alcançar alguém ao lado dos portões, a partir desta janela?
Moibeal foi até a janela para olhar para fora e apertou os lábios. Voltando-se,
porém, ela disse: — Eu vou concordar com vocês que poucos seriam qualificados o
suficiente para dar um disparo assim. Mas há uma abundância de quem sabe o suficiente
sobre ervas daninhas para envenenar alguém. E todo mundo sabe que o coração está no
centro do peito.
— É realmente para a esquerda, do centro, — Edith corrigiu. — Começa no meio do
peito, mas, em seguida, vai para a esquerda, com apenas um pouco à direita do centro.
— Oh, — Moibeal disse com uma careta. — Ainda assim, eles podem apenas ter
tido sorte em alcançar o coração.
— Não, — disse Niels, sua voz um pouco distraída, enquanto ele trabalhava na
limpeza do rosto de Edith. — As costelas estão no caminho. Você tem que atacar bem no
ângulo certo para evitar que elas aparem a lâmina. Ou deslizá-la sob as costelas como
aconteceu com Cawley, — acrescentou sombriamente. — E o culpado sabe o suficiente
para deixar a lâmina no local.

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— Que diferença isso faz? — Moibeal perguntou curiosamente.
— O coração continua a bater, pelo menos por um pouco, depois de ser esfaqueado,
— explicou Edith. — E fazendo isso, fere-se mais com a lâmina e não há como salvá-lo.
— Oh, — Moibeal disse, fracamente.
— Você sabe muito sobre essas coisas, moça, — Niels comentou, mergulhando a
toalha na bacia para lavá-la, antes de voltar ao seu trabalho.
— Minha mãe era uma curadora, — Edith disse, baixo. — Ela cuidava das pessoas
aqui, tanto quanto possível e me ensinou o que sabia, antes de morrer.
— Assim também você agora cura aqueles que pode? — Perguntou Niels.
— Sim, — Edith murmurou, e, em seguida, fez uma careta e adicionou, — Pelo
menos com partos e feridas ou lesões. Eu sei sobre ervas de cura, mas sei pouco ou nada
sobre o uso de ervas venenosas, senão eu teria reconhecido que estávamos todos
envenenados e não doentes.
Niels concordou e, em seguida, colocou a toalha na mesa ao lado da bacia, antes de
segurar seu rosto e encontrar seu olhar, solenemente. — Você está certa que quer se casar
comigo, tão rapidamente?
— Sim, — Edith disse timidamente, e depois perguntou com preocupação: — Você
está?
— Oh, sim, milady. Estou ansioso por isso, — Niels assegurou-lhe com uma voz
que lhe disse exatamente o que ele estava esperando.
Corando, Edith tentou esconder sua cabeça, mas ele segurou seu rosto no lugar e se
inclinou para beijá-la. Ela tinha certeza de que ele queria que fosse uma doce reunião
rápida dos lábios, mas no momento em que sua boca roçou a dela, Edith abriu para ele e
ele não pôde resistir, aprofundando o beijo. Suspirando, Edith liberou imediatamente
sua sustentação sobre o vestido enrolado ao redor de seus ombros, como um xale e
deslizou seus braços ao redor de seu pescoço. Ela ergueu-se na ponta dos pés, seu corpo
pressionando-se ansiosamente contra o dele.
Niels respondeu, deixando cair sua mão para apertar seu bumbum e levantando-a
ligeiramente quando ele deslizou uma perna entre as dela, para que ela montasse sua
coxa, enquanto ele a deixava cair um pouco e depois a erguia novamente. Isso causou
um gemido faminto dela e um alto, — Aham! — de Moibeal.
Edith não ficou surpresa quando Niels interrompeu o beijo, com um pequeno
suspiro e afastou-a para longe dele.
Com um sorriso torto, ele prometeu, — Esta noite.
— Sim, — Edith respirou e depois olhou-o sair do quarto.
— Deus! — Moibeal respirou, abanando-se quando ela fechou a porta atrás dele.
— Aquele homem, milady!
— Sim, — Edith suspirou, afundando para sentar-se na beira da cama.
— O que eu não daria para estar em seus chinelos esta noite, — Moibeal disse,
balançando a cabeça, enquanto ela cruzava o quarto de volta para recolher o vestido

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descartado, do chão. Alisando-o, ela assegurou-lhe: — Aquele homem vai mostrar-lhe
prazer como você nunca conheceu.
— Sim, — Edith concordou, e pensou que ele já tinha feito. Niels tinha dado prazer
a ela, duas vezes já naquele dia, enquanto ela não tinha feito nada em troca. Ela tentou,
mas não sabendo o que estava fazendo...
— Moibeal? — Ela disse, olhando para a moça com determinação.
— Sim, milady? — A criada perguntou, distraída, enquanto ela começava a escovar
a lama seca em seu vestido, tentando remover o pior de tudo, antes de realmente lavá-lo.
— Você deve me contar tudo que você sabe para agradar um homem, — Edith
disse, com firmeza.

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Capítulo 9

— O quê? — Moibeal perguntou, fracamente.


— Você deve me contar tudo que você sabe para agradar um homem, — Edith
repetiu firmemente, muito certa que a moça seria tímida sobre tal conversa.
— Eu? — A criada perguntou, com desânimo.
— Bem você é mais experiente do que eu, Moibeal. Eu sei que você e Kenny são...
er... amigos, — disse ela, sem convicção.
— Sim, mas... — A criada hesitou e então concordou com um suspiro e caminhou
para sentar-se ao lado dela. — Tudo bem então, eu vou dizer-lhe o que eu sei. O que não
é muito, — ela advertiu.
— Ainda é mais do que eu sei, — Edith apontou.
Moibeal assentiu reconhecendo isso e depois ficou pensativa. — Bem, — disse ela
finalmente, — os homens parecem gostar de pé.
— Gostam? — Perguntou Edith, com surpresa. Ninguém tinha mencionado isso
para ela. Ela tinha assumido que uma vez que se chamava ir para a cama, era feito na
cama. Deitado.
— Eles todos parecem fazê-lo de pé, — Moibeal assinalou. — Kenny está sempre
colocando-me contra uma parede ou árvore, até mesmo uma cerca, uma vez.
— Hmmm, — Edith murmurou e supôs que isso podia ser verdade. Afinal, os
animais faziam isso de pé, bem, de quatro, mas ainda de pé. E os criados, servos e
soldados que tinham sido apanhados no ato, de vez em quando, pareciam estar contra
uma parede ou tal, também. E então houve Niels. No prado quando ele estava tocando-a
lá em baixo, ele a queria de pé. Ele só a tinha ajoelhado porque suas pernas estavam
tremendo tanto e obviamente ela estava prestes a desabar.
Esse pensamento a fez franzir a testa, enquanto Edith se perguntava agora se ele
tinha ficado desapontado por ela não tinha sido capaz de se manter de pé.
— Eles parecem preferir escuro também, — Moibeal acrescentou, depois de um
momento, obviamente lutando para ajudá-la.
— Escuro? — Edith empertigou-se, onde ela estava sentada.
— Sim, bem, quando termina, parece sempre ser em um canto escuro, então eu
acredito que eles preferem que seja assim, — ressaltou.
— Oh, sim. — Edith concordou e mesmo parecia que entendia. A masculinidade de
Niels tinha sido um pouco intimidante quando ela a tinha visto... e quase de aparência
estranha, ao mesmo tempo, na verdade. Ela supôs que era melhor não ter que vê-lo.
Embora, ele não parecia se importar, olhando para ela nua, ela recordou. Mas talvez ele
estivesse apenas sendo educado e tentando não ferir seus sentimentos, Edith pensou e

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depois olhou para Moibeal na expectativa. Quando a criada apenas a olhou fixamente,
ela perguntou: — E quanto a beijá-lo e tal, abaixo?
— Seu traseiro? — Perguntou Moibeal, com surpresa.
— Não, abaixo, na frente, — disse Edith, corando.
— Oh. Oh! Você quer dizer... Ela levantou as sobrancelhas para cima e para baixo —
lá.
Edith hesitou. — Eu não tenho certeza. Lá você quer dizer...lá?
— Quero dizer seu violino, — disse Moibeal com exasperação.
— Sim, — Edith concordou, se iluminando. Ela deveria ter pensado em chamá-lo
disso ela mesma. Ela tinha ouvido seus irmãos se referirem a isto como tal. Dizendo
coisas como: — o bastardo idiota apenas ficou lá com seu violino na mão e nada a dizer,
— e tal.
— Bem, — disse Moibeal e Edith voltou sua atenção para a criada, para ver que ela
estava franzindo a testa. Com expressão de desculpas, a moça admitiu, — eu nunca fiz
isso eu mesma.
— Oh, — disse Edith, com decepção e admitiu: — Ele fez isso em mim e eu pensei
em agradá-lo também dessa maneira, mas não tinha certeza como.
— Ele fez? — Moibeal perguntou ofegante e, em seguida, exigiu, — Quando?
Onde?
— No prado, hoje, — Edith admitiu, corando brilhantemente, e depois garantiu a
ela, — ele não tirou minha inocência, entretanto.
Moibeal bufou. — Bem, isso é discutível.
— Não. Ele disse isso. Ele disse que minha virgindade não tinha sido prejudicada,
— Edith garantiu a ela com firmeza.
— Hmmm. — Moibeal mordeu o lábio e, em seguida, perguntou: — Como foi?
Um pequeno sorriso repuxou seus lábios enquanto ela recordava a experiência e,
em seguida, Edith respirou, — Foi celestial. Uma revelação. Eu não sabia que esse prazer
existia.
— Deus, — Moibeal respirou.
— Sim, — disse Edith, com um suspiro. — E é por isso que eu estava esperando
agradá-lo de volta, da mesma maneira, mas eu não sei como.
A criada olhou-a com uma careta, e então suspirou e disse: — Bem, embora eu não
tenha feito eu mesma, Magda e Agnes estavam falando sobre isso um dia.
— Sim? — Edith perguntou, esperançosamente, reconhecendo os nomes de um par
de criadas que trabalhavam nas cozinhas.
— Sim. Agnes estava reclamando para Magda que seu Donald era muito grande e
ela não podia colocá-lo todo em sua boca, sem engasgar, mas ele estava sempre
empurrando mais profundo quando ele ficava excitado, — explicou Moibeal.
Os olhos de Edith se ampliaram incrédulos, com o pensamento de colocar a
masculinidade de Niels em sua boca. O homem era enorme. Ela certamente iria engasgar

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também. Ela pensara que só seria esperado beijar e lambê-lo lá onde ele a tinha. Parecia
que havia mais do que isso, entretanto.
— Então, Magda disse a forma como Agnes deveria envolver a mão em torno dele
na frente da boca, de modo que ele não poderia ir tão longe, mas ainda se sentisse como
ele é.
— Mão na frente da boca, — Edith murmurou, tentando imaginar.
— Sim, assim.— Moibeal saltou e agarrou a escova ao lado da bacia, envolvendo a
mão em torno dela um pouco acima das cerdas e colocando o cabo descoberto em sua
boca e em seguida, movendo-o para dentro e para fora.
— Tudo bem. — Edith concordou, ela poderia fazer isso.
Jogando a escova de volta na mesa, ao lado da bacia, Moibeal despencou em cima
da cama de novo e acrescentou: — E, em seguida, Agnes disse como ela tinha tentado,
mas não tinha gostado de fazê-lo de qualquer maneira, uma vez que a semente de
Donald tinha gosto amargo, especialmente quando ele bebia demais.
Os olhos de Edith se arregalaram. Ela iria receber sua semente em sua boca? Isso
não era algo que ela esperava. E se a semente de Niels fosse amarga também? Ela não iria
querer ofendê-lo por cuspi-la. Esse pensamento a fez se preocupar sobre como teria sido
o sabor dela para Niels. Ela tinha gosto amargo demais? Preocupada agora, ela
perguntou: — Magda tinha algum conselho sobre isso?
— Sim. — Moibeal concordou. — Magda disse como as conservas de frutas de
Jaimie iriam corrigir isso.
— Eu entendo, — Edith respirou, imaginando se isso funcionaria para o gosto da
mulher também... apenas no caso de ser necessário.
— E isso é tudo o que eu sei sobre esse assunto, — Moibeal disse, se desculpando.
— Está ótimo. — Edith afagou-lhe a mão. — Isso é mais do que eu sabia antes.
Ambas olharam para a porta quando ouviram uma batida.
— Isso deve ser seu banho, — disse Moibeal, levantando-se.
— Sim. — Edith estava bem, mas segurou o braço da criada, antes que ela pudesse
ir atender e disse: — Você não vai fazê-lo agora, mas, antes de ir para cama, talvez você
possa trazer algumas conservas de Jaimie para mim.
— Sim. — Moibeal assentiu solenemente. — Eu não vou esquecer.
— Obrigada, — Edith murmurou e soltou-a, para que a moça pudesse atender a
porta.

— Você gostaria de outra coisa para beber, moça? — Niels perguntou a Edith
suavemente, observando que ela mal tocara em seu hidromel e estava simplesmente
sentada ali, com o olhar perdido em pensamentos. E pensamentos irritáveis também, ao
que parecia, se alguém pudesse adivinhar por sua expressão, enquanto olhava por cima
do grande salão, cheio de pessoas celebrando seu casamento.

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— Não. Obrigada. — Edith conseguiu dar um sorriso, e então disse: — Na verdade,
milorde, eu acho que eu gostaria de me preparar para a cama.
— Como queira, — disse Niels e levantou-se de uma vez, mais do que feliz de se
retirar, por mais cedo que fosse.
— Não. — Ela bateu em sua mão, seu sorriso um pouco tenso. —Termine sua
cerveja, milorde. Eu queria ter um momento a sós para me preparar, de qualquer
maneira.
Niels hesitou, querendo assegurar a ela que nenhuma preparação era necessária,
mas era sua noite de núpcias e se ela desejava um momento a sós, ele iria conceder-lhe
isso, decidiu, e concordou. — Vá indo, então. Eu não vou demorar... esposa, — ele
marcou o final, com um sorriso.
Edith devolveu o sorriso e apertou seu braço, e em seguida, murmurou, —
Obrigada... marido.
Eles sorriram um para o outro brevemente, e então ela apertou seu braço
novamente e virou-se para ir para as escadas, enquanto Niels afundava lentamente de
volta em seu lugar. Observou-a até que ela desapareceu, ao longo do patamar superior.
Então deu uma cotovelada em Rory para chamar sua atenção.
Interrompendo sua conversa com Tormod, o jovem virou-se para ele interrogativo.
— O que?
— Edith parecia pálida para você? — Niels perguntou com uma careta. — Ela
parecia quieta e um pouco pálida para mim. — Quando Rory levantou uma sobrancelha
e olhou em volta para a mulher em questão, ele acrescentou: — Ela foi para cima para se
preparar para a cama.
— Oh.— Rory olhou para as escadas, mas disse: — Eu não percebi que ela parecia
pálida. Ela parecia um pouco silenciosa, entretanto, — ele admitiu e depois deu de
ombros. — Mas é o dia de seu casamento. Ela estava mais parecendo nervosa sobre esta
noite... a não ser que vocês já...
— Não, — Niels interrompeu, firmemente. — Eu não a levei para a cama. Eu queria
esperar até que eu tivesse casado, tudo bom e adequado.
— Bem, então aí você tem, — Rory disse, tranquilizador. — Sem dúvida, ela está
simplesmente nervosa com o que está para vir esta noite. Ela está bem.
— Sim, — Niels murmurou e Rory voltou para Tormod, deixando Niels a se
preocupar. Ele supôs que poderia ser apenas nervos que Edith estava sofrendo, mas ela
tinha ido muito bem durante a cerimônia. Não tinha sido até que eles se sentaram para
comer que ela parecia estar quieta e pálida. Além disso, ele preferia esperar que o que
tinham feito no prado poderia ter diminuído sua ansiedade sobre a cama, um pouco.
Embora, como ele mesmo disse a ela, ele não tinha tomado sua virgindade nessa manhã,
por isso ainda havia isso para confrontar e ele sabia que poderia machucar grandemente
algumas mulheres. Ela provavelmente sabia disso também, supôs. Niels tomou outro
gole de cerveja, e depois olhou para o líquido no seu copo, medindo quantos goles mais

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ele teria que tomar antes que pudesse ir escadas acima. Por seu palpite, ele tinha seis ou
sete goles restando. Não muito, assegurou-se, baixando a taça lentamente.
— Oi! — Disse Alick, batendo em suas costas, enquanto caía para sentar-se no
banco, ao lado dele. — Quando é que vamos carregar você até o quarto de dormir, despi-
lo e jogar você na cama com Edith?
— Vocês não vão fazer isso, — Niels assegurou-lhe com firmeza.
— Oh, vamos, irmão, — Geordie repreendeu-o, estabelecendo-se ao lado de Alick.
—Um casamento não é um casamento sem uma cerimônia de ir para a cama.
— Talvez, mas por respeito a seu pai e irmãos que não tem nem um mês inteiro que
estão mortos, Edith e eu decidimos ignorar a cerimônia da cama, — Niels anunciou,
mentindo, entredentes. Ele não tinha falado com Edith sobre a cerimônia da cama. Ele
ainda não tinha pensado nisso até Alick ter tocado no assunto, mas recordando o quieto
rosto pálido de Edith, ele não tinha intenção de colocá-la nisso.
— Oh, sim, — Alick disse agora, soando muito mais suave. — Na verdade eu
esqueci disso.
— É fácil esquecer, — Geordie disse calmamente. — Sem contar a forma como ela
desmoronou quando Cawley morreu, Edith tem lidado com tudo como um soldado.
— Ela não teve a chance de se lamentar, — disse Rory, voltando-se para participar
da conversa agora. — Eles morreram e Edith imediatamente esteve terrivelmente doente,
e, em seguida, ela se recuperou só para ter de cuidar de sua criada, e, em seguida, ficou
doente e se recuperou novamente, para descobrir que sua família tinha sido assassinada.
Na verdade, a moça teve pouca oportunidade de lidar com qualquer dos transtornos de
sua vida, recentemente. — Olhando Niels sério, ele disse: — Ela vai precisar fazer isso
em breve, Niels. Ou tudo vai atingi-la de uma vez e pode esmagá-la.
— Sim, — Niels murmurou, franzindo a testa. Ele não podia imaginar nada
esmagando Edith. Sua força para lidar com tudo era uma das coisas que mais admirava
nela.
— Bem, se nós não vamos ter uma cerimônia da cama, porque você ainda está aqui?
— Perguntou Geordie, mudando de assunto.
— Porque Edith pediu um momento para se preparar para a cama, antes de eu me
juntar a ela, — Niels admitiu, em seguida, acrescentou: — Infelizmente, eu não estou
certo quanto tempo isso é.
— Bem, já que sua criada está descendo as escadas, eu suspeito que já seria esse
tempo, — Rory murmurou, olhando de Niels para as escadas.
Virando abruptamente, ele viu Moibeal no meio da escada e parou de repente. No
momento em que ele o fez, a criada olhou para ele, sorriu e deu um leve aceno. Tomando
isso como uma indicação de que Edith estava pronta para ele, Niels pegou sua cerveja,
engoliu o resto dela e bateu a taça em cima da mesa.
— Bom sono, — ele murmurou para todos em geral e, em seguida, dirigiu-se para
as escadas. Ele queria correr, mas não o fez. Andou num passo com ritmo tranquilo que

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estava em total contraste com a rápida batida de seu coração, quando ele finalmente se
permitiu pensar em todas as coisas que ele planejava fazer com Edith esta noite. Niels
tinha estado recusando-se a permitir-se esse luxo toda a tarde e à noite durante a
conversa com o padre, a cerimônia e a refeição. Principalmente porque ele temia que se
pensasse muito sobre isso, ele teria arrastado Edith direto da cerimônia para seu quarto,
e ele queria que ela apreciasse a celebração do seu casamento.
Agora, no entanto, esse perigo havia passado e ele se permitiu contemplar todas as
coisas que ele poderia fazer com ela, em um esforço para selecionar as que ele iria fazer
naquela noite. Ele queria saboreá-la novamente, a moça tinha sido doce como o mel em
sua língua e ele queria isso de novo. Ele lhe daria prazer dessa forma, ele decidiu, e
depois a acariciaria até o prazer uma segunda vez, para garantir que ela estava bem e
pronta para quando ele a violasse. Com sorte, isso poderia minimizar a dor para ela, um
pouco. Ele teria que ter cuidado com ela, claro, sendo esta sua primeira vez. Ele a levaria
para a cama da maneira tradicional primeiro, e depois, se isso não a machucasse tanto
quanto ele imaginava, e se ele não derramasse sua semente de imediato, como ele temia
que faria, quando seu doce calor se fechasse sobre ele, ele ia tentar posições diferentes
para encontrar aquela que ambos mais gostassem.
Por alguma razão, Niels estava gostando da ideia de tê-la na frente dele, suas mãos
agarrando seus seios quando ele deslizasse para dentro e fora dela. Essa imagem o tinha
deixado duro como pedra, de modo que seu plaid de repente tinha uma protuberância
notável. Ignorando isso, ele pensou que ele ia deixar Edith tentar montá-lo bem, para ver
se ela gostava... talvez na cama, ou até mesmo em uma das cadeiras do quarto... ou
ambos. Então, se não fosse ainda de manhã, ele poderia tomá-la nas peles na frente do
fogo, as chamas aquecendo-os e lançando sombras na sala, enquanto ele explorava seu
corpo e, em seguida, reivindicá-la novamente, desta vez com os pés no seus ombros,
para que ele pudesse mergulhar profundamente dentro dela, enquanto acariciava o nó
em seu centro doce, até que ela estivesse implorando por sua libertação.
Niels tinha alcançado a porta do quarto de dormir que eles iriam compartilhar
agora, e levantou a mão para bater, mas depois baixou-a e simplesmente alcançou a
maçaneta. Ela estava esperando por ele, afinal.
Abrindo a porta, ele deu um passo para dentro do quarto e então parou quando viu
que estava quase completamente escuro com nada, além de brasas morrendo na lareira.
— Edith? — Ele disse, incerto.
— Por aqui, milorde marido.
Virando na direção de sua voz, ele piscou e podia apenas ver sua figura na
escuridão. Após uma breve hesitação, ele fechou a porta e, em seguida, começou a se
mover com cautela em direção a ela. — Por que está tão escuro aqui, moça?
— Você não gosta disso? — Ela perguntou, parecendo ansiosa. — Moibeal disse
que os homens pareciam preferir realizar a consumação no escuro.

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Niels piscou, pelo uso do termo formal para ir para a cama, mas perguntou com
confusão: — Moibeal?
— Minha criada, — explicou ela. — Eu queria lhe dar prazer esta noite como você
me fez no prado, por isso lhe pedi conselhos. Ela é mais experiente para estas coisas do
que eu, — explicou ela, quase se desculpando.
— Ah, — Niels murmurou, virando para a direita enquanto o quadril colidia com o
que ele pensou ser uma das cadeiras no quarto. Sensibilizado que ela queria agradá-lo,
mas um pouco preocupado com os conselhos que a ela poderiam ter sido dados, ele
perguntou: — E o que mais ela disse?
— Que os homens preferem executar a consumação em pé, — ela admitiu. — Eu
pensei que este era um bom lugar. Dessa forma, se meus joelhos fraquejarem novamente,
como eles fizeram no prado, posso encostar na parede e apoiar minha mão sobre esta
mesa, de modo que você não fique desapontado.
Niels parou de andar e franziu a testa para suas palavras. Ela não o tinha
desapontado em nada naquele dia e ele não gostava que ela pensasse que poderia ter. Ele
também não gostava de não ser capaz de vê-la enquanto eles conversavam.
— Você não me decepcionou no prado, — disse ele com firmeza, mudando de
direção e se movendo em direção ao brilho do fogo morrendo. — E eu não prefiro amá-la
no escuro. Eu quero ver seu rosto, enquanto eu lhe dou prazer.
Caindo de joelhos ao lado do fogo, ele pegou vários pedaços de madeira e começou
a construir o fogo. Felizmente, as brasas estavam quentes o suficiente, de modo que ele
logo o teve rugindo de volta à vida. Endireitando-se então, ele pegou as velas das
pequenas bordas embutidas na parede, de cada lado da lareira e acendeu-as nas chamas.
Colocando-as de volta em suas respectivas bordas, ele finalmente virou-se para buscar
Edith e quase engoliu a língua. A mulher exibia um grande espetáculo, em pé ao lado da
pequena mesa que tinha mencionado, completamente nua, nas sombras das chamas
dançantes.
Corando, agora que ele estava olhando para ela na claridade, Edith tentou cobrir os
seios e a cabeleira entre suas pernas, com as mãos.
Já duro por suas imaginações durante o caminho até aqui, Niels cresceu ainda mais
com a visão dela e era difícil não atravessar a sala, puxar o seu tartan e levá-la lá contra a
parede onde ela aparentemente tinha esperado. Obrigando-se a permanecer imóvel, ele
limpou a garganta e disse: — E a maior razão por que os homens tomam suas mulheres
em pé, em cantos escuros, é porque é a única privacidade que poderão encontrar, não
tendo um quarto de dormir.
— Oh, — disse Edith, piscando e então ela perguntou incerta, — você preferiria a
cama, então?
— Sim, — ele rosnou.
Balançando a cabeça concordando, virou-se e correu para a cama, mas parou
abruptamente antes de subir nela e se voltou para acenar para ele.

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Niels hesitou por um momento, mas depois aproximou-se para se juntar a ela. No
momento em que ela pode alcançá-lo, Edith agarrou o braço dele e instou-o a virar de
costas para a cama, em seguida, rapidamente começou a trabalhar no alfinete que
segurava seu tartan no lugar.
— Moça, — disse ele pegando suas mãos. — O que você está fazendo?
— Eu quero lhe dar prazer, — disse ela timidamente, soltando as mãos e voltando
seus esforços para seu alfinete.
Niels franziu a testa e quase disse a ela que não era necessário, mas ela conseguiu
abrir o alfinete nessa hora, e seu tartan soltou-se de uma vez, para cair no chão. Quando
Edith então pegou a parte inferior de sua camisa e começou a puxá-la, Niels ajudou a
retirá-la e até mesmo jogou-a para o lado. Ele começou a se aproximar dela então, mas
engasgou e caiu para trás, quando de repente ela o empurrou no peito e ele caiu sentado
na cama.
— Pronto, — ela disse com satisfação. — Agora eu posso lhe dar prazer como você
fez comigo.
Os olhos de Niels se arregalaram quando Edith abriu as pernas e deixou-se cair de
joelhos entre seus pés, ainda com botas, mas depois ela muito rapidamente pulou de
volta em pé e correu para longe, murmurando: — Eu quase esqueci.
Seus olhos a seguiram com curiosidade, mas depois desceram para seu traseiro e
ficaram presos lá, enquanto observava os globos redondos mexerem, enquanto ela
andava. Seu olhar não levantou quando ela parou brevemente na mesa perto do fogo e,
em seguida, virou-se para voltar. Em vez disso, concentrou-se no local entre as pernas
que ele estava ansioso para explorar e ficou ali, até que ela parou de repente, na frente
dele e caiu de joelhos, novamente. Seus seios estavam imediatamente em sua linha de
visão e ele suspirou, enquanto tentava decidir o que ele queria tocar, acariciar, lamber e
provar primeiro. Deveria sugar seus seios primeiro ou jogá-la na cama e mergulhar entre
suas pernas, onde sua doçura esperava? Ou talvez ele devesse lamber ela toda e...
Seus pensamentos morreram em um suspiro e seu olhar baixou para si mesmo,
quando Edith de repente tomou seu violino na mão. Não era uma carícia provisória ou
toque, era um firme, sem sentido, agarre e puxão em sua ereção para baixo, então ele
apontou diretamente entre os seios dela. Ainda mais surpreendente, porém, foi o fato de
que, mesmo quando ele olhou para baixo, ela começou a derramar o que parecia ser
algum tipo de fruta cozida em um molho em seu violino.
— Ei... Edith? — Ele disse, incerto. — O que você está fazendo?
— Agnes não gosta de dar prazer ao Donald com a boca, porque ela diz que sua
semente é amarga, — disse ela.
— Ah... — O rosto de Niels contorceu-se, enquanto ele tentava entender o que isso
tinha a ver com o que ela estava fazendo.
E então ela continuou: — Mas Magda disse que uma conserva em calda de Jaimie
manteria o sabor afastado, então pensei que eu ia tentar isso. Não que eu ache que seu

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sabor seja amargo, — acrescentou seriamente, levantando o rosto pálido para olhar para
ele. — Mas apenas se por acaso. Sabe?
Baixando a cabeça, ela acrescentou: — Eu não podia perguntar-lhe se eu tenho
gosto amargo porque você não estava aqui, então eu coloquei alguns em mim no caso de
eu ter tido gosto amargo para você, mais cedo.
Niels simplesmente olhou para o topo de sua cabeça, uma confusão de respostas
rolando por sua cabeça. Primeiro, ele suspeitava que Magda, quem quer que ela fosse,
tinha a intenção de que Agnes, quem quer que ela fosse, deveria comer um montão de
conservas para livrar-se do gosto. Ele duvidava muito que havia um sujeito chamado
Donald andando por Drummond com conservas em seu violino. Em segundo lugar, ele
estava tendo problemas para absorver a ideia de que Edith estava presentemente
ajoelhada na frente dele, com conservas manchando toda sua genitália. Ele certamente
teria que lamber a última gota disso antes de fazer qualquer outra coisa que ele quisesse
fazer, por isso era bom que ele decidisse começar por dar prazer a ela com sua boca e
língua primeiro, Niels decidiu.
Acima de tudo isso, no entanto, estava a imagem, em sua mente, do rosto de Edith
quando ela levantou-o e ele a tinha visto à luz do fogo. Enquanto ele achava que ela
estava pálida abaixo, ela estava branca como morta agora e ele captou um lampejo de
desconforto em seu rosto, antes que ela se abaixasse para continuar a despejar fruta
cozida em seu pênis.
A preocupação lutou brevemente com o desejo, por um lado, mas ganhou
facilmente e Niels se inclinou para frente com a intenção de pegar seu queixo, levantá-lo
e perguntar se ela se sentia bem. Mas antes que seus dedos pudessem alcançá-la, ela
terminou de cobrir seu violino com frutas e meteu a ponta em sua boca, para começar a
lamber e chupar o doce.
Niels congelou, sua boca abrindo e fechando e seu corpo quase levantando-se da
cama, enquanto era atingido por sensação após sensação. Pelas verrugas do pênis de
Satanás! A mulher estava... Dentes de Deus! Ela... ? Pela Virgem, ela...
Fechando os olhos brevemente, ele tentou recuperar o controle de si mesmo, mas
ele simplesmente não podia e abriu os olhos de novo, quase imediatamente. Edith,
obviamente, não tinha um pingo de habilidade no que ela estava tentando, mas estava
entusiasmada como o inferno, enquanto cuidadosamente removia até a última gota das
conservas que ela tinha acabado de aplicar. E maldição se apenas vê-la ajoelhada lá, com
seu pênis na boca, não estava perto de matá-lo de excitação.
Niels mal tinha tido o pensamento sobre sua falta de habilidade, quando Edith
parou de remover as conservas que ela tinha colocado e começou a mover a boca para
cima e para baixo em seu comprimento, de uma forma rítmica, com sua mão
conduzindo. Foi um ritmo que ele reconheceu, três impulsos e uma pequena pausa e
depois mais três, repetindo várias vezes. Niels reconheceu porque era como ele tocava
seu violino como hábito e como ele tinha tocado naquela manhã no prado, quando ele lhe

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deu prazer, pela segunda vez. Ele observou-a assistindo uma vez ou duas, mas,
aparentemente, a danadinha inteligente estava prestando mais atenção do que ele
percebera.
E a menos que Moibeal a tivesse aconselhado sobre a mecânica de agarrar e outras
coisas, Edith parecia ser natural, ele observou, enquanto um gemido deslizava de seus
lábios. Ela estava segurando-o firmemente com os lábios e mãos, mas não com muita
força. Ela também estava sendo cuidadosa, para evitar arranhá-lo com seus dentes, o que
ele iria agradecer a Deus mais tarde, Niels decidiu, enquanto ele chegava perto do ponto
de explodir e seu corpo começava a apertar e tensionar em direção a isso.
Niels estava prestes a avisá-la que estava prestes a derramar a sua semente, para
que ela pudesse remover a boca se quisesse, quando Edith de repente congelou. Piscando
com os olhos abertos, ele olhou para ela a tempo de ver a confusão e pânico em seu rosto
quando ela começou a ter ânsias e depois a vomitar conservas sobre todo seu pau.
Caindo o queixo, Niels ficou boquiaberto para ela brevemente, em seguida,
estendeu a mão com preocupação, quando ela de repente tombou para frente e se deitou
no chão em convulsões e arfando e expelindo o resto do que ela tinha comido naquele
dia.
— Edith! —Niels gritou, se lançando para fora da cama para ajoelhar-se ao lado
dela. Agarrando seus ombros, ele segurou-a até que a purga tivesse acabado e, em
seguida, rolou-a para ficar de costas no chão. Olhando para seu rosto pálido e
inconsciente, com preocupação e confusão, ele afastou seu cabelo para longe de seu
rosto, e depois fez o que tinha visto Rory fazer várias vezes e levantou suas pálpebras.
Sua cabeça caiu de volta de uma só vez, como se com um golpe, enquanto Niels
observava que seus olhos estavam dilatados. Era como se fosse quando eles chegaram
pela primeira vez em Drummond e Rory parecia ver isso como uma indicação de que ela
tinha sido envenenada. Recordando isso, Niels sentiu seu coração se alojar em algum
lugar em sua garganta.
Levantando-a do chão, carregou-a para deitá-la na cama, e, em seguida, virou-se e
correu para a porta, suas botas batendo tão fortemente como os pensamentos em sua
cabeça naquele momento. Abrindo a porta, Niels correu para fora e pelo corredor até o
topo da escada, berrando por Rory.

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Capítulo 10

— Sim. Veneno. Como você pensou, — Rory disse, severamente. Erguendo-se após
examinar Edith, ele se virou para Niels e abriu a boca para dizer mais, apenas para uma
breve pausa com a boca aberta e olhos arregalados, antes de dizer com desgosto, —
coloque algumas roupas, irmão, ou pelo menos limpe o vômito de seu pau. Bom Deus!
Olhando para baixo para a confusão cobrindo sua virilha, Niels fez uma careta e,
em seguida, virou-se bruscamente e se moveu para a bacia, para começar a limpar a si
mesmo, enquanto ele perguntava: — Ela vai ficar bem?
— Eu estou esperando por isso, sim, — disse Rory, voltando-se para Edith.
— Quando chegamos aqui você disse que se ela fosse envenenada novamente, ela
poderia morrer, — Niels lembrou-o severamente.
—Sim. Se ela tivesse sido envenenada novamente, naquela época, ela certamente
teria morrido, — assegurou ele. — Mas ela está comendo bem e recompondo suas forças
desde que ela acordou. E ela parece ter vomitado o veneno. Ou, pelo menos, eu acho que
ela o fez. Ela certamente expeliu tudo o que sei que ela tinha comido hoje. E alguns que
eu não sabia, — acrescentou secamente antes de perguntar. — Jaimie fez mais
doces com conservas neles? Eu não me lembro dela comer frutas cozidas.
— Não. Ela teve isso aqui, — Niels murmurou, enquanto ele terminava de limpar-
se e movia-se para agarrar sua camisa e enfiá-la por cima da cabeça. Caminhando para o
pé da cama agora, ele se inclinou e pegou a taça onde as conservas tinham estado e
entregou-a a Rory. — O veneno estava nisto?
Rory pegou a taça, cheirou-a delicadamente e depois passou um dedo nela e
lambeu-o, para provar as conservas. Depois de um momento, ele sacudiu a cabeça.
— Eu não acho que estava nessa, — ele disse, colocando a taça na mesa de
cabeceira, quando uma batida soou na porta.
Niels moveu-se para atendê-la, arregalando os olhos quando viu que eram Tormod,
Geordie e Alick. Quando ele viu que seus irmãos carregavam a bandeja de Edith e a
bebida de seu jantar de comemoração, ele franziu a testa e perguntou: — O que é isso?
— Lembrei-me de você mencionar que Edith parecia quieta e pálida no jantar e me
perguntava se o veneno poderia ter estado em sua comida ou bebida no jantar, — Rory
explicou, movendo-se para se juntar a ele na porta.
Niels franziu o cenho, enquanto o observava cheirar os restos de comida na bandeja
e assinalou, — Nós comemos da mesma bandeja e eu não estou doente. Não pode ser a
comida.
Balançando a cabeça, Rory entregou a bandeja de volta para Geordie e pegou o
hidromel de Alick, para farejar. A maneira como ele imediatamente se endireitou fez
Niels estreitar os olhos.

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— Veneno? — Tormod perguntou, severamente.
— Sim, isso cheira ao tônico que Victoria deixou para trás, — Rory murmurou,
cheirando novamente.
— Eu pensei que tudo isso tinha acabado, — disse Geordie, com uma careta.
— Sim. Tinha, —Rory disse seriamente. — Obviamente, alguém fez mais.
— Então o tônico de Victoria era a fonte do veneno? — Niels perguntou,
severamente.
— Eu acho que sim. Mas agora, como então, é difícil dizer. O cheiro está muito
fraco neste momento, mas ainda carrega o odor de várias ervas, — disse Rory e, em
seguida, olhou para o vidro, quase cheio, e disse: — Não parece que Edith bebeu muito
deste. Isso é algo, de qualquer maneira.
— Mas como ele foi parar no hidromel? — Perguntou Geordie. — É do jarro que
peguei do barril, aqui desse quarto. O barril fresco abrimos ao chegar. Era suposto ser
seguro. E eu vigiei o jarro que peguei, cada momento, até que você e Edith subiram as
escadas.
— Exceto quando estávamos no casamento, lá embaixo na igreja, — Alick
assinalou. — Você deixou sobre a mesa, então.
Geordie sacudiu a cabeça. —Não. Se eu pudesse tê-la levado para baixo, para a
cerimônia de fora da igreja, eu levaria, mas eu não podia, então eu despejei aquele jarro e
trouxe fresco do barril daqui, quando voltamos.
— O barril aqui, — Niels disse devagar, virando-se para olhar para o barril em
questão. Ele sentou-se na mesa encostada na parede, onde Edith estava esperando-o,
nua, no escuro. Enquanto Rory caminhava em direção a ela, Niels lembrou-lhes, — O
assassino atirou uma flecha em Edith desta sala, pouco antes do meio-dia.
Geordie olhou para ele fixamente e, em seguida, virou-se para observar Rory
cheirar o líquido no barril aberto. Quando ele o baixou, virando um rosto sombrio para
eles e balançando a cabeça, concordando, Geordie praguejou. — Sinto muito, irmão. Eu
não pensei no assassino estar aqui e o que ele poderia ter feito.
Niels balançou a cabeça, cansado. — Não, nem eu. E eu deveria ter. Eu acho que eu
estava tão distraído com o casamento e tudo mais...
Ele virou-se para espiar Edith na cama. Ela parecia tão pequena e frágil sob os
lençóis e peles que Rory tinha puxado sobre ela. E era culpa dele. Ele falhou em protegê-
la. Ele não iria fazê-lo novamente.
— Vou levá-la para Buchanan no minuto em que ela acordar, — ele anunciou, com
firmeza, movendo-se para a cama para se sentar na borda e empurrando o cabelo dela
para fora de seu rosto.
—Sim. Talvez seja o melhor, — Tormod disse com tristeza. — Estarei triste por vê-
la partir, mas você pode ter uma chance melhor de mantê-la viva, lá. Mesmo que o
assassino os acompanhe... Bem, certamente seu povo vai saber se um estranho estiver no

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meio deles. Então, lá, você somente precisa se preocupar com setas perdidas, quando ela
sair.
Niels paralisou com essas palavras, sabendo que elas eram verdadeiras. Ela não
estaria completamente segura nem mesmo em Buchanan. Não se o assassino estivesse
determinado a chegar até ela. Mas ela estaria mais segura, pelo menos... se ele pudesse
fazê-la permanecer no interior da fortaleza. De alguma forma, ele suspeitava que isso
não era provável.
— Eu devo ir abaixo e ver se mais algum dos homens que enviei, retornou com
notícias de Brodie, —Tormod murmurou, movendo-se em direção à porta. — Apenas um
voltou até agora e duas das fortalezas a que eu enviei homens, estão perto o suficiente
para eles terem conseguido chegar lá e voltar hoje. — Parando na porta, ele olhou para
trás e disse: — Deixe-me saber quando ela acordar, ou... — Apertando a boca, ele mudou
de ideia sobre o que ele estava prestes a dizer e disse ao invés: — Apenas deixe-me saber
quando ela acordar.
Ele não esperou por uma resposta antes de sair do quarto.
Niels ouviu seus irmãos falando em murmúrios suaves ao lado da porta, mas não
se incomodou de tentar ouvir. Ele suspeitava que eles estavam discutindo quem iria
voltar para Buchanan com ele e quem iria ficar. Ele já sabia que Rory não estaria disposto
a partir com Effie ainda inconsciente. Suspeitava que Geordie e Alick iriam acompanhar
Edith e ele para casa em Buchanan, para ajudá-lo a se certificar que ela chegaria lá com
segurança, mas, em seguida, retornariam até Rory estar pronto para desistir da velha
criada e partir.
Quando a porta se fechou suavemente, ele olhou ao redor para ver que Geordie e
Alick tinham, saído. Quando Rory caminhou para ele, Niels perguntou: — Devo fazer
um caldo para fazer descer por sua garganta?
— Não. Espere e veja se ela acorda quando a manhã chegar, — disse Rory. — Não
há nada a fazer por agora... exceto, talvez, limpá-la.
— Limpá-la? — Perguntou Niels, com perplexidade, virando-se para olhar para o
rosto pálido, mas limpo, de Edith. Ele tinha lavado a sujeira enquanto tinha esperado
Rory chegar ao quarto. Edith estava limpa.
— Ela estava nua e descoberta sobre os lençóis, quando cheguei mais cedo, — Rory
lembrou.
— Sim? — Disse Niels com perplexidade. Não entendendo o que isso tinha a ver com
qualquer coisa.
— Bem, suas pernas não estavam bastante fechadas e eu notei que ela tem o que
parece serem conservas, escorrendo por entre as pernas. Você pode querer limpar isso,
para que ela não acorde e descubra suas coxas grudadas com a pegajosa sujeira, — disse
ele, como se ele estivesse falando sobre as horas do dia. Desistindo de sua
despreocupação, em seguida, perguntou: — Estava em você também quando entrei. Que
diabo vocês estavam fazendo aqui, para terem conservas em seus genitais?

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Niels apenas balançou a cabeça e moveu-se para buscar a bacia e o linho úmido da
mesa, para limpar as conservas. Isso não era como ele tinha imaginado removê-las,
quando Edith tinha mencionado que ela aplicara. Mas, então, nada sobre sua noite de
núpcias tinha ido como tinha planejado.

Edith acordou com o ronco alto e algo pesado sobre o peito. Abrindo os olhos, ela
olhou ao redor confusa, apenas para parar quando seu olhar pousou em Niels. Ele estava
deitado em cima dos lençóis e peles apenas com sua camisa e botas, enquanto ela estava
nua, sob as cobertas de cama, quentes.
Ela olhou para ele por um momento, enquanto as lembranças da noite anterior
deslizavam sobre ela, e depois fez uma careta e fechou os olhos novamente, bastante
certa de que ela simplesmente não poderia enfrentar o dia seguinte. Ou pelo menos seu
marido. Querido Deus, seus esforços para agradá-lo tinham terminado em uma falha
miserável, e o pobre homem deveria agora considerar, se casar com ela não tinha sido
um erro enorme.
Outro ronco soou ao lado dela e Edith abriu os olhos para examinar o quarto,
quando lhe ocorreu que se continuasse a ficar lá deitada, ela iria ter que enfrentar Niels
mais cedo ou mais tarde. Considerando que, se ela se levantasse e encontrasse alguma
tarefa para fazer em outro lugar, como ir até a aldeia, bem, ela poderia ser capaz de
evitar a humilhação de ter de enfrentá-lo, por horas. Talvez até mesmo até o jantar.
Esse pensamento foi o suficiente para fazê-la deslizar lateralmente na cama,
facilitando seu caminho para fora com seu braço e mão. Niels agitou-se apenas uma vez
durante esta operação e Edith congelou e esperou um segundo até que ele emitiu outro
ronco, e depois continuou de lado, até que ela estava livre para sentar e sair da cama.
Apressando-se até o baú, ela pegou o primeiro vestido que tocou, e puxou-o pela
cabeça enquanto corria para a porta. Edith abriu-a, e depois saiu. Ela teve o cuidado de
fechá-la silenciosamente, e então começou a se afastar antes de se preocupar em fazer os
laços.
— Milady!
Edith parou abruptamente e olhou em volta para ver sua criada correndo em sua
direção.
— O que está fazendo, milady? — A garota perguntou com exasperação, agarrando
seu braço e levando-a de volta para o quarto. — Você deveria ainda estar na cama. Você
esteve muito doente na noite passada. Você quase morreu... de novo, — acrescentou, em
um tom irritado.
— Eu estou bem,— Edith garantiu a ela, se firmando em seus calcanhares, enquanto
a garota tentava arrastá-la de volta para o quarto, de onde ela tinha acabado de escapar.
— Foi apenas um pouco de mal estar de estômago. Mas eu me sinto bem esta manhã, —
ela assegurou a sua criada, puxando o braço.

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— Mal estar de estômago? — Moibeal perguntou com espanto e depois sacudiu a
cabeça. — Não. Foi veneno de novo, milady. O seu lorde marido não lhe disse?
A criada pareceu aborrecida que Niels não tinha conseguido compartilhar essa
informação importante, por isso, apesar de seu choque de mais uma vez ter sido
envenenada, ela disse fracamente, — Não, ele ainda está dormindo.
Moibeal piscou e, assim como veio, a irritação pelo homem virou instantaneamente
em compaixão por ele. — Oh, sim, sem dúvida. O pobre homem passou acordado a
maior parte da noite cuidando de você, — disse ela com simpatia. —Ele ainda estava
andando ao amanhecer quando eu vim para o quarto para observar você. Ele parecia
exausto então, e eu disse que ele deveria deitar, que você certamente iria acordá-lo
quando você despertasse.—Ela fez uma careta para Edith agora. — O que você
obviamente não fez, por isso, você pode apenas virar e marchar de volta para lá e...
— Não! — Edith retrucou, puxando o braço, quando a garota tentou levá-la à força,
de volta, pelo caminho que ela tinha vindo. — Se ele está esgotado eu deveria deixá-lo
descansar, — acrescentou de forma menos acentuada, e ficou aliviada ao ver as palavras
fazerem parar a criada. Esperando distraí-la ainda mais, ela perguntou: — Você tem
certeza que era veneno? Meu estômago estava me incomodando no jantar, mas eu pensei
que eram apenas nervos pela cama que estava por vir, — ela admitiu.
— Oh, não, não eram nervos, — Moibeal assegurou-lhe. Franzindo a testa enquanto
ela observava que os laços de Edith estavam desfeitos, a criada começou a desembaraçá-
los, enquanto ela explicava. — Eles descobriram que era veneno em seu hidromel. Eles
descobriram que o assassino deve ter colocado no barril em seu quarto, quando ele
estava lá para disparar flechas em você.
— Era apenas uma flecha, — Edith resmungou.
Ignorando isso, Moibeal acrescentou: — E Lord Rory disse que era uma boa coisa
que você tinha bebido apenas um par de goles no jantar, como ele acha que o assassino
mudou o veneno e aumentou a dosagem, na esperança de acabar de vez com você. Ele
acha que se você tivesse tomado mais do que um par de goles, você teria morrido antes
que você pudesse colocá-lo para fora. Você teve sorte de ter um estômago tão sensível e
vomitado tudo.
— Isso é discutível, — disse Edith baixinho, lembrando o evento. Se ela tivesse tido
verdadeiramente sorte, ela teria feito isso depois de dar prazer a Niels, não em cima dele,
no meio disso.
Ignorando isso também, a criada disse calmamente: — Esta última tentativa
perturbou lorde Niels fortemente, e ele disse como ele pretendia levar você daqui hoje,
quando você acordasse.
— Levar daqui? — Perguntou Edith, com surpresa. — Para onde?
— Para Buchanan, — ela disse solenemente. — É óbvio que ele se preocupa com
você e quer você segura... e eu também, milady, — acrescentou ela, em voz baixa.
Edith franziu a testa. — Mas Brodie não voltou ainda.

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— Ainda não, — Moibeal concordou suavemente. — Mas Tormod enviou homens
ontem, após o incidente com a flecha. Cada um levava uma mensagem dele sobre o que
vem acontecendo aqui, dizendo-lhe que não é doença, mas assassinato, e pedindo-lhe
para voltar.
Edith mordeu o lábio com esta notícia, perguntando por que ninguém se
preocupou em mencionar isso para ela. Supôs que com o casamento inesperado e tudo,
poderia ter sido esquecido. Por outro lado, isso realmente não importava, de qualquer
maneira. Ela não tinha certeza se Brodie estaria mais propenso a voltar, se ele soubesse
que havia um assassino aqui em Drummond, matando membros da sua família, do que
ele estava disposto a ficar quando ele pensava que era só doença.
— Pronto, está feito, — Moibeal disse baixinho, terminando com seus laços e
afastando-se.
— Obrigada, — Edith murmurou e voltou-se para continuar em direção as escadas.
Sua criada suspirou, de repente e seguiu. — Você sabe que se seu lorde marido
quer sair hoje, precisamos embalar seus baús e...
— Vamos nos preocupar com isso quando ele acordar, — Edith interrompeu. — Se
ele ficou acordado toda a noite se preocupando comigo, ele precisa de seu sono.
— Além do que, você está pensando em recusar a ir, não está? — Moibeal
perguntou, secamente, em seguida, assinalou, — Mas ele é seu marido agora, e você sabe
que a escolha não é mais sua.
Edith parou de andar e se virou para olhar para ela. — O que?
— Eu temia que você não tivesse pensado nisso, — disse Moibeal com um suspiro,
e depois endireitou os ombros e disse: — Milady, seu pai era tão gentil e indulgente com
você, quanto era com Brodie. Ele deixou você cuidar da fortaleza como você desejava, e
permitiu-lhe visitar Lady Saidh e Jo conforme seu desejo, mas...
— Você está sugerindo que eu sou tão mimada quanto Brodie? — Edith
interrompeu-a, com consternação.
— Não, — disse Moibeal de imediato. — Você sempre foi trabalhadora e
preocupada com o bem-estar das pessoas aqui, enquanto Brodie só se importava consigo
mesmo e seu prazer. Mas seu pai deu a você liberdades que muitas mulheres não têm, —
acrescentou solenemente. —Se você não desejasse fazer alguma coisa ou ir a algum
lugar, ele não obrigava você. Mas ele poderia. Era seu direito... e agora é direito do
senhor seu marido. Se ele deseja que você vá para Buchanan, você não tem escolha senão
ir.
Edith estreitou os olhos para essas palavras, sabendo que elas eram verdadeiras,
mas não satisfeita com elas. Dando um irritado —hrrmph—, ela virou-se para continuar
para as escadas, sua mente com ideias de como conseguir o seu próprio caminho e ficar
até Brodie retornar. Ela estava no meio da escada para o grande salão, quando lhe
ocorreu que pensar dessa maneira poderia fazê-la ser mais parecida com seu irmão do
que ela gostaria de admitir.

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A ideia deixou-a desanimada, mas, em seguida, sua mente imediatamente rejeitou
essa sugestão. Seu irmão não teria se preocupado com o bem-estar das pessoas daqui, e
essa era a razão pela qual ela estava querendo ficar até Brodie retornar. Não era para si
própria, ela assinalou e lançou um suspiro aliviado e começou a andar novamente.
— Você acordou. Como você se sente?
Edith levantou os olhos para aquele comentário e forçou um sorriso, quando viu
Rory se aproximar, vindo das cozinhas. Não era que ela não estivesse feliz em vê-lo...
mas ela não estava. Ela tinha medo de que, sabendo que Niels queria levá-la para
Buchanan hoje, o homem podia ir acordar seu irmão, e ela não estava pronta para isso.
Ela precisava de um plano para evitar ter que seguir o plano de seu marido.
— Eu me sinto bem, milorde. Obrigada, — Edith murmurou.
— Por favor, me chame de Rory, — disse ele, divertido. — Nós somos uma família
agora.
Ela piscou surpresa com isso. Por mais tolo que parecesse, não lhe tinha ocorrido
que se casar com Niels significava que ela tinha agora seis novos irmãos. E Saidh era sua
irmã agora, pelo menos na lei, ela percebeu e sorriu para o homem. — Obrigada, Rory. E
você deve me chamar de Edith.
Ele sorriu e acenou com a cabeça, e depois olhou para as escadas. — Onde está
Niels?
Edith hesitou, mas depois respirou fundo e disse: — Ele está dormindo, e eu pensei
que era melhor deixá-lo descansar, uma vez que ele aparentemente passou a maior parte
da noite se preocupando comigo.
— Sim, ele passou, mas... — Rory olhou para as escadas novamente e, em seguida,
para Moibeal. Quando seus olhos se estreitaram para sua criada, Edith observou a
desaprovação no rosto da garota. Aparentemente, ele não teve problemas em descobrir o
que poderia estar por trás dessa desaprovação, porque quando ele finalmente voltou a
olhar para ela, ele disse solenemente: — Eu estou supondo que Moibeal mencionou que
Niels quer levar você para Buchanan hoje.
Edith hesitou, tentando organizar um argumento razoável pelo qual eles não
deveriam fazer isso.
Antes que ela pudesse, Rory continuou: — E eu sei que deve ser assustador.
Ela piscou com a sugestão.
— Deixar a casa que você sempre conheceu por uma nova cheia de estranhos é, sem
dúvida, uma perspectiva assustadora, — ele disse solenemente: — Mas é o melhor. Será
mais seguro para você, assim como para as pessoas daqui.
— As pessoas daqui? — Perguntou Edith, com surpresa.
— Bem, nós temos tido sorte até agora. Pelo menos um pouco. Moibeal sobreviveu
ao veneno preparado para você, e está saudável e bem novamente. Effie, eu começo a
pensar que não irá sobreviver, no entanto, mas pelo menos nós tivemos sorte ontem e
ninguém estava por trás de você, quando você se inclinou e a seta passou por você sem

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deixar sua marca. Se estivessem Niels ou Tormod ou qualquer outra pessoa por trás
você, eles poderiam ter recebido a seta em seu lugar. Mesmo Ronson poderia ter
recebido, se você o levantasse na sela com você, ou se o objetivo do atirador tivesse
falhado.
Edith estava cedendo sob a percepção de que ele estava certo, quando Rory
acrescentou: — E então há o incidente do hidromel da véspera.
Ela olhou para ele bruscamente. — E daí? Ninguém mais bebeu, não é?
— Não. Mas nós quase o fizemos. Geordie foi buscá-lo logo após o incidente da
flecha e estava indo para servir para cada um de nós um pouco, quando você foi para
cima para se limpar. Mas Tormod disse que preferia ter cerveja, e o resto de nós pensou
que soava bem e que iríamos deixar o hidromel para você. Se não tivéssemos feito isso,
Geordie, Alick, Tormod, Niels e eu, nós todos, provavelmente, estaríamos mortos agora.
— Querido Deus, — Edith respirou, caindo para sentar-se no banco da mesa.
— Sim, — Rory disse severamente. — Nós tivemos muita sorte. Da próxima vez,
podemos não ter. É mais seguro para todos que Niels leve você daqui. Pode até ajudar a
revelar o assassino.
Pestanejando para isso, ela levantou os olhos. — Como?
— Bem, se eles estão determinados a terminar o que eles começaram e matar você
também, eles teriam que seguir você para Buchanan, ressaltou. — Eles vão revelar-se se
eles fizerem isso.
— Oh, sim, — Edith respirou e sacudiu a cabeça. Ontem, ela argumentara com
Moibeal que deixar Drummond não iria deixá-la mais segura, uma vez que o assassino
poderia segui-la. Agora Rory tinha virado esse argumento contra ela. Se o assassino a
seguisse, ele certamente ia ser reconhecido como o assassino. E se ela ficasse, ela poderia
estar colocando outras pessoas em risco.
Edith não podia acreditar que isso não tivesse ocorrido a ela. Ou talvez ela pudesse,
porque enquanto ela não tinha percebido antes o que Rory tinha sugerido, ela estava
ansiosa por ter que deixar Drummond. Tinha sido sua casa toda a sua vida. Era a única
casa que ela conhecia, e este era seu povo. Ela cresceu com eles ao redor dela e não podia
imaginar sua vida sem eles. Mas ela ia ter. Todas as garotas tinham que crescer, casar-se
e afastar-se das pessoas que amavam. Bem, nem todas, ela supunha, pensando em
Murine. Ela agora morava em sua casa de infância com seu marido, Dougall, mas poucas
mulheres tinham essa sorte.
— Bem, — Moibeal disse de modo vivo. — Então eu suponho que eu deveria subir
e começar a empacotar para a viagem.
— Eu acho melhor ir acordar o meu marido em primeiro lugar, — disse Edith, com
um suspiro e se levantou.
—Não, — Rory disse de repente. Quando Edith olhou para ele com surpresa, ele fez
uma careta e disse: — Niels pode ser um pouco difícil de acordar de manhã e rabugento,
quando está cansado. Vou parar e acordá-lo no meu caminho para alimentar Effie com

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mais sopa. Vocês duas podem subir e começar a empacotar, logo que ele desça. Dessa
forma, vocês podem tomar o desjejum enquanto esperam, — acrescentou, e em seguida,
advertiu. — Só coma o que o cozinheiro disser que é seguro. E certifique-se de que ele
abra um barril novo, de tudo o que você quiser beber.
— Sim, — Edith resmungou, mas enquanto ela olhava Rory virar para subir as
escadas, ela pensou que seria melhor simplesmente não comer ou beber nada até que
eles tivessem partido. Ela estava cansada de ficar doente.

Niels acordou com um estrondo e saltou para cima na cama, olhando


descontroladamente para Edith, apenas para descobrir que ela não estava mais ao seu
lado. Girando seu olhar ao redor da sala em busca dela, ele encontrou em vez disso, seu
irmão Rory. O homem estava encostado contra a porta fechada, um sorriso satisfeito no
rosto.
— Onde está Edith? — Niels rosnou em modo de saudação, e Rory empurrou-se
para longe da porta com um sorriso e começou a atravessar a sala.
— Ela está abaixo, esperando você acordar para que ela e sua criada possam
começar a empacotar.
— Empacotar? — Ele perguntou, com surpresa.
— Sim. Sua criada disse a ela que você planejava levá-la para Buchanan e eu a
convenci que era o melhor a fazer.
— Você conseguiu? — Perguntou Niels, com surpresa. Ontem à noite, quando eles
se sentaram na beira da cama, ele mencionara suas preocupações de que Edith discutiria
ou mesmo recusaria ir embora, mas ele não esperara que seu irmão fosse intervir.
—Sim, — Rory disse soando muito satisfeito consigo mesmo. — E então eu ajudei-o
ainda mais, ao convencê-la a me deixar acordar você, quando ela disse que o faria.
— Como foi que me ajudou? — Perguntou ele, com espanto.
— Porque eu estou bem certo que se ela tivesse vindo até aqui para despertá-lo,
vocês dois acabariam rolando na cama o dia todo e não partiriam até amanhã, — disse
ele, secamente.
Niels acalmou-se com a sugestão, sua mente capturada pela ideia. Eles ainda não
tinham sequer consumado o casamento, ele percebeu. Tecnicamente, isso significava que
eles não eram sequer casados, não era? Ele não tinha certeza, mas realmente, eles
deveriam assumir o risco? Afinal, se eles encontrassem Brodie antes da consumação, ele
poderia ser capaz de anular o casamento ou algo assim. Balançando a cabeça, ele
começou: — Talvez...
— Não, — Rory disse, com firmeza.
— Não, o quê? — Perguntou Niels, com surpresa. — Eu não disse nada ainda.
— Você estava prestes a assinalar que o casamento não havia sido consumado e
sugerir que ficassem mais um dia, assim você poderia fazer isso, — disse Rory, sem um

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pingo de dúvida. — Você provavelmente ia mesmo acrescentar algum argumento de que
o irmão pode fazer o casamento considerado inválido, se você o encontrasse antes de
consumá-lo.
— Droga, irmão, você me conhece bem, — disse Niels, com diversão.
— Sim, — Rory concordou. — E eu sei que nunca você vai se perdoar se você ficar
esse dia extra e acabar viúvo, tudo pela chance de fazer sexo com sua esposa.
— Sim, eu não me perdoaria, — Niels concordou infeliz, e jogou os lençóis e peles
de lado, para sair da cama.
— Além disso, Brodie não poderia provar que o casamento não foi consumado, —
Rory comentou, de repente.
Niels bufou com a sugestão enquanto agarrou sua camisa do chão e colocou-a. Uma
vez que a cabeça saiu pelo colarinho, ele disse: — Eu acho que o fato de que ela foi
envenenada e estava tão doente, provavelmente, afastaria esse caminho.
— Sim, mas o lençol sugere que ela pode ter ficado doente após a consumação. Ou
que o casamento foi consumado esta manhã, antes de levantar-se, — Rory assinalou e
Niels virou-se para olhar para a cama, arregalando os olhos quando viu a mancha
marrom-avermelhada seca, no lençol de baixo. Era das conservas que Edith tinha
espalhado em si mesma graças aos conselhos da desconhecida Magda, mas se parecia
com sangue. Um sorriso lento reivindicou seus lábios.
— Vou levá-la e pendurá-la sobre o corrimão enquanto você faz as pregas do seu
tartan, está bem? — Perguntou Rory, movendo-se em direção à cama.
Niels começou a assentir, mas depois franziu a testa e perguntou: — E se alguém
investigar e perceber que é apenas conserva?
Rory fez uma pausa e depois relaxou e disse: — Eu só vou deixá-lo até a refeição da
noite e depois tirá-lo e queimá-lo. Dessa forma, todos vão vê-lo, mas Brodie não será
capaz de examiná-lo, quando ele retornar.
— Bom, — Niels disse, procurando em torno agora por seu tartan. — Obrigado.
— Não tem de que, irmão, — Rory disse suavemente, tirando o lençol manchado
para fora da cama. — Eu estou sempre feliz para ajudar o desenvolvimento do amor
verdadeiro.
Niels olhou para ele bruscamente. — Amor? Eu não amo Edith. Eu gosto dela, mas
isso é tudo.
Rory deu-lhe um olhar de pena quando ele se endireitou com o lençol na mão. —
Às vezes, Niels, eu juro que você é um idiota sem nada em sua cabeça, além de um
cérebro cozido... e este é um daqueles momentos em que você realmente acredita que
você não ama a moça. A forma como você se desesperou por ela ontem à noite deixou
bem claro para todos que você a ama.
— Todos? — Perguntou Niels, com os olhos arregalados. — Como é que todos
sabem alguma coisa? Só você, Tormod, Geordie e Alick estavam aqui em cima.

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As sobrancelhas de Rory se ergueram. — Você realmente não se lembra de ter
corrido para o topo das escadas em pânico, vestindo nada além de suas botas e vômito e
berrando como um urso ferido para nós, para virmos rápido, que sua Edith estava
atingida?
— Oh, — Niels murmurou, lembrando isso vagamente agora.
— Sim, oh, — Rory disse, secamente. — Confie em mim, todos neste castelo estão
agora convencidos de que você ama sua Lady. Você é o único que aparentemente ainda
não percebeu isso.
Com essa afirmação, ele se virou e levou o lençol, deixando Niels para preguear seu
plaid e refletir sobre o fato de que ele deveria amar a sua esposa. Meu Deus, como isso
tinha acontecido?

— Hmmm.
Edith olhou para Moibeal com esse comentário. A criada tinha sentado para
discutir o que elas teriam que empacotar para a viagem, enquanto Edith tomava seu
desjejum. Ambas as mulheres tinham rapidamente percebido que estavam indo para um
esforço muito maior do que tinham pensado. Além de seus baús de roupas, Edith tinha
dois baús de roupas de cama e esses sua mãe tinha começado, quando ela era apenas um
bebê. Ela tinha dito que eram para levar com ela quando se casasse. Havia também seu
arco e flecha e inúmeros outros itens pessoais que precisariam ser embalados.
— O quê? — Edith perguntou a Moibeal, com curiosidade, quando a mulher não
comentou nada mais.
—Parece que seu marido está acordado, ou pelo menos fora da cama, — disse
Moibeal com diversão, apontando para as escadas.
Edith virou-se para seguir o seu olhar, esperando ver o marido descendo as
escadas. Em vez disso, seu olhar foi capturado pela enorme faixa de lençol branco que
Rory estava pendurando sobre o corrimão superior. O queixo dela caiu, enquanto seu
olhar se concentrava na enorme mancha escura no centro.
— E eu aqui preocupada que você doente e tudo, não tinha consumado o
casamento, — Moibeal comentou, e depois acrescentou: — Pelo menos nós não
precisamos nos preocupar que Brodie poderia anular o casamento, se ele chegasse antes
de partirmos.
Edith apenas olhou para o lençol. Até onde ela podia se lembrar, não tinham
consumado o casamento. Mas isso definitivamente parecia ser sangue no lençol. Talvez
Niels temia que Brodie pudesse anular o casamento se lhe fosse dada a oportunidade e
tinha consumado enquanto ela estava inconsciente, para garantir que não acontecesse.
Seu olhar caiu para seu colo com esse pensamento e ela simplesmente aquietou-se por
um momento, tentando ver se ela se sentia diferente lá em baixo.

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Não, Edith finalmente decidiu. Ela não se sentia nada diferente... o que era uma
espécie de desapontamento. Ela realmente teria esperado se sentir diferente de alguma
forma, embora ela não tivesse certeza de como, ou até mesmo por que, ela teria pensado
isso. Ele beijando-a e enfiando a língua em sua boca, não tinha deixado sua boca se
sentindo diferente depois. Mas então, não havia virgindade em sua boca para sangrar e,
a julgar pela quantidade de sangue na roupa, o rompimento não tinha sido uma coisa
pequena. Edith quase se perguntou se ela não devia encontrar alguma mancha de sangue
e mudar para o vestido vermelho-escuro que ela normalmente usava durante a menarca,
para minimizar sinais visuais de manchas de sangue. Se ela ainda estivesse sangrando...
De pé subitamente, Edith se dirigiu para as escadas, com a intenção de verificar a
questão, mas parou no início dos degraus, quando Niels apareceu no topo e começou a
descer. Envergonhada e tímida, Edith abaixou a cabeça e começou a subir, mas parou
quando Niels cruzou com ela e pegou seu braço.
— Bom dia, esposa, — ele murmurou, inclinando-se para pressionar um beijo em
sua testa.
— Bom dia, marido, — Edith sussurrou. Perturbada, ela olhou para cima e, em
seguida, para outro lado, quando ela viu que ele estava olhando para ela, estranhamente.
— Onde vocês vão? — Ele perguntou.
Edith abriu a boca, e depois fechou-a, imediatamente, não à vontade para discutir
as necessidades do seu corpo com ele ainda, mas, em seguida, disse: — Para empacotar.
— Ah. — Ele sorriu e apertou-lhe o braço. — Basta arrumar um par de vestidos por
agora. Geordie e Alick estarão retornando, depois de nos levar até Buchanan, para
recolher Rory e concordaram em trazer uma carreta para levar Ronson, sua avó, Laddie e
qualquer outra coisa que você necessite de Drummond.
Edith esqueceu tudo sobre ela, possivelmente ainda estar sangrando com isso e
olhou com surpresa. — Ronson e sua avó?
— Bem, se Bessie estiver disposta, — Niels disse, ironicamente. — Eu pensei que
você gostaria que eles viessem para Buchanan com a gente. Eu estava errado?
— Não. Isso seria maravilhoso, marido, — ela assegurou-lhe rapidamente, um
sorriso nos lábios. — Eu estava com medo do que seria deles depois que eu partisse.
Victoria não cuidaria de qualquer um deles.
Ele sorriu. — Então, se sua avó estiver disposta, Geordie e Alick vão trazê-los. Eles
vão trazer qualquer outra coisa que você possa precisar também. — Niels franziu o
cenho, brevemente, e depois acrescentou: — Embora possa ser melhor que você deixe
Moibeal aqui até lá. Ela poderá dizer a meus irmãos tudo que você iria querer trazer.
Dessa forma, eles não deixariam acidentalmente nada para trás. — Ele hesitou e depois
acrescentou: — Se você puder ficar sem sua criada por uma semana ou...
— Oh, sim, — Edith interrompeu rapidamente. Uma semana sem criada era pouco
para trocar pela certeza de que nada fora deixado para trás.

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— Ótimo. Então vá arrumar alguns vestidos e o essencial e vamos partir assim que
você estiver pronta, — ele sugeriu.
— Sim, milorde, marido, — disse Edith e virou para ir embora, mas depois parou e
girou de volta para jogar seus braços em volta do pescoço dele e pressionar um rápido
beijo entusiasmado em seus lábios. — Obrigada, marido, — ela disse alegremente,
enquanto em seguida, retirava seus braços, mas ele a impediu, deslizando seus braços ao
redor da cintura dela e abraçando-a.
—Isso não é muito um beijo de agradecimento, esposa, — Niels murmurou, sua voz
ficando rouca. — Nós podemos fazer melhor do que isso, você não acha?
— Sim, — Edith sussurrou e fechou os olhos, enquanto o rosto dele abaixava e ele
reivindicava sua boca. Quando uma de suas mãos subiu para segurar a parte de trás de
sua cabeça e incliná-la para um melhor ângulo, enquanto sua língua deslizava para fora
para acariciar os lábios, Edith abriu-os para ele e gemeu em sua boca, enquanto
aprofundava o beijo. Isso foi tudo o que levou para o corpo dela voltar à vida, com
excitação e dor com o desejo. Ela podia sentir a dureza crescente entre eles, pressionando
contra sua barriga, por isso não se surpreendeu quando Niels de repente pegou-a em
seus braços e começou a subir as escadas, sem interromper o beijo. Ela estava mesmo
ansiosa para amenizar a dor que ele tinha criado, por isso, se assustou quando de repente
ele interrompeu o beijo e parou de andar.
Espiando para o rosto dele, viu que ele estava olhando para além dela, parecendo
um pouco vexado. Edith se virou para ver que Rory estava agora no topo da escada, os
braços cruzados sobre o peito e uma sobrancelha levantada.
Suspirando, Niels colocou Edith no degrau acima dele. Ele segurou-a brevemente
até que ele teve certeza que ela tinha se equilibrado e, em seguida, empurrou-a para
subir as escadas, dizendo: —Vá empacotar. Vou mandar Moibeal até você, então você
poderá contar-lhe os planos, e então eu vou encontrar Geordie e Alick e dizer-lhes que
estamos partindo em breve.
Escondendo seu desapontamento, Edith balançou a cabeça e continuou a subir as
escadas sozinha.

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Capítulo 11

— Geordie!
Piscando para afastar os pingos de chuva agarrando-se a seus cílios, Edith olhou
para o marido no cavalo à frente dela com esse grito e depois olhou além dele, para o
homem andando na frente de seu grupo. Alick andava atrás dela, mas Geordie estava
liderando o caminho, andando à frente para encontrar problemas. Ele diminuiu agora e,
em seguida, virou-se para cavalgar de volta com o chamado de seu irmão.
Fazendo seu cavalo ficar atrás da montaria de seu marido, quando ele parou, Edith
esperou pacientemente enquanto os dois homens começaram a conversar. Ela não podia
ouvir o que diziam com a tempestade trovejando em torno deles, mas esperava que
tivesse algo a ver com parar para esperar a chuva passar. Tinha começado ao meio-dia,
duas horas depois de terem deixado Drummond. Tinha sido apenas uma leve garoa no
início, mas Niels tinha imediatamente extraído uma manta de sua bolsa e voltado atrás
para o lado dela, para sugerir que ela envolvesse o tecido repelente de água em torno de
si mesma. Ela realmente não tinha pensado que era necessário no início, mas tinha
aceitado a oferta e envolvido em torno de si mesma, apreciando o gesto.
A garoa tinha continuado indo e vindo durante a maior parte da tarde, enquanto
eles cavalgaram, mas há meia hora tinha de repente se transformado em uma chuva
torrencial. Ela estava ficando mais forte e mais ventosa a cada momento e Edith estava
agora encapsulada no plaid, com apenas seus olhos espreitando o melhor que podiam.
Agora estava quase tão escuro como a noite, embora soubesse que só poderia ser o fim
da tarde, mas entre isso e o vento soprando a chuva em seus olhos, estava ficando difícil
enxergar.
Limpando a água dos olhos, Edith sentou-se um pouco mais reta na sela e viu
quando Niels, de repente, virou seu cavalo e aproximou-se do lado dela, para que seus
cavalos se encarassem de direções opostas.
— Nós estamos pensando que devemos parar e esperar a tempestade passar, —
anunciou ele, inclinando-se para fora da sela e mais perto, para ter certeza de que ela
ouvia.
Edith assentiu com alívio.
— Precisamos encontrar terreno elevado, porém, ou em algum lugar que ofereça
um pouco de proteção. Você conhece esta área melhor do que nós, moça. Você conhece
um local apropriado?

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Mordendo o lábio, Edith olhou em volta, à procura de qualquer coisa que pudesse
parecer familiar. A verdade é que, embora esta era terra de Drummond, ela não
costumava vaguear longe do castelo. O lago e prado eram o mais longe que ela
costumava ir, a menos que viajasse para visitar Saidh ou Jo ou algo desse gênero, e ela
podia contar em uma mão, quantas vezes ela tinha feito isso.
A menos que ela incluísse viagens de infância, Edith pensou de repente, quando
seu olhar pousou em uma árvore à frente e à sua direita.
— O pavilhão! — Ela exclamou com entusiasmo.
— O pavilhão? — Perguntou Niels.
Edith concordou com o primeiro sorriso que ela tinha dado, desde que começara a
chover. — Vê aquela árvore ali? A grande, com escultura no tronco.
Niels virou-se para olhar para onde ela estava apontando e, em seguida, assentiu.
— Sim.
— Meu pai fez isso anos atrás, quando éramos crianças. Ele costumava me levar,
minha mãe e irmãos para o pavilhão, algumas vezes por ano, quando éramos jovens, —
explicou ela, gritando para ser ouvida sob a chuva. — Nós deveríamos estar caçando,
mas principalmente nós jogávamos jogos e fazíamos piqueniques e nadávamos e tal. Ele
esculpiu isto em uma das viagens. Isso significa que estamos perto do pavilhão.
— Você pode encontrá-lo? — Niels perguntou, de repente.
Edith olhou para a árvore por um momento e depois assentiu, — Sim, eu penso que
sim.
— Então mostre o caminho e podemos ficar fora da chuva, disse Niels, com um
sorriso.
— Sim. — Edith assentiu, e depois instou seu cavalo para frente, procurando no
terreno o caminho que ela se lembrava. Tinha anos desde que seu pai os tinha trazido até
aqui, não mais desde que sua mãe morrera, e no início ela se preocupou que o caminho
poderia ter completamente desaparecido até agora. Mas depois de uma
surpreendentemente curta pesquisa, uma expressão de triunfo deslizou por seus lábios e
ela virou sua égua para o caminho. Alguém tinha, obviamente, estado utilizando o
pavilhão para o caminho ainda estar lá, Edith pensou, enquanto ela levava os homens
para as árvores. Provavelmente um de seus irmãos. Ambos, Roderick e Hamish,
gostavam de caçar.
Levou vinte minutos para chegar ao pavilhão. Edith não se lembrava de levar
muito tempo, por isso estava começando a se preocupar que ela tivesse seguido o
caminho errado ou algo, quando as árvores de repente deram lugar à clareira onde o
pequeno edifício de pedra e os estábulos estavam. Alívio correndo por ela, Edith
conduziu sua égua direto para o pequeno estábulo, diminuindo a velocidade quando
eles se aproximaram da porta fechada e, em seguida, rapidamente deslizando para baixo
e correndo para abri-la ela mesma, em vez de esperar por um dos homens para fazer isso

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por ela. Ela estava tão ansiosa para sair da chuva fria e úmida, que até os estábulos
pareciam atraentes para ela naquele momento.
Ela ansiosamente abriu a porta, e depois recuou, tropeçando em alguém quando o
fedor de carne podre lançou-se sobre ela.
— Edith, o que...? — Ela ouviu Niels dizer, quando mãos agarraram seus ombros, e
então ele deve ter sentido o cheiro que agora a tinha cobrindo a boca com a mão e
arfando. Praguejando, seu marido conduziu-a para longe do estábulo e para o pavilhão,
apenas para parar e levá-la para uma árvore, que iria oferecer cobertura em seu lugar.
— Está tudo bem. Você pode tirar sua mão agora. Está melhor aqui, — disse Niels.
Edith baixou a mão para tomar um sniff cauteloso e então suspirou com alívio, e
respirou fundo várias vezes para limpar o nariz e os pulmões, e acalmar o estômago.
Uma vez que ela tinha certeza que não ia vomitar, ela olhou para os estábulos bem a
tempo de ver Geordie e Alick sair. Ambos tinham o pano de seus tartans sobre o rosto,
mas seus olhos estavam sombrios quando eles recolheram as rédeas dos cavalos e os
conduziram para a árvore.
— O que vocês encontraram? — Niels perguntou solenemente, enquanto ele
ajudava a amarrar os cavalos em um ramo baixo da árvore que eles tinham ficado
embaixo.
— Cavalos mortos, — Geordie disse severamente. — Morreram de fome, seria o
meu palpite. Parece que eles tentaram comer suas baias, ou talvez eles estavam apenas
tentando sair para encontrar comida.
— Quantos? — Niels perguntou quando Geordie pausou.
— Sete ao todo.
Edith enrijeceu e olhou-o bruscamente. — Sete?
— Sim. — Geordie assentiu.
— Marido, — ela disse ansiosamente, agarrando o braço de Niels. — Brodie levou
seis homens quando ele e Victoria partiram, e Lonnie foi morto na floresta, seu cavalo,
presumivelmente roubado. Você não acha que... ?
A boca apertando, Niels encaminhou-a para Alick. — Fique aqui com meu irmão,
eu já volto.
Ele se dirigiu para o pavilhão, com Geordie em seus calcanhares. Edith mordeu o
lábio enquanto observava. Ela sentia como se devesse ir com ele também, mas
simplesmente não conseguia fazê-lo. Sua mente estava pintando uma imagem do que
eles iriam encontrar no interior e não era bonita. Nenhum homem deixaria
voluntariamente cavalos para morrer de fome, pois dependiam muito deles. Os
proprietários certamente deviam estar mortos também, e tinha sido há muito mais tempo
do que os cavalos que morreram de fome. Se fossem Brodie, Victoria e sua escolta...
Engolindo, Edith observou Niels abrir a porta para o pavilhão. A forma como os
dois homens imediatamente empurraram de volta e, em seguida, puxaram a ponta do

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tartan para cobrir seus narizes e bocas antes de entrar, disse a ela que havia
definitivamente algo morto lá dentro.
Aparentemente Alick também pensava assim, porque de repente ele colocou um
braço protetor ao redor de seus ombros, e disse: — Pode não ser seu irmão e sua esposa.
Ela sabia que ele estava tentando tranquilizá-la, mas mesmo ele não soava como se
acreditasse, e Edith se viu incapaz de ver, através da repentina torrente de lágrimas nos
olhos. Limpando-as, ela mordeu o lábio e simplesmente esperou. Pareceu um tempo
longo antes que os dois homens voltassem para fora. Geordie imediatamente caminhou
para dentro da floresta e ela podia ouvir seu vômito, mesmo com a chuva.
Embora Niels tivesse um rosto cinza como seu irmão, ele foi na direção oposta. Ele
foi direto para o poço. Ele nem sequer teve que tirar água, a tempestade tinha
aparentemente deixado o balde que estava na parede do poço cheio d’água. Niels
mergulhou as mãos nele e parecia estar limpando-as. Quando ele terminou, ele despejou
a água no chão e, em seguida, caminhou até a árvore para se juntar a eles.
— São eles? — Edith perguntou, em voz baixa, já sabendo a resposta.
Niels abriu a boca, fechou-a e então suspirou e admitiu, — É difícil dizer. Eles estão
mortos há algum tempo, mas são seis homens e uma mulher. A mulher está vestindo um
vestido dourado.
Edith franziu a testa. — Victoria estava usando um vestido dourado quando eles
partiram.
Niels apenas balançou a cabeça, não parecendo surpreso, e então ele levantou a
mão e disse: — E o homem ao lado dela estava usando isso.
Edith olhou para a mão dele, quando ele a estendeu. Por um momento, ela apenas
olhou para o anel de ouro, descansando na palma da mão. Era um anel de homem, ouro
com o brasão da família Drummond nele. Era o anel do sinete que seu pai tinha usado
até o dia em que morreu. Ele o pressionava sobre a cera, em todas as mensagens que ele
enviava, como prova de que eram dele. Quando ele morreu, Tormod o tinha removido e
levado para Roderick, e, em seguida, ele tinha levado para Hamish, quando Roderick
morreu. A última vez que ela o tinha visto fora com Brodie, que o estava usando quando
ele deixou Drummond. Ele estava usando o anel, e Victoria estava cavalgando ao lado
dele, seu vestido dourado brilhando à luz do sol.
Eram eles. A mulher era Victoria, e os seis homens mortos eram Brodie e os cinco
homens restantes de sua escolta. Ela agora tinha perdido até o último membro de sua
família. Ela estava sozinha, Edith percebeu sombriamente e se perguntou de onde o som
alto de lamento estava vindo. Ela percebeu que estava vindo dela, pouco antes da
escuridão se fechar em torno dela e ela começar a cair.

Praguejando, Niels pegou Edith antes que ela pudesse pousar na lama, e depois
simplesmente ficou ali, segurando-a e olhando para seu rosto pálido, imaginando o que

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fazer. Eles não podiam ficar aqui. Mesmo que eles arrastassem os mortos para fora do
pavilhão e colocassem nos estábulos até que pudessem se organizar para devolvê-los a
Drummond, o cheiro no pavilhão seria insuportável. Além disso, ele não queria que
Edith acordasse no lugar onde ela sabia que seu irmão havia tido seu último suspiro.
— Vamos cavalgar? — Alick perguntou, esperançosamente, quando Geordie
retornou dos bosques.
— Não, — Niels disse severamente, e então suspirou miseravelmente e virou-se
para levar Edith para sua montaria.
— Eu vou segurá-la enquanto você monta, — Geordie disse calmamente.
Concordando, Niels entregou-a e colocou um pé no estribo.
— Mas para onde estamos indo? — Perguntou Alick com uma careta. —Não
podemos levá-la de volta para Drummond. Ela não está segura lá.
— Não, ela não está, — Geordie concordou solenemente, em seguida, assinalou, —
Mas ela é a última dos filhos do velho Laird. Ela é agora líder do clã. Ela não vai
agradecer quando ela acordar e descobrir que a tínhamos tornado tão covarde quanto
Brodie, por levá-la à segurança em Buchanan e deixado seu povo desprotegido.
A boca de Niels se apertou enquanto seu irmão colocava em palavras seus próprios
pensamentos. Por mais que ele gostaria que fosse de outra forma, teriam que voltar para
Drummond. E então eles teriam que manter Edith segura, enquanto ele caçava o
assassino. Ele só pedia a Deus que ele pudesse fazê-lo antes que o assassino pudesse
terminar o que tinha começado e matar a última do clã Drummond, sua esposa.

— Eles estão levantando o portão.


Niels desviou o olhar do rosto pálido, adormecido, de Edith ao luar e olhou para o
castelo, para ver que o portão estava realmente subindo. Agora que a tempestade havia
finalmente terminado, o céu noturno era tão claro como poderia ser, com uma grande lua
cheia e incontáveis estrelas que faziam a visibilidade muito boa, agora que eles estavam
fora da cobertura das árvores.
Suspirando, Niels incitou seu cavalo para frente, para atravessar a área aberta entre
o castelo e a floresta que o cercava. Ele estabeleceu o ritmo em uma caminhada lenta,
para evitar choques em Edith.
Niels tinha enviado Geordie na frente, para avisar os homens na muralha que eles
estavam retornando e fazê-los abrir o portão. Enquanto ele fazia isso, Niels e Alick
tinham esperado na base da colina, logo fora das árvores. Ele queria evitar ficar muito
perto e arriscar Edith ser acordada pelos gritos para lá e para cá. Ela tinha acordado
várias vezes na viagem de regresso, e cada vez tinha chorado e voltado a dormir. A única
razão que ele sabia disso era porque, escondida sob o tartan que ele tinha envolvido em
torno de ambos, ela tinha embebido a camisa dele com lágrimas quentes, cada vez que
ela acordara.

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Niels sabia que todas as lágrimas de Edith não eram exclusivamente por Brodie e
Victoria. Edith estava finalmente de luto pela morte de toda sua família. Ela esteve um
pouco quando Cawley tinha morrido, mas tinha sido apenas uma gota no balde da
tristeza que ela deveria sentir. Ele não podia sequer imaginar como ele se sentiria se ele
perdesse todos os seus irmãos, assim como sua irmã em poucas semanas. Mas ele sabia
que seria devastador. Niels queria poupá-la disso, tanto quanto possível, por enquanto.
Ele sabia que ele estava apenas adiando o inevitável. Edith precisava deixar sair sua dor
e chorar, e se ela não fizesse isso agora, ela iria fazê-lo mais tarde. Mas entre conseguir
uma soneca de pouco mais de uma hora na noite passada, depois do seu
envenenamento, e sua própria viagem muito longa e inútil hoje, Niels estava exausto
demais para ser capaz de oferecer-lhe o conforto que ele sentiu que seria necessário. Ele
estava esperando que ele pudesse levá-la para dentro e para a cama, sem acordá-la. Uma
vez que ele tivesse tido uma soneca, mesmo que curta, ele poderia segurá-la e confortá-
la, enquanto ela gastasse suas lágrimas.
Geordie estava desmontado e esperando no portão com Tormod, Rory e vários
soldados, quando Niels alcançou-o. Quando Geordie moveu-se para seu caminho, ele
parou seu cavalo e levantou uma sobrancelha interrogativa.
Se ele podia ver isso ou não, Geordie explicou: — Os homens estão esperando para
protegê-la de flechas, — Geordie disse solenemente, enquanto o grupo de homens corria
para a frente com vários itens que Niels não entendeu até que os colocaram juntos ao
lado de seu cavalo. Um barril, uma caixa e um balde um ao lado do outro formaram um
conjunto de escadas improvisadas, para ele desmontar sem sacudir Edith.
— Obrigado, — Niels quase sussurrou as palavras. Apoiando o pé esquerdo sobre o
barril, ele levantou-se e moveu sua perna direita sobre a cabeça de sua montaria e se
levantou com Edith em seus braços. Ele então desceu pelo caixote e um balde, como se
fossem escadas para chegar ao chão.
Enquanto Alick desmontava e seus cavalos eram levados, Tormod disse: — Por
aqui, — e afastou-se para que Niels desse sua primeira olhada no que eles tinham
arranjado. A visão o fez parar, com a surpresa.
Com a tempestade retardando-os a princípio, a viagem de regresso tinha levado
mais tempo do que a viagem de ida. Era tarde agora, mais perto do amanhecer do que do
entardecer que tinha acabado de passar. Todo mundo, menos os homens na muralha,
deveria estar dentro dormindo, e eles provavelmente tinham estado, antes da chegada de
Geordie. Mas agora parecia que cada homem e mulher em Drummond, desde os
soldados até as copeiras, estavam alinhados dois a dois, desde a muralha até as portas do
castelo, cada um deles segurando um escudo alto no ar, para que eles formassem um
túnel por onde Niels poderia transportar com segurança Edith, sem o medo de flechas
caindo de cima.
Engolindo, Niels virou-se para Geordie e murmurou: — Obrigado.

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— Não foi minha ideia, — disse ele, com um sorriso torto. — A notícia que
encontramos Laird Brodie morto e que Lady Edith estava retornando se espalhou,
enquanto esperávamos você atravessar da floresta até o portão e os homens apenas
começaram a se alinhar com os escudos. Antes que eu percebesse, criados foram se
espalhando pelo castelo para ajudar a proteger a sua lady. Seu povo ama muito sua
esposa.
Niels encarou-o fixamente por um minuto, e então simplesmente assentiu com a
cabeça e avançou para dentro do túnel que o povo de Edith tinha feito para oferecer-lhe
uma passagem segura. Mas ele foi tocado além de palavras, neste show de carinho e
preocupação com sua esposa. Para ele, isso indicava que se importavam com ela tanto
quanto ela se importava com eles. Ele estava bastante seguro que não teriam feito isso
para o irmão dela.
Niels caminhou rapidamente, mas manteve a cabeça levantada e tentou fazer
contato visual com cada pessoa por quem ele passou, para deixá-los saber que suas ações
foram anotadas e apreciadas. Muitos assentiram como se compreendendo, outros
simplesmente se endireitaram com um pouco de orgulho, mas alguns não perceberam,
porque os seus olhos tristes estavam em sua lady dormindo.
Apesar do túnel de escudos, Niels estava aliviado de ter Edith dentro da fortaleza.
Após as horas passadas no frio e umidade, o calor no grande salão era bem-vindo.
— Eu enviei Moibeal para cima para preparar um fogo no quarto de minha lady,
— Tormod anunciou, à medida que o seguia para dentro.
— Obrigado. Pegue um barril de cerveja e algumas taças e venha para cima,
— acrescentou, enquanto se dirigia para as escadas.
— Quem? — Geordie perguntou incerto.
— Todos vocês, — Niels disse, severamente. Ele queria Tormod e seus irmãos,
todos lá. Ele precisava falar com eles, mas não estava disposto a deixar Edith sozinha.
Eles teriam que conversar calmamente ao redor da mesa, na frente do fogo... que só tinha
duas cadeiras lembrou ele, e quando ele começou a subir as escadas, Niels acrescentou,
— Você pode querer pegar algumas cadeiras dos outros quartos. Há apenas duas lá.
— Você tem certeza que vamos todos caber? — Perguntou Rory, e algo de diversão
em sua voz fez Niels pausar e dar meia volta para olhar para trás. Ele arregalou os olhos,
incrédulo, quando viu que cada um dos homens e mulheres que tinham se alinhado para
garantir a passagem segura de Edith, os tinham seguido dentro e através do grande
salão, e estavam ou nas escadas atrás dele, ou esperando, pacientemente, por sua vez de
segui-los subindo as escadas. Parecia que seu “todos vocês” tinha sido ouvido e
entendido literalmente, quando significava apenas seus irmãos e Tormod. Niels quase
explicou que ele não tinha realmente dito todos no castelo, mas depois mudou de ideia e
disse simplesmente: — Vamos falar aqui em baixo.

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Assim que todos começaram a recuar, descendo as escadas, Niels olhou para Alick
e perguntou: — Você iria buscar algumas peles da cama para colocar Edith ao lado do
fogo?
— Claro. — Alick passou por ele e correu ao andar superior, enquanto Niels seguia
todo mundo de volta para baixo. Foi lento o suficiente ir com tantos diante dele, que
Alick estava de volta assim que ele desceu as escadas e se dirigiu para o fogo. Parecia
que seu irmão tinha agarrado cada uma das peles da cama, e algumas de um outro
quarto, observou ele com um sorriso cansado, quando o homem mais jovem correu à
frente para colocar e empilhar as peles, para fazer uma cama confortável. Ele então
colocou o último par sobre Edith logo que Niels a tinha ajeitado suavemente, para baixo,
sobre os outros.
No momento em que deu um passo atrás, Laddie apareceu e enrolou-se na frente
de sua dona. Edith agitou-se, então, e Niels prendeu a respiração, com medo que ela
acordasse, mas ela simplesmente envolveu o braço em volta do cão e enterrou o rosto em
seu pelo.
— Laddie e eu vamos mantê-la segura, milaird, — disse Ronson solenemente, ao
lado dele.
Niels olhou para seu pequeno rosto sério e assentiu. — Obrigado, rapaz.
Ronson acenou com a cabeça em resposta e, em seguida, sentou-se na borda das
peles para olhar para sua lady, com olhos muito velhos para sua idade.
Suspirando, Niels virou e se dirigiu para onde os homens tinham, silenciosamente,
montado as mesas de cavalete novamente. Eles eram desmontadas a cada noite para dar
lugar para dormir, e depois remontadas todas as manhãs, mas a manhã estava chegando
cedo este dia. Ou talvez a noite tenha sido prorrogada, Niels pensou, já que ele planejava
se retirar assim que ele terminasse de falar com o seu povo.
— Assim você encontrou Brodie? — Tormod disse finalmente, uma vez que Niels
estava sentado com uma cerveja na mão.
— Sim, — ele disse severamente. — No pavilhão de caça da família. Brodie, sua
esposa e os cinco homens restantes em sua escolta, estavam todos lá e mortos. E seus
cavalos ainda estavam todos nos estábulos e também mortos.
— Morreram de fome, — Geordie colocou.
— Poderia dizer como Brodie e os outros morreram? — Perguntou Rory. — Havia
feridas ou... ?
— Eu acho que foi veneno, — Niels interrompeu. — Eles estavam todos à mesa com
tigelas do que parecia ser sopa seca na frente deles e taças meio cheias de cerveja. O
barril de cerveja tinha um odor do cheiro do hidromel envenenado, então eu estou
supondo que eles foram envenenados, mas que desta vez foi posto o suficiente para uma
ação rápida. Ao contrário do Laird Drummond e seus filhos, eles não conseguiram nem
mesmo terminar as suas refeições ou se levantar de seus assentos, antes que morressem.

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E eles tinham sido mortos há muito tempo, tempo suficiente para que estivessem
irreconhecíveis.
— A criada, — Tormod murmurou.
Niels olhou incerto para o guerreiro. — Moibeal?
— Não, a criada de Lady Victoria, Nessa. Você disse que havia uma mulher e seis
homens, mas Lady Victoria levou a criada jovem e deixou Effie aqui. Deveria ter havido
duas mulheres e seis homens.
— Oh, sim, — disse Niels, franzindo a testa. — Lembro-me de Edith mencionar, ou
talvez foi você, mas eu só vi uma mulher. — Ele se virou para Geordie questionando,
mas seu irmão sacudiu a cabeça.
— Eu não vi outra mulher também. Apenas uma, — ele disse calmamente.
— Talvez não eram eles, então, — disse Tormod. — Você disse que eles estavam
irreconhecíveis.
— Sim. É por isso que eu tirei isto do dedo de quem estava ao lado da mulher.
— Niels tirou o anel do bolso e estendeu-o para Tormod ver.
A boca do velho apertou-se e ele concordou. — Sim. Brodie tinha isso quando eles
partiram. É o anel do laird. — Ele passou a mão cansada pelo cabelo grisalho e disse: —
Vou levar alguns homens e buscar os corpos, na primeira luz da manhã. Vamos verificar
a área por causa da criada, também. Talvez ela não tomou tanto quanto os outros e
conseguiu se arrastar para fora, para morrer.
Niels grunhiu com a sugestão, mas, em seguida, limpou a garganta e disse: — Só
para vocês se prepararem, eles são uma terrível confusão. Inchados e sua pele soltando.
Eu tive que cortar o dedo de Brodie e removê-lo, para que eu pudesse tirar o anel para
Edith, para identificação.
— Além disso, eles estão mortos há um bom tempo, — Rory disse calmamente.
— Meu palpite seria provavelmente desde a noite que eles chegaram ao pavilhão
de caça, — Niels disse solenemente. — Os cavalos teriam levado três ou quatro dias,
talvez uma semana no máximo para morrer, sem comida e água, e eles estavam longe de
estar mortos recentemente, também.
— E agora? — Tormod perguntou, em voz baixa.
— Agora eu mantenho Edith segura e encontro o culpado por trás das mortes de
toda a sua família, — Niels disse severamente, esfregando a parte de trás do seu pescoço.
Ele estava tão malditamente cansado, mas disse: — Nós vamos ter que encontrar uma
maneira de evitar que a comida e a bebida sejam envenenadas.
— Eu posso restringir o acesso às cozinhas para apenas eu mesmo e meus três
trabalhadores de maior confiança.
Niels olhou em volta até que ele avistou quem falava, e reconheceu o cozinheiro de
Drummond, Jaimie, entre a multidão de pessoas que estavam de pé e sentadas escutando
nas proximidades. O homem deu um passo adiante e continuou, — Nós podemos
arrumar mesas fora da cozinha. As três moças que eu escolher podem entregar a comida

Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands


do lado de fora nessa mesa, quando esteja pronta, para os outros criados levarem às
mesas de cavalete. Mas vou pessoalmente trazer para Lady Edith sua comida, para
garantir que ninguém chegue perto dela.
— Vamos mover vários tonéis de cerveja e cidra para fora da despensa e armazená-
los aqui no grande salão, até que isso seja resolvido. Dessa forma, podemos manter o que
Lady Edith deseja beber trancado na despensa, — acrescentou Tormod. — Eu sou o
único que tem uma chave. Eu, pessoalmente, buscarei suas bebidas quando ela quiser
uma.
— Isso cobre o envenenamento, — Rory disse calmamente. — Mas isso significa
que você tem que prestar atenção para um ataque.
— Sim, — Niels assentiu. — Ela vai precisar de uma guarda com ela, em todos os
momentos, pelo menos dois homens. E ela não pode ir ao pátio, a menos que ela tenha
escudos ao redor dela e sobre sua cabeça, para se proteger contra flechas.
— Vou colocar seus guardas em turnos, antes de eu partir, — Tormod disse
calmamente. — Eu tenho certeza que não vamos ter falta de voluntários.
Um murmúrio de concordância correu em torno da multidão para isso, e Niels
assentiu cansado, mas depois se ergueu. — Obrigado. Eu vou para a cama.
— Eu vou ver vocês e Edith quando levantar. Estou pronto para ir para a cama,
— Geordie disse, levantando-se também.
— Sim, — Alick se levantou. — Foi um longo dia.
Niels começou a se virar e, em seguida, fez uma pausa e voltou. — Tormod, se você
vai cavalgar para o pavilhão, você não vai estar aqui para dar a bebida de Edith. Talvez
você deva me dar a chave até que você retorne.
— Oh, sim. — Tormod procurou através de um anel de chaves pela certa.
Removendo-a, ele ergueu-a, mas, em seguida, disse: — Há coisas que preciso falar com
você e Lady Edith quando eu voltar. Coisas que vocês devem saber, agora que Brodie
está morto.
Balançando a cabeça concordando, Niels pegou a chave. — Falaremos quando você
voltar, — assegurou ele e, em seguida, acrescentou um solene: — Boa viagem.
— Sim, e vocês todos fiquem seguros aqui também, senhor. — Tormod disse,
severamente. — Vale a pena considerar que, agora que você está casado com nossa lady,
você pode ser um alvo também.
Niels paralisou, surpreso com a sugestão, mas depois balançou a cabeça lentamente
e virou-se para se aproximar para recolher Edith. Ronson olhou sonolento quando eles se
aproximaram. Ao vê-los chegando, porém, ele cutucou Laddie para acordá-lo e, em
seguida, agarrou o colarinho para levantá-lo para cima e tirá-lo das peles e fora do
caminho.
Edith murmurou sonolenta quando Niels cuidadosamente a carregou, mas não
acordou totalmente.

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— Vou levar as peles para cima, — Niels ouviu Alick sussurrar atrás dele, quando
ele se virou, se dirigindo para as escadas.
Niels não se surpreendeu quando todos os seus três irmãos o seguiram escadas
acima e para o quarto de Edith. Ele a deitou, cobriu-a com a roupa de cama e depois
ajudou Alick a arrumar as peles antes de ir até a porta com eles.
— Tormod está certo, — Rory disse, parando na porta e voltando-se para encará-lo,
preocupado. — Você poderia ser um alvo também, agora que você casou com Edith.
Niels deu de ombros. — E como soubemos por Moibeal e Effie, apenas estando aqui
poderia uma pessoa ser envenenada ou morta.
Geordie fez uma careta. — Nós realmente precisamos conseguir um plano melhor
do que apenas tentar manter Edith segura. Precisamos pegar esse desgraçado.
— Estou aberto a sugestões, — Niels disse calmamente. — Mas não até depois que
eu tenha dormido. Estou cansado demais para pensar direito agora.
— Sim, descanse um pouco, — disse Rory, voltando-se para abrir a porta. — Nós
todos vamos falar, logo que você durma um pouco.
Niels grunhiu concordando, segurou a porta enquanto seus irmãos saíam e, em
seguida, fechou-a em silêncio e voltou para a cama. Ele tinha a intenção de remover o
vestido de Edith depois que os homens saíssem, para que ela pudesse dormir mais
confortavelmente, mas no final ele nem sequer se preocupou em remover suas próprias
roupas. Ele simplesmente deitou em cima das peles e estava dormindo, no momento em
que sua cabeça encostou na cama.

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Capítulo 12

Edith abriu a porta do quarto, e, em seguida, fez uma pausa e olhou para os dois
homens deitados em esteiras no chão do corredor. Geordie e Alick. Eles estavam
deitados cabeça com cabeça, diretamente em frente da porta. Um movimento chamou
sua atenção, em seguida, e ela olhou para cima para ver mais dois homens de pé contra a
parede oposta. Eles eram soldados de Drummond que ela conhecia há anos. Dois dos
homens de maior confiança de Tormod, Cameron e Fearghas. Mesmo ela tendo
observado isso, Cameron se adiantou e ofereceu-lhe uma mão.
Depois de uma hesitação, Edith aceitou e segurou-a enquanto levantava a saia alta
o suficiente para evitar as cabeças dos homens no chão e passar por cima deles.
— Obrigada, — Edith disse, as palavras em um sussurro para evitar acordar
Geordie e Alick, mas Cameron pareceu ouvi-lo. Balançando a cabeça, inclinou-se diante
dela para puxar a porta fechada, silenciosamente e, em seguida, endireitou-se e
simplesmente ficou lá, esperando.
Sorrindo incerta, Edith virou-se para se encaminhar ao corredor, e imediatamente
ouviu um ruído suave que sugeriu que os homens a estavam seguindo. Ela esperou até
que estavam a meio caminho para as escadas, antes de parar para virar-se, entretanto.
Ambos os homens pararam imediatamente, esperando.
Desejando que a distância fosse longe o suficiente para não perturbar os dois
homens ainda dormindo, ela levantou uma sobrancelha e perguntou baixinho: — Eu
estou supondo que vocês estão me protegendo?
— Sim, milady, — Cameron respondeu.
— Tormod providenciou para que dois homens a protegessem dia e noite, —
Fearghas acrescentou. — Vamos ficar com você até o jantar, quando vamos ser
substituídos por outros dois.
— Ah. — Edith suspirou. Ela deveria ter esperado isso, supôs, e depois franziu a
testa, quando ouviu o movimento atrás, no corredor. Inclinando-se para o lado, viu
Geordie movendo-se em sua esteira e decidiu que era melhor ela se mover ou eles
acordariam o par. Sorrindo torto para os homens, ela balançou a cabeça e, em seguida,
virou-se para apressar-se pelo resto do caminho para as escadas, consciente de que eles a
seguiram imediatamente.
— O que você está fazendo? Onde está Niels?
Saltando de surpresa com essas palavras ressoantes, quando ela chegou ao topo da
escada, Edith pegou o corrimão para firmar-se e virou-se para a carranca de um Geordie
e Alick sonolentos, enquanto corriam em direção a ela e seus guardas. Ela conseguiu
escapulir da cama e chegar até a porta sem acordar seu marido, e não teria agora seus
irmãos fazendo isso com a sua gritaria.

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— Meu marido está dormindo. Algo que ele tem feito muito pouco ultimamente,
então tentem manter suas vozes baixas, — disse Edith, em um silvo silencioso.
— Sim, — Geordie reconheceu, mais silenciosamente. — Eu aposto que ele não
dormiu um punhado de horas, desde que chegamos aqui na semana passada.
Edith franziu a testa para esta notícia. Ela sabia Niels não tinha dormido muito
desde que ela acordara, mas não tinha percebido que tinha começado antes disso.
Suspirando, ela mudou de assunto e disse: — Eu só ia abaixo para tomar o desjejum,
rápido. Você é bem-vindo para se juntar a mim se desejar, mas como vocês podem ver,
eu já tenho homens para me proteger, assim talvez seja melhor vocês irem para suas
camas e dormirem algum bom sono.
— Não. Nós vamos com vocês, — Geordie disse com firmeza.
— Sim. — Alick concordou.
Dando de ombros, Edith se virou e começou a descer as escadas. Ela tinha lhes
dado a oportunidade, caso eles quisessem dormir. Parecia que não queriam, entretanto,
e enquanto Tormod ordenara dois homens para protegê-la, ela realmente tinha uma
guarda de quatro.
Ignorando o barulho dos seus pés atrás dela, Edith olhou ao redor do grande salão
enquanto descia. As mesas de cavalete foram montadas, mas a maioria dos habitantes do
castelo aparentemente já tinha tomado o desjejum e ido para seus assuntos. Havia
apenas um par de pessoas nas mesas, e pareciam estar terminando e se preparando para
sair. Bessie estava sentada junto ao fogo, como de costume, costura na mão, mas seu
olhar apaixonado estava em seu neto, Ronson, enquanto ele dormia, enrolado ao lado de
Laddie, entre ela e o fogo.
Isso era incomum — o rapaz, normalmente, estaria acordado e a essa hora,
correndo entre o castelo e a muralha. Edith supôs que seu retorno tardio na noite
passada tinha perturbado o sono de todos, embora ela aparentemente tenha dormido,
apesar disso. Ela não estava muito surpresa. Ela passou a maior parte da viagem de volta
do pavilhão de caça, enrolada sob a manta que Niels tinha envolvido em torno deles,
tentando não chorar e, em seguida, cedendo aos soluços, enquanto sua mente corria em
círculos, repetindo as últimas semanas em volta de sua cabeça. Seu pai e irmãos
morrendo, Cawley morrendo e agora o fato de que Brodie estava morto também. Tinha
sido um alívio finalmente adormecer e escapar de sua miséria. Ela não estava surpresa
que sua mente ferida tivesse se agarrado em dormir, uma vez que tinham voltado para
casa.
Na verdade, Edith tinha quase simplesmente se enrolado e voltado a dormir, até
que ela acordou esta manhã. Mas ela sabia que não poderia escapar ao que tinha
acontecido, através do sono, e entregar-se aos sentimentos sombrios tentando reivindicá-
la poderia ser perigoso. Poderia ser difícil sair de um buraco, uma vez que sua mente
tivesse escavado seu caminho.

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O que ela precisava era de alguma aparência de normalidade, pensou Edith. Para
ela, isso significava retornar à sua rotina habitual de administrar Drummond e seu povo.
Com esse pensamento em mente, Edith cruzou o grande salão até a porta para a cozinha,
olhando com curiosidade os dois homens que estavam de guarda lá. Ambos mexeram a
cabeça solenemente em saudação e um abriu a porta para ela, enquanto o outro se
aproximou e estendeu a mão para barrar o caminho dos homens.
— Lady Edith pode entrar, mas ninguém mais, — disse o homem quase se
desculpando, e Edith olhou ao redor surpresa, vendo o aborrecimento cintilar através
das faces de todos os quatro homens.
— Mas estamos protegendo-a. Recebemos ordens de não a deixar fora de nossa
vista, — Cameron ressaltou.
— E nós recebemos ordens de não deixar ninguém passar, apenas o marido de
Lady Edith, — o guarda disse com firmeza.
— Você está deixando-a passar, — Geordie apontou.
— Bem, sim, — disse o homem, como se a razão para isso devesse ser óbvia. No
caso, não sendo, ele acrescentou, — Ela é nossa lady. Dificilmente podemos barrá-la de ir
onde quer que ela queira, em seu próprio castelo, podemos?
Fearghas encarou o homem. — Ela é nossa lady também e fomos ordenados de
mantê-la segura, assim que saia do caminho, sua verruga cancerosa, antes que eu ...
— Talvez vocês deveria deixar pelo menos um dos meus guardas acompanhar-me
até a cozinha, — Edith interrompeu-o, com medo de que eles estivessem indo começar
uma briga. — Dessa forma, ele pode manter-me segura e me ajudar a levar bebidas para
todos.
Houve silêncio por um momento, enquanto os homens olhavam um para o outro, e
então o guarda da cozinha cedeu e deu um passo para o lado. — Tudo bem, mas apenas
um de vocês, e vou acompanhá-los também, para ter certeza que tudo está bem. O resto
de vocês vai esperar aqui fora, com Arnie.
— Tudo bem. — Edith disse rapidamente, antes que alguém pudesse protestar.
Olhando para o semblante carregado de Geordie e Alick, ela sorriu tranquilizadora. —
Eu só vou entrar por um momento e vou trazer para todos algo para seu desjejum.
Afastando-se, em seguida, correu para a cozinha, com a intenção de evitar mais
protesto ou problemas. Edith não se incomodou olhando em volta para ver se ou
Cameron ou Fearghas seria o guarda para acompanhá-la, mas simplesmente se dirigiu
para Jaimie, assim que ela o viu cortando um grande pedaço de carne.
— Oh! Milady, — ele cumprimentou-a, deixando cair a grande cutelo e
rapidamente limpando as mãos, quando a viu se aproximando. — Bom Dia. Como você
está se sentindo? Está pronta para o seu desjejum?
— Sim, Jaimie. — Ela sorriu para ele, agradecida. — Geordie e Alick estão
acordados e prontos para o desjejum também, e... — Ela olhou para trás para ver que

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tinha sido Cameron quem tinha entrado com o guarda da porta. Quando ela levantou a
sobrancelha, questionando, ele sacudiu a cabeça.
— Fearghas já tomou seu desjejum, obrigado, milady, — ele murmurou.
Voltando-se para Jaimie, ela disse: — Então possivelmente apenas uma jarra de
cerveja para os homens. Dessa forma, Cameron e Fearghas podem ter um pouco, se eles
quiserem. Mas eu vou querer cidra, esta manhã, eu acho. — Após o incidente com o
hidromel na noite de núpcias, ela estava agora como que nauseada para beber isso, como
ela era com o vinho. Felizmente, seu novo desgosto pelas duas bebidas não duraria
muito, pois se isso se mantivesse, não haveria nada que ela quisesse beber, Edith pensou
e depois notou que Jaimie tinha ficado quieto e estava olhando em direção a seus
guardas com alarme. Erguendo as sobrancelhas, ela perguntou: — Há algo errado?
Estamos sem cidra?
— N-não, — Jaimie gaguejou, e depois sacudiu a cabeça e explicou: — Mas eu não
posso buscar-lhe alguma coisa para beber, milady. Tormod trancou a despensa para
garantir que ninguém poderia envenená-la novamente.
— Oh, — Edith disse perplexa, e depois sorriu ironicamente. — Eu suponho que
terei então de encontrar Tormod, para que eu possa tomar uma bebida.
— Ah... — disse Cameron atrás dela e quando Edith se virou para ele
interrogativamente, explicou em tom de desculpa, — Tormod pegou uma carroça e
alguns homens para cavalgar para o pavilhão de caça, ao amanhecer. Ele deu a chave
para seu marido antes de ir embora.
— Mas ele está dormindo, — disse Edith com um suspiro.
— Eu poderia enviar Fearghas para ir acordá-lo e pedir a chave, — Cameron
sugeriu, mas ela balançou a cabeça.
— Não. Ele tem tido muito pouco sono afinal e precisa disso. — Forçando um
sorriso, ela se voltou para o cozinheiro e disse: — Eu penso que vou querer apenas uma
maçã ou algo assim por agora, Jaimie, e depois comer algo mais forte quando meu
marido acordar e eu puder tomar uma bebida com ele.
Balançando a cabeça concordando, ele virou-se e correu para a despensa, latindo
para as mulheres que cortavam vegetais para fazer a comida e bebiam, junto com os
homens.
Suspirando, Edith caminhou de braços cruzados em torno das cozinhas enquanto
ela esperava e sorriu ironicamente para si mesma. Ela nunca a tinha visto tão vazia.
Geralmente havia um monte de pessoas correndo em volta e ela se perguntou se ter sua
equipe tão restrita tornaria as coisas mais difíceis para Jaimie.
— Aqui tem, milady. Eu lhe trouxe duas. As melhores do grupo, — Jaimie disse,
enquanto corria de volta para ela.
— Obrigada, — Edith murmurou, aceitando as maçãs que ele oferecia.

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Ele balançou a cabeça e deu um sorriso torto, mas havia preocupação em seus olhos
e Edith ergueu as sobrancelhas questionando e perguntou: — Tem alguma coisa errada,
Jaimie?
— Oh, não, não, — ele assegurou-lhe, em seguida, franziu a testa e acrescentou:
— Bem, sim, eu estava pensando...
— O quê? — Edith perguntou, encorajadora.
Suspirando, Jaimie sacudiu a cabeça e disse em tom de desculpa, — Hoje é dia de
mercado na aldeia, milady.
— É mesmo? — Perguntou Edith com surpresa. Eles tinham dia de mercado na
aldeia todos os sábados. O padre tinha querido que fosse aos domingos para incentivar
os paroquianos a participarem da missa antes de visitar os comerciantes que se
alinhavam com os seus produtos, mas seus vizinhos, os Lindsays, tinham o deles aos
domingos e alguns dos vendedores estavam viajando comerciando seus negócios, em
ambos os lugares, de modo que ficou no sábado.
Edith supunha que era um sinal da tensão sob a qual tinha estado ela ter
conseguido perder a noção de que dia estava e quase esquecera tudo sobre o dia do
mercado. Ela sempre ia comprar queijo, ovos, capões e especiarias ou qualquer outra
coisa que Jaimie poderia precisar. Isso salvou-o do problema, e deu-lhe uma chance de
sair do castelo. Além disso, ela gostava de olhar para tudo em exposição. Às vezes ela
encontrava algum tecido bonito, ou um pouco de sabão de qualidade importado da
Espanha, ou dos países mais quentes. Dependia do que os comerciantes conseguiam
trazer no dia do mercado.
— Sim, é, — Jaimie disse agora, torcendo o avental entre as mãos, ansiosamente. —
E antes que você retornasse, eu planejei ir eu mesmo para pegar essas coisas que
precisamos, mas com as novas restrições reduzindo meu pessoal, temo que eu não tenho
tempo e...
— Não, claro que não, — Edith interrompeu, dando tapinhas em sua mão. — Eu
irei. Apenas me diga o que vocês precisam e eu vou buscá-lo para você.
— Oh, obrigado, milady, — disse Jaimie com alívio.
— Não há nenhuma necessidade de me agradecer, Jaimie, — ela assegurou-lhe,
solenemente. — Eu estou apenas sentida que você tivesse que me lembrar do meu dever.
Temo que nem mesmo percebi que era dia de mercado, até você mencionar.
— Sim, bem, não é nenhuma grande coisa isso, — o cozinheiro disse com tristeza,
simpatia no rosto, em seguida, mordeu o lábio e ofereceu, — e se for muito problema
desta vez, tenho certeza que eu posso fazer com o que temos e ...
— Não, — Edith garantiu-lhe e depois sorriu ironicamente e admitiu: — Na
verdade, vai ser bom ir ao mercado e esquecer o que tem acontecido por aqui, um pouco.
Jaimie se encheu de alegria imediatamente. — Oh, bem, tudo bem então, — ele
disse e começou a recitar uma lista que a fez perceber o quão dolorosa sua oferta para
fazer sem ter com que tinha sido. Com ela estando doente durante semanas, e Jaimie

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tendo um limite de quanto dinheiro Tormod lhe daria para levar para o mercado, ele
deveria estar em falta de uma grande quantidade de coisas no castelo. Isso a fez se
perguntar como ele conseguiu produzir as refeições deliciosas que ele fazia. Mas agora
que ela estava pensando sobre isso, a maioria das refeições que ela tinha comido, desde
que acordara, tinham sido ensopados e sopas. Se isso era tudo o que eles tinham para
comer recentemente, então ela imaginou, todos estariam fartos.
Enquanto sua lista continuava, Edith começou a ser grata por ter seus guardas. Na
verdade, ela começou a ter esperança de que Geordie e Alick insistissem em acompanhá-
la também, porque ela iria precisar de ajuda para trazer tudo, na volta. Talvez ela iria
levar Ronson e Laddie com ela também... e uma carroça. Não, um vagão.

— Milady, você não acha que devemos voltar para o vagão agora?
Edith voltou-se para responder às palavras suplicantes de Cameron, e piscou
surpresa quando bateu o nariz no escudo que Ronson estava lutando para manter atrás
dela, enquanto ele a seguia ao redor.
— Desculpe, milady, — Ronson disse com fervor, recuando um passo.
— Está bem, rapaz, — disse ela com um sorriso, e depois olhou para Cameron,
abriu a boca e depois fechou de novo com uma careta, quando viu que, enquanto suas
mãos estavam livres, uma delas estava sobre sua espada. Nesse meio tempo, Fearghas,
Geordie e Alick estavam todos fazendo malabarismo, com os braços transbordando com
os itens que ela estava passando para eles enquanto os comprava. Ela não tinha
percebido que tinha comprado tanto. E ela estava apenas no meio da lista.
Mordendo o lábio, ela disse, — Talvez nós devemos levar tudo para o vagão. Então,
um de vocês pode esperar com nossos bens, enquanto o resto de nós continua a fazer
compras.
— Milady, — Cameron disse cansado. — Você realmente não deveria estar aqui.
— Sim, — Geordie concordou. — Niels nem mesmo queria você fora do castelo, e
muito menos na aldeia.
— Isso pode ser, mas como lady em Drummond, há certas coisas que precisam ser
feitas, e se você todos querem encher suas barrigas com algo diferente de guisado, para a
próxima semana, então precisamos terminar de pegar os itens da lista de Jaimie, — Edith
disse com firmeza. Este fora o argumento que os tinha convencido a ceder com relutância
e deixá-la sair do castelo para começar. O que era um completo absurdo apenas para ela.
Ela era a Lady de Drummond e simplesmente poderia ter ordenado a seus guardas
fazerem Geordie e Alick saírem do caminho e acompanhá-la ao mercado e eles teriam
que fazê-lo. Mas ela não achava que era provável que conquistaria algum ponto com
seus novos parentes, então ela raciocinou, adulou e implorou até que os homens
tivessem cedido.

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Embora, na verdade, Edith suspeitava que, afinal, foi a ameaça de guisado toda a
semana, mais uma vez, que havia vencido seu argumento. Certamente tinha virado a
maré para Cameron e Fearghas, que tinham ajudado com o relutante Geordie e Alick.
Parecia que ensopado tinha praticamente sido a refeição de escolha nas últimas três
semanas e seu povo estava farto dele.
— Quanto mais há para pegar? — Geordie perguntou finalmente, depois de todos
os homens trocaram olhares.
— Várias especiarias, capões12 e queijo, — Edith respondeu imediatamente, e, em
seguida, franziu a testa e acrescentou: — E nós estamos quase sem sabão também.
Geordie balançou a cabeça, mas disse: — Continue então. Mas um de nós deverá
em breve ter de começar a levar itens de volta para o vagão. Não podemos carregar
muito mais.
— Dois de vocês terão que levar itens para lá e, em seguida, alguém terá que cuidar
das mercadorias no carro, enquanto os outros retornam para transportar mais.
Edith girou com aquela voz seca e sorriu alegremente para Niels, quando ele abriu
caminho entre Geordie e Alick para alcançá-la. — Marido! Você acordou.
Ele fez uma careta com essas palavras, mas inclinou-se sobre Ronson e o escudo
para beijá-la na testa antes de rosnar: — Você deveria ter me acordado quando você se
levantou.
— Você estava cansado e...
—E você não deveria estar aqui fora. Não é seguro, — Niels interrompeu
severamente.
— Eu tenho meus guardas, e seus irmãos e até mesmo Ronson aqui, — disse ela,
sorrindo para o garoto.
— Desculpe, irmão, — Geordie murmurou. — Mas sua esposa pode ser muito
persuasiva quando ela deseja, e parece que o cozinheiro tinha esgotado muitos itens,
enquanto ela esteve doente e sei lá o que mais.
— E eu estava com sede, — Edith acrescentou tentando fazer um olhar miserável.
— Mas parece que toda a bebida do castelo estava trancada. Mesmo a cidra. Então, nós
descemos e tomamos uma bebida na pousada antes de começar a fazer compras, senão
teríamos certamente acabado e voltado agora.
— Não é provável. Estaremos aqui até que o mercado feche, neste ritmo, — disse
Alick baixinho, ganhando uma carranca de Edith.
— Você a deixou beber na estalagem? — Niels perguntou, com desânimo.
— Bem, é claro que eles deixaram, — disse Edith fechando a cara para ele agora. —
Por que não? O estalajadeiro dificilmente poderia ser quem estava me envenenando no
castelo.

12 Capões – galos castrados

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— Não, mas e se quem quer que esteja lhe envenenando seguiu você da fortaleza e
conseguiu colocar veneno em sua bebida na estalagem? — Ele perguntou abruptamente.
— Eu cuidei disso, milorde, — Cameron disse de repente e Edith olhou para ele
com surpresa. Ela não tinha pensado que isso poderia acontecer. Parecia que seus
guardas tinham, no entanto. Ela supôs que era por isso que eles eram alguns dos
homens de maior confiança de Tormod. Eles pensavam em coisas desse tipo.
— Esposa, — Niels disse agora, atraindo seu olhar de volta, dessa forma. — A
bebida estava trancada e você está tendo guardas para mantê-la viva. Mas você torna
isso mais difícil de fazer, colocando-se a céu aberto, onde você é um alvo fácil. Você não
deveria ter deixado o castelo.
Edith estreitou seus olhos sobre ele brevemente e, em seguida, perguntou: — Onde
estão seus guardas?
— O quê? — Ele perguntou com surpresa.
— Bem, você pode ser também um alvo, agora que se casou comigo, — ela
assinalou, e acrescentou: — Afinal, Victoria, de Brodie, foi morta. Você deve ter que ficar
na fortaleza também, e você certamente não deveria estar andando por aí sem um
guarda. Assim... onde eles estão?
— Ela está certa sobre isso, irmão, — disse Geordie e lembrou-lhe: — Nós
estávamos falando sobre isso na noite passada. Você pode ser um alvo agora também.
Niels fez uma careta para o irmão pelo seu esforço, e em seguida, tomou o braço de
Edith e tentou conduzi-la para longe. — Tudo bem. Vamos ambos retornar ao castelo
agora.
— Não, — Edith engasgou, firmando-se em seus calcanhares. — Ainda há coisas
que Jaimie necessita.
Quando Niels fez uma pausa e virou-se para franzir a testa para ela, ela
acrescentou: —É nosso trabalho fornecer o que nosso povo precisa, marido. Certamente
você sabe disso? Se eu não obtiver o que ele precisa, ele não pode fazer corretamente seu
trabalho, e isso será por meu fracasso, não o dele.
Praguejando, ele a soltou e jogou as mãos para cima no ar. — Ótimo. Nós vamos
conseguir o que o cozinheiro precisa, mas não demorando, Edith. Terminar rapidamente,
para que possamos retornar ao castelo.
Edith sorriu para ele alegremente e assentiu. — Sim, marido. E olha, agora que você
está aqui, nenhum dos homens precisa voltar para o vagão. Você pode ajudar a levar o
tempero e o sabão.
Edith, em seguida, virou-se e correu para a comerciante de especiarias com Ronson
e os homens apressaram-se para alcança-la e cobri-la por todos os lados.

— E agora você sabe como acabamos aqui fazendo compras com sua esposa.

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— Hmmm, — Niels murmurou com aquele comentário de Geordie, enquanto
seguiam Ronson e os outros três homens pairando em torno de sua esposa.
— Embora, — Geordie acrescentou: — Eu vou dizer que ela se animou
consideravelmente desde que deixou o castelo. Ela estava lá com aparência triste e
arrastando os pés, mas animou-se quando chegamos aqui.
Niels franziu a testa com a notícia de que Edith parecia triste e lenta quando ela
acordou, mas supôs que deveria ser o esperado, considerando tudo o que tinha
acontecido. Embora Edith tivesse evitado falar de seu pai e irmãos, ele sabia por coisas
que tinha ouvido de Saidh e Tormod que Edith tinha amado seu pai carinhosamente,
assim como seus irmãos... mesmo Brodie, que afinal de contas era um esbanjador. Ela
tinha sido completamente apaixonada por Cawley também. E todos tinham morrido em
curto tempo. Na opinião dele, ela estava lidando com tudo incrivelmente bem.
— Então, eu estou pensando que ela sair fora de casa hoje pode ser uma coisa boa,
apesar do risco, — Geordie concluiu.
— Sim, — Niels murmurou. Certamente Edith parecia animada e menos pálida do
que o habitual, enquanto discutia com o comerciante de especiarias.
— Niels? — Disse Alick, deslizando para mais perto, quando ele parou atrás de
Ronson.
— Hmmm? — Ele perguntou, olhando para o irmão e observando que a maioria do
que o rapaz segurava eram rolos de tecido. Um deles era um tecido verde fino, da cor
exata dos olhos de Edith, que ele esperava que ela planejasse fazer um vestido. Ela ficaria
linda no tecido.
— Nós quase circulamos de volta para o vagão, — Alick apontou. — Por que
Geordie e eu não levamos nossos artigos para o vagão, e então eu vou esperar lá para
cuidar de tudo, enquanto Edith termina e Geordie será capaz de ajudar a carregar tudo o
mais que ela compre.
— Sim, se você não se importar, isso ajudaria, — disse Niels com um aceno.
— Confie em mim, eu não me importo, — Alick assegurou.
— É claro que ele não se importa, isso significa que ele pode sentar e flertar com
todas as garotas bonitas aqui, em vez de caminhar por aí atrás de Edith, com os braços
cheios, — Geordie disse secamente, e, em seguida, indo para o vagão com Alick,
acrescentou, — Eu vou estar de volta, diretamente.
Niels sorriu levemente quando ele se voltou para Edith e, em seguida, olhou para
baixo, com surpresa, quando vários itens foram empilhados em cima de seus braços
cruzados.
— Obrigada, marido,— Edith disse enquanto ela empilhava as especiarias, uma em
cima das outras, sobre ele. — Fearghas não pode carregar mais, Ronson está ocupado
com o escudo e Cameron insiste em que pelo menos um eles deve manter suas mãos
livres, para defender-me em caso de necessidade.

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Quando ela se virou rapidamente, em seguida, e correu para o próximo
comerciante, Niels balançou a cabeça e desviou os braços ligeiramente para segurar os
itens, agora apoiados contra seu peito. Ele então seguiu os outros, caminhando atrás de
sua esposa. Ela estava no comerciante de queijos, agora, observou ele, e quando sua
esposa tinha escolhido vários pedaços de queijo e não mostrava nenhum sinal de
desaceleração, Niels olhou para Fearghas e sugeriu: — Talvez seja melhor você levar isso
para o vagão e dizer a Geordie para voltar logo.
— Podemos fazer melhor apenas trazendo a carroça aqui, — Cameron advertiu,
enquanto Edith continuava pegando queijo. — O comerciante de sabão é o próximo, mas
os capões vêm depois disso e com todo o castelo para alimentar ela vai querer um monte
deles.
— Sim, — Niels concordou.
— Vou levar isso para o vagão, e fazer Alick trazê-lo aqui, — Fearghas anunciou e
virou-se para apressar-se.
Niels se voltou para sua esposa, em seguida, e piscou quando viu que ela se movera
com apenas Ronson seguindo-a, enquanto eles estavam distraídos. Ela estava agora na
frente do comerciante de sabão, examinando as mercadorias dispostas em uma manta no
chão.
— Oooh, isso cheira bem, — ela estava dizendo enquanto ela pegava e cheirava um
dos sabonetes.
— Sim, minha Lady, esse tem óleo de rosas nele, — disse o comerciante com um
sorriso.
Parando ao lado de sua esposa, Niels esperou até que ela tinha escolhido o sabão
que ela queria e pagou por ele, antes de perguntar: — Edith, você não vai pegar algum
queijo?
— Sim. Selecionei bastante, Duer disse que iria entregá-lo no castelo, — disse ela,
voltando-se para começar a empilhar sabão em seus braços, e, em seguida, parando com
o cenho franzido enquanto olhava as especiarias que ele já carregava. Aparentemente,
preocupada que o sabão poderia afetar o tempero, ela começou a voltar-se para
Cameron, mas parou de repente e sorriu quando ela olhou para trás dos dois homens. —
Ah, que bom que eles estão trazendo o vagão.
— Sim. Nós pensamos que você podia precisar para o queijo e os capões, — Niels
disse, secamente.
Edith sacudiu a cabeça e avançou para despejar o sabão que ela segurava na parte
de trás da carroça quando ela parou ao lado deles. — Não. Eu sempre pego tantos capões
que uma vez que encomendo e pago, Iain os entrega no castelo.
Niels apenas grunhiu e subiu para empilhar as especiarias que segurava no vagão
enquanto ela recuava. Quando ele terminou e se virou, ela se apressou para o homem do
capão e foi barganhando com ele. Ronson, Geordie, Fearghas e Cameron estavam com

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ela, então ele caminhou até a frente da carroça e disse: — Os capões são os últimos, mas
eles vão ser entregues. Você pode voltar para o castelo, se você desejar.
Balançando a cabeça concordando, Alick tomou as rédeas e saiu, deixando Niels se
aproximar dos outros. Ele tinha visto os cavalos na pousada, quando ele chegou e tinha
amarrado seu cavalo lá também, de modo que foi onde todos eles foram, quando Edith
terminou sua barganha. Niels levou Edith diante dele em seu cavalo, e, em seguida,
sugeriu, — Geordie, por que você não coloca Ronson em cima, diante de você?
— Oh, não, milorde, — Ronson protestou imediatamente. — Devo cavalgar com
vocês. Eu tenho que manter o escudo na frente de Lady Edith quando chegar ao pátio.
Niels estava indo tomar o escudo do rapaz, para lhe dar uma pausa; ele começava a
parecer cansado no final, mas concordou com a cabeça agora. — Muito bem, rapaz.
Geordie imediatamente chamou o rapaz e o ergueu no colo de Edith, mas ficou com
o escudo e disse: — Eu vou dá-lo a você uma vez que cheguemos ao portão. Ele tende a
atrapalhar um pouco no caminho de volta.
— Sim, — Ronson concordou. — Era um grande filho da puta problemático.
Sacudindo a cabeça, Geordie virou e montou com o escudo e eles partiram. Niels
deixou Cameron liderar o caminho. Fearghas seguiu-o atrás e Geordie manteve-se ao seu
lado. Eles cavalgaram em velocidade até que se aproximaram do portão e, em seguida,
Cameron começou a desacelerar. Ele parou completamente, entretanto, quando
chegaram ao portão. Parando sua própria montaria, Niels olhou para Geordie quando
ele parou ao lado deles e, em seguida, observou enquanto seu irmão deslizava o escudo
protetor pelo dorso do cavalo, de lado, na frente de Ronson e esperou que ele tivesse um
bom agarre sobre ele, antes de soltá-lo e afastar seu cavalo.
— Pronto? — Perguntou Cameron.
Niels assentiu. O escudo tinha sessenta centímetros de altura, colocado a seu lado
da maneira que estava. Ele deixava a cabeça e parte de seu peito acima dele, para que ele
fosse capaz de ver, ainda que escondesse completamente Ronson, e cobrisse tudo, menos
o topo da cabeça de Edith. Quando Cameron começou a avançar, ele o seguiu de
imediato através do portão e dentro do pátio; satisfeito o homem pegou um ritmo rápido
para atravessar até as escadas do castelo.
Eles estavam a meio caminho, quando Edith de repente se inclinou para o lado,
para olhar por fora do escudo. Franzindo a testa, ele cutucou suas costas. Ela recuou de
bom grado e permaneceu atrás do escudo, pelo resto da distância até as escadas.
Ciente de que ela era vulnerável a partir de cima agora, Niels pegou o escudo de
Ronson e segurou-o sobre sua mulher e o garoto até Cameron desmontar e vir para
retirar o menino. Uma vez que o rapaz estava em baixo, Niels aumentou seu aperto em
torno de Edith e desmontou, levando-a com ele, em seguida, empurrou-a até as escadas
para as portas do castelo. Ele não baixou o escudo até que eles estavam lá dentro.
Entregando o escudo para Cameron, em seguida, ele pegou o braço de Edith e se
dirigiu imediatamente para as escadas.

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— Espere, onde estamos indo? — Perguntou Edith com surpresa. — Eu estava
esperando você desbloquear a adega para que eu pudesse tomar uma bebida.
Niels parou de repente, mas depois simplesmente ficou ali franzindo a testa. Ele
tinha a intenção de incentivá-la para cima e seduzi-la em consumar seu casamento. Ele
tinha a intenção de fazer isso ao acordar, apenas para ver que ela não estava, e agora ele
estava se chocando contra um novo obstáculo. Que tipo de grosseiro recusaria à sua
esposa uma bebida, quando ela estava com sede? Entretanto... Sim, pensou e voltou-se
para perguntar educadamente: — O que você gostaria de beber, esposa?
— Cidra, — ela murmurou e, em seguida, acrescentou: — Eu posso pegá-lo eu
mesma, mas desbloqueie a adega.
— Não. Está ótimo. Vou buscá-la, — ele garantiu-lhe e, em seguida, virou-se para
Cameron e Fearghas. — Escoltem sua lady escadas acima, para o quarto dela. Vou buscar
a cidra e sigo diretamente.
Edith parecia surpresa com o pedido, mas não protestou quando Cameron e
Fearghas a incitaram para diante. Satisfeito que ele ainda poderia continuar com seu
plano para a cama de sua esposa, Niels começou a atravessar o grande salão para a
cozinha, apenas para fazer uma pausa quando seu nome foi chamado. Olhando para
trás, viu Rory descendo as escadas enquanto Edith e seus guardas subiam e brevemente
conversavam, ignorando seu irmão, mas então suspirou e esperou para ver o que ele
queria. Ele lhe daria dois minutos, Niels decidiu, mas, em seguida, ele iria buscar essa
bebida e subiria as escadas para consumar seu casamento... finalmente.

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Capítulo 13

— Tudo bem, milady? Você parece estar se movendo um pouco tensa, — Cameron
assinalou, a meio caminho, nas escadas.
— Sim. — Edith fez uma careta. —Eu estou um pouco dura, mas bem.
— Não é de admirar, com o que você andou por aí no dia de hoje... e depois de
cavalgar durante todo o dia e noite de ontem. Nada menos que na chuva, — Fearghas
disse simpaticamente.
— Talvez um banho quente iria ajudar com isso, — Cameron sugeriu. — Seu pai
sempre jurou que um bom banho quente afugentava suas dores e sofrimentos.
— Sim, ele dizia, — Edith disse, com um sorriso suave. Seu pai sofria dores terríveis
nos seus ossos e articulações dos últimos anos de sua vida e jurava que a única coisa que
aliviava o desconforto era um banho quente, fumegante.
— Devo pedir um então? — Perguntou Cameron.
— Sim, por favor. Obrigada, Cameron, — ela murmurou.
Concordando, o homem parou, ela pensou que para voltar para baixo e
encomendar um banho para ela, mas ele virou no degrau que ele estava parado e berrou:
— Preparem um banho para sua lady! Lady Edith quer um banho!
Por um segundo, o grito foi seguido por um breve silêncio de todos no salão, com
exceção de seu marido que gemeu. Pelo menos ela pensou que fora Niels que gemera, e
Rory alegre, —Veja, você tem tempo afinal! — parece que foi confirmado.
Querendo saber por que ele gemeu, Edith olhou para trás quando pisou no patamar
superior. Tudo o que viu, porém, foi Rory conduzindo Niels para fora do castelo. Parecia
que sua bebida seria adiada.
Moibeal estava no quarto, quando Edith entrou. A criada estava desembalando as
caixas que ela empacotara, após Edith, Niels, Geordie e Alick terem se dirigido para
Buchanan. Quando tinham ambos pensado que estariam vivendo suas vidas lá.
Bem, pelo menos até que Niels estivesse pronto para construir essa casa para eles
que ele mencionara. Quatro anos, ele tinha dito. Edith não se preocupou em mencionar,
então, que seu dote era muito generoso e dependendo da quantidade de dinheiro que ele
houvesse reunido, além do que seu pai lhe tinha deixado, com isso ele podia ser capaz de
construí-la de imediato. Não tinha havido a oportunidade realmente, e ela pensou que
não havia muito tempo para essas coisas. Agora, não só ele poderia ter seu dote, mas ele
tinha uma casa também. Ele era agora Laird de Drummond.
Edith considerou isso mais a sério. Ela realmente não tinha pensado muito nisso.
Ela era Lady aqui agora, e Niels era laird. Ela se perguntava se ele tinha considerado isso.
E o que ele pensava sobre isso. Ela esperava que ele estivesse feliz. Ele não tinha se
casado com ela esperando ter o castelo e título, mas teve.

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— Eu comecei a desfazer as malas. Mas pouco antes de você vir eu comecei a me
perguntar se eu deveria estar fazendo isso aqui.
Edith olhou para Moibeal incerta com essas palavras. — Nós não estamos nos
mudando para Buchanan agora.
— Não. — Moibeal hesitou, e então disse: — Mas eu não tinha certeza se eu deveria
estar fazendo isso aqui ou no... quarto principal.
No quarto principal, Edith pensou e depois percebeu que era a maneira de Moibeal
de evitar dizer o quarto do laird. O quarto do seu pai, Edith percebeu. Moibeal não
queria fazê-la pensar em seu pai e na perda dele.
Suspirando, ela deu de ombros. — Suponho que teremos, eventualmente, de mudar
para lá. Mas Niels terá de vê-lo primeiro. Ele pode não gostar dele como ele está. Talvez
tenhamos de mudar as coisas. Ele não foi dormir no quarto de Hamish depois que eu o
dei a ele, — ressaltou. — Então, eu só posso supor que ele não vai gostar desse.
Moibeal bufou com a sugestão. — É mais como se ele não gostasse de deixar você.
Ele dormia na cadeira ao lado de sua cama, no chão e até mesmo no corredor na frente
de sua porta todas as noites, mesmo antes de vocês casarem, — ela apontou secamente.
— Não é que ele não goste do quarto de Hamish. Eu acho que ele nem mesmo já o viu.
— Oh, — Edith murmurou, e então se virou e se dirigiu para a porta. — Bem, nós
podemos também ir dar uma olhada no quarto do laird e ver de que jeito ele está, então,
enquanto passa o tempo para esperarmos o meu banho vir.
— Sim, eu ouvi Cameron gritar por um banho, — disse Moibeal com diversão,
seguindo-a até a porta.
Edith assentiu. — Eu estou um pouco dura e ele sugeriu isso para aliviar minhas
dores.
Cameron e Fearghas se endireitaram abruptamente, quando Edith abriu a porta e
saiu.
— Estamos apenas indo dar uma rápida olhada no quarto do meu pai, — Edith
explicou, enquanto ela entrava no corredor. Os dois homens assentiram e saíram atrás
dela e Moibeal, enquanto caminhavam pelo corredor.
O quarto do laird era duas vezes o tamanho do resto dos quartos, ocupando todo o
final do corredor. Edith abriu a porta, entrou e depois parou abruptamente. Ela esperava
que o quarto parecesse vazio. Não literalmente. Mas as poucas vezes que ela tinha
viajado, por qualquer período de tempo, ela voltara para encontrar seu quarto parecendo
frio e vazio, e com cheiro rançoso. Ela sempre achara que era porque o fogo tinha estado
apagado por muito tempo e ninguém tinha estado no quarto. Mas o quarto do seu pai
estava vazio há perto de um mês, ainda cheirava a fumaça e... isso era lavanda?
— Porque esse quarto está quente? — Perguntou Moibeal. — E o que é esse cheiro?
São flores?
— Lavanda, eu acho, — Edith murmurou, e então olhou para o chão, para ver
pedaços das flores secas espalhadas.

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— O quarto de seu pai nunca cheirou a lavanda antes disto, — Moibeal apontou,
como Edith pensava também.
Cameron e Fearghas haviam parado na porta, mas agora moveram-se para o
quarto. Cameron foi direto para a lareira e pegou o atiçador de brasas. Deixando-se cair
em suas coxas, ele cutucou a lareira.
— Alguém tem dormido na cama, — Moibeal disse severamente, chamando sua
atenção. A criada tinha estado espreitando através das cortinas fechadas em torno da
cama, mas agora puxou-as abertas para revelar os lençóis desordenados e peles.
— Você tem certeza de que eles não foram deixadas assim depois que meu pai foi
removido? — Perguntou Edith, movendo-se para a cama.
—Não. Eu mesma desmanchei a cama enquanto você atendia Hamish, — Moibeal
disse a ela. — A cama estava vazia e as cortinas da cama abertas, quando vi pela última
vez neste quarto.
— Alguém esteve, obviamente, dormindo aqui, — Cameron disse severamente. —
E muito recentemente. Estas não são cinzas, são brasas, milady. Alguém tinha um fogo
aqui e está apenas morrendo.
— O fantasma do velho laird, — disse Fearghas, num sussurro temeroso.
Vendo os olhos de Cameron se arregalarem com a sugestão, Edith fez uma careta
para Fearghas. — Não. Me pai nunca gostou de lavanda. Ele dizia que o deixava triste.
Além disso, Fearghas, não existe esta coisa de fantasmas, e se houvesse, eles dificilmente
iam precisar de um fogo. A pessoa dormindo aqui está viva. Provavelmente Geordie ou
Niels se mudaram para cá, por alguma razão.
— Se fosse esse o caso, o fogo não iria estar quente. Eles dormiram fora de sua porta
esta manhã, — Cameron lembrou.
— Bem, Rory então, — ela disse, com exasperação e deu uma última olhada ao
redor, antes de se dirigir para a porta. — Venha, meu banho está provavelmente a
caminho por agora, se já não está esperando.
A porta do quarto estava aberta e os criados estavam ocupados derramando baldes
de água fumegante, quando Edith levou o trio de volta para seu quarto. Ela esperava que
Cameron e Fearghas esperarassem no corredor, mas eles entraram e ficaram ao lado dela,
até que os criados tinham terminado e saído. Apenas quando ela e Moibeal eram todos
os que restavam, eles balançaram a cabeça e voltaram para o corredor, fechando a porta
atrás deles.
— Você realmente não acha que o irmão de seu marido foi dormir no quarto de seu
pai, acha? — Moibeal perguntou, enquanto a ajudava a despir-se.
Edith suspirou com a pergunta, mas não respondeu de imediato. A verdade era que
ela não achava. Duvidava muito que Rory iria se preocupar em espalhar flores no chão
para perfumar os juncos. No entanto, ela não queria que o castelo, de repente, se
enchesse com contos do fantasma de seu pai morando em seu antigo quarto, também.
Ela não precisava de criadas com medo de limpar o quarto, quando ela e Niels se

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mudassem para ele. Especialmente quando não era verdade. Não podia ser. Não havia
essa coisa de fantasmas, ela disse a si mesma. Além disso, seu pai realmente odiava
lavanda. Seria a última coisa com que o seu fantasma iria perfumar o quarto.
— Milady.
— Hmmm?— Edith olhou para Moibeal e suspirou, quando ela percebeu que a
moça ainda estava esperando por sua resposta. Suspirando, ela entrou na água quente,
estremecendo com o quão quente estava, e depois abaixou-se para sentar. Estava tão
quente que tirou sua respiração por um momento, mas uma vez que ela tinha se
ajustado, ela suspirou e disse: — Não é o fantasma do meu pai, Moibeal.
— Oh, eu sei isso, — ela disse de repente, um pouco rápido demais. — Mas você
realmente acha que é Lord Rory?
— Eu não sei, — disse ela, em vez de admitir que duvidava disso. Por mais que a
moça negasse, Edith sabia que Moibeal era tão supersticiosa quanto qualquer um. — Vou
perguntar-lhe mais tarde.
— Sim, — disse a criada e perguntou. — Devo lavar seu cabelo em primeiro lugar?
— Sim, por favor, — Edith murmurou.
Moibeal a ajudou a lavar o cabelo, em seguida, deixou-a em seu banho e
rapidamente recolheu suas roupas descartadas.
Edith esfregou-se, e depois relaxou na água um pouco. As dores e rigidez foram
embora, e ela já estava considerando sair, quando a porta do quarto foi aberta. Olhando
por cima do ombro, Edith sorriu quando viu que era Niels. Ela sorriu amplamente
quando viu o jarro e duas taças que ele carregava.
Ele sorriu de volta e, em seguida, olhou para Moibeal e abriu mais a porta. A criada
entendeu logo o pedido silencioso e correu para fora do quarto. Niels fechou a porta
silenciosamente atrás dela e, em seguida, levou o jarro e taças para a mesa de cabeceira e
serviu dois copos.
— Peço desculpas por ter demorado tanto, — disse ele pousando o jarro e
atravessando o quarto, para recolher a grande faixa de linho que Moibeal tinha deixado
para aquecer na cadeira, perto do fogo. Abrindo-o enquanto ele caminhava em sua
direção, ele disse: — Rory queria falar comigo.
— Está bem, — disse Edith, reunindo coragem para se levantar. Ela sabia que não
deveria ficar tão perturbada com esse pensamento. Ele era seu marido. E ela tinha estado
tão nua com ele no prado. Ela também deve ter estado quando eles consumaram o
casamento. No entanto, sentia-se tão tímida nesse momento, como se ele nunca tivesse
vislumbrado um tornozelo nu, e eles não tivessem se beijado.
Parando ao lado da banheira, Niels segurou a toalha aberta para ela e disse:
— Lembre-me de falar-lhe sobre isso depois.
— Depois do que? — Perguntou Edith, tentando distrair-se enquanto ela se
levantava rapidamente e saía da banheira e ia para o linho. Para seu alívio, ele fechou-o

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em volta dela de uma vez, mas para sua surpresa, ele então pegou-a e carregou-a de
volta para a mesa e colocou-a sobre a borda da mesma em frente de uma das cadeiras.
Olhando-o com confusão, ela abriu a boca para perguntar o que ele estava fazendo,
apenas para descobrir as mãos dele segurando seu rosto, enquanto sua boca de repente,
cobria a dela. Com mãos que se levantam tentativamente para seus braços, Edith
começou simplesmente segurando-o enquanto a beijava. Mas ela estava rapidamente
agarrada a ele e beijando-o ansiosamente, de volta.
Quando suas mãos deslizaram de seu rosto e escorregaram para baixo, para o topo
da toalha para desembrulhá-la, Edith engasgou. Em seguida, ela gemeu em sua boca,
enquanto suas mãos encontraram e seguraram seus seios para que ele pudesse brincar
com seus mamilos, usando o polegar e um dedo de cada mão.
Edith estendeu a mão para ele, então, não para o seu tartan, ou sua camisa. As mãos
dela foram direto para o ouro, uma levantando o plaid para que a outra pudesse
encontrar a dureza esperando embaixo. No momento em que ela o fez, Niels afastou-se
em choque e, em seguida, de repente desapareceu.
Abrindo os olhos ao mesmo tempo, Edith piscou para ele, quando viu que ele tinha
caído sentado na cadeira e estava empurrando-a para mais perto, na mesa. As pernas
dela tinham sido abertas, com ele colocado entre elas, mas ela começou a fechá-las
conscientemente agora. Ela nunca terminou a ação. Niels pegou cada uma sob o joelho,
puxando-a para mais perto, de modo que ela estava meio fora da mesa, e teve de se
inclinar para trás, em seus braços, para evitar oscilar para fora dela. Ele então puxou suas
pernas bem abertas e inclinou-se para enterrar o rosto entre elas.
Edith gritou ao primeiro toque de sua língua através de sua carne ansiosa, mas foi
seguido por muitos mais gritos, enquanto ele se regalava nela. Ela tentou abafar os sons
que estava fazendo, em primeiro lugar cobrindo a boca com a mão, e depois mordendo
seu dedo médio também, mas os sons continuaram chegando. Alguns eram gritos
ofegantes, alguns eram suspiros suplicantes, alguns eram quase gritos, mas Edith tinha
certeza de que os homens no salão provavelmente ouviram cada um deles. Ela estava
igualmente certa de que todos no castelo ouviram seu último, delirante grito, enquanto
seu corpo explodia de prazer deixando-a uma massa trêmula atordoada, deitada flácida
sobre a mesa, com a cabeça voltada para o fogo.
Edith estava ciente disso quando Niels levantou-se e tirou o tartan e a camisa, mas a
não ser para revirar os olhos em direção a ele para assistir, ela não parecia ter forças para
se mover. Quando ele então carregou-a, levou-a para a grande pele na frente do fogo e se
ajoelhou para deitá-la, ela pegou em seus braços e, em seguida, suas mãos, enquanto
Niels se endireitava para ajoelhar-se ao lado dela. Ela estava tentando arrastá-lo para ela.
Mas ela não podia.
— Você é uma festa para os olhos, esposa, — ele murmurou, simplesmente sentado
sobre as coxas, olhando para ela. — Seu cabelo parece fogo e sombras estão pintando sua
pele.

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Sua energia foi voltando lentamente agora, o suficiente para ela começar a se sentir
constrangida apenas deitada ali com ele olhando para ela, e Edith deslizou uma mão
para cima em sua perna, em direção à sua virilha. Ela nunca fez contato. Niels
imediatamente deslocou-se para deitar de lado, ao lado dela.
Apoiando a cabeça na mão, com o cotovelo nas peles, ele sorriu. — Recuperando-
se, não é?
Edith assentiu e tocou seu rosto delicadamente.
— Você gostaria de mais? — Perguntou Niels, correndo uma mão levemente ao
longo de sua coxa.
Respiração presa em sua garganta, Edith hesitou, mas quando sua mão parou
pouco antes de onde ele a teria encontrado, ela deu um aceno desajeitado com a cabeça.
— Sim, — Niels respirou, deixando seus dedos deslizarem entre as dobras de
proteção para tocá-la. Ele correu um dedo suavemente sobre ela e Edith fechou os olhos e
gemeu.
— Eu adoro quando você me deixa ouvir seu prazer, — ele disse suavemente,
tocando o dedo sobre ela outra vez e juntando um outro. — E eu amo quão molhada
você fica para mim. Como se o seu corpo chorasse para eu amá-la.
— Sim, — Edith gemeu, seus quadris começando a mexer com sua carícia e então
ela se imobilizou quando ele pressionou um dedo dentro dela. Seus olhos se abriram, e
ela olhou para ele. — Niels, por favor.
— Por favor, o quê, amor? — Perguntou Niels, deslizando o dedo de volta para fora
e, em seguida, acariciando-a com o polegar, enquanto ele deslizava de volta para dentro.
— Você gosta disso?
— Sim, — ela engasgou, contorcendo-se sob seu toque.
— Eu também. Eu gosto de como seu corpo se agarra a mim, ele me quer em você.
— Sim, — Edith gemeu.
— Você me quer em você, amor?
— Oh, Deus, sim! — Ela gritou, empurrando violentamente para cima para suas
carícias, agora.
— Encontre seu prazer por mim, amor, e eu vou levá-la. — Desta vez, ele não lhe
deu a chance de responder, mas se inclinou para frente para reivindicar sua boca com a
dele e começou a empurrar a língua na dela, no ritmo do dedo abaixo. A mão que estava
segurando-lhe a cabeça, em seguida, caiu para acariciar e amassar seu peito ao mesmo
tempo e, finalmente, beliscar seu mamilo. E isso foi quando Edith começou a estremecer,
o corpo sacudindo, enquanto ela gritava em sua boca.
E de repente Niels estava em cima dela. Ela não percebeu a mudança até que ele
estava empurrando nela e ela sentiu a diferença. Isto não era o seu dedo. Isto era muito
maior. Ela sentiu a leve pinçada e então ele estava dentro, enchendo-a e forçando seu
corpo a acomodá-lo. Edith gritou novamente e agarrou-se a seus ombros, seus quadris

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ainda empurrando, enquanto seu prazer continuava a pulsar de seu núcleo, agarrando-o
e apertando-o.
Niels gemia por entre os dentes e empurrou várias vezes, e depois, de repente,
levantou-se, pegou suas pernas pelos tornozelos e as arrastou sobre seus ombros. Edith
ficou boquiaberta para ele, com surpresa e depois gritou, quando ele estendeu a mão
para onde estavam juntos para continuar a acariciá-la; isso prolongou a resposta de seu
corpo, enquanto ele montava a onda que ele tinha causado. Para Edith isso parecia durar
para sempre e ela tinha certeza que ela não poderia aguentá-lo, que seu coração iria
parar ou ela simplesmente morreria lá embaixo dele, sufocada por tanta sensação.
Justamente quando ela pensou isso, Niels imobilizou-se acima dela, seu corpo
mergulhando tão fundo que ela gritou com ele, e então ela marcou suas costas com as
unhas e gritou, enquanto seu prazer se intensificava e, em seguida, se despedaçava.

Edith acordou para descobrir que era dia claro e ela estava deitada com a cabeça no
peito de Niels, enquanto ele preguiçosamente acariciava suas costas.
— É de manhã, — ele murmurou.
Sorrindo, ela balançou a cabeça ligeiramente, onde estava, e deixou sua mão
deslizar para baixo para seu quadril. — Não. Ainda é noite, marido, — Edith disse,
enquanto ela deixava sua mão deslizar para pegar sua masculinidade semiereta.
— Mais uma vez? — Ele parecia divertido, mas sua voz ainda estava rouca. Ela
estava começando a reconhecer isso como um sinal de que ele a queria. Embora ela teria
sabido, de qualquer maneira, desde que ele imediatamente endureceu totalmente em sua
mão.
— Sim. Mais uma vez, — disse Edith, acariciando-o.
— Gulosa, — acusou, mas parecia satisfeito e a mão em suas costas escorregou para
espremer seu traseiro, antes escorregando entre as pernas por trás para provocá-la.
Edith gemeu e beijou seu peito apreciativamente. Eles tinham estado na cama desde
que ela entrou em seu banho, na tarde anterior. Bem, na verdade eles não tinham estado
na cama o tempo todo. Ela tinha estado em cima da mesa, em seguida eles tinham estado
na pele, em seguida, ele a levou para a cama e fez amor com ela novamente, antes que
eles adormecessem. Eles haviam acordado várias vezes durante a noite, cada vez
buscando um ao outro novamente.
Na verdade, Edith não conseguia obter o suficiente dele. O prazer que ele lhe deu
era inebriante, e ela só queria mais e mais. Ela queria aprender mais também. Edith não
sabia que havia tantas posições e tantas coisas diferentes para fazer. E a cada nova
posição, sua confiança crescia e tornava-se mais ousada.
— Nós precisamos conversar primeiro, — Niels rosnou, mas seus dedos
continuavam a acariciá-la, e ele não a impediu de acariciá-lo.

Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands


— Sim. Fale, — ela murmurou, movendo a cabeça para que ela pudesse lamber e,
em seguida, beliscar seu mamilo.
Niels gemeu, mas, em seguida, pegou sua mão e arrastou-a de sua ereção, antes de
agarrá-la pelos ombros e forçá-la para cima e para longe dele. Expressão séria, ele disse,
— Nós realmente precisamos conversar, Edith. É importante.
Ela observou seu rosto por um momento, e então suspirou e assentiu.
— Obrigado, — ele murmurou e, em seguida, deslocou-se para sentar-se na cama,
com as costas contra a parede.
— Para quê? — Edith perguntou incerta, movendo-se para sentar ao lado dele.
— Se você tivesse pressionado com o assunto, eu poderia não resistir a lhe amar de
novo, e isso é importante, — ele garantiu-lhe.
Por um momento Edith foi tentada a pressionar o assunto afinal, mas ele disse que
era importante e sua expressão ficou sombria, de modo que ela se comportou e puxou os
lençóis para cobrir a si mesma enquanto ela esperava ele começar.
— Rory veio a mim ontem à tarde, — ele começou com uma voz suave.
— Sim, quando voltamos do mercado, — disse ela.
Niels concordou. — Ele tinha algo como um plano para capturar o assassino.
— É mesmo? — Perguntou ela com interesse. — Conte-me.
Ele hesitou, e então suspirou e disse: — Seu plano era para você morrer.
— O quê? — Edith gritou, saltando de joelhos, para ficar de boca aberta para ele,
com descrença.
— Sim, essa foi minha reação, — Niels disse secamente. — Mas o pensamento dele
foi que você finja que está morta, venha aqui fora como se você tivesse sido limpa e
preparada para o enterro e depois ver quem dá o passo adiante para tentar reivindicar
Drummond.
Edith sacudiu a cabeça. — Isso não vai funcionar. Já sabemos que Tormod seria o
próximo na linha e estou bastante certa de que ele não é a pessoa por trás tudo isto.
Então, se o assassino está realmente querendo Drummond, eles podem estar apenas
tentando fazê-lo parecer culpado por isso, que ele seja responsabilizado por tudo e
enforcado, deixando-os para fazer a reivindicação do título. — Ela franziu a testa e
acrescentou: — E se nós falsificarmos a minha morte e, em seguida, não acusarmos
Tormod, o assassino pode apenas matá-lo para tirá-lo do caminho.
— Sim, — Niels fez uma careta. — Bem, isso não era meu argumento, mas é tudo
verdade.
— Qual era seu argumento? — Edith perguntou, curiosamente.
— Que eu não ia arriscar você dessa maneira, — disse ele solenemente. — Eu
assinalei que o assassino podia escorregar para o seu quarto enquanto tivéssemos você
colocada fingindo estar morta e esfaqueá-la ou alguma outra coisa, quando eles
percebessem que você ainda estava respirando.
— Oh, sim, — ela disse fracamente. — Isso seria lamentável.

Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands


— Extremamente lamentável, — Niels concordou secamente, e então suspirou e
admitiu: — Mas como nós falamos, eu tenho uma ideia própria.
— Oh? — Perguntou Edith, com interesse. — Qual é?
— Para dar-lhes a oportunidade de envenená-la, e pegá-los nisso, — ele respondeu.
Edith ergueu as sobrancelhas. Isso não soava muito melhor do que a ideia de Rory,
à primeira vista.
Observando sua expressão, ele explicou: — Você não irá ser envenenada.
— Oh, bem, — ela disse, com uma risada.
Niels fez uma careta e disse: — Vamos descer para o desjejum. Você vai notar que
Alick não está lá e perguntar por ele, — instruiu.
— Tudo bem, — Edith concordou, solenemente.
— Quando fizer isso, eu vou dizer que o enviei para Buchanan e depois para
MacDonnell, com mensagens para informá-los que não estamos vindo, depois de tudo, o
que está acontecendo aqui.
— Mas você não vai enviá-lo a lugar nenhum, — ela adivinhou.
— Não, eu não vou. Ele está em seu quarto agora, esperando para entrar aqui e se
esconder.
— Esconder? — As sobrancelhas de Edith subiram e ela olhou ao redor. — Ele
poderia se esconder debaixo da cama, ou no baú maior lá. Moibeal esvaziou sobretudo
esse, eu acho, e podemos transferir tudo o que foi deixado para os outros baús.
— Sob a cama pode ser melhor, — disse Niels olhando ao redor do quarto. — Nós
teríamos que colocar buracos no baú para que ele pudesse ver, entretanto e eu não quero
sua visão obscurecida de forma alguma.
Edith assentiu e, em seguida, virou-se para ele quando ele continuou.
— De qualquer forma, depois de eu explicar sobre Alick estar longe, você deve
esfregar sua testa e se queixar que você está com dor de cabeça. Vou sugerir que você se
deite um pouco, que isso pode ajudar. Você, então, vai dizer que você vai apenas buscar
um pouco de cidra para levar com você e vou dizer, não, eu vou cuidar disso. Você vai
em frente.
— Então eu venho para cá, onde Alick está escondido, — sugeriu.
— Não, você espera fora de vista no patamar superior, — Niels disse com firmeza.
— Eu vou buscar a cidra ou hidromel ou qualquer coisa, mas ao invés de levá-la eu
mesmo, eu vou dizer a Moibeal para levá-la até você e, em seguida, volto à mesa para
falar com meu irmão. E então você desce antes de Moibeal poder chegar ao topo e lhe diz
para colocá-lo em seu quarto, e, em seguida, voltar e encontrá-la nas cozinhas, porque
você quer dar uma palavra com ela e Jaimie, antes de você se deitar. Você deve dizê-lo
em voz alta o suficiente para que todos possam ouvir, — acrescentou, e depois
continuou: — E então você vai para a cozinha.
— Então, Moibeal vai pegar a bebida e colocá-la no quarto de dormir, onde Alick
está escondido, e depois vem para baixo, deixando-o sozinho, — Edith disse lentamente.

Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands


— Sim. Eu estou esperando que o nosso assassino se arriscará a escapar até aqui
para envenenar a bebida, antes de seu retorno e Alick vai ver quem é.
Edith assentiu e disse cautelosamente, — Isso pode funcionar. Se eles estão
desesperados o suficiente para arriscar vir aqui, quando todos estão no grande salão e
eles podem ser vistos.
— Sim. — Niels franziu a testa e, em seguida, suspirou e disse: — Vamos apenas ter
que esperar que eles estejam desesperados o suficiente pelo título de Laird, para arriscar.
— Se eles estão mesmo, depois disso, — Edith disse com tristeza.
— O que mais eles poderiam querer depois? — Perguntou Niels, com surpresa.
Edith sacudiu a cabeça. — Eu não estou certa, mas os assassinatos... —Tomando ar,
ela disse, — Roderick e Hamish sofreram terrivelmente antes de morrer, e meu pai teria
sofrido também, se ele não já estivesse enfraquecido por seu problema de coração. Eu
sofri muito, — ela acrescentou: — E eu sei que Rory acha que eu sobrevivi porque meu
corpo manteve-se rejeitando o veneno, mas a última vez que minha bebida foi
envenenada, ele disse que o assassino tinha aumentado o veneno e eu certamente teria
morrido, se eu tivesse bebido mais.
— Sim, eu me lembro, — Niels disse quando ela fez uma pausa.
— Bem, por que eles não deram uma dose mais forte na primeira vez que nos
envenenaram? — Ela perguntou em voz baixa. — Por que colocar apenas o suficiente
para matá-los, após grande sofrimento? Pelo que você disse, Brodie e os outros
morreram rapidamente, assim que o assassino conhecia o uso, e simplesmente não fez
isso no vinho que matou meu pai e irmãos e me fez adoecer.
— Você acha que eles queriam que você sofresse, — disse ele, pensativo.
— Eles poderiam ter dobrado a dose em qualquer uma das bebidas ou ensopados
que tive, durante esses três semanas em que eu estive doente, — ressaltou. — Mas eles
não fizeram. Eles continuaram.
— Talvez, — Niels disse, pensativo. Ele ficou em silêncio por um minuto e, em
seguida, perguntou: — Existe alguém em quem você pode pensar que pode desejar-lhe
tanto mal assim?
Edith baixou a cabeça e pensou brevemente, mas finalmente sacudiu a cabeça, e
depois, tentando aliviar o clima, disse: — Além de sua Annie, não.
Niels piscou confuso. — Quem?
— Sua vizinha da história do porco que seus irmãos me contaram, — ela disse com
um pequeno sorriso. — Se ela tiver um cérebro em sua cabeça, ela deve amá-lo
loucamente e certamente irá me desejar uma dolorosa morte lenta, para casar com você.
Com uma risada deslizando de seus lábios, Niels puxou-a contra o peito para um
abraço e murmurou: — Você vai me fazer feliz, Edith.
— Bem e com certeza eu farei, — ela disse levemente. — Eu sou a esposa perfeita.
Aquela que vem com um castelo e título e morre rapidamente depois de você casar com
ela, deixando-o livre para casar com outra. Essa é a esposa perfeita, não é ?

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— Não, — ele disse bruscamente. — E eu não vou deixar que morra, Edith. Eu amo
você.

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Capítulo 14
Eu amo você.
Essas palavras ecoaram na cabeça de Edith e ela sentou-se como se estivesse
congelado por um minuto, com os olhos fixos em seu marido, e, em seguida, ouviu uma
batida na porta.
Niels afastou o seu olhar do dela e olhou em direção ao som. Jogando os lençóis de
lado, ele murmurou, — Deve ser Alick vindo se esconder.
— Marido, — disse Edith, pulando para fora da cama, mas era tarde demais, Niels
estava abrindo a porta.
Um grito de alarme escapando dela, Edith mergulhou de volta na cama e puxou os
lençóis sobre si mesma. Mas Niels apenas murmurou algumas palavras e depois fechou a
porta. Virando-se, ele franziu a testa quando viu que ela estava de volta na cama, e
perguntou: — O que você está fazendo? Por que não está se vestindo?
Edith hesitou por um momento, apenas olhando para ele, e então ela deslizou para
fora da cama. Apressando-se para o baú, ela vasculhou dentro dele por um vestido e
camisa e, em seguida, rapidamente passou uma escova no cabelo antes de colocar suas
roupas. Ela sabia que Niels estava se vestindo junto com ela, ainda assim foi uma
surpresa quando se virou e viu que ele já tinha terminado também. O homem era rápido
dobrando seu tartan quando ele queria ser, isso era certo, pensou Edith.
— Conversaremos mais tarde, — Niels disse calmamente, enquanto ela se juntava
a ele na porta.
Balançando a cabeça concordando, ela deixou-o tomar-lhe o braço e levá-la saindo
do quarto.
Edith não viu Alick em nenhum lugar no corredor enquanto eles entravam, mas
Cameron e Fearghas estavam lá esperando para escoltá-los abaixo. Supondo que Alick
estava esperando em um dos quartos próximos, para esconder-se no quarto depois que
saíssem, Edith saudou distraidamente os dois soldados e, em seguida, prontamente
esqueceu-os, enquanto Niels a conduzia pelo corredor. Sua mente estava muito ocupada
com os pensamentos rolando na cabeça, para pensar em muito mais. Ela se mantinha
vendo o rosto de Niels, quando ele disse que a amava.
Sua declaração pegou-a completamente de surpresa. Ela nunca tinha mesmo
ousado sonhar que ela poderia ouvir palavras como essas dele... pelo menos não tão
cedo.
Quando ele pediu para ela se casar com ele, Niels tinha dito que a desejava algo
ferozmente, mas que ele gostava dela também. Ele disse que ele a achava fina, e
inteligente e gostava que tivesse um bom coração. Ele disse que pensou que eles
poderiam ser felizes juntos. Essas eram todas as coisas que Edith estava pensando dele

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também. Ela também o queria algo ferozmente e ela o tinha achado fino e inteligente. Ela
gostava de sua paciência com Ronson e Laddiе, e seu carinho e preocupação com ela. E
ela também tinha pensado que eles poderiam ser felizes juntos. Ela ainda achava.
Se ela fosse honesta consigo mesma, Edith esperava que, de tudo isso, o amor
algum dia crescesse. Ela nem mesmo havia reconhecido isso para si mesma, mas a
esperança tinha estado ali, como uma semente se enraizando sob a sujeira, antes de abrir
caminho até a luz. A possibilidade parecia uma esperança para ela, desde que sentiu que
a apreciação mútua e admiração eram uma base sólida para isso crescer.
E eu não estou deixando você morrer, Edith. Eu amo você.
Ele já poderia realmente amá-la? E se assim fosse, poderiam os sentimentos se
agitando dentro dela serem amor por ele também?
— Wife?
Edith afastou seus pensamentos, notou o banco diante dela e sacudiu a cabeça.
Enquanto ela estava perdida em pensamentos, eles desceram as escadas e cruzaram o
grande salão para as mesas de treliça.
— Oh, — ela respirou, e imediatamente sentou-se, vagamente consciente que
Cameron e Fearghas estavam saindo para pegar os bancos mais abaixo da mesa, onde
eles poderiam vigiá-la sem se intrometer.
— Bom dia, milady.
Edith sorriu automaticamente para o homem ao seu lado, enquanto Niels se
acomodava à sua direita, e então piscou quando viu que era Tormod. — Você está de
volta.
— Sim, — ele disse e depois inclinou a cabeça de forma intrigante. — Está tudo
bem, milady?
— Finalmente, — Edith murmurou e depois olhou adiante dele para Geordie,
enquanto seu cunhado dizia: — Tormod estava acabando de nos dizer que não
encontrou nenhum sinal da empregada de Victoria, Nessa, na cabana de caça.
Edith se endireitou, os olhos arregalados. — Eu esqueci de Nessa. Ela também foi
com eles.
— Sim, — disse Niels, e explicou: — Mas Geordie e eu não a encontramos na
cabana com os outros. Tormod iria procurá-la quando fossem recolher seu irmão e os
outros.
— Mas ela não estava lá, — concluiu Tormod. — Nós vasculhamos toda a cabana e,
em seguida, um bom caminho para a floresta ao redor da cabana, mas não havia nenhum
sinal dela, — ele assegurou solenemente e depois acrescentou: — No entanto, nenhum
dos cavalos estava faltando. Ela cavalgou com um dos soldados na partida porque
Brodie não queria uma carroça para atrasá-los, e havia sete cavalos mortos nas baias.
Apenas Lonnie estava desaparecido, então ela não foi embora cavalgando.
— Não sozinha, — Niels concordou, e depois acrescentou: — Mas ela poderia ter
deixado a cabana com Lonnie, para voltar aqui.

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Houve um momento de silêncio enquanto todos consideravam isso, e então
Tormod suspirou. — Se então...
Ele não terminou seu pensamento, mas ele não precisava. Todos sabiam o resto do
que ele não havia dito. Se Nessa estivesse com Lonnie quando ele foi morto, e se o
homem tivesse sido morto por bandidos, como eles supuseram, então a empregada
provavelmente fora levada por eles. Nessa tinha sido uma coisinha linda. Se bandidos a
tivessem levado, ela provavelmente teria sido muito usada e deixada morta na floresta em
algum lugar. Se não fosse em terras de Drummond, então para onde quer que os
bandidos viajassem, depois de Drummond.
Balançando a cabeça, Tormod disse no silêncio que havia tombado: — Entre Effie
sendo envenenada e possivelmente morrendo, Victoria envenenada e morta, e Nessa
levada e provavelmente assassinada por bandidos, Victoria e suas criadas não se davam
bem aqui.
— Não, — Edith murmurou, mas franziu a testa e olhou para o tampo da mesa, sua
mente disparando, enquanto ela tentava reunir os pedaços de informação que essas
palavras, de repente enviaram saltando dentro de sua cabeça. Nenhuma delas fazia
sentido, ou significava qualquer coisa por si mesma, mas ela tinha certeza de que eles
fariam se ela pudesse colocá-las juntas corretamente.
— O que você está pensando, moça? — Tormod perguntou.
Edith balançou a cabeça, mas depois pegou um pedaço de informação que
continuava faiscando pela mente e disse: — Os assassinatos começaram depois que
Victoria e suas criadas chegaram aqui.
Silêncio mortal encontrou suas palavras e Edith olhou ao redor para ver seu
marido, seus irmãos e Tormod, todos olhando para ela com os olhos arregalados. Parecia
óbvio que isso não ocorrera a eles. Também parecia óbvio que eles não tinham certeza do
que fazer com isso também.
Suspirando, ela disse: — Parece-me apenas que estivemos perguntando quem e por
que, sem poder resolver isso. Mas nós não consideramos, uma vez sequer, quando
começou como possivelmente sendo importante, e ainda por que isso iria começar assim
de repente? — Um dia tudo estava bem em Drummond, e então no próximo meu pai
estava morto, meus irmãos morrendo e eu estava doente, e tudo aconteceu logo depois
que Victoria chegou. O dia em que suas criadas chegaram aqui, na verdade.
— Eu não tinha pensado nisso, — disse Tormod lentamente.
— Mas Nessa está desaparecida e Effie foi envenenada também, — Rory assinalou
franzindo a testa.
— Sim, não podemos encontrar Nessa, — disse Edith, pensativa.
— Mas isso não significa que ela está morta, necessariamente, não é? — Niels disse
agora, seguindo sua linha de pensamento.
— Não, suponho que não, — reconheceu Rory. — Mas Effie está definitivamente
envenenada e provavelmente morrerá eventualmente.

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— Quando? — Perguntou Edith.
Rory olhou para ela sem expressão.
— Quero dizer, ela está mostrando sinais de enfraquecimento? — Edith perguntou,
e então assinalou, — Você disse outro dia que ela estava parecendo melhor e tinha mais
cor. Que você quase pensaria que ela estava recebendo comida diferente da sopa que
você descia por sua garganta.
— Sim, mas eu a testo diariamente. Ela não está consciente e não pode estar
comendo — disse ele, com firmeza.
— Como você a testa? — Ela perguntou imediatamente. Era algo que ela queria
perguntar, já que Niels havia mencionado esse negócio de teste para ela. Porque ela
suspeitava que sabia como. Pelo menos sabia como testaria e se Rory testava Effie do
mesmo jeito ...
— Eu enfio uma agulha no pé dela, — Rory disse, suas sobrancelhas ligeiramente
levantadas com a pergunta, e então ele acrescentou: — Muito profundo também. Não há
como ela fingir dormir com isso.
— Ah, — Edith sussurrou a palavra, sua cabeça voltando-se um pouco com esta
notícia, e então ela se virou para olhar para o tampo da mesa de novo, mais pedaços se
conectando em sua mente.
— Moça? — Tormod perguntou. — O que você está pensando?
Edith ficou em silêncio por mais um minuto e depois admitiu: — Estou pensando
que por duas vezes agora, vi o que parecia ser uma mulher em uma das janelas dos
quartos superiores e...
— Quando? — Niels perguntou de repente.
— O dia em que a flecha foi atirada em mim foi a primeira vez, — ela admitiu. —
Caí em seu peito e, pouco antes de me enrolar sob você, vi alguém na janela do meu
quarto. — Foi apenas uma rápida olhada, e eu só tive uma impressão da pessoa, mas
agora que estou pensando sobre isso, poderia ter sido uma mulher.
— E a segunda vez? — Geordie perguntou.
— Ontem, no caminho de volta do mercado, — ela admitiu. — Quando começamos
a entrar no pátio, lembrei-me do que vi no dia em que a flecha foi atirada em mim e me
inclinei em volta do escudo para olhar em direção à janela.
— Sim, eu me lembro, — Niels disse calmamente. — Eu empurrei você de volta
para trás do escudo.
Edith assentiu. — Mas no rápido vislumbre que eu tive, eu pensei ter visto uma
mulher lá, novamente. — Ela encolheu os ombros como se não fosse importante, e
acrescentou: — Mas, novamente, eu só dei uma olhada rápida.
— Então, você está pensando que Nessa está aqui em algum lugar? — Tormod
perguntou, severamente.
— Isso ou a mulher que eu vi foi Effie, — disse ela com um suspiro, com a certeza
de que eles iriam rejeitá-lo imediatamente.

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— Não, — disse Rory com firmeza como ela esperava. — Eu lhe disse, eu cutuco os
pés dela com uma agulha duas vezes ao dia. E eu cutuco fundo, Edith. Ela não podia
fingir que dormia com disso.
— Effie não tem sensações em seus pés, — Edith disse-lhe sem rodeios.
— O quê? — Rory perguntou, bruscamente.
— Tem certeza? Perguntou Niels.
Edith assentiu. — Victoria me disse isso por ela mesma. É por isso que ela trouxe
Nessa para ajudá-la. Effie não tem nenhuma sensação em seus pés e suas pernas estão
fracas — ela não pode andar muito ou ficar de pé por muito tempo. Isso dificulta o
trabalho dela.
Praguejando, Niels começou a se levantar, mas Rory pegou seu braço.
— Espere, — ele disse. — Pense nisso, irmão. Por que Effie mataria todo mundo? Se
ela tivesse parado no pai e nos irmãos de Edith, eu poderia acreditar que ela estava
tentando dar a Victoria tudo o que Brodie prometera a ela, quando ele falou para a
garota se casar com ele. Mas então ela dificilmente mataria Victoria e Brodie. E agora que
Victoria está morta, ela não ganha nada por matar Edith.
— Victoria, e não Effie, poderia ter sido a pessoa que foi realmente envenenada por
acidente, — Tormod disse solenemente, e explicou: — Victoria não gostava de cerveja.
Talvez Effie pusesse o veneno na cerveja, pensando que Victoria não o beberia. Sua boca
se apertou e acrescentou: — E tenho certeza de que Lady Victoria não teria bebido se
tivesse outra coisa, mas Brodie raramente considerava os outros. e não o fez desta vez.
Não havia mais nada para Victoria beber.
— Então ela bebeu a cerveja, — Edith murmurou com um aceno de cabeça. Isso
fazia sentido, ela supunha, mas ainda havia peças que não se encaixavam, ela pensou, e
então olhou ao redor quando Niels, subitamente, se dirigiu para as escadas. Tormod e
Geordie ficaram imóveis em seus calcanhares.
Quando Cameron e Fearghas se levantaram e se moveram para ficar atrás dela,
Edith se levantou para segui-lo também, mas ela estava se movendo muito mais devagar.
Também Rory, ela notou enquanto ele ficava ao lado dela. Ela ficou em silêncio, por um
momento, ciente de Cameron se agrupando por trás dela. Ele estava em seus
calcanhares, ansioso para ela se mover mais rapidamente para que eles pudessem chegar
onde estava a ação, mas Edith o ignorou e quando ela começou a subir as escadas com
Rory, disse: — Você não acha que foi Effie. .
Rory fez uma careta. — Talvez seja porque eu tenho amamentado ela por tanto
tempo, tentando fazê-la viver, que não quero acreditar, mas não. Eu não acho. — Ele
olhou para ela bruscamente e disse: — E você?
— Eu não acho, — ela admitiu. — Ainda há coisas que não se encaixam.
— O que você quer dizer? — Rory perguntou com curiosidade.
— Bem, Effie poderia estar acordada, e ela poderia ter conhecimento suficiente de
envenenamentos para estar por trás dessas mortes, — reconheceu Edith.

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— Mas como ela poderia ter ido abaixo até a cozinha para esfaquear Cawley sem
que ninguém a percebesse? — Sugeriu Rory.
— Sim, — disse Edith com um suspiro. — E acho difícil acreditar que Effie pudesse
manter o arco firme o suficiente para atirar uma flecha tão diretamente. Além de seus pés
estarem dormentes, ela tinha a paralisia nas mãos e nos braços.
— Não era ela, — disse ele com alívio.
— Você estava com medo de ter trabalhado tão duro para manter um assassino
vivo, — disse ela, com compreensão.
— Eu não teria perdoado a mim mesmo, — Rory admitiu, quando eles pisaram no
patamar.
Edith assentiu e então olhou para o corredor quando Niels saiu do quarto em que
Effie fora colocada, com o rosto definido em linhas duras.
— Ela se foi, — ele anunciou, severamente.
— Foi para onde? — Rory perguntou com surpresa. — Ela estava na cama quando
eu fui abaixo para o desjejum e alguém teria notado se ela tivesse descido as escadas.
— Ela deve estar aqui em algum lugar então, — Geordie rosnou.
— Procurarei todos os quartos,— disse Tormod severamente.
Ele começou a se virar, mas parou quando Cameron se aproximou de Edith e
perguntou: — Ela poderia ser a pessoa que acendeu o fogo no quarto do laird?
— O que? — Niels perguntou com surpresa.
Antes que Cameron pudesse falar de novo, Edith explicou: — Ontem, enquanto
esperávamos meu banho chegar, Moibeal, os rapazes e eu fomos dar uma olhada no
quarto do laird, para ver o que seria necessário se decidíssemos nos mudar para lá. Mas
quando chegamos lá, encontramos evidências de que alguém estava usando o quarto.
— Sim, o quarto estava quente, então eu chequei a lareira, — anunciou Cameron. —
Eu pensei que tudo o que haveria na lareira seriam cinzas, mas elas estavam quentes,
algumas ainda brasas.
— E a cama estava feita com lençóis e peles e obviamente alguém tinha dormido
nela, — acrescentou Fearghas.
Quando Niels se virou imediatamente e seguiu pelo corredor, Edith seguiu. Ela não
percebeu que todo mundo a seguia, até que Tormod bramou: — Fearghas, volte para as
escadas e proteja-as. Não deixe ninguém subir ou descer.
O homem suspirou por perder toda a animação, mas parou imediatamente,
enquanto o resto deles continuou até a porta do quarto do laird.
— Isso é lavanda? — Rory perguntou, cheirando o ar, enquanto seguia Edith e
Niels para o quarto.
— Sim, — disse Niels, correndo uma bota sobre as pétalas secas espalhadas sobre as
esteiras de junco.
— Está quente, — Tormod comentou.

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— Sim, há brasas na lareira de novo, — disse Cameron, ajoelhando-se junto à
lareira para cutucá-la como fizera no dia anterior. Endireitando-se, ele olhou para
Tormod e assegurou-lhe: — Eu não vi ninguém entrar ou sair do quarto enquanto
Fearghas e eu ficamos de guarda.
— Tearlach e Wallace ficaram de guarda no corredor ontem à noite. Eles devem
estar deitados — vá acordá-los e traga-os de volta para cá, Cameron — Tormod ordenou,
indo para o lado de Niels enquanto abria as cortinas da cama para revelar os lençóis e
peles desarrumados.
— Moibeal abriu-as ontem, e nós as deixamos assim quando voltamos para o meu
quarto, — disse Edith solenemente. — Alguém deve ter estado aqui desde então.
— Você deveria ter me contado sobre isso, — Niels disse com uma careta, quando
ele se virou para olhar para ela.
— Eu pretendia, — ela assegurou, e então corou. — Mas eu realmente não tive a
chance, e então esqueci completamente, até que Cameron falou sobre isso.
— Parecia que você a distraía completamente, — Geordie disse divertido, quando
Niels continuou a parecer furioso.
— Sim, bem, talvez devamos deixar entrar alguma luz aqui, — resmungou Tormod,
correndo para a janela mais próxima para abrir as venezianas.
Feliz por ter a desculpa de esconder o rosto por um momento, Edith abriu as
persianas da segunda janela e, em seguida, olhou para cima, surpresa, quando Niels se
sentou ao lado dela.
—Eu sinto muito. Eu não deveria ter gritado com você, — ele se desculpou,
esfregando as costas suavemente.
Edith sorriu torto. — Você realmente não gritou, meu laird.
— Você apenas rosnou como um urso, — acrescentou Rory, enquanto passava por
eles no caminho para examinar a água na bacia, na mesa entre as duas janelas.
Franzindo as sobrancelhas, Niels acrescentou: — E peço desculpas pelo
comportamento embaraçoso de meus irmãos.
— Nosso comportamento? — Geordie perguntou com um assovio. — Não somos
aqueles que mantiveram todos no castelo acordados até a metade da noite, com nossos
uivos.
Gemendo, Edith fechou os olhos e encostou a cabeça no peito de Niels,
murmurando: — Desculpe. Eu tentarei ficar mais quieta no futuro.
Ela queria dizer isso para Niels e disse tão baixo que ela pensou que só ele ouviria,
mas Geordie disse: — Oh, moça, você não tem nada por que se desculpar. Sua voz era
como um canto de pássaro. Foi maravilhoso ouvir isso. Agora Niels, por outro lado...
— Ele parecia um urso ferido, — Rory terminou secamente. — Assustou os
pequenos dormindo no grande salão, quase até a morte.
— Vou esperar no corredor e ajudar a Tearlach e Wallace — disse Tormod em voz
alta, obviamente desconfortável com essa conversa.

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— Agora, veja o que você fez, — Niels rosnou. — Você envergonhou minha esposa
e Tormod.
— Sim, — Rory disse com um suspiro e se virou da água, para encontrar o olhar de
Edith enquanto ela levantava a cabeça e olhava para ele. Fazendo uma careta de
desculpas, ele disse: — Me desculpe, moça. Mas, para falar a verdade, provavelmente
vamos repeti-lo de novo ao longo dos anos. Somos família agora.
— Sim, — concordou Geordie. — E é assim que somos com a família.
Para o desânimo de Edith, suas palavras trouxeram um nó repentino à sua garganta
e lágrimas encheram seus olhos, rapidamente.
— Oh, moça, não chore, — Geordie disse com alarme. — Vamos tentar nos
comportar melhor.
— Provavelmente não vai funcionar, mas vamos tentar, — Rory assegurou, com
preocupação.
Recuando abruptamente, Niels segurou o queixo dela com a mão e levantou o
rosto. Ele fez uma careta quando viu as lágrimas ameaçando transbordar de seus olhos, e
Edith se viu subitamente pressionada firmemente contra seu peito, enquanto ele
começava a bater em suas costas como se estivesse fazendo arrotar um bebê.
— Eu espero que vocês estejam orgulhosos de si mesmos, — ele retrucou. —
Homens crescidos fazendo uma mocinha chorar.
Uma gargalhada escorregou dos lábios de Edith e ela se afastou do peito dele.
Balançando a cabeça, ela disse: — Está tudo bem. Eu não estou chorando.
— Na verdade, sim, moça, você está, — disse Rory, gentilmente, enquanto ela
afastava as lágrimas que se derramaram sobre suas bochechas.
— A menos que seus olhos estejam vazando, — disse Geordie, esperançoso. — Mas
parece que fizemos você chorar.
— Não, — ela assegurou-lhes, e depois acrescentou: — Bem, sim, mas só porque eu
fiquei tocada por vocês me considerarem sua família.
— Ah, — disse Rory, com compreensão. — Bem, eu temo que você esteja com a
gente. Nós somos família agora que você se casou com nosso irmão.
— Sim, — grunhiu Geordie e depois provocou, — mas o fato de que você
concordou em casar com ele prova que ficou tocada.
Niels olhou furioso para o irmão, mas Edith riu e olhou para a porta, enquanto
Tormod entrava de novo no quarto, para anunciar: — Os homens estão chegando.
O primeiro não retornou ao corredor então, mas andou rapidamente para o centro
do quarto, enquanto esperavam a chegada de Cameron com os guardas que tinham
estado no corredor, do lado de fora de seu quarto, durante a noite.
Edith mordeu o lábio e olhou para os dois homens, com simpatia, quando eles
correram para o quarto nos calcanhares de Cameron. Ambos os homens obviamente
tinham sido tirados de um sono profundo e pareciam um pouco em pânico, como se

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achassem que estavam em apuros. Parece que Cameron não explicou as coisas e
simplesmente os derrubou de suas camas, na guarnição e os levou de volta para cá.
No momento em que pararam na frente de Tormod, ele perguntou: — Você viu
alguém entrando ou saindo deste quarto na noite passada?
— Não, — disseram em uníssono, ambos obviamente surpresos com a pergunta.
Isso mais do que qualquer coisa dizia que eles não tinham visto.
— Tudo bem. Tormod assentiu. — Vocês podem voltar para suas camas
novamente.
Os dois homens pareciam mais desconcertados do que quando entraram, mas
acenaram com a cabeça e se viraram para sair.
— Esse fogo não começou sozinho, — disse Niels agora. — Deve haver uma
entrada secreta. Devemos procurar pelo quarto.
Tormod hesitou e depois disse: — Não há necessidade de pesquisar. Eu sei onde
está.
Edith olhou para ele com surpresa. — Há uma entrada secreta?
— Sim.
— Onde? — Ela perguntou, olhando ao redor com curiosidade.
Tormod hesitou e depois disse rigidamente: — Só o Laird e a Lady de Drummond
sempre sabem onde está.
— E você, acrescentou Niels.
— Sim. O Laird Drummond me disse, quando Lady Drummond morreu. Ele sentiu
que alguém, além dele, deveria saber caso morresse inesperadamente, antes de passar o
segredo para o filho, — explicou Tormod.
Niels assentiu solenemente e disse: — Se preferir dizer apenas a Edith, meus irmãos
e eu podemos ir embora.
Ela olhou para ele com surpresa e abriu a boca para protestar, mas antes que
pudesse, Tormod disse: — Não. Você é o laird aqui agora. Você deveria saber.
Edith relaxou e sorriu para Tormod. O homem acabara de dar a aprovação
definitiva ao seu marido. Seu povo deve tê-lo aceito. Não foi algo com que ela se
preocupara antes disso, mas ela estava feliz por não ter que se preocupar.
Quando Tormod ainda hesitou em falar, Niels disse baixinho: — Confio em meus
irmãos, com minha vida.
Suspirando, o homem assentiu e se virou para Cameron. — Feche a porta ao sair.
O soldado assentiu com a cabeça e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.
No momento em que esta se fechou, Tormod caminhou até a borda do castiçal, à
esquerda da lareira e pressionou a menor pedra no meio. A parede do lado esquerdo da
lareira imediatamente se deslocou, uma porção da mesma de cerca de dois metros de
altura e de um metro de largura, deslizando aberta cerca de três centímetros. Tormod
pegou a borda saliente e puxou a porta escondida, aberta para a sala.

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— Onde ela vai dar? — Perguntou Niels, enquanto ele, Geordie e Rory se
amontoavam na abertura para perscrutar a escuridão revelada a eles.
— Esta leva para escadas escondidas.
— Escadas para onde? — Perguntou Edith, fascinada.
— Elas vão ambas até a muralha e para baixo para uma passagem ao nível do solo,
com várias portas escondidas. Há uma em uma dos garderobes fora do grande salão, uma
na despensa fora das cozinhas, uma nos jardins e depois outra em um túnel que corre
sob o pátio e parede exterior até uma caverna nos bosques, em um ponto a meio caminho
entre, onde as árvores começam e onde o lago está.
Niels considerou isso e, em seguida, virou-se para perguntar: — Então, perto de
onde encontramos Lonnie?
— Sim, — Tormod admitiu, surpreso ao notar isso. — Muito perto, de fato. Cerca
de seis metros para a direita e um metro mais afastado de onde você encontrou Lonnie,
se suas costas estiverem para o castelo.
Niels assentiu e, em seguida, levantou uma sobrancelha questionando. — Você
disse que este conduz ao grande salão e as cozinhas. Tem outro?
Tormod se virou para andar até a borda do candelabro à direita da lareira. Desta
vez, ele pressionou a maior pedra na borda e uma segunda porta secreta deslizou para
dentro três centímetros.
— Este leva aos aposentos ao longo da muralha exterior, — Tormod anunciou,
abrindo-a enquanto os três irmãos se moviam para olhar para esta nova passagem,
escura. — Os quartos que Lady Edith e seus irmãos ocupavam e onde vocês estão agora.
— E sobre as janelas? — Edith perguntou, com um franzir de sobrancelhas e
quando Tormod olhou para ela interrogativamente, ela ressaltou: — Certamente as
janelas em cada quarto estão no caminho. Você tem que rastejar debaixo delas?
— A passagem desce em cada entrada para liberar as janelas e, em seguida, de volta
para a próxima entrada. Na verdade, embora muito dela esteja entre a parte superior da
grande parede do corredor e a parede externa como a parede dos quartos superiores e a
parede exterior. E há buracos de espreita perfurados a cada poucos centímetros, para
você poder olhar para baixo o grande salão.
Franzindo a testa, Edith perguntou: — Não há buracos de espreita para os
aposentos, no entanto, há?
Os olhos de Tormod se arregalaram com a sugestão e, em seguida, sua testa franziu
e ele admitiu: — Eu não tenho nenhuma certeza, milady. Sua pai apenas me levou a cada
quarto de dormir, me mostrou como abrir cada entrada, explicou sobre a passagem de
descida entre cada porta secreta e disse-me que você podia ver o grande salão através de
buracos de espreita. Ele não mencionou ser capas de ver os quartos e eu nunca tive a
oportunidade de realmente estar dentro das passagens.

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Grunhindo, Niels olhou ao redor do quarto e, em seguida, disse: — Espere aqui, —
e escapou para o corredor. Ele abriu a porta apenas o suficiente para deslizar, de modo
que as passagens abertas não seriam reveladas a ninguém no corredor.
Todos ficaram em silêncio, perdidos em seus próprios pensamentos, Edith supôs.
Ela estava certamente pensando. Ela estava se preocupando com esses buracos para
espreitar. Preocupando-se se havia alguém olhando para os aposentos, seu quarto
especificamente. E se assim fosse, teria a pessoa misteriosa, que tinha estado dormindo
neste quarto, assistido os seus momentos privados? A possibilidade era angustiante o
suficiente para que Edith ficasse grata pela distração, quando a porta se abriu e Niels
voltou para a sala, carregando uma tocha acesa.
Segurando-a alta, ele atravessou a sala, parando perto de Edith para beijá-la na
testa, e então disse: — Eu volto logo, — e entrou na passagem. Franzindo a testa, Edith
moveu-se para a abertura e o viu levantar a tocha, mas, em seguida, olhou para trás,
quando Geordie perguntou: — Existem passagens para os aposentos pelo lado de
dentro?
—Não. Apenas as externas. É por isso que aos membros da família foram dados
todos esses quartos e dos quartos interiores foram feitos quartos de hóspedes, —
explicou.
Todos os homens assentiram. Fazia sentido. As passagens eram em primeiro lugar
uma fuga de emergência caso o castelo fosse invadido. Os visitantes não estariam aqui o
tempo todo e fossem as passagens necessárias para uma fuga de emergência, a família
seria a primeira preocupação.
— Há tochas em suportes ao longo da passagem.
Edith teve um sobressalto com o anúncio diretamente atrás dela, e deu um passo
fora do caminho, para que Niels pudesse voltar para o quarto. Sorrindo para ela
distraidamente, ele cruzou para a segunda entrada e desapareceu rapidamente dentro
dela.
— Esta aqui também, — ele anunciou, quando voltou, um momento depois, e Edith
observou o brilho na passagem agora. Aparentemente, ele tinha acendido pelo menos a
primeira tocha, ela pensou e depois viu o mesmo brilho na outra entrada também.
— Portanto, isto deve ser como alguém esteve entrando e saindo desta sala sem
ninguém o ver, — Rory comentou, caminhando para perscrutar a passagem de onde
Niels tinha acabado de sair.
— Provavelmente, — Niels concordou, mas Edith observou que a sugestão fez
Tormod franzir a testa.
— Pode até ser como Effie conseguiu desaparecer, — Geordie apontou.
— Não, — Tormod disse, balançando a cabeça com firmeza. — Effie não poderia ter
sabido sobre essas passagens.
— Victoria poderia ter dito a ela, — Edith assinalou.
— Victoria não poderia ter sabido também, — assegurou ele.

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— Brodie provavelmente disse a Victoria, no momento em que ele descobriu sobre
elas, — assegurou ela secamente.
— É exatamente isso, ele não sabia sobre elas, por isso não poderia ter dito a ela,
— explicou Tormod.
— O quê? — Perguntou ela com surpresa. — Mas ele era laird, uma vez que
Hamish morreu.
— Sim, — ele concordou, e, em seguida, apontou, — Por duas semanas inteiras
antes de fugir do castelo. E eu gostaria ter chegado a dizer-lhe, eventualmente.
Provavelmente, — acrescentou em um murmúrio, e depois estalou a língua com
irritação e admitiu: — Eu peço desculpas, milady, mas seu irmão era um egoísta
mimado, estúpido idiota. Eu mal podia acreditar que estávamos presos com ele como
Laird, e estava esperando que não seria assim. Naturalmente, se tivesse se dado ao
trabalho de perguntar o que ele deveria saber para administrar Drummond, eu teria dito
a ele. Mas ele não o fez. Assim... Decidi apenas esperar até que as coisas se
estabilizassem, antes de compartilhar todos os segredos deste lugar com ele.
— E você teria feito o mesmo conosco, se isso não tivesse acontecido? — Niels
perguntou, em um tom enganosamente suave.
— Claro que não, — Tormod disse, parecendo verdadeiramente chocado com a
sugestão. — Você é cem vezes melhor homem do que Brodie era. Um bom par para
nossa Lady. Estou feliz de ter você e sei que a maioria de todos aqui em Drummond está
aliviada por ter vocês dois como Laird e Lady, em vez de Brodie e Victoria. Quando eu
lhe dei a chave para a despensa, eu lhe disse que eu tinha coisas que eu precisava falar
com vocês, uma vez que eu voltasse de recolher os corpos na cabana de caça, — ele
relembrou-o e, em seguida, apontou para as passagens secretas. — Estas estavam nessa
lista.
Assentindo Niels relaxou, e perguntou: — Se Brodie não sabia sobre essas
passagens, quem mais sabia além de você?
— Esse é o inferno disso, — disse Tormod, parecendo de repente cansado. — Tanto
quanto eu sei, eu sou a única pessoa viva que sabia sobre estas passagens até agora,
quando eu contei a todos vocês. Mas eu juro para vocês que não sou aquele que está
dormindo no quarto.
— Alguém deve saber sobre as passagens então, — Edith disse, simplesmente. Ela
acreditava em Tormod. Ele parecia tão exausto por tudo isso que ela simplesmente não
podia acreditar que ele era o culpado. Além disso, se ele fosse o culpado, ele dificilmente
ia dizer-lhes que ele era o único que sabia sobre as entradas escondidas e passagem
secreta. Ele afirmaria que ele tinha dito a Brodie, que poderia ter dito a Victoria, que
compartilhara com as criadas. Ou ele poderia até ter afirmado que várias pessoas sabiam
sobre elas. Mas ele não tinha, e ela acreditava nele, mas ela não tinha certeza de que
alguém teria também e tinha ficado muito aliviada quando seu marido concordou
pensativamente.

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— Sim. Então, alguém deve tê-las descoberto por conta própria, — Niels raciocinou.
— Talvez Effie durante a limpeza.
Edith torceu os lábios com ar de dúvida. — Effie não fazia a limpeza, tanto quanto
eu sei.
— Então talvez seu irmão Brodie, acidentalmente encontrou-a, enquanto brincava
quando criança, falou à sua esposa sobre isso e ela disse à criada , — Rory sugeriu.
Ela supôs que isso era possível. Edith sempre manteve uma distância segura entre
ela e qualquer fogo. Quando criança, ela estava presente quando uma dos jovens criadas
tinha chegado demasiado perto da lareira, no grande salão. A saia da garota tinha
pegado fogo e ela tinha sido terrivelmente queimada, antes que a mãe de Edith a
cobrisse com uma pele e sufocado as chamas. Esse incidente a tornou cautelosa de ficar
muito perto de qualquer tipo de fogo ou lareira. Seus irmãos nunca tinham tido o mesmo
problema, e do que ela recordava, Brodie gostava de brincar de soldado em volta da
lareira, arrumando seus homens de madeira pouco esculpidos sobre as bordas do
candelabro e, em seguida, derrubando-os um após o outro, às vezes até mesmo jogando-
os na lareira para observá-los queimar. Ela supôs que ele poderia ter se apoiado contra
uma das pedras alguma vez e descoberto a passagem secreta.
— De qualquer modo e quem quer que as descobriu, precisamos procurar os
quartos e as passagens, — Rory disse calmamente. — Effie está em algum lugar.
— Sim. — Niels concordou e, em seguida, olhou para as duas passagens e franziu a
testa. — Precisamos procurar cada quarto e a passagem, ao mesmo tempo. Caso
contrário, corremos o risco de alguém usando a passagem caia sobre nós, pois estamos
um em cada quarto.
— Há cinco quartos fora da passagem da direita, se você incluir esta, e há cinco de
nós, — Edith assinalou. — Nós poderíamos deixar alguém postado aqui para ter certeza
de que ninguém escapa usando as passagens e os outros quatro poderiam ir a cada um
dos outros aposentos, procurar neles e, em seguida, todos fazem o caminho de volta para
aqui através das passagens, para ter certeza de que não há alguém lá também.
— Exceto que apenas Tormod sabe como abrir as outras passagens, — Geordie
apontou.
— Sim, mas eu poderia pegar o quarto de Lady Edith, — Tormod disse lentamente,
e assinalou. — É o mais distante. Após uma busca rápida, eu poderia escorregar para a
passagem, garantir que ninguém está nela entrar nesse quarto e no de Brodie e em
seguida, abrir a entrada escondida para o quarto de Brodie pela passagem.
— Então você, e quem quer que procurasse o quarto de Brodie, poderia continuar
para a próxima porta escondida, e para a próxima, garantido de que ninguém passaria
por você e ninguém estaria na passagem, — disse Niels, balançando a cabeça, e depois
sorriu para Edith e cumprimentou-a. — Boa ideia, esposa... Só que a quinta pessoa será
Alick. Você vai estar segura embaixo, nas mesas de cavalete, com sua guarda.

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Os olhos de Edith se arregalaram. Ela tinha esquecido completamente do pobre
Alick, escondido debaixo da cama, em seu quarto. O jovem deveria estar se perguntando
o que diabos estava acontecendo neste momento. Ainda assim, seis pessoas eram
melhores do que uma, ela pensou. Mas quando ela abriu a boca para dizer isso, Niels
silenciou-a com um beijo rápido.
Erguendo a cabeça, ele levantou a mão para passar os dedos levemente em sua
bochecha e disse: — Eu preciso saber que você está segura, esposa. Ou então eu vou estar
distraído com a preocupação e posso cometer um erro que poderia levar a mim ou
Tormod, ou um a um dos meus irmãos a ser mortos. É um assassino que estamos
caçando.
A testa de Edith franziu, mas depois de um momento, ela suspirou e deu um aceno
relutante, concordando. Não era provável que ela iria ganhar deste raciocínio, de
qualquer maneira. Os homens podiam ser incrivelmente teimosos quando se tratava de
mulheres pisando em seu território e ela não tinha dúvida de que Niels via pegar o
assassino como seu trabalho.
Além disso, ela não achava que eles iriam encontrar nada nos quartos ou
passagens, de qualquer maneira. Effie dificilmente iria se esconder lá, quando ela tinha
tantas saídas para escolher. A maioria das quais não estavam presentemente cheia de
homens a caçá-la.
Acima disso, porém, Edith também queria um momento de silêncio para pensar.
Um bom número de coisas não estavam fazendo sentido para ela e ela tinha certeza de
que se pudesse ordená-las, lentamente e logicamente, ela poderia desvendar esse
mistério.

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Capítulo 15
— Milady?
Edith parou de pressionar sobre as pedras na parede por trás do banco do sanitário
e olhou para a porta do garderobe com um franzir de testa. — Moibeal?
— Sim, milady, — disse sua criada, seu tom irônico. — Cameron foi buscar-me para
ver se você estava bem. Parece você estava aí por algum tempo e eles estavam
começando a se preocupar.
— Estou bem. Eu estarei fora imediatamente, — ela respondeu com exasperação e,
em seguida, olhou para a parede de novo e suspirou. Ela tinha pressionado cada pedra
na parede de trás do garderobe e, tanto quanto ela podia dizer, nada tinha acontecido.
Não houve nenhum clique, nem mesmo um sopro de som, e certamente nenhuma porta
escondida deslizou para dentro, para revelar a entrada para a passagem a partir daqui.
Nem isso tinha acontecido nos dois primeiros garderobes. Este era o terceiro e último que
ela tinha verificado, desde que deixou seu marido e os outros para procurar os aposentos
e passagens acima, enquanto Cameron e Fearghas a escoltaram escadas abaixo.
Agora, ela olhava para a parede e considerava que havia, provavelmente, mais de
um truque para a entrada do garderobe, do que apenas empurrando uma pedra. Caso
contrário, com tantas pessoas a usá-lo, qualquer pessoa poderia acidentalmente inclinar-
se contra a pedra correta e descobrir a porta escondida.
Mas que truque seria? — perguntou-se, chegando a tentar mexer uma pedra em vez
de empurrá-lo.
— Milady?
—Estou indo! — Edith respondeu, com exasperação. Descendo do banco, ela
caminhou até a porta e abriu-a. Apesar de estar feliz por escapar do mau cheiro dos
garderobes, ela fez uma careta para Cameron, Fearghas e Moibeal enquanto saía, e então
se concentrou em sua criada e perguntou: — O quê?
— Eu ia perguntar-lhe se você desejava que eu buscasse um de seus tônicos,
— Moibeal disse, pacientemente. — Os homens falaram da forma como você tinha
parado em cada garderobe, desde que chegou abaixo, gastando uma enorme quantidade
de tempo em cada um, mas indo parar imediatamente no próximo, então eu pensei que
talvez você tivesse o fluxo e ...
— Não, eu estou bem, — disse Edith, ruborizando quando ela percebeu como o seu
comportamento tinha sido interpretado por seus guardas. Sacudindo a cabeça, ela andou
ao redor do trio e se dirigiu para a cozinha, murmurando, — Eu preciso ter uma palavra
com Jaimie.
Ela não se surpreendeu quando todos os três se arrastaram atrás dela. Os homens
tinham que, e parecia que Moibeal não tinha nada melhor para fazer no momento. Sem

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dúvida, os guardas a tinham parado no patamar e se recusado a deixá-la ir limpar o
quarto de dormir, como ela faria normalmente.
— Pare.
Edith levantou a cabeça com surpresa e olhou para o homem que tinha pisado na
frente dela, enquanto ela se aproximava da porta da cozinha. Dois novos soldados
estavam guardando-a hoje, ela viu, seu olhar deslizando do rosto severo do homem
diante dela ao seu trêmulo parceiro, ainda perto da porta.
— Mova-se, Sholto, — Cameron resmungou antes que Edith pudesse falar. — Sua
Lady quer entrar nas cozinhas para falar com Jaimie.
— Tormod ordenou-nos para não deixar ninguém passar, — o homem disse com
firmeza.
— Bem, sua lady supera Tormod, — Fearghas disse impaciente. — Então, mova-se.
— Sholto, — o segundo homem disse preocupado. — Talvez você devesse...
— Cale a boca, Roy. Eu cuido disso, — Sholto falou, e depois apoiou as mãos nos
quadris e fez uma careta para o grupo deles. — Eu tenho minhas ordens e ...
— Sholto, — Edith interrompeu agradavelmente.
Mantendo a boca fechada, ele a olhou com cautela. — Sim?
— Eu sou a lady aqui. Tormod trabalha para mim. O que significa que você
trabalha para mim. Quero que você saia do caminho. — Quando ele fechou a cara e
parecia que poderia recusar, Edith acrescentou:—E eu sugiro que você faça isso agora ou
eu vou dizer à sua esposa que você estava mexendo com a vadia da cerveja e eu tive que
tratar você do gotejamento.
—Você quer dizer gonorreia? — Moibeal engasgou quando Sholto empalideceu e
saltou para o lado.
— Hmmm, — Edith murmurou, abrindo o caminho para as cozinhas agora que seu
caminho estava limpo. Ela odiava esse nome para a doença. Ela só lembrava do que
muitas vezes tinha que ser feito para isso. Muito frequentemente, o violino do paciente
ficava obstruído com a descarga pingando fora dele. Quando isso acontecia, a mãe tinha
lhe dito, deve-se aplaudir forte, com as mãos de ambos os lados, para tentar desobstrui-
lo. Ela também disse, porém, que uma mão e um livro poderiam ser usados em seu
lugar.
Sholto era um caráter irritante, no entanto, e Edith tinha usado dois livros. O
homem tinha uivado sem parar depois. Duvidava muito que ele tivesse estado visitando
a vadia da cerveja, de novo, tão cedo. Pensando sobre isso, ele provavelmente não iria
voltar para ela, com qualquer cura que precisasse, ela reconheceu com um sorriso
malicioso, quando ela olhou ao redor da cozinha procurando o cozinheiro.
— Ele não está aqui, — disse Moibeal com surpresa, enquanto eles pesquisavam a
cozinha quase vazia. Honestamente, quatro pessoas eram como uma gota de água em
um balde, nesta sala enorme.

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— Eu vou perguntar a uma das criadas onde ele está, — Fearghas murmurou e
correu para fazê-lo.
Edith olhou-o ir, mas depois encontrou seu olhar deslizando para o fundo da sala,
enquanto uma lembrança de Cawley, deitado sangrando no chão, passava pela sua
mente. Seu olhar deslizou sobre a grande esteira de junco, agora colocada onde ele tinha
estado e não precisou ter um monte de pensamentos profundos para saber que ela estava
cobrindo a mancha que seu sangue tinha deixado para trás. Limpá-lo das rachaduras e
fendas da pedra teria sido impossível.
— Milady?
Edith piscou e olhou em volta com a voz de Moibeal, surpresa ao descobrir que em
seu estado distraído, ela atravessara a sala e agora estava olhando para o tapete onde o
corpo de Cawley tinha estado. — Sim?
— Fearghas disse que Jaimie está fora, nos jardins, pegando algumas ervas, — a
criada disse-lhe suavemente.
Assentindo, Edith olhou para trás para a esteira de junco, e depois para a barra por
trás dele. Ali teria sido onde Cawley estava sentado quando foi esfaqueado, ela pensou, e
em seguida, transferiu sua atenção para a porta ao lado. A despensa. Tormod lhes tinha
dito que havia uma outra entrada escondida lá dentro, ela recordou. Se o assassino a
tinha usado, eles podiam nem mesmo ter que sair da sala para esfaqueá-lo. Apenas abrir
a porta e...
— Milady? — Moibeal disse, gentilmente.
— Sim, — Edith suspirou, afastando-se. Ela iria verificar a despensa mais tarde e
ver se poderia encontrar a entrada escondida. Ou talvez ela apenas tivesse que deixar
Tormod mostrar tanto a ela quanto a Niels onde era, mais tarde.
Indo para a porta de trás, para fora da cozinha, ela perguntou: — Fora nos jardins,
você disse?
— Tormod disse que você não deveria deixar o castelo, — Cameron lembrou-a,
enquanto ele e Feargas os alcançava.
— São somente os jardins, Cameron, — disse ela com um suspiro. — Não há janelas
neste lado do edifício para qualquer um atirar flechas em mim. Ficará tudo bem.
— Mas...
— Eu só vou sair pela porta dos fundos, — disse ela suavemente. — Você pode
trazer Jaimie para mim. Está muito quente aqui para ficar esperando você encontrá-lo.
Pelo menos pela porta dos fundos será mais frio.
Se ele teria discutido o ponto ou não, ela não sabia. Tinham chegado à porta de trás
e ela já estava avançando para fora.
— Eu vou buscar Jaimie, — Fearghas disse, parecendo irritado, enquanto corria à
sua frente.
— Ali, — Edith disse alegremente, ignorando a maneira como Cameron estava
olhando para ela. — Isto não é bom?

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— Melhor do que a flagelação que vamos receber por deixar você fora do castelo,
— Cameron reclamou.
— Só vai ser um minuto. Tormod nunca irá saber, — assegurou ela. Quando ele
apenas olhou para ela com descrença, ela levantou uma mão ao peito, a outra para o ar e
disse com diversão, — que Deus me atinja, se eu estiver errada nisso.
Cameron olhou para cima, como se esperasse ver um raio sendo arremessado para
baixo em direção a eles, e, em seguida, horror cruzou seu rosto e ele atirou-se sobre Edith
e Moibeal.
Edith engasgou de surpresa, quando ela foi pega pela cintura e empurrada para a
frente, e depois grunhiu de dor quando ela caiu no chão, enquanto um baque alto soou
atrás deles. Por um momento, ela estava ali de bruços, quase certa que um raio tinha
caído, mas então a razão voltou e Edith percebeu que, o que ela tinha ouvido atrás dela,
era o baque de algo pesado batendo no chão, e não o crack de um raio.
— Você está bem, milady? — Cameron perguntou, ansiosamente, levantando-se ao
lado dela.
— Sim, — disse Edith, e olhou atrás dele para sua criada . — Moibeal? Você está
bem?
A criada rolou para o lado dela e olhou para trás onde tinham estado,
murmurando: — Melhor do que ela.
Franzindo a testa, Edith começou a se levantar, mas só conseguiu chegar a suas
mãos e joelhos, antes que Cameron a pegasse por baixo dos braços e a colocasse de pé.
— Obrigada, — ela murmurou, esfregando seu vestido enquanto ela se virava para
ver o que tinha caído. Quem tinha caído, Edith corrigiu-se, enquanto olhava para o corpo
torcido de Effie no chão, a seus pés. A mulher tinha aterrissado exatamente onde tinha
estado parada, antes que Cameron as tivesse meio empurrado e meio arrastado para fora
do caminho. Ela não as tinha acertado por menos que um fio de cabelo, Edith pensou
com desânimo, olhando para seu corpo.
— Oh, o sopro de Deus, milady!
Edith olhou em volta para aquela voz, e apenas conseguiu preparar-se, antes que
Jaimie jogasse seu corpo magro para ela e a abraçasse com força. Infelizmente, pequena
como ela era, ele ainda era menor, e sua cabeça pousou entre seus seios. Felizmente, no
entanto, ela não teve que dizer nada. Tão rapidamente como ele o fez, o pequeno homem
magro soltou-a e saltou para trás, corando alegremente.
— Sinto muito, Lady. Eu estava tão alterado. Você foram quase mortas.
Novamente! Você deveria ter esperado por mim, dentro, — acrescentou, pegando o
braço dela e impelindo-a em torno do corpo e de volta para a porta. — Não é seguro para
você estar fora do castelo. Você poderia ter sido morta. Novamente.
— Sim, é quase como se o próprio Deus estivesse tentando derrubá-la, — disse
Moibeal, baixinho.

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A julgar pela forma como os lábios de Cameron se contraíram, ele ouviu a criada
dizer isso, mas simplesmente virou-se para Fearghas e disse com resignação, — É melhor
ir buscar Tormod e o novo laird. Eles precisam saber disso.
Concordando, o soldado abriu a porta, segurou-a para eles entrarem e, em seguida,
seguiu-os para dentro e passou rapidamente por eles, para sair correndo das cozinhas.
— Fearghas disse que você estava querendo dar uma palavra comigo, — Jaimie
estava dizendo agora. — Vocês querem seu desjejum? Você não fizeram isso ainda. Eu
posso fazer-lhes um bom...
— Não, — Edith interrompeu. — Obrigada, mas eu não gostaria que você perdesse
tempo do seu dia para cozinhar para mim. Eu só queria ter certeza de que Duer e Iain
entregaram o queijo e os capões que comprei.
— Oh, sim, sim, — ele garantiu-lhe, sorrindo. —Está tudo aqui. O queijo está na
despensa e os capões parecem muito bons e gordos. Eu estou assando um para o jantar
de hoje à noite, assim que eu terminar de pegar as ervas que eu preciso para isso.
— Oh, maravilhoso, isso vai ser bom, — Edith murmurou, dando tapinhas em seu
braço. — Eu deveria deixá-lo voltar para isso então. Isso é tudo o que eu queria.
— Muito bem, minha Lady. Agora, você vai sentar e tentar se recuperar. Você teve
um terrível susto lá. Vou trazer algo leve você para arrumar seu estômago. Você basta ir
sentar-se. E você, — Jaimie acrescentou bruscamente para Cameron, — mantenha um
olho nela. Não podemos perder a nossa Lady Edith agora que a temos como lady para
sempre.
— Estou tentando, — Cameron assegurou-lhe, pegando o braço de Edith e levando-
a mais rapidamente. — Mas a lady pode ser teimosa.
— Absurdo. Lady Edith é um anjo, — Jaimie vociferou quando chegaram à porta.
— E, se você deixar algo acontecer com ela, vai ter nada além de nabos e mingau para
você até o dia que morrer, Cameron Drummond. Então proteja-a bem.
O soldado deixou a porta fechar atrás dos três com uma careta, e praticamente
empurraram Edith para as mesas de cavalete.
— Sente-se, — ordenou, em seguida, fez uma careta e acrescentou: — Por favor.
Mordendo o lábio para conter sua diversão, Edith sentou-se, mas segurou o braço
de Moibeal e arrastou-a para baixo com ela.
— Você vai fazer Cameron dar ataques, — disse a criada , olhando por cima do
ombro para observar o homem, quando ele começou a andar para trás e para frente,
atrás delas.
— Provavelmente, — Edith reconheceu.
— Ele é sempre tão viril sobretudo quando ele fica mandão, não é? — Moibeal disse
a seguir, e depois acrescentou: — Ele me lembra seu marido laird.
— Sério? — Perguntou Edith, com surpresa.
— Sim. Ele é tão... comandante. Eu realmente nunca percebi quão bonito ele é, antes
disso, — disse a menina, com um suspiro.

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Edith ergueu as sobrancelhas. — Será que Kenny tem alguma competição?
— Oh, Kenny! — A criada sacudiu a mão com irritação.
— O quê? — Edith perguntou curiosamente.
— Bem, depois de ver quão bom e gentil e atencioso o laird é com você, e ouvir
como ele lhe agrada na cama... — Ela fez uma careta e encolheu os ombros. — Eu estou
pensando que Kenny não está se esforçando muito. Talvez ele não é para mim.
— Ah, — Edith murmurou, não querendo dizer isso, mas contente que a garota
estava pensando dessa forma. Ela não tinha pensado muito em Kenny e a maneira como
ele tratou Moibeal desde o início. Virando-se, olhou para Cameron pensativamente e
depois balançou a cabeça e voltou-se para dizer: — Bem, eu gosto de Cameron. Assim
você tem minha benção se você está interessada nele.
— Eu estou, — Moibeal garantiu-lhe com um pequeno suspiro. — Agora, se ele
apenas tivesse me notado.
Edith deu de ombros. — Fique comigo e ele vai ter que notar.

— Morta.
Niels fez uma careta com esse anúncio de Rory, quando ele se endireitou depois de
examinar Effie, onde ela tinha caído. Ele tinha sido capaz de dizer isto ele próprio, sem
sequer tocar a mulher. — Todos seus ferimentos são da queda, não lhe parece?
— Sim, — disse Rory. — Eu não vejo quaisquer hematomas ou arranhões que
sugiram que ela foi ferida antes de cair da muralha.
— Você acha que ela nos ouviu nas escadas, pensou que estávamos chegando, e
pulou? — Perguntou Geordie.
— Esse seria o meu palpite, — Tormod disse severamente. — Ela deve ter sabido
que tínhamos encontrado seus venenos e o arco no quarto e que íamos atrás dela.
— Seu salto foi, provavelmente, um último esforço desesperado para matar nossa
Lady e acabar consigo mesma também.
Niels virou-se com o comentário azedo, para ver o cozinheiro se aproximando com
um grande cesto cheio de ervas recentemente colhidas.
Acenando com a cabeça para ele, Jaimie informou, — Ela quase pousou na cabeça
de Lady Edith, e certamente a teria matado, se Cameron não a tivesse empurrado e a
Moibeal, fora do caminho.— Soltando um suspiro, ele sacudiu a cabeça e olhou para
baixo para o corpo quebrado de Effie. — Ela deve ter ficado louca. Todos esses
assassinatos... e para quê? Sem dúvida, ela começou com a esperança de ver sua lady
administrando Drummond como a moça desejava, mas em vez disso ela a matou
também, com suas ações tolas. Ela provavelmente estava apenas tentando matar Lady
Edith, por despeito, quando ela soube que involuntariamente tinha matado sua Victoria.
— Sim, — Geordie e Tormod disseram, balançando a cabeça solenemente.

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Niels percebeu que Rory não estava comentando, mas estava olhando para Effie,
sua expressão preocupada. — O que você está pensando, Rory?
Seu irmão hesitou, mas depois balançou a cabeça, impotente. — Eu não sei o que
pensar. Certamente o que Jaimie diz faz sentido. Tudo parece sugerir que Effie era a
nossa culpada e se matou para não ser apanhada. É realmente triste.
Niels olhou para a mulher novamente, e, em seguida, para a parte superior da
parede. Ele franziu a testa, mas depois simplesmente se virou e caminhou de volta para a
cozinha e através dela. Ele precisava falar com Edith.
Movendo-se para o grande salão, Niels viu que sua esposa ainda estava sentada,
sussurrando com sua criada, à mesa. Um movimento o fez olhar para a lareira, onde a
avó de Ronson estava aquecendo as mãos perto do fogo, e parecia estar censurando seu
neto. Provavelmente acerca de quão sujo ele estava, Niels pensou com um pequeno
sorriso. Parecia que o garoto tinha estado rolando na sujeira. Laddie não estava muito
melhor, ele observou, enquanto seu olhar caía para o cão. Os dois necessitavam outra
visita ao lago. O qual parecia um lugar tão bom quanto qualquer outro para ter aquela
conversa com Edith.
Niels se dirigiu para a mesa e para sua esposa.

—Milaird.
Edith voltou com aquele murmúrio de Cameron, e sorriu com incerteza para o
marido, quando o viu se aproximando. Ela não podia dizer por seu rosto se ele estava
zangado com ela por sair para os jardins, ou não. Ela não podia ler nada de sua
expressão. Seus olhos estavam preocupados, a boca sorrindo, mas sua mandíbula
apertada com tensão. Era muito confusa.
— Eu acho que vou limpar o quarto de dormir, agora que os homens parecem ter
acabado lá em cima, — disse Moibeal, pulando por cima do banco para fazer a sua fuga.
Edith assentiu, mas a palavra covarde flutuou por sua cabeça quando a criada fugiu
e ela teve que forçar seu sorriso a se alargar, para o benefício do marido.
— Ronson e Laddie precisam de outro banho, — Niels anunciou abruptamente,
uma vez que ele a alcançou.
Edith olhou para ele fixamente. Essas eram as últimas palavras que ela esperava
ouvir sair da sua boca, enquanto ela observava sua abordagem.
— Ronson! — Niels chamou, e Edith seguiu seu olhar para o menino que estava
seguindo sua avó para sua cadeira. O rapaz lançou um olhar esperançoso em sua direção
com a chamada.
— Sim, milaird? — Ele perguntou, correndo em direção a eles, com Laddie em seus
calcanhares.
— Você e Laddie precisam de outro banho. Como diabos vocês ficaram tão sujos?
— Ele acrescentou com exasperação. — Você tem lama de suas canelas até o pescoço.

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— Nós estávamos brincando, — Ronson disse como se isso devesse explicar tudo.
— Bem, vá dizer à sua avó que nós estamos indo para o lago para limpar vocês
dois, — disse Niels, e então disse a Edith, — eu vou preparar meu cavalo. Você pode
querer recolher alguns lençóis e roupas limpas, enquanto eu faço isso.
Ele estava fora se dirigindo para as portas do castelo, antes que ela pudesse
responder. Edith apertou os lábios enquanto o observava ir, e então se levantou e correu
escadas acima, consciente de que Cameron e Fearghas a estavam seguindo.
Edith coletou roupas limpas para ela e Niels, e toalhas para os três para se secarem,
mas ela também pegou sabão e algumas peles. Ela enrolou as peles e as amarrou com
cordas, enquanto Moibeal recheava todo o resto em um saco para ela. Ela estava
correndo de volta para baixo em um momento.
Cameron e Fearghas se ofereceram ambos para carregar os itens para ela, enquanto
a seguiam da posição onde eles tinham estado esperando fora do quarto, mas Edith
apenas balançou a cabeça e continuou. Ela estava feliz com o que tinha, quando Tormod
chamou os dois homens até ele, enquanto eles se apressavam a descer as escadas.
Cameron e Fearghas desaceleraram e olharam para ela, mas ela acenou para eles.
— Continue. Eu só vou espreitar para fora das portas e ver se meu marido já está
pronto.
Balançando a cabeça concordando, os homens correram em direção de Tormod,
quando atingiram a parte inferior dos degraus, e Edith se virou para correr para as
portas do castelo. Erguendo o saco por cima do ombro, abriu uma porta e olhou para
fora, as sobrancelhas levantando quando viu Niels subindo as escadas, um escudo na
mão. Seu cavalo estava ao pé da escada com Laddie deitado ao lado dele na sujeira, e
Ronson em pé na frente, segurando as rédeas.
— Onde estão seus guardas? — Niels perguntou, quando ela saiu do castelo com
seus itens.
— Tormod os chamou para a mesa. Eu disse que tinha acabado de olhar e ver que
vocês estavam prontos.
Niels assentiu e, então, tomou as peles enroladas dela, colocou-as debaixo do braço
e agarrou o saco também. Elevando o escudo sobre a cabeça, ele disse: — Vamos lá.
Vamos sem eles desta vez. Eu quero conversar.
Ele a conduziu rapidamente para descer as escadas, entregou-lhe o escudo para
manter sobre sua própria cabeça e, em seguida, levantou-a sobre a sela. Edith quase
tentou sentar de lado, mas no último momento moveu o nariz com decoro e trocou suas
pernas para que ela desembarcasse montada. Niels então rapidamente adicionou o saco e
as peles na sela, antes de levantar Ronson para sentá-lo no colo dela. Um momento
depois ele estava na sela atrás dela e dirigindo o cavalo para fora do pátio.
— Você pode abaixar o escudo agora, — Niels disse, uma vez que estavam para
além do castelo.

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Edith baixou-o com alívio e deixou-o pendurado ao lado deles, para que ele se
apoiasse contra sua perna. Tinha sido estranho segurá-lo assim. Ele tinha se mantido
batendo na cara de Niels. Ela tentou impedir que isso acontecesse, mas quicando no
cavalo ficava difícil.
Eles não falaram no caminho para o lago. Niels manteve o cavalo se movimentando
a uma velocidade que tornava isso difícil, mas Edith não se importava. Ela estava
gostando da sensação do vento fresco em seu cabelo e o calor do corpo de Niels atrás
dela. Tanto que ela estava quase triste quando eles chegaram ao lago e ela teve de
desmontar.
— Vou preparar as peles caso você queira entrar na água, — Niels sugeriu
enquanto ele a colocava no chão.
Edith sorriu levemente, mas balançou a cabeça. Ela planejava nadar com ele e
Ronson desta vez, sem estar constantemente ansiosa de que ela pudesse ser vista em
camisa. Ela ainda usaria a camisa, uma vez que Ronson estava com eles, mas não estava
tímida sobre seu marido vê-la nela. Ela o ajudou a desenrolar e tirar as peles, e depois
reuniu as toalhas e roupas limpas e pendurou-as no ramo que tinha usado da última vez.
Uma vez feito, Edith desfez os laços de seu vestido e deslizou-o, surpreendida
quando Niels gemeu atrás dela.
— Ah, moça, — ele suspirou, movendo-se em direção a ela. — Você torna difícil
pensar, quando faz coisas assim.
— Assim como? — Ela perguntou com uma risada sem fôlego, quando ele passou
os braços ao redor dela por trás e puxou-a contra seu peito. Edith aninhou-se contra ele
brevemente, desfrutando do contato, mas quando suas mãos começaram a subir em
direção a seus seios, ela pegou-as e sussurrou: — Comporte-se. Ronson está aqui.
— Sim, — Niels suspirou. Soltando-a, acrescentou secamente: — E eu fui tolo o
suficiente para convidá-lo também.
Edith riu com o comentário e começou a entrar na água.
Foi muito mais divertido nadar com Ronson e Niels do que sem eles, ela decidiu,
enquanto eles jogaram e brincaram na água. Desta vez, ela pode se divertir com eles ao
invés de ouvi-los se divertir. Ela até mesmo gostava de lavar Laddie, apesar dele
saltando sobre ela e afundando-a sob a água duas vezes. Mas eventualmente eles tiveram
que sair.
— Pronto, — Edith disse alegremente, enquanto seguia Ronson fora d’água. —
Você está limpo como um bebê recém-nascido agora. Isso deve agradar sua avó.
— Graças a Deus, — Ronson rosnou com irritação infantil. — Eu pensei que ela ia
ter um ataque quando saiu do garderobe e me viu.
— O garderobe de novo? — Edith brincou com diversão.
— Sim. Eu lhe disse, ela está sempre lá, — Ronson queixou-se, aceitando a roupa
que Edith lhe entregou e começando a secar-se. — Ela estava indo para lá quando ela me
mandou sair para brincar, e estava saindo quando eu vim de volta.

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Edith parou com as toalhas meio enroladas em torno de si mesma e olhou para o
garoto, enquanto ele deixava cair a toalha e vestia as limpas, embora usadas, que sua avó
tinha enviado com ele. Suas palavras repetindo-se em sua cabeça enquanto o observava.
Mas quando Niels chegou até eles, ela começou a se mover novamente e terminou de
envolver o tecido em torno de si mesma. Segurando-o no lugar com uma mão, ela deixou
Niels para se secar e vestir sua camisa e tartan e seguiu o menino para as peles, dizendo
suavemente, — Conte-me sobre sua avó, Ronson.
Ele se virou para olhar para ela sem expressão, e, em seguida, caiu sobre as peles e
perguntou: — Dizer o que sobre ela?
Edith hesitou, ela mesma sem saber o que ela estava esperando saber, mas, em
seguida, sugeriu: —Conte-me sobre sua vida antes de vir para Drummond.
Isso significava para ele dizer a ela sobre sua casa antes de vir para Drummond,
mas ele entendeu mal e disse-lhe sobre a sua vida mais imediata, antes de chegar aqui.
Fazendo uma careta, infelizmente, ele disse: — Bem, nós caminhamos por um longo
tempo. Eu pensei que meus pés iam cair por andamos tanto tempo.
— E os outros castelos onde vocês pararam no caminho? — Perguntou Edith. Bessie
tinha dito a ela que tinham parado em cada castelo entre aqui e sua antiga casa, no norte
da Inglaterra, mas ninguém queria deixá-los entrar.
Ronson olhou para ela com perplexidade. — Não havia outros castelos, milady.
Nenhum que eu tenha visto de qualquer maneira. Tudo o que havia no caminho para cá
eram bosques e mais bosques. Nós nem mesmo cruzamos com ninguém viajando.
— Entendo, — Edith murmurou. Bessie tinha obviamente mentido. Ou o castelo de
onde tinha vindo não ficava no norte da Inglaterra como Bessie tinha dito, ou eles tinham
ficado fora dos caminhos e trilhas, para evitar encontrar com outros. Isso era possível e
os teria salvo de serem roubados ou atacados por bandidos, mas teria sido mais lento o
percurso e tinha seus próprios perigos. Tiveram sorte que tinham evitado serem atacados
por lobos selvagens e ursos, em seu caminho até aqui.
— Você lembra quantas noites você dormiu no caminho para cá, Ronson? — Ela
perguntou, abruptamente.
Ele fez uma pausa e considerou a pergunta, e depois sacudiu a cabeça. — Demais
para contar. Centenas talvez.
Edith duvidava que tinham sido centenas, mas ela também não achava que o
menino sabia contar ainda. Ou se ele pudesse, ele provavelmente não poderia contar
muito alto. Mas sua resposta disse-lhe que devia ter viajado uma boa distância.
— O inverno tinha acabado de terminar quando começamos, — acrescentou de
repente. — Ainda estava um frio terrível.
Edith assentiu e relaxou um pouco. Ronson e sua avó tinham estado viajando um
bom tempo, para chegar a Drummond. Talvez até mesmo tanto quanto um par de meses.
Isto parecia um pouco demais, mas... Era final de julho; talvez eles tinham chegado a
Drummond no final de maio. Se eles começaram a sua jornada no final de março... Ela

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franziu a testa, mas supôs que poderiam ter andado tanto tempo. Ronson tinha pernas
pequenas e era jovem, seu passo teria sido muito menor e eles teriam tido que viajar
muito mais lento do que dois adultos... e, aparentemente, eles tinham feito isso, sem
parar uma vez em qualquer um dos castelos e aldeias ao longo do caminho.
Boca apertada, ela perguntou: — O que vocês comeram no caminho para
Drummond?
— Vovó sempre saía e caçava um coelho ou um pássaro quando parávamos, depois
de um dia, — disse ele e depois acrescentou com orgulho: — Ela tem uma mão certeira
com o arco. Como tinha minha mãe. Mamãe costumava me levar para caçar com ela. Ela
prometeu que ia me ensinar a usar o arco assim como vovó ensinou ela, mas depois ela
morreu. — Ronson fez uma breve pausa, e depois como Niels terminara de se
vestir e viera se juntar a eles nas peles, o menino acrescentou tristemente. — Eu sinto
falta de minha mãe.
— Eu imagino que sente, — disse Edith, mas perguntou: —E sobre o último castelo
em que vocês viveram antes de Drummond? Você se lembra disso?
— Sim. — Ele estendeu a mão para afagar Laddie, quando o cão caiu sobre a grama
ao lado das peles e ficou em silêncio por um minuto, mas depois disse: — Foi tudo bem.
Tínhamos a casa mais bonita da aldeia, vovó e mamãe e eu. Mas mamãe sempre tinha
que ir até o castelo do laird porque ele queria que ela trabalhasse. Isso fazia vovó
praguejar coisas terríveis quando ele enviava seus homens para buscá-la. Ela disse que
ele era um bastardo cantor, ou algo assim.
As sobrancelhas de Edith se ergueram. — Você quer dizer estuprador?
— Sim. — A sobrancelha de Ronson clareou. — Era isso. Ele era um bastardo
estuprador.
Edith sentou-se brevemente, e então perguntou: — Qual era o nome do sua mãe?
— Esposa, — Niels rosnou baixinho.
— Glynis, — Ronson disse com um sorriso. — Ela era sempre muito boa, milady. E
ela não estava sempre trancada no garderobe como Vovó. Ela gostava de brincar comigo.
— Ele franziu a testa. — Pelo menos ela fazia isso quando não estava muito dolorida.
— Muito dolorida? — Ela perguntou, ignorando a carranca que Niels dirigia para
ela.
— Sim. Mamãe estava sempre caindo e batendo em coisas enquanto trabalhava
para o senhor e voltava ferida e machucada. Ela poderia não brincar comigo, então, —
ele disse com tristeza.
— Foi assim que ela morreu? — Perguntou Edith. — Caindo ou esbarrando em
alguma coisa?
— Sim, ela caiu do penhasco, — Ronson disse infeliz. — Foi terrível. Ela deve não
ter percebido quão perto estava. Ela simplesmente andou para fora dele. Eu tentei avisá-
la. Eu gritei e berrei e corri tão rápido quanto eu podia, para tentar alcançá-la para avisá-
la, mas ela não me ouviu e eu não podia correr rápido o suficiente.

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— Sinto muito por ouvir isso, Ronson, — Niels disse gentilmente: — Mas eu tenho
certeza que ela sabe que você tentou avisá-la.
O rapaz resmungou, e começou a coçar Laddie atrás da orelha, fazendo a perna do
cão começar a chutar o ar.
Edith olhou-o em silêncio por um minuto e, em seguida, perguntou: — Foi por isso
que vocês foram embora?
— Esposa, — Niels falou alto agora, obviamente querendo que ela parasse de fazer
estas perguntas ao garoto. Felizmente, Ronson respondeu assim mesmo.
— Sim. O velho laird veio até lá e disse a Vovó que tínhamos que partir, — ele
murmurou com uma carranca, e então disse: — Mas eu acho que ele deve ter querido
dizer outra pessoa.
— Quis dizer outra pessoa para partir, você acha? — Edith perguntou incerta.
— Sim. Eu acho que ele estava nos confundindo com outra pessoa. Ele nem mesmo
sabia o nome da vovó. Ele se manteve chamando-a de Ealasaid.
Edith olhou para Ronson, um som como água, correndo em seus ouvidos, enquanto
ela tentava entender o que ele tinha dito. Quando o som começou a recuar, ela
finalmente disse cuidadosamente: — Garoto, você diz que ele a chamou Ealasaid?
— Sim. — Ronson fez uma careta. — Ela estava tão zangada com ele que eu acho
que ela nem percebeu. Mas eu percebi, e depois que ele saiu, eu tentei dizer a ela que ele
estava confuso e que ela deveria ir até o castelo e explicar-lhe, mas vovó só me disse para
me calar e ir para a cama e dormir, que estaríamos saindo com a primeira claridade.
Ronson fez uma careta e admitiu: — Eu acho que talvez ela estava um pouco
alterada com tudo isso, porque enquanto ela empacotava, ela continuou resmungando
sobre ir para casa, mas estávamos em casa, — disse ele seriamente e, em seguida, soltou
outro suspiro. — De qualquer forma, então nós partimos e andamos todo o caminho
até aqui, e foi duro, milady. A coisa mais difícil que eu já fiz em toda a minha vida. Às
vezes eu adormecia em pé e acordava para encontrar vovó me carregando. Eu fiquei tão
feliz quando chegamos aqui e você nos deixou ficar.
Edith deu um sorriso torto, mas não tinha ideia do que dizer a isso. Ela gostava
muito de Ronson, mas naquele momento ela não podia dizer honestamente que estava
feliz que ele e sua avó tivessem chegado a Drummond e que ela os tinha deixado ficar.
Nesse momento, ela tinha certeza de que tinha sido o maior erro de sua vida.
— Será que você... — ela começou.
— Ronson, — Niels interrompeu-a severamente. — Eu preciso ter uma palavra com
minha esposa. Nós vamos estar lá perto do cavalo. Fique aqui até voltarmos.
— Sim, milaird, — disse Ronson através de um bocejo, e depois se jogou de costas
nas peles para olhar para o céu acima.

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Capítulo 16
Edith olhou Niels com curiosidade, enquanto ele a conduziu para sua montaria. Ele
parecia terrivelmente zangado, e ela teve a sensação de que era com ela, embora não
pudesse imaginar o porquê. Até chegarem a seu cavalo e ele se virar para ela para exigir,
em um grunhido: — O que você estava fazendo conversando com o rapaz sobre tais
questões perturbadoras?
— Você ouviu o que ele disse? — Perguntou Edith, com espanto, pois enquanto ele
tinha perdido a parte sobre Bessie ser tão exímia com um arco e flecha, ele tinha estado lá
quando o menino tinha dito os nomes Ealasaid e Glynis.
— Sim. Sua pobre mãe foi como que estuprada por seu último laird e levada a tirar
sua própria vida. O velho bastardo, em seguida, colocou para fora Ronson e sua pobre
velha avó e eles andaram pelo que devem ter sido semanas, para chegar aqui em
Drummond.
— E os nomes? — Ela perguntou.
Sua pergunta colocou-o em alerta, e Niels franziu a testa e perguntou: — Que
nomes?
Edith deu uma bufada de impaciência. — Sua mãe, para citar um.
A boca de Niels se retorceu e ele olhou para baixo brevemente, obviamente
tentando lembrar. Finalmente, ele deu de ombros e disse: — Glenna?
— Glynis, — ela corrigiu. — Os nomes das irmãs do meu pai eram Glynis e
Ealasaid, — ela lembrou.
— Oh... sim, — ele disse finalmente, e olhou para trás para Ronson com uma careta.
—Mas o nome da avó de Ronson é Bessie.
— Bessie é como chamamos uma criança ou uma mulher idosa chamada Elizabeth,
— ela apontou pacientemente. — E Elizabeth é a versão em inglês de...
— Ealasaid, — ele terminou por ela, compreendendo.
— Sim. Que é como o velho Laird a chamava, — Edith lembrou-lhe e virou para
olhar para o menino. Seus olhos estavam fechados agora, embora seu pé estivesse
balançando, então ela sabia que ele estava acordado.
— E o nome de seu pai era Ronald, — Niels murmurou, seguindo o seu olhar para
Ronson.
— E ele disse que sua avó se manteve murmurando sobre ir para casa, — Edith
acrescentou, sombriamente.
— Sim. — Ele olhou para Ronson brevemente e depois sacudiu a cabeça. — Mas
você disse que as irmãs de seu pai estavam mortas.
— Isso é o que me foi dito, — Edith disse, solenemente.

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— Assim... tudo isso poderia ser uma estranha coincidência? — ele perguntou em
dúvida.
Edith sacudiu a cabeça. — Ronson se queixou para mim uma vez ou duas sobre
quanto tempo sua avó gasta nos garderobes. Ele disse que ela passa a maior parte da noite
lá, — ela disse-lhe em voz baixa. — Eu apenas assumi que era resultado da idade. Mas
quando estávamos saindo para o lago, hoje, eu comentei sobre como sua avó ficaria
satisfeita que ele fosse tão limpo, e ele mencionou que ela tinha lhe dito para sair e
brincar, em seu caminho para o garderobe e quando ele retornou de brincar, ela quase
teve um ataque quando saiu do garderobe e o viu.
Niels balançou a cabeça, obviamente, não tendo certeza o que isso tinha a ver com
qualquer coisa.
— Quando vim para baixo, depois de deixar você com os homens para procurar
nos aposentos e túneis, o salão estava quase vazio. Havia dois guardas na porta da
cozinha, e talvez um punhado de criados nas mesas, incluindo Moibeal, mas Ronson e
Laddie não estavam à vista em lugar nenhum. Nem também estava Bessie.
— Ronson, provavelmente, já estava fora, no pátio, brincando com Laddie, e Bessie
estava no garderobe, — disse ele com facilidade.
— Sim, isso é o que você deveria pensar, mas no minuto em que eu desci, eu
verifiquei cada um dos garderobes, em busca da entrada escondida que Tormod
mencionou e cada um deles estava vazio.
Niels parou. — Ela não podia estar na cozinha.
—Não. Os guardas não lhe teriam permitido passar. E ela não poderia ter ido
escadas acima, porque os homens estavam guardando o patamar e o corredor para evitar
isso, — ressaltou.
— Você acha que ela sabe sobre as passagens porque Bessie é a irmã de seu pai
Ealasaid e que a mãe de Ronson não era sua filha, mas sua irmã Glynis, — ele raciocinou
lentamente.
— Não. Eu suspeito que Bessie é Ealasaid, e que a mãe de Ronson era realmente
filha de Bessie, mas ela a chamou de Glynis por causa de sua irmã. Eles eram muito
próximas, aparentemente.
Niels concordou, e então disse: — E você acha que o menino foi nomeado por causa
de sua pai?
Edith concordou.
— Mas você acha que Bessie tem estado se esgueirando, através das passagens, até
o quarto de seu pai e dormindo lá?
— Eu acho que ela está fazendo mais do que isso, — Edith disse calmamente. — Eu
sei que a mãe de meu pai era muito hábil com cura e venenos e estava ensinando
Ealasaid e Glynis tudo o que sabia, antes que todos eles morressem. Ou antes que
supostamente morressem, — acrescentou secamente.

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— Então, ela poderia ter sabido o suficiente sobre as ervas para envenenar todos,
— Niels murmurou e então sua boca se apertou e ele acrescentou: — E ela sendo hábil
com a cura significa que ela teria sabido onde o coração estava e a melhor maneira de
esfaquear, para pará-lo também.
Edith assentiu. — Eu sei que os homens querem culpar Effie por tudo o que
aconteceu aqui, mas como eu disse a Rory, Effie...
— Tinha paralisia nas mãos e nos braços e não podia apontar em linha reta. Sim, ele
nos disse quando encontramos o arco e os venenos debaixo da cama, — Niels admitiu e
explicou: — Nós já tínhamos decidido que Effie não podia ser a culpada antes mesmo
que recebêssemos a notícia de que ela estava morta. Mas nós ainda não tínhamos ideia
do que poderia ser, por isso decidimos fingir acreditar nisso, na esperança de que o
verdadeiro culpado iria relaxar o suficiente para cometer um erro, bem como, talvez, cair
na armadilha que nós planejamos.
— Que armadilha? — Perguntou ela com interesse.
— Aquela onde deixamos sua bebida sozinha no quarto onde Alick está se
escondendo e pode testemunhar sua candidata a assassina, temperando-a, — disse ele e,
em seguida, perguntou: — Você não notou que Alick não veio para baixo com o resto de
nós? Ninguém sabe que ele está aqui, além dos dois guardas no corredor e eles juraram
segredo.
— Oh. — Ela balançou a cabeça, recordando o plano que ele tinha mencionado
naquela manhã. Isto parecia tão distante agora.
— Quantos anos teria sua tia se ela ainda estivesse viva? — Niels perguntou de
repente.
— Ealasaid e Glynis eram sete e dez anos mais novas que meu pai, — ela disse e,
em seguida, explicou, — Vovó perdeu várias crianças depois de Papai, antes que
Ealasaid tivesse nascido.
Niels sacudiu a cabeça com desapontamento, com a notícia. — Bessie é velha, Edith.
Ela não pode ser a irmã de seu pai. Ela também é surda demais, curvada pela idade e...
— Ele balançou a cabeça novamente. — Eu não tenho certeza de que ela poderia
controlar um arco e flecha melhor do que Effie faria.
— Ronson disse que ela é boa com um arco e flecha e caçou sua comida a cada
noite, a caminho de Drummond, — Edith lhe disse solenemente, e então franziu a testa e
disse: — E ela...
— O quê? — Ele perguntou, quando ela hesitou.
— Bem, ela parece terrivelmente velha, mas Ronson disse que ela o carregou na
caminhada até aqui. E enquanto ela parece surda como um poste de madeira, e cega
também, a maior parte do tempo, ela nunca teve problemas para enfiar as agulhas, e há
momentos em que ela me ouviu murmurar coisas que ela não deveria ter sido capaz, se
ela é tão surda como muitas vezes ela parece ser.
— Você acha que ela está fingindo ser tão velha, — disse ele, compreendendo.

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Edith assentiu. — Eu acho que nós precisamos falar com ela, marido.
— Esposa, ela não irá simplesmente admitir tudo. Isso iria significar ser enforcada
por assassinato, — Niels assinalou.
— Sim. — Sobrancelhas franzidas, ela desviou o olhar, tentando descobrir como
provar que aquilo que ela suspeitava era verdade. Ou provar que não era verdade.
— Nós poderíamos testá-la, — Niels disse, de repente.
— Como? — Edith perguntou, ao mesmo tempo.
Ele pensou por breves instantes e, em seguida, sugeriu. — Jogar alguma coisa para
ela e ver se é rápida o suficiente para impedi-lo de bater nela. Ou nós cavalgamos de
volta e você corre para dentro e diz que Ronson foi ferido gravemente e ver se ela se
move mais rapidamente do que deveria, para sair por ele.
— Isso pode funcionar, — disse ela com um sorriso lento. — Essa última
especialmente. Se qualquer coisa é verdade sobre ela, parece ser amar Ronson.
— Sim. E se isso não funcionar, vamos acorrentá-la na masmorra e fazê-la nos dizer
a verdade, — Niels decidiu severamente, e em seguida, pegou-a pela cintura e levantou-
a na sela. No momento em que estava acomodada, ele se virou e gritou: — Ronson!
Venha! Nós estamos saindo.
Edith olhou ao redor atentamente com isso, e rapidamente gritou: — Não!
Ronson fez uma pausa, a meio caminho de ficar de pé e, em seguida, endireitou-se
incerto e olhou dela para Niels.
— Fique aí, — disse ela, e rapidamente desmontou novamente, enquanto Niels se
virou para ela interrogativo. Ele foi rápido o suficiente para pegá-la pela cintura e baixá-
la para o chão, e Edith murmurou um obrigado, e então se virou para ele.
— Eu pensei que você queria falar com a Bessie? — Ele disse logo que ela ficou de
frente para ele.
— Sim, mas não podemos levar Ronson de volta para isso. Ela é sua avó, — ela
disse, ansiosa. —Isso iria ser terrivelmente perturbador para ele, especialmente se vamos
acabar levando-a arrastada para a masmorra, pelos soldados.
— Sim, eu suponho que você está certa, — Niels murmurou, e então franziu a testa.
—Mas eu não gosto da ideia de que ele está sendo deixado aqui por conta própria.
Mesmo com Laddie.
— Não, — Edith concordou. — Então você apenas tem que ficar aqui com ele,
enquanto eu vou questioná-la.
— O inferno que eu vou, — disse Niels, de repente, sua voz apenas quase beirando
um rugido. — Se alguém está ficando aqui com o menino, é você.
Edith estreitou os olhos sombriamente e seu queixo levantou. — Foram meu pai,
irmãos e tio que ela matou. Eu quero estar lá quando ela for interrogada.
Niels passou a mão em volta do pescoço e franziu a testa brevemente, mas depois
parou e baixou a mão. — Tudo bem. Eu não vou falar com ela até você estar lá. Vou
cavalgar de volta para o castelo, encontrar Bessie e silenciosamente acompanhá-la até a

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masmorra. Vou trancá-la em uma das celas lá e, em seguida, cavalgar de volta para
pegar vocês dois. Dessa forma Ronson não verá nada que o alarme, e você irá interrogá-
la comigo.
Edith considerou a sugestão lentamente e, em seguida, concordou com a cabeça. —
Mas me prometa que você vai levar Tormod e seus irmãos com você, quando for
procurar por Bessie e prendê-la.
— Eu posso lidar com uma velhinha, esposa, — disse ele rigidamente.
— Ela matou um monte de pessoas, marido. Eu prefiro que você não fosse contado
entre o seu número. Então me prometa, — ela insistiu.
— Sim, tudo bem, — disse Niels com exasperação. — Eu vou levar meus irmãos e
Tormod comigo para prendê-la.
— Obrigada, — Edith sussurrou.
Balançando a cabeça, ele virou-se para seu cavalo e então fez uma pausa e voltou,
retirando sua espada enquanto o fazia. — Pegue isso.
Edith aceitou a arma, mas franziu a testa. — E se você precisar?
— Eu vou estar andando rápido em ambos os sentidos, Edith. Eu não vou precisar
dela. Mas eu não gosto de deixar você aqui fora sozinha e desarmada... mesmo por um
curto tempo que eu espero estar fora.
—Eu nunca estou desarmada, marido, eu carrego meu sgian-dubh em todos os
momentos, — Edith lembrou-o solenemente, e depois acrescentou: — Além disso,
praticamente não estou sozinha. Vou ter Laddie e Ronson comigo, e nós muitas vezes
viemos aqui juntos, sem sofrer nenhum mal.
— Apenas se segure em minha espada, — Niels ordenou, e depois se inclinou para
pressionar um beijo rápido nos lábios dela, antes de finalmente montar seu animal.
Olhando para ela, em seguida, ele sacudiu a cabeça. — Eu não gosto de deixá-la aqui.
— Eu vou ficar bem, — ela insistiu. — Só se apresse.
— Sim, — ele suspirou, e depois acenou com a cabeça uma última vez e impeliu seu
cavalo para frente.
Edith observou-o até que ele desapareceu entre as árvores e, em seguida, virou-se
para caminhar de volta para as peles. Ronson estava deitado novamente, com os olhos
fechados, ela viu, e Laddie tinha escapado para as peles para se enrolar ao lado dele. Ela
considerou cutucar o cão e fazê-lo sair das peles, mas parecia a ela que Ronson tinha
cochilado e ela não queria correr o risco de acordar o menino. Deixando o cão sozinho,
ela se ajeitou na pele ao lado de ambos, colocou a espada do marido ao seu lado e olhou
para o menino com tristeza.
Ronson era um bom garoto, e por causa dele ela quase esperava que estivesse
errada sobre sua avó estar por trás das mortes em Drummond. Mas Edith suspeitava que
não estava. Embora, ela achasse que o que ela tinha sabido trouxera mais perguntas do
que respostas. Se Bessie fosse Ealasaid ainda viva, por que seu pai tinha dito que ela
estava morta? Teria alguma delas morrido? Estariam Glynis e sua mãe ainda vivas?

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Provavelmente não a mãe, ela reconheceu. E tinha realmente sido dito a seu pai que
Ealasaid e os outros estavam mortos? Edith queria acreditar que ele não teria mentido
sobre algo assim, mas depois de tudo o que tinha acontecido, ela não sabia o que pensar.
E então houve a outra parte disso... se Bessie era Ealasaid, e seu pai tinha sido tão
próximo de suas irmãs como sua mãe tinha reivindicado, como ele não a tinha
reconhecido quando ela veio a Drummond? Mais importante, por que ela iria matá-lo?
Edith estava perdida em tais pensamentos quando Laddie, de repente, se lançou
das peles, latindo e fazendo um caminho curto para a floresta, na borda da clareira em
frente a ela.
— Laddie! — Ronson gritou sonolento, de pé antes mesmo que estivesse bem
acordado. — Volte.
— Ronson, não! — Edith gritou, e tentou pegar seu braço, mas o menino era quase
tão rápido quanto o cão e estava fora, através da clareira, antes que ela pudesse detê-lo.
Maldição, ela levantou-se para correr atrás dele, mas parou abruptamente após apenas
um par de passos, quando ouviu Ronson gritar: — Vovó! O que você está fazendo aqui?
— Eu só queria ter certeza que você tinha lavado atrás de suas orelhas.
Paralisada, Edith ouviu essa resposta, e depois recuou lentamente para as peles e se
inclinou para pegar a espada pelo punho. Agarrando-a com força, ela olhou os bosques,
simplesmente à espera, e depois ficou ainda mais tensa, quando Ronson conduziu sua
avó para longe das árvores e em direção a ela, com Laddie beliscando seus calcanhares.
Dizer que a avó de Ronson parecia aflita era algo como um eufemismo. Ela estava
olhando para Laddie como se ela gostaria de matar e esfolar o pobre animal, Edith notou.
Mais importante, em sua aflição, ela estava andando reta e em um ritmo normal, em vez
da forma curvada super lenta que ela normalmente usava. Logo que Edith observou isso,
a mulher começou a se curvar e se inclinar para a frente, seu ritmo diminuindo. Ela
também mudou sua expressão para uma atitude mais servil, enquanto ela voltava sua
atenção para Edith.
— Oh, milady. É uma longa caminhada até chegar aqui, — disse ela acenando com
a mão diante de seu rosto, como se ela se sentisse muito fraca por causa do esforço. Bem
que deveria. Este local estava a uma boa distância do castelo. Muito longe para ela ter
andado aqui pelo tempo que Edith, Niels e Ronson tinham deixado o castelo. Ela deveria
ter um cavalo em algum lugar próximo, Edith pensou consigo mesma.
— Laddie! — Ronson rugiu, soltando a mão de sua avó, e correndo atrás do cão
quando, de repente, ele correu para dentro das árvores.
Enquanto Bessie franzia a testa olhando o menino, Edith nunca tirou os olhos da
mulher. Logo que Ronson chegou perto Laddie, ele deveria estar bem. Ela, por outro
lado, estava em uma situação muito complicada. A mulher tinha vindo aqui para matá-
la, ela estava certa. A questão era se ela tinha planejado fazer isso na frente de seu neto e
esperava que ele não contasse a ninguém, ou tinha planejado outra coisa. Uma vez que
ela deveria saber que Niels os tinha deixado, a abordagem mais provável teria sido atirar

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flechas contra eles desde a cobertura das árvores, para que Ronson testemunhasse a
morte, mas não quem tinha causado isso, ela pensou, e perguntou: — Onde estão seu
arco e flechas, Ealasaid?
— Onde estão meus...? — A velha mulher começou, com confusão fingida, e então
parou abruptamente. Estreitando os olhos, ela perguntou em voz baixa: — Do que você
me chamou, milady?
— Ealasaid, — Edith repetiu calmamente e, em seguida, ergueu as sobrancelhas. —
É seu nome, não é? Ealasaid Drummond. Irmã de uma Glynis e mãe de outra. Irmã do
meu pai, bem como sua assassina.
A mulher olhou-a por um momento, e depois desistiu de sua postura curvada e se
endireitou, comprimindo sua boca.
— Eu presumo que você veio para matar Niels e a mim, e trouxe sua arco para fazer
isso, — Edith disse, quando a mulher apenas olhou para ela. — Bem na frente do seu
neto, também, — acrescentou sombriamente. — Isso teria sido cruel.
— Sim. — Bessie assentiu solenemente. — Isso me incomodou ter de fazê-lo na
frente dele, mas precisa ser feito. E eu não vou deixá-lo ver-me fazê-lo. Na verdade, é por
isso que eu não tenho meu arco agora. No minuto em que o cachorro veio correndo e
ouvi Ronson atrás dele, eu escondi meu arco e flecha debaixo de um arbusto.
Edith sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. Ela solucionara isso e
tinha pensado que sabia o que era o quê, mas descobrir que ela estava certa era diferente
de suspeitar que estava. E parecia que a mulher ainda tinha a intenção de matá-la. — Por
quê?
A pergunta saiu espontaneamente, e depois só ficou presa no ar, entre elas, por um
momento, antes de Bessie retrucar: — Por que lhe parece?
— Eu realmente não tenho ideia, — Edith admitiu. — Até hoje eu pensava que cada
último membro da minha família estava morto e você era apenas alguma velha tentando
cuidar de seu neto. Agora eu descobri que a tia que eu pensei que morrera, antes de eu
nascer, está viva e por trás do assassinato do resto da minha família.
— Foi isso que seu pai lhe disse? Que eu estava morta? — Ela perguntou, com uma
risada dura.
— Não, minha mãe disse, — Edith disse suavemente. — O assunto aborrecia meu
pai demais para falar sobre isso.
— Eu aposto que sim, — disse Bessie com sarcasmo frio e, em seguida, estendeu os
braços e disse: — Bem, você pode ver que era uma mentira. Eu estou viva.
— Sim, — Edith concordou. — Então Glynis e sua mãe também estão vivas?
— O quê? — Perguntou ela com surpresa. — Não. Claro que não. Elas morreram
por causa da doença do suor perto de trinta anos atrás. Pouco antes de meu pai lançar-
me fora, como se eu fosse lixo e me dissesse para nunca mais voltar.
— Foi dito a meu pai que você tinha morrido com Glynis e sua mãe, — Edith disse
solenemente.

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— Sim. Bem, eu não duvido. Nosso pai era bastante bastardo para fazer isso. Mas
eu não acredito nem por um minuto que alguém aqui não disse a Ronald a verdade, em
privado, depois. Ele deve ter sabido.
— Se isso fosse verdade, ele teria chegado a encontrar você, como ele fez com
Cawley depois que seu pai morreu, — disse Edith com certeza.
Bessie fez uma careta para a sugestão e falou, — Onde está o seu marido?
— No momento, ele deveria ter voltado do castelo faz um bom tempo. Certamente
o tempo suficiente para ter dito a todos quem você realmente é e que você é a pessoa por
trás de tantas mortes. Sem dúvida, eles estão todos agora à procura no pátio e no castelo
e tentando decidir se você deve ser enforcada, ou simplesmente deixada para apodrecer
na masmorra.
Bessie fechou os olhos, brevemente derrotada, e depois abriu-os e olhou ao redor
enquanto Ronson voltava correndo para a clareira e corria animadamente para elas, com
Laddie em seus calcanhares.
— Olha o que Laddie encontrou, milady. Um arco e aljava. E olhe, eles não estão
quebrados ou coisa assim. Estão bons, não?
— Sim, Ronson, muito bons, — Edith concordou, sem tirar os olhos de sua avó.
— Você acha que posso ficar com eles? — Perguntou ele, esperançoso. — Poderia
ter sido de Lonnie e sua família pode querer isso. Talvez eu...
— Tenho certeza de que não são de Lonnie, — Edith garantiu-lhe e, em seguida,
arqueando uma sobrancelha para Bessie, disse: — Se sua avó disser que está tudo bem,
então sim, você pode ficar com eles.
— Vovó? — Perguntou Ronson, correndo para ela. — Eu posso? Eu sempre quis ter
um arco. É tudo o que eu queria a vida toda. Eu posso ter esse?
Bessie olhou para ele com tristeza e, em seguida, assentiu. Com voz rouca, ela disse:
— Sim. É seu, rapaz. Agora vá praticar naquela árvore lá embaixo, perto da água, e
deixe-nos conversar.
— Vamos lá, rapaz, — Ronson gritou, animadamente.
— Tenha cuidado para não atirar no seu próprio pé, — Bessie gritou. — E não atirar
no cachorro também.
— Sim, Vovó, — ele gritou de volta feliz.
Suspirando, Bessie olhou de volta para Edith e, em seguida, levantou uma
sobrancelha interrogativa. — E agora?
— Agora você responde minhas perguntas, — Edith disse, solenemente.
Os olhos de Bessie se estreitaram. — Quais perguntas?
Edith hesitou, e então disse, — Você tinha treze anos quando supostamente tinha
morrido e isso foi quase trinta anos atrás.
— Sim.
— Então, você tem quarenta e dois ou três?
— Quarenta e dois.

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Edith assentiu e, em seguida, perguntou: —Como você faz para parecer tão velha?
Bessie riu sombriamente e disse: — Meu cabelo sempre foi tão claro que parecia
branco. Para as rugas no meu rosto, algumas são estratégicas manchas de sujeira, mas
algumas são minhas. Camponeses não têm o mesmo luxo de uma Lady para evitar o sol,
— ela explicou com amargura.
— O que aconteceu com vocês? — Perguntou Edith, com perplexidade. Ela não
podia imaginar qualquer circunstância que levaria a Ealasaid, a filha de um dos mais
poderosos e mais ricos lairds da Escócia, a tornar-se a criada, Bessie.
— O que aconteceu, — Bessie murmurou, asperamente, e depois deu de ombros e
disse: — Como eu aprendi muito tarde, enquanto uma camponesa não pode tornar-se
uma Lady, uma Lady pode certamente tornar-se uma camponesa, se ela ousa ir contra
seu pai... Me atrevi a ir contra meu pai.
— Como? — Edith perguntou, de imediato.
— Ele arranjou um casamento para mim com um velho bastardo fedorento que eu
não suportava nem mesmo ter de olhar. Decidi que não iria casar com ele, mas eu não fui
estúpida o suficiente apenas para recusar. Ele simplesmente teria colocado guardas
comigo e me obrigado a seguir com isso. Mas meu pai não poderia forçar-me a casar se
minha virgindade se fosse, eu pensei, então eu fui inteligente. Eu seduzi um lorde inglês
de visita. Adeney. — Sua boca se apertou. — Pelo menos, é isso que eu gosto de dizer. A
verdade é que eu não tinha ideia do que estava fazendo. Tudo o que eu realmente fiz foi
cair no quarto de Lord Adeney através da passagem secreta, sem nada a não ser minha
camisa. A próxima coisa que eu soube foi que me encontrei deitada na cama, com minha
camisa levantada até o meu rosto, enquanto esse gentil laird se jogou em cima de mim,
me rasgando em pedaços. E ele fez isso várias vezes durante a noite.
Quando veio a manhã eu mal conseguia andar, a dor era muito forte. Mas eu me
arrastei daquela cama e fiz meu caminho de volta para meu quarto, para ficar ali
chorando o dia todo. Durante todo o tempo, completamente ignorante do fato de que
minha irmã e minha mãe tinham caído doentes, com a doença do suor, durante a noite.
— Na manhã seguinte, eu me senti um pouco melhor e fui até meu pai para dizer-
lhe, triunfalmente, que eu estava arruinada e ele não podia forçar o casamento. Ele
ouviu-me e então me disse que Glynis e minha mãe estavam mortas, e eu agora estava
morta para ele também. Eu tinha escolhido Adeney e partiria com ele. Ele poderia fazer
comigo o que quisesse.
— Ele não o fez casar com você? — Perguntou Edith, com consternação. Apesar de
tudo que esta mulher tinha feito, Edith ainda conseguiu sentir pena pela criança que
Ealasaid tinha sido e suas escolhas tolas. Um senhor mais honrado teria enviado a
menina de volta para seu quarto. Esse Lord Adeney, obviamente, não tinha sido um
homem muito honrado. Ele também, obviamente, não tinha casado com a criança que ele
tinha arruinado. Mas Edith achava difícil acreditar que seu avô, bastardo que ele possa
ter sido às vezes, não tinha feito Adeney casar com Ealasaid.

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— Lord Adeney já tinha uma esposa. Eu sabia disso quando eu o escolhi, — Bessie
admitiu, e então de repente moveu-se rapidamente em direção a ela.

— Então? — Niels perguntou, enquanto ele conduziu seus irmãos para fora das
passagens e no quarto do lorde onde Tormod ficara esperando.
O velho balançou a cabeça solenemente. — Os homens procuraram por toda parte.
Ela não está nos jardins, no pátio ou na aldeia, e ninguém a viu desde que Moibeal a viu
escapar para o garderobe.
— Bem, ela não está nas passagens ou nos quartos, — Rory disse com uma careta.
— Onde mais ela poderia estar?
— Nós não procuramos no túnel, — Geordie apontou calmamente. — Nós olhamos
para baixo o caminho, mas não o seguimos até o fim. Você não acha que ela saiu dessa
forma e está tentando escapar?
—Escapar do quê? — Alick perguntou secamente. — Ninguém a viu desde pouco
depois de Niels e Edith saírem para o lago com Ronson. Nós não sabíamos, até que Niels
informou, que ela era realmente a tia de Edith e estava por trás dos assassinatos, então
não tinha do que escapar.
— Os túneis saem a meio caminho entre o castelo e o lago, — Niels murmurou,
preocupação começando a roê-lo.
—Sim, milaird, — disse Tormod com uma careta. — Você não está pensando que
Bessie usou os túneis para segui-los até o lago, está? Se assim for, então Lady Edith está
lá sozinha e ...
As palavras do velho morreram abruptamente, quando Niels girou nos calcanhares
e saiu correndo da sala. Ele tinha um mau pressentimento de que isso era exatamente o
que a velha estava fazendo. Ela provavelmente esperara para matar dois pássaros com
uma pedrada, ou ambos ele e Edith, de uma só vez... E ele deixara a esposa sozinha e
indefesa na floresta, com nada a não ser um menino e um cachorro para protegê-la.

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Capítulo 17

Edith estava tão assustada com a estocada súbita de Bessie contra ela, que foi lenta
levantando a espada que segurava. Não muito lenta, graças a Deus, e Bessie parou,
abruptamente, quando a ponta afiada pressionou contra seu estômago.
Elas se olharam brevemente e, em seguida, Bessie recuou um passo, apenas o
suficiente para afastar a ponta para longe de sua pele. Ela então deu de ombros, como se
dissesse que tinha que tentar.
Edith apenas olhou para ela. Ela tinha certeza que, uma vez que a mulher sabia que
os outros estariam agora conscientes de sua perfídia e que tudo estava perdido, ela ia
parar de tentar matá-la. Não parecia, no entanto... e isso fez Edith imaginar se a mulher
era louca ou apenas estúpida.
Ou talvez Bessie tinha decidido que ela podia envenenar a última pessoa de
Drummond, colocar a culpa em outra pessoa e ainda reivindicar o título para ela, Edith
pensou de repente. Ela não tinha ideia. Mas o que quer que a mulher estivesse pensando,
era óbvio que Edith não podia baixar a guarda novamente. Bessie estava muito mais
próxima do que tinha estado, antes daquela estocada. Outro truque assim e Edith
poderia acabar morta.
— Você tem mais alguma dúvida? — Bessie perguntou, conciliatoriamente.
Edith estreitou os olhos, deu um passo cauteloso para trás, e depois outro. Uma vez
que ela estava a uma distância segura, ela perguntou: — Como Lord Adeney e sua
esposa se sentiram sobre seus cuidados agora serem problema deles?
— Eu não tenho nenhuma ideia de como Lady Adeney se sentia, mas ele estava
bem com isso, — ela assegurou-lhe, secamente. — Até onde lhe dizia respeito, tudo isso
era ótimo. Ele tinha uma esposa, e agora ele tinha a mim, a quem ele podia fazer o que
quisesse. Constatou-se que o que ele desejava era me despejar em uma casa na aldeia,
onde sua esposa não teria que olhar para mim, e mandar me buscar sempre que ele
sentisse a necessidade de fazer sexo duro.
— Naturalmente, eu fiquei grávida, — Bessie disse, em tom de conversa. — Mas
que na verdade acabou por ser uma coisa boa. Uma vez que eu fiquei grande, ele não
estava interessado em mim e eu tive um pouco de descanso de suas atenções ásperas.
— O bebê era Glynis? — Perguntou Edith.
— Não. Esse primeiro bebê não vingou e nasceu muito cedo. Ele veio antes e
morto. Isso aconteceu várias vezes, antes que Glynis nascesse. A semente de Adeney era
fraca. Por doze anos, ele me fez sexo duro, não me dando nada, além de semente fracas e
bebês que ou nasceram mortos ou morreram em meus braços, em seus primeiros
momentos.
— Até Glynis, — Edith murmurou.

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Bessie sorriu tristemente. — Sim, mas a pequena Glynis não era filha de Adeney.
Seu pai, William, tinha semente forte.
Edith ergueu as sobrancelhas. — E quem era William?
— Ele era um dos soldados de Adeney, e um bom homem, gentil. Muitas vezes ele
teve de me escoltar até a fortaleza e de volta. Ele sabia quão miserável eu era, e como
Adeney me fazia sofrer. — Fazendo uma pausa, ela explicou com frieza. — O lorde
estava tão fraco quanto sua semente. Conforme os anos passaram, tornou-se cada vez
mais difícil para ele ficar duro, até que ele não podia conseguir a menos que eu estivesse
com dor. Ele tinha prazer em me infligir dor.
Edith não sabia o que dizer sobre isso. Oferecer simpatia para uma mulher que
tinha matado tantas pessoas, apenas parecia errado, de modo que ela não disse nada, e
Bessie continuou, — Por anos William me levou de volta para minha casa quando
Adeney tinha terminado comigo e tentado tratar minhas feridas. Ele era tão gentil e
suave... Eu me apaixonei por ele, mas quando ele me disse que me amava, eu o
desprezei. Eu sabia que Adeney não gostaria de compartilhar e nossos sentimentos
seriam problema. Mas chegou o dia em que Adeney foi chamado à corte por mais tempo
que suas habituais poucas semanas. O rei queria sua consultoria e companhia e manteve-
o lá, por mais de metade de um ano.
Bessie sorriu levemente. — Foi como se os céus se abrissem e polvilhassem
felicidade das nuvens. Os dias foram quentes e ensolarados, as flores estavam
florescendo e William.... — Suspirando, ela baixou a cabeça. — Após o primeiro par de
semanas, quando tentamos combater isso, passamos cada minuto de todos os dias desses
meses juntos. Ele me ensinou que a cama não precisa ser terrivelmente dolorosa e
horrível, e ele me ensinou que todos os homens não eram demônios bastardos, maus e
egoístas, como meu pai e Adeney. Ele queria que eu fugisse com ele, mas eu estava com
muito medo. Eu o amava, mas... — Bessie fez uma careta. — Mas pelo menos lá eu tinha
casa e comida. Se tivéssemos fugido... — Olhando fixamente para suas mãos, ela
balançou a cabeça. — Nosso amor lhe custou a vida.
— Adeney descobriu? — Perguntou Edith.
— Oh, sim. Eu não sei quem lhe disse, e ele não me confrontou na época, então não
tivemos aviso algum que ele sabia. Mas, logo depois que ele voltou, Adeney enviou
William para entregar uma mensagem, com dois de seus homens mais leais e William
não retornou. Eles alegaram que ele caiu do cavalo e quebrou o pescoço e eles o
sepultaram nos bosques, ao longo do caminho.
Bessie deu uma risada curta, dura. — Tola que eu era, eu acreditei nisso quando
Adeney me disse. Eu pensei que talvez Deus estava me punindo. — Balançando a
cabeça, ela continuou. — Glynis nasceu uns meros seis meses e meio depois de Adeney
retornar. Ela era a termo, mas pequenina e eu tinha certeza de que Adeney acreditou em
mim quando eu disse que ela tinha apenas nascido mais cedo... porque ele fingiu que
sim. Justo até que ela tinha doze anos.

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Com expressão endurecida, ela disse tristemente, — Eu tinha saído para coletar
algumas ervas para curar uma das mulheres da aldeia que tinha o fluxo. Eu tinha estado
usando as habilidades que minha mãe me ensinou e adicionado algumas a elas, ao longo
dos anos. Naquele dia, eu voltei para o chalé para encontrar a pobre, pequenina, bela
Glynis sangrando e chorando na cama, no chalé, enquanto Adeney desfrutava de uma
cerveja na minha mesa, — ela disse amargamente. — A criança mal tinha começado suas
regras, mas ele a estuprou e rasgou-a em pedaços, assim como ele tinha feito comigo
tantos anos antes.
Sua boca apertou. — Eu fiquei fora de mim. Como ele pôde fazer isso com seu
próprio filho? Como ele pode? E ele zombou e disse, Você quer dizer filha de William, não é?
Ela não é parente para mim. E então ele sorriu com verdadeira crueldade e disse: Terrível
foi ele morrer antes de poder ver seu bastardo. Mas ele não deveria ter brincado com o que era
meu.
Bessie deixou escapar o fôlego em um suspiro lento e acrescentou: — Ele caminhou
até a porta, em seguida, dizendo, No final, entretanto, William fez-me um favor. Ela é uma
coisinha linda, ainda mais bonita do que você nessa época. Ela vai ser quem os soldados vêm
recolher a partir de agora, Ealasaid. Estou cansado de seu corpo velho e feio. E então ele
simplesmente saiu, deixando-me lá, sabendo que meu amor tinha matado William e
colocado a nossa filha no mesmo inferno que eu tinha suportado.
Fechando os olhos, ela soltou um longo suspiro e então disse, — Fiel à sua palavra,
Glynis era agora transportada até o castelo cada noite. Isso me partia o coração. Ela
chorava e implorava para não deixar os soldados levá-la, mas não havia nada que eu
pudesse fazer.
Você poderia ter se arrumado e partido, Edith pensou, mas segurou a língua.
— Depois de um punhado de meses, a semente de Adeney finalmente vingou na
menina e Ronson nasceu, um ano e um mês após o primeiro estupro.
Bessie olhou para onde o menino estava, tentando e falhando em puxar a corda
longe o suficiente para impulsionar uma seta mais do que dois metros ou algo assim,
antes que ela caísse no chão. — Apesar de ser de Adeney, Glynis amava aquele menino.
Nós duas amávamos. Ele foi o único ponto brilhante em nossas vidas. Mas, mesmo
assim, ele não era o suficiente. Ela se matou na primavera passada. Atirou-se dos
penhascos por trás do castelo. — Com a boca torcendo amargamente, ela acrescentou, —
Com nenhum cuidado com a forma como isso iria me afetar.
Edith teve que cavar suas unhas em sua mão, para não comentar quando a mulher
continuou.
— Os homens mal tinham conseguido retirar seu corpo de cima das rochas e
deitado na nossa mesa da cozinha, quando Adeney chegou para ver se era verdade que
ela estava morta. Ele deu uma olhada em seu corpo quebrado e depois deu de ombros e
anunciou que Ronson e eu tínhamos que deixar Adeney. Ao meio-dia do dia seguinte, o
chalé seria incendiado, estivéssemos nele ou não.

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— Assim você arrumou Ronson e se dirigiu para aqui, — disse Edith.
— Sim. Eu não tinha outro lugar em que eu poderia pensar em ir, — disse ela,
ressentida. — Eu não tinha ninguém para me ajudar, ninguém para me cuidar, e então
eu cheguei aqui e meu próprio irmão nem mesmo me reconheceu. Ele só olhou para mim
e Ronson como se fôssemos um casal de mendigos, passou-nos para você e se manteve
em sua maneira alegre. Ele tinha você e seus rapazes e este belo castelo e eu não tinha
nada. Nenhuma casa, e nada mais que meu neto para alimentar e as roupas em cima de
mim. Eu não tinha ninguém! — Ela gritou.
— Você não tinha ninguém, por sua própria covardia e egoísmo, — Edith retrucou,
cansada dos contos pobre de mim.
— O quê? — Bessie engasgou, dando um passo furioso para frente, mas parando
novamente quando Edith moveu a espada para a frente até que quase a tocou.
Carrancuda, ela disse, — Eu tenho sido machucada por toda a minha vida e você se
atreve a me julgar? Nada disso foi minha culpa. Nada disso foi...
— Sinto muito, eu entendi mal? — Edith interrompeu, agradavelmente. — Eu
pensei que você tinha ido para Adeney esperando que ele tomasse sua virgindade, assim
você poderia desrespeitar os desejos de sua pai e forçá-lo a quebrar seu contrato de
casamento.
— Sim, mas...
— E depois disso, você realmente esperava que seu pai apenas dissesse, sim, filha,
bem isso é bom, então, vamos ter um pouco de vinho e doces?
— Ele me jogou fora como lixo! — Bessie gritou.
— Ele deu você ao homem que você aparentemente tinha escolhido, — Edith
respondeu, severamente. Quando Bessie apenas ficou lá olhando para ela com fúria, ela
acrescentou: —Através de toda sua história eu ouvi nada mais que pobre de mim e — a
culpa era de outra pessoa. Eu não vi nenhuma de suas próprias ações como até mesmo
tendo um papel na sua queda. Eram culpa de seu pai, e culpa de Adeney e culpa, mesmo
de Glynis. — Ela disse essa última com incredulidade e depois sacudiu a cabeça.
— Você escolheu ir para o quarto de Adeney e ele fez exatamente como você
desejava, — disse ela com firmeza. — Talvez mais duramente do que você teria gostado,
mas ele fez isso. E então você sofreu as consequências, mas você culpou seu pai e
Adeney por sua miséria, todo o tempo. E então, depois de anos de aparente miséria
como amante de Adeney, você conheceu um homem que você disse que era amável e
bom e gentil, que queria levá-la para longe, mas você foi muito covarde para fazê-lo. Ou
possivelmente você apenas não quis deixar seu lindo chalé que Ronson diz que era maior
do que todos os outros na aldeia. Por que trocar isso por um futuro incerto, mesmo se
fosse com o homem que você dizia amar? — disse ela asperamente.
— Foi como se você o matasse você mesma. Você deve ter sabido que Adeney iria
descobrir. E não tente me dizer que não, — Edith disse, duramente, quando Bessie abriu a
boca para o que ela suspeitava que seria um protesto. — Você sabe tão bem quanto eu

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que não há nada que aconteça em um castelo e na aldeia que o lorde não acabe
descobrindo, eventualmente. William esteve em sua cama por seis meses. Tenho certeza
de que ele foi visto indo e vindo, por dezenas ou mais pessoas em Adeney, e pelo menos
metade delas ficaria feliz em correr contando histórias.
Boca apertada, ela acrescentou: — Se você não sabia que Adeney iria descobrir, era
só porque não queria saber. Você estava suficientemente confortável em sua vida
miserável que você não quis arriscar deixar isto pelo desconhecido... e foi isso que matou
William. Sua própria covardia e egoísmo e o fato de que você me não o amava o
suficiente para ver após isso.
Edith balançou a cabeça, tristemente. — O pobre homem deve tê-la amado muito
para não a abandonar e fugir, quando você se recusou a ir com ele. Porque eu garanto
que ele sabia que iria morrer por ficar com você. Quanto a Glynis, — ela acrescentou
com desgosto. — Você culpa a criança por se matar, por causa do tanto que isso afetou
você? — Edith sacudiu a cabeça. — Você matou aquela pobre criança, tão certo como você
fez com meu pai e irmãos.
— Eu? — Bessie clamou, com descrença. — Não foi minha culpa que ela se matou.
— Sim, foi. Porque você não deixou Adeney no dia em que ele a estuprou. Em vez
disso, você deixou-o continuar a violá-la e apenas ficou de braços cruzados, chamando-o
de bastardo, como se você não tivesse nada a ver com isso, quando você estava
admitindo isso todos os dias em que permaneceu lá.
— Nós não tínhamos para onde ir, — Bessie rebateu.
— Você poderia ter vindo para cá como fez quando ela morreu e Adeney colocou
você para fora, — Edith apontou friamente. — Se você tivesse feito, você ainda teria sua
filha. Em vez disso, você deixou-a ser estuprada por aquele bastardo por cinco anos ou
mais. Aposto que ela queria fugir também, assim como William, mas você argumentou
contra ela.
Um lampejo de culpa no rosto de Bessie disse a Edith que ela acertara o alvo na
mosca, com essa suposição.
— Você é uma covarde egoísta, Bessie, bem como meu irmão Brodie. Você passou
sua vida cuidando de você e seus próprios desejos, acima daqueles que a amavam, e eles
pagaram o preço. Incluindo meu próprio pai e irmãos e todos os outros que você matou
aqui.
Bessie estreitou os olhos friamente.
— Com relação a meu pai não reconhecer você — você chegou aqui dobrada e
curvada, seu cabelo branco puxado apertado para trás e seu rosto coberto de sujeira e
rugas. Você parecia velha. Eu não estou surpresa que ele não a reconheceu. E enquanto
você o culpa de alguma forma por isso, eu culpo você. Você não nos disse quem você era,
— ela apontou, friamente. — Em vez disso deu um nome falso e então passou a espalhar
a ruína para minha família, de forma mais cruel ainda do que Adeney fez com você, —
ela disse, severamente.

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— O quê? — Bessie levantou os olhos rapidamente. — Eu...
— Eu peguei vocês, apesar de nem mesmo saber que vocês eram parentes, e você
me retribuiu matando até o último membro da minha família e até mesmo tentando me
matar, — disse ela asperamente. — E porquê? Que desculpa você pretende dar para
isso? Não foi sua culpa, tenho certeza. Se meu Pai tivesse reconhecido todos vocês, teria
sido bom? Ou a verdade é que você o odiava por ter Drummond e parentes que o
amavam, então você queria puni-lo por isso e, incidentalmente, reivindicar Drummond
para você própria?
O braço de Bessie se contraiu e Edith notou que ela segurava um punhal na mão,
que não tinha estado lá antes. Ela viu a mão da mulher cerrar e descerrar ao redor do
punho da adaga, como se ela estivesse tentando decidir onde esfaqueá-la. Edith retirou a
sgian-dubh, mas simplesmente segurou-a, abertamente, para a outra mulher ver que ela
não tinha só a espada e perguntou: — Você quer realmente me fazer matá-la com Ronson
aqui para ver?
— Você acha que pode? — Bessie perguntou, severamente.
— Eu não tenho certeza, — ela admitiu. — Mas eu sou mais jovem e mais forte e
tenho muito pelo que viver.
— Sim, esse marido que você ama tanto, — Bessie disse, secamente, e então algo na
expressão de Edith fez as sobrancelhas dela levantarem. — Você não sabe que o ama? Ou
será que você não percebeu o que era fácil de ver para qualquer um que se preocupasse
em olhar?
Edith permaneceu em silêncio, mas sua mente estava funcionando. Ela o amava?
Era uma pergunta que ela tinha feito antes a si mesma, mas nunca encontrou a resposta.
— Sobrinha, você estava tão ansiosa para agradá-lo que você colocou conservas em
seu violino e tentou tocá-lo com sua boca, — ela disse, secamente. — Se isso não é amor,
eu não sei o que é.
Edith paralisou. Bem, isso respondeu à pergunta que ela tinha feito anteriormente,
sobre se havia buracos para espiar nos quartos, ela pensou sombriamente.
— Querer agradar ao outro é um sinal de amor, — Bessie disse a ela. — Como é
cuidar do seu bem-estar mais do que do seu próprio.
Edith deixou escapar o fôlego lentamente. Se Bessie estava certa, então parecia que
ela amava Niels, porque ela queria desesperadamente agradá-lo e fazê-lo tão feliz quanto
ele a fazia. E ela tinha certeza de que ela se jogaria na frente de um urso ou seta que se
aproximasse, para salvá-lo. Ela preferia morrer em seu lugar do que viver sem ele. Sim,
parecia provável que era amor. Edith só queria ter percebido isso antes e dizer-lhe
enquanto ela tinha tido a chance. Ela poderia não ter outra.
— Pelo menos isso é o que minha mãe costumava dizer, — Bessie adicionou agora.
Edith olhou para ela silenciosamente, não querendo deixar esta mulher manchar o
que sentia por Niels falando sobre ele. Determinada a obter as respostas para tantas
perguntas quanto pudesse, ela disse, — Você esteve em Drummond desde maio mas não

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iniciou os envenenamentos senão um mês depois. Por que você esperou tanto tempo
para começar a matar pessoas?
Bessie deu de ombros e baixou a mão para o lado dela, para que seu punhal ficasse
escondido nas dobras de suas saias. Tentando acalmá-la em uma falsa sensação de
segurança, Edith supôs. A mulher era como uma cobra esperando para atacar e ela, de
repente, estava feliz por ter sido ela aqui e não Niels. Seu marido gostava muito de
Ronson, e se um deles tivesse que matar a avó do menino, fazendo com que ele os
odiasse, ela preferiria que fosse ela.
— No começo eu não tinha plano para matar ninguém, — Bessie admitiu. — Eu
estava apenas muito atordoada que meu próprio irmão não me reconhecera, eu... — Ela
encolheu os ombros. — Eu só tentei sobreviver dia a dia e ver o que era o quê.
— E fingiu estar meio surda e quase cega e muito mais velha do que você realmente
era, — Edith assinalou.
— O surdo não tem que responder a perguntas que não quer, — Bessie assinalou
com um sorriso que sugeria que ela pensava que era inteligente. — Além disso,
pensando-me surda, ninguém se preocupava em falar em frente a mim. Eles não
achavam que eu poderia ouvi-los.
— E fingindo ser meio cega e frágil você foi autorizada a sentar-se e remendar, em
vez de ser esperado que realmente trabalhasse, — Edith apontou.
— Sim, — Bessie concordou, assumidamente.
Edith concordou solenemente. — Você envenenou o barril de vinho ou a jarra, na
noite em que meu pai morreu e meus irmãos adoeceram?
— O barril, — disse Bessie, sem um pingo de remorso.
— Você envenenou a comida trazida para mim quando eu caí doente, —
acrescentou Edith.
— Toda noite, — ela admitiu e acrescentou amargamente, — Por todo o bem que
me fez. Você apenas não morria, — ela cuspiu, seu rosto e expressão de repente furiosos.
— E você envenenou a cerveja que os homens de Brodie levaram com eles, — ela
adivinhou.
Bessie assentiu.
— Lonnie? — Ela perguntou.
— Eu tinha ouvido Brodie dizer a sua esposa que eles estavam indo para a cabana
de caça da família. Eu queria segui-los para manter um olho nas coisas. Preocupei-me
que se um dos homens bebesse a cerveja antes dos outros, eles poderiam ser alertados
disso. Eu ia colocar um monte de veneno nessa hora. Qualquer morte por isso não iria
ser confundida com doença. Então, como eu disse, eu queria seguir e manter um olho no
desenrolar, mas criados não são autorizados a pegar cavalos, o que me prejudicou um
pouco. Então, naquela noite, eu peguei os túneis para buscar por qualquer retorno. Eles
devem ter bebido a cerveja de imediato ao chegar à cabana. Todos, menos Lonnie, claro.
Porque eu mal saí da caverna, onde os túneis se abriam, quando ele veio cavalgando. Eu

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abaixei atrás de um arbusto, deixei-o passar e depois o atingi pelas costas. Então eu
peguei seu cavalo e armas e cavalguei para a cabana. — Ela encolheu os ombros. — O
veneno funcionou bem. Eles estavam todos mortos.
— Nessa? — Perguntou ela, pensando na criada desaparecida de Victoria. — Onde
ela está?
— No poço, — Bessie disse a ela, com um sorriso. — Eu pensei em colocar a culpa
de tudo nas criadas de Victoria, então eu arrastei a moça para o poço e joguei-a nele,
onde ela não iria ser encontrada. Eu não considerei que ela flutuaria na superfície da
água, — acrescentou com uma careta. — Eu tinha certeza que ela seria
encontrada quando eu cavalgasse de volta. Quando ela não foi descoberta, eu tinha
certeza de que os céus estavam sorrindo para mim.
A boca de Edith apertou. Foi mais como se os céus estivessem chorando, e isso
tinha salvo a mulher de ser descoberta, ela pensou, enquanto recordava que Niels tinha
ido para o poço, mas o balde tinha estado lá coletando a chuva da tempestade da qual
eles estavam procurando se abrigar. Ele não tinha tido que pegar qualquer água. Ele
simplesmente usou a água da chuva no balde. Se ele tivesse que tirar água do poço, ele
teria notado Nessa.
— O que você fez com o cavalo de Lonnie? — Perguntou Edith.
— Ele está de volta nos bosques distantes. Eu o tenho mantido na caverna para a
qual o túnel se abre. Eu pensei que eu poderia precisar dele uma ou duas vezes ainda. Eu
não pude montá-lo todo o caminho até aqui hoje, por medo que seu Niels poderia ouvir
o cavalo se aproximando.
— Ele provavelmente teria ouvido, — reconheceu.
— Sem dúvida, — Bessie disse secamente.
— Cawley? Por que você o matou? Um meio-irmão dificilmente iria herdar
Drummond se uma irmã de sangue fosse descoberta, — Edith apontou, pensando que
ela estava ficando cansada com o pensamento de toda a matança que esta mulher tinha
feito. Ou talvez da completa falta de remorsos de Bessie em relação a esses assassinatos.
Ela encolheu os ombros. — Ele teve uma vida fácil aqui, enquanto eu sofri,
quando era somente um meio-irmão bastardo.
— Assim também você o matou por despeito, — Edith disse secamente, e então
perguntou: — Effie? Você jogou-a da muralha?
— Sim.
— Ela estava acordada?
Bessie assentiu. — Ela acordou no dia seguinte em que você a mudou. Os homens
não perceberam de início e ela os ouviu falar sobre como eles suspeitavam que sua pobre
Victoria estava por trás dos envenenamentos. Então, a velha tola fingiu que ela ainda
estava inconsciente para evitar possivelmente incriminar sua menina. — Bessie olhou
para Ronson brevemente e, em seguida, continuou, — eu a vi perto dos túneis mais

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tarde, naquele dia, quando o curador desceu para buscar mais sopa para ela. Então, eu
escapei para dentro e...
— Como você sabia sobre as passagens? — Edith interrompeu para perguntar.
Tormod tinha dito que, tradicionalmente, apenas o Laird e a Lady de Drummond sabia
sobre elas.
— Eu as descobri quando criança, ao brincar, — disse ela com um encolher de
ombros. — Era meu lugar secreto quando eu queria ficar longe. Ninguém nunca as
usava. Eu andava através delas, olhando os quartos e olhando meu pai e minha mãe
deitados, ou minha irmã dormindo, ou olhava o corredor.
Edith assentiu, e depois girou a conversa de volta para sua explicação original.
— Assim também você entrou no quarto em que Effie estava e... ?
Bessie deu de ombros. — Eu fingia ser simpática e prometia trazer verdadeira
comida e notícias, até que resolvêssemos como manter sua lady segura. Claro, eu só
trouxe notícias que seriam úteis para mim. Por exemplo, eu dificilmente podia dizer a ela
que Victoria estava morta, senão ela não teria mais nenhuma razão para fingir estar
inconsciente. Eu não podia arriscar que ela dissesse a ninguém sobre a passagem que eu
usei para entrar e sair do seu quarto, ou mesmo que ela falou comigo. E eu não podia
matá-la, até que eu tivesse sucesso em matar você. Afinal, como ela poderia ser
responsabilizada por sua morte se já estivesse morta?
— Por que você a jogou da muralha, então?
— Isso foi culpa sua, — ela acusou imediatamente. — Se você tivesse mantido sua
boca fechada sobre ela não ter nenhuma sensação em seus pés e pernas, tudo teria ido
bem, mas no minuto em que você disse, eu sabia que os homens iriam picá-la em outro
lugar, perceber que ela estava acordada e interrogá-la. Felizmente, seu marido se atrasou
apenas o tempo suficiente para eu entrar na passagem através da entrada do garderobe e
ficar acima das escadas, para esgueirar Effie para fora, através do túnel, para o quarto do
laird. De lá, eu a levei até o segundo túnel e subi as escadas para a muralha. Eu a tinha
esperando por mim no topo das escadas, enquanto eu escutava tanto quanto eu podia,
quando todos vocês estavam no quarto do laird. Eu tinha que me esconder nas escadas,
algumas vezes, desde que todos vocês se mantinham cutucando a passagem, mas eu
ouvi o suficiente para eu saber que Effie tinha superado sua utilidade.
— Assim você a levou para cima da muralha e jogou-a.
— Sim. — Ela deu uma risada. —Eu mal podia acreditar na minha sorte, quando
olhei e a vi de pé abaixo. Eu pensei que a sorte estava sorrindo para mim novamente e
empurrei Effie. Mas ela não acertou você, — ela acrescentou com desgosto.
— E agora não há ninguém para assumir a queda além de você, — Edith disse,
calmamente, e depois inclinou a cabeça quando ouviu uma leve percussão distante. —
Eu acredito que eu ouço meu marido e os outros que se aproximam. Vários cavalos,
parece. Olhando a mão da faca de Bessie, ela acrescentou: — Não encontrando você no
castelo, eles devem ter percebido que você tinha vindo para aqui.

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Bessie girou a faca na mão, os olhos brilhando, enquanto tentava decidir o que
fazer.
— Todos em Drummond sabem quem você realmente é e o que você foi capaz, —
ela apontou, e então não pode resistir, acrescentando: — Foi tudo para nada. Você nunca
será lady. E Ronson, como todos os outros que já a amaram antes dele, sem dúvida
sofrerá como resultado de suas ações. Ele vai chorar a avó que ele ama, mas odeia e se
envergonhar do que você fez.
Bessie parou e protestou: — Você não pode ferir Ronson assim.
— Eu não tenho escolha, — disse Edith, sem lamentar.
— Sim, tem, — Bessie respondeu. — Todos os homens pensam que Effie fez isso.
Deixe-os continuar a pensar isso.
— Você quer culpar outra por suas ações? — Ela perguntou, com descrença. — E
espera que eu concorde?
— Por que não? Effie não tem família para cuidar ou ser ferida por ela. Não como
meu Ronson, — Bessie apontou, e depois acrescentou: — E eu sou sua tia.
— Que tentou me matar, — Edith disse, secamente, e depois sacudiu a cabeça. —
Além disso, você não é minha tia. Ambas minhas tias, Ealasaid e Glynis, morreram antes
de eu nascer. Você é a criada Bessie, que matou meu pai, Ronald, meu tio Cawley, meus
irmãos Roderick, Hamish e Brodie, a esposa de Brodie, Victoria, ambas suas criadas e os
seis guerreiros, que cavalgavam com eles. Isso é, catorze pessoas, — ela apontou com
uma voz vazia. — O único futuro para você é ser enforcada, ou trancada na masmorra
pelo resto de seus dias.
— Você colocaria Ronson dentro disso? — Perguntou Bessie, com descrença. — Ele
odiaria você por isso e eu sei que você cuida do garoto.
— Você não me deu nenhuma escolha, — Edith disse, com firmeza. Ela viu o braço
de Bessie começar a se mover e, em seguida, Ronson estava de repente na frente dela.
— Eu ouço cavalos, milady. Você acha que é o laird? Eu realmente gostaria de lhe
mostrar meu novo arco.
— Tenho certeza de que é o laird, — disse Edith, observando Bessie,
cautelosamente. Ela não tinha certeza de que a mulher não iria tentar atirar o punhal
nela, apesar da presença de Ronson.
— Ronson, venha aqui, — Bessie disse de repente, e antes que pudesse detê-lo, o
menino tinha escapado para sua avó.
Edith ficou tensa, meio que esperando que Bessie atirasse seu punhal nela, agora
que o menino estava em segurança fora do caminho, mas em vez disso ela entregou a
adaga para seu neto. — Pegue isso. É sua agora também.
— Sério? — Ele perguntou animadamente, pegando a arma. — Oh, espere até eu
mostrar ao laird isso.
— Por que você não vai esperar por ele na borda da clareira? — Bessie sugeriu.

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— Sim. — Ele correu para onde Niels tinha parado seu cavalo, nas duas últimas
vezes que eles vieram aqui, segurando a faca em seu peito e Edith ficou brevemente
distraída, observando-o com preocupação. Ela estava duramente pressionada para não
gritar que ele não devia correr com a faca, mas depois percebeu que ela se permitiu ser
distraída e olhou cautelosamente de volta para Bessie, a tempo de vê-la abaixar a mão do
rosto. Edith estreitou os olhos suspeitosamente, quando ela captou um flash de azul nos
dedos.
— O que está em sua mão?
Bessie hesitou e, em seguida, sentou-se na beirada das peles, antes estendendo sua
mão para fora e aberta, para revelar o pequeno frasco azul que segurava. Quando Edith
olhou para ela fixamente, ela disse, — Você pode dizer ao menino que eu tive um ataque
do coração ou algo assim.
— Veneno, — ela percebeu.
— Ele nunca vai precisar saber o que eu fiz,— Bessie disse simplesmente, e depois
quando Niels entrou na clareira com os seus irmãos e Tormod seguindo, ela sorriu e
acrescentou: — E você não pode me punir pelo que eu fiz . Eu ganhei.
Edith olhou para ela sem entender. Tanto quanto lhe dizia respeito, ninguém
ganhou aqui, e as palavras eram tão infantis, então...
Virando as costas para a mulher, ela caminhou em direção a seu marido e seu
futuro.

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Capítulo 18

— Onde diabos eles estão? — Niels murmurou, caminhando até a porta e abrindo-
a, para olhar pelo corredor. Ainda não havia sinal de Edith e Ronson.
Suspirando, ele fechou a porta e cruzou de volta para a cama, franzindo o cenho
quando viu Alick picar a agulha novamente em Bessie, ou Ealasaid. Ele não estava certo
do que chamá-la. Seu verdadeiro nome era Ealasaid, mas Edith se recusava a chamá-la
assim e se referia a ela apenas como Bessie. Suspeitava que parte da razão era porque ela
não queria escorregar e confundir Ronson, mas suspeitava também que ela queria negar
que a mulher tivesse qualquer ligação com ela.
— Alick, pelo amor de St. Peter, pare de cutucar a mulher com a condenada agulha.
Você ouviu Rory. Ela está morta, — Niels rosnou, quando o rapaz cutucou dentro do
corpo esticado de Bessie novamente.
— Como podemos ter certeza? — Alick perguntou teimosamente. — Você ouviu
Edith. Mesmo depois de saber que vocês estavam de volta aqui, nos dizendo que ela era
a culpada, ela investiu contra ela com a faca.
— Sim, mas...
— E ela era grande conhecedora de ervas, — Alick continuou severamente. — E se
o que ela tomou foi algo só para fazê-la parecer estar morta e ela está realmente viva e
dormindo? Talvez ela está apenas nos esperando baixar nossa guarda e sair do quarto,
para que ela possa se levantar, usar as passagens para ir abaixo e envenenar o poço para
que todos em Drummond morram e ela possa reivindicá-lo para ela própria.
Niels hesitou, e então olhou para Geordie, não de todo tranquilizado quando viu a
mesma incerteza repentina nos olhos de seu irmão, que ele sabia que estava em seus
próprios.
Xingando baixinho, Geordie puxou seu punhal, atravessou rapidamente até a cama
e mergulhou-o firmemente no corpo de Bessie, onde seria seu coração. Se ela realmente
tinha um, Niels pensou severamente. Era difícil dizer a partir de suas ações.
— Não, — Geordie disse com satisfação. — Se ela não estava antes, ela está
definitivamente morta agora.
— Sim, — Niels murmurou, e depois se abaixou rapidamente para puxar os lençóis
para cobrir a faca no corpo de Bessie, quando a porta se abriu atrás deles.
— Aqui estamos, Ronson. Você apenas vai dizer seu adeus a sua avó agora e, em
seguida, Geordie e Alick vão sentar-se com o corpo até o enterro.
Franzindo a testa, Niels virou-se a esses comentários na voz de seu irmão Rory e
perguntou: — Onde está Edith? Eu pensei que ela estava trazendo Ronson.

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— Sim, ela estava, mas, em seguida, ela me pediu para fazer isso e enviar você até
ela, — Rory explicou, encaminhando Ronson para a cama. — Eu acredito que ela está
esperando por você em seu... — Que diabo é isso?
Franzindo a testa, Niels se virou para ver que o lençol não tinha escondido a faca
muito bem e era óbvio que estava cutucando para fora do peito de Bessie. Felizmente,
Rory tinha as mãos sobre os olhos de Ronson, quando ele fez uma careta para Geordie e
Alick e murmurou: — Tire isso fora.
— Bem, nós tivemos que ter certeza, — Alick murmurou, enquanto Geordie fez
uma careta, afastou o lençol de lado e puxou a faca para fora do peito da mulher.
— Eu disse a vocês que ela estava... — Rory franziu a testa para Ronson, e depois
murmurou, — morta.
— Sim, mas você disse que Effie estava inconsciente também e ela não estava, —
Alick apontou.
Os olhos de Rory se estreitaram e ele abriu a boca, parecendo pronto para explodir
seu irmão mais novo, mas Niels perdeu a paciência nesse ponto e falou: — Onde ela está
esperando?
— Quem? — Perguntou Rory, enquanto Geordie murmurou: — Ela provavelmente
não está à espera, mas foi direta para o... — Parando para olhar preocupado para
Ronson, ele simplesmente apontou para o chão.
Presumivelmente para indicar que Bessie tinha ido direto para o inferno, Niels
supôs e fez uma careta para ele. — Eu queria dizer minha esposa.
— Oh, bem, você terá que perguntar a Rory isso, então, — Geordie disse, limpando
sua lâmina, enquanto se afastava da cama.
— Eu estava perguntando, — Niels replicou e, em seguida, virou-se para ver Rory
sorrindo para ele. Estreitando os olhos, ele perguntou: — O quê?
— É só que é tão bom ver você tão feliz e apaixonado, — disse ele, divertido.
Niels encarou-o e, em seguida, virou-se e caminhou até a porta, murmurando, —
Eu vou encontrá-la eu mesmo.
— Experimente o quarto em primeiro lugar, — Rory sugeriu, e antes de Niels
fechar a porta, acrescentou: — Quarto do antigo laird.
Sobrancelhas se erguendo naquela última parte, Niels caminhou pelo corredor até a
última porta e então empurrou-a e entrou... e imediatamente congelou. O quarto tinha
sido limpo e completamente transformado. Todos os itens pessoais do antigo Laird
tinham sido retirados e os seus e de Edith trazidos. Afora isso, as velhas cortinas da cama
tinham sido removidas e substituídas por novas e tapeçarias coloridas penduradas na
parede. Mas o quarto estava vazio. Pelo menos ele pensou que estava, até que seu olhar
chegou ao fogo e viu Edith enrolada em uma grande pele na frente da lareira, nua como
ela tinha vindo ao mundo.
Niels chutou a porta, fechando com um pé e depois caminhou rapidamente pelo
piso, retirando o seu tartan e tirando a camisa enquanto andava.

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Edith observou-o, com os olhos crescendo de tamanho. Mas no momento em que
ele pisou as peles e começou a se abaixar para ela, ela estava fora delas e se afastando.
— Onde você vai? — Perguntou Niels com surpresa, endireitando-se para se
aproximar dela.
— Eu queria falar primeiro, milaird, — Edith explicou, recuando quando ele
começou a avançar.
— Esposa, não precisamos estar nus para conversar, — informou ele, perseguindo-a
como um lobo atrás da presa. — Na verdade, é mais prejudicial para falar do que útil.
— Eu sei, mas eu... Eu só quero lhe dizer ... — Ela fez uma pausa e olhou ao redor e
para baixo com um franzir da testa, quando ela tropeçou em uma das esteiras.
— Dizer-me o quê? — Perguntou Niels, precipitando-se para pegá-la enquanto ela
estava distraída e puxá-la em seus braços.
Suspirando, Edith apoiou as mãos contra seu peito e disse: — Isso é importante.
— Fale, — sugeriu ele, inclinando a cabeça para mordiscar sua orelha.
— Eu... Eu quero lhe dar prazer, — Edith respirou, enquanto os lábios dele corriam
pelo seu pescoço.
— Você dá, — Niels murmurou contra sua pele.
— Sim, mas eu... eu me jogaria entre você e uma seta para salvar sua vida, — ela
disse, as palavras terminando em um gemido, quando ele segurou e apertou seus seios.
— Eu não a deixaria, — ele lhe assegurou.
— Sim, mas eu faria, e eu me jogaria entre você e um urso também. Eu... Oh, eu
deveria ter me mantido com roupas até depois, — Edith resmungou, soando
envergonhada. — Isto é duro.
— Isso é o que você causa em mim, — ele murmurou, esfregando sua dureza contra
ela.
— Eu estou tentando lhe dizer que eu o amo, — Edith gemeu e Niels congelou.
Erguendo a cabeça, ele olhou para ela solenemente. — O que?
Edith levou um momento para limpar sua mente e, em seguida, assentiu
solenemente. — Eu o amo, Niels. Percebi isso quando eu estava na floresta com Bessie.
Ela disse que o amor é querer agradar o outro, e cuidar do seu bem-estar, mais do que o
seu próprio.
Niels fez uma careta. — É bastante preocupante que você tenha tomado conselhos
sobre o amor com uma mulher que matou catorze pessoas e feriu tantas outras.
— Sim, eu sei, — admitiu ela ironicamente. — Mas se isso faz você se sentir melhor,
ela disse que a mãe dela disse isso.
— Hmmm, — ele murmurou e decidiu que, talvez, isso se tornasse mais palatável,
especialmente se tinha levado a Edith a dizer-lhe que o amava. Segurando seu rosto
entre as mãos, ele olhou-a nos olhos e disse: — Eu amo você também, Edith. Eu não tinha
pensado ser possível chegar a amar alguém tão rapidamente, mas você...

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Ele fez uma pausa, procurando as palavras para expressar como se sentia e então
suspirou e admitiu: — Eu não sei como ou quando isso aconteceu, mas você abriu seu
caminho para o meu coração e fez um lugar para você lá. E está tão firmemente
enraizada, que não posso recordar a vida antes de você chegar nela, e não posso
imaginar a vida sem você ao meu lado.
— Oh meu... — Edith respirou.
Sorrindo, Niels acrescentou, — mas eu não vou deixar você receber uma seta por
mim, e eu, definitivamente, nunca vou deixar você ficar entre eu e um urso, porque eu
me sinto exatamente da mesma maneira sobre você.
Edith sorriu e acariciou sua bochecha, suavemente. — Lembre-me de escrever a
Saidh e agradecer-lhe.
— Tudo bem, — Niels disse lentamente, um pouco confuso com a mudança
abrupta de assunto, e ele inclinou a cabeça e perguntou com curiosidade: — O que você
precisa agradecer?
— Por você, — ela disse solenemente. — Ela enviar você para me verificar foi o
maior presente da minha vida.
Engolindo um repentino nó na garganta, Niels pegou-a em seus braços e a levou
para a cama. Mas por todo o caminho ele estava pensando que talvez ele iria escrever à
sua irmã um obrigado também. Porque Edith era um presente para ele também, um que
ele iria desfrutar desembrulhar, todos os dias da sua vida.

Fim

Rendendo-se ao Highlander – Lynsay Sands

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