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COMUNICAÇÃO EM SAÚDE II – RECUPERAÇÃO 2º BIMESTRE

NOME:

COMO COMECEI A ESCREVER (Para Gostar de Ler, 1980)


Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987)
 
(§1) Aí por volta de 1910 não havia rádio nem televisão, e o cinema chegava ao interior
do Brasil uma vez por semana aos domingos. As notícias do mundo vinham pelo jornal, três
dias depois de publicadas no Rio de Janeiro. Se chovia a potes, a mala do correio aparecia
ensopada, uns sete dias mais tarde. Não dava para ler o papel transformado em mingau.

(§2) Papai era assinante da Gazeta de Notícias, e antes de aprender a ler eu me sentia
fascinado pelas gravuras coloridas do suplemento de domingo. Tentava decifrar o mistério das
letras em redor das figuras, e mamãe me ajudava nisso. Quando fui para a escola pública, já
tinha a noção vaga de um universo de palavras que era preciso conquistar.

(§3) Durante o curso, minhas professoras costumavam passar exercícios de redação.


Cada um de nós tinha de escrever uma carta, narrar um passeio, coisas assim. Criei gosto por
esse dever, que me permitia aplicar para determinado fim o conhecimento que ia adquirindo do
poder de expressão contido nos sinais reunidos em palavras.

(§4) Daí por diante as experiências foram se acumulando, sem que eu percebesse que
estava descobrindo a leitura. Alguns elogios da professora me animavam a continuar. Ninguém
falava em conto ou poesia, mas a semente dessas coisas estava germinando. Meu irmão,
estudante na Capital, mandava-me revistas e livros, e me habituei a viver entre eles. Depois, já
rapaz, tive sorte de conhecer outros rapazes que também gostavam de ler e escrever.

(§5) Então começou uma fase muito boa de troca de experiências e impressões. Na
mesa do café-sentado (pois tomava-se café sentado nos bares, e podia-se conversar horas e
horas sem incomodar nem ser incomodado), eu tirava do bolso o que escrevera durante o dia, e
meus colegas criticavam. Eles também sacavam seus escritos, e eu tomava parte nos
comentários. Tudo com naturalidade e franqueza. Aprendi muito com os amigos e tenho pena
dos jovens de hoje que não desfrutam desse tipo de amizade crítica.

I. As cinco frases abaixo expressam as ideias principais de cada parágrafo do texto. Insira o número do
parágrafo dentro dos parênteses. (1,0)

1. (§ ___) O escritor mostra seu fascínio pelos livros em idade muito tenra.

2. (§ ___) O escritor apresenta o contexto dos meios de comunicação no período de sua infância.
3. (§ ___) O escritor mostra a importância de uma convivência construtiva.
4. (§ ___) O escritor esclarece como a escola o ajudou a desenvolver o poder da escrita.
5. (§ ___) O escritor mostra que o seu desenvolvimento na leitura e escrita se deu de forma muito natural.

II. “ ... (pois tomava-se café sentado nos bares, e podia-se conversar horas e horas sem incomodar nem ser
incomodado)...” O autor teve diferentes intenções ao produzir o trecho entre parênteses. Das ideias
listadas abaixo, a única que não se aplica é: (1,0)

( ) mostrar uma diferença entre o seu tempo e o tempo em que escreveu o texto.
( ) indicar a existência de uma vida mais humana e tranquila.
( ) criticar indiretamente a pressa da vida moderna.
III. Marque a opção que apresenta o significado do verbo “sacar” neste trecho: “Eles também sacavam
seus escritos, e eu tomava parte nos comentários”: (1,0)

( ) compreender, entender.
( ) tirar para fora bruscamente.
( ) puxar em ameaça.
( ) retirar (quantia de dinheiro).

IV. Preencha os resumos com ‘verbos de dizer ‘. (5.0 cada)

1. “As notícias do mundo vinham pelo jornal, três dias depois de publicadas no Rio de Janeiro.“

O autor .................. quanto tempo levava para receber notícias.

2. “A vida era muito mais rica do que nos dias atuais. “

O autor.................. que a vida era mais rica nos tempos passados.

3. “Onde posso encontrar esse livro? “

O autor ................. em que lugar poderia encontrar o tal livro.

4. “Crianças, venham ver as borboletas não eram azuis!“

O autor .................. As crianças para verem as borboletas eram azuis.

5. “Não acreditei no que o advogado falou! “

O autor .................. do que o advogado falou.

V. Destaque no texto abaixo os trechos onde o autor do resumo fez menção ao autor do texto original.
(2,0)

Daniel Goleman, em seu livro Inteligência Emocional, afirma que “as emoções são contagiosas”,
explicando que transmitimos e captamos as emoções uns dos outros de maneira especialmente sutil, quase
imperceptível, e que esse intercâmbio acontece em todo encontro. O pesquisador defende que o controle do
envio desses sinais emocionais depende da habilidade social de cada indivíduo. Alguns conseguem evitar
deixar transparecer o que estão sentindo de forma a não causar perturbação no outro. Por outro lado, esse
controle pode causar sérios problemas quando se trata de relacionamentos íntimos. O autor esclarece que isso
faz parte da Inteligência Emocional.

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