Lição 18

Cremos no Deus
abençoador
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A expressão bênção se tornou muito comum em nossos dias e infelizmente,

muitas vezes, seu uso está associado somente a conquistas materiais. A Bíblia nos
revela a abrangência deste ato que é resultado do favor divino dado a nós.

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A
 Fundamento bíblico
O Salmo 118 apresenta as manifes-
tações de gratidão e louvor de quem se
sentiu agraciado por Deus depois de
alcançar uma grande vitória. O autor
deste salmo, não identificado, “... que
fala em primeira pessoa, é um indivíduo
importante, reconhecido pela comuni-
dade, que superou dificuldades e até
oposição, porém teve o auxílio de Deus e
agora vem dar graças publicamente. Os
demais juntam-se a ele nesse louvor”
(DIESEL, 2017).
As razões que o levaram a louvar a
Deus são manifestas já no primeiro ver-
sículo: “... porque Ele é bom, porque a sua
misericórdia dura para sempre.” (v.1). O
salmista, juntamente com o povo que
estava reunido para essa celebração
de louvor, estava se sentindo satisfei-
to pela certeza do cuidado divino sobre
sua vida. Ele manifesta, no corpo deste
salmo, que em momento de grande di-
ficuldade fora acudido pelo Senhor (vv.
5,10-13) e por esta razão, em gratidão
e reconhecimento se junta ao povo para
agradecer (v.21). Os versos 26 e 27 su-
gerem que eles estavam na Casa do
Senhor, próximo ao altar, para festejá-lo
em celebração cúltica.
Nesse ambiente de culto, o povo ce-
lebra a Deus, ao mesmo tempo em que
anseia por receber a bênção divina sobre
suas vidas. Assim, antes de partirem, a
bênção do Senhor é ministrada sobre as
pessoas que ali estavam (v.26). A invo-
cação de uma bênção é muito importan-
te. Ela é certeza da companhia de Deus
junto ao seu povo.
Em todo o salmo não há declarações
de que as vitórias alcançadas tenham
sido resultado dos esforços humanos
ou que as bênçãos tenham sido invoca-
das ou recebidas por merecimento. Pelo
contrário; é resultado da gratuidade da
salvação dada por Deus, mediante a
confiança (vv.8-9) dos que nele creem.
Deus é a fonte de toda bênção.
Palavra que ilumina a
vida
Para muita gente, bênção é sinônimo
de prosperidade, e prosperidade, nes-
te caso, significaria somente bens ma-
teriais. Quem não a alcança estaria, na
linguagem de algumas pessoas ou na
teologia de outras, debaixo de maldição.
Contudo, a Palavra de Deus nos ensina
que bênção é o resultado da misericórdia
divina em favor de toda vida humana e,
embora também tenha ligação com pros-
peridade, como observado, por exemplo,
no Salmo 1, não diz respeito diretamente
a aquisição de bens materiais.
A prosperidade, seja ela em que área
for, e a conquista de bens, são conse-
quência de estarmos debaixo desta
bênção. Neste sentido, a força e abran-
gência da bênção divina permanece
sobre nós mesmo em momentos de
escassez, de dificuldades, de sofrimen-
tos e adversidades. “A bênção de Deus
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mantém-se também e especialmente
no caminho do sofrimento, embora mais
facilmente o bem-estar e a alegria sejam
reconhecidos como sinais de bênção”
(REIMER, 2012).
O teólogo Haroldo Reimer explica
sobre o alcance da bênção divina: “...
Também animais podem ser abençoa-
dos (Gn 1.22). Em Gênesis 2.3, Deus
abençoa o tempo especial do descan-
so sabático. Em Deuteronômio 28.4-5,
a própria terra e a fertilidade do solo
e dos ventres são abençoados, bem
como também instrumentos de traba-
lho utilizados para os afazeres no dia
a dia. Em 1Coríntios 10.16, são aben-
çoados o cálice da bênção bem como o
pão da partilha. Algo similar ocorre em
Mateus 14.19, onde se relata que os
pães oferecidos são abençoados, sendo
os mesmos uma grande bênção para a
multidão faminta. Assim se manifesta
uma vez a dimensão da circularidade,
da reciprocidade e da relacionalidade da
bênção ... A imposição das mãos ou o
levantar dos braços podem fazer parte
da ação performativa (de abençoar) (Gn
27, 48.14; Lv 9.22). Em Marcos 10.16,
Jesus coloca a mão sobre as crianças
e as abençoa; também o olhar para o
alto (céu) faz parte dessa ritualidade
(Mc 6.41). Também em sua despedida,
Jesus abençoa os discípulos, erguendo
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as suas mãos sobre eles (Lc 24.50). Na
ação performativa, articula-se o poder
relacional...”. (REIMER, 2012).
Conclusão
A Bíblia revela em várias passagens
que nosso Deus é abençoador. Ele não
concede as bênçãos mediante nossos
méritos, mas sim por sua infinita graça.
Contudo, é preciso ter a fé para vivê-las.
Muitas vezes as bênçãos estão diante
de nós e não percebemos. O coração
agradecido do salmista permitiu a ele
enxergar não só a vitória, mas a ação
divina sobre sua vida. No exemplo do
salmista, percebemos a necessidade de
sermos também um canal de bênção na
vida de nossos irmãos e irmãs.
Para conversar
Como podemos ser canal de bênçãos
para as pessoas próximas a nós?
Leia durante a semana:
Domingo: Salmo 118
Segunda-feira: Salmo 115
Terça-feira: Deuteronômio 28.1-14
Quarta-feira: Salmo 1
Quinta-feira: Josué 1.8
Sexta-feira: Romanos 12.14
Sábado: Números 6.22-27.