Lição 05

Arrependimento,
perdão e paz
Textos bíblicos: Atos 3.19-21; Isaías 43.25

Umas das dádivas mais lindas e poderosas que o ser humano pode receber de
Deus é o seu perdão. É linda porque reflete a imensidão do seu amor e misericórdia
(Salmo 103.8-13); e é poderosa porque é força que liberta e traz paz para quem o
recebe (Salmo 32).

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 Fundamento bíblico
A Cruz de Cristo foi o instrumento
que possibilitou a redenção da huma-
nidade. Por meio do sacrifício de nos-
so Senhor Jesus, todas as pessoas que
creem alcançam a salvação de suas al-
mas, por meio do perdão oferecido por
Ele (Atos 16.30-31).
Este perdão para a salvação diz res-
peito aos pecados adquiridos pela queda,
quando o ser humano perdeu a sua co-
munhão com o Criador. Todavia, a Bíblia
nos mostra, personagem após perso-
nagem, que o pecado ainda habita em
nós. O ser humano é, em sua própria
natureza, inclinado ao mal (Cânones da
Igreja Metodista 2012-2016, p.40). Jesus
mesmo instruiu sobre a importância de
“vigiar e orar” para não cair em tentação
(Mateus 26.41), dado ao fato de que “o
pecado jaz à porta...” e cumpre a nós do-
minar nossos desejos (Gênesis 4.7).
Mesmo depois da justificação ainda
cometemos pecados. Cremos que “... de-
pois de termos recebido o Espírito Santo,
é possível apartar-nos da graça recebida
e cair em pecado, e pela graça de Deus
levantar-nos de novo e emendar nos-
sa vida...” (Cânones da Igreja Metodista
2012-1016, p.41-42).
O perdão, para quem o recebe, é força
transformadora. O apóstolo Pedro sabia
disso. Ele alcançou o perdão de Deus,
após ter negado a Cristo no momento
da crucificação (Lucas 22.54-62). Agora,
perdoado e com sua vida transformada,
prega o evangelho de Cristo para as pes-
soas que tinham acabado de presenciar
a cura de um coxo (Atos 3.1-12). Após
lembrar-lhes o ocorrido com Jesus de
Nazaré, que foi crucificado, Pedro atesta
que pelos pecados deles é que o Autor
da Vida foi morto, mas Deus o ressusci-
tou (vv.13-15).
Pedro não queria trazer culpa para
quem o ouvia, mas libertação, por isso,
falou-lhes sobre o perdão de Deus que al-
cança e transforma as pessoas pecadoras.
Palavra que ilumina a
vida
Lembrar o sacrifício de Cristo e expor
a maldade do coração humano é o con-
vite para o arrependimento e conversão
(v.19) que trazem três bênçãos:
Nossos pecados são cancelados:
“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos,
para que sejam apagados os vossos
pecados” (v.19). A expressão usada
para “cancelar” é exaleipho, que signi-
fica lavar, apagar. Pedro afirmou isso
baseado em sua própria experiência e
fé. Já o profeta Isaías declarou que este
era o propósito de Deus: “Eu, eu mes-
mo, sou o que apago as tuas trans-
gressões por amor de mim e dos
teus pecados não me lembro” (Isaías
43.25). Deus faz uma aliança com seus
servos e servas de não somente con-
ceder o perdão, mas também apagar a
culpa, ou seja, Ele jamais trará diante
de nós nossos erros do passado, pois
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eles dizem respeito à velha natureza,
e para Deus, toda pessoa que o recebe,
torna-se nova criatura (1Coríntios 5.17).
Ainda que o acusador (Apocalipse
12.10) queira nos lembrar das coisas
que fizemos durante o tempo da deso-
bediência, Deus, pelo seu poder, cancela
tudo o que nos prendia à opressão do
inimigo e nos torna livres de toda culpa
(Colossenses 2.13-15).
Recebemos o refrigério para nossa
alma: “... venham tempos do refrigério...”
(v.19b). A palavra grega anapsysis em-
pregada aqui pode significar repouso,
alívio e refrigério. “Nesse contexto, ela
está se referindo ao complemento do
perdão, pois Deus não apaga nossos pe-
gados sem dar o seu refrigério para nos-
sas almas” (STOTT, 1994, p. 103).
Ao cantar do galo, após negar a
Cristo, Pedro lembrou-se das palavras
do Mestre exortando-o sobre os perigos
que o rodeavam (Lucas 22.31-34), aos
quais ele não deu atenção. Sentindo-se
culpado, envergonhado e arrependido,
“chorou amargamente”, mas seu que-
brantamento o levou a reencontrar-se
com o amor e perdão do Mestre Jesus,
que o chamou de volta à comunhão,
quando lhe ofereceu pão e peixe e rea-
firmou o convite para segui-lo (João
21.12-13,19). Pedro sabia o que era ter
sua alma refrigerada pelo poder liberta-
dor e transformador do perdão, por isso
convidou quem o ouvia a experimentar
esse poder restaurador através do arre-
pendimento sincero.
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O pecado pesa, oprime e angustia
a alma, porque nos afasta de Deus e
de seus propósitos para nós; contu-
do, quando há quebrantamento e con-
trição de espírito, quando há tristeza
de alma e aborrecimento pelo pecado,
conseguimos nos voltar para Cristo, al-
cançando novamente a reconciliação.
(QUINTANILHA, 1995, p. 14).
Seremos participantes da restaura-
ção futura na volta de Cristo: “... e que
envie ele o Cristo, que já vos foi desig-
nado, Jesus, ao qual é necessário que o
céu receba até aos tempos da restau-
ração de todas as coisas...” (vv.20-21).
Pedro fala da ascensão de Cristo, que o
céu recebeu até o tempo da restaura-
ção anunciado pelos profetas. A volta de
Jesus já fora anunciada pelos anjos logo
em sua subida (Atos 1.11). A expressão
apokatastasis é comumente compreen-
dida como a restauração escatológica
do universo, que Jesus chamou de rege-
neração (Mateus 19.28). Esta expres-
são pode ser entendida também como
“a perfeita realização da parte de Deus
das coisas que prometera através dos
profetas, sendo que a principal delas era
o estabelecimento de seu domínio ou
reino” (MARSHALL, 1980, p.93).
Assim, o arrependimento que gera
o perdão de Deus nos abençoa no tem-
po presente e nos garante a vida eter-
na com Cristo. Considerando que ainda
não somos totalmente livres do peca-
do (1João 1.8), precisamos, conforme
nos recomenda a primeira epístola de
João, andar na luz e manter a comunhão
uns com os outros, para que o sangue
de Jesus nos purifique de todo pecado
(v.1.7). Nosso desafio é não pecar, mas
quando pecamos, precisamos confessar
para receber o perdão dos pecados e a
purificação da injustiça (v.1.9).
Conclusão
Cremos que o perdão de Deus está
oferecido a toda a humanidade através
de seu Filho Jesus (1João 2.1-2). Ele
apaga as nossas transgressões e nos
concede nova vida, através do agir do
seu Espírito.
A resposta que podemos dar a tão
grande amor é nossa vida em obe-
diência e santificação. Quanto mais
nos esforçamos em Deus para trilhar
o caminho da santidade, menos o pe-
Anotações
cado nos domina. Para vencermos a
concupiscência, o (desejo) da carne, dos
olhos e a soberba (1João 2.16), precisa-
mos permanecer olhando firmemente
para o autor e consumador da nossa fé
(Hebreus 12.2).
Para conversar
Como você sabe que foi perdoado(a)
por Jesus?
Leia durante a semana:
Domingo: Atos 3.19-20; Isaías 43.25
Segunda-feira: Gênesis 4.1-7
Terça-feira: João 21.1-19
Quarta-feira: Lucas 22.54-62
Quinta-feira: Lucas 22.31-34
Sexta-feira: Mateus 26.41
Sábado: Colossenses 2.13-15
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