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NEO-PENTECOSTALISMO
FILHO DA PÓS-MODERNIDADE
O NÚCLEO
A LUTA DE JACÓ
Por exemplo, a luta de Jacó em Gênesis 32.22-32. Talvez, uma das passagens
mais mal interpretadas do AT por eles. Jacó, após fazer passar a sua família
adiante de seu caminho, ficou “lutando" com um homem (Se é físico ou
espiritual, não vem ao caso). E após a luta, Jacó supostamente vence a batalha.
Essa passagem tem um ensino muito profundo sobre arrependimento, e não
sobre implorar para Deus nos abençoar.
Jacó era um trapaceiro, “passou a perna" em seu irmão para roubar sua
primogenitura e a bênção de seu pai Isaque. E, pensando consigo mesmo,
achava que seu irmão estava indo ao seu encontro para o matar. Jacó estava
implorando pela sua vida a Deus. Ele não estava pensando na pessoa horrível
que era, mentirosa e astuta para o mal, mas em se livrar de seu irmão e
continuar sendo quem era.
E então Deus diz à Jacó: “deixa-me ir", e Jacó, por sua vez, lhe respondeu: “Não
te deixarei ir se não me abençoares”. Então o texto muda de tom na pergunta
de Deus e na resposta de Jacó. Quando Jacó é perguntado sobre como se
chamava, ele reflete sobre o significado de seu nome, que é “enganador", e
responde de forma triste e cabisbaixa dizendo: “Jacó”. E Deus, vendo a postura
de arrependimento de Jacó, dá um novo nome a ele, que agora representa o
nome de uma nação, uma aliança.
E então aparece Deus abençoando a Jacó, mas não a bênção material, mas a
bênção de ser salvo por Deus. O próprio Jacó afirma no verso 30 que viu a
Deus, e sua vida foi salva. O tom da passagem está apontando para a benção
salvífica. Ali Jacó recebeu a bênção prometida à Abraão em Gn 12.3, sobre a
salvação.
Outras passagens também são usadas para embasar os ensinos neo-
pentecostais. O problema é que é mais fácil se esforçar em colocar algo no
texto, que seja do seu agrado e condiga com suas ideias, e agrade os ouvidos
do público, do que comprar livros e comentários bíblicos que lhe farão
raciocinar.
A PÓS-MODERNIDADE
Antigamente, viver “bem" significava que você tinha o que era importante, o
necessário para a vida continuar, o básico já era considerado bom. Mas hoje os
valores estão invertidos, porque viver bem, para a nossa geração, é ter um Jeep
na garagem e um emprego que lhe pague R$ 10.000 por mês. Por isso em
nosso tempo nossos desejos se tornaram necessidades da alma. Porque não há
valores nesta geração líquida, não existe nada sólido, nada pode ser feito para
permanecer hoje em dia.
OS DESEJOS E AS SATISFAÇÕES
"E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom"
Gn 1.31
EXPERIÊNCIAS NOVAS
Nada poderia estar tão errado comparado com o que nos está proposto nas
Escrituras Sagradas. Primeiro que Pedro nos diz que:
Essa busca de formular uma teologia das experiências, coerente, não pode se
sustentar em si mesma. A Pós-modernidade nos ensina a viver o momento, as
sensações. Assim como um dos braços do Neo-pentecostalismo ensina que
devemos viver experiências. No final, o objetivo de se viver essas
sensações/experiências é o prazer de se satisfazer, e não a satisfação de Deus.
Essas pessoas buscam para si mesmas prazeres nas sensações, e não o prazer
de Deus em nós.
OS CARGOS
pedindo o básico para Deus, nós também devemos aprender com Paulo
quando diz:
Vamos lá!
Para sabermos quem deve ou não ser pastor, presbítero, diácono ou bispo,
temos 1 e 2 Timóteo e Tito como cartas escritas a jovens pastores, ensinando
como levantar novos líderes, e a se comportar diante de algumas coisas como
pastor e a como resolver outras coisas como um pastor. Logo vemos que
existem padrões a serem seguidos, nada é feito a partir de si mesmo dentro da
igreja, mas sempre com todos concordando. Quem define os padrões do líder
eclesiástico é a própria Escritura Sagrada, e não o pastor a seu bel-prazer.
"Mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; E,
qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo;" (Mt 20.26-27)
Jesus está ensinando o oposto do que é pregado por esses pastores. Se alguém
quiser mostrar que Deus está em sua vida, será preciso se rebaixar ao último
nível, e se preciso, até à lugares humilhantes, por amor a igreja que congrega.
Porque foi exatamente isso que Cristo fez, só de Ele ter se rabaixado ao nível de
homem, como nós, já é humilhante de mais para Ele. Mas foi tudo por amor!
Entende o exemplo que Ele nos deixou?
Os cargos dentro de uma igreja não são como uma hierarquia de poderes, onde
um tem mais respeito que o outro, ou que um manda mais do que o outro. Na
igreja primitiva não era assim.
Temos o texto de Fp 1.1 onde Paulo diz:
A primeira coisa a ser percebida aqui é que Paulo não está fazendo divisão
hierárquica, de quem tem mais autoridade dentro da igreja. Ele direciona a carta
a todos os "santos". Mas então você diria: "Então porque Paulo disse 'inclusive
bispos e diáconos'? Ele está fazendo separação!"
Não, ele não está fazendo separação de poderes. Paulo está direcionando a
todos a sua carta, mas ao que parece, ele irá dizer coisas específicas para quem
é diácono e bispo.
Para os diáconos, ele fala sobre ter recebido uma boa contribuição para as suas
despesas (Fp 4.10-19), coisa que ele quer deixar bem claro nesta carta em
específico. E aos bispos ele quer deixar bem claro a sua alegria ,e certeza, de
que Deus está operando no meio deles (Fp 1.3-11).
Embora a carta seja para todos, Paulo quer deixar bem claro que o trabalho dos
diáconos na administração das finanças tem sido benção para a proclamação do
Evangelho. E para os bispos, ele pretende expressar sua alegria em saber que
Deus tem completado a sua obra (Fp 1.6), mas também os exorta a ensinar ao
povo como proceder e a perseverança na palavra (Fp 2.12-16), que é a função
de um bispo.
Mas perceba que ao longo do Novo Testamento inteiro nunca houve uma
separação de mais e menos importante, todos são iguais, mesmo tendo cargos
diferentes na igreja primitiva. O diácono era igual o bispo, e o apóstolo era igual
o trabalhador comum. A diferença era somente nos afazeres, na tarefa que cada
um tinha no Reino. Um era o que cuidava das caridades, o outro cuidava do
ensino e o outro saia por aí para pregar. Mas todos tinham a mesma importância
como pessoa.
Nas igrejas neo-pentecostais vemos que existe uma ascepção de valores nas
pessoas, onde o pastor é o mais importante, e depois, um pouco menos
importante, o presbítero, e por aí vai, ate chegar no membro de chão, no piso da
igreja, onde esses são os de menos importância.
MÚSICAS WORSHIP
Uma coisa muito comum nas religiões orientais são os mantras. Onde você
repete determinada frase, crendo que aquilo que está sendo repetido se tornará
realidade, porque o universo se move à essas palavras. Logo, não é somente
Deus quem tem o poder no falar, mas os homens também podem dizer e aquilo
acontecer, basta que repitam incessantemente.
Agora, não posso negar que o estilo musical gospel, "worship", têm uma grande
semelhança com os mantras que são ensinados pelos monges hinduístas, ou
religiões que ensinam a mesma prática. Ou seja, se no ato em que se pratica o
mantra nós chamamos algo a existência pelo poder de nossas palavras, o
worship têm o poder de "chamar" a presença de Deus.
Basta que a igreja repita 30x a mesma frase da música, para que Deus se faça
presente. As músicas worship, em sua maioria, são músicas preguiçosas, onde
existem no máximo 4 a 6 notas que compõem o seu corpo. Onde as suas frases
são curtas, para que se possa repeti-las incessantemente, como um mantra que
atrai a presença de Deus.
Mas não é só a parte do mantra que é complicado no worship, mas o objetivo
de ser desse estilo. Precisamos nos lembrar que esse estilo musical têm a
intenção de sentir algo, e esse algo é Deus.
Mais uma vez vemos uma busca por sensações dentro do mundo gospel, mas
dessa vez é algo forçado, onde se acredita que pelo tanto que se canta e se
repete as músicas podemos com as nossas próprias forças trazer a presença de
Deus até nós, como se fosse pelo tanto que cantamos(repetimos o mantra).
Essas pessoas inconscientemente estão dizendo para Deus: "Nós temos o poder
de obter a presença de Deus quando quisermos, basta que cantemos 'Santo'
inúmeras vezes!"
Devemos cantar para Deus? Óbvio! Mas nunca confundir isso como se nós
tivéssemos o poder em nossas mãos de atrair a Deus, só porque estamos
repetindo diversas vezes as mesmas palavras. Mas então como ficam as
experiências de choro nos cultos? Para mim a resposta é no entanto fácil, digo
como músico.
Existem notas musicais que são melancólicas. Podemos tomar como exemplo as
próprias músicas seculares. Temos o pagode, que mesmo a pessoa não estando
apaixonada, ela fica com um sentimento de paixão pelo nada. Temos o sertanejo
sofrência, que mesmo sem a pessoa nunca ter sido traída, ela se sente assim, e
algumas até choram por algo que não fez parte de suas vidas.
As notas influênciam nas emoções das pessoas, basta que o compositor saiba
usá-las. E no worship não é diferente, as notas que são ultilizadas, são notas
melancólicas, notas que mexem com as emoções dos membros. Sendo assim,
facilitando o choro na hora do culto, e confundindo com a presença de Deus,
por causa do "mantra gospel". As músicas worship são usadas como
ambientação nos cultos para favorecer as emoções, e nisso, parecer que quando
alguém chora com aquelas notas melancólicas é a presença de Deus. Mas a
verdade é que nós sempre queremos tocar worship nos cultos porque queremos
forçar aquele choro, porque achamos que o choro é sinônimo da presença de
Deus.
CONCLUSÃO
Se Deus quiser, Ele pode se manifestar nas músicas worship, mas não porque
estamos cantando repetidamente as mesmas frases, mas porque Ele é
soberanos e faz as coisas como lhe apraz. Não quero dizer também que as
emoções dentro do culto são erradas, mas a forma de se sentir elas. Devemos
sentir as nossas emoções como pessoas genuinamente emocionadas, e não a
força, para depois dizermos: "Deus me tocou!".
Paulo exclama "Ó", assim como nós vemos os mesmos sentimentos expressados
nos salmos. Devemos colocar as nossas emoções diante de Deus, devemos
nortear as nossas sensações em Deus. Se nós temos algum cargo em algum
lugar, estamos ali para servir, e não para mandar. No corpo de Cristo aquele que
"quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva". Não existe quem seja maior
ou menor, o maior precisa ser o menor, e o menor, menor ainda. É como se
fosse uma competição de quem é menor que o outro, claro, não uma
competição de verdade, mas uso de uma ilustração aqui.
Em Deus, não existem coisas novas todos os dias, existe mais do mesmo todos
os dias. Um Deus que se renova em propostas diferentes não é um Deus firme
em suas palavras, mas o Deus que vemos nas Escrituras é um Deus que renova a
mesma aliança. É um Deus que procura estabelecer a sua glória entre os povos e
em seu povo.
Não podemos nos amoldar nas propostas deste século (Rm 12.2). O pós-
modernismo tem entrado em muitas igrejas, e não só entrado, mas aberto
muitas igrejas também. Igrejas que renunciam o evangelho da cruz, o evangelho
pelo qual os apóstolos morrem cruelmente para que chegasse até nós. Falsos
pastores, ou pastores sem instrução nenhuma, abrem igrejas pós-modernistas, e
disseminam seus ensinos. Alguns podem não ter a intenção de fazer mal algum,
mas Uzá (2 Sm 6.6-7) também não tinha, mas mesmo assim Deus o matou "por
esta irreverência".
Nós devemos ir à igreja porque queremos entregar a nossa adoração para Deus
em comunhão com os irmãos, e não porque queremos sentir uma sensação boa
e parecer que "Deus me tocou".
Só existe uma forma de permanecermos fiel a palavra de Deus, que é sendo fiel
a palavra de Deus e mais nada.