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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DA

COMARCA DE OLINDA/PE

MARLUCE DIAS, empresária individual inscrita no CNPJ sob o nº xxxxxxx, situada


à Rua YYYY, Casa Caiada, Olinda/PE, Cep 11.000-000, por seu procurador infra-
assinado, mandato anexo (doc.1), com fulcro no com fundamento no Art. 51, caput,
e § 3º e no Art. 71, ambos da Lei nº 8.245/91, vem à presença de V. Exa. propor:

AÇÃO RENOVATÓRIA DE LOCAÇÃO NÃO RESIDENCIAL, em face de

IMOBILIÁRIA REAL LTDA, inscrita no CNPJ sob o nº XXXXX-XXX, situada à Rua


YYYY, Olinda/PE, Cep 22.000-000, pelos motivos que passa a expor:

I - LEGITIMIDADE ATIVA:

No caso em tela, a Distribuidora de Alimentos Salute Ltda, que tinha como sócios,
Marcos Pacheco e Marluce Dias foi constituída em 2000 para atuar na
comercialização de alimentos saudáveis e sempre atuou nesta atividade. No
entanto, Marcos Pacheco, faleceu em 2021, razão pela qual a sociedade foi
dissolvida, com fundamento no Art. 1.035 do Código Civil.
Sendo assim, após a dissolução da sociedade, Marluce Dias, única sócia de Marcos
Pacheco Gomes, requereu seu registro como empresária individual, e, com o
deferimento, prosseguiu, agora em nome próprio, a empresa antes exercida pela
sociedade.

Nesse contexto, é visto que a autora não é a locatária originária, mas tem
legitimidade ativa ad causam, pois é sub-rogatária do direito à renovação porque
permaneceu exercendo o mesmo ramo de atividade após a dissolução da
sociedade empresária, com base no Art. 51, § 3º, da Lei nº 8.245/91.

II - FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO

Pois bem, o primeiro contrato de locação comercial celebrado entre a requerente,


e o requerido, locador, foi em 2000, pelo prazo inicial de 3 anos, e partir de 2003
foram celebrados contratos por igual prazo, sucessiva e ininterruptamente.
Como o último contrato expirou em setembro de 2021, Marluce Dias, já como
empresária individual, procurou o locador e lhe apresentou proposta de novo
aluguel, que foi rejeitada sem justificativa plausível. Contudo, é preciso pontuar que
a locatária continua com a mesma atividade comercial desde a celebração do
primeiro contrato, possuindo assim, uma grande quantidade de clientes (doc. 2 -
certidão em anexo).

Nesse caso, vejamos o que dispõe o art. 51 da Lei de Locação, referente a


possibilidade de renovação de contrato:

Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o


locatário terá direito a renovação do contrato, por igual
prazo, desde que, cumulativamente:
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e
com prazo determinado;
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos
prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco
anos;
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo
ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos.

Ora, diante da redação do artigo mencionado, resta claro que a locatária cumpre
todos os requisitos para que renovação do contrato seja realizada com êxito. Além
disso, ressalta-se que a requerente nunca deixou de cumprir com seus deveres
estabelecidos nos contratos celebrados, bem como, adimpliu, sem atrasos, com
todos os pagamentos referente à locação (doc. 3 – anexo documentos probatórios
quanto às obrigações).

Sendo assim, a requerente propõe, desde já que seja renovada a locação nos
mesmos termos do contrato em vigor. Ainda, indica o mesmo fiador, que aceita,
desde já, o encargo da fiança, conforme declaração em anexo, devidamente
autorizada por quem de direito.

III - PROVAS

Como positivado, a presente ação deve ser instruída de acordo com o art. 71 da Lei
de locação, na qual a Requerente, deve cumprir todas as exigências estabelecidas,
sendo elas:

Art. 71. Além dos demais requisitos exigidos no art. 282 do


Código de Processo Civil a petição da ação renovatória
deverá ser instruída com:
I - prova do preenchimento dos requisitos dos incisos I, II e
III do art. 51;

II - prova do exato cumprimento do contrato em curso;

III - prova da quitação dos impostos e taxas que incidiram


sobre o imóvel e cujo pagamento lhe incumbia;

IV - indicação clara e precisa das condições oferecidas para


a renovação da locação;

V - indicação do fiador quando houver no contrato a renovar


e, quando não for o mesmo, com indicação do nome ou
denominação completa, número de sua inscrição no
Ministério da Fazenda, endereço e, tratando-se de pessoa
natural, a nacionalidade, o estado civil, a profissão e o
número da carteira de identidade, comprovando, desde
logo, mesmo que não haja alteração do fiador, a atual
idoneidade financeira;

VI - prova de que o fiador do contrato ou o que o substituir


na renovação aceita os encargos da fiança, autorizado por
seu cônjuge, se casado for;

VII - prova, quando for o caso, de ser cessionário ou


sucessor, em virtude de título oponível ao proprietário.

Parágrafo único. Proposta a ação pelo sublocatário do


imóvel ou de parte dele, serão citados o sublocador e o
locador, como litisconsortes, salvo se, em virtude de
locação originária ou renovada, o sublocador dispuser de
prazo que admita renovar a sublocação; na primeira
hipótese, procedente a ação, o proprietário ficará
diretamente obrigado à renovação.

Nesse contexto, diante da injustificável recusa para renovação da locação, pontua-


se o risco para empresa da requerente de ser extremamente prejudicada, e
consequentemente, seu patrimônio, mediante possibilidade de perder seus clientes
e precisar se reestruturar em outro ponto comercial.
Contudo, como restam esgotadas as possibilidades de resolver a situação por vias
extrajudiciais, fora necessário recorrer às vias judiciais para obter a renovação da
locação. Portanto, encontrasse em anexo aos autos:

a) Contratos de locação firmados pela sociedade Distribuidora de


Medicamentos Mundo Novo Ltda. para o cumprimento do Art. 51, incisos I e II,
da Lei nº 8.245/91;
b) Prova de que a requerente, como sub-rogatória do direito à renovação, deu
continuidade ao mesmo ramo de negócio da sociedade empresária (distribuição
de alimentos) perfazendo, sem interrupção, o prazo mínimo de três anos,
conforme art. 51, inciso III, da Lei nº 8.245/91);
c) Prova do exato cumprimento do contrato em curso;
d) Prova da quitação dos impostos e taxas que incidiram sobre o imóvel e cujo
pagamento lhe incumbia;
e) Apresentação de contrato de fiança, juntamente com a autorização do
cônjuge de direito.

IV - PEDIDOS

a) seja citado o réu, no endereço registrado no preâmbulo desta peça, para no


prazo legal, querendo, oferecer contestação, sob pena de revelia;
b) a produção de provas testemunhal, documental, pericial, e, especialmente, o
depoimento pessoal do réu, sob pena de confissão.
c) e, considerados os argumentos de fato e de direito, seja finalmente julgada
procedente a presente ação para determinar a renovação da locação pleiteada, nas
condições propostas pelo autor nos termos do contrato em anexo, e, caso o réu
ofereça resistência, seja ainda condenado nos ônus da sucumbência;
d) Condenação da ré ao pagamento das custas e honorários advocatícios.

Dá-se a causa o correspondente à 12 meses do aluguel vigente por ocasião do


ajuizamento da ação (Artigo 58, inciso III, da Lei nº 8.245/91) o valor de R$
240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais).

Termos em que

Pede deferimento,

Olinda, 18 de abril de 2022.


Maria Beatriz Souza Braga
OAB/PE 222-22

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