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Curso de

Atualização em
Estruturas

Apostila em desenvolvimento
Revisão 29/04/2021

Prof. Eng. Leonardo de Souza Bastos


Eng. Evandro de Almeida Bernabe
CURSO ATUALIZAÇÃO EM ESTRUTURAS 2021

APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................................................... 8
INTRODUÇÃO AO CYPECAD ............................................................................................................................................. 8
1. PROJETANDO UMA PEQUENA CASA COM O CYPECAD ................................................................................................ 9
1.1. PREPARAÇÃO DO ARQUIVO DE PROJETO DWG .................................................................................................................. 9
1.2. INICIANDO UM NOVO PROJETO NO CYPECAD................................................................................................................... 11
1.2.1. Configurações de primeira utilização do CypeCad ......................................................................................... 11
1.2.2. Configurando para Norma NBR 6118:2014 ................................................................................................... 12
1.2.3. Configurando o padrão do Sistema de Unidades........................................................................................... 12
1.3. O LANÇAMENTO DOS PILARES E VIGAS E LAJES DOS PAVIMENTOS NO CYPECAD ........................................................................ 13
1.4. MODELAGEM DA ESTRUTURA ...................................................................................................................................... 13
1.4.1. Configurando a altura do Térreo................................................................................................................... 13
1.4.2. Visualizando o arquivo de AutoCad no CypeCad ........................................................................................... 14
1.4.3 Lançamento dos Pilares ................................................................................................................................. 16
1.4.3.1. Configurando a ferramenta de captura ............................................................................................................................ 16
1.4.3.2. Escolha da dimensão inicial dos pilares ............................................................................................................................ 16
1.4.3.3. Lançamento dos pilares no CypeCad ................................................................................................................................ 17
1.4.3.4. Desligando Cotas ............................................................................................................................................................... 18
1.4.4. Lançamento de Vigas e Lajes ........................................................................................................................ 19
1.4.4.1. Ajustando a ferramenta de captura para lançamento de vigas ...................................................................................... 19
1.4.4.2. Procedimento prático para o lançamento das vigas........................................................................................................ 20
1.4.4.3. Comando para lançar vigas ............................................................................................................................................... 20
1.4.4.4. Lançando lajes ................................................................................................................................................................... 23
1.4.4.5. Lançando vigas e lajes nos demais pavimentos ............................................................................................................... 24
1.4.4.5. Considerações a respeito dos lançamentos de cargas de parede sobre lajes e pisos.................................................... 25
1.4.5. Lançamento das fundações .......................................................................................................................... 26
1.4.5.1. Configurando a tensão admissível do solo no CypeCad .................................................................................................. 27
1.4.6. Carregamentos na estrutura......................................................................................................................... 27
1.4.6.1. Lançando as cargas de paredes ........................................................................................................................................ 28
1.4.6.2. Corrigindo Carregamento ................................................................................................................................................. 30
1.4.6.3 Lançando o peso do Telhado ............................................................................................................................................. 30
1.4.6.4 Sobrecarga da Cobertura ................................................................................................................................................... 31
1.4.6.5. Peso da Caixa d’água na Cobertura .................................................................................................................................. 31
1.4.7. Salvando o modelo em arquivo para compartilhar........................................................................................ 32
1.4.8. Calculando o modelo .................................................................................................................................... 33
1.5. ERROS DE CÁLCULOS NA ESTRUTURA E OTIMIZAÇÕES ........................................................................................................ 33
1.5.1. Entendendo os erros apresentado pelo programa ........................................................................................ 34
1.6. OTIMIZAÇÃO COMPLETA DO PROJETO DA CASA POPULAR.................................................................................................... 37
1.6.1. Vistas ........................................................................................................................................................... 37
1.6.1.1. Vistas da máscara (desenho da arquitetura).................................................................................................................... 37
1.6.1.2. Referências visíveis ............................................................................................................................................................ 38
1.6.2. Otimização das Sapatas ............................................................................................................................... 39
1.6.2.1. Alterando o diâmetro e espaçamento do aço usado na armação das sapatas .............................................................. 39
1.6.2.2. Prática pessoal do professor em seus projetos................................................................................................................ 42
1.6.2.3. Alterando o espaçamento e o comprimento das dobras da armação ............................................................................ 43
1.6.2.4. Igualando Sapatas. ............................................................................................................................................................ 44
1.6.2.5. Editando o nome dos pilares. ........................................................................................................................................... 44
1.6.3. Preparando a Planta de locação e a Planta de armação das sapatas ............................................................ 45
1.6.3.1. Editando a planta............................................................................................................................................................... 48
1.6.3.2. Preenchendo os dados do carimbo na planta .................................................................................................................. 49
1.6.4. Salvando os arquivos de planta de locação e sapata ..................................................................................... 49
1.6.5. Otimização das Vigas ................................................................................................................................... 50
1.6.5.1. Retirando o alerta de duas dobras na configuração padrão do Cype ............................................................................. 51
1.6.5.2. Por que otimizar? .............................................................................................................................................................. 51
1.6.5.3. Gráfico de áreas de armadura .......................................................................................................................................... 52
1.6.5.4. Otimizando a armação da viga entre os pilares P1, P2 e P3 (V1) .................................................................................... 52
1.6.5.5. Mantendo um padrão de qualidade dos seus projetos ................................................................................................... 54
1.6.5.6. Adicionando a planta de armação de vigas ...................................................................................................................... 55
1.6.5.7. Otimizando a armação da viga entre os pilares P4, P5 e P6 (V2) .................................................................................... 57
1.6.5.8. Otimização máxima ........................................................................................................................................................... 59
1.6.5.9. Alterando o espaçamento entre estribos ......................................................................................................................... 60
1.6.5.10. Ancoragem de armaduras em vigas ............................................................................................................................... 60
1.6.5.11. Alongando barras em vigas ............................................................................................................................................. 61
1.6.5.12. Otimizando as vigas da cobertura. ................................................................................................................................. 61
1.6.5.13. Adicionando a planta de formas das vigas ..................................................................................................................... 63
1.6.6. Armação das Lajes........................................................................................................................................ 65
1.6.6.1. Otimizando a armação de lajes. ........................................................................................................................................ 66
1.6.6.2. Adicionando a planta de armação de lajes....................................................................................................................... 67
1.6.7. Armação de Pilares ....................................................................................................................................... 68
1.6.7.1. Adicionando a planta de armação de pilares ................................................................................................................... 68
1.7. CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DA AÇÃO DO VENTO ............................................................................................................ 69
2. CASA MULTIFAMILIAR EM DOIS PAVIMENTOS E ESCADA DE ACESSO ....................................................................... 70
2.1. CONSIDERAÇÕES E CONFIGURAÇÕES INICIAIS PARA UM NOVO PROJETO .................................................................................. 71
2.1.1. Roteiro para iniciar um novo projeto ............................................................................................................ 71
2.1.2. Lançando os pilares a partir do térreo .......................................................................................................... 74
2.1.3. Compatibilização com o pavimento superior ................................................................................................ 75
2.1.4. Renumerando os pilares ............................................................................................................................... 76
2.1.5. Movendo o pilar de posição .......................................................................................................................... 76
2.1.6. Entrando com os pavimentos........................................................................................................................ 78
2.1.7. Copiando os lançamentos de outro pavimento ............................................................................................. 79
2.1.8. Verificando interferências coma arquitetura................................................................................................. 80
2.1.9. Visualizando o modelo em 3D ....................................................................................................................... 81
2.2. LANÇANDO OS CARREGAMENTOS ................................................................................................................................. 82
2.2.1. Carregamentos do pavimento térreo ............................................................................................................ 82
2.2.2. Carregamento do primeiro pavimento .......................................................................................................... 83
2.2.2.1. Lançando carga linear sobre laje ...................................................................................................................................... 83
2.2.3. Carregamento do pavimento cobertura ........................................................................................................ 83
2.2.3.1. Localização e lançamento do peso das caixas d’água...................................................................................................... 84
2.2.3.2. Peso do telhado colonial (Carga permanente) ................................................................................................................. 84
2.2.3.3. Sobrecarga da cobertura ................................................................................................................................................... 84
2.2.3.4. Lançando o peso da caixa d’água ..................................................................................................................................... 84
2.2.4. Configurando a sobrecarga e o peso próprio do modelo ............................................................................... 84
2.3. CALCULANDO O MODELO............................................................................................................................................ 85
2.4. INSERINDO A ESCADA................................................................................................................................................. 85
2.4.1. Procedimento para configurar e lançar uma escada ..................................................................................... 85
2.4.2. Vendo o detalhamento da escada ................................................................................................................ 88
2.5. INSERINDO AS FUNDAÇÕES.......................................................................................................................................... 89
2.6. RETIRANDO ERROS NO DIMENSIONAMENTO .................................................................................................................... 89
2.6.1. Verificando o erro nas vigas do primeiro pavimento ..................................................................................... 90
2.6.1.1. Ativando a aba Deformada ............................................................................................................................................... 90
2.6.2. Aumentando a altura das vigas .................................................................................................................... 91
2.6.3. Relatório da obra.......................................................................................................................................... 92
2.7. TRABALHANDO UMA SEGUNDA SOLUÇÃO ....................................................................................................................... 93
2.7.1. Inserindo um novo pilar à esquerda do P6 .................................................................................................... 93
2.7.1.1. Inserindo um novo pilar à direita do P6 ........................................................................................................................... 95
2.7.2. Recalculando o projeto ................................................................................................................................. 95
2.8. COMPARAÇÃO COM O MODELO ANTERIOR...................................................................................................................... 96
2.9. A MENSAGEM DO CYPECAD PARA FLECHA EM LAJES .......................................................................................................... 97
2.9.1. Aba Isovalores .............................................................................................................................................. 97
3. PROJETO VIVIENDA .................................................................................................................................................... 99
3.1. PREPARAÇÃO DO ARQUIVO DE PROJETO DWG ................................................................................................................ 99
3.2. INICIANDO UM NOVO PROJETO NO CYPECAD................................................................................................................. 101
3.2.1. Configurações de primeira utilização do CypeCad ....................................................................................... 101
3.2.2. Configurando para Norma NBR 6118:2014 ................................................................................................. 102
3.2.3. Configurando o padrão do Sistema de Unidades......................................................................................... 103
3.2.3. Configuração da tensão admissível do solo ................................................................................................. 103
3.3. A ESTRUTURA DO CYPE PARA MODELAGEM DA ESTRUTURA ............................................................................................... 103
3.3.1. Configurando o número de pavimentos e suas alturas ................................................................................ 104
3.3.2. Inserindo as mascaras da planta baixa no CypeCad .................................................................................... 105
3.4. CONSIDERAÇÕES PARA O LANÇAMENTO DOS PILARES, VIGAS E LAJES. .................................................................................. 106
3.4.1. Lançando Pilar ............................................................................................................................................ 107
3.4.1.1. Renumerando os pilares ................................................................................................................................................. 108
3.4.1.2. Desligando Cotas ............................................................................................................................................................. 108
3.4.2. Lançamento de Vigas ................................................................................................................................. 108
3.4.2.1. Consideração sobre algumas vigas do modelo .............................................................................................................. 109
3.4.4.2. Lançando lajes ................................................................................................................................................................. 110
3.4.2.3. Apagando trechos de pilares .......................................................................................................................................... 110
3.4.2.4. Visualizando o modelo em 3D ........................................................................................................................................ 110
3.4.3. Lançando a fundação ................................................................................................................................. 111
3.4.6. Carregamentos na estrutura....................................................................................................................... 111
3.4.6.1. Peso da alvenaria de vedação ......................................................................................................................................... 111
3.4.6.2. Lançando o peso da alvenaria ......................................................................................................................................... 112
3.4.6.3. Sobrecarga ....................................................................................................................................................................... 113
3.4.6.4. Carga permanente ........................................................................................................................................................... 113
3.4.6.5. Peso da Caixa d’água na laje da saída da escada ........................................................................................................... 114
3.5. CALCULANDO O MODELO.......................................................................................................................................... 114
3.5.1. Análise geral do processamento ................................................................................................................. 115
3.5.2. Analisando os resultados ............................................................................................................................ 115
3.5.2.1. Resolvendo a viga V15 do primeiro pavimento ............................................................................................................. 115
3.5.2.2. Resolvendo a viga V15 da cobertura .............................................................................................................................. 116
3.5.2.3. Resolvendo a viga V3 do térreo ...................................................................................................................................... 116
3.6. INSERINDO A ESCADA............................................................................................................................................... 117
3.6.1. Procedimento para configurar e lançar uma escada ................................................................................... 117
3.6.2. Vendo o detalhamento da escada .............................................................................................................. 120
3.7. FORÇAS DEVIDO AO VENTO EM EDIFICAÇÕES ................................................................................................................. 120
3.7.1. Configurando os dados de vento no Cype ................................................................................................... 121
3.7.1.1. Velocidade básica do vento ............................................................................................................................................ 121
3.7.1.2. Categoria e Classe do vento ............................................................................................................................................ 121
3.7.1.3. Fator probabilístico ......................................................................................................................................................... 121
3.7.1.4. Fator topográfico ............................................................................................................................................................. 121
3.7.1.5. Largura de faixa ............................................................................................................................................................... 121
3.7.1.6. Coeficientes de arrasto ................................................................................................................................................... 122
3.7.1.7. Configuração do vento para o projeto Vivienda ............................................................................................................ 123
3.7.1.8. Reprocessando o modelo após configuração do vento ................................................................................................. 123
3.8. OTIMIZAÇÃO DOS ELEMENTOS CALCULADOS.................................................................................................................. 123
3.8.1. Otimizando as sapatas de fundação ........................................................................................................... 124
3.8.2. Otimizando as Vigas do Térreo ................................................................................................................... 124
3.8.2.1. Otimizando a viga V1 ....................................................................................................................................................... 125
3.8.2.2. Otimizando a viga V2 ....................................................................................................................................................... 129
3.8.2.3. Otimizando a viga V3 ....................................................................................................................................................... 130
3.8.2.4. Otimizando a viga V4 ....................................................................................................................................................... 130
3.8.2.5. Otimizando a viga V5 ....................................................................................................................................................... 130
3.8.2.6. Otimizando a viga V6 ....................................................................................................................................................... 131
3.8.2.7. Otimizando a viga V7 ....................................................................................................................................................... 132
3.8.2.8. Otimizando a viga V8 ....................................................................................................................................................... 132
3.8.2.9. Otimizando a viga V9 ....................................................................................................................................................... 133
3.8.2.10. Otimizando a viga V10................................................................................................................................................... 133
3.8.2.11. Otimizando a viga V11................................................................................................................................................... 134
3.8.2.12. Otimizando a viga V12................................................................................................................................................... 134
3.8.2.13. Otimizando a viga V13................................................................................................................................................... 135
3.8.2.14. Otimizando a viga V14................................................................................................................................................... 135
3.8.2.15. Otimizando a viga V15................................................................................................................................................... 136
3.8.3. Otimizando as Vigas do primeiro pavimento............................................................................................... 137
3.8.3.1. Otimizando a viga V1 ....................................................................................................................................................... 137
3.8.3.2. Otimizando a viga V2 ....................................................................................................................................................... 137
3.8.3.3. Otimizando a viga V3 ....................................................................................................................................................... 138
3.8.3.4. Otimizando a viga V4 ....................................................................................................................................................... 139
3.8.3.5. Otimizando a viga V5 ....................................................................................................................................................... 139
3.8.3.6. Otimizando a viga V6 ....................................................................................................................................................... 140
3.8.3.7. Otimizando a viga V7 ....................................................................................................................................................... 140
3.8.3.8. Otimizando a viga V8 ....................................................................................................................................................... 140
3.8.3.9. Otimizando a viga V9 ....................................................................................................................................................... 141
3.8.2.10. Otimizando a viga V10................................................................................................................................................... 141
3.8.2.11. Otimizando a viga V11................................................................................................................................................... 142
3.8.2.12. Otimizando a viga V12................................................................................................................................................... 142
3.8.2.13. Otimizando a viga V13................................................................................................................................................... 143
3.8.2.14. Otimizando a viga V14................................................................................................................................................... 144
3.8.2.15. Otimizando a viga V15................................................................................................................................................... 144
3.8.4. Otimizando as vigas da cobertura e do teto da escada ............................................................................... 145
3.8.5. Otimizando o comprimento do arranque das sapatas ................................................................................. 146
3.9. PRANCHAS PARA A OBRA .......................................................................................................................................... 149
3.9.1. Introdução dos eixos de locação ................................................................................................................. 149
3.9.2. Pranchas de fundação ................................................................................................................................ 150
3.9.3. Preenchendo os dados do carimbo na planta .............................................................................................. 152
3.9.4. Salvando a planta em arquivo DGW ........................................................................................................... 152
3.9.4.1. Mudando o estilo fonte do texto das pranchas do Cype ............................................................................................... 153
3.9.4.2. Inserindo notas e detalhes genéricos no arquivo DWG ................................................................................................ 153
3.9.4.2. Biblioteca de desenhos genéricos do CypeCad .............................................................................................................. 154
3.9.5. Pranchas de vigas ....................................................................................................................................... 154
3.9.5.1. Vigas do Térreo ................................................................................................................................................................ 155
3.9.5.2. Vigas do primeiro pavimento .......................................................................................................................................... 156
3.9.5.3. Vigas da cobertura e do teto da escada ......................................................................................................................... 156
3.9.6. Pranchas de Lajes ....................................................................................................................................... 157
3.9.6.1. Lajes do primeiro pavimento .......................................................................................................................................... 157
3.9.7. Pranchas de fôrmas .................................................................................................................................... 158
3.9.7.1. Melhorando o desenho ................................................................................................................................................... 158
3.9.7.2. Inserindo cortes ou cotas ................................................................................................................................................ 160
3.10. ESTILO DE PLOTAGEM PARA OS DESENHOS .................................................................................................................. 160
3.10.1. Gerando arquivos de desenho em PDF ...................................................................................................... 161
3.10.2. Visualizando o arquivo com CTB no CAD ................................................................................................... 162
3.10.3. Ajustando as Layers com o CTB ................................................................................................................. 163
3.11. LAJES ................................................................................................................................................................. 165
3.11.1. Exibindo a armação das lajes .................................................................................................................... 165
3.11.2. Tabela de barras para armaduras de Lajes ............................................................................................... 166
3.11.3. Retirando ou inserindo diâmetros de barras para lajes na tabela de aço do Cype. .................................... 167
3.11.4. Editando manualmente o diâmetro das barras das armaduras das lajes .................................................. 168
3.11.4.1. Utilizando a planilha de equivalência de barras .......................................................................................................... 169
3.11.5. Otimizando armação de Lajes ................................................................................................................... 170
3.11.5.1. Ajustando a distribuição das barras ............................................................................................................................. 170
3.11.5.2. Modificando o comprimento de ancoragem ............................................................................................................... 171
3.11.5.3. Otimizando a armadura longitudinal superior (negativa) ........................................................................................... 172
3.11.5.4. Padronizando o comprimento das barras longitudinais superior (negativa) ............................................................. 172
3.11.5.5. Otimizando a armadura transversal superior (negativa) ............................................................................................. 173

4. PROJETO DE UM SOBRADO ...................................................................................................................................... 174


4.1. INICIANDO UM NOVO PROJETO NO CYPECAD................................................................................................................. 175
4.2. LANÇANDO PILARES................................................................................................................................................. 177
4.2.1. Lançando um pilar de sobre viga de transição ............................................................................................ 178
4.2.2. Necessidade de pilares para os muros na frente e nos fundos ..................................................................... 178
4.2.3. Renumerando os pilares ............................................................................................................................. 179
4.3. LANÇANDO VIGAS................................................................................................................................................... 180
4.3.1. Resolvendo os problemas de lançamento das vigas. ................................................................................... 180
4.3.2. Altura entre os degraus da escada e a viga do andar superior .................................................................... 181
4.4. LANÇANDO LAJE PRÉ-FABRICADA (VIGOTA) ................................................................................................................... 182
4.4.1. Lançamento da laje na região da escada .................................................................................................... 184
4.4.2. Lançamentos na cobertura ......................................................................................................................... 185
4.5. INTRODUZINDO OS CARREGAMENTOS .......................................................................................................................... 185
4.5.1. Sobrecarga ................................................................................................................................................. 185
4.5.2. Carga permanente...................................................................................................................................... 185
4.5.3. Possibilidades de futuras cargas adicionais na obra .................................................................................... 186
4.5.4. Tabela de cargas de grupo no Cype ............................................................................................................ 186
4.5.5. Cargas de alvenarias .................................................................................................................................. 186
4.5.6. Cargas das caixas d’água ........................................................................................................................... 188
4.6. FUNDAÇÕES .......................................................................................................................................................... 188
4.7. CALCULANDO O MODELO.......................................................................................................................................... 189
4.7.1. Erro de momento positivo no apoio das vigotas.......................................................................................... 189
4.7.2. Armação de reforço nas vigotas ................................................................................................................. 191
4.8. LANÇANDO A ESCADA .............................................................................................................................................. 191
4.8.1. Editando o núcleo da escada ...................................................................................................................... 192
4.8.2. Editando o Tramo da Escada ...................................................................................................................... 193
4.8.3. Necessidade de apoios para escada ............................................................................................................ 193
4.9. RESOLVENDO OS ERROS DE VIGA DO MODELO ................................................................................................................ 194
4.9.1. Problemas com a continuidade de vigas ..................................................................................................... 194
4.9.2. Resolvendo as vigas com erro no dimensionamento ................................................................................... 195
5. CALCULANDO O REFORÇO PARA LAJES PRÉ-FABRICADAS DE VIGOTAS ................................................................... 195
5.1. PREMISSAS DE CÁLCULOS.......................................................................................................................................... 195
5.1.1. Comprimento das vigotas do segundo pavimento ...................................................................................... 195
5.1.2. Carregamento sobre as vigotas do segundo pavimento .............................................................................. 197
5.1.3. Calculando o momento positivo para as vigotas com vão de 2,78 m ........................................................... 197
5.1.3.1. Aço para combater o momento positivo nas vigotas .................................................................................................... 197
5.1.3.2. Vigotas com duas barras de aço ∅4,2 na base............................................................................................................... 199
5.1.3.3. Vigotas com duas barras de aço ∅5,0 na base............................................................................................................... 199
5.1.3.4. Usando a planilha de cálculos do professor Leonardo Bastos ...................................................................................... 199
5.1.4. Instrução ao cliente .................................................................................................................................... 200
5.2. CONTRA FLECHA ..................................................................................................................................................... 201
5.2.1. Laje L1 e L3 ................................................................................................................................................. 201
5.2.2. Laje L2 ........................................................................................................................................................ 202
5.2.3. Laje L4 ........................................................................................................................................................ 202
5.3. ADICIONANDO CONTINUIDADE ÀS VIGOTAS ................................................................................................................... 203
5.3.1. Inércia Fissurada ........................................................................................................................................ 203
5.3.2. Calculando o diagrama de momentos ........................................................................................................ 204
5.3.3. Calculando o diagrama de deformação ...................................................................................................... 204
5.3.3.1. Deformação sem as considerações práticas .................................................................................................................. 205
5.3.3.2. Deformação considerando a redução de perfil.............................................................................................................. 205
5.3.3.3. Deformação considerando a redução de perfil e a fissuração ...................................................................................... 205
5.3.3.4. Deformação ao longo dos anos ...................................................................................................................................... 206
5.3.3.5. Deformação limite e contra flecha ................................................................................................................................. 206
5.3.4. Calculando as barras de reforço ................................................................................................................. 206
5.3.4.1. Reforço para o momento positivo .................................................................................................................................. 206
5.3.4.2. Reforço para o momento negativo ................................................................................................................................. 207
5.3.5. Detalhamento em planta............................................................................................................................ 208
5.4. SEGUNDO EXEMPLO DE REFORÇO EM LAJE DE VIGOTAS .................................................................................................... 209
5.4.1. Carga linear sobre as vigotas ...................................................................................................................... 209
5.4.2. Laje L1 ........................................................................................................................................................ 209
5.4.3. Laje L2 ........................................................................................................................................................ 210
5.4.4. Laje L3 e L4 ................................................................................................................................................. 211
5.4.4.1. Calculando L3 e L4 como bi apoiada............................................................................................................................... 211
5.4.4.2. Avaliando a necessidade de usar o momento negativo ................................................................................................ 211
5.4.4.3. Considerando a continuidade da vigota entre L3 e L4................................................................................................... 212
5.4.4.4. Reforço para o momento positivo .................................................................................................................................. 212
5.4.4.5. Reforço para o momento negativo ................................................................................................................................. 212
5.4.4.5. Flecha e contra flecha considerando continuidade ....................................................................................................... 213
5.4.5. Informações em planta ............................................................................................................................... 214
5.4.6. Lançando o projeto anterior no Cype .......................................................................................................... 214
5.4.6.1. Configurando o modelo .................................................................................................................................................. 214
5.4.6.2. Lançando a laje de vigotas .............................................................................................................................................. 217
5.4.6.3. Comparando os resultados ............................................................................................................................................. 218
5.4.6.4. Retirando o engaste entre vigotas.................................................................................................................................. 220
5.4.7. Alinhando as vigotas .................................................................................................................................. 221
5.4.8. Exportando desenho de plantas para DWG ................................................................................................ 221
5.4.8.1. Considerações finais ........................................................................................................................................................ 224

6. PROJETANDO UM MODELO DE 8 ANDARES COM APLICAÇÃO DO VENTO ............................................................... 224


6.1 VISTAS DO PROJETO ................................................................................................................................................. 224
6.2. ITENS BÁSICOS PARA INICIAR A MODELAGEM NO CYPE ..................................................................................................... 226
6.3. INICIANDO A MODELAGEM NO CYPE ............................................................................................................................ 228
6.4. LANÇANDO OS PILARES ............................................................................................................................................ 230
6.4.1. Sequência para o lançamento dos pilares ................................................................................................... 230
6.5. LANÇAMENTO DAS VIGAS ......................................................................................................................................... 231
6.5.1. Sequência de lançamento das vigas ............................................................................................................ 231
6.6. DETALHE DAS VARANDAS LATERAIS ............................................................................................................................. 232
6.6.1. Lançando a varanda com bordo livre .......................................................................................................... 232
6.6.2. Lançando a varanda sobre vigas ................................................................................................................. 233
6.6.3. Aplicando desnível entre lajes ..................................................................................................................... 234
6.7. APLICANDO O CARREGAMENTO .................................................................................................................................. 235
6.8. COPIANDO PAVIMENTOS TIPO .................................................................................................................................... 236
6.9. AJUSTANDO PILARES QUE MORREM NA COBERTURA ........................................................................................................ 237
6.10. FINALIZANDO O TOPO DO EDIFÍCIO ............................................................................................................................ 238
6.10.1. Modelando a casa de máquinas ............................................................................................................... 238
6.10.2. Modelando o fundo do reservatório.......................................................................................................... 238
6.10.3. Topo do edifício ........................................................................................................................................ 239
6.10.4. Modelando o reservatório ........................................................................................................................ 239
6.10.4.1. Modelando o fundo do reservatório ............................................................................................................................ 240
6.10.5. Ajustando os carregamentos acima dos pavimentos tipo ......................................................................... 241
6.10.5.1. Ajustando o carregamento do topo do reservatório ................................................................................................... 241
6.10.5.2. Ajustando o carregamento do fundo do reservatório ................................................................................................. 241
6.10.5.3. Ajustando o carregamento da laje da casa de máquinas ............................................................................................ 241
6.10.5.4. Ajustando o carregamento da cobertura ..................................................................................................................... 242
6.10.5.5. Resumo da configuração de carga de grupo ................................................................................................................ 242
6.10.6. Abertura no topo do reservatório ............................................................................................................. 243
6.11. CALCULANDO O MODELO SEM O VENTO ..................................................................................................................... 243
6.12. CALCULANDO O MODELO APLICANDO O VENTO ............................................................................................................ 243
6.12.1 Forças devido ao vento em edificações ...................................................................................................... 244
6.12.2 Configurando os dados de vento no Cype .................................................................................................. 244
6.12.2.1. Velocidade básica do vento .......................................................................................................................................... 244
6.12.2.2. Categoria ........................................................................................................................................................................ 244
6.12.2.3. Classe ............................................................................................................................................................................. 245
6.12.2.4. Fator probabilístico ....................................................................................................................................................... 245
6.12.2.5. Fator topográfico ........................................................................................................................................................... 245
6.12.2.6. Largura de faixa ............................................................................................................................................................. 246
6.12.2.7. Coeficientes de arrasto ................................................................................................................................................. 246
6.12.2.8. Cálculos adicionais executados pelo Cype ....................................................................................................................... 2
6.12.2.9. Configuração do vento para o projeto Vivienda .............................................................................................................. 3
6.12.3. Efeitos de segunda ordem ............................................................................................................................ 3
6.12.4. Avaliando o deslocamento causado pelo vento ............................................................................................. 4
6.13. OTIMIZANDO O MODELO ............................................................................................................................................ 6
6.13.1. Reduzindo a dimensão dos pilares ................................................................................................................ 6
6.13.2. Reduzindo a dimensão de vigas .................................................................................................................... 7
6.13.2.1. Alterando altura de vigas em lote .................................................................................................................................... 8
6.13.3. Comparações................................................................................................................................................ 8
6.13.4. Otimizando armações ................................................................................................................................... 9
6.14. GERANDO DESENHOS ................................................................................................................................................ 9
REVISÃO TEÓRICA .......................................................................................................................................................... 14
ESTRUTURAS DE CONCRETO............................................................................................................................................... 14
DOCUMENTAÇÃO DO PROJETO ESTRUTURAL .......................................................................................................................... 14
MÓDULO DE ELASTICIDADE................................................................................................................................................ 16
DIMENSÕES LIMITES ........................................................................................................................................................ 18
Pilares .................................................................................................................................................................... 18
Lajes....................................................................................................................................................................... 19
Vigas ...................................................................................................................................................................... 19
Sapatas .................................................................................................................................................................. 19
DESLOCAMENTOS LIMITES ................................................................................................................................................. 20
RESISTÊNCIA DO CONCRETO, DO AÇO E PESO ESPECÍFICO .......................................................................................................... 20
Resistência do concreto .......................................................................................................................................... 20
Peso específico do concreto .................................................................................................................................... 20
Resistência do aço .................................................................................................................................................. 21
Peso específico do aço ............................................................................................................................................ 21
DISTRIBUIÇÃO DE CARGAS DAS LAJES NAS VIGAS...................................................................................................................... 21
Método das charneiras plásticas ............................................................................................................................ 21
DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO ............................................................................................................................................. 23
Domínio 1 .............................................................................................................................................................. 24
Domínio 2 .............................................................................................................................................................. 24
Domínio 3 .............................................................................................................................................................. 24
Domínio 4 .............................................................................................................................................................. 25
Domínio 4a ...................................................................................................................................................................................... 25
Domínio 5 .............................................................................................................................................................. 25
Linha neutra x Domínio .......................................................................................................................................... 25
Equacionando os conceitos de domínio .................................................................................................................. 26
Exemplo 1 ........................................................................................................................................................................................ 27
Exemplo 2 ........................................................................................................................................................................................ 30
ESPAÇAMENTO MÍNIMO DAS BARRAS DA ARMADURA............................................................................................................... 33
Exemplo 1 .............................................................................................................................................................. 33
Exemplo 2 .............................................................................................................................................................. 34
Exemplo 3 .............................................................................................................................................................. 34
FTOOL .......................................................................................................................................................................... 35
Apresentação
Esta apostila prática foi produzida em uma parceria entre o Prof. Leonardo Bastos e o Eng. Evandro de Almeida
Bernabe e tem o objetivo de proporcionar uma fonte de consulta rápida aos conceitos e procedimentos
ministrados no pacote de cursos de atualização de 2021 do professor Leonardo Bastos.

O professor Leonardo Bastos é engenheiro civil pela UFJF, mestre e doutor pela UERJ e consultor da empresa
Calculus Projetos e Estruturas.

Bastos possui 30 anos de experiência em cálculo estrutural, com escritório estabelecido na cidade do Rio de
Janeiro onde realiza projetos de engenharia civil para cálculo de estruturas de concreto armado e de estruturas
metálicas. Também, ministra disciplinas de graduação em engenharia civil e possui um grande portfólio de
cursos de estruturas em seu escritório e em plataforma online que podem ser encontrados nos links
https://cursoslbastos.eadplataforma.com/ e https://www.facebook.com/groups/932286373560051

O engenheiro Evandro é formado em engenharia elétrica e de telecomunicações pelo Inatel e em Engenharia


Civil pela Universidade Estácio, onde foi aluno assíduo do professor Leonardo.

Esta apostila traz seus capítulos em uma sequencia fiel a linha do tempo das aulas ministradas no pacote de
cursos 2021, iniciando com uma introdução mais voltada a utilização do programa Cypecad e depois
avançando na elaboração de modelos de estruturas dos mais simples aos mais complexos

Alguns projetos de arquitetura mais simples foram obtidos com buscas na Internet, para serem apresentados
de forma bem didática. Outros projetos reais do trabalho do escritório do professor Bastos serão apresentados
do decorrer do curso, aumentando a complexidade aos poucos.

Introdução ao CYPECAD
O módulo CypeCad é um pacote de software CYPE e trabalha as disciplinas de desenho, cálculo e
dimensionamento de estruturas em concreto armado e metálicas compostas por: pilares, paredes e cortinas;
vigas de concreto, metálicas e mistas; lajes de vigotas (genéricas, armadas, pré-tensionadas, in situ, metálicas
de alma cheia e treliçadas), lajes alveolares, lajes mistas, lajes nervuradas e lajes maciças; lajes e vigas de
fundação, sapatas e blocos sobre estacas; obras de CYPE 3D integradas (perfis de aço, alumínio e madeira)
com 6 graus de liberdade por nó, incluindo o dimensionamento e otimização de seções.
1. Projetando uma pequena Casa com o CypeCad
Neste capítulo do curso vamos abordar os conceitos básicos para projetar e preparar as plantas para
construção de uma casa popular. Serão tratados os procedimentos básicos para preparar o arquivo de
desenho em AutoCad e usa-lo no programa de cálculo estrutural CypeCad.

Feito o cálculo estrutural, serão abordados os procedimentos básicos para otimização da estrutura e
preparação das plantas em tamanho A1 para serem usadas na execução da obra.

1.1. Preparação do arquivo de projeto DWG

O primeiro arquivo proposto para este treinamento, foi obtido por busca na internet. Trata-se de uma casa
popular bem simples conforme ilustrado a seguir, com dois quartos, sala, cozinha e uma pequena varanda.

Desta forma, foi simulado que o cliente interessado na construção do imóvel, contratou o arquiteto e na
sequencia um engenheiro civil para desenvolver o projeto estrutural

O projeto possui a planta baixa, as fachadas, cortes e locação, porém com muitas informações que não são
necessárias para o lançamento estrutural.

Precisamos do desenho da planta baixa bem simplificado para facilitar a visualização no CypeCad.

Este desenho simplificado, no CypeCad, vai funcionar como um pano de fundo, uma máscara sobre a qual o
projetista estrutural pode trabalhar no lançamento da estrutura de concreto armado.

Para melhor abordagem das funcionalidades do CypeCad, foi adicionado uma laje abaixo de toda cobertura
do telhado, embora na prática, não é função do engenheiro fazer modificações na arquitetura, sendo esta
modificação apenas para efeitos didáticos.
No AutoCad, vamos selecionar e copiar apenas a planta baixa para um novo arquivo, salvando com um novo
nome para importação no CypeCad.

A planta baixa copiada deve ser simplificada, retirando cotas, mobiliário, textos, etc, mantendo apenas a
posição de paredes, portas, janelas e possíveis pilares previstos pelo arquiteto.

Feito isto, o próximo passo é verificar se as medidas do projeto da planta baixa estão em metros, para ficar
compatível com o CypeCad. Para esta verificação, basta observar a medida de um objeto conhecido, como por
exemplo uma porta. Medindo uma porta com o comando DI temos 0,8 o que só pode ser 0,8 metros ou 80
cm.

Caso não esteja com as medidas em metro, é necessário usar o comando SCALE para ajustar todo desenho.

Por fim, vamos definir a origem do desenho, ou seja, qual ponto de desenho está no eixo (0,0).

Como nossa arquitetura de exemplo tem apenas dois pavimentos, o piso e a laje, a definição da origem não
será utilizada, mas em um projeto com vários pavimentos, as plantas baixas de cada pavimento devem estar
perfeitamente alinhadas em um ponto de origem comum a todos os pavimentos.
No AutoCad, basta selecionar o eixo cartesiano e arrastar para o ponto de origem desejado na planta baixa.

Por fim, salve o desenho de AutoCad com um novo nome, por exemplo, salvar como Térreo Casa Popular

Observações:

1- Como estamos trabalhando com o Cype na versão 2016, é necessário que o arquivo de AutoCad seja
salvo para versão 2016 ou anterior de Auto Cad.
2- Após a limpeza do desenho no AutoCad, execute o comando PURGE para limpar tudo que não está
sendo usado no desenho como layer, etc.

1.2. Iniciando um novo projeto no CypeCad

Inicie o Cype e abra o módulo CypeCad, clicando no botão CYPECAD.,

O CypeCad quando é aberto, já direciona para o último projeto sendo trabalhado,


porém, no caso de uma nova instalação, teremos uma tela sem direcionamento.

Para iniciar um novo projeto basta entrar no menu


Arquivo/Novo... e depois dar um nome e descrição para o
projeto

Observação: Antes de entrar com um novo nome, é uma boa


prática trabalhar com pastas de projetos separadas para cada
projeto. Isso porque o CypeCad abre muitos outros arquivos auxiliares para um projeto, tornando muito
confuso o arquivamento dos projetos em uma única pasta.

Visto isto, clique no botão Examinar e escolha ou crie uma pasta para que o novo projeto seja
salvo.

Ainda é conveniente nomear o novo projeto com uma marcação de revisão. Por exemplo o nome escolhido
para este exemplo foi CypeCad Casa Popular R00, onde a revisão R00 será incrementada a cada avanço do
projeto. Isso é útil, pois durante o trabalho de desenvolvimento pode ocorrer alguma falha grave e o arquivo
do projeto ficar corrompido impossibilitando sua abertura. Neste caso, tendo as versões anteriores não se
perde todo o trabalho.

Clicando no botão Aceitar para avançar nas etapas de criação de um novo projeto, temos uma
variedade de opções para o novo arquivo, como ler arquivos do Cype 3D, arquivos DWG ou IFC,
que é um modelo de arquivo padrão para compatibilidade
entre software de diversos fabricantes.

Neste curso não será abordado estas opções e vamos iniciar


com uma Obra Vazia.

1.2.1. Configurações de primeira utilização do CypeCad

Prosseguindo com o botão temos a tela de


configuração inicial. Temos diversas configurações iniciais
nesta tela, como a classe o concreto, os tipos de aço usados
que serão abordadas no decorrer do curso.
1.2.2. Configurando para Norma NBR 6118:2014

Certificar que a Norma NBR6118 seja a versão 2014. Para isso, clique no botão das Normas e faça o ajuste.

Clique em Sim e Aceitar para avançar e finalizar a configuração do Projeto.

Neste ponto é emitido um alerta da não utilização de medidas para combater a ação do vento na estrutura.
Clique em aceitar, pois será visto mais adiante.

Será apresentado um resumo das configurações. Prossiga com aceitar.

1.2.3. Configurando o padrão do Sistema de Unidades

No canto superior da tela do CypeCad, clique no ícone do


Globo e escolha o Sistema Internacional de Unidades.
1.3. O lançamento dos pilares e vigas e lajes dos pavimentos no CypeCad

O CypeCad trabalha com uma estrutura de abas na parte de baixo da tela de entrada

Na aba Entrada de Pilares, informamos o número de pavimentos, a altura entre os pavimentos (pé direito) e
o lançamento dos pilares. Na aba Entrada de pavimentos, faz-se o lançamento das vigas e das lajes. Nas demais
abas temos os resultados dos cálculos feitos pelo software.

1.4. Modelagem da Estrutura

Para este projeto didático, vamos imaginar que após feito o ensaio de SPT e obtido a tensão admissível de 200
kN/m2 do solo, podemos trabalhar com uma profundidade de 1,50 metros para a base da sapata. Então
definimos a altura do térreo com 1,50 metros.

Do projeto de arquitetura temos uma altura do pavimento de 2,50 metros, ou seja, do nível do piso até nível
da laje.

1.4.1. Configurando a altura do Térreo

Entrar com a seguinte sequência de comandos escolhendo a opção Independentes.

Nas obras com poucos pavimentos e sem


repetições usamos pisos Independentes. Nas
grandes obras, com muitos pavimentos
repetidos (Pavimento Tipo), temos a opção
de agrupar estes pavimentos repetidos.

Na próxima tela, entrar com o número de


pisos, altura entre eles e a SCU e CP
(Sobrecarga e Carga permanente), que são
valores definidos na Norma NBR 6120:2019.

Vamos atualizar os valores mais adiante. Por


ora vamos preencher com 1,5 e 1
respectivamente.
Na próxima configuração vamos ajustar a altura de cota do piso para o programa entender que o térreo está
na cota zero, e a base da sapata esta a 1,5 m de profundidade.

Mude a cota do nível da fundação de 0,00 para -1,50

1.4.2. Visualizando o arquivo de AutoCad no CypeCad

Nesta etapa vamos carregar o desenho da planta baixa no CypeCad fazendo a seguinte sequencia de comando
Após escolher o arquivo e clicar em Aceitar, o CypeCad mostra uma prévia do desenho com algumas opções
para escolha de Layer do AutoCad. É possível neste ponto escolher apenas as Layer que serão utilizadas no
lançamento. Porém, como já limpamos o desenho da planta baixa no AutoCad, não será necessário escolher
as Layer neste caso.

Clique em Aceitar novamente para finalizar a importação do desenho para o CypeCad. Feito estes
procedimentos, o desenho da planta baixa foi vinculado ao arquivo de AutoCad.

Este desenho importado não pode ser modificado no CypeCad, pois fica apenas como uma máscara para
orientação dos lançamentos. Contudo, caso seja necessária alguma alteração no desenho da planta baixa, esta
poderá ser feita com o AutoCad e será refletida no CypeCad de forma automática. Após a alteração no
AutoCad, o CypeCad identifica a modificação e pergunta se você quer atualizar a modificação para o CypeCad.
1.4.3 Lançamento dos Pilares

Não existe uma regra rígida para o lançamento dos pilares. Hipoteticamente, o projetista poderia lançar
apenas quatro pilares, um em cada canto da casa, mas os grandes vãos vão exigir uma estrutura cara e
desnecessária, e possivelmente com vigas muito altas
invadindo a posição das janelas e portas. O projetista
precisa ter em mente estas implicações que serão vistas
no decorrer do curso.

Inicialmente o projetista pode iniciar com o lançamento


dos pilares de forma que os vãos fiquem em torno de 3 a
4 metros, mas que poderão ser mudados de posição,
eliminados ou adicionados conforme a necessidade em
função dos cálculos.

Neste projeto vamos iniciar lançando nove pilares


distribuídos conforme ilustrado.

1.4.3.1. Configurando a ferramenta de captura

Os lançamentos dos pilares devem estar


matematicamente alinhados com o desenho. Para que
isto ocorra, a ferramenta de captura precisa ser usada
para um lançamento na posição exata. No ícone do
ímã, escolha Ativar capturas e mantenha selecionado
apenas Extremo. Com isso, ao aproximar o cursor de
algum extremo, ele será “puxado” para o ponto exato.

1.4.3.2. Escolha da dimensão inicial dos pilares

No decorrer do curso vamos abordar algumas recomendações da norma NBR 6118 no que se refere a pilares.
A Norma recomenda que pilares não podem ter a menor dimensão com menos de 14 cm e, em qualquer caso,
com seção menor que 360 cm2.

Como nesta arquitetura as paredes possuem 15 cm de espessura, vamos usar pilares com seção inicial de
15x25 cm. De acordo com os resultados dos cálculos, podemos diminuir ou aumentar as dimensões para
otimização do projeto.
1.4.3.3. Lançamento dos pilares no CypeCad

No menu Introdução, siga com os seguintes comandos e altere as dimensões do pilar.

Também pode ser usado o botão de atalho para


inserção de pilares.

Observação: O CypeCad, por padrão, aceita a menor dimensão até 12 cm, mesmo estando abaixo dos 14 cm
exigidos pela Norma.

Feito isso, podemos lançar os pilares clicando nos extremos do desenho onde se
deseja o pilar. Basta aproximar o cursor do ponto extremo até que a captura seja
acionada, clicando com o mouse imediatamente na direção onde se deseja que o
pilar fique encaixado na parede.

Caso o pilar não fique na possição correta, retorne no menu


Introdução, escolhendo a opção Ajustar e clique na posição
desejada para o pilar.
Para o lançamento do segundo pilar, nos deparamos com um problema no desenho da planta baixa, pois não
temos um extremo bem definido para lançar o pilar. Neste caso precisamos voltar ao desenho no AutoCad e
colocar estas referências, estendendo as linhas.

Feito isto no AutoCad, o CypeCad identifica e atualiza o desenho e


então podemos seguir com o lançamento dos pilares e ajustando para
que fiquem encaixados dentro dos pilares.

É importante observar se os pilares não estão invadindo posições de portas e janelas. Por exemplo, o pilar P3
está muito próximo da posição de boneca da porta e pode dificultar o trabalho do carpinteiro. Neste caso
podemos alterar as medidas do pilar de 15x25 para 25x15 usando o comando
Introdução/Editar e depois clicando no pilar que se deseja editar.

O mesmo procedimento será feito para os pilares P5 e P8, observando também,


que o pilar P7 foi lançado como um pilar
quadrado.

1.4.3.4. Desligando Cotas

Durante o lançamento dos pilares, cotas automáticas vão sendo adicionadas, mas neste momento elas apenas
poluem o desenho. Podemos desligar as cotas no menu Vistas/Cotas/Cotas visíveis
1.4.4. Lançamento de Vigas e Lajes

Para o lançamento das vigas e laje nos pavimentos, precisamos avançar para segunda aba Entrada de
Pavimentos, localizada na parte inferior da página.

Nesta aba teremos novos botões de comando, como por exemplo o conjunto de setas
para baixo e para cima que permite a
navegação entra os pavimentos. No nosso
projeto, fundação. Térreo e cobertura.

Observe que a informação do pavimento


corrente aparece no canto inferior da página conforme ilustrado.

1.4.4.1. Ajustando a ferramenta de captura para lançamento de vigas

Para o lançamento de vigas devemos trabalhar com a captura


O mais próximo.
1.4.4.2. Procedimento prático para o lançamento das vigas

O procedimento para o lançamento de vigas envolve três passos.

• Primeiro lança-se um pequeno trecho de viga entre os pilares sem preocupação precisa do
alinhamento;
• Segundo, faz-se o alinhamento preciso das vigas;
• Finalmente, faz-se o prolongamento da viga até os pilares

1.4.4.3. Comando para lançar vigas

Vamos iniciar pela cobertura e para isso use as setas de navegação para avançar para
cobertura.

Entre com a sequência de comandos


Vigas/Paredes/Entrar viga e escolha o tipo de viga
desejada, bem como suas dimensões.

Para o nosso modelo, será usado a


segunda viga do grupo Família e a
primeira do Tipo.

Podemos iniciar com vigas de 15x30


cm, lembrando que a Norma permite
vigas de 12 cm ou, ainda, 10 cm
quando com controle rigoroso do
concreto.
Lance os trechos de vigas clicando próximo das linhas do
desenho. Observe que o alinhamento não precisa estar
necessariamente perfeito. Este alinhamento será feito
no segundo passo.

Agora use o comando Vigas/Paredes/ Ajustar para alinhar as vigas na direção dos vãos. Apenas dê um clique
próximo dos trechos de vigas e das linhas do desenho que o CypeCad vai fazer o alinhamento.
Finalmente, prolongue os trechos de vigas. Para isto,
escolha o comando Prolongar viga, dê um clique na viga
que será prolongada, posicione o cursor sobre o pilar até
que apareça uma bolinha vermelha e dê mais um clique
para confirmar o prolongamento. Repita o procedimento
em ambos os lados das vigas.

Após o lançamento das vigas, o CypeCad


identifica a possibilidade de existência de laje
inserindo uma interrogação para que o
projetista faça a definição.
1.4.4.4. Lançando lajes

O comando Lajes abre o menu para definição e lançamento


de lajes, enquanto a opção Introduzir lajes, abre a janela para
configuração do tipo e espessura da laje. Neste modelo,
vamos trabalhar com laje maciça com espessura inicial de 10
cm, lembrando que a Norma permite até uma espessura
mínima de 8 cm.

Para o lançamento, clique na área da laje e depois dê um


segundo clique na viga da parte de cima do desenho. Com isso
o CypeCad entende e lança uma laje na área entre as vigas,
deixando a indicação de armação da laje.
Para melhor visualização do modelo, podemos ligar a função 3D clicando no botão , usando os botões
do mouse para orbitar ou deslocar o modelo

1.4.4.5. Lançando vigas e lajes nos demais pavimentos

Na sequência, repete-se o procedimento de lançamento de vigas no pavimento térreo. Não teremos lajes no
térreo, pois o piso será apoiado diretamente no solo compactado. Neste caso, para apagar as interrogações
deve-se escolher a opção Apagar laje.

Uma observação a respeito de se usar ou não laje no piso térreo vai depender das condições do terreno ou do
nível do piso em relação ao solo. Em locais de solo firme, apenas uma compactação será suficiente para
suportar o peso do piso diretamente sobre o solo. Caso o solo não seja bom o suficiente para aceitar
compactação, ou esteja em um nível elevado necessitando de muito aterro, considera-se o lançamento de
laje.
A seguir temos os lançamentos do nível térreo e a visualização do modelo em 3D.

1.4.4.5. Considerações a respeito dos lançamentos de cargas de parede sobre lajes e pisos.

Neste projeto exemplo não teremos paredes sobre as lajes da cobertura. Contudo, nos casos da necessidade
de paredes sobre alguma região da laje, este não seria um problema para lajes maciças, desde que as cargas
das paredes sejam consideradas no cálculo.

No caso de lajes pré-moldadas, não será possível a construção de paredes sobre estes tipos de laje.

Veremos como lançar carga de paredes sobre lajes no decorrer do curso.

Já para o pavimento térreo, temos paredes e estas não podem


ser apoiadas diretamente no piso sobre solo. Nesse caso é
necessário lançar vigas adicionais no pavimento térreo para
suportar a carga das paredes.
1.4.5. Lançamento das fundações

Para o lançamento das fundações, devemos descer


para o nível Fundação usando as setas de
movimentação entre os níveis.

Neste projeto será adotado fundações do tipo sapata, que são suficientes para este
projeto de casa popular. Contudo, o programa permite o lançamento dos mais diversos tipos de fundação
que fogem ao escopo do curso.

Para o lançamento temos o menu Fundações/Elementos de Fundação


– Novo, depois selecione o tipo de sapata como botão Seleção de Tipo.

Vamos trabalhar com sapata em concreto armado do


tipo quadrada, mas como pode ser observado, o Cype
oferece suporte par os vários tipos como sapata sem armação, sapata de divisa, sapata retangular, sapata
piramidal, etc.

Após a escolha do tipo, clique no botão Aceitar e faça o lançamento clicando nos pilares onde teremos sapata.
Inicialmente o Cype coloca todas as sapatas com dimensões 100x100 cm. Após o processamento do modelo,
as dimensões das sapatas serão alteradas de acordo com a tensão admissível do solo e proporcional ao
carregamento que chega de cada pilar.
1.4.5.1. Configurando a tensão admissível do solo no CypeCad

É imprescindível que o projetista configure corretamente o valor de


tensão admissível do solo, de acordo com o ensaio de SPT. A
configuração é feita entrando no menu Obra/Dados gerais, clicando no

botão de Fundação.

1.4.6. Carregamentos na estrutura

Os carregamentos são os pesos da alvenaria, a sobrecarga, telhado, caixa d’água, etc. e vamos iniciar
adicionando o peso da alvenaria sobre as vigas e lajes consultando a Norma NBR 6120, na Tabela 2 –
Alvenarias, página 17.

Na Norma, em alvenaria de vedação (parede de tijolo com reboco), encontramos o peso por metro quadrado
da alvenaria construída com bloco cerâmico vazado.

Vamos adotar para este projeto o tijolo de 9 cm de espessura com reboco de 2 cm em ambos os lados, cujo
peso conforme a norma é 1,6 kN/m2.

Para lançar o peso dessa alvenaria sobre a viga, temos que saber a altura da parede para calcular o peso linear
da alvenaria. Sendo o pé direito é 2,5 m, descontamos a altura da viga de 30 cm, ou da laje de 10 cm.

Encontramos o peso linear de parede com o seguinte cálculo:

a) Paredes descontando a altura da viga.


kN
Peso Linear da Alvenaria = (2,5 m − 0,3 m) ∗ 1,6 = 3,52 kN/m
m2

b) Paredes descontando apenas a espessura da laje.


kN
Peso Linear da Alvenaria = (2,5 m − 0,1 m) ∗ 1,6 = 3,84 kN/m
m2

Na prática podemos usar o maior valor, ficando a favor da segurança, mas para efeitos didáticos, vamos usar
os valores exatos.

1.4.6.1. Lançando as cargas de paredes

Começando pelo pavimento térreo, desligue a máscara do desenho da planta baixa usando o botão editar

vistas para melhor visualizar o lançamento das cargas.

Feito isso, acesse o menu Cargas/Cargas lineares em vigas, configure o valor da carga e lance sobres as vigas
onde teremos estas cargas, usando como referência o desenho de arquitetura.

Observe que o Cype coloca uma indicação com o valor da carga que foi lançada sobre a viga.

O lançamento anterior foi aplicado em toda extensão da viga e agora é necessário ajustar o carregamento, ou
seja, retirar o carregamento de parte da viga onde não se aplica. Usamos o comando Cargas/Mover para fazer
este ajuste, dando um clique para selecionar a carga, movendo e
dando um segundo clique para reposicionar a carga.

Observação: Caso seja preciso apagar uma carga, use o


comando Apagar e clique sobre a carga.
Agora vamos lançar as cargas no pavimento cobertura.

Observando o corte da arquitetura, temos um pequeno muro de 30 cm para apoio do telhado, e temos um
muro pouco maior na parte central com 1,10 m, também para suporte do telhado.

Vamos incluir estas cargas no modelo com os seguintes cálculos:

a) Parede menor de suporte ao telhado


kN
Peso Linear da Alvenaria = 0,3 ∗ 1,6 = 0,48 kN/m
m2

b) Paredes central de suporte ao telhado


kN
Peso Linear da Alvenaria = 1,1 ∗ 1,6 = 1,76 kN/m
m2
1.4.6.2. Corrigindo Carregamento

Caso tenha sido feito algum carregamento errado, basta ir em Cargas, preencher com o novo valor e usar o
botão Atribuir. Ao clicar sobre as cargas já lançadas, o novo valor será atribuído.

1.4.6.3 Lançando o peso do Telhado

O telhado previsto na arquitetura é do tipo cerâmico tipo germânica e colonial, sobre estrutura de madeira e
com pouca inclinação. Para lançar o peso deste telhado, devemos recorrer à Norma NBR 6120 e encontramos
na página 13 o peso 0,85 kN/m2 para este tipo.

A Norma determina que o peso do telhado deve ser lançado diretamente sobre a área da laje como carga
permanente.

Observação: Nos casos de um telhado muito sofisticado, não encontrado na norma, o valor do peso do metro
quadrado deve ser calculado pelo projetista.

Para este lançamento devemos acessar o menu Carga/Carga de


Grupo e editar os valores de Carga Permanente. No Caso, a Carga
permanente para Cobertura será 0,85 kN/m2, pois é o peso do telhado
sobre a laje.
1.4.6.4 Sobrecarga da Cobertura

A laje da cobertura neste projeto terá acesso de pessoas apenas para manutenção, sem contra piso ou
revestimento. Neste caso a Norma recomenda uma sobrecarga de apenas 1 kN/m 2.

Da mesma forma, devemos editar o valor no menu Carga de grupos.

1.4.6.5. Peso da Caixa d’água na Cobertura

No projeto a caixa d’água tem 500 litros, que corresponde a uma carga de 5 kN, que serão lançados sobre uma
determinada área da laje. Esta área de influência possui 1,70 m 2 de acordo com o posicionamento no projeto
de arquitetura. Assim teremos uma carga de 5000 N / 1,70 m2 = 2,94 kN/m2.

Para efetuar este lançamento, usamos menu Cargas/Cargas, mas agora, com a opção Superficial/Nova

Para concluir o lançamento, clique sequencialmente nos quatro cantos


delimitando a área e termine o comando clicando com o botão contrários
do mouse. Feito isso, o CypeCad insere uma carga superficial no valor
configurado na área de influência da caixa d’água.
1.4.7. Salvando o modelo em arquivo para compartilhar

Para compartilhar o modelo, a primeira opção é criar uma pasta com nome exclusivo e salvar nesta nova pasta.
Depois basta compactar todos os arquivos gerados pelo Cype nesta pasta e enviar o arquivo pela mídia de
preferência.

Como segunda opção, o Cype possui uma função de compactação do modelo em arquivo único para
possibilitar o compartilhamento.

No menu Arquivo/Gerenciamento de arquivos, escolha a opção Compactar e informe um nome e um local


para o arquivo compactado.

O Cype vai gerar um arquivo do tipo .cyp compactado que pode ser compartilhado para ser usado em outro
computador.

No computador destino, basta fazer o processo inverso, menu Arquivo/Gerenciamento – Opção


Descompactar.
1.4.8. Calculando o modelo

Terminado a construção do modelo da estrutura, com inclusão dos pilares, vigas e carregamentos, é o
momento solicitar ao CypeCad processar os cálculos da estrutura.

Caso o modelo construído contenha erros, como vigas posicionadas fora de pontos de apoio sem conexão,
cargas sem ponto de apoio, etc, o Cype interrompe o processamento e emite relatórios para que o projetista
possa efetuar as correções.

Após o processamento, caso o Cype não encontre erros no modelo construído pelo projetista, será
apresentado o relatório com os elementos onde a estrutura não passa na verificação dos esforços.

Neste ponto, o projetista concluiu o trabalho de modelagem da estrutura e a partir de agora pode concentrar
os esforços para solução dos erros de dimensionamento e na otimização para obter economia de material e
uma melhor trabalhabilidade para o carpinteiro e armador na montagem das formas e armaduras da
estrutura.

1.5. Erros de cálculos na estrutura e Otimizações

Para iniciar a depuração dos erros de cálculos encontrados pelo programa, precisamos fazer a leitura dos
relatórios, identificando os pontos de erros e efetuando as correções e otimizações. São muitas possibilidades
de erros e otimizações que podem acontecer por uma infinidade de combinações em que o projetista tem
para trabalhar. Veremos no decorrer do corso as mais comuns e como podemos
resolver.

Lembrando que as verificações são feitas na aba Resultados


1.5.1. Entendendo os erros apresentado pelo programa

No cálculo anterior, o CypeCad apresentou um erro de viga no grupo 2. O grupo 2 indica


o pavimento onde temos a viga com problema e devemos
navegar, com o auxílio das setas, até o pavimento 2 que
é a nossa Cobertura.

Para melhorar a visualização, devemos desligar


algumas indicações como carregamento e máscaras.
Fazemos isso acionando os botões de vistas e
desligando estas vistas e indicações de
carregamentos. Dessa forma o desenho fica mais
limpo e podemos visualizar melhor a viga em
vermelho, que é a viga com problema

O projetista com uma certa experiência já terá em


mente que se trata de um problema de flecha, pois
esta viga possui um grande vão e recebe a carga de
outra viga.

Para verificar o detalhamento do cálculo executado pelo


programa devemos entrar no menu Vigas/Paredes/Editar
vigas e clicar na viga com o problema.
A janela que se abre nos mostra o ponto
com problemas, e ao passar o cursor do
mouse no ponto, podemos ver o texto
descrevendo quais são os problemas.

Neste caso em particular, para resolver


o problema de flecha, vamos aumentar
a rigidez da viga aumentando sua altura
de 30 cm para 40 cm. Fazemos isso
voltado na aba entrada de pavimentos e
editando a viga.

Observação: É uma boa prática editar a


viga por toda a sua extensão por
motivos que serão abordados no
decorrer do curso.

Agora podemos reprocessar o modelo e verificar se o erro foi corrigido, porém o erro ainda persiste e
precisamos olhar um pouco mais no detalhe para entender o erro. Assim novamente acionamos a aba
Resultados, entrar no menu Editar Vigas e escolher o botão para verificação de ELU e ELS. Depois dê um clique
no ponto com a indicação de erro para que seja aberta a memória de cálculo do programa. Role para baixo
até a linha com o problema e clique para selecionar.
Podemos ver que a flecha não passou por uma diferença muito pequena, 8,89 para 8.50 milímetros. O
projetista pode escolher entre desconsiderar este erro por ser muito pequeno, ou buscar alguma otimização
para melhorar a rigidez da viga.

Nos capítulos seguintes do curso vamos estudar como solucionar muitos destes problemas e outros que
serão apresentados. Porém, para efeito de ilustração, vamos alterar um pouco a bitola do aço usado pelo
programa e verificar o resultado.

O botão aciona outros botões de edição de armaduras. Vamos usar e para mudar a bitola de
algumas barras e excluir outras clicando na indicação de número de barras e bitolas para abrir a janela de
edição.
Nos próximos capítulos vamos aprofundar mais sobre a depuração de erros, otimizações das armações,
elaboração de formas e detalhamento das armações, pranchas para impressão com carimbo para envio ao
cliente.

Vamos trabalhar a otimização do projeto desta casa popular e apresentar mais dois projetos, sendo uma
casa maior, com dois pavimentos de moradia e escadas e depois um modelo mais sofisticado de um prédio
comercial com 6 pavimentos.

1.6. Otimização completa do projeto da casa popular

Até aqui calculamos a estrutura do projeto da casa popular e eliminamos o único erro de flecha em uma das
vigas. É certo que em projetos maiores teremos uma gama muito maior de erros a serem verificados e isso faz
parte da interação do projetista com o programa.

Na prática, é comum a obra começar antes mesmo da entrega do projeto final, principalmente em projetos
maiores. Dessa forma, o projetista deve iniciar as otimizações no que se refere às fundações e assim, caso o
cliente já queira iniciar a obra, o projetista poderá enviar a planta de locação e armação das sapatas.

1.6.1. Vistas

Para facilitar a visualização do desenho, algumas informações que aparecem no desenho podem ser ligadas
ou desligadas.

1.6.1.1. Vistas da máscara (desenho da arquitetura)

Usamos o botão Editar Vistas para ligar ou desligar a máscara


1.6.1.2. Referências visíveis

Usamos o Menu Grupo/Referências visíveis para ligar ou desligar outros tipos de texto informativo como
dimensão da sapata, nome e dimensão dos pilares, etc
1.6.2. Otimização das Sapatas

Para trabalhar a otimização das sapatas, devemos acessar a aba resultados do CypeCad e utilizar as setas para
descer até o nível da fundação. Depois, no menu Fundações escolhemos a opção Editar e clicamos na sapata
do pilar P1.

No lançamento das fundações, deixamos todas as sapatas com dimensões de 1 x 1 metro e após o
processamento, o CypeCad calculou a carga que chega de cada pilar sobre as sapata e tendo a tensão
admissível do solo, o programa ajustou as dimensões da sapata conforme a necessidade, calculando a área
necessária para resistir ao esforço.

Por isso, como já mencionado, o projetista não pode abrir mão de ter o ensaio de SPT e o cálculo da tensão
admissível do solo, pois este é um dos parâmetros que o CypeCad usa para dimensionar as sapatas.

1.6.2.1. Alterando o diâmetro e espaçamento do aço usado na armação das sapatas

Com o procedimento anterior de edição, podemos ver que o CypeCad calculou uma armação com 3 barras de
10 mm e espaçamento de 26 cm. Também podemos observar que para o arranque, o programa calculou 4
barras de 12,5 mm.

Quatro barras de 12,5 mm parece muito para uma obra pequena de casa popular, e de fato é muito. Isto
acontece porque o CypeCad não prevê barras de 10 mm em sua configuração inicial para pilares.

Precisamos alterar a tabela de aço que pode ser usada pelo CypeCad no dimensionamento, de forma que o
CypeCad use estas bitolas quando for necessário.

Para isso, acessamos o menu Obras/Dados gerais clicamos no botão da opção Aço/Barras. Na nova janela

que se abre, clique no botão da opção de Barras e depois no botão .


Chagamos em uma lista de diâmetro de barras que estão disponíveis para o CypeCad utilizar e a barra de 10
mm não está disponível para uso em armaduras longitudinais, por isso vamos incluir estes diâmetros para este
projeto.

Usamos o botão de edição para incluir os diâmetros comerciais que desejamos, incluindo ∅10 para
longitudinais e ∅5 para transversais, conforme segue.
Clicando em Aceitar, retornamos na tela anterior onde observamos que os diâmetros incluindo ∅10 para
longitudinais e ∅5 foram incluídos na tabela de combinações.

Nesta tabela devemos indicar a combinação que o CypeCad deve usar no dimensionamento para armaduras
de cantos, faces e estribo. Lembrando que armaduras de face são aquelas que ficam entre os cantos quando
necessário.

Configure conforme abaixo para informar ao programa que pode combinar aço de 10 mm nos cantos e nas
faces, ou então, aço de 12,5mm nos cantos com aço de 10 mm nas faces, ambos com estribos com aço de 5
ou 6,5 mmX.

Para prosseguir, o programa emite um alerta para que seja configurado o novo diâmetro para pilares
circulares. Embora não vamos usar pilares circular neste projeto, o programa exige que seja configurado.
Configure conforme abaixo e siga com aceitar.

Termine a configuração com Aceitar/Aceitar/Terminar/Aceitar/Aceitar, ignorando o alerta de ações


horizontais do vento, pois será abordado mais adiante no decorrer do curso.
Agora vamos recalcular o projeto para que o programa atualize os cálculos com os novos diâmetros de aço
disponíveis. Para isso, devemos voltar na aba Entrada de pavimentos e escolher o menu Calcular/Calcular obra.

Após o processamento, podemos ver que agora o CypeCad utilizou barras com diâmetro de 10 mm no
arranque, pois agora estão disponíveis.

Observação. Um problema do CypeCad é que esta configuração não se torna padrão após todo este processo
e ao iniciar um novo projeto, este procedimento deve ser repetido, configurando novamente as dimensões
desejadas.

1.6.2.2. Prática pessoal do professor em seus projetos

Uma prática para maior vida útil da obra é reduzir o espaçamento máximo entre barras para 20 cm. Dessa
forma, adiciona-se uma maior margem de segurança contra microfissuras e oxidação do aço por infiltração.

Também, é prudente gastar um pouco mais de aço nas dobras alterando todas para um mesmo comprimento,
evitando assim, erros no trabalho do armador.
1.6.2.3. Alterando o espaçamento e o comprimento das dobras da armação

Na aba resultado/Menu Fundação /Elementos de fundação/Editar, clicamos na sapata que será editada e
depois no botão , alterando conforme segue.

Clicando em aceitar, o programa faz as alterações, dando opção de verificar com o botão e exibir
relatórios de memória de cálculo.

Observação: Após estas edições, caso seja necessário recalcular o projeto, os valores padrão do Cype serão
restaurados.
1.6.2.4. Igualando Sapatas.

O CypeCad possui uma facilidade de copiar o dimensionamento de uma sapata para qualquer outra sapata do
projeto. Esta função será útil, pois podemos igualar a sapata que otimizamos com outras sapatas do projeto.
Isso pode ser feito, pois apenas a sapata central tem uma dimensão maior e a sapata P7 é um pouco menor.

Vamos igualar todas as sapatas, exceto a central, onde faremos uma otimização particular. Isso não é comum,
mas neste caso o projeto está muito simétrico e foi possível.

Para isto vamos usar o menu Fundação/Elementos de fundação, botão Igualar. Depois clique na sapata origem
e depois clique nas sapatas que serão igualadas com a origem.

Para sair do comando Igualar, clique em Editar. O programa recalcula e se tiver algum erro vai indicar a sapata
em vermelho.

A sapata centrai não pode ser igualada com as outras, pois ficaria abaixo da dimensão necessária. Neste caso
vamos otimiza-la de forma particular mudando o espaçamento e o comprimento da dobra.

1.6.2.5. Editando o nome dos pilares.

É uma boa prática que os pilares estejam com seus nomes de forma numerada e em sequência para facilitar a
leitura do projeto na obra. Caso algum pilar esteja com nome numerado fora de sequência, podemos utilizar
o menu Introdução/Pilares/Editar. Depois clique nos pilares para editar seus nomes no quadro referências.

Existem outras formas de numeração que serão vistas posteriormente.


1.6.3. Preparando a Planta de locação e a Planta de armação das sapatas

Feito as otimizações das sapatas de fundação, podemos preparar as plantas de locação para enviar ao cliente,
de forma que ele possa iniciar a obra. Para melhorar a visualização, desligue linhas de cotas e máscaras
conforme já explicado no item 1.6.1. Vistas

Para iniciar este procedimento, é necessário voltar para aba Entrada de Pilares e inserir os eixos. Para isto,
usamos o menu Introdução/Linha de referência, opções: Introduzir linha horizontal ou Vertical.

Iniciamos com as linhas horizontais, nomeando de forma numérica, 1, 2, 3, etc. clicando próximo do pontinho
preto que indica uma extremidade. Dessa forma, a linha horizontal vai passar exatamente neste ponto. É uma
boa prática que o eixo esteja na face de todos os pilares desta linha.

Feito as linha horizontais, inserimos agora as linhas verticais com nomenclatura alfabética, a,b,c, etc.

Observe que após a entrada de linhas horizontais, o menu apresenta mais opções como Apagar linha.

Agora que as linhas horizontais e verticais foram inseridas, podemos iniciar a elaboração das plantas clicando
no botão e acessando o menu Desenhos para ajustar o tamanho do papel. Neste primeiro momento
podemos deixar apenas o tamanho A1, pois é o melhor tamanho de papel para trabalhar em obra.
Vamos apagar todos mantendo somente o A1. Caso seja necessário, podemos inserir novamente outras
dimensões, bastando clicar no botão . As margens podemos alterar para 10 cm.

Feito isto, vamos gerar o desenho clicando no botão de desenho no canto direito superior e escolher um

desenho do projeto clicando no botão .

Primeiramente vamos escolher um desenho do tipo fômas/fôrmas da fundação, configurando as opções


conforme abaixo.

Lembrando que o grupo indica o pavimento do projeto, conforme já explicado no item 3.4.2. Lançamento de
Vigas, onde o grupo zero é a nossa fundação.
Adicionamos o desenho de forma do pilar. Agora podemos adicionar, com o botão , mais um desenhos
para melhor aproveitamento do papel. Neste caso vamos adicionar o detalhamento da armação da fundação,
escolhendo escolher um desenho do tipo plantas/Detalhamento fundação. Assim ficamos com dois desenhos
na impressão da prancha.

Também, marcamos tabela de ferros e tabela resumo para que estas tabelas sejam apresentadas. Clicando
em aceitar, será apresentado um esboço da planta.

Para visualizar os desenho completo, temos que clicar no botão , Detalhe de todos os desenhos.
Também podemos usar o botão , Mover desenho para organizar a apresentação da planta. Com o botão
scroll do mouse, acionados o zoom para visualizar os detalhes.

1.6.3.1. Editando a planta

Quando o Cype gera o desenho das plantas, alguns textos de cotas ou nome dos elementos podem ficar
sobrepostos, dificultando a visualização. Para corrigir este problema, usamos o botão Editar desenho e
arrastamos a parte do texto sobreposta para uma outra posição. Ao clicar no elemento, será aberta uma nova
janela de edição onde será possível fazer a alteração. Use o botão scroll do mouse para ampliar a seção do
desenho.

Observação: É padrão no Brasil ter uma planta por pavimento


Observação: O Arquivo das plantas são salvos em formato de CAD (dwg), com isso é possível editar no AutoCad
onde o projetista pode adicionar mais informações e avisos. Por exemplo, o projetista pode colocar um alerta
para que a concretagem só seja feita após a vitoria do engenheiro responsável pela obra.

1.6.3.2. Preenchendo os dados do carimbo na planta

Para ter acesso a edição do carimbo é necessário acionar o botão Carimbo da caixa de Seleção de plantas e
mudar o item Carimbo para CYPE. Com isso, após acionar o botão Aceitar, uma caixa de edição do carimbo
será apresentada.

1.6.4. Salvando os arquivos de planta de locação e sapata

Para salvar os arquivos de planta, usamos os botões Imprimir todos ou Imprimir Selecionados. O Cype abre
uma janela para que seja informado o novo e o local para salvar o arquivo. É uma boa prática que cada projeto
tenha uma pasta exclusiva, com subpastas para cada tipo de arquivo, mantendo a organização.

O Cype tem como padrão a pasta C:\CYPE Ingenieros\Desenhos em DWG\CYPECAD\, mas manter todos os
trabalhos em uma mesma pasta será uma grande confusão.

Assim, por exemplo, vamos alterar para \Projetos\Curso\Casa Popular\Desenhos\01_01_Locação e


Sapatas_R00.
1.6.5. Otimização das Vigas

Agora, ainda na aba resultados, subimos para o pavimento térreo (grupo 1) e vamos executar a otimização das
vigas. Para isso acessamos o menu editar Vigas/Paredes e depois escolhemos a primeira viga para editar
clicando sobre ela. Na nova janela que se abre temos o detalhamento dos cálculos, com a informação da
posição e número de barras de aço, estribos, dimensões, etc. Também temos o detalhamento, em forma de
gráfico, representando a taxa de armadura necessária e a taxa de armadura disponível ao longo da viga.

Observação: Pode acontecer de não aparecer a opção Editar vigas. Isto acontece porque o Cype não tem os
cálculos da viga por algum motivo. Neste caso será precisao recalcular o projeto.
1.6.5.1. Retirando o alerta de duas dobras na configuração padrão do Cype

Primeiramente vamos enterder a informação de aviso dada pelos círculos em laranja que aparece no meio dos
vãos. Eles indicam que o Cype dobrou a barra duas vezes para para fazer a ancoragem.

Se o projetista desejar que o programa não mostre esta indicação, deve acessar o menu Obras/Dados Gerais
na aba Entrada de pavimentos, e entrar nas configurações de Aço para alterar o padrão de dobra do Cype.

Observação: Esta configuração só vai ser efetiva após recalcular o projeto ou clicar no botão , Atualizar
informações de erros

1.6.5.2. Por que otimizar?

O Cype efetua os cálculos de dimensionamento determinando exatamente a armadura necessária para a


estrutura, já considerando majorações dos esforços e minoração das resistências. Porém, como isso é uma
formulação matemática, em alguns casos podemos ter muitos cortes e muitas diâmetros diferentes das barras
de aço.

Isso é perfeito nos cálculos, mas na prática gera dificuldades construtivas para o armador, pois será necessário
efetuar muitos cortes ou trabalhar com muitos diâmetros de barras na obra.
Em muitos casos é possível estender barras que foram cortadas, trocar diâmetros, etc, em alguns trechos na
viga de forma que será gasto uma quantidade um pouco maior de aço, mas em contrapartida, facilitar e
economizar tempo na obra para o trabalho de montagem das armaduras.

Para exemplificar, pode-se citar o fato que empresas que trabalham com corte e dobra possuem tabelas de
preços que podem quase dobrar de valor quando o projeto possui muitos cortes e muita variação de diâmetro
das barras.

1.6.5.3. Gráfico de áreas de armadura

O Cype, dentro do menu Editar vigas, mostra de forma gráfica a área de aço necessária e a área de aço
disponível de acordo com a barra de aço que foi usada. É possível observar que no início da viga onde temos
um momento negativo, o Cype colocou duas barras de 6,3 mm resultando em uma taxa de armadura em torno
de 0,6 cm2, representada pela linha verde. Para o mesmo trecho, o Cype coloca em vermelho a taxa de
armadura necessária para combater o momento, ou seja, 0,5 cm2.

Como não existe uma barra padrão que seja exatamente o necessário, sempre teremos a linha verde indicando
que existe um pouco um pouco mais de aço que o necessário.

O que não pode ocorrer é a linha de armadura vermelha cruzando a linha de armadura verde. Isso indica que
não foi possível colocar a quantidade de aço necessária nesta região da viga e o programa vai indicar um erro.

Nos vãos, o momento é positivo e o Cype coloca o mínimo de armadura superior e colocou duas barras
mínimas de 5 mm de apenas para amarração dos estribos. Para armadura positiva, o Cype calculou duas barras
de 6,3 mm e indicou de forma gráfica. Neste caso as barras positivas foram estendidas por toda a viga porque
a Norma NBR assim determina.

1.6.5.4. Otimizando a armação da viga entre os pilares P1, P2 e P3 (V1)

Feitas estas análises, por experiência na obra, o engenheiro chega a conclusão que não vale o esforço de cortar
as barras superiores de 6,3 mm para colocar no lugar as barras de 5 mm, pois representa mais tempo e
trabalho do armador. Neste ponto podemos substituir a barra de 5 mm por uma barra contínua de 6,3 mm,
pois o pequeno aumento do custo de aço será compensado com a redução do custo da mão de obra do
armador.

Assim, vamos estender a barra superior de 6,3 mm ao longo de toda a viga e excluir as barras de 5 mm. Para
isso usamos o botão para habilitar os controles de edição de armaduras. Para saber a função dos botões,
mantenha o cursor do mouse sobre eles que uma mensagem explicativa será exibida. Vamos usar o botão Unir
e o botão apagar .

Clique no botão unir e depois clique nas duas barras que serão unidas e finalize com o botão aceitar. Repita o
processo para unir mais barras.

Após a união já podemos excluir as duas barras de 5 mm, pois ficaram desnecessárias para amarração dos
estribos.

No gráfico de área de armaduras observamos que a taxa necessária continua envolvida pela taxa disponível
indicando que não temos erros de dimensionamento.

Para certificar que não temos erros, podemos acionar o botão , atualizar informações de erros

Feitas as otimizações, é bom fechar o cadeado, para o programa não recalcular esta viga num eventual
reprocessamento do projeto.
Observação:

É preciso usar o cadeado com uma certa precaução, pois no


caso de uma grande mudança na estrutura que afete a viga
com cadeado, o Cype não vai alterar a armação e isso pode
gerar erros. Assim é uma boa prática sempre manter algum
tipo de histórico das vigas que foram bloqueadas com o
cadeado.

No decorrer do curso, veremos outros exemplos de otimização de vigas.

1.6.5.5. Mantendo um padrão de qualidade dos seus projetos

Com a popularização dos softwares de cálculo estrutural, muitos engenheiros não se preocupam ou não sabem
a importância da otimização de um projeto estrutural após o processamento dos programas. Nada impede
que o projeto de armadura seja enviado para obra exatamente como calculado pelo programa, porém, é certo
que o armador terá dificuldade durante a montagem gastando muito tempo e com infinitas possibilidades de
erros.

Por isso é importante manter um padrão de qualidade dos projetos, deixando claro para o cliente que um
projeto de baixo custo, sem nenhuma análise crítica de um engenheiro experiente, pode resultar em um
grande custo de mão de obra durante a execução, além de erros e desperdício de material.

A qualidade não se resume apenas na otimização das armações. Para entregar um bom projeto, o engenheiro
deve-se preocupar com o desenho, melhorar a visualização acertando legendas sobrepostas ou muito
aglomeradas, verificar se o dimensionamento não está exagerado, retirando complexidades construtivas que
podem terminar em erros, etc.,
1.6.5.6. Adicionando a planta de armação de vigas

Como já abordado no item 1.6.3. Preparando a Planta de locação e a Planta de armação das sapatas, podemos
incluir uma planta de vigas. Clique no botão de desenhos, acrescente um novo elemento Desenho de vigas
com o botão escolhendo o grupo térreo a alterando a escala para 1/50.

Desmarque os desenhos que já foram gerados e clique em aceitar.

Após aceitar, vamos editar o carimbo colocando a nova data se necessário, alterando o nome da planta e o
número do desenho. Depois, organize o desenho em apenas uma folha usando o botão mover, conforme
já abordado e exclua a folha vazia com o botão apagar.
Observação:

Por padrão o Cype posiciona o detalhe do estribo acima do detalhe da armação da viga, mas no Brasil é usual
esse detalhe ficar ao lado direito do desenho da armação. Como não pode ser movido de forma individual,
precisamos acessar as configurações de pranchas para fazer esta modificação no desenho.

Retorne ao botão de desenho, selecione o desenho de vigas, dê um duplo clique no elemento ou clique
no botão editar elemento, e marque as opções mostradas abaixo.
1.6.5.7. Otimizando a armação da viga entre os pilares P4, P5 e P6 (V2)

Para esta ação, repita os passos do item 1.6.5.4. Otimizando a armação da viga entre os pilares P1, P2 e P3
(V1)clicando na viga V2. No detalhamento que se abre podemos observar que o programa utilizou muitos
cortes com barras de 5, 6,3 e 8 mm.

Se queremos facilitar o trabalho de armação na obra, podemos pensar em trocar todas estas barras superiores
e inferiores por barras de 6 mm, pois isso facilita muito o trabalho do armador reduzindo o tempo de mão de
obra sem aumentar muito o custo e consumo de aço.

Para união de barras, observe que quando tentamos a união de grupos com uma barra e grupos de duas barras
o Cype informa que não é possível, por isso apenas os grupos de duas barras da parte superior foram unidos.

Também podemos observar que a sequência de barras para união informa ao Cype qual diâmetro queremos
manter, ou seja:

Se clicamos primeiro na barra de 6.3 mm e depois na barra de 8 mm, o resultado será uma barra de
6.3 mm.

Se clicamos primeiro na barra de 8 mm e depois na barra de 6.3 mm, o resultado será uma barra de
8mm.
Também, a qualquer momento é possível modificar o diâmetro das barras clicando no botão editar e
depois na indicação de quantidade e diâmetro, por exemplo . Será aberta uma nova janela onde é
possível escolher um novo diâmetro.

Com o prolongamento das barras de 6,3 mm, podemos excluir as barras de 5 mm, pois não são mais
necessárias para amarração dos estribos.

Agora, olhando o gráfico de área de armadura, observamos dois pontos de erros onde uma barra de reforço

não está suficiente. Vamos usar o botão editar e depois na indicação de quantidade de barras vamos
alterar de uma para duas barras.

Clicando no botão atualizar informações de erros tudo OK, pois nenhum erro foi encontrado após as
modificações, conforme já previsto como auxílio do gráfico de área de armaduras.
Para finalizar, podemos ajustar o comprimento das barras de reforço para que não ocorra erro de inversão

entre lado maior e menor no momento da montagem na obra. Vamos fazer este ajuste usando o botão
editar e clicando no texto que indica o comprimento da barra e o comprimento da cota, para alterar o valor

No primeiro reforço, vamos alterar a simetria das barras tornando o reforço simétrico, e no segundo caso
vamos encostar o início da barra no pilar P5, para minimizar erros na obra.

1.6.5.8. Otimização máxima

Cada barra de reforço inserida gera um grande trabalho manual de amarração na obra. Isso acontece porque
na maioria das obras, o trabalho de amarração ainda é manual e o armador deve amarrar com arame recozido
cada estribo nas barras longitudinais. Dependendo das condições de tempo de execução e custo de mão de
obra o projetista pode considerar uma otimização eliminando ao máximo o trabalho do armador. Assim, pode
ser conveniente alterar todas as barras para um diâmetro de 10mm e eliminando todos as barras de reforço
da viga.
Ao recalcular a viga com todos as barras de 10 mm, ao contrário do esperado olhando o gráfico de área de
armadura, ficamos com dois círculos indicando erros. Passando o cursor sobre os erros, temos a indicação de
erro relacionado ao cortante na viga. Este erro será visto mais adiante no decorrer do curso. Por ora, vamos
entender que a barra de 10 mm precisa de mais estribos por adicionar mais peso na viga e vamos corrigir
fazendo uma pequena alteração no espaçamento dos estribos.

1.6.5.9. Alterando o espaçamento entre estribos

Para alterar o espaçamento entre estribos usamos o botão armaduras transversais para abrir as
ferramentas de edição de estribo. Na caixa de armaduras transversais ativamos o botão editar armaduras
e clicamos a posição dos estribos onde o cortante não passou nas verificações, próximo aos pilares onde o
cortante é máximo.

Reduzindo apenas 1 cm já é suficiente para eliminar o erro do cortante.

São muitas as possibilidades de otimização e cada projetista terá seus critérios com base em sua experiência
e necessidades da obra.

1.6.5.10. Ancoragem de armaduras em vigas

Em alguns casos após unir barras em uma viga, estendendo por toda a viga, ficamos com apenas um dos lagos
ancorados. Isso não está errado e o Cype ancorou apenas onde foi necessário. Porém, pode acontecer alguma
confusão e a ancoragem ficar do lado errado da viga causando problema na obra.

É uma boa prática prevenir que erros aconteçam e ancorar os dois lados da barra. Para isso, use o botão editar
e clique bem no final da barra no lado em que se deseja ancorar e o Cype vai colocar a ancoragem.
1.6.5.11. Alongando barras em vigas

Caso seja necessário alongar alguma barra sem muita precisão, é possível com o botão editar, clicar e arrastar
a barra para fazer o alongamento. É bem semelhante ao item anterior, a diferença é que precisamos colocar

o cursor do mouse um pouco à frente da barra. Quando aparecer a setinha dupla , clique sobre
ela e arraste até o ponto desejado.

1.6.5.12. Otimizando as vigas da cobertura.

Os mesmos procedimentos devem ser repetidos para otimização das vigas do pavimento cobertura. Vamos
pegar como exemplo a viga V5 onde uma otimização nas armaduras positivas resultou em um erro de
assimetria na viga. Neste exemplo, o diâmetro das duas barras de baixo foi alterado para 8 mm, na tentativa
de eliminar a barra de reforço.
Com estas modificações, o gráfico de áreas de armadura já mostrou que ficou insuficiente. Neste caso,
clicamos no botão retornar retornar e apenas alteramos a quantidade de barras do reforço para apenas
uma barra.

Ficamos ok com o gráfico de áreas de armaduras, mas ao atualizar a as informações de erros no botão ,
aparece um erro na viga. Este erro acontece porque a armação da viga não ficou simétrica com uma única
barra de 6,3 mm na segunda camada. Podemos ver isto ampliando a área do perfil da viga, rolando o botão
scroll do mouse.

Para solucionar este problema, vamos descer esta barra para a primeira camada usando o botão , colocar
em outra camada. Após clicar no botão, dê um clique na barra para selecionar e depois clique como botão
contrário para abrir o janela de camadas conforme mostrado a seguir.
Escolha a camada e clique em aceitar para que a barra seja posicionada na primeira camada. Com isso a
mensagem de erro foi eliminada.

1.6.5.13. Adicionando a planta de formas das vigas

Como já visto no item 1.6.3. Preparando a Planta de locação e a Planta de armação das sapatasvamos adicionar
os desenhos de formas na lista de pranchas. Seguindo a sequência de comandos, escolha Desenho formas com
a opção por piso de 1 a 2. Por ser uma obra pequena, podemos deixar os pisos térreo e cobertura em uma
mesma folha.

O Cype coloca duas folhas, mas podemos reorganizar o desenho usando o botão mover para que fiquem todos
em uma única folha.
Observação: neste ponto podemos incluir a planta de armadura das vigas da cobertura repetindo os
procedimentos do item
1.6.5.6. Adicionando a planta de armação de vigas

1.6.6. Armação das Lajes

Para verificar o que o programa dimensionou para lajes, devemos estar na aba resultados do pavimento
cobertura e acionar o menu Lajes/Vistas onde temos uma grande variedade de configuração para vistas.

Com a configuração de vistas podemos escolher quais informações queremos, das quais podemos destacar:

• Armadura de reforço
• Longitudinais
• Transversais
• Inferior
• Superior

Devemos escolher uma combinação para visualização em tela, pois exibir tudo ao mesmo tempo é confuso
para leitura.

Por exemplo, queremos exibir a armadura inferior (positiva) na extensão longitudinal. Então marcamos estas
opções para exibição em tela.
Com isso o Cype vai mostrar que calculou 56 barras com diâmetro de 5 mm a cada 13 cm, cada barra com um
comprimento de 360 cm.

1.6.6.1. Otimizando a armação de lajes.

Podemos, da mesma forma que fizemos em vigas, editar as armações que o Cype calculou. Na nova janela que
se abre temos uma enorme possibilidade de alterações. Por exemplo, vamos visualizar a armadura transversal
superior e editar o agrupamento clicando em alterar agrupamento e clicando no primeiro agrupamento. Na
janela de alterar agrupamento, podemos mudar, por exemplo, para barras de 6,3 mm a cada 15 cm.

O grande problema de alterar armação de lajes é que o Cype não identifica se a alteração resultou em algum
erro como vimos em vigas. Por isso temos que recorrer a uma tabela para saber se a taxa de armadura se
alterou para a favor da segurança ou de forma desfavorável.
No caso, alteramos de barras de 4,2 mm para 6,3 mm e o espaçamento de 10 cm para 15 cm. Estávamos com
uma taxa de armadura de 1,4 e passamos para 2,1, ficando a favor da segurança. Poderia até ser com
espaçamento de 20 cm que ainda estaríamos a favor da segurança com uma taxa de 1,6.

Estas modificações seguem a mesma metodologia de facilitar o trabalho de armação na obra com um menor
número de barras e amarrações.

1.6.6.2. Adicionando a planta de armação de lajes

Como já visto no item 1.6.3. Preparando a Planta de locação e a Planta de armação das sapatasvamos adicionar
os desenhos de armação de lajes na lista de pranchas. Seguindo a sequência de comandos, escolha Desenho
de plantas com a opção grupo 2 ao grupo 2, pois queremos apenas a cobertura. Para lajes é preciso escolher
as quatro combinações de armaduras, uma de cada vez. Deixe marcado a opção tabela de ferros e tabela
resumo.
1.6.7. Armação de Pilares

Quando a obra é pequena, geralmente não acontece erro nos pilares. Podemos visualizar o que o Cype
calculou para pilares indo na aba resultados e acessando o menu Pilares/Paredes/Editar e clicando em algum
pilar e podemos observar que não ocorreu nenhum erro no cálculo dos pilares.

No decorrer do curso, em outros projetos, vamos abordar alguns erros em pilares e os vários parâmetros
visualizados abaixo.

1.6.7.1. Adicionando a planta de armação de pilares

Como visto anteriormente, para incluir a planta de pilares, precisamos escolher a opção desenho de pilares
escolhendo a opção todos os pisos e detalhe do pilar em toda a sua altura.
1.7. Considerações a respeito da ação do Vento

Em uma estrutura de concreto armado com poucos pavimentos, um, dois, ou até mesmo três andares, a ação
do vento é quase insignificante, pois a estrutura concretada se torna muito rígida. Mesmo com um vento
muito forte, pode acontecer de janelas se quebrarem, o teclado ser arrancado, mas a estrutura de concreto
não sofrerá nenhum impacto.

Para estruturas mais altas, o Cype pode calcular a ação do vento, mas a configuração dos parâmetros da Norma
NBR 6123 de ações do vento, está fora do escopo deste curso.

A título de informação, para configuração das cargas horizontais de vento, podemos acessar o menu
Obras/Dados gerais e selecionar Com ação de vento na caixa de Ações. Será aberto uma nova janela para
configuração dos parâmetros de vento.
2. Casa multifamiliar em dois pavimentos e escada de acesso
Neste capítulo vamos lançar a estrutura de uma casa de dois pavimentos com uma escada para acesso ao piso
superior. O projeto de arquitetura previu um telhado cerâmico sem laje, mas para efeitos didáticos do
procedimento, vamos lançar uma laje maciça sob o telhado.

Como já abordado no primeiro capítulo, é preciso limpar o desenho da arquitetura, retirando cotas, mobília,
textos, etc, pois precisamos apenas do desenho da alvenaria para lançar a estrutura.

Abaixo temos o projeto de arquitetura e os arquivos térreo, superior e cobertura já “limpos” para os trabalhos
no CypeCad.

Lembrando que é sempre necessário deixar vínculos nas intercessões de alvenaria para facilitar o lançamento
dos pilares com a ferramenta de captura.

Caso seja da preferência do projetista, as cores das linhas dos desenhos podem ser alteradas a qualquer
momento no AutoCad, sendo carregadas de forma automática pelo Cype.
2.1. Considerações e configurações iniciais para um novo projeto

Conforme já visto no início do primeiro capítulo, para iniciar um novo projeto 3. é preciso verificar algumas
configurações iniciais do CypeCad, parâmetros de obra como por exemplo, o fck do concreto e a tensão
admissível do terreno, e carregar o desenho de arquitetura que servirá como uma máscara para o lançamento
dos elementos estruturais.

2.1.1. Roteiro para iniciar um novo projeto

Vamos seguir o seguinte roteiro, já visto de forma mais detalhada no primeiro capítulo.

1- Verificar se a Norma NBR 6118 na versão 2014;


2- Definir o fck do concreto para obra;

a) Se o cliente vai produzir o concreto para obra em betoneira, usamos 20 MPa, pois é pouco
provável que se tenha um concreto superior.
b) Se o concreto será usinado, normalmente se escolhe o concreto em torno de 30 MPa, pois a
variação de preço é mínima entre 20 e 30 MPa. Um concreto de maior resistência em obraa
pequenas é desnecessário.
c) Em obras maiores, já podemos pensar em um concreto mais resistente de acordo com a
necessidade. Por exemplo, se for necessário retirar o escoramento de forma antecipada, o
concreto de maior resistência é uma opção.
d) É muito raro usar dois ou mais tipos de concreto na mesma obra, pois exige um controle muito
rigoroso na distribuição dos vários tipos de concreto para os elementos estruturais.

3- Para esta obra vamos usar um fck de 30 MPa.

a. Nas opções do Cype, para 30 MPa temos algumas variantes, mas não usadas no Brasil. Neste
caso vamos escolher o 30 MPa Em Geral.
b. Colocamos 30 MPa para todos os elementos, pilares, lajes, pisos, etc.

4- Configurar a tensão admissível do solo para fundação.

a. É importante ter uma avaliação correta do solo para que não ocorram problemas na obra;
b. Para este nosso modelo vamos assumir que o ensaio de SPT foi feito e a resistência do nosso
solo é 0,15 MPa

5- Habilitar o ferro de 10 mm e também 5 mm para os estribos conforme visto no item 1.6.2.1. Alterando
o diâmetro e espaçamento do aço usado na armação das sapatas
6- Obter a medida do pé direito do pavimento.

a. No projeto de arquitetura obtemos o valor de 2,90 metros e vamos usar nos dois pavimentos
b. Estamos assumindo uma laje no segundo pavimento para e um pé direito também de 2,90
metros para fins didáticos. Na prática, o projeto estrutural não deve mudar a arquitetura sem
o pleno acordo com o arquiteto.
c. Inserir os pisos e os valores iniciais de sobrecarga e carga permanente conforme visto no item
1.4.1. Configurando a altura do Térreo
d. Após inserção dos pisos, clique em editar piso para ajustar a profundidade da base da sapata,
colocando -1.50 metros para a cota do nível de fundação.
7- Agora vamos introduzir as máscaras, conforme visto no item 3.3.2. Inserindo as mascaras da planta
baixa no CypeCadporém, neste projeto os pavimentos não são iguais e teremos que carregar uma
máscara para cada pavimento.
a. Pode ser feito selecionando os dois arquivos de forma simultânea ou fazendo o processo duas
vezes.

b. Depois de inseridas as máscaras dos pavimentos, temos o Cype oferece a opção de selecionar

qual pavimento será visível em tela, ou mesmo todos usando o botão , editar vistas. Para
janela Seleção de Vistas

2.1.2. Lançando os pilares a partir do térreo

Após a inicialização de um novo projeto e configurações iniciais, vamos lançar os pilares a partir do nível térreo,
lembrando que para isto devemos estar na aba entrada de pilares do Cype e com a ferramenta de captura
configurada para ponto extremo ligado.

No desenho de arquitetura temos um pilar de 20x20 cm na varanda, mas por ser uma edificação de apenas
dois pavimentos, podemos iniciar com as dimensões mínimas exigidas pela norma, ou seja, 19x19 cm nestes
pontos. Caso necessário após os cálculos, podemos aumentar.

Nos pontos onde temos as paredes, vamos lançar pilares com dimensões de 15x25 cm, para que fiquem
escondidos na parede.
Agora, sobre a máscara do desenho da alvenaria, lançamos os pilares usando o menu Introdução/Pilares...
conforme já abordado no item 3.4. Considerações para o lançamento dos pilares.

Em alguns casos, o arquiteto pode desenhar as posições de pilares se baseando em práticas de arquitetura,
mas é função do engenheiro civil escolher os melhores posicionamentos dos pilares evitando, contudo,
interferir ou modificar a arquitetura.

O engenheiro deve sempre não interferir com a arquitetura lançando pilares fora das paredes, aparentes ou
interferindo com aberturas, portas ou janelas. Para isso, deve sempre compatibilizar o lançamento entre os
pavimentos, pois é melhor que um pilar seja contínuo passando por todos os pavimentos.

A menos que seja imprescindível ou antieconômico, modificações na arquitetura podem ser negociadas com
o arquiteto, para uma solução mais viável.

Durante a fase de cálculos da estrutura, o posicionamento dos pilares pode ser alterado para buscar a melhor
otimização da estrutura.

É uma boa prática trabalhar com vãos entre 3 ou 4 metros sempre que possível. Seguindo, teremos os
lançamentos conforme ilustração a seguir.

Assim ficamos com o seguinte lançamento inicial, sem muita preocupação com a numeração, pois será
renumerado depois.

2.1.3. Compatibilização com o pavimento superior

Agora precisamos analisar o pavimento superior para verificar compatibilização com este pavimento. Basta
acessar o botão editar vistas e habilitar o pavimento superior, desabilitando o térreo.

Feito isto, identificamos alguns problemas. Os pilares P1, P5, P8, P19 e P20, ficaram aparentes no piso superior
e o pilar P21 passou por uma janela.

O pilar P21, que passou por uma janela pode ser deslocado para esquerda, os pilares P1, P5 e P8, de seção
quadrada serão modificados para retangular e os pilares P19 e P20 serão girados.

O pilar P6 também será deslocado para esquerda para acompanhar o deslocamento do P21.
2.1.4. Renumerando os pilares

Para renumerar pilar, entramos no menu Introdução/Pilares... e escolhemos Modificar referência. Preencha
com a numeração inicial e escolha a opção numerar consecutivamente. Depois vamos clicando nos pilares em
sequência para a renumeração.

2.1.5. Movendo o pilar de posição

Para mover o pilar, entramos no menu Introdução/Pilares... e escolhemos Mover. Clique no pilar e arraste
para posição desejada.
2.1.6. Entrando com os pavimentos

Na aba entrada de pavimentos, vamos lançar as vigas, as lajes e os carregamentos, começado pelo térreo.
Vamos lançar todas as vigas iniciando com 15x30 cm, lembrando de trabalhar com a captura o mais próximo,
seguindo o procedimento já abordado no item 3.4.2. Lançamento de VigasO lançamento ficará conforme
segue.

Um ponto de observação é próximo ao pilar P7, onde a viga não encontrou com o pilar sendo uma situação
muito complicada para o carpinteiro na montagem da fôrma. Podemos aumentar a seção deste pilar para
15x35 cm para resolver esta situação.

As interrogações, como já abordado, são as áreas fechadas entre vigas que precisamos definir se terão laje ou
se ficarão abertas. Como é o piso térreo, vamos seguir o mesmo conceito do projeto anterior, lançando o piso
sobre o solo compactado. Podemos usar o botão como atalho para opção apagar laje, clicando nas
interrogações para indicar ao Cype que não teremos laje neste pavimento. O X tracejado indica piso sem laje.
Agora repita os lançamentos das vigas no pavimento superior, ou faça a cópia de um pavimento para o outro.

2.1.7. Copiando os lançamentos de outro pavimento

Podemos lançar manualmente as vigas no próximo pavimento ou copiar tudo de outro pavimento. Para copiar,
subimos para o próximo pavimento e usamos o comando Grupo/Copiar de outro grupo. Na janela que se abre
selecione o pavimento térreo e clique em aceitar para fazer a cópia.

Desta forma os lançamentos do térreo serão copiados


para o piso superior.

Após a cópia devemos lançar as lajes de 10 cm de


espessura, conforme já abordado no item
1.4.4.4. Lançando lajes.

Vamos deixar a região acima da escada sem laje, pois é a abertura para acesso da escada e excluir ou adicionar
vigas não comuns ao pavimento copiado.

O lançamento do pavimento ficará assim:

2.1.8. Verificando interferências coma arquitetura

Observando o piso inferior, podemos notar que temos uma área e cozinha e área de estar com um conceito
aberto (sem paredes). Mas o lançamento das vigas no piso superior ficou aparente, exigindo rebaixamento
para esconder as vigas.
Olhando novamente o modelo em 3D de um outro ângulo podemos ver como uma viga ficará aparente
interferindo na arquitetura sem necessidade.

Podemos eliminar esta viga, pois estamos usando laje maciça que pode suportar paredes sem a necessidade
de vigas, desde que uma carga de parede seja inserida no local para o cálculo do Cype.

Agora vamos copiar o lançamento de vigas para a cobertura e apagando algumas que não serão necessárias,
pois trata-se de uma cobertura de forro com acesso apenas para manutenção.

A configuração de cobertura a seguir é interessante e as vigas V5 e V7 foram mantidas para possibilidade de


eventualmente o cliente prolongar a escada em futuras expansões.

2.1.9. Visualizando o modelo em 3D

Agora podemos ligar o 3D e orbitar um pouco observando a estrutura por vários ângulos. Visualmente parece
ter uma quantidade grande de pilares e, portanto, vamos eliminar o P6 e o P10. Caso o cálculo resulte em
vigas de seções muito grandes, podemos retornar com estes pilares
2.2. Lançando os Carregamentos

Vamos iniciar o lançamento dos carregamentos pelo nível térreo seguindo o mesmo raciocínio do item 1.4.6.
Carregamentos na estrutura. A única diferença é que agora temos uma altura de parede diferente da obra
anterior.

2.2.1. Carregamentos do pavimento térreo

Com o pé direito é 2,9 m, descontamos a altura da viga de 30 cm ou da laje de 10 cm e temos o peso linear
de parede com o seguinte cálculo:

a) Paredes (descontar a altura da viga)


kN
Peso Linear da Alvenaria = (2,90 m − 0,30 m) ∗ 1,6 = 4,2 kN/m
m2
b) Não vamos aplicar sobrecarga, pois o piso do térreo será direto sobre o solo compactado.

As linhas em amarelo indicam onde temos carregamento sobre as vigas do piso térreo e o texto 4.2 ao lado
de cada viga indica o peso linear da alvenaria em kN/m. Observe que sobre a viga V9 temos uma carga menor
por ser apenas uma mureta de um metro para separação dos ambientes.
2.2.2. Carregamento do primeiro pavimento

Usaremos o mesmo raciocínio para o primeiro pavimento, acrescentando apenas um novo procedimento de
lançamento de carga linear sobre laje.

a) O peso linear da alvenaria será o mesmo usado no térreo, ou seja, 4,2 kN/m
b) Sobrecarga; para edifício residencial com dormitórios, sala, copa, cozinha, sanitários, etc.,
conforme tabela 10, página 26 da NBR 6120-2019 será de 1,5 kN/m2.
c) Carga permanente; o revestimento do piso será com a espessura usual de 5 cm, adicionando
um peso de 1 kN/m2.

2.2.2.1. Lançando carga linear sobre laje

Para lançar uma carga linear sobre laje acessamos o menu Cargas configurando as opções conforme abaixo.
Com o cursor do mouse clique no ponto inicial e no ponto final para o lançamento da carga.

Feito os lançamentos teremos a seguinte disposição

2.2.3. Carregamento do pavimento cobertura

Para o carregamento do piso cobertura devemos considerar o peso do telhado e o peso das caixas d’água. O
peso do telhado obtemos da norma, conforme já visto no projeto anterior. Não foi previsto caixas d’águas no
projeto de arquitetura, mas vamos assumir que teremos duas caixas d’águas de 1000 litros.
2.2.3.1. Localização e lançamento do peso das caixas d’água

Como não foi previsto na arquitetura, assumimos que o melhor lugar para posicionar as caixas d’água é na
região central da cobertura, sobre o pilar P07. Para isso foi feito um desenho retangular de 2x1 m no projeto
de CAD para usarmos uma área de 2 m2 como referência.

Encontramos o peso superficial das caixas d’água com o seguinte cálculo:


20000 kN
Peso 2000 litros = = 10 kN/m2
2 m2

2.2.3.2. Peso do telhado colonial (Carga permanente)

Vimos na norma que para um telhado colonial com telhas cerâmicas e estrutura de madeira, a carga é de 0,85
kN/m2.

2.2.3.3. Sobrecarga da cobertura

No caso de laje de cobertura com acesso apenas para manutenção, a sobrecarga recomendada pela norma é
de 1 kN/m2.

2.2.3.4. Lançando o peso da caixa d’água

O peso da caixa d’água é superficial, então temos que acessar o menu Cargas/Cargas e escolher a opção
superficial. Usamos o botão Nova e delimitamos a área clicando nos extremos de referência, sendo o
fechamento com o botão contrário do mouse.

Para ser mais exato, para o peso da caixa d’água poderíamos descontar a sobrecarga na laje que, neste caso
de acesso apenas para manutenção, é de 1 kN/m2 e lançar apenas 9 kN/m2 no valor para caixa d’água.

2.2.4. Configurando a sobrecarga e o peso próprio do modelo

Agora acessamos o menu Cargas/Cargas de grupo e ajustamos os valores de sobrecarga e de carga


permanente para os pavimentos.
Observação:

Para o térreo, qualquer valor preenchido será indiferente, pois não temos laje no térreo. Caso o terreno seja
muito mole ou por qualquer outro motivo seja necessário fechar com uma laje, devemos considerar a
sobrecarga, inclusive com o adicional para o piso da garagem que deve ser de 3,0 kN/m 2.

A melhor prática para inserir uma sobrecarga apenas para garagem é manter todo o pavimento com 1,5 kN/m 2
e adicionar uma carga superficial em lajes de 1,5 kN/m2, totalizando 3,0 kN/m2 na área de garagem.

2.3. Calculando o modelo

Ainda não lançamos as fundações, mas já é possível calcular o modelo para verificar se a modelagem está sem
erros. Se existir algum erro de modelagem, como por exemplo uma viga lançada sem apoios, o processamento
será interrompido e uma mensagem de erro será exibida. Do contrário, o Cype exibira um relatório final com
os possíveis erros de dimensionamento para que sejam revistos pelo calculista.

2.4. Inserindo a escada

Para o lançamento da escada precisamos voltar ao projeto original de arquitetura no AutoCad e obter as
medidas geométricas. Feito isto, temos:

1- Largura da escada: 0,80 m;


2- Largura do patamar: 0,80 m;
3- Distância entre um lança e outro: 0,15 m;
4- Largura do piso: 0,27 m;
5- Altura do espelho: 2,90 / 16 espelhos = 0.181 m;

2.4.1. Procedimento para configurar e lançar uma escada

Para dimensionar uma escada devemos acionar o botão escadas e escolher a opção Novo núcleo de
escada.
Em seguida será apresentado o modelo para entrada das dimensões da escada. Inserimos as medidas da
geometria e para carga vamos alterar o guarda-corpos para 0,3 kN/m, pois este é de estrutura de alumínio e
seu peso é muito pouco.

Agora vamos para aba Tramos para configurar o desenho da escada. Clicamos no botão para adicionar um
novo elemento e depois no botão editar para mudar de escada reta para escada de dois lances.
Vamos editar os diversos itens da escada com os seguintes valores do quadro abaixo onde:

O primeiro lance tem 7 degraus, mais três degraus no patamar e mais 7 degraus no segundo lance, totalizando
os dezesseis degraus, vencendo os 2,90 metros de piso a piso. Também ajustamos para 0,15 a largura de
bomba da escada e a largura entre os lances.

Agora está tudo pronto para lançar a escada no local da edificação e para isso vamos seguir com a seguinte
sequência de procedimentos.

1- Clique em aceitar nas três janelas que se


abriram até aparecer o esboço da escada;

2- Clique fora do modelo para fixar a escada;

3- Ligue o ortogonal e gire a escada até a


posição correta;

4- Clique em mover um núcleo de escadas;

5- Com a captura extremo ligada, clique no


canto superior esquerdo da escada e arraste até
a posição de lançamento

6- Clique para deixar a escada na posição e


termine o comando com o botão contrário.
Por fim vamos observar o modelo 3D do lançamento da escada para conferir se ficou perfeito.

Observações:

O desenho 3D do Cype não mostra os degraus do patamar e, de fato, eles não serão construídos em concreto,
pois é muito mais prático trabalhar com o concreto em perfis retos e planos e construir os degraus em leque
no patamar com tijolos e enchimento.

Também não é necessário ter uma viga para suportar o patamar da escada, basta uma pequena parede de
tijolo comum para apoiar a escada, pois é muito mais prático que a construção de uma viga.

2.4.2. Vendo o detalhamento da escada

Clicando no botão escada e acionando a opção ver detalhamento, clicamos na escada e teremos todo o
detalhamento para construção da escada.
2.5. Inserindo as fundações

Como visto no item 1.4.5. Lançamento das fundações, na aba entrada de pavimentos, no piso térreo, podemos
lançar os elementos de fundação e finalmente calcular todo o modelo.

2.6. Retirando erros no dimensionamento

Após calcular o modelo, o Cype exibe em vermelho os elementos que não passaram em alguma verificação de
cálculo. Assim, iniciamos os procedimentos para exibir e retirar estes erros para posterior otimização da
estrutura. Para melhor visualização, podemos desligar toas as vistas de arquitetura e carregamento.

No primeiro pavimento temos um erro nas vigas V1, V2 e V3 e na cobertura temos um erro na viga V3.
2.6.1. Verificando o erro nas vigas do primeiro pavimento

Vamos iniciar as verificações pelo pavimento cobertura, para viga V3. Para isto, na aba resultado entramos no
menu Viga/Paredes/Editar vigas e clicamos na viga com erro. Será exibido o detalhamento de armação da viga,
o gráfico de área de aço. A descrição do erro será exibida passando o cursor do mouse sobre o círculo laranja.
Uma informação mais detalhada pode ser obtida com o botão , clicando sobre o círculo do erro.

Como já era esperado, por ter um vão muito grande a viga ficou com problema de deformação além do limite
estabelecido pela norma.

2.6.1.1. Ativando a aba Deformada

Na aba deformada, temos o pórtico em 3D do modelo, onde as linhas são apresentadas com uma deformação
e em escala de cores para indicar o grau de deformação. A curvatura das linhas foi exagerada por um fator,
que pode ser modificado, para possibilitar a visualização. O código de cores é a exibição dos extremos máximo
e mínimo com suas variações intermediárias, portanto, não se trata de indicativo de problema.
Ainda é preciso entender que a deformação indicada é a deformação imediata, após a retirada dos
escoramentos. Temos a deformação ao longo do tempo que também vamos precisar avaliar.

Como já vimos, a melhor forma de reduzir flecha é aumentando a altura da viga, mas se por algum motivo
altura da viga não puder ser aumentada, pode-se tentar modificar a armação como alternativa para
deformações pouco acima do limite. Vale lembrar que quando a deformação estiver muito superior ao limite,
provavelmente a viga já estará muito armada e aumentar ainda mais pode não ser possível.

2.6.2. Aumentando a altura das vigas

Sempre antes de aumentar a altura de uma viga, é necessário verificar se não teremos problema de
compatibilização com a arquitetura. Temos que verificar se a viga não vai invadir a abertura de portas ou
janelas. Vamos aumentar apenas 10 cm, o que não será um problema par arquitetura.

É uma boa prática alterar a seção de toda viga e não apenas do trecho com problema.

Para aumentar a altura da viga, voltamos para aba Entrada de pavimentos e acionamos o menu Vigas/Paredes
escolhendo a opção Editar. Depois clicamos na viga e fazemos a alteração da altura.

Feito isto, recalculamos o modelo e verificamos que ainda temos um erro no trecho entre o pilar P6 e P7 do
primeiro pavimento.

Na aba resultados com o botão e clicando no círculo laranja indicativo do erro, temos a memória de cálculo
do trecho da viga onde podemos observar que ainda estamos com uma deformação de 12 mm para um
máximo de 10 mm.

Após aumentar a altura para 50 cm, verificamos que o erro na viga central foi resolvido, mas precisamos
observar um outro detalhe. O Cype está usando barras muito robustas de diâmetro 16 e 25, e isto não é viável
para obras pequenas onde o armador não tem equipamento necessário para dobrar essas barras. Temos que
considerar uma boa otimização ou inserção de mais pilares para melhorar o resultado.
2.6.3. Relatório da obra

Podemos obter um relatório da obra com os quantitativos de madeira, concreto e aço. Vamos fazer isto e
guardar as informações do relatório para comparar com outra solução a ser desenvolvida para o mesmo
projeto.

Para gerar o relatório, clique no botão e depois na opção Quantidades da obra para que o relatório seja
gerado. Escolha por grupo e resumo, de fundação até cobertura e clique em aceitar para gerar o relatório,
ignorando a mensagem de não inclusão da fundação.

O que nos interessa neste momento, para efeitos de comparação, é o Total obra conforme mostrado na
figura.
Agora vamos gerar o relatório da fundação clicando novamente no botão e escolhendo a opção
Relatório de Fundação. Neste caso, nos interessa o resumo final.

Feito isto, vamos guardar estas quantidades para comparação com uma segunda solução.

2.7. Trabalhando uma segunda solução

Para uma segunda solução vamos lançar mais dois novos os pilares à esquerda e à direita do pilar P6 e excluir
o P6. Para o novo pilar da esquerda podemos passar de forma simétrica entra a boneca das duas portas,
enquanto que para o pilar da direita, temos uma boa área de parede para passar com o pilar.

2.7.1. Inserindo um novo pilar à esquerda do P6

Para que o pilar não fique aparente na parede do pavimento térreo, precisamos usar um artifício para que
fique simetricamente encaixado com sua maior dimensão entre as bonecas da porta. Assim vamos inserir o
pilar e depois gira-lo para que fique corretamente encaixado.
Na aba entrada de pilares, entre no menu Introdução/Pilares... Novo pilar e lance o pilar.

Depois entre novamente no menu Introdução/Pilares... Ajustar e faça o ajuste para baixo e para direita.

Agora precisamos mudar o ponto de referência antes de girar o pilar. O ponto de referência é o ponto que
não se move. Vamos mudar para o meio da face superior do pilar.

Entre novamente no menu Introdução/Pilares... Alterar ponto fixo e clique no ponto conforme a figura e
clique no pilar.

Clique com o botão contrário para sair e em seguida selecione Editar para inverter as dimensões do pilar
para 20x15 cm.
2.7.1.1. Inserindo um novo pilar à direita do P6

Na aba entrada de pilares, entre no menu Introdução/Pilares... Novo pilar , lance o pilar já deitado e faça o
ajuste do pilar para que fique encaixado dentro da viga. Depois exclua o pilar P6, ficando conforme a seguir:

Observe que já podemos redimensionar a altura da viga central para 30 cm antes de recalcular.

2.7.2. Recalculando o projeto

Como esperado, a inserção de novas vigas possibilitou redimensionar a viga central com altura de 30 cm sem
os problemas anteriores de deformação excessiva da viga.

Porém, agora temos um alerta ainda não visto até agora. Trata-se da armadura de punção que pode ser
entendida como um estribo dentro da laje.

Para verificar melhor onde o Cype calculou a necessidade de armadura de punção, podemos desligar as
vistas de carregamento e máscaras.

Precisamos assegurar que está habilitado a vista de armadura por tensões tangenciais acionando na aba
resultado, o menu Lajes maciças/nerv e ligar a opção Armadura por tensões tangenciais e Diâmetro.

Também vamos alterar a cor que o Cype desenha as barras de 5 mm, pois a armadura de punção
normalmente usa barra fina.

Com isso verificamos que a armadura de punção está na região esquerda do pilar P12 do primeiro
pavimento.
Para obras pequenas é interessante não ter esse tipo de armadura de punção, pois o pedreiro ou armador
podem nem nunca terem visto este tipo de solução de armadura.

Uma causa da punção pode ser vigas desalinhadas, mas esse não é o nosso caso.

Outra causa pode ser o ponto fixo do pilar, que está relacionado com a matriz de elementos finitos que o Cype
utiliza. Se movermos o ponto fixo para o outro extremo do pilar, pode ser que não mais aconteça a punção.

Vamos fazer isso na aba Entrada de pilares, menu Introdução e alterar ponto fixo, conforme já visto no item
2.7.1. Inserindo um novo pilar à esquerda do P6

Feito este procedimento e recalculando a obra, o Cype não calculou mais a necessidade de armadura de
punção.

2.8. Comparação com o modelo anterior

Comparando com o relatório do modelo anterior, item 2.6.3. Relatório da obravimos uma pequena redução e
agora é preciso avaliar se é vantajoso usar o segundo modelo, considerando trocar uma viga por duas implica
em escavação de duas sapatas. Porém é sempre conveniente estudar mais de uma solução para apresentar o
melhor projeto para o cliente.
2.9. A mensagem do CypeCad para flecha em lajes

“O programa não verifica automaticamente a limitação de flecha em


lajes maciças e lajes nervuradas. Nestas lajes, é possível consultar
os valores de flecha elástica entre quaisquer dois pontos indicados
pelo usuário. Deve-se consultar os limites normativos aplicáveis a
esta obra e estimar as flechas correspondentes.”

Sempre que é feito um processamento do modelo, o Cype apresenta uma mensagem de não verificação
automática da limitação de flecha em lajes e precisamos tratar este alerta.

2.9.1. Aba Isovalores

Entrando na aba isovalores, o Cype desenha as curvas de deslocamentos e esforços que atual nas lajes do
modelo e uma série de verificações podem ser feitas.

Primeiro podemos ajustar o padrão de cores usadas pelo Cype para uma boa visualização. Para isto, acesso o

botão no lado direito superior da tela e escolha entre os dois disponíveis.


Mexendo no botão scroll do mouse as isolinhas serão atualizadas para o novo padrão de cores. Depois, se
necessário, habilite o menu de opções em Ver/Hipóteses e pisos.

Habilite a

Para analisar flecha, precisamos do deslocamento em Z com combinação de PP+CP+Qa. Os valores das
isolinhas representam a deformação imediata, porém o Cype não calcula a flecha ao longo dos anos e neste
caso precisamos executar estes cálculos e verificar se passa na flecha ao longo dos anos.

O processo teórico matemático é trabalhoso, resultando em valores entre 1,5 a 2,5. Neste caso, uma boa
prática é usar um valor conservador como 2,5 que estará a favor da segurança. O limite normativo será o
comprimento do menor vão da laje dividido por 350 multiplicado pelo fator 2,5.

Para habilitar uma ferramenta de medição no Cype, clique no botão , introdução por coordenadas, para
ativar, depois clique no botão para marcar o início e leve o cursor do mouse até o outro extremo da laje
para obter a medida no campo dXY.

No caso da laje superior à direita temos um


deslocamento imediato de 3,2 mm e com o cálculo a
seguir podemos verificar se o deslocamento ao longo
dos anos está dentro dos limites normativos.

Vão = 3,55 m

Deformação máxima = 3,55/350*1000 = 10 mm

Deformação ao longo do tempo = 3,2 * 2,5 = 8 mm

Isso significa que a espessura da laje em 10 cm está ok, pois a deformação ao longo dos anos está menor que
o limite máximo normativo.
3. 1Projeto Vivienda
O projeto Vivienda foi obtido por busca aleatória na Internet. Não é um projeto completo na forma que deve
ser apresentado para aprovação na prefeitura e será usado neste capítulo para abordar o lançamento da
estrutura de concreto armado com a utilização do Cype. É uma casa composta de quatro pavimentos, sendo
um térreo com garagem, salas, cozinha, banheiro, lavanderia. Uma escada dará acesso ao segundo pavimento
onde teremos quartos, banheiros e sala, e mais um acesso de escada para a cobertura onde teremos uma área
de lazer. O quarto pavimento é apenas a laje da escada que chega na cobertura.

3.1. Preparação do arquivo de projeto DWG

Vamos simular que o cliente interessado na construção do imóvel, contratou o arquiteto e na sequência um
engenheiro civil para desenvolver o projeto estrutural.

Projeto Vivienda

1
Aula online 09/2/2021
Como todo projeto em planta baixa, este também possui muitas informações que não são necessárias para o
lançamento estrutural, trazendo textos, desenho representando a posição de móveis, eletrodomésticos e
lavanderia. Precisamos do desenho da planta baixa bem limpo e simplificado para facilitar a visualização no
CypeCad.

Este desenho simplificado, no CypeCad, vai funcionar como um pano de fundo, uma máscara sobre a qual o
projetista estrutural pode trabalhar no lançamento da estrutura de concreto armado.

Usando o AutoCad, vamos selecionar e copiar apenas as partes de interesse da planta baixa para um novo
arquivo, salvando com um nome escolhido para importação no CypeCad.

A planta baixa copiada deve ser limpa, retirando cotas, mobiliário, textos, etc., mantendo apenas a posição de
paredes, portas, janelas e possíveis pilares previstos pelo arquiteto.

Projeto Viviendas preparado para o Cype

Feito isto, o próximo passo é verificar se as medidas do


projeto da planta baixa estão em metros, para ficar
compatível com o CypeCad. Para esta verificação, basta
observar a medida de um objeto conhecido, como por
exemplo uma porta. Medindo uma porta com o comando
DI temos 0,8 o que só pode ser 0,8 metros ou 80 cm. Caso
não esteja com as medidas em metro, é necessário usar o
comando SCALE para ajustar todo desenho.

Observe também que a origem do desenho, nos três


pavimentos, foi ajustada para o mesmo ponto para um
perfeito alinhamento vertical dos pavimentos no Cype.

Por fim, salve o desenho de AutoCad com um novo nome,


por exemplo, salvar como Térreo Casa Popular
Observações:

3- Como estamos trabalhando com o Cype na versão 2016, é necessário que o arquivo de AutoCad seja
salvo para versão 2016 ou anterior de Auto Cad.
4- Após a limpeza do desenho no AutoCad, execute o comando PURGE para limpar tudo que não está
sendo usado no desenho como layer, etc.
5- Para ajustar a origem no Autocad, basta selecionar o eixo cartesiano e arrastar para o ponto de origem
desejado na planta baixa.

3.2. Iniciando um novo projeto no CypeCad

Inicie o Cype e abra o módulo CypeCad, clicando no botão CYPECAD. O CypeCad


quando é aberto, já direciona para o último projeto sendo trabalhado, porém, no caso
de uma nova instalação, teremos uma tela sem direcionamento.

Para iniciar um novo projeto basta entrar no menu


Arquivo/Novo... e depois dar um nome e descrição para o
projeto

Observação: Antes de entrar com um novo nome, é uma boa


prática trabalhar com pastas separadas para cada projeto. Isso
porque o CypeCad abre muitos outros arquivos auxiliares para um projeto, tornando muito confuso o
arquivamento dos projetos em uma única pasta.

Visto isto, use o botão Examinar para escolher a pasta ou crie uma nova pasta para que o novo projeto seja
salvo.

É uma boa prática nomear o novo projeto com uma marcação de revisão. Por exemplo, o nome escolhido para
este modelo foi Vivienda R00, onde a revisão R00 será incrementada a cada avanço do projeto. Isso é útil, pois
durante o trabalha de desenvolvimento pode ocorrer alguma falha grave e o arquivo do projeto ficar
corrompido impossibilitando sua abertura. Neste caso, tendo as versões anteriores não se perde todo o
trabalho.

Clicando no botão Aceitar para avançar nas etapas de criação


de um novo projeto, temos uma variedade de opções para o
novo arquivo, como ler arquivos do Cype 3D, arquivos DWG
ou IFC, que é um modelo de arquivo padrão para
compatibilidade entre software de diversos fabricantes.

Por ora não vamos trabalhar estes conceitos e usaremos a


opção Obra vazia para este novo modelo.

3.2.1. Configurações de primeira utilização do CypeCad

Prosseguindo com o botão Aceitar, temos a tela de configuração inicial. São diversas configurações, como a
classe do concreto, os tipos de aço usados que serão abordadas no decorrer do curso dependendo da
necessidade de cada modelo e de forma bem prática. Lembrando que, quando necessário, podemos voltar
nestas configurações e alterar qualquer parâmetro.
3.2.2. Configurando para Norma NBR 6118:2014

Certificar que a Norma NBR6118 seja a versão 2014. Para isso, clique no botão Normas e faça o ajuste.

Configure também um concreto de 30 MPa, em geral, nas opções de concreto.

Clique em Aceitar para avançar e finalizar a configuração do novo Projeto.

Neste ponto é emitido um alerta da não utilização de medidas para combater a ação do vento na estrutura.
Clique em aceitar, pois será visto mais adiante.

Será apresentado um resumo das configurações. Prossiga com aceitar.


3.2.3. Configurando o padrão do Sistema de Unidades

No canto superior da tela do CypeCad, clique no ícone do Globo


e escolha a opção unidades para configurar o Sistema
Internacional de Unidades. Vamos trabalhar com o Sistema
Internacional durante todo o curso.

3.2.3. Configuração da tensão admissível do solo

Para este modelo inicial, vamos assumir que já temos o ensaio de SPT e podemos trabalhar com uma
profundidade de 1,50 metros para base da sapata, onde a tensão admissível do solo é de 250 kN/m2. No
decorrer do curso iremos abordar os detalhes de como definir a profundidade e a tensão admissível do solo a
partir do ensaio de SPT e outros estudos de Geotecnia.

Para configurar a tensão admissível do solo, retorne ao menu Obra/Dados gerais e escolha a configuração de
fundação, alterando os campos Combinações fundamentais e Combinações sísmicas e acidentais para
0,25MPa.

3.3. A estrutura do Cype para modelagem da estrutura

O Cype trabalha com uma estrutura de abas fixas na parte de baixo da tela conforme visto abaixo.

Na aba Entrada de Pilares, informamos o número de pavimentos, a altura entre os pavimentos (pé direito) e
o fazemos o lançamento dos pilares. Na aba Entrada de pavimentos, faz-se o lançamento das vigas e das lajes
e nas demais abas temos os resultados dos cálculos feitos pelo software.
3.3.1. Configurando o número de pavimentos e suas alturas

Entrar com a seguinte sequência de comandos até a opção Independentes ou Agrupados entre si.

Em obras com poucos pavimentos e sem repetições usamos


pisos Independentes.

Nas grandes obras, com muitos pavimentos repetidos


(Pavimento Tipo), temos a opção de agrupar estes
pavimentos repetidos para ganhar velocidade.

Após Aceitar, devemos informar ao


Cype o número de pavimentos.

O Cype considera como primeiro


pavimento o primeiro piso logo acima
da fundação e a cada laje contamos mais
um pavimento.

Entre com o valor 4 e configure as


alturas de cada piso e seus valores de
SCU e CP (Sobrecarga e Carga
permanente), que são valores definidos
na Norma NBR 6120:2019. Veremos
estes valores mais adiante na Norma.
Por ora vamos preencher com 2 e 1
respectivamente.

Como nosso projeto de arquitetura


deste primeiro modelo é apenas para efeitos didáticos, podemos assumir estes valores de altura dos
pavimentos, uma vez que não foi definido no projeto da arquitetura.

Após Aceitar as configurações anteriores, na nova janela que se abre escolha a opção Editar pisos para ajustar
a altura da cota do piso para que o Cype coloque o térreo na cota zero e, consequentemente, a base da sapata
fique a 1,5 m de profundidade.
Mude a cota do nível da fundação de 0,00 para -1,50

Se por algum motivo a caixa Piso e grupos foi fechada, use o menu Introdução/Pisos/Grupos para abrir
novamente.

3.3.2. Inserindo as mascaras da planta baixa no CypeCad

Agora vamos adicionar os desenhos da planta baixa no


CypeCad. Clique no botão Editar máscaras e depois
no botão Acrescentar novo elemento à lista , para
escolher e carregar os arquivos de CAD no Cype.

Podem ser escolhidos mais de um arquivo por vez e


após a escolha dos arquivos e da confirmação com o
botão Aceitar, o Cype mostra uma prévia do desenho
com algumas opções para escolha de Layer do AutoCad.
É possível neste ponto escolher apenas as Layer que
serão utilizadas no lançamento. Porém, como já
limpamos o desenho da planta baixa no AutoCad, não
será necessário escolher as Layer neste caso.

Clique em Aceitar novamente para finalizar a


importação do desenho para o CypeCad. Feito estes
procedimentos, o desenho da planta baixa foi vinculado
ao arquivo de AutoCad.

Este desenho importado não pode ser modificado no CypeCad, pois fica apenas como uma máscara para
orientação dos lançamentos. Contudo, caso seja necessária alguma alteração no desenho da planta baixa,
poderá ser feito no AutoCad sendo atualizada no CypeCad de forma automática. Após a alteração no AutoCad,
o CypeCad identifica a modificação e pergunta se você quer atualizar para o modelo.
É importante conferir se as três plantas estão com
seus pontos de origem perfeitamente alinhados uns
sobre os outros. Usando o botão Editar vistas e
habilitando todas as vistas, certifique que estes
pontos estão sobrepostos no modelo.

3.4. Considerações para o lançamento dos pilares, vigas e lajes.

Não existe uma regra para o lançamento das vigas. Hipoteticamente, o projetista pode lançar apenas quatro
vigas, uma em cada canto da casa, mas os grandes vãos vão exigir uma estrutura cara e desnecessária, e
possivelmente com vigas muito altas invadindo a posição das janelas e portas. O projetista precisa ter em
mente estas implicações que serão vistas no decorrer do curso.

Inicialmente o projetista pode iniciar com o lançamento dos pilares observando que os vãos fiquem em torno
de 3 a 4 metros, podendo ser mudados de posição, eliminados ou adicionados conforme a necessidade em
função dos cálculos.

Uma questão muito comum em pequenos projetos é o uso de pilares de 10 cm contradizendo a dimensão
mínima normativa. Do ponto de vista do Engenheiro, deve-se sempre seguir a recomendação da Norma, ou
seja, pilar com dimensão mínima de 14 cm e seção mínima de 360 cm 2 e com os cobrimentos conforme
exigidos em função da classe de agressividade.

O CypeCad, por padrão, aceita a menor dimensão até 12 cm, mesmo estando abaixo dos 14 cm exigidos pela
Norma.

Para este projeto vamos iniciar com pilares de 15x25 cm para que fiquem embutidos dentro das paredes. De
acordo com os resultados dos cálculos, podemos diminuir ou aumentar as dimensões para otimização do
projeto.

Para vigas, vamos iniciar com dimensões de 15x30 cm, lembrando que a Norma permite vigas de 12 cm ou,
ainda, 10 cm quando com controle rigoroso do concreto.
3.4.1. Lançando Pilar

No lançamento, os pilares devem estar


perfeitamente alinhados com o desenho da
máscara. Para que isto ocorra, a ferramenta de
captura precisa ser usada para um lançamento na
posição exata. Utilize o botão , escolha Ativar
capturas e mantenha selecionado apenas Extremo.

Para iniciar o lançamento de um pilar devemos estar


na aba Entrada de Pilares tendo apenas a vista do
Térreo ligada. Depois, no menu Introdução/Pilares
escolha Novo pilar e configure suas dimensões, clicando em seguida em Aceitar.

Feito isso, podemos lançar os pilares clicando nos


extremos do desenho onde se deseja o pilar. Basta
aproximar o cursor do ponto extremo até que a captura
seja acionada, clicando com o mouse imediatamente na
direção onde se deseja que o pilar fique encaixado na
parede. Caso o pilar não fique na possição correta,
retorne no menu Introdução/Pilares, escolhendo a opção
Ajustar e clique na posição desejada para ajustar o pilar.

Para lançar pilares “deitados” ou “em pé”, altere a dimensão do pilar entre 25x15 e 15x25 antes do
lançamento. É importante observar se os pilares não estão invadindo posições de portas e janelas nos demais
pavimentos, usando para isso o menu Vistas.

Para o lançamento do pilar P8 será necessário ligar a vista do 1º pavimento, pois no pavimento térreo não
possui um bom ponto de referência.

Os lançamentos devem ficar conforme a figura nas vistas do térreo e do 1º pavimento.


3.4.1.1. Renumerando os pilares

Para renumerar os pilares, entre no menu Introdução/Pilares...e


escolha Modificar referência. Clique no pilar de referência inicial e
escolha a opção Numerar consecutivamente. Depois clique nos pilares
em sequência para renumerar.

3.4.1.2. Desligando Cotas

Durante o lançamento dos pilares, cotas automáticas vão sendo


adicionadas, mas neste momento elas apenas poluem o desenho. Podemos desligar as cotas no menu
Vistas/Cotas/Cotas visíveis

3.4.2. Lançamento de Vigas

Para o lançamento das vigas nos pavimentos, precisamos avançar para segunda aba Entrada de Pavimentos,
localizada na parte inferior da página.

Nesta aba teremos novos botões de comando, como por exemplo o conjunto de setas para baixo
e para cima que permitem a navegação entre os pavimentos. Observe que a informação do pavimento
corrente aparece no canto inferior da página.

Neste projeto Vivienda, temos a fundação, o térreo, o


primeiro pavimento, a cobertura e a laje da escada da
cobertura.

Para o lançamento de vigas devemos trabalhar com a


captura O mais próximo.

O procedimento para o lançamento de vigas envolve três


passos.

• Primeiro lança-se um pequeno trecho de viga entre


os pilares sem preocupação com o alinhamento;
• Segundo, faz-se o ajuste para o alinhamento preciso das vigas;
• Finalmente, faz-se o prolongamento da viga até os pilares

Vamos iniciar o lançamento das vigas pelo


pavimento térreo, ou seja, as vigas baldrame. Para
iniciar o lançamento, entre no menu Vigas/Paredes
e escolha Entrar Viga. Para o nosso modelo, será
usado a segunda viga do grupo Família e a primeira
viga do grupo Tipo.

Lance os trechos de vigas clicando próximo das


linhas do desenho. Observe que o alinhamento não
precisa estar necessariamente perfeito, pois será
feito no segundo passo.

Feito o lançamento, faça o ajuste e depois o


prolongamento das vigas até os pilares.
O lançamento deve ficar conforme segue para o térreo, primeiro pavimento, cobertura e laje da escada,
respectivamente.

3.4.2.1. Consideração sobre algumas vigas do modelo

No pavimento térreo teremos piso lançado diretamente sobre o solo compactado. Neste caso não podemos
subir a alvenaria sobre o piso diretamente sobre solo, por isso foi preciso lançar as vigas V5, V13 e V14. Observe
que no primeiro pavimento estas vigas não são mais necessárias, pois temos laje maciça.
Em lajes maciças podemos ter paredes diretamente sobre a laje, bastando lançar a carga linear de parede nos
locais onde teremos paredes, para que o Cype inclua o esforço no cálculo.

A viga V11 foi colocada para servir de apoio para base da escada, pois pelo mesmo motivo da alvenaria, não
podemos apoiar a escada diretamente no piso sobre o solo compactado.

Observe que a viga V14 precisou ser estendida até a viga V2 para evitar torção na viga V3. Isto é necessário
porque vigas esbeltas não tem muita resistência à torção.

3.4.4.2. Lançando lajes

Após o lançamento das vigas, o CypeCad identifica a possibilidade de existência de laje inserindo uma
interrogação em um círculo amarelo para que o projetista faça a definição.

O menu Lajes/Dados de lajes abre as opções para definição e


lançamento de lajes. Neste modelo vamos trabalhar com laje
maciça com espessura inicial de 10 cm, lembrando que a Norma
permite até uma espessura mínima de 8 cm. Para o lançamento,
clique na área da laje e depois dê um segundo clique na viga da
parte de cima do desenho.

3.4.2.3. Apagando trechos de pilares

Agora vamos apagar os trechos de pilares que só chegam até o nível da


cobertura. Para isso, na aba Entrada de pilares, acesso o menu
Introdução/Pilares, opção Editar e mude o grupo final para Cobertura.

Ainda pode ser usado a opção Modificar inicio e fim para alterar apenas
com um clique sobre o pilar.

3.4.2.4. Visualizando o modelo em 3D

Feito isso podemos observar o modelo em 3D, clicando


no botão Vista 3D do edifício para visualizar melhor
nosso lançamento de pilares, vigas e lajes.

Usamos o botão direito do mouse para orbitar o modelo


e o botão scroll pressionado para mover.

Girando o botão scroll podemos ampliar ou reduzir o


tamanho do desenho.
3.4.3. Lançando a fundação

Neste modelo será adotado fundação do tipo sapata, que é


suficiente para atender este projeto. Para o lançamento
devemos descer para o nível Fundação usando as setas de
movimentação entre os níveis. Temos o menu
Fundações/Elementos de Fundação – Novo.

Vamos trabalhar com sapata em concreto armado do tipo


quadrada. Mas como pode ser observado, o Cype oferece
suporte para vários tipos como sapata sem armação, sapata
de divisa, sapata retangular, sapata piramidal, etc.

Após a escolha do tipo no botão Seleção de tipo, clique no


botão Aceitar e faça o lançamento clicando nos pilares onde
teremos sapata. Inicialmente o Cype coloca todas as sapatas
com dimensões 100x100x30 cm. Após o processamento do
modelo, as dimensões das sapatas serão alteradas de acordo
com a tensão admissível do solo, proporcional ao
carregamento que chega de cada pilar.

3.4.6. Carregamentos na estrutura

Os carregamentos na estrutura podem ser classificados por Ações e Solicitações.

Ações: são influências externas que causam tensões e/ou deformações e podem ser permanentes, variáveis
e excepcionais

• As ações permanentes: possuem valores constantes ou crescentes, podendo ser diretas ou


indiretas.
a) Diretas: Peso próprio da estrutura e das instalações permanentes e empuxo lateral;
b) Indiretas: Deformações causadas por patologias do tipo retração e fluência, recalques e
imperfeições geométricas
• As ações variáveis: são aquelas que variam de intensidade, também podendo ser diretas ou
indiretas.
a) Diretas: Cargas acidentais (também chamadas cargas de utilização ou sobrecarga), refere-se a
revestimentos, finalidades, chuva e vento;
b) Indiretas: Basicamente restringe-se a variação de temperatura.
• Ações excepcionais: Terremotos, incêndios, explosões e todas aquelas que possuem pequena
possibilidade de ocorrer

Solicitações: São os esforços decorrentes das ações, exemplo: Flexão, compressão, tração, cisalhamento, etc

3.4.6.1. Peso da alvenaria de vedação

O peso da alvenaria de vedação, as paredes, são cargas lineares e vamos iniciar seu lançamento no nível
térreo da edificação, avançando até a cobertura.

Consultando a Norma NBR 6120, na Tabela 2 – Alvenarias, página 17, em alvenaria de vedação (parede de
tijolo com reboco), encontramos o peso por metro quadrado da alvenaria construída com bloco cerâmico
vazado.
Vamos adotar para este projeto o tijolo de 9 cm de espessura com reboco de 2 cm em ambos os lados, cujo
peso conforme a norma é 1,6 kN/m2.

Para lançar o peso dessa alvenaria sobre a viga, temos que saber a altura da parede para calcular o peso
linear da alvenaria. Sendo o pé direito 2,9 m, descontamos a altura da viga de 30 cm, ou da laje de 10 cm.

Encontramos o peso linear de parede com o seguinte cálculo:


kN
Peso Linear da Alvenaria = (2,9 m − 0,3 m) ∗ 1,6 = 4,2 kN/m
m2

kN
Peso Linear da Platibanda = (1 m) ∗ 1,6 = 1,6 kN/m
m2

3.4.6.2. Lançando o peso da alvenaria

Estando no pavimento térreo, no menu Cargas/Cargas lineares em vigas, configure o peso linear calculado
de 4,2 kN/m e clique em Acrescentar. Agora clique em todas as vigas que vão ter o carregamento da alvenaria.

Depois use o menu Cargas/Cargas – Mover para estender ou reduzir o alcance das cargas sobre a viga.

É uma boa prática do engenheiro, sempre que possível trabalhar a favor da segurança no lançamento de cargas
de paredes sobre viga, lançando carga mesmos nos trechos onde o arquiteto não previu parede. Isso porque
em uma eventual necessidade do cliente estender a parede, não será um problema para a estrutura.

No primeiro pavimento temos alvenaria sobre laje. Para este lançamento use o menu Cargas/Cargas – Nova,
configurando o valor para carga e a opção Linear.
Na cobertura temos a platibanda com um
metro de altura e vamos lançar a carga linear
como 1,6 kN/m. Apenas uma exceção no
entorno da saída da escada, onde a parede
sobe até a laje, sendo uma carga de 4.2 kN/m 2.

3.4.6.3. Sobrecarga

No térreo não temos necessidade de calcular


sobrecarga, pois o piso será lançado
diretamente sobre o solo compactado.

Para o primeiro pavimento, na NBR 6120:2019,


pág. 20, tabela 10, esta obra se enquadra em
Edifícios residenciais e a carga prevista para
dormitórios, sala, copa, cozinha e sanitários é
de 1,5 kN/m2.

Na cobertura temos uma área de lazer para uso


comum, sendo o peso previsto de 3 kN/m2 conforme a especificação da norma.

No teto da saída de escada o acesso será


apenas para manutenção. Neste caso, a carga
prevista é 1 kN/m2.

Tendo esta informação, vamos corrigir o valor


na tabela de carga de grupos, menu
Cargas/Cargas grupo.

3.4.6.4. Carga permanente

Como em sobrecarga, a carga permanente não


se aplica ao piso térreo, pois o piso será lançado
diretamente sobre o solo compactado.

Para o primeiro pavimento, a carga permanente será o peso do contrapiso mais o revestimento. Na pág. 12,
tabela 4 da NBR6120-2019, encontramos para revestimento de até 5 cm um peso de 1 kN/m 2.

Para cobertura teremos revestimento com impermeabilização com manta asfáltica com espessura de 10 cm.
O peso previsto na norma para esta situação é de 1,8 kN/m2. Vamos adotar 2kN/m2, pois ainda teremos um
porcelanato sobre o revestimento.

Para o teto da saída da escada, temos apenas a impermeabilização sem revestimento, ou seja, carga de 1,8
kN/m2.

Tendo esta informação, vamos alterar os valores na tabela de carga de grupos, menu Cargas/Cargas grupo.
3.4.6.5. Peso da Caixa d’água na laje da saída da escada

Vamos adotar duas caixas d’água de 1000 litros para este projeto,
totalizando uma carga de 20 kN/m2. A área do teto da escada é de
3,80 x 2,10 = 7,98 m2, então temos uma carga de 2,5 kN/m2.

Uma das formas de lançar uma carga superficial é pelo menu


Cargas/Cargas superficiais em lajes e escolher a opção sobrecarga.

Outras formas serão estudadas no decorrer do curso.

3.5. Calculando o modelo

Terminado a construção do modelo da estrutura, com inclusão dos pilares, vigas e carregamentos, é o
momento solicitar ao CypeCad processar os cálculos da estrutura.

Caso o modelo construído contenha erros, como vigas posicionadas fora de pontos de apoio sem conexão,
cargas sem ponto de apoio, etc, o CypeCad interrompe o processamento e emite relatórios para que o
projetista possa efetuar as correções.

Após o processamento, caso o CypeCad não encontre erros no modelo construído pelo projetista, será
apresentado o relatório com os elementos onde a estrutura não passa na verificação dos esforços.

Neste ponto, o projetista concluiu o trabalho de modelagem da estrutura e a partir de agora pode concentrar
os esforços para resolver os erros de dimensionamento e na otimização para obter economia de material e
uma melhor trabalhabilidade para o carpinteiro e armador na montagem das formas e armaduras da
estrutura.
3.5.1. Análise geral do processamento

Antes de iniciar a correção dos erros de


dimensionamento, é bom fazer uma
verificação rápida na aba Deformada. Nesta
aba temos o pórtico do modelo representado
apenas por barras e com um código de cores
representando as deforma em cada viga.

É importante verificar se não existe alguma


deformação muito acima do razoável ou
qualquer outra deformação como, por
exemplo, barras desconectadas da estrutura
ou em algum dos seus extremos.

3.5.2. Analisando os resultados

No pavimento térreo temos a viga V3 com problema. Para ver o detalhamento, use o menu Vigas/Paredes –
Editar Vigas e clique na viga com problema. Passando o cursor do mouse na indicação do erro sobre a viga,
temos uma prévia do tipo de erro informando que não passa na flecha ativa.

Clicando no botão Verificações ELU e ELS no ponto desfavorável, temos o detalhamento onde vemos que
a deformação está em torno de duas vezes o máximo. Provavelmente a solução para esta viga será aumentar
a seção.

Subindo para o primeiro pavimento temos a viga V15 com problema de flecha. Como a deformação não está
muito acima da máxima (12 para 9), podemos tentar alterar um pouco a armação, pois em alguns casos isto é
suficiente.

Na cobertura temos também a viga V15 com problema de flecha, semelhante a viga do pavimento anterior.

3.5.2.1. Resolvendo a viga V15 do primeiro pavimento

Vamos estender as 2 barras de 12,5 até a esquerda e


modificar as duas barras de 8 para 12,5 e excluir as barras
de reforço. Exta ação ainda não resolve, mas otimiza a
armação e deixa a deformação em torno de 0,4 mm acima
do máximo.

Aumentando para 3 barras na parte, resolvemos a flecha,


mas ficamos com erro de espaçamento e por isso vamos
apagar a barra de 8.

Com esta sequência de otimização, conseguimos retirar o


erro de flecha excessiva.
Após as modificações para retirar a flecha excessiva sem aumentar a altura da viga, ficamos coma seguinte
armação na viga, e já podemos acionar o cadeado para que o Cype não rearme a viga em um outro
processamento.

Ainda é possível otimizar um pouco mais, trocando as barras de 6,3 por duas de 10mm, facilitando ainda mais
o trabalho do armador.

Ainda é possível aumentar a altura da viga para padronizar com a viga V15 da cobertura.

3.5.2.2. Resolvendo a viga V15 da cobertura

Na cobertura, a viga V15 está com mais carga em relação a viga V15 do 1º pavimento por causa o peso adicional
de impermeabilização e do revestimento de porcelanato, por isso aumentar a armação não será suficiente.
Nesse caso teremos que aumentar a seção da viga para 15x40cm.

3.5.2.3. Resolvendo a viga V3 do térreo

No térreo não é muito prático aumentar a altura da viga V3, porque ela está apoiada na viga V12 e vamos ficar
com um desnível entre estas vigas, mas podemos aumentar a sua largura de 15 para 20 cm e também
aumentar a taxa de armadura.

Mas temos uma particularidade que podemos lançar mão para justificar que essa deformação é apenas um
resultado de cálculo do programa e não vai acontecer na prática. Isto porque trata-se de uma viga baldrame
que está apoiada em solo compactado, servindo como um apoio para viga.

É um critério que o engenheiro pode escolher.


3.6. 2Inserindo a escada

Para o lançamento da escada precisamos voltar ao projeto


original de arquitetura no AutoCad e obter as medidas
geométricas. Feito isto, temos:

6- Largura da escada: 0,90 m;


7- Largura do patamar: 0,90 m;
8- Distância entre um lance e outro: 0,10 m;
9- Largura do piso: 0,25 m;
10- Altura do espelho: 2,90 / 17 espelhos = 0.1705 m;

3.6.1. Procedimento para configurar e lançar uma escada

Para dimensionar uma escada devemos acionar o botão Escadas e escolher a opção Novo núcleo de escada.

Em seguida será apresentado o modelo para entrada das dimensões


da escada.

Inserimos as medidas da geometria e


para carga vamos usar o guarda-
corpos para 0,5 kN/m, pois este é de
estrutura de alumínio e seu peso é
muito pouco.

2
Aula online 11/02/2021
Agora vamos para aba Tramos para configurar o desenho da escada. Clicamos no botão para adicionar um
novo elemento e depois no botão Editar para mudar de escada reta para escada de dois lances.

Vamos editar os diversos itens da escada com os seguintes valores do quadro abaixo onde:

O primeiro lance tem 7 degraus, mais os três degraus no patamar e mais 7 degraus no segundo lance,
totalizando os dezesseis degraus, vencendo os 2,90 metros de piso a piso. Também ajustamos para 0,10 a
largura de bomba da escada e a largura entre os lances.
Agora está tudo pronto para lançar a escada no local da edificação e para isso vamos seguir com a seguinte
sequência de procedimentos.

7- Clique em aceitar nas três janelas que se abriram até


aparecer o esboço da escada;
8- Clique fora do modelo para fixar a escada;
9- Ligue o ortogonal e gire a escada até a posição
correta;
10- Clique em mover um núcleo de escadas;
11- Com a captura extremo ligada, clique no canto superior
esquerdo da escada e arraste até a posição de lançamento
12- Clique para deixar a escada na posição e termine o
comando com o botão contrário.

13- Como a escada precisa ir até o pavimento cobertura,


vamos retornar ao menu Escadas/Editar um núcleo de
escadas – Tramos e altere de 1 para 2 lances.

Por fim vamos observar o modelo 3D do lançamento da escada


para conferir se ficou perfeito.

Observações:

O desenho 3D do Cype não mostra os degraus do patamar e,


de fato, eles não serão construídos em concreto, pois é muito
mais prático trabalhar com o concreto em perfis retos e planos
e construir os degraus em leque no patamar com tijolos e
enchimento.

Também não é necessário ter uma viga para suportar o patamar da escada, basta uma pequena parede de
tijolo comum para apoiar a escada, pois é muito mais prático que a construção de uma viga.
3.6.2. Vendo o detalhamento da escada

Clicando no botão escada e acionando a opção ver detalhamento, clicamos na escada e teremos todo o
detalhamento para construção da escada.

3.7. Forças devido ao vento em edificações

As cargas de vento na estrutura são descritas na norma


NBR 6123 com base em mapa de velocidade máxima do
vento da região da edificação. Assim, com medições
histórica da velocidade do vento em um longo período,
tem-se um mapa das velocidades máximas em diversos
pontos do mapa, onde os pontos de igual velocidade são
interligados formando linhas ou curvas conhecidas como
Isopletas.

As velocidades dos ventos indicadas pelas linhas são


dadas em metros por segundo (m/s) para regiões entre
duas linhas devemos usar o maior valor.

Estas velocidades são obtidas de uma média de 3


segundos de medição, e pode ser excedida uma vez em
média a cada 50 anos.

Assim a estrutura precisa estar preparada para estas


rajadas.
3.7.1. Configurando os dados de vento no Cype

Vamos obter todos os dados de vento para fazer a configuração no Cype

3.7.1.1. Velocidade básica do vento

Para o projeto Viviendas, no Estado do Rio de Janeiro, vamos usar 35 m/s, pois estamos entre as linhas 30 e
35 m/s.

3.7.1.2. Categoria e Classe do vento

Estes valores de categoria e classe do vento são obtidos da tabela da norma NBR 6123, que considera a
rugosidade do terreno.

Temos 5 categorias descritas no item 5.3.1 da norma. Para o projeto Viviendas, o enquadramento é na
categoria IV, que são terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco espaçados, em zona florestal,
industrial ou urbanizada.

Também temos três classes, que estão relacionadas com a maior dimensão da estrutura, descrita no item 5.3.2
da norma. As dimensões são até 20 m, entre 20 e 50 m e acima de 50, sendo as classes A, B e C
respectivamente.

Para o projeto Viviendas, nenhuma das três dimensões é maior que 20 m, sendo uma estrutura classe A.

3.7.1.3. Fator probabilístico

Temos que recorrer à tabela 3 da


norma, na página 10. Trata-se de um
fator estatístico de acordo com a
destinação da estrutura.

Para o projeto Viviendas estamos no


grupo 2

3.7.1.4. Fator topográfico

São coeficientes que consideram a topografia do terreno no local da construção, que veremos adiante em
capítulo específico para o item 5.2 da Norma. Para este projeto vamos considerar o fator topográfico igual a 1
em todas as direções, parte plana das cidades.

3.7.1.5. Largura de faixa

As larguras de faixa são as dimensões da edificação nos eixos x


e y da planta baixa e podemos obter no arquivo de CAD ou
usando a ferramenta no botão Introdução por
coordenadas. No caso temos y = 8,3 e x = 7.30
3.7.1.6. Coeficientes de arrasto

O coeficiente de arrasto é a pressão do vento nas direções x e y, que são os campos Ação do Vento x e y no
Cype. Os valores são positivos e negativos, para indicar os dois sentidos possíveis em cada eixo.

Na página 20 da norma NBR 6123 encontramos o ábaco que precisamos usar para calcular os coeficientes de
arrasto conforme veremos a seguir.

Já temos as dimensões em planta da obra:

• y = 8,6
• x = 7.30

Vamos precisar também da altura da parte


principal da obra, ou seja, torres de elevadores,
caixas d’água não são consideradas. Assim a
altura do projeto Viviendas será do piso do
térreo até a laje da cobertura, ou seja:

• h = 5,80 m

Para o vento na direção x teremos:

• l1 = y e l 2 = x

Para o vento na direção y teremos:

• l1 = x e l 2 = y

Cálculos para o vento x

l2 = x = 7,30 e l1 = y = 8,60

l1/l2 = 8,6/7.3 ≅ 1,2

h/l1 = 5,8/8,6 ≅ 0,7

O coeficiente de arrasto é a curva que


mais se aproximar do cruzamento das
linhas l1/l2 e h/l1, no caso, a curva Cx
= 1,1.

Cálculos para o vento y

l2 = y = 8,60 e l1 = x = 7,30

l1/l2 = 7,3/8,6 = 0,85

h/l1 = 5,8/7,3 ≅ 0,8

O coeficiente de arrasto é a curva que mais se aproximar do cruzamento das linhas l1/l2 e h/l1, no caso, a curva
Cy = 1,0.
3.7.1.7. Configuração do vento para o projeto Vivienda

Com a obtenção de todos os


valores de vento, preenchemos os
campos para que o Cype considere
o vento na edificação.

3.7.1.8. Reprocessando o modelo após configuração do vento

Com o processamento após inserir as ações do vento, foram verificados alguns erros de dimencionamento.
No erro do primeiro pavimento, bastou retirar o cadeado da otimização anterior e recalcular o portico. Isto
aconteceu porque foi colocado o cadeado após a otimização e o Cype não pôde colocar as armaduras
necessárias com a ação do vento.

O outro erro aconteceu no pavimento cobertura, com duas vigas com devormação excessiva. Neste caso,
como a deformação era pequena, bastou aumentar um pouco o diâmetro das barras para melhorar a rigidez.

3.8. Otimização dos elementos calculados

A seguir vamos otimizar as armaduras com o propósito de reduzir a quantidade de cortes e, por consequência,
reduzir o trabalho do armador na obra.

Também vamos otimizar as sapatas com o propósito de reduzir o número de sapatas com tamanhos
diferentes, pois isto facilita o trabalho na obra e evita erros e retrabalho.
3.8.1. Otimizando as sapatas de fundação

No menu Obra/Dados gerais – Fundações, configuramos que a tensão admissível do solo da obra é de
250kN/m2. Após o processamento, o Cype calculou e definiu as dimensões das sapatas de acordo com a carga
que chega em cada pilar e com a resistência admissível do solo, chegando à área de base necessária para cada
sapata.

Para trabalhar a otimização das sapatas, devemos acessar a aba resultados do CypeCad e utilizar as setas para
descer até o nível da fundação. Depois, no menu Fundação/Elementos de fundação escolhemos a opção
Editar e clicamos na sapata do pilar P1.

No lançamento das fundações, deixamos todas as sapatas com dimensões de 100x100 cm e após o
processamento, o CypeCad calculou a carga que chega de cada pilar sobre as sapatas e tendo a tensão
admissível do solo, o programa ajustou as dimensões da sapata conforme a necessidade, calculando a área
necessária para resistir ao esforço.

Por isso, como já mencionado, o projetista não pode abrir mão de ter o ensaio de SPT e o cálculo da tensão
admissível do solo, pois este é um dos parâmetros que o
CypeCad usa para dimensionar as sapatas.

Uma prática para maior vida útil da obra é reduzir o


espaçamento máximo entre barras para 20 cm. Dessa
forma, adiciona-se uma maior margem de segurança contra
microfissuras e oxidação do aço por infiltração.

Também, é prudente gastar um pouco mais de aço nas


dobras alterando todas para um mesmo comprimento,
evitando assim, erros no trabalho do armador.

No botão Armadura, vamos alterar as dimensões conforme


ao lado.

Também vamos alterar as dimensões das sapatas, usando o


botão Geometria, para que a obra não fique com muitas
sapatas de dimensões diferentes. Isso facilita o trabalho na
obra e evita erros.

Vamos alterar as dimensões das sapatas conforme a seguir:

P2 → Alterar de 85x85cm para 90x90cm. Para isto, no menu Fundação/Elementos de fundação usamos a
opção Editar e clicamos na sapata do pilar P2. Depois usamos o botão Geometria, para alterar a largura da
sapata para 90 cm.

P1, P3, P9, P10, P11 → Igualar à sapata P2. Para isto, no menu Fundação/Elementos de fundação usamos a
opção Igualar e clicamos na sapata do pilar P2 para copiar e depois nas sapatas P1, P3, P9, P10, P11, para que
elas fiquem com dimensões e dimensionamentos iguais à sapata P2.

Caso o projetista queira uma padronização ainda maior na obra, entendendo que isto vai compensar o
aumento de gasto de concreto e aço, poderá igualar mais sapatas, lembrando sempre de fazer a verificação
dos requisitos mínimos usando o botão Verificação.

3.8.2. Otimizando as Vigas do Térreo

Abrindo o editor de vigas podemos notar que existe apenas uma curva de momento. Temos uma envoltória
de momentos com duas curvas. Isto acontece quando estamos aplicando a carga de vento que são esforços
horizontais variáveis. As combinações dos esforços do vento com os esforços verticais geram momentos
variáveis na viga, com um máximo e mínimo indicados pelas envoltórias. O Cype vai armar a estrutura para
resistir a todos estes esforços em todas as combinações.

A seguir temos um exemplo de modelo calculado com e sem a ação do vento, demostrando como as curvas
de momento são alteradas. Perceba que o Cype aplica a carga de vento e plota uma envoltória de momentos,
pois a carga de vento é variável.

3.8.2.1. Otimizando a viga V1

Não existe nenhum problema com a armação da viga V1, mas podemos observar que foram usados vários
cortes e diferentes diâmetros de barras. O processo de corte é um passo a mais na montagem da armadura e
consome tempo e recurso. Caso o engenheiro projetista entenda que um gasto maior de aço vai resultar um
uma redução de gasto na obra que compense, pode lançar mão dos procedimentos a seguir para modificar a
armação.
Como o objetivo é reduzir o número de cortes, podemos pensar em manter na armação superior apenas duas
barras ao longo de toda a viga, incluindo as dobras, e uma barra de reforço para o momento negativo na parte
central da viga.

Usamos o botão Armaduras longitudinais e o botão


editar para unir, apagar ou modificar a quantidade e o
diâmetros das barras.

Primeiro, com o botão , vamos unir as barras 2∅6.3


C=165 com a 2∅8 C=260 e a 2∅8 C=170.

Depois vamos apagar as barras 1∅6.3 C=165, a 2∅5 C=145, e a outra 2∅5 C=145, usando o botão .

No gráfico de área de aço observamos que


não temos uma taxa de armadura
suficiente, então podemos aumentar o
diâmetro das barras de 6,3 para 8 mm.

Por fim, apenas fazemos um ajuste na barra


de reforço para que fique simétrica em
relação ao pilar central.

Com o botão Editar, modificamos o


comprimento à direita de C=170 para
C=200 e o comprimento à esquerda de
C=97 para C=100.

Agora temos uma viga otimizada, usando


apenas barras de 8mm com um mínimo de
cortes. O projetista precisa calcular se o
maior gasto de aço será compensado pela
redução de mão de obra.
Mais um detalhe que podemos melhorar é
reduzir a quantidade de dobras onde o programa
dobrou duas vezes. Vamos forçar o Cype colocar
apenar uma dobra e verificar se passa nas
verificações.

Usamos o botão Armaduras longitudinais e o


botão editar. Clicamos sobre a dobra e alteramos
o comprimento e o tipo de gancho específico.
Assim o Cype vai usar apenas uma dobra.

Caso o Cype não esteja aceitando retirar uma


dobra, possivelmente é porque a configuração
padrão do programa ainda está com um
comprimento mínimo configurado para 25 cm.

Para alterar o comprimento mínimo vamos acionar o menu Obra/Dados gerais, depois vamos acessar a
configuração de Aço com o botão . Na janela seguinte, acesse a configuração Em Vigas, acesse
Dimensionamento /Verificação, nos botões Armadura Positiva e Armadura Negativa, altere o comprimento
mínimo no botão Comprimento dos ganchos.
Nesta configuração vamos alterar o comprimento mínimo para 20 cm e dessa forma o Cype só vai usar duas
dobras onde for necessário por resultado dos cálculos de ancoragem mínima.

Feito isto, basta acionar o botão , Armaduras longitudinais e na caixa de ferramentas que se abre, escolher
a ferramenta de edição , clicar sobre o número que indica o comprimento da dobra e alterar para 20 cm
conforme ilustrado a seguir.
3.8.2.2. Otimizando a viga V2

Na parte inferior da viga V2 não temos opções de otimização, pois alterar para duas barras de 10mmcom o
propósito de eliminar a barra de reforço traria um grande custo adicional de aço.

Na parte superior temos algumas opções, juntando e eliminando barras para redução do número de cortes.
Vamos juntar e eliminar barras de forma a ficar apenas com um reforço no pilar da esquerda e um reforço
no pilar central, mais as duas barras ao longo de toda a viga.

Uma observação a ser feita é que não é possível unir barras de reforço com barras de base. Antes é
necessário editar, modificando alguma para base ou reforço.

Feitas as junções e exclusões,


alteramos as dimensões das
barras observando o gráfico
de área de aço para que fique
de acordo com a necessidade
de aço.

Dessa forma teremos as


disposições:
3.8.2.3. Otimizando a viga V3

Para a viga V3 não será necessária a otimização, pois as disposições já estão boas. Como visto anteriormente,
temos um erro de flecha, mas como esta viga está apoiada no solo compactado, vamos ignorar este erro, pois
o programa não leva em conta o apoio no solo.

3.8.2.4. Otimizando a viga V4

Para a viga V4 podemos fazer algumas modificações. Na parte inferior vamos mudar as duas barras de 8mm
para duas de 10mm e excluir a barra de reforço.

Na parte superior, vamos unir as barras, excluindo o porta estribo e mantendo o reforço do lado esquerdo,
todas as barras de 10mm.

3.8.2.5. Otimizando a viga V5

Para esta viga vamos excluir o reforço e aumentar o diâmetro para


8 mm.

Ainda podemos mudar o espaçamento do estribo para 15 cm,


ficando igual às demais vigas.
3.8.2.6. Otimizando a viga V6

Para viga V6 vamos mudar para barras de 10 mm e apagar os reforços, mantendo apenas o reforço da direita
superior. , pois não é uma boa otimização estender uma barra de 10 mm por toda a viga onde não precisa.

Não é uma opção de otimização


estender uma barra de 10 mm
superior por toda a viga, pois não
existe necessidade de área de aço
nesta região, como podemos ver no
gráfico.

Também, podemos observar no


lado esquerdo, onde a viga apoia
em outra viga, que não temos
momento, pois vigas não resistem
bem a torções e o Cype não considera esta região como um apoio rotulado.
3.8.2.7. Otimizando a viga V7

Para viga V7 vamos transformar a armação superior em


duas barras de 10mm apenas.

Uma segunda opção seria colocar duas barras de 6,3mm


ao longo da viga e dois reforços de 8 mm em cada lado.
Com isso economizamos barras de 10mm.

3.8.2.8. Otimizando a viga V8

Vamos aumentar o diâmetro das barras longas e excluir reforços.


3.8.2.9. Otimizando a viga V9

Nesta viga vamos apenas excluir o reforço e aumentar o diâmetro de 6.3 para 10 mm.

3.8.2.10. Otimizando a viga V10

Mesmo procedimento, alterando diâmetros e excluindo reforços. Um detalhe são os estribos à esquerda com
16 cm e à direita com 15 cm. Vamos apagar o lado esquerdo que o Cype prolonga o espaçamento de 15cm.
3.8.2.11. Otimizando a viga V11

Nada a ser feito, pois já está com otimização máxima. Apenas vamos alterar
a dobra para 20 cm

3.8.2.12. Otimizando a viga V12

A viga V12 é longa e tem possibilidade de várias otimizações. Na parte inferior vamos deixar apenas duas
barras de 8 mm. Na parte superior podemos mudar tudo para duas barras de 10 mm.
Também vamos alterar os estribos, ficando todos com espaçamento de 15 cm, para isto basta apagar a
seção com estribos de 16 que o Cype prolonga os estribos de 15 cm.

Ficaremos assim com a V12.

3.8.2.13. Otimizando a viga V13

Nesta viga vamos apenas reduzir a dobra para 20 cm.

3.8.2.14. Otimizando a viga V14

Para viga V14, vamos eliminar a barra de reforço e


aumentar o diâmetro da barra superior e alterar o
espaçamento dos estribos para 15 cm, pois em todo
projeto estamos com este espaçamento.
3.8.2.15. Otimizando a viga V15

Para viga V15 vamos deixar duas barras de 10 mm na parte inferior, alterar o reforço de 12 para 10 mm e
excluir as demais barras.

Na parte superior temos um reforço com barras de 12 mm que vamos eliminar. A ideia é deixar duas barras
de 10mm na direita com mais duas barras de 10mm como reforço na segunda camada. No lado esquerdo
podemos colocar 3 barras de 10 mm e manter o porta estribo de 5mm. Para o erro que aparece de cortante,
vamos reduzir o espaçamento do estribo para 15 cm.
3.8.3. Otimizando as Vigas do primeiro pavimento

A otimização das vigas do primeiro pavimento segue o mesmo procedimento aplicado ao Térreo, com os
mesmos objetivos de reduzir o tempo de mão de obra do armador.

3.8.3.1. Otimizando a viga V1

Para viga V1 podemos apenas mudar a barra de 8mm para 10mm e apagar o reforço e reduzir a dobra de 25
para 20 cm, lembrando de colocar o cadeado no final para que o Cype não altere.

3.8.3.2. Otimizando a viga V2

Para viga V2 vamos mudar para 2 barras de 10mm no negativo e no positivo, apagando as barras de reforços
e o porta estribo.
3.8.3.3. Otimizando a viga V3

Vamos colocar duas barras de 10 mm na parte inferior. Na parte superior vamos tentar usar 3 barras de 10
mm na esquerda e 4 barras de 10 mm no centro para não precisar usar barras de 12,5 mm. A menos que
apareça mais necessidade de barras de 12,5 em outras vigas, devemos evitar entrar com barras de 12,5 na
obra.

Também vamos dividir em


duas camadas usando o botão
Dividir, prolongando
apenas duas barras de 10 mm
por toda viga, eliminando os
estribos, e mantendo uma
segunda camada de barras de
10 mm com cortes.

O gráfico de área de
armaduras mostra uma taxa
quase no limite e por isso não
foi possível retirar as duas
dobras no lado direito das
barras superiores.

Possivelmente, os esforços
calculados pelo Cype, nos
modelos dos alunos, podem
ficar ligeiramente diferentes
em função de pequenas
diferenças nos lançamentos
das cargas. Nestes casos o
Cype pode apresentar um erro
de dimensionamento.

Para resolver, basta inserir


uma pequena barra de reforço
no lado direito da viga.
3.8.3.4. Otimizando a viga V4

Para viga V4, nas barras positivas vamos retirar o reforço e alterar para duas de 10 mm. Na parte superior
vamos alterar para apenas duas barras de reforço de 8 mm e manter as barras porta estribo.

3.8.3.5. Otimizando a viga V5

Para viga V5 vamos trabalhar com duas barras de 10 mm na parte inferior e um reforço na parte central. Na
parte superior, uma possibilidade é estender três barras de 10 mm por toda viga e colocar uma segunda
camada de reforço nos lados esquerdo e direito, onde temos momentos.
3.8.3.6. Otimizando a viga V6

A viga V6 é bem pequena e não necessita nenhuma otimização

3.8.3.7. Otimizando a viga V7

Na viga V7 podemos trocar para diâmetros de 10 mm e apagar os reforços.

3.8.3.8. Otimizando a viga V8

Seguindo o mesmo raciocínio de manter um menor número de cortes, vamos colocar barras de 10 mm
apagando as barras de reforço.
3.8.3.9. Otimizando a viga V9

Para viga V9 vamos colocar duas barras de 10 mm para os momentos positivos e duas barras de 8 mm para os
momentos negativos.

3.8.2.10. Otimizando a viga V10

Seguindo o raciocínio, vamos alterar para barras de 10 mm apagando reforços, exceto na parte superior, onde
vamos manter o porta estribos, pois não temos nenhum momento negativo na região direita da viga.
3.8.2.11. Otimizando a viga V11

Vamos alterar apenas na parte superior, trocando para barras de 10 mm e apagando o reforço.

3.8.2.12. Otimizando a viga V12

Esta viga é pequena e não precisa de otimização.


3.8.2.13. Otimizando a viga V13

A viga V13 é longa e está com muitos cortes e até uma barra de 12.5 mm. Vamos alterar deixando apenas
barras de até 10 mm

Um erro que pode acontecer é quando deixamos a disposição das barras de forma assimétrica. Por exemplo,
a barra de reforço de 8 mm ficou na segunda camada, apenas de um lado da viga como vemos no detalhe do
corte. Devido a assimétrica da taxa de armadura, o Cype calcula um estado limite de ruptura e para solucionar
devemos passar a barra para a primeira camada, ficando centralizada entre as barras de 10 mm.
Uma outra possibilidade é estender as barras de 10 mm também na parte superior, eliminando o porta
estribos. Porém isso vai implicar em um consumo adicional de quase 4 metros de barras de 10 mm.

Fica a critério do engenheiro se isto será ou não vantajoso para obra.

3.8.2.14. Otimizando a viga V14

Esta viga é muito pequena e não necessita otimização

3.8.2.15. Otimizando a viga V15

Para viga V15 vamos fazer algumas alterações seguindo o mesmo raciocínio de reduzir cortes e diversos
diâmetros das barras.
Como não está interessante usar barras de 12,5 mm, vamos trocar estas barras por diâmetros de 10 mm e
unificar ao longo de toda viga quando possível. Uma otimização possível seria como mostrado a seguir.

Uma dificuldade nesta viga esta na extremidade direita onde deixamos uma diferença de altura da viga na
parte em balanço.

Podemos igualar toda viga, mas isto vai deixar um degrau entre esta viga e a próxima. Após igualar, será preciso
recalcular o modelo para que o Cype considere as novas dimensões.

3.8.4. Otimizando as vigas da cobertura e do teto da escada

O processo é uma repetição dos procedimentos anteriores e para não ficar redundante, a partir deste ponto
vamos ilustrar apenas as vigas que apresentem algum detalhe ainda não visto nas otimizações anteriores.
3.8.5. Otimizando o comprimento do arranque das sapatas

Em alguns casos, quando a sapata não está muito profunda


(no nosso modelo a 1,5 metros), o Cype calcula o
comprimento do arranque abaixo da viga baldrame e
depois lança um outro seguimento de barra passando pela
viga baldrame e depois segue com outro corte para dentro
do pilar. Isto não é desejável, pois se traduz em um tempo
adicional de mão de obra com cortes, neste caso,
desnecessários.

O Cype permite alterar o comprimento do arranque de


forma que ultrapasse a viga baldrame.

Para juntar a barra de 90 cm com a barra de 185 cm vamos


na aba Resultados, menu Pilares/Paredes – Editar.

Após escolher a opção Editar, clicamos em algum pilar e uma nova tela será exibida apresentando todos os
pilares e suas informações.
Os detalhes dessa janela serão abordados no decorrer do curso. Por ora vamos abordar apenas os
procedimentos para alterar o comprimento da barra de arranque da sapata. Para isto vamos acionar a
segunda aba Edição sobre quadro de pilares.

O primeiro quadro da fundação mostra


o primeiro trecho de barras do arranque
e o segundo quadro, térreo, mostra o
segundo trecho de barras que vão até a
viga baldrame.

Precisamos apagar este segundo trecho


para que o Cype prolongue o primeiro
trecho até a viga baldrame.

Vamos usar o botão Apagar e clicar no segundo quadro


para selecionar o segundo trecho de barras. Clique depois com o botão
contrário para confirmar o comando apagar.
Use o botão Detalhamento e clique sobre a coluna que
representa o pilar para que o Cype apresente o
detalhamento após a alteração. Observe que agora o
arranque está contínuo desde a base da sapata até
depois da viga bandrame.

Repita o procedimento para os demais pilares apagando estes trechos de


barras de acordo com a necessidade de otimização.
3.9. Pranchas para a obra

Vamos seguir uma sequencia de emissão de plantas de acordo com o cronograma da obra, ou seja, primeiro
as fundações e na sequencia os pilares, vigas e lajes.

3.9.1. Introdução dos eixos de locação

Para preparar as plantas de locação para enviar ao cliente, de forma que ele possa iniciar a obra é necessário
inserir os eixos de locação na aba Entrada de Pilares. Para isto, estando na aba Entrada de pilares, usamos o
menu Introdução/Linha de referência, opções - Introduzir linha horizontal ou Vertical.

Iniciamos com as linhas horizontais, nomeando de forma alfabética, A, B, C, etc. e clicando próximo do
pontinho preto que indica o ponto fixo. Dessa forma, as linhas horizontais vão passar exatamente nestes
pontos. Depois inserimos as linhas verticais, nomeando de forma numérica.

Porém, neste projeto queremos que as linhas


estejam no centro geométrico dos pilares P1,
P2, P3 na vertical e P1, P4, P7 e P10 na
horizontal. Para isso podemos usar o comando
Introdução/Linha de referência – Mover ou
mudar o ponto fixo do pilar com o comando
Introdução/Pilares – Alterar ponto fixo.

Usando Introdução/Linha de referência –


Mover clique na linha a ser movida e depois um
segundo clique no ponto aproximado no
sentido do movimento da linha. Uma caixa de
precisão será aberta para introdução do valor
de deslocamento. Coloque 0.075 que é a
metade do pilar de 15 cm (0,17 m). Use
bastante zoom para esta operação.

Os pilares que ficaram fora das linhas terão as


distâncias em relação a linha cotadas.
3.9.2. Pranchas de fundação

Agora que as linhas horizontais e verticais foram inseridas, podemos iniciar a elaboração das plantas clicando
no botão Configuração e acessando o menu Desenhos para
ajustar o tamanho do papel. Neste primeiro momento podemos
deixar apenas o tamanho A1, pois é o melhor tamanho de papel para
trabalhar em obra.

Vamos apagar todos os tamanhos de papel mantendo somente o A1.


Para apagar, clique nos tamanhos A3, A4, etc e depois no botão
Excluir elemento selecionado da lista .

Caso seja necessário, podemos


inserir novamente outras
dimensões, bastando clicar no
botão Acrescentar novo elemento
à lista . As margens podemos
alterar para 10 cm.
Feito isto, vamos gerar o desenho clicando no botão de Desenhos no canto direito superior e escolher um
desenho do projeto clicando no botão .

No menu de opções Tipo de desenho, vamos


escolher Desenho de fôrmas, configurando grupo
de 0 a 0 e a escala 1/50.

Lembrando que o grupo indica o pavimento do


projeto, onde o grupo zero é a nossa fundação.

Faitas as configurações, clicamos em


Aceitar/Aceitar para que o Cype gere o desenho
das formas de fundações junto com as linhas de
marcação.

Usamos o botão Mover desenho para


organizar a apresentação da planta. Com o botão
scroll do mouse, podemos ampliar o desenho
para visualizar os detalhes.

Para visualizar os desenho completo, temos que clicar no botão


Detalhe de todos os desenhos.

O nosso projeto é pequeno e estamos com uma folha muito grande.


Podemos adicionar mais um desenhos na mesma folha para melhor
aproveitamento do papel.

Usando o botão . Vamos inserir o detalhamento das fundações neste mesmo papel.

No menu de opções Tipo de desenho, vamos


escolher Desenho de plantas.

Um novo menu opções Tipo de desenho será


aprensentado. Escolha Detalhamento fundação,
configurando por grupo de 0 a 0 e a escala 1/50.

Também, marcamos tabela de ferros e tabela


resumo para que estas tabelas sejam
apresentadas. Clicando em aceitar, será
apresentado um esboço da planta.
3.9.3. Preenchendo os dados do carimbo na planta

Até aqui já estamos com dois desenhos de


fôrmas para enviar para obra, mas ainda
temos que acrescentar o carimbo do
engenheiro responsável.

Para ter acesso a edição do carimbo é


necessário acionar o botão Carimbo da caixa
de Seleção de pranchas e mudar o item
Carimbo para CYPE. Com isso, após acionar o
botão Aceitar, uma caixa de edição do carimbo
será apresentada.

3.9.4. Salvando a planta em arquivo DGW

Observando o desenho gerado, percebemos que temos o desenho


dos pilares repetidos, um com locação e o outro sem locação. Como
não é possível apagar apenas uma parte do desenho, vamos criar
mais uma folha e mover este bloco para a segunda folha. Feito isto,
é fácil excluir a segunda folha gerada.

Clique no botão Nova Folha


para criar uma segunda
folha e mova o bloco
repetido para a segunda
folha. Feito isto, use o
botão Imprimir todos, com
a opção Todos os desenhos
em um único arquivo.
É uma boa prática usar uma pasta exclusiva para as pranchas de cada projeto, padronizando um nome
adequado para melhor organização dos arquivos.

Por exemplo, no escritório LBastos é usado um padrão do tipo número da obra _ número do desenho _ nome
da obra _ tipo de desenho _ revisão. Neste caso, 01_01_Viviendas_Locação e Fundação_R00.

3.9.4.1. Mudando o estilo fonte do texto das pranchas do Cype

O tipo de letra padrão do Cype exige uma impressora com cabeçotes em perfeitas condições, pois usa a fonte
Romans que possui linhas muito finas. É possível configurar o Cype para usar um tipo de letra com um estilo
mais encorpado, como por exemplo a fonte Arial.

Retorne ao botão Configuração , acessando o menu Desenhos e selecione o botão Configuração de


periféricos na parte inferior da janela.

Com a linha DWG selecionada, use o botão Editar elemento selecionado na lista para alterar o tipo de letra
de romans para arial. (usar letras minúsculas)

Após estas modificações, é necessário repetir os processos anteriores para gerar os desenhos com o novo tipo
de letra.

3.9.4.2. Inserindo notas e detalhes genéricos no arquivo DWG

É uma boa prática inserir nas plantas, detalhes genéricos,


notas de avisos e informações antes do envio para obra.
Isto evita erros ou, ainda, instrui o engenheiro ou o mestre
de obra para execução do projeto.

Ainda é possível utilizar o AutoCad para melhorar os


textos do desenho, pois alguns ficam sobrepostos
dificultando a visualização
3.9.4.2. Biblioteca de desenhos genéricos do CypeCad

O Cype possui uma biblioteca de desenhos genéricos que podem ser acessados pelo projetista para adicionar
ao desenho de planta. Escolha um dos desenhos da lista de pranchas e uso o botão Editar elemento
selecionado na lista. Na janela que se abre, clique no botão Det. Típico no canto inferior esquerdo para acessar
a lista de elementos genéricos disponíveis com o botão

3.9.5. Pranchas de vigas

Como já abordado nos itens


anteriores, vamos incluir uma planta
de vigas do projeto acrescentando um
novo elemento Desenho de vigas com o botão
Desenhos no canto direito superior.

Desmarque os desenhos que já foram gerados, clique


no botão para adicionar um novo desenho.
3.9.5.1. Vigas do Térreo

Escolha Desenho de vigas, configure Seleção de grupo e escolha de térreo até térreo e configure escala 1/50.

Marque a opção Tabela de ferros e Tabela resumo para que estas


tabelas sejam apresentadas no desenho.

No botão Configurar, na aba Opções p/ armaduras marque Cotar


dobras de negativos e Cotar dobras de montagem.

Na aba Opções p/ estribos marque Desenhar detalhe de estribos

Na aba Opções gerais marque Desenhar corte ao lado da viga.

O desenho de vigas vai aparecer na lista, então clique em


Aceitar para avançar para o preenchimento do carimbo.

Após gerar o desenho, use o botão Mover


desenho para organizar os blocos no papel e use
Detalhe de todos os desenhos para ver as
armaduras. Use o botão Imprimir Todos para
gerar um arquivo DWG
3.9.5.2. Vigas do primeiro pavimento

Vamos repetir o mesmo procedimento anterior, mas dessa vez já temos um desenho de viga e vamos partir
deste desenho para adicionar o desenho das vigas do 1º pavimento.

Acione o botão de Desenhos e dê um duplo clique na linha do desenho de vigas, onde vamos adicionar os
desenhos do primeiro pavimento.

Então mudamos na Seleção de grupos para 1º


pavimento.

Após gerar o desenho, use o botão Mover desenho


para organizar os blocos no papel e use Detalhe de
todos os desenhos para ver as armaduras. Use o
botão Imprimir Todos para gerar um arquivo DWG.

Durante o processo será apresentado o carimbo


para edição, onde alteramos o número e o nome do
desenho.

3.9.5.3. Vigas da cobertura e do teto da escada

Os procedimentos são repetitivos conforme já visto.


3.9.6. Pranchas de Lajes

Temos quarto tipos de armaduras para lajes. As longitudinais superior e inferior e as transversais superior e
inferior. Por isso, precisamos gerar quatro desenhos de lajes, um para cada combinação.

3.9.6.1. Lajes do primeiro pavimento

Escolhendo o Tipo de desenho, Desenho de plantas, vamos gerar os quatro desenhos para laje do primeiro
pavimento, escolhendo grupo 2 a 2, e marcando Tabela de ferros e de resumo.

Após clicar em aceitar, abre-se a janela para configurar o carimbo

Gerado os desenho, o próximo passo é organizar a distribuição como já visto anteriormente.


3.9.7. Pranchas de fôrmas

Utilizamos procedimento semelhante aos anteriores para gerar os desenhos de fôrmas e na opção Tipo de
desenho, agora escolhemos Desenho de fôrma.

Podemos colocar as formas de todos os


pavimentos em uma mesma folha de papel.
Por isso vamos escolher Por piso de 1 a 4,
também com escala 1/50 e clicar em Aceitar
para avançar para o preenchimento do
carimbo.

Organize o desenho gerado e salve em DWG.

3.9.7.1. Melhorando o desenho

Algumas cotas, textos dos nomes dos elementos ficam sobrepostos no desenho dificultando a visualização.
Nestes casos é possível editar o desenho do Cype usando o botão Editar desenho.
Ao clicar neste botão será aberta uma nova janela onde os textos podem ser movimentados arrastando com
o mouse.

Embora o Cype tenha este recurso, é mais prático fazer esta otimização de sobreposição de textos no
AutoCad, pois os recursos são mais práticos.
3.9.7.2. Inserindo cortes ou cotas

Caso seja necessário inserir cortes ou cotas o Cype oferece


este recurso usando o menu Grupos/cortes. Ao acionar
este menu, o Cype abre uma janela com opções de cortes e
cotas.

Para introduzir cotas, ligue a ferramenta ortogonal e trace


uma linha onde se deseja cotar.

Para introduzir um corte, trace uma linha onde se deseja


cortar e arraste para fora do desenho, para posição onde se
deseja exibir o corte.

Feitos os cortes ou cotas, eles serão exibidos nos desenhos das pranchas.

3.10. Estilo de plotagem para os desenhos

O AutoCad possui uma ferramenta específica para conversão de cores e espessuras do projeto para a
impressão. Isto significa que podemos definir quais corres e espessuras serão impressas, independente das
cores que foram utilizadas pelo projetista. Esta função é importante para ajustar a impressão com a
capacidade da impressora ou plotter usada.

Os estilos são definidos e a configuração é salva em um


arquivo com extensão CTB (Color Dependent Plot Style
Table, ou traduzindo Tabela de estilo de impressão), onde a
configuração do comportamento das cores é armazenada.

Na prática, esta função é usada para converter as cores


usadas no desenho para a cor preta, em diversas espessuras,
pontilhadas ou tracejadas no momento da impressão.
Um arquivo CTB pode ser configurado a partir do zero usando o próprio AutoCad. Porém, o aluno Welinton
com ampla experiência em AutoCad, gentilmente se dispôs a gerar um arquivo CTB nos padrões usados na
Petrobras onde trabalha e compartilhou para uso neste treinamento.

Podemos adicionar arquivos CTB à coleção de


estilos existentes no AutoCad no menu
Print/Manage Plotters.

Feito isto, o AutoCad abre o explorador de


arquivos do Windows.

Escolha a pasta Plot Styles e salve o arquivo


CTB nesta pasta usando copy/paste.

Outra opção é usar o arquivo CTB Monocromático, já disponível por padrão no AutoCad, que fornece bons
resultados quando não for exigido um padrão muito alto de impressão.

3.10.1. Gerando arquivos de desenho em PDF

É muito comum usar arquivos em PDF para enviar os desenhos para uma empresa especializada em plotagem.
Dessa forma não há necessidade de configurações adicionais no momento da impressão e os desenhos dos
arquivos não podem ser alterados.

Para gerar um arquivo de desenho do AutoCad em PDF usando um CTB podemos usar o menu Print/Plot ou
usar o ícone de atalho na barra superior do AutoCad.
Vamos usar os seguintes procedimentos:

• É necessário ter um gerador de PDF instalado, como PDFCreator para ter opção de tamanho de
papel A0, A1 e A2;
• Escolher um tamanho de papel;
• Desmarcar Fit to paper, para o desenho não ficar fora de escala;
• Usar Window para selecionar a porção do desenho CAD que será impressa;
• Usar Landscape;
• Escolher um arquivo CTB;
• Clicar em Preview para visualizar o arquivo que será gerado.
• Clicando em OK, o programa pede a definição de um nome e local do arquivo.

3.10.2. Visualizando o arquivo com CTB no CAD

É possível visualizar no CAD como será a aparência do arquivo


gerado em PDF. Na aba Layout1 do AutoCad, clique com o botão
contrario do maouse para que seja aberto um menu de opções e
escolha Page Setup Maneger...
Na janela que se abre, selecione o Layout1 e clique no botão
Modify...

Então, na próxima janela marque a opção Display plot styles


e clique em OK.

Feito isto, o CAD


apresenta o desenho
com as configurações
do CTB

3.10.3. Ajustando as Layers com o CTB

O arquivo gerado pelo Cype possui as Layers padrão do programa. Podemos alterar estas Layers ou alterar a
configuração do arquivo CTB.

Vamos fazer alguns ajustes nas Layers, pois


as linhas tracejadas em amarelo ficaram com
uma espessura muito forte e queremos que
elas fiquem mais finas.

Vamos alterar de amarelo para cor verde,


pois CTB converte amarelo para linhas de 0,5
mm e o verde para linhas de 0,1 mm.

Para ajustar as Layers no AutoCad usamos o


comando LA.

Na janela que se abre, alteramos a cor da


Layer das linhas tracejadas.

Não é objetivo deste treinamento se


aprofundar em configurações do AutoCad,
mas para esta necessidade do curso vamos detalhar um pouco mais essa funcionalidade de alteração de Layer
e CTB.

Assim, para identificar a Layer de uma linha e fazer sua alteração podemos usar os seguintes procedimentos:

• Selecionar a linha que se deseja alterar no desenho;


• Clicar no botão contrário do mouse e escolher Quick
Properties;
• Alterar a cor da Layer clicando sobre o quadradinho
da cor.
Também pode ser usado o comando LA, que possibilita uma seleção de múltiplas layers para alteração. Para
as armaduras vamos modificar para cor 32. Selecione todas e mude para cor 32.

Vamos ajustar todos os textos para amarelo, com uma espessura um pouco mais forte.

Também vamos mudar o contorno das vigas, pois ficaram muito apagados;

Lembrando que qualquer outra Layer pode ter sua cor modificada para apresentar uma espessura adequada
com o CTB.

Com estes ajustes, conseguimos obter uma linha


tracejada mais suave e textos mais encorpados,
facilitando a leitura do projeto
O arquivo CTB também pode ser alterado de acordo com a necessidade do projetista. Para isto basta digitar o
comando PAGESETUP e alterar o arquivo CTB, selecionando o Layout, clicando no botão Modify e depois no

botão editar na caixa Plot style table.

3.11. Lajes

No primeiro pavimento, diferente do térreo onde teremos o piso direto sobre o solo compactado, temos a laje
do tipo maciça e neste capitulo vamos ver as armações e possíveis otimizações.

3.11.1. Exibindo a armação das lajes

No menu Lajes maciças/nerv-Vistas nos temos as opções para


visualizar as armações das lajes.

Como se trata de uma obra pequena, neste momento vamos trabalhar


apenas com armadura de reforço.

Deixaremos para outro momento o uso de armaduras de base e


predeterminadas, que são usadas em lajes com vãos maiores.

As armaduras de base e predeterminadas são telas de aço pré-


fabricadas, usadas para lajes de maiores vãos.
Habilitando a armadura de reforço e depois e as opções de longitudinais, transversais, inferior ou superior
podemos escolher quais armaduras serão apresentadas na tela.

As cores podem ser alteradas e são uma forma de visualizar o diâmetro das barras por código de cores
diretamente na tela.

A funcionalidade dos demais itens podem ser


consultadas acionando o botão de ajuda
representado por uma interrogação no canto
superior direito.

Vamos iniciar visualizando as armaduras


longitudinais e inferiores.

Clicando em Aceitar o programa vai mostrar o


desenho das lajes com as informações das
barras longitudinais inferiores, apresentados
os diâmetros que foram calculados, as
quantidades, o espaçamento e o comprimento
das barras.

O aluno pode experimentar as outras combinações como Longitudinais Superior, Transversais Inferior e
Superior ou ainda todas.

3.11.2. Tabela de barras para armaduras de Lajes

No exemplo anterior, onde as barras longitudinais inferiores foram apresentadas, podemos ver que o Cype
calculou 22 barras com diâmetro de 5 mm com um espaçamento de 13 cm. Não há nada errado neste
dimensionamento, exceto pelo fato que não está otimizado para o trabalho do armador, pois terá que amarrar
22 barras a cada 13 cm.

Da mesma forma que em vigas, o Cype possui uma tabela de diâmetros de barras que serão usadas para o
cálculo das lajes. Podemos alterar estas tabelas, por exemplo, retirando da lista as barras de 4.2 ou 5 mm.
Dessa forma o Cype não usará estes diâmetros. Isto força o programa a usar barras mais grossas e
consequentemente com um espaçamento maior.

Esta configuração também é essencial quando o cliente não possui, ou por falta no mercado, não estão
disponíveis alguns diâmetros de barras para o uso na obra.

O modelo precisa ser recalculado para que os novos diâmetros de barras sejam usados.
3.11.3. Retirando ou inserindo diâmetros de barras para lajes na tabela de aço do Cype.

Como fizemos em vigas, no menu Obra/Dados gerais, na seção de Aço temos o botão de atribuição de
elementos. Acionando este botão, entramos nas ferramentas para alteração das tabelas das bitolas de aço
que podem ser usadas. Temos a opção de alterar tanto par as barras superiores quanto para as barras
inferiores de forma independente.

Fazemos isto clicando no botão ao lado direito dos tipos Negativos e Positivos.

Neste momento o Cype mostras os diâmetros que estão em uso e também podemos entrar com as alterações
clicando na barra de diâmetros utilizados, desabilitando o diâmetro que não será usado e clicando em Aceitar.
O processo inverso não é trivial como simplesmente selecionar novamente os diâmetros que foram retirados.
Podemos até selecionar novamente os diâmetros que foram excluídos que eles serão mostrados na barra
Diâmetros usados, mas eles não entram efetivamente na tabela que será usada pelo Cype no
dimensionamento.

O modo mais fácil de


retornar é restaurando a
tabela padrão do Cype.
Clique no botão Restaurar
tabelas padrões.

Deixe selecionado apenas a


Tabela Armaduras de lajes e
clique em aceitar.

Depois selecione Substituir a


tabela da obra pela tabela
tipo.

Observe que a tabela foi


restaurada para configu-
ração original do Cype.

O modelo precisa ser recalculado para que os


novos diâmetros de barras sejam usados.

3.11.4. Editando manualmente o diâmetro das barras das armaduras das lajes

Podemos editar o diâmetro e o espaçamento das barras das armaduras das lajes, mas é preciso um maior
cuidado em relação ao que fizemos na otimização de vigas. Isto porque o Cype não verifica se os valores
editados manualmente atendem aos esforços na laje.

No nosso modelo, o Cype usou barras com diâmetro de 5 mm


e desejamos alterar para barras de 6,3 mm. Quando
alteramos o diâmetro da barra para um diâmetro maior, o
espaçamento pode ser aumentado com a consequente
redução do número de barras. Isto também reduz o trabalho
de amarração do armador e o tempo de mão de obra,
desejável para redução de custos na obra.

Precisamos calcular qual é o espaçamento necessário com


barras de 6,3 mm para obter uma taxa de armadura
equivalente a 22 barras com 5 mm a cada 13 cm.

Mais adiante vamos estudar como fazer este cálculo. Por ora vamos utilizar a planilha de cálculo de
equivalência de barras disponibilizada para este fim.
3.11.4.1. Utilizando a planilha de equivalência de barras

Na primeira aba da planilha temos um índice para os diversos cálculos que podem ser encontrados. Vamos
utilizar o botão Seções de Aço para encontrar equivalência de barras.

Na opção Para lajes colocamos os diâmetros e espaçamento na 1º opção e os valores desejados na 2º opção.
A planilha calcula á área total de aço em cm2/m.

Tudo que temos que fazer é encontrar na 2º opção, um espaçamento que resulte em uma área de aço igual
ou ligeiramente superior ao da 1º opção.

Onde temos 22∅5c/13 e desejamos


trocar para ∅6,3mm, podemos usar
um espaçamento de 20 cm que
estaremos com uma área de 1,56
cm2/m, ligeiramente maior que na
1º opção e, portanto, a favor da
segurança.

Para fazer a alteração do diâmetro e espaçamento no Cype, vamos no menu Lajes maciças/nerv-Modificar
armaduras – Alterar agrupamento. Clicar sobre a linha vermelha que representa a barra e alterar o diâmetro
e espaçamento para ∅6,3c/20 e clique em aceitar.
Assim editamos o diâmetro da barra e o espaçamento de acordo com a equivalência de área de aço. O
complicador aqui é que o Cype não verifica se a nova área de aço editada atende aos esforços e o projetista
deve tomar muito cuidado para não errar nestas modificações.

Observe que este método é bom para editar algumas poucas barras quando necessário, mas para editar uma
grande quantidade de barras ou mesmo de toda a obra, a opção do item 3.11.3. Retirando ou inserindo
diâmetros de barras para lajes na tabela de aço do Cype.é, de longe, a mais indicada, pois todos as dimensões
e espaçamentos serão calculadas pelo programa.

3.11.5. Otimizando armação de Lajes

Utilizando o método do item 3.11.3. Retirando ou inserindo


diâmetros de barras para lajes na tabela de aço do Cype.
Vamos retirar da tabela de aço, para uso em positivo, as
dimensões 4,2 e 5 mm e recalcular o modelo para efetivar a
alteração.

Após recalcular o modelo podemos observar que o Cype não


utilizou barras com diâmetro de 5 mm como anteriormente.
Agora temos para mesma laje uma armação com barras de
6,3 mm a cada 20 cm para os esforços de tração (positivo).

3.11.5.1. Ajustando a distribuição das barras

Em alguns casos o Cype quebra a distribuição das barras em dois grupos


como ilustrado, tornando a leitura mais difícil e sujeita a erros. Neste caso
o Cype mostrou um trecho com 9 barras e depois um outro trecho com
2 barras, ambos com ∅6,3 e espaçamento de 20 cm.

Podemos alterar esta distribuição usando o menu Lajes maciças/nerv-


Modificar armaduras – Alterar faixa de distribuição.
Deixando a opção Eliminar armaduras que se emendam marcada, clique
em aceitar. Neste momento o cursor do mouse assume um aspecto de mira
aguardando a indicação das barras para alteração da distribuição. Clique
sobre o grupo de 9 barras e arraste ate ficar sobre o grupo de duas barras.
Ao liberar o botão do mouse, o Cype agrupa em um único grupo de 10
barras.

Esta otimização deve ser feita em todas as lajes onde o Cype separou grupos
de barras com mesmo diâmetro e espaçamento.

3.11.5.2. Modificando o comprimento de ancoragem

O Cype faz uma ancoragem mínima das barras de armadura da laje dentro da viga. Para evitar erros na obra,
uma boa prática é aumentar esta ancoragem. Isto é feito porque as barras serão cortadas no comprimento
indicado pelo Cype (C=370 no exemplo) e na obra pode acontecer pequenos erros no posicionamento
prejudicando a ancoragem.

Podemos alterar o comprimento da ancoragem usando


o menu Lajes maciças/nerv-Modificar armaduras –
Alterar extremo. Com o cursor no formato de mira,
clique no extremo da barra e arraste para alongar a
barra um pouco mais para dentro da viga.
3.11.5.3. Otimizando a armadura longitudinal superior (negativa)

Para armadura longitudinal superior, o programa usou barras de


5 mm em toda laje, exceto na laje entre os pilares P2, P3, P5 e P6,
onde o Cype lançou barras de 4,2 mm. Isto não é uma boa prática
na obra pois é melhor que todas as barras sejam de mesmo
diâmetro para evitar erros e facilitar o trabalho do armador.

Como foi visto no item 3.11.4. Editando manualmente o diâmetro


das barras das armaduras das lajesvamos utilizar a planilha de
cálculo para encontrar um espaçamento equivalente com barras

de 5 mm, e neste caso, alterando para barras de 5 mm a cada 15


cm.

Assim, toda armação longitudinal superior será com barras de


5mm.

Lembrando que o Cype não faz a verificação após a modificação e


precisamos estar seguros desta alteração.

3.11.5.4. Padronizando o comprimento das barras longitudinais superior (negativa)

O Cype calculou barras ∅5 com 110 cm,


130 e 120. Isso pode causar erros na obra
e por isso é mais prático modificar tudo
para o maior valor 130 cm.

Também é uma boa prática colocar


todas as dobras com o mesmo
comprimento.

Também para as barras de ∅8, temos


260, 290 e 300 cm. É melhor mudar tudo
para o maior valor 300 cm.
3.11.5.5. Otimizando a armadura transversal superior (negativa)

Do mesmo modo que fizemos no item


3.11.5.1. Ajustando a distribuição das barras
podemos agrupar alguns casos onde o Cype
separou grupos de barras iguais.
4. Projeto de um Sobrado
Neste segundo capítulo vamos dimensionar a estrutura para atender ao projeto de um sobrado de dois
pavimentos com uma área de 250 m2, utilizando lajes pré-fabricadas.

Como já foi visto no projeto Viviendas, precisamos


realizar a limpeza do projeto de arquitetura
retirando os elementos não necessários ao cálculo
estrutural, com mobiliário, louças, etc.

Relembrando algumas considerações essenciais já


feitas no projeto Viviendas:

Deve haver um ponto fixo de referência em ambos


os desenhos para que fiquem alinhados
verticalmente, pois servirão de máscara para o
lançamento dos pilares e vigas.

A escala do desenho no AutoCad deve estar em 1:1

No AutoCad, é uma boa prática selecionar todo


desenho e colocar todas as linhas em um mesmo
Layer com uma cor padrão, para evitar problemas
imprevistos no Cype. Também, vamos usar o
comando Purge do AutoCad para excluir Layer e
outras marcações que não estão em uso.

Adicionalmente, para auxiliar no lançamento de


alguns pilares pontos foram inseridos na
arquitetura do muro dos fundos do primeiro
pavimento e também duas marcas na parede
direita. (Será visto no item 4.2.2. Necessidade de
pilares para os muros na frente e nos fundos).

Todos estes procedimentos podem ser revistos em


detalhes no item 3.1. Preparação do arquivo de
projeto DWG do projeto Viviendas.

Seguindo estes passos, vamos carregar este


desenho simplificado no CypeCad, e eles servirão
como uma máscara de fundo, referência para
lançamento dos elementos estruturais e montagem
do modelo para execução dos cálculos de
dimensionamento.
4.1. Iniciando um novo projeto no CypeCad

Como foi visto no item 3.2. Iniciando um novo projeto no CypeCad do projeto Viviendas, vamos iniciar um
novo projeto, menu Arquivo/Novo... e carregar as máscaras no CypeCad e iniciar os procedimentos de
dimensionamento.

Vamos continuar usando concreto de 30 MPa e manter a tensão admissível do solo em 0,200 MPa, menu
Obra/Dados gerais.

Como é um projeto de dois andares,


temos no modelo o térreo, o segundo
pavimento e a cobertura. Usamos o
menu Introdução/Piso/Grupos.

Como não temos o valor do pé direito


do projeto arquitetônico, vamos
assumir uma altura de 2,80 metros.
Opção Editar do menu Introdução
/Piso/Grupos

Para os valores de sobrecarga e carga


permanente vamos colocar os
padrões e depois alterar conforme a necessidade do modelo, como já fizemos anteriormente.

Por fim ajustamos a cota da fundação para 1,2 m, que é a profundidade da base da sapata.

Agora vamos carregar as duas máscaras, botão Editar máscaras e depois no botão Acrescentar novo
elemento à lista , para escolher e carregar os arquivos de CAD no Cype.
O Cype aceita seleção múltipla, então podemos selecionar o térreo e o primeiro pavimento para carga
simultânea.

Use o botão Editar vistas para habilitar todas as vistas e certificar que os pontos
fixos estão sobrepostos no modelo. Isto é importante, pois as máscaras devem estar
perfeitamente sobrepostas.
4.2. Lançando pilares

Para iniciar o lançamento de um pilar devemos estar na aba Entrada de


Pilares tendo apenas a vista do Térreo ligada. Depois, no menu
Introdução/Pilares escolha Novo pilar e configure suas dimensões, clicando
em seguida em Aceitar. Lance os pilares do térreo conforme mostrado.

As linhas em tonalidade azul são do pavimento térreo e as linhas em


tonalidade vinho são do segundo pavimento.

Temos alguns problemas neste lançamento: O pilar P2 está ok no térreo,


mas invade o ambiente do segundo pavimento, assim como o pilar P10.

Os pilares P7 e P9 estão dentro das paredes no térreo, mas no segundo


pavimente ficaram com uma parte fora da parede.

Vamos mover o pilar P7 um pouco mais para


dentro da parede. Isso resolve o problema do
segundo pavimento, mas fica em conflito
com o fechamento da porta no andar abaixo.
Neste caso é preciso conversar com o
arquiteto e estudar as possibilidades de
ajustes na arquitetura.

Vamos girar o pilar P9 de forma que sua


maior dimensão fique no sentido longitudinal da parede.

Para os pilares P2 e P10, não tivemos uma arquitetura muito favorável e a


solução só poderá ser feita com uma viga de transição, pois se deslocarmos
o pilar P2 para direita, ele ficará OK no segundo pavimento, mas vai ficar na
passagem da porta no pavimento abaixo.
4.2.1. Lançando um pilar de sobre viga de transição

No caso do pilar P2 vivos que ele não pode ter uma prumada constante do térreo até a cobertura. Vamos fazer
uma transição no segundo pavimento de forma que o pilar inicia (nasce) na fundação e termina (morre) no
térreo. Um novo pilar, deslocado para direita sobre uma viga de transição
vai nascer no térreo e morrer na cobertura.

Para executar este lançamento temos que editar o pilar P2, informando ao
Cype que ele morre no segundo pavimento. Depois, vamos lançar um outro
pilar (P13), iniciando mais à direita, começando no segundo pavimento e
terminando na cobertura. Também temos que marcar a opção Sem
vinculação exterior.

Temos que usar a mesma solução para o pilar P10, fazendo ele morrer no térreo e lançando um novo pilar
mais à direita.

4.2.2. Necessidade de pilares para os muros na frente e nos fundos

Na arquitetura temos muros na frente e nos fundos da casa e precisamos lançar mais alguns pilares para dar
suporte às vigas baldrame que servirão de base para estes muros. Estes pilares nascem na fundação e morrem
no térreo e vamos configurar o lançamento do pilar dessa forma.

Lembrando que durante os procedimentos de carregamento


das máscaras da arquitetura, inserimos alguns pontos para
auxiliar no lançamento destes pilares.

Observe que vamos precisar alterar o ângulo de um pilar para


que ele fique alinhado com a direção do muro dos fundos. No
AutoCad podemos medir este ângulo que é de -18 graus.
4.2.3. Renumerando os pilares

Como já visto no item 3.4.1.1. Renumerando os pilares,


podemos renumerar os pilares para maior clareza do
projeto. Use o menu Introdução/Pilares...- Modificar
referência com opção Numerar consecutivamente.

Lembrando que esta pode não ser a solução definitiva de


projeto, pois ao longo do lançamento dos pavimentos e de
cálculos de dimensionamento, outras soluções podem ser
mais apropriadas.
4.3. Lançando Vigas

Como já visto no item 3.4.2. Lançamento de Vigas, vamos lançar as vigas do térreo e do segundo pavimento,
ficando o lançamento inicial conforme figuras a seguir.

Para o segundo pavimento, use o comando copiar no menu Grupos/Copiar de outro grupo e depois apague as
vigas dos muros.

Feito os lançamentos das vigas podemos


observar alguns problemas:

A viga ao lado da escada no segundo


pavimento precisa ser deslocada, pois
como foi copiada do térreo, ficou sobre
a escada. Para fazer isso é melhor
apagar e criar uma nova viga.

Também podemos observar que temos


algumas paredes no segundo pavimento
que precisam ficar sobre vigas, pois
estamos trabalhando com laje pré-
fabricada, que não suporta peso de
paredes sobre elas.

Os pilares P19 e P20, que nascem no


segundo pavimento, estão apoiados,
parte na viga de transição e parte na
laje. Isso não é desejável, pois teremos
parte do esforço na laje que não será
suportado.

4.3.1. Resolvendo os problemas de lançamento das vigas.

Os pilares P19 e P20 não podem ser girados, pois ficariam para fora da parede e no
caminho da porta. Porém, como teremos uma viga entre estes pilares para suportar
o peso da parede neste local, este problema será naturalmente eliminado. Faremos
isso prolongando a viga do pilar P15 até o pilar P19. Com isso podemos apagar a viga
entre os pilares P6 e P9.
Na laje entre os pilares P20, P10, P12 e P13 temos que lançar mais vigas para suportar as paredes. Vamos
lançar apenas para os dois trechos maiores de paredes. A pequena parede do banheiro nos vamos forçar um
cálculo sobre a laje pré-moldada, pois é uma carga bem pequena.

Com o lançamento dessas duas vigas, podemos apagar a viga do P12 ao P13, pois não será mais necessária.

4.3.2. Altura entre os degraus da escada e a viga do andar superior

De acordo com o projeto de arquitetura, a escada possui 15 degraus para vencer uma altura de 2,80 metros.
Assim, cada degrau sobe 18,6 cm e temos três degraus logo abaixo da viga. Isso resulta em uma distância de
1,94 m entre o topo do terceiro degrau e a parte inferior da viga e isso é pouco para uma pessoa mais alta.

Uma solução para isso é conversar com o arquiteto e estudar a possibilidade de deslocar esta abertura na laje,
30 cm para direita. Assim teremos uma altura de 2,20 m entre o segundo degrau e a parte inferior da viga.
Uma outra solução seria usar laje maciça com borda livre no local da viga sobre a escada. O lançamento de
uma viga de borda livre é igual ao lançamento de vigas retangulares, apenas alteramos a família e o tipo de
viga. Não vamos usar esta solução pois o escopo deste projeto é usar laje pré-moldada.

4.4. Lançando laje pré-fabricada (vigota)

O Cype não possui um catálogo de lajes pré-fabricadas no cadastro, por isso vamos, primeiro, cadastrar uma
laje de vigota para utilizarmos no nosso modelo.

As características da nossa laje serão:

• Altura da laje 12 cm Tijolo (8) + Concreto (4 cm mínimo por Norma)


• Largura do Tijolo 25 cm (Medido na parte inferior, distância entre vigotas)
• Largura da vigota 12 cm
• Largura entre eixos 37 cm (Meia lajota de cada lado mais o tijolo)

Vamos cadastrar uma laje usando o menu Laje/Dados de lajes/Introduzir


laje. Depois escolhemos Lajes de vigotas e a primeira opção, Lajes de
vigotas armadas.
Clique no botão adicionar para abrir a janela de cadastro de laje, entrando com as seguintes informações:

No campo Referência é uma boa prática padronizar os nomes, por exemplo, incluindo a espessura da laje no
nome;

A medidas a, b, c e d são características da laje conforme os padrões usados no mercado de engenharia civil.
Observe que o desenho do Cype está um pouco confuso para a Largura da nervura (d), mas neste campo
preenchemos com a largura da vigota (12 cm);

A Largura longitudinal é a largura do tijolo, medido na parte inferior, excluindo as “dobras” de encaixe na
vigota;

O Incremento da largura da nervura será usado (três) para blocos de concreto e (zero) para os demais tipos
(cerâmica, isopor, recuperável).

Feito isto, clique em aceitar e já podemos usar a laje B12.

O Lançamento é feito clicando na área da laje e depois na viga do menor vão, para informar o Cype a direção
das vigotas.

Caso seja necessário, o alinhamento de vigotas de lajes adjacentes pode ser feito com o comando Alterar
ponto de passagem, no menu Lajes/Dados de Lajes. Clique em uma vigota e depois da vigota adjacente para
que o Cype faça o alinhamento.
4.4.1. Lançamento da laje na região da escada

Vimos no item 4.3.2. Altura entre os degraus da escada e a viga do andar superiorque temos um problema de
altura entre o terceiro degrau e a viga sobre a laje, cujas soluções já abordadas foram um rearranjo da
arquitetura em acordo com o arquiteto ou a utilização de bordo livre com laje maciça.

Como o escopo desse capítulo é trabalhar somente com lajes pré-moldadas, vamos adotar uma solução de
bordo livre para vigotas, escolhendo a opção Nervura não estrutural. Então procedemos normalmente com o
lançamento.

Agora podemos observar os resultados dos lançamentos feitos


ate agora em planta e em 3D.
4.4.2. Lançamentos na cobertura

Para cobertura vamos copiar todos os lançamentos feitos no segundo pavimento. O único ajuste necessário
será na laje sobre a escada, pois não teremos mais a abertura. Então vamos apagar a viga de bordo livre para
estender a laje até o canto esquerdo.

O processo de apagar vigas que separam uma laje de uma abertura é feito em dois cliques, um sobre a viga e
outro sobre o lado que se deseja manter, para informar ao Cype se é para estender a laje ou a abertura.

Olhando o modelo em 3D, podemos


decidir por adicionar uma viga na parte
da frente onde será a entrada da
garagem. Caso o arquiteto trabalhe
com a possibilidade de um muro ou
alguma outra estrutura nesta região, a
viga já estará pronta.

4.5. Introduzindo os carregamentos

Como já visto no item 3.4.6. Carregamentos na estruturapara edifícios residenciais vamos consultar a Norma
NBR 6120:2019. Lembrando que o piso será sobre o solo compactado no térreo e os valores de sobrecarga e
carga permanente não se aplicam.

Uma observação que pode ser feita é que os valores normativos são recomendações de valores mínimos e
não há nenhum impedimento para o engenheiro projetista usar valores mais favoráveis à segurança.

4.5.1. Sobrecarga

Para o segundo pavimento temos quartos e sanitários, sendo a sobrecarga de 1,5 kN/m 2 conforme pág. 20,
tabela 10 da norma.

Para a cobertura teremos um telhado colonial de madeira e cerâmica, sendo a sobrecarga de 1 kN/m 2
conforme pág. 19, tabela 10 da Norma, quando o acesso for apenas para manutenção.

4.5.2. Carga permanente

Para o segundo pavimento vamos trabalhar com revestimento de piso com 5 cm de espessura, sendo o valor
1,0 kN/m2 conforme pág. 12, tabela 4 da Norma

Para a cobertura de telhado colonial de madeira e cerâmica, o peso próprio de 0,85 kN/m2 conforme pág. 13,
tabela 6 da Norma.
4.5.3. Possibilidades de futuras cargas adicionais na obra

Para efeito de exercício, vamos imaginar que o cliente queira fazer uma ampliação futura, transformando a
cobertura em uma área de lazer. Assim será necessário prever um revestimento e sobrecarga adicional para
estrutura.

Agora a sobrecarga será um pouco maior, pois se caracteriza área de uso comum, sendo 3,0 kN/m2 conforme
a norma.

O peso próprio será o revestimento de 1,0 kN/m2, mais 0,85 kN/m2 do peso do telhado colonial, resultando
em 1,85 kN/m2.

4.5.4. Tabela de cargas de grupo no Cype

Agora vamos configurar a tabela de cargas de grupo no Cype usando o menu Cargas/Carga Grupo conforme
segue.

4.5.5. Cargas de alvenarias

Consultando a Norma NBR 6120, na Tabela 2 – Alvenarias, página 11, em alvenaria de vedação (parede de
tijolo com reboco), encontramos o peso por metro quadrado da alvenaria construída com bloco cerâmico
vazado.

Vamos adotar para este projeto o tijolo de 9 cm de espessura com reboco de 2 cm em ambos os lados, cujo
peso conforme a norma é 1,6 kN/m2.

Para lançar o peso dessa alvenaria sobre a viga, temos que saber a altura da parede para calcular o peso
linear da alvenaria. Sendo o pé direito 2,8 m, descontamos a altura da viga de 30 cm.

Encontramos o peso linear de parede com o seguinte cálculo:


kN
Peso Linear da Alvenaria = (2,8 m − 0,3 m) ∗ 1,6 = 4,0 kN/m
m2

Acionamos o menu Carga/Cargas lineares em vigas e proceder


com os lançamentos nos locais.

Para os muros vamos assumir que são de 2 metros de altura,


sendo a carga também 4 kN/m2.
Lançando as cargas nos pavimentos teremos o seguinte resultado representado pelas linhas amarelas:

Térreo Segundo Pavimento


Para cobertura temos a possibilidade de o cliente utilizar esta
área como um local de lazer. Por isso vamos colocar uma carga
de um muro de um metro de altura em todo o perímetro da
cobertura.

Também é necessário prever a carga das caixas d’água. Nesta


obra serão duas caixas d’água de 1000 litros sobre a região do
banheiro social.

4.5.6. Cargas das caixas d’água

A área reservada para as caixas d’água possui uma dimensão


de 2,90 x 1,80 m, resultando em 5,22 m2. Como serão duas
caixas de 1000 litros, teremos 20000 N distribuídos em 5,22
m2, resultando em aproximadamente 3,85 kN/m2.

Atenção: Aqui temos que atentar para não cometer um


exagero de sobrecarga na região. Isso porque já adicionamos
uma sobrecarga de 3.0 kN/m2 para toda laje da cobertura e no
local reservado para as caixas d’água não teremos esta
necessidade. Por isso vamos adicionar apenas mais 0,85
kN/m2 no local.

Vamos usar o menu Cargas/Cargas superficiais em lajes e


aplicar mais 0,8 kN/m2 de sobrecarga no local.

4.6. Fundações

Neste projeto estamos trabalhando na divisa do terreno e por isso vamos precisar utilizar
sapatas de divisa nestas regiões.

Retorne ao pavimento térreo e acione o menu Fundação/Elementos de fundação e escolha a


opção Novo. Escolha Sapata em concreto armado no tipo de fundação e depois, em seleção
de tipo... escolhe a Sapata retangular excêntrica.

Lance as sapatas de divisa com um clique sobre o pilar e outro clique para o lado para dentro do terreno.
As sapatas de divisa possuem excentricidade e geram momentos que precisam de vigas de equilíbrio para
combater estes momentos.

Um dos efeitos de não utilizar estas vigas de equilíbrio é o Cype dimensionar uma sapata muito grande, muito
além da necessidade de tensão admissível do solo. Isso acontece porque o programa calcula a dimensão da
sapata para resistir ao esforço de momento causado pela excentricidade.

Para o lançamento de vigas de equilíbrio usamos o menu Fundação/Vigas de equilíbrio e de travamento.

Posteriormente veremos mais detalhes do menu de opções de vigas de equilíbrio e travamento. Por ora vamos
apenas lançar as vigas com a opção padrão.

Lance as sapatas centrais normalmente como já visto no item 3.4.3. Lançando a fundação.

4.7. Calculando o modelo

Após o cálculo do modelo, o Cype informa alguns erros que já conhecemos, como verificações não compridas
em algumas vigas e novos erros referentes ao uso de vigotas para lajes. Vamos estudar estes erros e propor
as soluções.

4.7.1. Erro de momento positivo no apoio das vigotas

Vamos acionar o menu Vigotas/Erros e clicar sobre as vigotas marcadas em vermelho para verificar a
informação do erro.

O Cype informa que temos momentos positivo no apoio das vigotas. Isto acontece porque a viga V4 se
deformou muito e parte do carregamento se transferiu para estas vigotas, ou seja, a vigota está ajudando
segurar a viga.

Quando temos vigotas apoiadas sobre vigas, o esperado é que ocorra momento zero nestes apoios por se
tratar de viga bi-apoiada. Porém, após a concretagem da laje forma-se uma estrutura rígida no encontro das
vigotas proporcionando uma rigidez suficiente para suportar um pequeno momento negativo.
Na prática, esta situação é desejável e é usual colocar barras de reforço negativo para melhorar o engaste de
uma vigota na vigota adjacente.

Se a viga de apoio se deformar excessivamente, a


relação de forças no apoio se modifica e passamos
para um momento positivo no local do apoio. A vigota
fica mais solicitada que a viga de apoio. Esta situação
não é desejável e o Cype emite um erro no modelo.

As soluções para este problema são aumentar a


rigidez da viga de apoio ou articular o apoio das
vigotas sobre esta viga, sendo a primeira solução a mais recomendada.
4.7.2. Armação de reforço nas vigotas

As vigotas padrão são montadas com barras de aço finas, de 4 ou 6,3 mm e na maioria das obras será
necessário inserir barras de aço de reforço. O reforço pode ser inserido nas vigotas durante a fabricação, sob
encomenda ao fabricante, ou deve ser inserido na obra antes da concretagem da laje.

O Cype não faz o cálculo das barras de reforço, sendo necessário que o projetista defina manualmente a
armação de reforço. Iremos estudar mais adiante como efetuar estes cálculos de forma manual.

Por ora vamos usar a planilha de trabalho do professor Leonardo, onde encontramos uma função já pronta
para este procedimento. Nesta planilha vamos na aba Pré-Lajes e preenchemos com os dados de projeto para
encontrar a armação de reforço necessária.

Por exemplo, para laje entre os pilares P5, P8, P19 e P20 temos um vão de 2,9 metros. Entramos na planilha
com os dados da nossa laje B12 e com um concreto de 20 MPa.

No lado direito da planilha vamos alterar o número de armaduras de reforço e o diâmetro até obter a
informação que atende ao ELU.

Neste exemplo, basta uma barra de 6,3 mm


ou, caso seja mais vantajoso, duas barras de
4,2 mm como reforço.

Possivelmente o engenheiro projetista vai


encontrar fabricantes de vigotas mais
especializados que fazem todo cálculo das
armaduras de reforço necessárias e emitem
ART para o projeto das lajes. Ficará a cargo do
projetista analisar o custo/benefício dessa
modalidade.

4.8. Lançando a escada

O Cype possui alguns tipos de escadas padronizados e também a possibilidade de montar uma estrutura livre
fora dos padrões, porém nem sempre é possível modelar uma escada para o projeto. Neste caso o
carregamento de escada na estrutura precisará ser feito à parte ou com adaptações no modelo da escada no
Cype.
Para o lançamento da escada precisamos voltar ao projeto original de arquitetura no AutoCad e obter as
medidas geométricas.

1- Largura da escada: 1,15 m;


2- Largura do patamar: 0,90 m;
3- Distância entre um lance e outro: 0,10 m;
4- Largura do piso: 0,30 m;
5- Altura do espelho: 2,80 / 15 espelhos = 0.1867 m;

4.8.1. Editando o núcleo da escada

Como as informações de medidas e desenho da escada, vamos configurar a escada no Cype conforme segue:
4.8.2. Editando o Tramo da Escada

Como já dito, nem todos os projetos arquitetônicos de escadas podem ser modelados plenamente no Cype.
Neste nosso projeto, não foi possível inserir dois degraus nos patamares. Sem estes dois degraus, a altura do
espelho ficou com 21 cm. Segundo a norma NBR 9050:2020, o espelho deve ter entre 16 e 18 cm.

Vamos lançar a escada para que o Cype inclua o carregamento na estrutura, porém o desenho da escada não
poderá ser usado como projeto.

4.8.3. Necessidade de apoios para escada

Usamos patamares apoiados em ambos os lados, mas quando


calculamos o modelo o Cype informou haver cargas sem apoio. De fato,
observando o modelo em 3D podemos notar que a escada não tem um
apoio no seu início.

O Cype informa a posição do problema em coordenadas X e Y e para


localizar estas coordenadas no desenho usamos a ferramenta
introdução por coordenadas.
Movimente o cursor sobre o desenho e observe o campo “C” até encontrar a coordenada informada pelo Cype
e vamos inserir a viga V10 como apoio da escada. A viga V4 será inserida para apoio da V10.

Também, na cobertura é necessário ajustar a viga de bordo livre para que a carga da escada não fique sem
apoio.

4.9. Resolvendo os erros de viga do modelo

Agora que lançamos todas as cargas, incluindo as escadas, vamos retirar os erros de vigas e pilares do modelo.

4.9.1. Problemas com a continuidade de vigas

Em alguns casos, pode ocorrer de uma viga que deveria ser contínua não ficar contínua no modelo do Cype,
por alguma particularidade no momento do lançamento/edição.

Podemos apagar a viga e lançar novamente ou usar o menu de ferramentas de vigas contínuas
Vigas/Paredes/Vigas Contínuas.

Usamos Gerar vigas contínuas para que Cype faça a união de todas as
vigas;

Usamos Ver vigas contínuas para verificar as vigas passando o cursor


sobre elas.

O botão de ajuda pode ser usado para detalhar todas as funções


desta ferramenta.
4.9.2. Resolvendo as vigas com erro no dimensionamento

Na cobertura vamos alterar a altura das vigas V9, V4 e como a V4 se apoia na V10, ela também será alterada
para ficar com a mesma altura, todas para 15x40 cm.

No segundo pavimento vamos alterar a altura das vigas V2, V4 e V10 e na cobertura vamos alterar a viga V9,
todas para 15x40 cm.

A viga V3 do segundo pavimento recebe uma carga muito grande por ser uma viga de transição e apoio da
escada. Mesmo com uma altura de 40 cm ainda fica no limite da deformação. Por isso vamos aumentar
também a altura de base para 20 cm, e para que ocorra um encaixe com os pilares será melhor apagar e
reinserir esta viga.

5. Calculando o reforço para lajes pré-fabricadas de vigotas


O Cype não faz o cálculo de reforço de lajes de vigotas (momentos positivos) e o projetista precisa fazer os
cálculos à parte para obter o reforço de acordo com as necessidades.

5.1. Premissas de cálculos

Como premissa inicial, vamos considerar que as vigotas são elementos perfeitamente bi apoiados,
desconsiderando a rigidez adquirida com qualquer tipo de continuidade sobre vigas. Com isso efetuamos um
cálculo simples e a favor da segurança.

Para os cálculos iniciais, vamos precisar:

1. Do comprimento dos vãos das vigotas medidos a partir dos eixos das vigas.
2. Do carregamento sobre esta vigota.

5.1.1. Comprimento das vigotas do segundo pavimento

No Cype podemos inserir as cotas dos vãos usando o menu Grupos/Cortes – Opção Introduzir Cotas. Lance as
cotas com a ferramenta ortogonal ligada.
Nesta figura a seguir temos a identificação das lajes do segundo pavimento e suas cotas, lembrando que
vamos adicionar os 7,5 cm para cada lado nas vigotas, parte que se apoia sobre as vigas.
5.1.2. Carregamento sobre as vigotas do segundo pavimento

O carregamento sobre as vigotas é uma distribuição linear da área de abrangência da laje sobre as vigotas.
Precisamos ter o peso da laje e definir a distribuição desse peso sobre as vigotas.

É possível calcular o peso da capa de concreto, dos tijolos e do aço por metro quadrado, mas a maioria dos
fabricantes informam qual é o peso, de acordo com a espessura e do material utilizado (tijolo, blocos, EPS).
Em geral, o peso varia entre 1,95 e 2,00 kN/m 2.

Somamos ao peso da laje o revestimento e a sobrecarga.

𝑞 = 𝑃𝑃 + 𝑅𝑒𝑣 + 𝑆𝐶 = 1,95 + 1 + 1,5 = 4,45 𝑘𝑁/𝑚2

Agora precisamos encontrar o peso linear sobre cada vigota para calcular o momento.

Podemos assumir que o peso sobre cada vigota será da metade de cada lado, que é a distância entre eixo de
uma vigota até a outra. Para nossa laje B12, esta distância é de 37 cm (12 + 25 cm).

Então, o peso linear de laje sobre cada vigota será:

𝑘𝑁
𝑞𝑣 = 4,45 ∗ 0,37𝑚 = 1,65 𝑘𝑁/𝑚
𝑚2

5.1.3. Calculando o momento positivo para as vigotas com vão de 2,78 m

Para este vão, as vigas possuem 2,78 + 0,15 m = 2,93 m e o momento máximo no meio da viga e é dado pela
𝑞𝑙2
equação e então majoramos o momento com o fator γc = 1,4
8

2,932
𝑀 = 1,65 ∗ = 1,77 𝑘𝑁𝑚
8

𝑀𝑑 = 𝑀 ∗ 𝛾 = 1,77 ∗ 1,4 = 2,48 𝑘𝑁𝑚

5.1.3.1. Aço para combater o momento positivo nas vigotas

Vamos usamos a tabela Kc/Ks para calcular a área de seção de aço necessária.

A tabela Kc é fornecida em cm2/kN e por isso e é necessário converter o momento Md de kNm para kNcm
(multiplicar por 100).

Uma observação a ser feita é que a tabela Kc/Ks foi desenvolvida para uso em vigas retangulares. As vigotas,
após a concretagem da laje, possuem tem um perfil tipo T.
Porém, no caso das lajes de vigotas, a linha neutra fica acima das lajotas cerâmicas e podemos considerar este
perfil T equivalente a uma viga de perfil retangular, para o cálculo do momento positivo.

Linha Neutra

Acima da linha neutra temos compressão do concreto e abaixo da linha neutra temos tração, que é combatida
pela armação de aço na base da vigota. Por este motivo podemos considerar que nossa vigota possui um perfil
retangular equivalente de 37 por 12 cm.

Estamos, portanto, em acordo com a teoria do cálculo de momento em vigas, considerando o braço de
alavanca entre Rc e Rs e podemos usar a tabela Kc/Ks.

A dimensão d é a altura h menos a capa de cobrimento da armação. Para vigotas, a norma permite um
cobrimento menos rigoroso e vamos considerar que temos 1,5 cm de cobrimento. Assim nosso d será 10,5
cm.

Agora vamos calcular o nosso Kc

bw ∗ d2 37 ∗ 10,52
Kc = = = 16,44
Md 2,48 ∗ 100

E usamos a tabela para encontrar o Ks para um concreto de fck=30, que foi usado na obra.
No grupo à direita, encontramos o valor de Ks para o Aço usado na obra, o CA-50. Ks = 0,023. Embora as barras
das vigotas pré-fabricadas sejam de aço CA-60, na obra o aço mais comum é o CA-50. Assim vamos usar sempre
o Ks para CA-50, ficando a favor da segurança.

Área de seção de aço necessária (As) será:

Ks ∗ Md 0,023 ∗ 2,48 ∗ 100


As = = = 0,54 𝑐𝑚2
d 10,5

Precisamos de uma seção de aço de 0,54 cm2 para resistir ao momento positivo na vigota, que em sua
construção padrão possui duas barras de 4,2 mm ou 5 mm.

Podemos calcular (pr2) ou recorrer a uma tabela de sessão de aço para os


diversos diâmetros comerciais.

5.1.3.2. Vigotas com duas barras de aço ∅4,2 na base.

Precisamos de 0,54 cm2 e temos 2*0,139 = 0,278 cm2, uma diferença de 0,26
cm2. Olhando na tabela de aços, precisamos de adicionar uma barra de 6,3 mm
nesta vigota, ficando levemente a favor da segurança.

5.1.3.3. Vigotas com duas barras de aço ∅5,0 na base.

Precisamos de 0,54 cm2 e temos 2*0,198 = 0,396 cm2, uma diferença de 0,14
cm2. Olhando na tabela de aços, precisamos de adicionar uma barra de 4,2 mm
nesta vigota. Um pouco abaixo do necessário, mas considerando que calculamos
para aço CA-50 e as duas barras da vigota são CA-60, ainda estamos 20% a favor
da segurança.

5.1.3.4. Usando a planilha de cálculos do professor Leonardo Bastos

Podemos utilizar a planilha de cálculo do professor Bastos para encontrar facilmente a quantidade de barras
necessárias para o reforço nas vigotas.

Na aba Pré-lajes vamos entrar com os parâmetros da nossa laje pré, dimensão do vão e
Obs. Na planilha é usado uma cobertura de 2 cm, portanto, ´d = 10 cm para esta laje.

Agora, no lado direito da planilha temos as opções de escolher o diâmetro e quantidade de barras de aço, até
obter um As total igual ou maior que o necessário (As nec). No caso, uma barra de 6,3 mm foi suficiente.

5.1.4. Instrução ao cliente

Para passar a necessidade de compra ao cliente vamos anotar na planta de laje a necessidade adicional de aço
par o momento positivo nas vigotas.

O ideal é que as vigotas sejam construídas pelo fabricante, já com o reforço, mas na impossibilidade dessa
opção, as barras podem ser colocadas durante a obra, devidamente apoiadas sobre a base das vigotas para
posterior concretagem.

+1∅6,3 +1∅6,3

O detalhe de como será colocado a barra de reforço nas vigotas deve ser incluído no desenho do projeto
enviado ao cliente.
5.2. Contra flecha

Contra flecha é uma elevação adicionada no meio do vão


durante o escoramento para diminuir a flecha
perceptível visualmente.

Vamos imaginar que temos quatro lajes para calcular de


um pavimento conforme desenho a seguir e com as
seguintes características:

PP = 1,95 kN/m2

Rev. = 1,0 kN/m2

SC = 1,5 kN/m2

fck = 20 MPa

E vamos usar a planilha de cálculo para calcular as barras


adicionais.

5.2.1. Laje L1 e L3

As lajes 1 e 3 possuem um vão de 2 metros e entrando com os valores na planilha não temos necessidade de
reforço.

Também não será necessário usar contra flecha, pois temos um limite de 0,8 cm e estamos com 0,14 cm.

O valor 0,66 negativo significa que não é necessário utilizar contra flecha.
5.2.2. Laje L2

Para laje L2 temos um vão de 3,5 m e entrando com os valores na planilha de cálculo, encontramos uma
necessidade de 2 barras de 6,3 mm.

Estamos com uma flecha no tempo de 3,33 cm, superior à flecha limite de 1,4 cm. Neste caso vamos usar uma
contra flecha de 1,93 cm para que laje fique dentro do limite de deslocamento.

Observação: A contra flecha pode ter no máximo 2 cm.

Nos casos de necessidade de CF acima de 2 cm, podemos tentar uma armação de reforço maior, mas isso
inviabiliza o custo/benefício para este tipo de laje.

5.2.3. Laje L4

Para laje L4 temos um vão de 4,2 m, que resulta em uma CF de 3,78 cm, bem acima do máximo de 2 cm. Neste
caso este vão não pode ser superado com essa vigota de 12 cm usando o recurso de contra flecha.

O projetista precisa redimensionar o modelo, diminuindo o vão, utilizando uma laje de maior espessura ou
dando continuidade à vigota se for possível.
5.3. Adicionando continuidade às vigotas

Adicionar ao cálculo a continuidade entre vigotas adjacente é uma opção para reduzir o momento positivo e
a flecha em vigotas. Isto é feito incluindo barras superiores para combater os esforços de momento negativo
que não consideramos anteriormente quando trabalhamos com a premissa de vigotas bi apoiadas, a favor da
segurança.

Agora vamos levar em consideração que em algumas situações após a concretagem, a vigota possui uma
continuidade entre uma laje e outra, que é o caso das vigotas na laje L3 e L4 desse nosso modelo.

A rigidez proporcionada pela concretagem da capa da laje proporciona momento negativo na laje, que
podemos utilizar adicionando aço na parte superior da laje, ao longo da junção das vigotas, para reagir ao
esforço de tração e reduzir o momento positivo na laje.

O cálculo da área de aço necessária para combater o momento negativo precisa ser feito manualmente com
auxílio das tabelas Kc/Ks (desde que feitas as considerações para o perfil não retangular da vigota), ou com
auxílio da planilha de cálculo do prof. Leonardo Bastos.

O cálculo de deformação (flecha) e dos diagramas de momentos se tornam extensos e demorados, além do
escopo deste curso. Por isso vamos usar o programa Ftool, que é uma ferramenta gratuita desenvolvida pelo
professor Luiz Fernando Martha, associado da PUC-Rio.

Temos muitos tutoriais no YouTube e também na plataforma de cursos do Prof. Leonardo Bastos explicando
como utilizar o Ftool, que é bem fácil e intuitivo.

Um detalhe que devemos atentar é que precisamos usar a inércia fissurada, pois se difere muito da inércia
bruta quando trabalhamos com perfis de vigas muito baixo.

5.3.1. Inércia Fissurada

Como já sabemos, quando temos uma viga bi apoiada podemos calcular o momento máximo que acontece no
centro da viga, resultando em uma compressão na parte superior do perfil acima da linha neutra e uma tração
abaixo da linha neutra.

A tração provoca microfissuras no concreto reduzindo a sua rigidez (EI), que é um componente do nosso
cálculo de deformação da viga. A rigidez da vigota é função direta do momento de inércia pelo modulo de
elasticidade do concreto.

A fissuração reduz o momento de inércia do perfil do concreto, resultando em uma deformação maior, como
podemos deduzir da equação de deformação de vigas bi apoiadas com carga distribuída e uniforme.

5 P ∗ lx 4
∆i= ∗
384 EI
5.3.2. Calculando o diagrama de momentos

No Ftool precisamos modelar o perfil das vigotas da laje L3 e L4, considerando que agora elas possuem uma
continuidade.

E temos o seguinte diagrama de momentos, com um momento negativo máximo de 2,7 kN/m e um momento
positivo máximo de 2,4 kN/m.

Podemos ainda observar a redução do momento positivo quando comparado com o diagrama de momentos
sem considerar a continuidade.

5.3.3. Calculando o diagrama de deformação

Para calcular a deformação utilizando o Ftool, precisamos considerar a fissuração do concreto, pois já vimos
que a fissuração causa uma redução da rigidez bastante elevada em perfis muito baixos.

Também precisamos modelar o perfil da viga T em suas dimensões práticas, pois não temos um comprimento
de base igual a 12 cm de forma uniforme.

O tijolo se apoia nas laterais da vigota reduzindo a dimensão do perfil T de concreto.

Normalmente consideramos uma redução de 1,5 cm


de cada lado, fazendo o cálculo ser bem
conservador e a favor da segurança.
A seguir vamos calcular a deformação sem as considerações de fissuração e de redução do perfil por causa
do apoio da lajota e depois aplicar estas considerações para observar a diferença.

5.3.3.1. Deformação sem as considerações práticas

Temos uma deformação de 0,53 cm quando não aplicamos as considerações de fissuração


e redução de perfil.

5.3.3.2. Deformação considerando a redução de perfil

Aplicando a redução de perfil de 12 cm para 9 cm já podemos observar que a deformação


aumentou levemente.

5.3.3.3. Deformação considerando a redução de perfil e a fissuração

Agora vamos aplicar a fissuração, ou seja, calcular a inércia fissurada e ajustar a informação no perfil T. No
Ftool vamos utilizar uma seção genérica, com as propriedades definidas pelo usuário: Section
Properties/Generic/Integral Properties.

Área do perfil: é a soma das áreas dos dois retângulos do perfil T, considerando a
redução de 12 para 9 cm na base por causa do apoio do tijolo;

As: é a área para cisalhamento, não considerada para nosso cálculo;

I: é a inércia da peça, que no nosso caso será a inércia fissurada;

d: é a altura da laje;

𝐲: é a altura do centro de gravidade, sem influência para deformação.


Podemos observar que a deformação praticamente dobrou quando levamos em consideração a fissuração.

A dificuldade aqui está em calcular a inércia fissurada, pois envolve uma formulação extensa e demorada como
veremos mais adiante. Por ora retiramos valor (Inércia média) da planilha de cálculo do professor Leonardo.

Observação: O cálculo da inercia fissurada feito pela planilha considera o fck, as armações de reforço e as
dimensões da vigota.

5.3.3.4. Deformação ao longo dos anos

Ainda precisamos multiplicar pelo coeficiente de deformação com o tempo. Este coeficiente é em torno de 2
a 2,5, mas novamente vamos utilizar o valor calculado na planilha de 2,16

∆∞ = 2,16 ∗ 1,19 = 2,57 𝑐𝑚

5.3.3.5. Deformação limite e contra flecha

Sendo a deformação limite o valor do vão dividido por 250 temos:


𝐿 4,2
∆𝑙𝑖𝑚 = = = 0,0168 𝑚 = 1,68 𝑐𝑚
250 250
A deformação de 2,57 cm é maior que a deformação limite e podemos aplicar uma contra flecha até o limite
de 2 cm. Vamos aplicar uma contra flecha de 2,57 – 1,68 = 0,89 cm, que arredondamos para 1 cm

𝐶𝐹 = 1 𝑐𝑚

5.3.4. Calculando as barras de reforço

Como já fizemos anteriormente, vamos usar o método Kc/Ks para calcular a necessidade de área de aço para
o reforço positivo e negativo. Não podemos usar a planilha de cálculo porque ela é apenas para viga bi apoiada.

5.3.4.1. Reforço para o momento positivo

Do diagrama de momentos temos que M+ = 2,4 kN/m2 e Md+ = 2,4*1,4 = 3,36 kN/m.

A distância d = 12 – 1,5 cm do cobrimento = 10,5 cm.

bw ∗ d2 37 ∗ 10,52
Kc = = = 12,9
Md 3,16 ∗ 100

Usamos a tabela para


encontrar o Ks para um
concreto de fck=20, que
foi usado neste exemplo.
Área de seção de aço necessária (As) será:

Ks ∗ Md 0,024 ∗ 3,36 ∗ 100


As = = = 0,77 𝑐𝑚2
d 10,5

A vigota comercial já possui duas barras de aço ∅4,2 CA-60, ou seja, 2 x 0,139 cm2 = 0,27 cm2, equivalente a
0,33 cm2 de CA-50, pois o CA-60 possui 1,2 vezes a resistência do CA-50

Chegamos a conclusão que ainda faltam 0,44 cm2 de área de aço na vigota (0,77 – 0,33 = 0,44).

Na tabela de aços, encontramos que uma barra de 8 mm possui 0,50 cm 2 de seção de aço, que é suficiente
para o reforço de momento positivo.

5.3.4.2. Reforço para o momento negativo

Aqui temos uma inversão do que foi explicado no item 5.1.3.1. Aço para combater o momento positivo nas
vigotas e o perfil T estará invertido em relação a área comprimida e a área tracionada. Para o momento
negativo temos tração nos 37 cm da capa de concreto e compressão nos 12 cm da base da vigota. Temos que
usar bw = 12 cm, pois agora, essa é a área comprimida.

Alguns autores adotam uma redução de (2x1,5) cm por conta da borda do tijolo que reduz a área de concreto
nesta região. Isso resulta em um leve aumento na área de aço para o reforço.

A distância d = 12 – 1,5 cm do cobrimento = 10,5 cm pode ser mantida para o negativo.

Do diagrama de momentos temos que M- = 2,7 kN/m2 e Md- = 2,7*1,4 = 3,78 kN/m.

bw ∗ d2 12 ∗ 10,52
Kc = = = 3,5
Md 3,78 ∗ 100

Usamos a tabela para


encontrar o Ks para um
concreto de fck=20, que
foi usado neste exemplo.

A área de seção de aço necessária (As) será:

Ks ∗ Md 0,027 ∗ 3,78 ∗ 100


As = = = 0,97 𝑐𝑚2
d 10,5

Observação importante:

Para o momento positivo, nos usamos as duas barras ∅4,2 da base da vigota como parte do aço para combater
o esforço de momento positivo.

No caso do momento negativo, a barra da parte superior da vigota não pode fazer parte do aço de resistência
à tração porque ela não está posicionada na capa de concreto.
A barra para o momento negativo precisa estar acima da linha neutra bem próximo da superfície da laje.
Portanto, a armação da vigota não será considerada para compor a necessidade de aço para o momento
negativo.

Vamos precisar de 2 barras de 8 mm (2*0,503), ou seja, 1,006 cm2.

5.3.5. Detalhamento em planta

No desenho de planta vamos detalhar com a informação de barras adicionais de momentos positivos e
negativos e o valor de contra flecha a ser usado.

O tamanho das barras de momento negativo pode ser calculado de forma simplificada como ¼ do maior vão.
Neste caso, 4,2/4 = 1 metro para cada lado.
5.4. 3Segundo exemplo de reforço em laje de vigotas

Seguindo o que foi apresentado nos itens 5.2. Contra flecha e 5.3. Adicionando continuidade às vigotas, vamos
calcular mais uma laje com uso de vigotas, encontrando a necessidade de barras de reforços para momentos
positivos e negativos e os valores de contra flechas.

Laje B12
Peso da laje 1,95 kN/m2
Revestimento 1,0 kN/m2
Sobrecarga 1,5 kN/m2
fkc 25 MPa

5.4.1. Carga linear sobre as vigotas

Vamos calcular a carga total por metro quadrado e distribuir para cada vigota.

𝑞 = 𝑃𝑃 + 𝑅𝑒𝑣 + 𝑆𝐶 = 1,95 + 1 + 1,5 = 4,45 𝑘𝑁/𝑚2

O peso sobre cada vigota será da metade de cada lado, que é a distância entre eixo de uma vigota até a outra.
Para nossa laje B12, esta distância é de 37 cm (12 + 25 cm).

Então, o peso linear de laje sobre cada vigota será:

𝑘𝑁
𝑞𝑣 = 4,45 ∗ 0,37𝑚 = 1,65 𝑘𝑁/𝑚
𝑚2

5.4.2. Laje L1

As vigotas da L1 não possuem uma continuidade longitudinal com as vigotas da laje L2 ou L3 e só podemos
trabalhar com estas vigotas de forma bi apoiada.

Relembrando que para vigota B12 temos as seguintes dimensões, conforme visto no item 5.1.2. Carregamento
sobre as vigotas do segundo pavimento:

d=10,5 cm

bw=37 cm

O momento máximo será:

𝑙2 2,502
M = q∗ = 1,65 ∗ = 1,29 kNm
8 8

3
Aula online 1/4/2021
Md = M ∗ γ = 1,29 ∗ 1,4 = 1,80 kNm

A área de aço será:

bw ∗ d2 37 ∗ 10,52
Kc = = = 22,6
Md 1,80 ∗ 100

Para Kc =22,6 temos Ks = 0,023

Ks ∗ Md 0,023 ∗ 1.8 ∗ 100


As = = = 0,39 𝑐𝑚2
d 10,5

Considerando que a vigota já possui duas barras ∅4,2 de aço CA-60, já temos uma área de equivalente ao CA-
50 de 0,33 cm2. Para completar o que falta, podemos usar apenas mais uma barra de 4,2 mm. Podemos até
desconsiderar, pois faltou apenas 0,06 cm2 de área de aço e já temos os coeficientes de segurança e valores
conservadores de carregamento.

Visto isto, vamos considerar a L1 sem necessidade de reforço.

Para deformação vamos usar a planilha de cálculo do professor, pois como já visto, os cálculos envolvem
equações grandes que serão vistos à parte no curso.

Entrando com os valores na planilha temos que não precisamos de usar contra flecha.

5.4.3. Laje L2

As vigotas da L2 também não possuem continuidade longitudinal com outras vigotas. Também vamos
trabalhar com a vigota de forma bi apoiada.

O momento máximo será:

𝑙2 2,802
M = q∗ = 1,65 ∗ = 1,62 kNm
8 8

Md = M ∗ γ = 1,62 ∗ 1,4 = 2,27 kNm

A área de aço será:

bw ∗ d2 37 ∗ 10,52
Kc = = = 17,97
Md 2,27 ∗ 100

Para Kc =17,97 temos Ks = 0,023

Ks ∗ Md 0,024 ∗ 2,27 ∗ 100


As = = = 0,52 𝑐𝑚2
d 10,5

Considerando que a vigota já possui 0,33 cm2 de área de aço equivalente ao CA-50, ainda precisamos de mais
0,19 cm2 de área de aço. Isso corresponde a mais uma barra de ∅5.0 que vamos precisar detalhar na planta.

Visto isto, vamos considerar a L2 com uma barra de reforço de 5,0 mm

Para deformação, há necessidade de uma contra flecha de 0,12 cm que vamos desconsiderar.
5.4.4. Laje L3 e L4

As vigotas da L3 e L3 estão alinhadas de forma longitudinal. Neste caso vamos poder usar a continuidade entre
as lajes para reduzir os esforços de momento positivo e a flecha.

Aproveitar a continuidade entre as lajes exige um processo construtivo mais rigoroso, pois as vigotas precisam
estar bem alinhadas no sentido longitudinal e o posicionamento de aço adicional para os momentos positivos
e negativos precisam ser seguidos com maior rigor. O Engenheiro precisa ter o bom senso em avaliar se estas
condições mais criteriosas serão cumpridas durante a obra.

Primeiro vamos calcular o vão bi apoiado e depois considerando a continuidade para avaliar as diferenças.

5.4.4.1. Calculando L3 e L4 como bi apoiada

O momento máximo será:

𝑙2 3,502
M = q∗ = 1,65 ∗ = 2,53 kNm
8 8

Md = M ∗ γ = 2,53 ∗ 1,4 = 3,54 kNm

A área de aço será:

bw ∗ d2 37 ∗ 10,52
Kc = = = 11,52
Md 3,54 ∗ 100

Para Kc =11,52 temos Ks = 0,024

Ks ∗ Md 0,024 ∗ 3,54 ∗ 100


As = = = 0,81 𝑐𝑚2
d 10,5

Considerando que a vigota já possui 0,33 cm2 de área de aço equivalente ao CA-50, ainda precisamos de mais
0,48 cm2 de área de aço. Isso corresponde a mais uma barra de ∅8.0 que vamos precisar detalhar na planta.

Visto isto, vamos considerar a L3 com uma barra de reforço de 8,0 mm

A contra flecha obtida na planilha de cálculo é 1,78 cm e vamos adotar uma contra flecha de 1,5 cm.

5.4.4.2. Avaliando a necessidade de usar o momento negativo

Para laje L3, apenas uma barra de 8 mm foi suficiente para cobrir o vão e podemos optar em não considerar
o momento negativo pelos seguintes motivos.

É comum surgirem fissuras no apoio dos vãos e normalmente já é usual colocar barras ∅4,2 ou ∅5 em todos
os encontros de laje com vigas para que estas fissuras sejam reduzidas.

Uma malha pop (tela soldada) pode ser usada sobre a laje para trabalhar da redução de microfissuras.

É uma prática usar tela pop com adição de barras de negativos sobre vigas, deixando apenas as periferias das
lajes sem barras de negativo.

Uma consideração a ser feita é a respeito do custo do aço no mercado, pois a laje nervurada pode ficar
antieconômica com todas estas adições.
5.4.4.3. Considerando a continuidade da vigota entre L3 e L4

Para facilitar nossos cálculos vamos usar o Ftool para encontrar os momentos e os deslocamentos, pois os
cálculos manuais são extensos e demorados. Teríamos que utilizar método das forças ou métodos dos
deslocamentos para calcular pórticos hiperestáticos.

Vamos modelar o pórtico no Ftool e extrair as informações de momento.

5.4.4.4. Reforço para o momento positivo

A área de aço para o momento positivo será:

Md = M ∗ γ = 1,42 ∗ 1,4 = 1,99 kNm

bw ∗ d2 37 ∗ 10,52
Kc = = = 20,5
Md 1,99 ∗ 100

Para Kc =20,5 temos Ks = 0,023

Ks ∗ Md 0,023 ∗ 1,99 ∗ 100


As = = = 0,43 𝑐𝑚2
d 10,5

Considerando que a vigota já possui 0,33 cm2 de área de aço equivalente ao CA-50, ainda precisamos de
mais 0,10 cm2 de área de aço. Isso corresponde a mais uma barra de ∅4,2 mm.

5.4.4.5. Reforço para o momento negativo

A área de aço para o momento negativo será:

Md = M ∗ γ = 2,53 ∗ 1,4 = 3,54 kNm

bw ∗ d2 9 ∗ 10,52
Kc = = = 2,8
Md 3,54 ∗ 100

Observação: (bw = 12 ou 9) - Ver item 5.3.4.2. Reforço para o momento negativo. Alguns autores recomendam
usar 9 cm pela redução de 1,5 cm de cada lado da área comprimida por conta do apoio do tijolo nesta região.
Isto vai resultar em um leve aumento da área de aço de reforço.
Para Kc =2,8 temos Ks = 0,027

Ks ∗ Md 0,027 ∗ 3,54 ∗ 100


As = = = 0,91 𝑐𝑚2
d 10,5

Para o momento negativo, não podemos considerar o aço que a vigota já possui na parte superior da treliça,
pois esta barra não está na posição correta dentro da laje. Assim vamos precisar usar 2 barras de ∅8 mm
para o momento negativo.

Conclusão: sem usar o negativo, estávamos com uma barra de ∅8 mm no positivo. Usando o momento
negativo precisamos de 2 barras de ∅8 mm no negativo mais uma barra de ∅4,2 no positivo. A vantagem
será uma necessidade menor de contra flecha.

5.4.4.5. Flecha e contra flecha considerando continuidade

Precisamos considerar a fissuração e a redução de perfil de concreto conforme visto no Item 5.3.3.3.
Deformação considerando a redução de perfil e a fissuração. Usamos a planilha de cálculo para obter a inércia
média e o Ftool para obter a deformação imediata. Com isso temos as seguintes deformações imediatas:

Observação: A norma recomenda usar a inercia média que é uma relação ponderada entre a inercia bruta e a
inercia fissurada.

Inserindo o valor da inercia média no Ftool teremos:

Encontramos uma deformação imediata de 0,8 cm, mas ainda precisamos calcular a deformação no tempo
infinito multiplicando pelo coeficiente 2,16.

Temos uma flecha diferida de 0,8 * 2,16 = 1,72 cm

A flecha limite é 350 / 250 = 1,4 cm

Conclusão: Vamos precisar de uma contra flecha de 0,5 cm


5.4.5. Informações em planta

Como já vimos, temos que colocar as informações de armação adicional e de contra flecha no desenho de
planta da seguinte forma:

Sem considerar continuidade Considerando continuidade

+1∅5,0
+1∅5,0

CF = 0
CF = 0

SR SR
CF = 0 CF = 0

+2∅8 p/vigota

+1∅8 +1∅8 +1∅4,2 +1∅4,2


CF = 1,5 CF = 1,5 CF = 0,5 CF = 0,5

5.4.6. 4Lançando o projeto anterior no Cype

Agora vamos modelar o exemplo anterior no Cype e comparar os resultados. Para isto vamos iniciar um novo
projeto no Cype e lançar uma estrutura de três grupos: O térreo (fundações), o primeiro pavimento e a laje.

O que nos interessa nesse modelo é apenas a laje com a sobrecarga de 1,5 kN/m2 e a carga permanente de
1,0 kN/m2, conforme adotamos no exemplo anterior.

5.4.6.1. Configurando o modelo

No menu Introdução/Pisos/Grupos/Novos Pisos, configuramos o número de pisos sendo 3.

4
Aula online 13/4/2021
No menu Introdução/Pisos/Grupos/Editar Pisos, configuramos a altura da fundação para -1,50 metros

Diferente do que fizemos em outros modelos, não vamos utilizar o recurso de máscara do projeto de
arquitetura, pois este é um modelo muito simples e
podemos lançar os pilares, vigas e lajes diretamente no
ambiente de CAD do Cype.

Vamos lançar pilares de 20x20 cm nas medidas do nosso


exemplo anterior, repetida ao lado para facilitar a
visualização.

No menu Introdução/Pilares..../Novo Pilar, configuramos o


pilar para 20x20 e podemos fazer o lançamento exatamente
sobre a origem do ambiente CAD no Cype.

Feito o lançamento do primeiro pilar, vamos clicar um pouco mais a frente sobre a linha de
referência para o lançamento do segundo pilar. Com isso o Cype abre uma pequena caixa
solicitando a distância do primeiro pilar. Informe a distância de 3,5 metros e clique na marca
verde.
Repetimos este procedimento para todos os pilares, informando as distâncias nos eixos x e y do plano e
depois renumeramos os pilares para ficar conforme segue.

Indo para segunda aba do Cype, vamos lançar as vigas de 15x40 e a laje de vigotas. As vigas podem ser
lançadas exatamente nos centros dos pilares para facilitar nosso modelo.

Este é o nosso térreo onde não temas lajes. Vamos informar ao Cype que não temos laje neste pavimento,
subir um pavimento e copiar as vigas.
5.4.6.2. Lançando a laje de vigotas

Vamos lançar a laje B12 com no exercício anterior, adicionando suas medidas com o uso do botão ,
conforme já visto no item 4.4. Lançando laje pré-fabricada (vigota)

Configuração da laje B12


Agora lançamos a laje B12 no pavimento térreo e depois copiamos para cobertura.

Nosso modelo 3D ficará conforme ao lado. Lembrando


que neste exemplo nós estamos buscando apenas
calcular os deslocamentos calculados pelo Cype para
comparação com nosso cálculo manual do exemplo
anterior.

Assim, vamos processar o modelo e verificar os


resultados.

5.4.6.3. Comparando os resultados

Vamos lembrar que o Cype não calcula a armadura


positiva para laje de vigotas, ou seja, as armaduras de
reforço que calculamos no item 5.1.3. Calculando o
momento positivo para as vigotas com vão de 2,78
mOs resultados que vamos comparar aqui são os de
momento negativo e de deformação.
No menu Vigota/Vistas podemos escolher algumas verificações para visualização. Observe que só temos
opção para Armaduras negativas para marcar.

No nosso item 5.4.5. Informações em planta resumimos as


necessidades de armaduras adicionais para nossa laje. A
informação do Cype não é otimizada visualmente, mas
podemos observar a adição de duas barras de 8 mm entre a
laje 3 e 4, representada por 1∅8 C=210 + 1∅8 C=160.

Consideramos barras com comprimento de ¼ do maior vão


(87 cm). Porém o Cype fez um cálculo mais conservador,
sendo uma barra com 105 e outra com 80 empara cada lado.
Também podemos ver que o Cype foi muito conservador adicionando barras de reforço de 8 mm em todas as
bordas da laje no sentido da vigota. Isto não foi previsto em nos nossos cálculos manuais, pois consideramos
a borda da laje com apoio simples rotulado.

Também podemos observar que o Cype não indicou necessidade de contraflecha, caso contrario, teria
marcado a vigota de vermelho indicando a necessidade da contraflecha.

5.4.6.4. Retirando o engaste entre vigotas

Podemos informar o Cype para desconsiderar totalmente o engaste entre as vigotas adjacentes. Para isto, na
aba entrada de pavimentos, acionamos o
menu Viga/Paredes/Engastamento.

Na janela que se abre atribuímos valores


entre 0 e 1, sendo 0 para totalmente rotulado
e 1 para totalmente engastado.

Configurando o valor zero, clicamos em


ambos os lados da viga V6 para que o Cype
desconsidere as vigotas com seus apoios
totalmente rotulados.

Calculando novamente o modelo, observamos que o Cype não considera mais os momentos negativos e
todas as vigotas ficaram com flecha excessiva.

O Cype retirou a barra negativa, mas manteve o reforço de borda de 8 mm. Isso causou uma flecha maior,
indicando a necessidade de usar contraflecha de pelo menos 1,5 cm
5.4.7. Alinhando as vigotas

No caso de as vigotas não estarem alinhadas entre duas lajes quando lançadas na mesma direção, podemos
usar o menu Laje/Dados laje/Alterar ponto de passagem. Depois clique em uma laje e depois sobre alguma
vigota da outra laje para que fiquem alinhadas.

5.4.8. Exportando desenho de plantas para DWG

No botão de desenho vamos adicionar as pranchas que necessitamos para impressão. Vamos adicionar
desenho de fôrmas para o grupo 2 até 2 (1º pavimento) e desenho de plantas para armaduras longitudinal e
transversal, superior e inferior, também para o grupo 2 ate 2. Em todos os casos de armadura, vamos incluir a
opção tabela de ferros e tabela resumo.

Aceitando estes desenhos vamos verificar que o Cype não mostra armaduras inferior, pois não calcula
armaduras positivas. Também observamos que o Cype repete o desenho de armadura longitudinal e
transversal superior (negativas).

Visto isso, podemos desmarcar alguns desenhos, mantendo apenas fôrmas e uma armadura inferior e
superior.
Possivelmente, o Cype pode ainda não mostrar as armaduras superiores (negativas). Neste caso verifique nas
configurações do desenho de planta superior (negativo), botão configurar, Arm. Pré-fab, opção Armadura
negativa e deixe marcado para Armadura negativa.

Para as armaduras inferiores (positivas), deixe desmarcado para o Cype não duplicar a tabela de aço com a
mesma informação

O resultado será como segue e devemos exportar para um arquivo DWG usando o botão imprimir.
Feito a exportação dos desenhos, ainda teremos mais um trabalho a fazer, usando o AutoCad para adicionar
mais informação como a necessidade de contraflecha, barras de reforço positivo, informações adicionais da
vigota, do concreto usado, adção de malha pop, etc,

Exemplo modelo com informações adicionadas que devem ser adicionadas com AutoCad nos desenhos de
planta gerados no Cype. Estas adições dão um aspecto mais profissional ao trabalho e sobretudo, fornece
informações imprescindíveis para a execução da obra.

• Exemplo de informação de Contraflecha, barra de reforço adicional e malha pop

• Exemplo de informação da vigota

• Otimização do desenho do Cype para representação das armações

• Por fim é preciso rever as tabelas de aço, pois adicionamos aço não contabilizado pelo Cype.
5.4.8.1. Considerações finais

Mostramos que é possível incluir barras de reforço no positivo ou aproveitar os efeitos de continuidade entre
as lajes utilizando barras negativas. No primeiro caso, incluímos barras de ∅ 8,0 mm no positivo e uma
contraflecha de 1,5 cm. No segundo caso utilizamos duas barras de ∅ 8,0 mm no negativo e utilizamos uma
contraflecha menor, ficando a critério do projetista uma solução ou outra ou ainda um mix das duas,
favorecendo a segurança.

Em ambos os casos, é necessário utilizar a malha POP para evitar pequenas fissurações na laje, principalmente
sobre as lajotas cerâmicas, entre uma vigota e outra.

Podemos entender essa região como uma pequena laje de apenas 4 cm de expessura, pois o tijolo cerâmico
ou EPS oferece pouca ou nenhuma resistência. A Norma exige a utilização de malha pop para evitar fissuração
nesta região por falta de armação.

6. 5Projetando um modelo de 8 andares com aplicação do vento


Neste próximo exemplo, vamos trabalhar em um modelo de um edifício comercial de 8 andares, contendo um
shaft para instalação de elevadores com casa de máquinas no topo e caixa d’água no topo com 10 mil litros.

6.1 Vistas do projeto

Visão frontal, lateral e corte

5
Aula online 15/4/2021
Planta baixa do térreo e tipo
Escadas e reservatórios

6.2. Itens básicos para iniciar a modelagem no Cype

Como já visto de forma mais detalhada nos capítulos anteriores, precisamos de uma sequência de ações antes
de iniciar a modelagem no Cype:

• Copiar o desenho de planta do térreo para um novo arquivo e salvar com nome 00_TERREO;
• No Autocad, limpar as cotas do desenho e outras informação que não serão usadas como máscara;
• Conferir a escala do desenho;
• Escolher um ponto fixo, que pode ser um ponto da escada normalmente comum a todos os andares;
• Passar todo projeto para um único layer, (layer 0);
• Excluir os layer não utilizados com purge;
• Escolher uma cor para o térreo e salvar;
• Repetir o procedimento para o desenho de pavimento tipo, escolher uma cor diferente e salvar com
nome 01_TIPO;
• Repetir o procedimento de limpeza para o pavimento de casa de máquinas, sem esquecer de ajustar
o ponto fixo e salvar com nome 02_CASA DE MAQUINAS;
• Repetir o mesmo procedimento para o reservatório.
Após a preparação dos arquivos de máscara teremos o seguinte aspecto:
6.3. Iniciando a modelagem no Cype

Vamos entrar no menu Arquivo/Novo... e depois dar um nome e descrição para o projeto. Configura o novo
modelo com as seguintes premissas:

• fkc de 30 MPa;
• NBR ABNT 6118:2014;
• Terreno de fundação 0,20 MPa;

Em Introdução/Pisos/Grupos/Novos pisos (opção Independente), configurar:

• Número de pisos sendo 13 (piso do térreo mais 8 lajes mais teto do oitavo andar mais 3 lajes para casa
de máquinas, reservatório e cobertura do reservatório).
• Preencher valores de SCU e CP conforme a utilização.

Em Introdução/Pisos/Grupos/Editar
pisos, configurar a cota do nível da
fundação como -1,50 m.

As cotas devem bater com as cotas do


projeto arquitetônico.
Com o botão DXF , Editar máscara, vamos carregar os desenhos da planta baixa no CypeCad utilizando o
botão e escolhendo os arquivos de CAD previamente preparados.

Lembrando que os arquivos de CAD precisam estar salvos em versão de CAD anterior a versão do CYPE usado.

Agora usamos o botão Editar vistas, marcamos a vista


do Térreo e estamos prontos para iniciar a modelagem no
Cype lançado os pilares, vigas, lajes e cargas.

Observe que a origem do Cype é exatamente o nosso ponto


fixo escolhido e configurado no CAD
6.4. Lançando os pilares

Utilizando os procedimentos já vistos em capítulos anteriores, vamos lançar os pilares, inicialmente com
dimensões de 20x50 cm nas posições desejada pelo arquiteto.

É importante ter em mente que não existe uma posição correta para locação dos pilares. Também não temos
que nos preocupar com suas dimensões iniciais. O que vai determinar se as posições ou as dimensões estão
corretas será o cálculo do modelo, após os quais vamos redefinir e otimizar conforme a necessidade.

Obviamente que a habilidade e experiência do engenheiro projetista será determinante para evitar que um
lançamento muito discrepante torne o trabalho de otimização mais dispendioso que o necessário, ou seja,
evitando pilares ou vão exagerados, que certamente vão exigir uma estrutura desproporcional.

6.4.1. Sequência para o lançamento dos pilares

O lançamento deve ser feito seguindo a sequência de exemplo abaixo utilizando o menu Introdução/Pilares.

• Ativar a captura Extremo;


• Lançar os pilares nas posições;
• Ajuste para encaixar perfeitamente;
• Ajuste o ponto fixo, pois se precisar alterar a dimensão do pilar ele permanecerá ajustado;
• Conferir se houve interferência com os pavimentos superiores alterando entre as vistas;
• Renumerar os pilares de forma sequencial;

Feitos os lançamentos de pilares teremos o seguinte aspecto:


6.5. Lançamento das vigas

Vamos lançar vigas de 20 x 40 seguindo o mesmo raciocínio usado para pilares no aspecto das dimensões. Os
ajustes e otimizações serão feitos após o cálculo do modelo completo.

6.5.1. Sequência de lançamento das vigas

O lançamento deve ser feito seguindo a sequência de exemplo abaixo utilizando o menu Vigas/Entrar viga
lembrando que para lançar vigas é necessário estar na aba Entrada de pavimento.

• Ativar a captura O mais próximo


• Lançar as vigas próximo às linhas de referência da arquitetura;
• Ajustar as vigas para que fiquem com uma face exatamente sobre linha do desenho da arquitetura;
• Nas vigas centrais, desativar a captura para lançar no centro do pilar (aparece a bolinha vermelha);
• Prolongar as vigas;

Até este ponto teremos o seguinte aspecto para o lançamento:

Desligando a máscara:
Agora podemos subir para o grupo 2 (próximo pavimento) e copiar as vigas do grupo 1 para o grupo 2. Use a
seta de navegação utilize o comando Grupo/Copiar de outro grupo para executar a cópia das vigas
do térreo.

Após a cópia teremos o seguinte aspecto no grupo 1 (primeiro pavimento):

Observe que temos paredes nas áreas de banheiro caso seja utilizado laje pré-moldada, será necessário lançar
mais vigas para suportar o peso das paredes. Neste exemplo vamos trabalhar com laje maciça e não
precisamos de vigas nestas regiões.

É até recomendável usar laje maciça em edificações altas, pois contribui para estabilidade global melhorando
a rigidez onde todos os elementos contribuem em conjunto para combater deslocamentos horizontais.

6.6. Detalhe das varandas laterais

A arquitetura colocou as varandas laterais utilizando um tipo de laje de bordo livre, mas estas estruturas não
são recomendadas, pois não deixam opções para instalação de drenagem de águas pluviais ou rebaixamento
do nível em relação a laje interna da edificação.

Para efeitos didáticos, vamos lançar esta laje de bordo livre para visualização em 3D. Depois vamos apagar e
seguir com o lançamento de laje sobre vigas.

6.6.1. Lançando a varanda com bordo livre

No menu Viga/Paredes/Entrar Viga


escolha a família nervurada não
estrutural e o tipo borda livre.
Lance a viga de borda livre sobre as
linhas da arquitetura, prolongue sobre
estas linhas até se cruzarem e depois
apague os extremos. Este cruzamento
é feito para garantir que o CYPE
identifique o cruzamento e faça a
união das vigas.

Depois, lance uma laje de 10 cm de


espessura.

No menu Grupos/Vistas 3D pisos escolha o pavimento de 1º


a 1º para visualização 3D apenas deste pavimento. Com o
detalhe em 3D, podemos ver como fica o aspecto.

Veja que para instalação de um dreno, ficará aparente não


sendo possível esconder com um rebaixamento de teto,
normalmente feito em madeira nos edifícios mais
modernos.

6.6.2. Lançando a varanda sobre vigas

Vamos apagar o lançamento anterior e lançar vigas


tradicionais de 15 x 40, também com uma laje de 10 cm.
Podemos observar que agora temos um nicho onde é
possível esconder o ralo e tubulações com um rebaixamento
de gesso ou madeira.

Também, agora é possível aplicar um desnível entre o piso


da varanda e a laje do interior do ambiente, para que a água
da chuva não entre.
6.6.3. Aplicando desnível entre lajes

Para aplicar um desnível na laje vamos usar o menu Grupos/Lajes inclinadas/Desníveis e vamos criar um novo
desnível utilizando o botão . Escolha um nome para o desnível, informe o desnível como -0,05 m (5 cm) e
clique em aceitar.

Feito isto, o Cype criou um novo plano com um desnível de 5 cm para baixo (negativo).

Clique no botão Atribuir e depois clique sobre as lajes do modelo onde desejamos o rebaixamento, no caso,
as lajes das varandas. Finalize clicando com o botão contrário do mouse e depois no botão Aceitar.

A laje foi rebaixada mas temos um


problema, pois com esta ação o Cype
baixou junto o nível das vigas e não
queremos que isso aconteça.

Podemos observar isso na visão 3D.


Para corrigir isto, voltamos na atribuição de desnível e vamos
atribuir o plano base (altura zero) para as vigas que foram
rebaixadas, clicando sobre elas.

Clique no botão atribuir para altura zero e depois clique sobre


as vigas que foram rebaixadas. Com isso as vigas serão
realinhadas na altura zero, ficando na cor cinza conforme as
demais vigas e lajes.

Agora estamos com um desnível apenas da laje, formando uma pequena barreira no contorno para que a água
não escorra pelas laterais.

6.7. Aplicando o carregamento

A aplicação do carregamento é semelhante ao que já fizemos em capítulos anteriores, item 3.4.6.


Carregamentos na estrutura. Precisamos consultar a norma para encontrar as recomendações mínimas para
nosso edifício comercial e fazer o lançamento das cargas conforme segue:

• Sobrecarga - 2,0 kN/m2;


• Carga permanente – 1,0 kN/m2;
• Paredes – 1,60 kN/m2;

➢ Paredes abaixo de vigas
✓ 3,06 m (altura entre pavimentos) – 0,40 m (viga) = 2,66 m (altura da parede)
✓ 1,60 kN/m2 x 2,66 m = 4,25 kN/m;
✓ Arredondamos para 4,50 kN/m ficando a favor da segurança.
➢ Paredes abaixo da laje
✓ 3,06 m (altura entre pavimentos) – 0,10 m (viga) = 2,96 m (altura da parede)
✓ 1,60 kN/m2 x 2,96 m = 4,80 kN/m;
➢ Paredes guarda corpo (varandas)
✓ Normalmente são estruturas leves, de alumínio ou vidro, por isso vamos considerar
uma parede de um metro (1,6 kN/m) ficando a favor da segurança.
➢ Mureta de proteção (cobertura)
✓ Vamos considerar uma mureta de 1,30 metros de
✓ 1,60 kN/m2 x 1,30 m = 2,08 kN/m, que arredondamos para 2,10 kN/m
Sobrecarga e Carga permanente já configuramos no início do modelo, e podemos verificar no menu
Cargas/Cargas de Grupo

Para o lançamento de cargas de paredes, usamos o menu Cargas/Cargas lineares em vigas e configuramos
com 4,5 ou 4,8 kN/m

As linhas amarelas representam os locais onde temos carga linear, com a informação do valor em kN/m logo
abaixo da linha.

6.8. Copiando pavimentos tipo

O próximo passo será copiar o pavimento recém configurado para os


pavimentos tipo superiores e executamos esta ação via menu
Grupos/Copiar de outros grupos. Suba um grupo e copie do grupo
logo abaixo até chegar ao oitavo pavimento.

Podemos então observar o modelo em 3D, já pronto até o oitavo


pavimento.

Para o pavimento cobertura, podemos copiar do oitavo pavimento,


mas vamos precisar apagar as cargas e lançar novamente, pois na
cobertura temos apenas uma mureta de proteção com 1,30 metros de
altura no entorno da edificação.

No entorno do shaft do elevador e da escada, temos paredes um


pouco mais alta. Nesta região teremos uma carga de 4,8 kN/m.
Na figura a seguir temos o carregamento ajustado para cobertura

6.9. Ajustando pilares que morrem na cobertura

Apenas os pilares P3, P4, P9, P10, P13, P14, P17 e P18 avançam além da cobertura, para suportar a casa de
máquinas e o reservatório. Os demais pilares precisam ser finalizados na cobertura.

Precisamos voltar na aba Entrada de pilares e usar o


menu Introdução/Pilares/Modificar início e fim para
ajustar onde o pilar inicia e termina.

Ajuste para Grupo inicial Fundação e Grupo final


Cobertura, clicando em seguida no botão Atribuir.

Agora clique nos pilares que terminam na cobertura. O


pilar fica em uma cor vinho, indicando que foi alterado.

Clique com o botão contrário do mouse, depois em


Terminar e Sair para finalizar o comando.

Observe que agora os pilares morrem na cobertura.


6.10. Finalizando o topo do edifício

No topo temos a casa de máquinas e o reservatório para modelar. Vamos iniciar pela casa de máquinas,
seguindo para o fundo do reservatório e depois o topo.

6.10.1. Modelando a casa de máquinas

Vamos subir para o próximo pavimento, grupo 11 (Casa de máquinas), ligar a máscara Casa de máquinas e
copiar o andar de baixo. Depois vamos apagar os carregamentos e vigas excedentes. Dessa forma as vigas
ficarão exatamente alinhadas com as de baixo.

Ainda precisamos apagar algumas vigas e lançar a laje da casa de máquinas conforme figura, ficando com um
pequeno trecho em balanço.

Lembrando que precisamos consultar a norma para encontrar a recomendação mínima de lajes para casa de
máquinas. Neste nosso edifício, a recomendação e de uma laje com no mínimo 15 cm de espessura.

As figurar a seguir ilustram estas ações

6.10.2. Modelando o fundo do reservatório

Neste caso, também vamos copiar da cobertura e apagar os elementos


excedentes. Depois lançamos uma laje de 15 cm que será o fundo do
reservatório.
6.10.3. Topo do edifício

No topo temos uma laje final que cobre o reservatório e a casa de máquinas, lembrando que agora podemos
usar uma laje de 10 cm.

Para facilitar o trabalho, também podemos copiar do pavimento cobertura e apagar os elementos excedentes.

Um outro detalhe é que podemos já iniciar a otimização da estrutura, retirando os pilares P13 e P14 deste
pavimento. Visualmente, percebe-se que está exagerado manter este pilar. Para isso, vamos retornar na aba
Entrada de pavimentos e modificar onde estes dois pilares morrem.

6.10.4. Modelando o reservatório

Podemos utilizar as vigas do topo do reservatório de forma que elas sirvam de parede no entorno do
reservatório. Porém, como estas vigas precisam chegar até a posição das vigas da laje do reservatório, temos
que excluir as vigas desta posição, pois o Cype não permite sobreposição de vigas.

As figuras a seguir ilustram esta operação no pavimento Fundo do reservatório, (grupo 12).
Agora precisamos rever a arquitetura para obter a altura entre o topo e o fundo do reservatório. Temos 1,55
metros do fundo do reservatório até o topo mais a espessura da laje de 0,15 cm. Nossa viga vai precisar ter
1,70 metros.

Vamos retornar ao pavimento topo do reservatório e alterar a altura destas quatro vigas para 1,70 metros.

Já temos um aspecto de reservatório, mas ainda não temos a estrutura do fundo.

6.10.4.1. Modelando o fundo do reservatório

Embora a viga do topo do reservatório esteja com uma altura de 1,70 m, chegando até o pavimento fundo do
reservatório, ela ainda não pode ser vista no pavimento abaixo, fundo do reservatório. Para isto, é necessário
informar ao Cype que a viga é comum a dois níveis.

Estando no nível topo do reservatório, vamos usar o menu Vigas/Paredes/Viga comum a dois níveis/fazer
viga comum.

Gire levemente o botão scroll do mouse para que a viga não fique vermelha e então efetue o clique sobre a
viga para torna-la comum a dois pavimentos.

Após tornar a viga comum, ela vai ficar com uma linha traço-ponto no centro e já poderá ser vista no
pavimento inferior.
O próximo passo será lançar uma laje de 15 cm, que será o fundo do reservatório, seguindo os procedimentos
já conhecidos, e podemos observar em 3D que o topo e o fundo estão prontos.

6.10.5. Ajustando os carregamentos acima dos pavimentos tipo

Precisamos lançar os carregamentos de casa de máquina, fundo do reservatório, topo do reservatório e


cobertura.

6.10.5.1. Ajustando o carregamento do topo do reservatório

A laje que cobre o topo do reservatório deve possuir impermeabilização, pois está exposta à chuva. A
impermeabilização representa um carregamento adicional de 1,8 kN/m 2, que é o material impermeabilizante
mais o contrapiso de proteção mecânica, conforme especificado na NBR 6120 para Impermeabilizações em
coberturas com manta asfáltica e proteção mecânica sem revestimento.

Em cargas de grupo, alteramos o valor de


CP de 1 para 2,8.

Ao mesmo tempo, reduzimos a


sobrecarga de 2 para 1, pois a laje do topo
terá apenas uso destinado a manutenção.

6.10.5.2. Ajustando o carregamento do


fundo do reservatório

A laje do fundo do reservatório também possui impermeabilização e uma sobrecarga do volume de água com
uma coluna d’água de 1,5 metros de altura, o que é equivalente a 15 kN/m2 e também precisamos ajustar a
carga de grupo para o fundo do reservatório.

6.10.5.3. Ajustando o carregamento da laje da casa de máquinas

A NBR 6120 especifica para elevadores de passageiros com velocidade de até 1,0 m/s, uma sobrecarga de 30
kN/m2 para laje da casa de máquinas. Como a laje deste pavimento é exclusiva para casa de máquinas,
podemos lançar em carga de grupo.

Caso fosse uma laje compartilhada, seria necessário utilizar a opção de carga superficiais em lajes, lançando
esta carga de 30 kN/m2 apenas na região delimitada para está utilização.
Nesta região não existe necessidade de impermeabilização e podemos manter a carga permanente como 1
kN/m2.

6.10.5.4. Ajustando o carregamento da cobertura

Na cobertura temos o telhado em uma área com acesso apenas para manutenção, sem revestimento. Para
este projeto vamos assumir que será usado telha de alumínio com estrutura de aço, com um peso de 0,3
kN/m2, sendo a sobrecarga de 1 kN/m2.

Ainda temos uma região central da cobertura, entre a escada e o shaft do elevador que terá piso e contrapiso.
Nesta região vamos lançar uma carga superficial de 1 kN/m2, como carga permanente.

No menu Cargas/Cargas superficiais em lajes, configure o valor 1 kN/m2 e a hipótese Carga permanente

6.10.5.5. Resumo da configuração de carga de grupo


6.10.6. Abertura no topo do reservatório

Precisamos ter uma abertura no topo do reservatório para manutenção assumindo uma abertura de 0,6x0,6m
no centro do reservatório. Com a abertura já está representada na máscara, vamos lançar quatro vigas de
borda livre e apagar a laje central, formando uma abertura.

6.11. Calculando o modelo sem o vento

Este exemplo não exigiu muita complexidade, pois possui uma forma simétrica e regular que facilitou muito a
modelagem. Não nos preocupamos muito com a localização dos pilares e com as dimensões dos elementos e
lançamos suas dimensões ligeiramente maiores que o necessário. Por isso, após executar o processamento da
estrutura, o Cype não apresentou nenhum erro de dimensionamento.

6.12. Calculando o modelo aplicando o vento

Como se trata de uma estrutura esbelta, que possui uma relação alta entre sua altura e uma de suas dimensões
em planta, antes de iniciar o próximo passo de otimização da estrutura devemos aplicar o esforço causado
pelo vento.

Para entrada dos parâmetros de vento, vamos utilizar o menu Obra/Dados gerais /Ações, e marcar a opção
“Com ação do vento”, para acessar o menu de entrada de acordo com os parâmetros da norma NBR 6123.
6.12.1 Forças devido ao vento em edificações

Como já vimos no item 3.7. Forças devido ao vento em


edificações, as cargas de vento na estrutura são descritas
na norma NBR 6123 com base em mapa de velocidade
máxima do vento da região da edificação. Assim, com
medições histórica da velocidade do vento em um longo
período, tem-se um mapa das velocidades máximas em
diversos pontos do mapa, onde os pontos de igual
velocidade são interligados formando linhas ou curvas
conhecidas como Isopletas.

As velocidades dos ventos indicadas pelas linhas são


dadas em metros por segundo (m/s) para regiões entre
duas linhas devemos usar o maior valor.

Estas velocidades são obtidas por uma média de 3


segundos de medição, que pode ser excedida uma vez
em média a cada 50 anos.

Assim a estrutura precisa estar preparada para estas


rajadas.

6.12.2 Configurando os dados de vento no Cype

Para o projeto deste prédio de oito andares vamos considerar que estará localizado na cidade do Rio de
Janeiro. A seguir vamos obter e calcular todos os parâmetros para configuração do vento no modelo do Cype.

6.12.2.1. Velocidade básica do vento

Para o Rio de Janeiro estamos entre as linhas 30 e 35 m/s e consideramos o maior valor, 35 m/s.

6.12.2.2. Categoria

Estes valores de categoria e classe do


vento são obtidos da tabela da norma
NBR 6123, que considera a
rugosidade do terreno.

Temos 5 categorias descritas no item


5.3.1 da norma e o Cype possui um
menu de ajuda que pode ser acionado
clicando na interrogação da janela e
depois sobre o item, no caso,
Categoria.

Para este projeto, o enquadramento é na categoria IV, que são terrenos cobertos por obstáculos numerosos
e pouco espaçados, em zona florestal, industrial ou urbanizada.
6.12.2.3. Classe

Temos três classes, que estão


relacionadas com a maior dimensão da
estrutura, descrita no item 5.3.2 da
norma. As dimensões são até 20 m, entre
20 e 50 m e acima de 50, sendo classes A,
B e C respectivamente.

Para nosso modelo, estamos com a


maior dimensão entre 20 e 50 metros,
sendo a classe B.

6.12.2.4. Fator probabilístico

Temos que recorrer à tabela 3 da norma, na


página 10. Trata-se de um fator estatístico
de acordo com a destinação da estrutura.
Para o nosso modelo estamos no grupo 2

6.12.2.5. Fator topográfico

São coeficientes que consideram a topografia do terreno


no local da construção. Para este projeto vamos
considerar o fator topográfico igual a 1 em todas as
direções, parte plana das cidades.

Nos casos de locais não planos, a norma descreve uma


formulação e procedimento para o cálculo do fator
topográfico. Para isso, será necessário ter a topografia
com alturas, angulos, etc para o cálculo.

Na imagem, toda a região plana e densa da Tijuca possui um fator topográfico igual a 1, porém, nas encostas
este fator topográfico precisa ser calculado
6.12.2.6. Largura de faixa

As larguras de faixa são as dimensões da edificação nos eixos x


e y da planta baixa e podemos obter no arquivo de CAD ou
usando a ferramenta do Cype, no botão Introdução por
coordenadas.

No caso temos x = 16.6 e y = 7.05

6.12.2.7. Coeficientes de arrasto

O coeficiente de arrasto é a pressão do vento nas direções x e y, que são os campos Ação do Vento x e y no
Cype. Os valores são positivos e negativos, para indicar os dois sentidos possíveis em cada eixo.

Na página 20 da norma NBR 6123 encontramos o ábaco que precisamos usar para calcular os coeficientes de
arrasto conforme veremos a seguir.

Já temos as dimensões em planta da obra:

• x = 16.6
• y = 7.05

Vamos precisar também da altura da parte


principal da obra, ou seja, torres de elevadores,
caixas d’água não são consideradas. Assim a
altura do projeto oito será do piso do térreo até a
laje da cobertura, ou seja:

• h = 31,4 m

Para o vento na direção x teremos:

• l1 = y e l 2 = x

Para o vento na direção y teremos:

• l1 = x e l 2 = y

Cálculos para o vento x Cálculos para o vento y

l2 = x = 16,6 e l1 = y = 7,05 l2 = y = 7,05 e l1 = x = 16,6

l1/l2 = 7,05/16,6 ≅ 0,42 l1/l2 = 16,6/7,05 = 2,35

h/l1 = 31,4/7,05 ≅ 4,45 h/l1 = 5,8/7,3 ≅ 1,89

O coeficiente de arrasto na direção X é a curva que mais se aproximar do cruzamento das linhas l1/l2 e h/l1,
no caso, a curva Cx = 1,0.

O coeficiente de arrasto na direção Y é a curva que mais se aproximar do cruzamento das linhas l1/l2 e h/l1,
no caso, a curva Cy = 1,4.
Precisamos usar o ábaco para encontrar as curvas de coeficientes de arrasto mais próximas dos cruzamentos
das linhas, conforme ilustrado, ou, caso esteja no meio, podemos usar uma fração para sermos mais precisos.

Neste caso vamos trabalhar com Cx = 0,95 e Cy = 1,38

O conceito deste coeficiente pode ser entendido como um acrescimo ou redução da força execida na área da
fachada da edificação devido a pressão do vento na direção em estudo.

A seguir veremos que a pressão do vento calculada pelo Cype, será multiplicada pelos coeficientes de arrasto
para as duas direções do vento.
6.12.2.8. Cálculos adicionais executados pelo Cype

Quando introduzimos os dados de vento (Vo), o Cype executa os cálculos adicionais que veremos a seguir:

O valor da velocidade do vento (Vx) para cálculo em função das caracteristicas da da edificação é dado por
equações determinadas pela norma.

Vk = S1*S2*S3*Vo onde:

• S1 é o fator topográfico (determinamos o valor 1)


• S3 é o fator probabilistico (determinamos o valor 1)
• S2 = b.Fr (z/10)p onde b, Fr e p são obtidos na t Tabela 1 - parâmetros meteorológicos da NBR 6123.

Na tabela temos b=0,85; p=0,125 e Fr=0,98


para todas as categorias e classes.

O parâmetro z é a altura do pavimento da


edificação, pois a velocidade do vento varia
em função da altura.

O Cype calcula a pressão do vento


caracteristico para cada altura de
pavimento da edificação.

A pressão exercida pelo vento na edificação


será dada pela equação de Bernoulli:

q = 0,613*Vk2 (sendo a velocidade em m/s)

Observe que a pressão no topo é muito maior


que a pressão no primeiro andar, por ser
função da velocidade do vento ao quadrado.

A pressão do vento sofre uma alteração em


função do coeficiente de arrasto e da direção.

A força do vento sobre a edificação é calculara fazendo área da fachada do pavimento vezes a a pressão do
vento no pavimento.

O Cype distribui esta força de forma proporcional para cada pilar de acordo com a área de influência no pilar.
6.12.2.9. Configuração do vento para o projeto Vivienda

Com a obtenção de todos os valores de


vento, preenchemos os campos para que
o Cype considere o vento na edificação.

O coeficiente é aplicado em quatro


sentidos porque existe a possibilidade da
edificação estar ao lado de outra
edificação e o vento não terá ação neste
sentido.

Porém existe um risco, pois numa


eventual demolição do edificío vizinho, a
edificação não estará preparada para
ação do vento.

Uma outra situação que pode acontecer


é a obra vizinha estar planejada para uma
quantidade de andares e sofrer redução
durante a obra.

Por isso é recomendavel analisar todas as


possibilidades antes de zerar o
coeficiente em um determinado sentido.

É necessário recalcular o modelo para


que o Cype inclua a carga de vento no
dimensionamento.

6.12.3. Efeitos de segunda ordem

Os efeitos do vento causam esforços horizontais e momentos de primeira ordem, resultantes da força aplicada
no braço de alavanca, dado pela altura da edificação.

Também temos os momentos causados pelos efeitos de segunda ordem que são resultantes da deformação
da estrutura. Quanto mais esbelto for a estrutura, maior será a importância em considerar os efeitos de
segunda ordem no cálculo.

A figura ilustra uma situação onde temos efeito de segunda


ordem.

Em uma escala exagerada para visualização, a força do vento


causa uma deformação no pilar, e temos um momento de 2º
ordem causado por este deslocamento. De forma iterativa, a
força N também causa mais deformação no pilar, causando mais
momento, pois saiu a força N foi deslocada do centro de
gravidade do pilar. Essa iteração continua até que seja
estabilizada pela reação do pilar.

Nos cálculos, estas iterações significam um somatório de várias


parcelas, cada vez menores, até que seus efeitos sejam
próximos de zero.
Teremos o Momento Total que é a soma dos momentos de primeira ordem e segunda ordem.

MT = M1°orden + M2ºorden

Um outro exemplo, pode ser demostrado na figura ao lado, onde a carga no pilar
causa uma deformação, que causa um momento secundário, que causa mais
deformação, que causa mais momento em parcelas cada vez menores até que
sejam desprezíveis no somatório.

M1ºorden

M2ºorden = N.δ1 + N.δ 2 + N.δ 2 + ... N.δ n

No Cype temos a opção de considerar ou não no cálculo, os efeitos de segunda ordem, possivelmente para
reduzir processamento de máquina durante fases do projeto em edificações muito complexas. Porém, para o
processamento final é sempre necessário incluir
os efeitos de segunda ordem.

Manualmente, para pequenas edificações o


projetista pode decidir por não incluir os efeitos
de segunda ordem nos cáculos, pois são
extenços e improdutivos. Mas como vamos usar
o processamento de máquina para os cálculos,
devemos sempre incluir estes efeitos.

Para aplicar os efeitos de segunda ordem,


estando na tela de configuração do vento,
devemos selecionar o botão ,e
marcar a opção Considerar efeitos de segunda
ordem.

Voltaremos mais adiante neste assunto, mas já


podemos ter em mente que o deslocamento
causamo por efeitos de segunda ordem são avaliados com o fator γz (também conhecido como estabilidade
global), que deve ser menor que 1,3.

Para visualizar o fator γz calculado pelo Cype, usamos o botão e escolhemos o


relatório de Efeitos de segunda ordem. No Cype, o fator γz é nomeado com
Fv(estabilidade global).

Outra consideração a ser feita é a majoração do deslocamento. A norma determina


um fator de 1,4 para esta majoração.

6.12.4. Avaliando o deslocamento causado pelo vento

A norma determina um limite de deslocamento do topo, que não pode ultrapassar o valor de uma relação de
h/1700, ou altura do topo por 1700. Porém, a norma permite uma redução na velocidade do vento por um
fator 0,3 pois considera que são ventos normais do dia-a-dia.

O Cype trabalha com normas Europeias, calculando o limite como h/500, sem considerar redução do vento.
Na prática os resultados são os mesmos, pois 1700*0,3 = 510, com uma diferença irrelevante para os valores
de deslocamento.

Visto isto, o deslocamento máximo para o nosso edifício de oito andares será:

31,4
𝐷𝑙𝑖𝑚 = = 62,8 𝑚𝑚
500

Para termos uma ideia visual da deformação da estrutura com a


ação do vento, podemos acionar a aba Deformada e no menu de
opções de deformada podemos escolher para visualizar as
hipóteses de ações ou combinações.

Observamos que a deformação está muito menor que a máxima


calculada, observando a escala de deformação em cores.

Atenção

A deformada pode conter a deformação em qualquer eixo de uma


viga ou pilar. Por isso, para obter o deslocamento exato nos eixos
x e y é necessário recorrer ao relatório de deslocamento de
pilares.

Para visualizar o relatório de deslocamento horizontal, usamos o botão e escolhemos o relatório


Deslocamentos de pilares. No relatório apresentado podemos observar que o maior deslocamento horizontal
acontece na direção Y e no topo, com esperado.

Observe que os deslocamentos de todos os pilares de um mesmo pavimento são muito próximos porque a
laje maciça contribui com o travamento horizontal e quando um pilar se movimenta, todos os demais precisam
se movimentar junto.
6.13. Otimizando o modelo

Agora que aplicamos o vento, recalculamos o modelo e verificamos não haver problemas de deslocamento
horizontal nos limites estabelecidos pela norma, podemos iniciar a etapa de otimização no sentido de
economia de material.

Para efetuar uma comparação entre o antes e o depois da


otimização, podemos guardar um relatório de quantitativos
clicando no botão de relatórios e escolhendo a opção
Quantidades da obra.

6.13.1. Reduzindo a dimensão dos pilares

Como já visto inicialmente no item 1.6.7. Armação de Pilares, na aba resultados acessamos o menu
Pilares/Paredes/Editar e alteramos a dimensão do pilar. Com isto o Cype já recalcula as necessidades do pilar
e informa possíveis erros no dimensionamento.

Iniciando com a redução da dimensão dos pilares de 20x50 para 15x50 cm já nos deparamos com erros em
quase todos os pilares dos dois pavimentos iniciais e podemos entender que o modelo não está com muita
folga.
Uma possibilidade seria trabalhar com uma redução de seção a partir do terceiro pavimento. Porém, isso causa
mais dificuldade construtiva na obra e não se traduz em uma economia de concreto tão significativa.

Ainda é necessário verificar se a redução de seção de pilares não resulta em maior necessidade de aço. O
engenheiro precisa estudar as varias possibilidades e tomar a decisão se é vantajoso ou não esta
descontinuidade de seção.

Para este modelo vamos manter as dimensões iniciais dos pilares. No caso de eventuais modificações, será
preciso reprocessar o modelo para que o Cype recalcule os pesos devido as alterações de dimensão.

6.13.2. Reduzindo a dimensão de vigas

Iniciamos o modelo com vigas de 15x40 cm e vamos verificar se uma redução para 15x30 cm passa no
dimensionamento.

No momento em que fazermos a redução, o Cype pode mostra vários erros, mas clicando no botão
Rearmar o Cype recalcula as armações para o novo perfil de viga, sem erros. Como isso podemos entender
que é possível reduzir as alturas das vigas para 15x30 cm nos pavimentos.

Contudo, alterar a altura de viga por viga será um processo muito demorado e podemos usar a um outro
recurso para isto.
6.13.2.1. Alterando altura de vigas em lote

Estando na aba Entrada de pavimento, acionamos o menu


Vigas/Paredes/Atribuir vigas e clicamos no botão Viga atual para
definir a dimensão da viga. O Segundo passo é clicar no botão
Atribuir e selecionar as vigas que serão alteradas.

Vamos fazer o procedimento até o pavimento cobertura e depois


clicar com o botão contrario do mouse e depois no botão Terminar
para finalizar o comado. As vigas alteradas ficam na cor magenta.

Com este procedimento todas as vigas foram alteradas para altura 15x30 com poucos cliques, de forma bem
rápida.

Após alteração das dimensões, precisamos recalcular o modelo.

6.13.3. Comparações

Reduzimos a dimensão de uma grande quantidade de vigas e agora vamos verificar se tivemos uma redução
significativa de gasto de material.

Antes tínhamos as seguintes quantidades de material:

Depois da redução de alturas das vigas temos as seguintes quantidades:


Tivemos as seguintes alterações:

• Redução de 5,9% de formas


• Redução de 6,1% de formas
• Aumento de 6,9% de aço

Concluímos que tivemos uma redução de volume de concreto e madeira, mas tivemos um aumento do mesmo
percentual na quantidade de aço. Podemos concluir que o trabalho de otimização não foi muito efetivo, ainda
mais se considerarmos os altos preços do aço para construção civil. Por isso vamos retornar todas as vigas
para dimensão inicial de 15x40.

6.13.4. Otimizando armações

6.14. Gerando desenhos

Já vimos geração de desenhos no item 3.9. Pranchas para a obra. Agora vamos revisitar estes procedimentos
com algumas informações adicionais.

6.14.1. Planta de cargas de fundações

É comum que a fundação seja executada por outra empresa, setor ou outro projetista. Neste caso podemos
imprimir um desenho dos pilares com as informações de suas cargas que serão usadas como entradas para o
dimensionamento das fundações.

Vamos gerar o desenho clicando no botão de Desenhos


no canto direito superior e escolher um desenho do
projeto clicando no botão .

No menu de opções Tipo de desenho, vamos escolher


Cargas na fundação, configurando a escala 1/50.

As opções Arranques, Momentos e Cortantes estão


marcadas por padrão, mais podemos desmarcar, pois
normalmente os valores são muito pequenos em relação
as demais cargas.

Lembrando de preencher o carimbo, clique no botão


Aceitar.

Como podemos ver, com escala 1:50 as tabelas dos pilares ficaram sobrepostas. Vamos alterar a escala para
1:25 editando em Seleção de Pranchas com o botão Editar elemento selecionado na lista.
Agora temos uma disposição otimizada dos desenhos.

Como previsto, os valores dos momentos e cortantes


são muito menores que a carga axial. Por isso podemos
desconsiderar estas informações, desmarcando estas
opções da edição de desenhos, pois estas informações
apenas dificultam a leitura do desenho.

Nota:

Uma outra forma de fazer é editando as posições dos elementos no desenho clicando no botão Editar posição.
Na janela que se abre é possível arrastar e reposicionar os elementos.

6.14.1.1. Fazendo a leitura das informações de carga axial

Quem for dimensionar as fundações deve fazer a seguinte leitura dessas informações de carga axial:

Soma do peso próprio, mais cargas permanentes, mais sobrecargas mais o


maior esforço de vento positivo.

Carga Axial total Pilar P1 = 262 + 235 + 96 + 140 = 733 kN


Em raríssimos casos o esforço do vento supera as demais cargas e nestes casos
a fundação precisa ser projetada para resistir também ao esforço de tração.

Atenção:

Estes valores de cargas informados pelo Cype nos desenhos são valores característicos, ou seja, não estão
majorados e o projetista da fundação deverá adicionar a majoração.

6.14.2. Planta de locação

Como já vimos, precisamos inserir as linhas de referência. Estando na aba Entrada de pilares, usamos o menu
Introdução/Linha de referência, opções - Introduzir linha horizontal ou Vertical.

Iniciamos com as linhas horizontais, nomeando


de forma alfabética, A, B, C, etc., e clicando
próximo do pontinho preto que indica o ponto
fixo. Dessa forma, as linhas horizontais vão
passar exatamente nestes pontos. Depois
inserimos as linhas verticais, nomeando de
forma numérica.
Agora vamos adicionar um desenho
do tipo Desenho de formas por
grupo de 1 a 2, com escala 1:50 para
gerar uma planta do piso térreo e do
1º pavimento em uma mesma folha.

6.14.3. Introduzindo plantas com cortes e cotas nos desenhos

Já vimos no item 3.9.7.2. Inserindo cortes ou cotas, como inserir estes elementos no desenho. Usamos o
menu Grupos/Cortes/Introduzir cortes e Grupos/Cortes/Introduzir cotas para introduzir os cortes e algumas
cotas conforme ilustrado.
6.14.4. Agrupando pavimentos tipo

Podemos agrupar pavimentos tipo para evitar repetição de muitas plantas iguais. O programa permite agrupar
até 4 pavimentos tipo, sendo que por recomendações de norma não podemos agrupar o primeiro pavimento
e a cobertura.

Seguindo estas regras, vamos agrupar os pavimentos de 2 a 5 e depois de 6 a 8, reduzindo a quantidade de


desenhos gerados.

Estando na aba Entrada de pilares, usamos o menu


Introdução/Pisos e grupos/Unir grupos.

Movimente o cursor do mouse sobre os pavimentos para


posicionar a indicação de união entre o 2º e 3º pavimento
e depois clique em Aceitar.

Neste momento o Cype pergunta qual será o pavimento


de referência. Neste caso não faz
diferença pois os pavimentos são iguais.
Marque o 2º e clique novamente em
aceitar.

Continue o procedimento unindo o 3º


com o 4º pavimento e depois com o 5º.

Depois fazemos um novo agrupamento,


com o 6º, o 7º e 8º pavimentos.

Podemos conferir os agrupamentos com Introdução/Pisos e grupos/Editar grupos.

Feitos os agrupamentos é necessário reprocessar o modelo.


6.14.5. Plantas dos dois pavimentos agrupados

Agora podemos gerar apenas duas plantas para o 3º pavimento até o oitavo, pois estão agrupados nos
grupos 3 e 4.

Em elaboração...............
Revisão teórica
Estruturas de Concreto

O projeto de estrutura de concreto é normatizado pela NBR 6118 cuja versão mais atual é a terceira edição de
29/4/2014.

Alguns termos e definições são apresentados pela norma os quais podemos citar alguns dentro do escopo do
curso:

• Elementos de concreto simples estrutural - elementos estruturais elaborados com concreto que não
possuem qualquer tipo de armadura, ou que a possuem em quantidade inferior ao mínimo exigido
para o concreto armado (ver 17.3.5.3.1 e Tabela 17.3);
• Elementos de concreto armado - aqueles cujo comportamento estrutural depende da aderência entre
concreto e armadura, e nos quais não se aplicam alongamentos iniciais das armaduras antes da
materialização dessa aderência;
• Elementos de concreto protendido - aqueles nos quais parte das armaduras é previamente alongada
por equipamentos especiais de protensão, com a finalidade de, em condições de serviço, impedir ou
limitar a fissuração e os deslocamentos da estrutura, bem como propiciar o melhor aproveitamento
de aços de alta resistência no estado-limite último (ELU);
• Armadura passiva - qualquer armadura que não seja usada para produzir forças de protensão, isto é,
que não seja previamente alongada;
• Armadura ativa (de protensão) - armadura constituída por barras, fios isolados ou cordoalhas,
destinada à produção de forças de protensão, isto é, na qual se aplica um pré-alongamento inicial.

Quanto a qualidade da estrutura a norma faz a classificação em três grupos

• Capacidade resistente - Consiste basicamente na segurança à ruptura;


• Desempenho em serviço - Consiste na capacidade da estrutura manter-se em condições plenas de
utilização durante sua vida útil, não podendo apresentar danos que comprometam em parte ou
totalmente o uso para o qual foi projetada;
• Durabilidade - Consiste na capacidade de a estrutura resistir às influências ambientais previstas e
definidas em conjunto pelo autor do projeto estrutural e pelo contratante, no início dos trabalhos de
elaboração do projeto.

Documentação do projeto estrutural

A documentação é imprescindível e a NBR 6118 destaca os principais aspectos.

• O produto final do projeto estrutural é constituído por desenhos, especificações e critérios de projeto.
As especificações e os critérios de projeto podem constar nos próprios desenhos ou constituir
documento separado;
• Os documentos relacionados devem conter informações claras, corretas, consistentes entre si e com
as exigências estabelecidas na norma.
• O projeto estrutural deve proporcionar as informações necessárias para a execução da estrutura. São
necessários projetos complementares de escoramento e fôrmas, que não fazem parte do projeto
estrutural;
• Com o objetivo de garantir a qualidade da execução da estrutura de uma obra, com base em um
determinado projeto, medidas preventivas devem ser tomadas desde o início dos trabalhos. Essas
medidas devem englobar a discussão e a aprovação das decisões tomadas, a distribuição destas e
outras informações aos elementos pertinentes da equipe multidisciplinar e a programação coerente
das atividades, respeitando as regras lógicas de precedência.
Vale aqui observar a NBR6118 propõe uma separação de responsabilidade bem definida entre projetos de
escoramento e fôrma e projeto estrutural. Assim, o projeto complementar de escoramento e fôrmas deve ser
contratado a parte, principalmente em obras de maior porte.

Uma outra característica prevista na NBR6118 se refere ao cobrimento das armaduras e a classe de
agressividade do ambiente.

Esta característica é abordada com diretrizes para garantir a durabilidade da estrutura reduzindo os efeitos de
envelhecimento e deterioração provocados por diversos itens, principalmente pela agressividade do
ambiente.

A NBR 6118 prevê quatro classes de agressividade ambiental em sua tabela 6.1

Tabela 6.1

Com base nesta tabela, são definidas as necessidades do fator água cimento do concreto e classe do concreto,
tabela 7.1, e a espessura do cobrimento das armações, tabela

Tabela 7.1
Tabela 7.2

Observe que a escolha da classe do concreto está mais para a necessidade de atender às necessidades de
durabilidade e não para a necessidade de resistência do concreto.

Estas informações, uma vez determinadas pelo engenheiro, tem que constar no projeto em atendimento as
necessidades de documentação.

Observação quanto ao cobrimento permitido pela NBR6118

• É possível cobrimentos menores em casos específicos;


• É permitido uma tolerância de 10 mm no cobrimento nominal;
• Elementos em contato com o solo necessitam de cobrimento nominal ≥ 45 mm.

Módulo de elasticidade

A NBR6118 detalha o módulo de elasticidade (E) do concreto que é uma propriedade mecânica do concreto,
fornecendo uma tabela pronta e a formulação para se chegar aos valores da tabela.

Revendo o conceito, o módulo de elasticidade de um material e a relação entre a tensão aplicada sobre um
material e a sua deformação específica durante o comportamento elástico, nos informando a rigidez do
material.

A tensão é dada pela relação de força pela área

𝜏 = 𝐹/𝐴
A deformação é dada pela relação entre a variação do comprimento pelo comprimento da peça em uma
determinada direção.

𝜀 = ∆𝐿/𝐿
Dado essas duas relações traçamos, no plano cartesiano, a curva de tensão - deformação específica, que
resulta em uma quando o material se comporta de forma linear e em uma curva quando o material se
comporta de forma não linear.

A unidade do módulo de elasticidade (E) é o Pascal e por ser um valor elevado, normalmente é expressa em
MPa ou GPa.
Um determinado material submetido a um ensaio de esforço de tração ou compressão resiste de acordo com
suas características dúctil ou frágil, variando seu formato ou rompendo-se rapidamente.

Estas propriedades podem ser plotadas revelando a


propriedade mecânica dos materiais, que possuem
uma deformação inicial linear, considerada para o
módulo de elasticidade, e uma deformação final não
linear.

O aço possui um comportamento dúctil enquanto o concreto possui um comportamento mais complexo e não
linear, por ser composto de diversos materiais.

Pode-se admitir que o comportamento do concreto é linear para tensões inferiores a 0,5 fck.

A ABNT NBR 8522:2017 propõe a realização de ensaio por duas metodologias para obter o módulo de
elasticidade do concreto:

• Eci - Tangente da curva entre a deformação causada por uma tensão de 0,5 MPa e por uma tensão
de 0,3 fck, que é aproximado à tangente no ponto de tensão 0,3fck;
• Ecs – Obtida por uma reta secante entre o ponto de tensão 0,5MPa e a tensão requerida para o
concreto em estudo.

Quando não forem realizados ensaios, a NBR 6118 permite estimar os valores de módulo de elasticidade com
as seguintes expressões:

Eci = αE. 5600√fck para fck entre 20 e 50 MPA


fkc 1⁄
Eci = 21,5. 103 . αE. ( + 1,25) 3 para fck entre 55 e 90 MPa
10

Sendo

𝛼𝐸 = 1,2 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑎𝑙𝑡𝑜 𝑒 𝑑𝑖𝑎𝑏á𝑠𝑖𝑜

𝛼𝐸 = 1,0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑔𝑟𝑎𝑛𝑖𝑡𝑜 𝑒 𝑔𝑛𝑎𝑖𝑠𝑠𝑒 (𝑂 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑐𝑜𝑚𝑢𝑚 𝑛𝑎 𝑟𝑒𝑔𝑖ã𝑜 𝑠𝑢𝑑𝑒𝑠𝑡𝑒)


𝛼𝐸 = 0,9 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑎𝑙𝑐á𝑟𝑖𝑜

𝛼𝐸 = 0,7 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎𝑟𝑒𝑛𝑖𝑡𝑜


𝐸𝑐𝑠 = 𝛼𝑖. 𝐸𝑐𝑖
𝑓𝑐𝑘
𝛼𝑖 = 0,8 + 0,2. ≤1
80
Felizmente, a norma publica em tabela os valores para as diversas resistências características de concreto,
considerando o uso de granito como agregado.

Como já vimos na parte prática, o módulo de elasticidade é imprescindível no cálculo de deformação das
estruturas. Por exemplo, o cálculo teórico da deformação de uma viga bi apoiada, dado pela equação:

5qL4
∆=
384EI

Dimensões limites

A NBR 6118 estabelece limites mínimos de seção transversal para os elementos estruturais.

Pilares

Para pilares, este limite é de 19 cm, permitindo uma flexibilização até 14 cm, desde que os esforços sejam
acrescidos por um coeficiente adicional. Porém, em qualquer caso, a área da seção transversal não pode ser
menor que 360 cm2

Exemplo:

Para um pilar de 14x26 cm, temos uma área de 364 cm2, acima do limite de área mínima, porém, por ter uma
dimensão com 14 c, devemos aplicar o coeficiente adicional de 1,25 à carga aplicada no pilar.

Esta exigência está relacionada com a necessidade de cobrimento das armações, que é no melhor dos casos
de agressividade do ambiente, 2,5 cm.
Lajes

Nas lajes maciças devem ser respeitados os seguintes limites mínimos para a espessura:

• 7 cm para cobertura não em balanço;


• 8 cm para lajes de piso não em balanço;
• 10 cm para lajes em balanço;
• 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN;
• 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN;
• 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas, com o mínimo de l/42 para lajes de piso biapoiadas
e l/50 para lajes de piso contínuas;
• 16 cm para lajes lisas (não apoiadas dobre
vigas) e 14 cm para lajes-cogumelo, fora do
capitel.

No dimensionamento das lajes em balanço, os esforços solicitantes de cálculo a serem considerados devem
ser multiplicados por um coeficiente adicional γn, de acordo com o indicado na Tabela 13.2.

Por exemplo, para um carregamento q = 5 kN/m2 devemos considerar um carregamento de qd =1,4*1,45*q


para uma laje de 10 cm, que é a majoração da carga mais o fator de 1,45 por estar em balanço.

Vigas

A seção transversal das vigas não pode apresentar largura menor que 12 cm e a das vigas-parede, menor que
15 cm. Estes limites podem ser reduzidos, respeitando-se um mínimo absoluto de 10 cm em casos
excepcionais, sendo obrigatoriamente respeitadas as seguintes condições:

• Alojamento das armaduras e suas interferências com as armaduras de outros elementos estruturais,
respeitando os espaçamentos e cobrimentos estabelecidos nesta Norma;
• Lançamento e vibração do concreto de acordo com a ABNT NBR 14931.

Sapatas

A norma exige sapatas com dimensões mínimas de 60 cm na sua base e a pelo menos 1,5 metros de
profundidade, exceto quanto sobre rocha.
Deslocamentos limites

Os deslocamentos limites tem em sua principal classificação a aceitabilidade sensorial, caracterizado pelo
efeito desagradável quando visto pelos usuários da estrutura.

O deslocamento excessivo também pode ser o motivo de vibrações da estrutura ou de comprometimento da


estabilidade.

Por exemplo, para aceitabilidade sensorial, o deslocamento máximo não deve ser maior que l/250 mm.

A norma classifica estes efeitos em quatro tipos em sua tabela 13.3, que deve ser consultada pelo projetista.

Observações:

Quando se tratar de balanço, deve ser considerado o dobro do comprimento do balanço.

Em lajes, o comprimento considerado deve ser do menor vão, porém, se existir paredes sobre a laje ao logo
do maior vão, então, o maior vão deverá ser considerado, além dos deslocamentos a considerar para paredes,
que no caso será l/500 mm.

A Norma permite a utilização de contraflechas até um limite máximo de 2 cm.

Resistência do Concreto, do Aço e peso específico

Resistência do concreto

A resistência do concreto é dada pelo seu fck, porém é necessário minorar esta resistência por um fator e
considerar o efeito Rusch.

O efeito Rusch é uma característica na qual o concreto perde um pouco de sua resistência ao ser submetido a
um esforço por longo período. Por questões de segurança a norma estabelece um fator de redução de 0,85
(ou 15% do fck)

Como já vimos, o comportamento do concreto pode ser estudado com ensaios aplicando uma tensão
crescente sobre um corpo de prova e realizando as medições de deformação específica.

O resultado desse tipo de estudo pode ser


visualizado de forma gráfica, e a norma
estipula deformações máximas para utilização.
Uma deformação de 2 unidades por mil marca
o início do estágio de escoamento do concreto
enquanto uma deformação de 3,5 unidades
por mil marca o limite de ruptura do concreto.

Peso específico do concreto

O peso específico do concreto é de 2400 kg/m3. Já para o concreto armado, considera-se um peso de 2500
kg/m3.
Resistência do aço

O aço possui um comportamento bem mais


característico que o concreto. A sua deformação é linear
até o início do escorregamento, sendo a deformação
máxima definida em 10 unidades por mil.

A resistência do aço é dada pelo fyk, e sua resistência


minorada é calculada por um coeficiente de 1,15, sendo
representada por fyd.

O gráfico a seguir ilustra os valores limites admitidos para deformação do aço (eyd) dentro do concreto em
esforços de tração e de compressão, sendo o eyd a tensão de início de escoamento do aço, em torno de
2,07‰ para o CA-50.

Em um esforço de tração, a norma limita a deformação de


aço em 10 unidades por 1000 e para um esforço de
compressão, o limite é de 3,5 unidades por 1000.

O aço suporta uma deformação maior de tração, mas o


concreto não pode acompanhar uma deformação maior
que 10‰ na tração, pois se desprende do aço e se
desagrega.

De forma semelhante, o aço suporta uma deformação de


compressão maior que 3,5 ‰, mas o concreto não
suporta. A partir desse ponto, todo esforço recai sobre a
barra de aço que possivelmente não resistirá, colapsando
a estrutura.

Peso específico do aço

O peso específico do aço é da ordem de 7850 kg/m3, sendo seu módulo de elasticidade em torno de 210 GPa

Distribuição de cargas das lajes nas vigas

Método das charneiras plásticas

Com este método, admite-se que as lajes sob ação de carga


de ruptura, se divide em painéis, que "giram" em torno de
uma linha de ruptura ou de fissuração.

Conhecendo a posição destas linhas, que variam de acordo


com as condições de contorno, podemos estabelecer a
distribuição carga para cada viga de sustentação da laje.

As linhas de fissuração possuem ângulos de 45° ou 60°,


dependendo do vínculo existente das bordas.
Bordas em situação de engaste absorvem uma parte maior do carregamento proporcionando um ângulo maior
para as linhas de fissuração.

Bordas engastadas formam um ângulo de 60° com as linhas de fissuração quando a outra borda foi apoiada.
Entre bordas de vínculos iguais, o ângulo será de 45° e quando houver um bordo livre, o ângulo será de 90°

O peso sobre cada viga será a distribuição linear da carga da laje, proporcional a área formada entre as linhas
de fissuração.

Ás áreas formadas entre as fissuras podem ser calculadas manualmente por geometria ou com o uso do
Autocad ou Revit.

O cálculo do peso da laje distribuído sobre a viga é feito da seguinte forma:

O peso próprio da laje é o peso específico do concreto vezes a altura da laje

PPlaje = γc ∗ h = kN/m2

Adicionamos a carga permanente de revestimento, piso, etc, conforme a NBR 6118

Adicionamos a sobrecarga (utilização) conforme a NBR 6118

q Laje = PPlaje + CP + SC [kN/m2 ]

Considerando a viga Vx, o peso da porção de laje da área Ax distribuído ao longo da viga será:

PLaje Ax = Ax ∗ PPlaje [kN]

Plaje
q Vx = [kN/m]
ly

Observações:

Para prosseguir com os cálculos de dimensionamento da viga Vx, ainda será necessário acrescentar o peso
próprio da viga e o peso de possíveis alvenarias sobre a viga.

Não podemos considerar laje engastada em viga, pois essa situação gera uma força de torção que a viga não
suporta. Isso acontece porque a base da viga é muito fina e seria necessário uma base muito maior para
suportar a torção.
O engaste só será considerado quando houver continuidade da laje de forma adjacente. Dessa forma, a laje
estará engastada na outra laje sem causar torção na viga.

Quando lajes adjacentes não possuem um mesmo comprimento, haverá uma pequena diferença de
momentos causando uma pequena torção na viga. Porém, esta torção é pequena e a norma permite que seja
desconsiderada.

Domínios de deformação

Já vimos na revisão de concreto e aço que estes materiais possuem suas deformações máximas de utilização
em projeto dadas por uma relação de deformação por mil, (símbolo ‰ ou permilagem).

O concreto trabalha a compressão, podendo sofre uma deformação máxima de ec = 3,5 ‰, enquanto o aço
trabalha em a tração, podendo ser uma deformação máxima de εa = 10‰. Isso significa uma deformação de
3,5 unidades de comprimento por mil e 10 unidades de comprimento por 1000, respectivamente.

Tendo em mente estes valores característicos, podemos abordar o conceito de domínio de deformação em
uma viga de concreto armado.

Usualmente, os domínios de deformação são


representados por linhas inclinadas em relação a
um eixo central sendo a deformação máxima de
utilização do concreto na parte superior e a
deformação máxima de utilização do aço na parte
inferior.

Como estas deformações são variáveis em função


do carregamento e dimensões da viga, temos
regiões de deformações do conjunto concreto e
aço, definidas como domínios de deformação.

O primeiro domínio caracteriza uma situação em que toda seção está submetida a uma força de tração.

Os domínios 2, 3 e 4 caracterizam uma situação possível para vigas onde podemos observar a delimitação
entre o domínio 2 e 3 marcado pelo início da deformação de escoamento do aço, em torno de 2 ‰.

O domínio 5 caracteriza uma situação para pilar, onde toda seção está submetida á compressão.
Domínio 1

A seção está totalmente tracionada (ecd = 0), sendo a armadura a única fonte de resistência. Porém, a tração
não é uniforme, pois a deformação varia, na borda superior, de 10 ‰ a 0 (10 ‰ ≤ eyd ≤ 0). Na armadura
inferior, a deformação permanece em 10 ‰ (eyd = 10
‰).

Podemos observar que quando temos uma


deformação de 10 ‰ na borda superior, igual a da
borda inferior, a linha neutra estará acima da borda
superior e hipoteticamente no infinito, retornando
para próximo da borda à medida que se reduz a
deformação superior.

Domínio 2

É quando o concreto começa a sofrer deformação causado pela compressão. Em decorrência desta
deformação, o domínio 2 é subdividido em duas partes:

No domínio 2, a armadura está tracionada ao máximo


(10‰)

a. Domínio 2a: a deformação vai de 0 a 2‰ (0 ≤ ecd <


2‰)
b. Domínio 2b: a deformação vai de 2‰ a 3,5‰ (2‰
<= ecd <= 3,5‰)

Como a seção transversal tem parte tracionada e parte


comprimida, a linha neutra inicia-se em zero, e cresce até
um valor x.

Assim, classifica-se o domínio 2 como dimensionamento à seção sub armada, uma vez que a armadura
tracionada é aproveitada ao máximo, com esd = 10 ‰, mas o concreto comprimido não, com ecd ≤ 3,5 ‰
(como se houvesse desperdício de concreto, ou seja, é como se houvesse mais concreto do que o necessário,
pois a ruína acontece pelo alongamento do aço.

Domínio 3

No início deste domínio, o dimensionamento também está no modo inicialmente sub armado.

Na borda superior, o concreto está comprimido no valor máximo de


ecd=3,5 ‰, estando assim, na ruptura. Na borda inferior, a
deformação de alongamento na armadura tracionada está entre a
deformação de início de escoamento do aço e 10 ‰ (eyd ≤ esd ≤
10‰). Desta forma, a tensão na armadura é a máxima permitida, fyd.

Na situação última deste domínio, a ruptura do concreto por


compressão ocorre simultaneamente com o escoamento da
armadura tracionada, caracterizando um dimensionamento ideal.
Domínio 4

Na borda superior, o concreto continua na ruptura, comprimido no valor máximo de 3,5 ‰. O aço, porém,
não atinge o escoamento, e considera-se este domínio como seção superarmada: a deformação de
alongamento na armadura tracionada varia de zero até eyd, ou seja, a tensão na armadura é menor que a
máxima permitida, fyd.

A altura da linha neutra avança ainda mais para baixo na viga, até atingir a altura útil, delimitando o fim do
domínio 4, dando início ao domínio 4a

Domínio 4a

A seção está quase totalmente comprimida. A ruína permanece


causada pela deformação de deformação máxima do concreto na
borda superior comprimida (ecd = 3,5 ‰).

A borda inferior está com 0 ≤ esd ≤ eyd e ambas as armaduras se


encontram comprimidas, estando a linha neutra abaixo da
armadura positiva, na capa de cobrimento.

Domínio 5

A seção está totalmente comprimida. A linha neutra está fora da


seção transversal, com altura variando de h até +∞. A ruína
acontece pela compressão do concreto.

Neste domínio é definido o ponto C, existente a 3/7 h a partir da


borda mais comprimida. É por este ponto que passa a linha
inclinada do diagrama de domínios.

Na borda superior, o encurtamento do concreto ecd varia de 2 ‰


a 3,5 ‰ e na borda menos comprimida, ecd varia de 0 a 2 ‰.
Considera-se a seção superarmada (eyd = 0).

Linha neutra x Domínio

Para cada domínio temos uma relação equivalente para altura da linha neutra em relação a d (altura da face
superior até o centro geométrico da armadura positiva. A NBR 6118:2014 estabelece um limite máximo de
altura de linha neutra de 0,45d, ou seja, limite do domínio 3.
Equacionando os conceitos de domínio

Agora vamos utilizar os conceitos de domínios de deformação apresentados para encontrar uma formulação
que nos permita encontrar a
quantidade de aço necessária para
armar uma viga submetida a uma
determinada carga.

No diagrama ao lado temos uma viga


com dimensões b x h, submetida a
um carregamento vertical.

Faremos a leitura dos elementos do


diagrama conforme segue:

1. Primeiro temos a representação da viga, tendo na parte inferior as barras de aço;


2. Retirando a capa de cobertura, temos uma distância ‘d’ da borda superior da viga até o centro geométrico
das barras. A linha neutra está a uma distância ‘X’ da borda superior da viga;
3. Então temos o diagrama de deformação do concreto e do aço com os valores ec e ea;
4. Como já visto antes, considerando o efeito rusch e o fator de
segurança, a tensão máxima que o concreto pode suportar é
0,85fcd.
A tensão é crescente a partir da linha neutra causando uma
deformação não linear no concreto até a tensão máxima
(escoamento do concreto);
Abaixo da linha neutra, desconsideramos a resistência a
tração do concreto e consideramos apenas a resistência das
barras, assim teremos apenas uma reação na altura do eixo
das barras.
5. Acima da linha neutra temos uma distribuição de tensões não linear. A norma permite uma simplificação
para linear, considerando y=0,8x para facilitação dos cálculos. (Pode demostrar que as áreas das duas
figuras são equivalentes)

Com estas leituras do diagrama, podemos concluir que:

• Existe uma força de reação que é igual a tesão na região comprimida do concreto vezes a área;
• Existe uma força de reação das barras de aço;
• Os centros dessas contrárias estão separados por uma distância ‘Z’;
• Podemos calcular o momento gerado por estas duas forças de reação.

Observa-se com a representação 3D ao


lado que, para cálculo das reações,
precisamos considerar a dimensão ‘b’ da
viga.

Temos a tensão de 0,85fcd aplicada sobre


uma área de 0,8X * b, ou seja:

𝑅𝑐 = 0,85𝑓𝑐𝑑 ∗ 0,8𝑥 ∗ 𝑏 (1)


Para a reação do aço devemos considerar a quantidade seção nas barras de aço vezes a tensão nestas barras.

𝑅𝑎 = 𝐴𝑠 ∗ 𝜎𝑠 (2)

A viga está em equilíbrio pois recebeu o carregamento, deformou um pouco e resistiu a carga aplicada. Rc
precisa ser igual a Ra como resultado deste equilíbrio. Temos então uma terceira equação:

𝑅𝑐 = 𝑅𝑎 (3)

Ainda precisamos encontrar a distância ‘Z’, braço de alavanca para cálculo do momento interno da viga que
devera ser igualado ao momento externo, ou seja, que foi aplicado na viga.

𝑀𝑖 = (𝑅𝑐 𝑜𝑢 𝑅𝑎) ∗ 𝑧 = 𝑀𝑒𝑥𝑡 = 𝑀𝑑 (4)

Exemplo 1

Seja uma viga com 6 metros de vão e seção de 15x60 submetida a um carregamento distribuído de 18 kN/m.
Vamos calcular a área de aço necessária, considerando aço CA50 e concreto com fck de 25 MPa.

Solução analítica

𝑞𝑙2 18 ∗ 62
𝑀= = = 81 𝑘𝑁/𝑚
8 8

𝑀𝑑 = 81 ∗ 1,4 = 113,4 𝑘𝑁/𝑚

25
𝑓𝑐𝑑 = = 17,85 𝑀𝑃𝑎
1,4

𝑍 = 𝑑 – 0,4𝑥 (5)

Agora precisamos calcular a distância da altura útil ‘d’ que é a distância da face superior da viga até o centro
das barras de aço. Temos a altura da viga e vamos descontar o cobrimento, a dimensão transversal do estribo
e metade da dimensão transversal das barras positivas.

Precisamos estimar um valor inicial para estribos e barras positivas e vamos considerar estribos de 6,3 mm e
barras positivas de 10 mm. Assim:
10
𝑑 = 60 – 3 – 0,63 – = 55 𝑐𝑚
2
Uma outra forma é iniciar a estimativa com um valor de 90% da altura, ou seja, d = 0,9 h = 54 cm. Na prática
pode-se usar 90% de h quando h for maior ou igual a 30cm

Agora podemos montar as equações para solução

𝑅𝑐 = 0,85𝑓𝑐𝑑 ∗ 0,8𝑥 ∗ 𝑏 = 0,85 ∗ 17,8 ∙ 106 ∗ 0,8 ∗ 𝑥 ∗ 0,15

𝑅𝑐 = 1821 ∙ 103 ∗ 𝑥

𝑀𝑖 = 𝑅𝑐 ∗ 𝑧 = 𝑀𝑑 = 113,4 𝑘𝑁/𝑚

1821 ∙ 103 ∗ 𝑥 ∗ 𝑧 = 113,4 ∙ 103


𝑥 ∗ 𝑧 = 0,062

𝑥 ∗ (𝑑 − 0,4𝑥) = 0,062

𝑥 ∗ (0,55 − 0,4𝑥) = 0,062

−0,4𝑥 2 + 0,55𝑥 − 0,062 = 0

Desta equação do segundo grau temos as raízes:

𝑥 ′ = 0,124 𝑚 𝑒 𝑥 ′′ = 1,25 𝑚

Descartamos a segunda solução, pois está maior que a viga, portanto a posição da linha neutra é 12,4 cm e
vamos substituir nas equações de

𝑅𝑐 = 1821 ∙ 103 ∗ 0,124 = 225 𝑘𝑁 = 𝑅𝑎 = 𝐴𝑠 ∗ 𝜎𝑠

Para prosseguir com os cálculos temos duas hipóteses:

1. O concreto está submetido a uma deformação máxima de 3,5‰ e vamos encontrar a deformação do
aço.
2. O aço está com deformação máxima de 10‰ e vamos encontrar a deformação do concreto.

Caso 1. Concreto está submetido a uma deformação máxima de 3,5 ‰

Podemos usar semelhança de triângulos para encontrar a


deformação do aço.

3,5 𝜀𝑎
=
12,4 55−12,4

𝜀𝑎 = 12,02 ‰

Esta solução não é válida, pois significa uma ruptura da viga por
deformação maior que a máxima.

Caso 2. O aço está submetido a uma deformação máxima de 10 ‰

Podemos usar semelhança de triângulos para encontrar a


deformação do aço.

𝜀𝑐 10
=
12,4 55 − 12,4

𝜀𝑐 = 2,9 ‰

Esta solução é válida, pois o concreto está com uma deformação


dentro do limite máximo.
Podemos verificar que estamos no domínio 2, pois estamos com uma
deformação do concreto em 2,9 ‰ e uma deformação do aço de 10 ‰.

Do gráfico de tensão deformação do aço podemos afirmar que para uma


deformação de 10 ‰, o aço está submetido a uma tensão fyd.

Estamos usando um aço CA-50 que possui fya = 500 MPa e vamos obter
a área de seção de aço da seguinte forma:

fya 500
fyd = = = 434,7 MPa
1,15 1,15

Voltando na equação (2)

𝑅𝑎 225𝑘𝑁
𝐴𝑠 = = = 5,17 ∙ 10−4 𝑚2 = 5,17 𝑐𝑚2
𝜎𝑠 434,7𝑀𝑃𝑎

Estamos trabalhando com a possibilidade de usar barras de ∅10 mm. Estas barras possuem uma seção de
0,785 cm2, de onde podemos calcular a quantidade de barras.

𝑄𝑑𝑒 = 5,17/0,785 = 6,5

Com isso determinamos que a viga vai precisar de 7 barras de ∅10

Solução utilizando tabela Kc/Ks


Obviamente que a solução anterior é uma forma didática para entender os fundamentos do cálculo estrutural.
Na prática, na falta de um processo computacional, no mínimo utilizamos tabelas práticas para chegar aos
mesmos resultados.

Uma dessas tabelas é a tabela Kc/Ks, onde calculamos um coeficiente Kc e encontramos na tabela o valor Ks
correspondente para calcular a área de seção de aço.

As equações são as seguintes:

bw ∗ d2
Kc =
Md

Ks ∗ Md
As =
d

Donde obtemos:

bw ∗ d2 15 ∗ 552
Kc = = =4
Md 113,4 ∗ 100

Lembrando que a tabela foi elaborada para valores em centímetros, por isso precisamos multiplicar o Md por
100 para transformar em cm.
Na tabela, procuramos o valor mais próximo de 4 e obtemos Ks de acordo com o fck e o aço utilizado. No nosso
caso, para o aço CA-50 temos um Ks=0,025

Ks ∗ Md 0,025 ∗ 113,4 ∗ 100


As = = = 5,15 𝑐𝑚2
d 55

Conclusão:

Chegamos a um valor de área de aço de 5,15 cm2 usando a tabela e 5,17 cm2 usando a solução teórica e a
quantidade de barras de aço ∅10 será a mesma.

5,15
𝑄𝑑𝑒 = = 6,57
0,785

Com isso, também determinamos que a viga vai precisar de 7 barras de ∅10

Exemplo 2

No exemplo anterior, após o estudo analítico, determinamos que a viga trabalhou no domínio 2 de
deformação. Neste exemplo teremos um caso no domínio 3.

Os dados para o cálculo são:

Concreto de 20 MPa; cobrimento de 3 cm, dimensões de 15x30 cm, M =23,6 kN/m, estribos com ∅6,3 e
barras com ∅10mm, aço CA-50.
Solução analítica

𝑀𝑑 = 23,6 ∗ 1,4 = 33,04 𝑘𝑁/𝑚

20
𝑓𝑐𝑑 = = 14,28 𝑀𝑃𝑎
1,4

𝑍 = 𝑑 – 0,4𝑥

10
𝑑 = 30 – 3 – 0,63 – = 26 𝑐𝑚
2

Agora podemos montar as equações para solução

𝑅𝑐 = 0,85𝑓𝑐𝑑 ∗ 0,8𝑥 ∗ 𝑏 = 0,85 ∗ 14,28 ∙ 106 ∗ 0,8 ∗ 𝑥 ∗ 0,15

𝑅𝑐 = 1456,56 ∙ 103 ∗ 𝑥

𝑀𝑖 = 𝑅𝑐 ∗ 𝑧 = 𝑀𝑑 = 33,04 𝑘𝑁/𝑚

1456,56 ∙ 103 ∗ 𝑥 ∗ 𝑧 = 33,04 ∙ 103

𝑥 ∗ 𝑧 = 0,02268

𝑥 ∗ (𝑑 − 0,4𝑥) = 0,02268

𝑥 ∗ (0,26 − 0,4𝑥) = 0,02268

−0,4𝑥 2 + 0,26𝑥 − 0,02268 = 0

Desta equação do segundo grau temos as raízes:

𝑥 ′ = 0,1038 𝑚 𝑒 𝑥 ′′ = 0,546 𝑚

Descartamos a segunda solução, pois está maior que a viga, portanto a posição da linha neutra é 10,38 cm e
vamos substituir nas equações de

𝑅𝑐 = 1456,56 ∙ 103 ∗ 0,1038 = 151,9 𝑘𝑁 = 𝑅𝑎 = 𝐴𝑠 ∗ 𝜎𝑠

Caso 1. Concreto está submetido a uma deformação máxima de 3,5 ‰

3,5 𝜀𝑎
=
10,4 26−10,4

𝜀𝑎 = 5,25 ‰

Esta solução é válida, pois significa que o aço está trabalhando abaixo
da deformação máxima. Podemos verificar que estamos no domínio 3,
pois estamos com uma deformação do concreto em 3,5 ‰ e uma
deformação do aço de 5,25 ‰.
Para efeitos didáticos, vamos calcular o segundo caso

Caso 2. O aço está submetido a uma deformação máxima de 10 ‰

𝜀𝑐 10
=
10,4 26 − 10,4

𝜀𝑐 = 6,66 ‰

Esta solução não é válida, pois o concreto está com uma deformação
maior que o limite máximo.

Do gráfico de tensão deformação do aço podemos afirmar que para uma


deformação de 5,25 ‰, o aço está submetido a uma tensão fyd, pois o
fyd inicia em 2,07 ‰ para o CA-50.

Observação:

No caso de deformação menor que 2,07 usamos semelhança de triângulo


para calcular o fyd.

Estamos usando um aço CA-50 que possui fya = 500 MPa e vamos obter a área de seção de aço da seguinte
forma:

fya 500
fyd = = = 434,7 MPa
1,15 1,15

Voltando na equação (2)

𝑅𝑎 151,48𝑘𝑁
𝐴𝑠 = = = 3,48 ∙ 10−4 𝑚2 = 3,48 𝑐𝑚2
𝜎𝑠 434,7𝑀𝑃𝑎

Estamos trabalhando com a possibilidade de usar barras de ∅10 mm. Estas barras possuem uma seção de
0,785 cm2, de onde podemos calcular a quantidade de barras.

𝑄𝑑𝑒 = 3,48/0,785 = 4,43

Com isso determinamos que a viga vai precisar de 5 barras de ∅10 mm


Solução utilizando tabela Kc/Ks

Podemos observar o mesmo resultado para As em termos práticos, quando usamos a tabela Kc/Ks

bw ∗ d2 15 ∗ 262
Kc = = = 3,069
Md 33,04 ∗ 100

Ks ∗ Md 0,027 ∗ 33,04 ∗ 100


As = = = 3,44
d 26

Espaçamento mínimo das barras da armadura

Durante o lançamento do concreto sobre as formas com as armações, caso os espaçamentos entre as barras
não esteja adequado, o agregado graúdo ficará retido, impossibilitando o preenchimento das formas.

Um outro problema que pode acontecer é a dificuldade de introdução da ponteira do vibrador entre as barras,
prejudicando o adensamento.

Estes problemas podem causar a formação de espaços vazios no interior da estrutura ou retenção do agregado
graúdo entre as barras, em ambos os casos, reduzindo a eficiência do concreto e podendo levar a estrutura ao
colapso.

Para evitar estes problemas a norma NBR 6118:2014 estabelece


espaçamentos mínimos entre barras da armadura, que serão detalhados a
seguir, onde o maior valor entre os três determina o espaçamento mínimo.

2 cm;
ev = { ∅l (diâmetro da barra ou feixe de barras;
0,5 ∅ do agregado

2 cm;
eh = { l (diâmetro da barra ou feixe de barras;

1,2 ∅ do agregado

Exemplo 1

Vamos considerar a parte superior de uma viga com 15 cm de largura, armada com estribos de 6,3 mm e barras
longitudinais de 10 mm e cobertura de 3 cm, e concreto com brita #1 (malha entre 9,5 e 19 mm)

O espaçamento entre as duas barras será:

𝑒ℎ = 15 − 3 − 3 − 0,63 − 0,63 − 1 − 1
𝑒ℎ = 5,74 𝑐𝑚
Que é um espaçamento muito maior que o mínimo
estabelecido por norma.
2 cm;
eh = { l (0,63);

1,2 ∅ do agregado (1,2 ∗ 1,5 = 1,8 cm)
Exemplo 2

Vamos considerar o exemplo anterior, mas agora com três


barras longitudinais.

15 − 3 − 3 − 0,63 − 0,63 − 1 − 1 − 1
𝑒ℎ =
2

𝑒ℎ = 2,55 cm

Que é um espaçamento maior que o mínimo estabelecido por


norma.

Com isso podemos deduzir uma equação prática para o espaçamento horizontal

𝑏 − 2𝑐 − 2∅𝑒𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑜𝑠 − 𝑛 ∙ ∅𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝑒ℎ =
𝑛−1

Exemplo 3

Vamos considerar uma situação para quatro barras:

15 − 2 ∗ 3 − 2 ∗ 0,63 − 4 ∗ 1
𝑒ℎ = = 1,24 𝑐𝑚
3

Como não é possível, por ter um espaçamento menor que o mínimo estabelecido, temos que avançar para
uma segunda camada de barras longitudinais.

Podemos colocar apenas uma barra na segunda camada, com o espaçamento vertical estabelecido pela
norma, ou podemos colocar duas barras na segunda camada de forma simétrica. Em ambos os casos, com o
espaçamento horizontal estabelecido pela norma.
Ftool
Apostila em
desenvolvimento, não
finalizada

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