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Prof. Cilene Macedo
Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. Cilene Macedo
M149l
Macedo, Cilene
ISBN 978-65-5663-097-7
CDD 659.1014
Impresso por:
Apresentação
Prezado estudante!
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
UNI
IV
V
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que te levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para teu estudo.
VI
Sumário
UNIDADE 1 - A ARTE E A ESTÉTICA...................................................................................................1
VII
TÓPICO 2 - TEORIA GERAL DOS SIGNOS.....................................................................................75
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................75
2 O QUE SÃO SIGNOS...........................................................................................................................75
3 A DIFERENÇA ENTRE SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO........................................................79
4 RELAÇÃO ENTRE SIGNO, ÍCONE, ÍNDICE E SÍMBOLO.........................................................80
4.1 EXEMPLOS DE ÍCONE...................................................................................................................81
4.2 EXEMPLO DE ÍNDICE ...................................................................................................................83
4.3 EXEMPLO DE SÍMBOLO................................................................................................................84
5 CONCEITO DE SISTEMA DE LINGUAGEM................................................................................85
5.1 ORAL..................................................................................................................................................85
5.2 ALFABETO E MANUSCRITO........................................................................................................85
5.3 TIPOGRAFIA ...................................................................................................................................86
5.4 ELETRÔNICA...................................................................................................................................86
5.4.1 Função fática.............................................................................................................................87
5.4.2 Função poética.........................................................................................................................88
5.4.3 Função metalinguística...........................................................................................................89
5.4.4 Função conativa ou apelativa.................................................................................................89
5.4.5 Função referencial ou denotativa..........................................................................................90
5.4.6 Função emotiva........................................................................................................................91
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................93
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................94
VIII
4.1.4 Classe social............................................................................................................................131
4.1.5 Raça e etnia.............................................................................................................................131
4.1.6 Geografia.................................................................................................................................132
4.1.7 Estilo de vida..........................................................................................................................132
4.1.8 Hierarquia das necessidades de Maslow...........................................................................133
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................134
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................135
IX
X
UNIDADE 1
A ARTE E A ESTÉTICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Desde que se tem informações do início das civilizações, também se tem
conhecimento das manifestações artísticas feitas pelos seres humanos. Cada
lugar, povo e cultura tem os seus próprios ritos e objetivos que lhes sugerem. Não
temos como falar de todas as manifestações artísticas que se tem conhecimento
na história, mas citaremos algumas com o intuito de compreendermos
de onde vierem e perceber sua importância na sociedade antiga e atual.
3
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
2 MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS
A seguir, veremos alguns exemplos de manifestações artísticas da
antiguidade até os dias atuais. Dividiremos por períodos da história para
organizar melhor o nosso estudo.
4
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
5
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
ATENCAO
Se pararmos para pensar na atualidade, os artistas são venerados por seus dons
e também possuem um atelier para produzir a arte e guardar os seus utensílios. Será que
muitos dos nossos costumes de hoje já vieram desde a antiguidade?
6
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
7
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
NOTA
O que é arte?
Como percebemos a arte pode ser definida como um conjunto de habilidades de expressões
humanas capaz de transmitir uma informação, uma ideia, uma representação, uma sensação.
A arte tem a ver com a cultura de um povo, podendo variar de acordo com a época em que
se vive. Por meio da arte os historiadores podem descobrir como era a vida e os costumes
dos nossos antepassados, pois ela representa também os costumes da sociedade.
8
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
NOTA
9
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
NOTA
NOTA
10
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
DICAS
DICAS
Você sabia que existem muitos museus do mundo que possuem obras dos
séculos passados e que realizam passeios virtuais? Neste link: https://canaldoensino.com.br/
blog/50-museus-virtuais-para-voce-visitar você pode conhecer 50 museus sem sair de casa.
11
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
NOTA
12
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
como obra de Deus, também deveria ser estudada pela ciência. Existia um grande
apelo e incentivo para que o homem se desapegasse da igreja e se voltasse a
inteligência humana, aos estudos, às descobertas e à criação. Nas artes, na busca
pelo realismo, houve o desenvolvimento de técnicas com a profundidade e a
perspectiva, na tentativa de imitar a realidade por meio da descrição e detalhes
dos objetos, pessoas, natureza, dentre outros (NONELL, 1980).
13
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
14
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
15
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
Arte Moderna
• Cultura elevada
• Estetização
• Interpretação
• Obra/originalidade
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TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
• Forma/abstração
• Hermetismo
• Conhecimento superior
• Oposição ao público
• Crítica cultural
• Afirmação da arte
Arte Pós-Moderna
• Banalização do cotidiano
• Antiarte
• Desestetização
• Processo/pastiche
• Conteúdo/configuração
• Fácil compreensão
• Jogo com arte
• Participação do público
• Comentário cômico/social
• Desvalorização obra/autor
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UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
DICAS
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TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
DICAS
20
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
21
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
DICAS
5 ERA DIGITAL
O homem sempre utilizou a técnica para realizar coisas do cotidiano.
Desde a pré-história o ser humano aprendeu a criar diversas técnicas, a princípio
para a sua própria subsistência como acender o fogo friccionando gravetos,
esculpir ferramentas para caçar, técnicas de plantação, dentre outras. Este hábito
nunca mudou, pois, o ser humano é inventivo e desbravador por natureza. Com
técnicas cada vez mais avançadas criamos as máquinas e a tecnologia passou a
fazer parte da vida das pessoas.
DICAS
A arte e a tecnologia criaram uma sinergia entre elas. E, a partir daí, surgiram
muitos artistas contemporâneos que estão transformando o modo de expressar a arte. Você
quer saber mais da Arte Digital? Conheça 15 artistas que usam a criatividade e a tecnologia
para se expressar, no site Hypeness, no link: https://www.hypeness.com.br/2016/09/15-
artistas-que-usando-a-criatividade-e-a-tecnologia-provam-que-na-arte-nem-o-ceu-e-um-
limite/. Ainda sobre a Arte Digital indicamos o livro Art Pocket: Arte Digital, de Wolf Lieser.
Importante frisar que toda arte reflete uma imagem. Para Santaella (2014),
independente do nível de complexidade ou astúcia da imagem é a ela que se deve
a sua existência como duplicadora e multiplicadora de mundos. Não se trata de
réplica de coisas visíveis fora da imagem, mas de algo menos óbvio:
Os modos pelos quais as imagens vão povoando o mundo de outros
mundos, ou seja, aqueles que a imagem cria, recria, reproduz,
emula, simula e multiplica. À realidade, as imagens aderem, criando
e transmutando modos de ver. Longe de serem meros reflexos
ou espelhos da realidade, as imagens são acréscimos, excedentes,
adensando a complexidade do real. [...] há imagens que se pretendem
completas, sonham com a completude. Antes do advento da fotografia,
que colocou na face dos nossos olhos a incompletude de quaisquer
representações, a maior parte das imagens pictóricas, com exceção dos
artistas antecipadores, buscava dar expressão a uma cena no orgulho
de sua inteireza. O mundo, vasto mundo atrás, dos lados e à frente de
si, submergia nas sombras da insignificância, pois a imagem detinha o
poder de conceder pleno significado à realidade. [...] por mais ficcional
que a imagem possa ser, ela aninha, no seu seio, marcas do espaço e do
tempo. Não há como ocultar ou disfarçar os traços de época dos motivos
representados e dos contextos para os quais eles apontam. Isso fica mais
explícito nas imagens figurativas, ou seja, aquelas que sugerem, indicam
ou designam objetos ou situações existentes sempre marcadas por uma
historicidade que lhes é própria (SANTAELLA, 2014, p. 16).
23
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
24
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Na idade Antiga que compreende de (1 mil a.C. a 450 d.C.) o homem fixou
morada e com isso passou a deixar mais registros da sua cultura, além da arte
também passou a registrar as coisas de forma escrita.
• A arte na Idade Média, que vai até o Século XV, tem no seu centro a religião.
Os variados estilos artísticos ressaltaram Jesus Cristo, os santos, os anjos,
sempre enaltecendo a própria igreja e a fé.
25
• Foi na Idade Contemporânea que aconteceu o início de uma nova era, em que
surgiram técnicas inovadoras, artísticas e diferentes estilos, mais livres e com
maior expressão particular do artista. Também foi uma época em que ocorreu
maior popularização da arte, o que propiciou mais interação das pessoas
como mundo artístico e, com isso, aproximou mais a arte com todas as classes
sociais.
• Toda arte reflete uma imagem e toda a imagem pode ser a representação de
algo, de alguém de um comportamento, ou seja, a imagem tenta reproduz o
próprio mundo.
26
AUTOATIVIDADE
1 2
27
Assinale V (verdadeira) e F (falsa) nas seguintes sentenças:
28
Assinale V (verdadeira) e F (falsa) nas sentenças a seguir:
29
30
UNIDADE 1
TÓPICO 2
PRINCÍPIOS DA ESTÉTICA
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, entenderemos um pouco mais sobre a história da arte,
no contexto da estética. Para iniciarmos, compreenderemos o que significa
a etimologia desta palavra. Estética (aisthésis) vem do grego e quer dizer
sensibilidade, sensível, aquilo que se percebe, que é perceptível. De acordo com
o dicionário Michaelis (2019), estética é parte da filosofia que trata do belo, do
sensível e do fenômeno artístico.
Conforme Alexander Gottlieb Baumgarten (1714-1762), filósofo
alemão que cunhou o termo estética, trata-se da ciência das faculdades
sensitivas que consiste na apreensão da beleza e das formas artísticas.
Segundo o kantismo, é o estudo dos julgamentos estéticos por parte
dos seres humanos ao afirmarem que determinado objeto, artístico ou
natural, desperta um sentimento universal de beleza. Harmonia das
formas, das cores, dos costumes etc.
31
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
2 A ESTÉTICA E A ARTE
A origem grega da palavra estética nos mostra de onde ela teve início. Seu
surgimento foi dentro da filosofia com o estudo dos conceitos do bom e do belo.
Os gregos acreditavam que a beleza estava ligada aos valores morais. De acordo
com Lacoste (1986), a filosofia da arte teve início com debates de Platão e Sócrates.
32
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA ESTÉTICA
Para o autor, o sensível está ligado à intuição do ser humano que, quanto
mais sensibilidade tiver maior é a sua dimensão profunda que se relaciona ao
espírito absoluto. “Só é espírito absoluto quando é reconhecido como tal. Como
esse é o ponto de vista da arte, considerada na mais alta e verídica dignidade, logo
aparece evidente que a arte se situa no mesmo plano da religião e da filosofia”
(HEGEL, 1980, p. 161).
33
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
DICAS
34
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA ESTÉTICA
3 NOÇÕES DO BELO
Durante a Idade Média, o belo estava ligado ao bom. No Renascimento,
estava vinculado também à ética e à concepção subjetiva. Hobbes (2003) apud
Abbagnano (2007, p. 108) diz: “o homem chama de bom o objeto de seu apetite ou
de seu desejo, de mau o objeto de seu ódio ou de sua aversão, de vil o objeto de
seu desprezo. As palavras ‘bom’, ‘mau’, ‘vil’ são sempre entendidas em relação a
quem as emprega [...]” (ABBAGNANO, 2007, p. 108).
Para Hegel (1996), existia uma diferença entre o belo natural e o belo
artístico. É comum falarmos de um belo céu, de uma bela cor, mas não se sabe a
razão de assim qualificar. A beleza realizada pela arte seria inferior à da natureza
da maioria das opiniões, e o seu mérito estaria em se aproximar da beleza natural.
Todavia, neste caso, onde ficaria a estética, a ciência do belo? No entanto, é por
meio do espírito superior que se concebe a arte, e, por isso, o belo artístico seria
superior ao belo natural.
A arte sempre foi objeto de contemplação e para cada pessoa ela pode
exprimir sentimentos e sensações diferentes, pois cada ser humano pode ter uma
interpretação particular do que vê. Essa interpretação pode causar aprovação ou
35
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
rejeição. O que não significa que uma obra de arte pode ser considerada bonita
ou feia, trata-se do gosto particular de cada um. Por falar em gosto, devemos
lembrar que a cada época a sociedade tem parâmetros diferentes sobre a questão
estética. O belo e o feio podem variar, também, de acordo com cada cultura e com
as questões sociais.
DICAS
Você sabia que existe um Museu da Arte Feia? O Museu fica na cidade de
Boston, nos Estado Unidos. De acordo com uma reportagem da BBC, um vendedor de
antiguidades teve a ideia depois de encontrar um quadro que considerava feio, no lixo.
Passados vinte e quatro anos, o museu possui quase 800 obras únicas, e muitas delas foram
encontradas no lixo. Conheça algumas das obras expostas no Museu: https://www.bbc.
com/portuguese/curiosidades-44486856.
36
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA ESTÉTICA
37
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
DICAS
Para saber mais sobre o belo e o feio, indicamos a leitura do livro História da
Feiura de autoria do filósofo Italiano Umberto Eco. Para entender um pouco deste universo,
assista a entrevista com o autor em que ele comenta sobre o livro: https://www.youtube.
com/watch?v=SoOeVZUGQRs.
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
39
AUTOATIVIDADE
1 Como vimos até agora, a arte sofreu diversas transformações ao longo dos
séculos e passou a ser investigada por muitos filósofos. Uma das questões que
eles tentaram encontrar foi uma solução que está relacionada ao julgamento
da beleza de uma obra de arte. A isso chamaram de estética da arte. Na
idade Contemporânea, vimos uma arte muito mais livre e com muito mais
expressões sociais do que anteriormente, podendo falar com o seu público por
meio de diversas formas. Diante disso, responda quais as afirmações a seguir
estão corretas:
41
42
UNIDADE 1
TÓPICO 3
A TEORIA DA GESTALT
1 INTRODUÇÃO
Conforme vimos nos tópicos anteriores, as inscrições rupestres, as
artes, as esculturas, os objetos, os utensílios também podem ser considerados
manifestações artísticas, maneiras de se comunicar e de se expressar. Assim,
as representações se constituem por formatos. Pesquisados do Século XIX se
interessaram por tentar entender melhor as formas dos objetos e criaram a Teoria
da Forma, a Gestalt.
2 LEIS DA GESTALT
As Leis da Gestalt têm por objetivo facilitar a compreensão das imagens
e das ideias, por meio de conclusões que criamos a partir de um comportamento
cerebral. Traremos aqui as principais, de acordo com Gomes Filho (2008).
43
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
2.1 UNIDADE
Trata-se de uma ou mais unidades que, agrupadas, se faz a leitura de um
todo. Independente se os elementos são diferentes entre si, de cores e tamanhos
distintos. Mesmo assim fazem parte de um todo. A imagem a seguir pode ser
considerada uma unidade e as pessoas subunidades.
2.2 SEGREGAÇÃO
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TÓPICO 3 | A TEORIA DA GESTALT
2.3 FECHAMENTO
A partir desta lei, obtém-se a sensação de fechamento pela ordem contínua
das partes. O agrupamento dos elementos em uma continuidade fluida mesmo
que aberta ou vazada tende a se mostrar fechada em si.
2.4 UNIFICAÇÃO
45
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
2.5 CONTINUIDADE
Esta lei mostra as partes do todo que estão unidas numa perspectiva
coerente, dando a sensação que as formas são idênticas. O percurso da pessoa que
observa esta imagem não sofre nenhuma interrupção, ou seja, ela olha de forma
contínua para poder compreender o todo.
2.6 PROXIMIDADE
Já, nesta lei, podemos observar as formas agrupados uma ao lado da
outra. Alguns elementos estão mais pertos e outros mais longe, que tende a uma
percepção de equilíbrio simétrico.
2.7 SEMELHANÇA
Nesta lei, podemos ver o agrupamento de elementos semelhantes e tal
semelhança se dá pela intensidade, cor, peso e tamanho.
46
TÓPICO 3 | A TEORIA DA GESTALT
Na Figura 33, podemos ver alto grau de pregnância. A letra (R) está
bem visível, de clara compreensão, e se destaca pela composição de cores, pelo
contraste do preto em relação aos demais tons.
De acordo com Gomes Filho (2008), existem, além dos passos anteriores,
um segundo passo a ser seguido como a sensibilidade e o repertório do
leitor. Neste ponto, ele deverá observar o conteúdo explicitado nas categorias
conceituais/técnicas visuais aplicadas. “Deve procurar na leitura atenta do
objeto aqueles conceitos que mais se aproximam ou coincidam com as diversas
definições das igualdades, diversas categorias conceituais e, por meio destas
realizar a sua análise” (GOMES FILHO, 2008, p. 104). Após a leitura visual das
Leis da Gestalt, o leitor deverá analisar, listar, apontar e fazer uma interpretação
conclusiva da pregnância da forma e atribuir um índice proporcional à uma
qualidade apresentada.
48
TÓPICO 3 | A TEORIA DA GESTALT
3QUALAIMPORTÂNCIADAGESTALTEPARAOQUEELASERVE
Mas o que tem a ver a psicologia da forma com as áreas que atuam com a
comunicação visual? Tentaremos entender essa relação. No Século XIX houve uma
expansão das forças de produção e do aumento de empresas e de empregados.
Muitas pessoas saíram do campo, do meio rural, para tentar outro tipo de vida
nos grandes centros. E, com isso, também aumentaram as demandas de consumo
de produtos.
49
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
50
TÓPICO 3 | A TEORIA DA GESTALT
Sobre isso, Santaella (2014) reflete em seu artigo Imagens são óbvias
ou astuciosas?, para a autora são ambas as respostas. No caso de as imagens
serem astuciosas, são aquelas que fazem uso de truques ou armadilhas. Sobre as
imagens representadas como, por exemplo, a produzidas pelos seres humanos
desde a pré-história, ela ressalta que elas foram mudando de suporte, de meios
de produção, até chegar atualmente com as imagens 3D, exemplifica. Sobre a
obviedade das imagens a autora diz, que:
Comumente, imagens visuais nos apresentam figuras (objetos,
compósito de objetos ou cenas) contra um fundo. Este é definido
pela Gestalt como uma espécie de segundo plano do qual emerge e
se destaca um motivo visual, a figura. Embora a figura tenha mais
estabilidade do que o fundo, nem sempre figura e fundo são absolutos,
pois podem ser reversíveis. Quanto mais tecnicamente elaborada é
uma imagem, mais aumenta a possibilidade de reversão entre esses
seus dois componentes substanciais. Muitas vezes também, a figura
se desdobra em planos, primeiro, segundo, terceiro, o que provoca
um recuo do fundo para o último plano. Para simplificar, pode-se
afirmar que a figura nos apresenta uma cena de que o fundo pode
ser concebido como cenário. Este pode também ser entendido como
o contexto situacional da figura. A imagem é tanto mais óbvia quanto
mais tanto figura quanto fundo são imediatamente reconhecíveis pelo
observador. Algo do mundo visual está ali replicado à maneira de um
espelho. [...] portanto, é óbvio na imagem aquilo que é imediatamente
reconhecível na ligação que ela estabelece com o mundo exterior
(SANTAELLA, 2014, p. 13).
O autor aponta a função da imagem por três modos distintos, conforme a seguir:
52
TÓPICO 3 | A TEORIA DA GESTALT
sensações, porém, é diferente da arte, mas pode se passar por imagem artística,
como, por exemplo, a publicidade.
Para Aumont (1993), a imagem pode ser entendida como um objeto produ-
zido pelo homem por meio de algum dispositivo com a intenção de mostra para
quem irá a observar uma forma simbolizada de um mundo real. Para o autor, qual-
quer imagem tem como objetivo representar a realidade ou ao menos, um aspecto
desta realidade. Essa visão é inerente ao homem, mas a imagem é produto dele.
53
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
LEITURA COMPLEMENTAR
FONTE: GOMES FILHO, J. G. Gestalt do Objeto: sistema de leitura visual da forma. São Paulo:
Escrituras, 2008, p. 65.
54
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• As pesquisas tinham interesse em saber por que uma forma agrada mais que
outras e a relação sujeito-objeto no campo da percepção.
• Os objetos são percebidos de forma diferente por cada indivíduo. Uma figura
pode ser vista por uma pessoa de maneira diferente que a outra de acordo
com a suas experiências anteriores, cultura, idade, saber, memória etc.
• A partir destas leis os profissionais que trabalham com artes visuais podem
utilizar estes conceitos para melhorar a qualidade das suas produções e
entender os traços que diferenciam os tipos de imagens.
CHAMADA
55
AUTOATIVIDADE
56
Agora, assinale a alternativa que contenha a sequência CORRETA:
a) ( ) V, F, V, F, V.
b) ( ) V, F, V, F, F.
c) ( ) V, V, V, F, F.
d) ( ) V, V, F, F, F.
I- Unidade: trata-se de uma única unidade que não se agrupa a nenhuma outra.
II- Fechamento: esta lei se obtém a sensação de fechamento pela ordem
contínua das partes. O agrupamento dos elementos em uma continuidade
fluida mesmo que aberta ou vazada tende a se mostrar fechada em si.
III- Continuidade: esta lei mostra as partes do todo que estão unidas numa
perspectiva coerente, dando a sensação de que as formas são idênticas. O
percurso da pessoa que observa esta imagem não sofre nenhuma interrupção,
ou seja, ela olha de forma contínua para poder compreender o todo
IV- Proximidade: já nesta lei podemos observar as formas agrupados uma ao
lado da outra. Alguns elementos estão mais pertos e outros mais longe, que
tende a uma percepção de equilíbrio simétrico.
V- Pregnância da Forma: nesta lei, veremos que a construção da forma deve
ter uma organização da estrutura de forma regular, equilibrada, homogênea.
Desta forma proporciona melhor interpretação. Como a mente possui um
comportamento automático de percepção, quanto mais simples for a forma,
com mais facilidade será assimilada.
57
58
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em três tópicos. Em cada um deles você
encontrará diversas atividades que o ajudarão na compreensão das
informações apresentadas.
CHAMADA
59
60
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Vimos, na unidade anterior, como surgiram as imagens na arte, a sua
importância para a história desde os primórdios da civilização e como os estudos
sobre a imagens vêm avançando durante o tempo. Muitas leituras e diversos
conceitos têm sido apresentados até então. Nesta unidade, continuaremos os
estudos da imagem sobre outras perspectivas.
61
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VISUAL E VERBAL
aos outros sentidos em virtude de o homem ter criado mais mecanismos para
isso, como o telescópio, a fotografia, cinema, e mais recentemente a holografia.
Quase tudo está ligado aos sistemas de signos visuais e em menor proporção,
os sonoros. “Isto é, os processos de produção de linguagens e de transmissão de
mensagens que a humanidade foi criando, ao longo da sua existência, sem que
nenhum sistema de signos olfativo ou sistemas relativos ao tato fossem criados”
(SANTAELLA, 1998, p. 13).
62
TÓPICO 1 | LEITURA DE IMAGENS E TEXTOS VISUAIS
63
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VISUAL E VERBAL
64
TÓPICO 1 | LEITURA DE IMAGENS E TEXTOS VISUAIS
DICAS
65
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VISUAL E VERBAL
FIGURA 7 – CAPA DA REVISTA LIFE COM FIGURA 8 – CAPA DA REVISTA LIFE COM
SOLDADOS DURANTE A SEGUNDA GUERRA SOLDADOS DURANTE A SEGUNDA GUERRA
(1944) (1944)
66
TÓPICO 1 | LEITURA DE IMAGENS E TEXTOS VISUAIS
DICAS
67
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VISUAL E VERBAL
1. O modo simbólico, em que uma imagem serve de símbolo, como, por exemplo,
os símbolos religiosos.
2. O modo epistêmico, em que a imagem traz informações visuais sobre o
mundo como um mapa, um cartão postal, uma carta de baralho.
3. O modo estético, quando a imagem é destinada a agradar seu espectador,
apresentando sensações. O autor diz que é diferente da arte, mas pode se
passar por imagem artística, a exemplo da publicidade.
68
TÓPICO 1 | LEITURA DE IMAGENS E TEXTOS VISUAIS
do texto visual se dá por meio da interação do leitor com seus conhecimentos pré-
estabelecidos. Dito de outra forma, assim como no texto escrito, a leitura do texto
visual ocorre quando o leitor ativa as pistas fornecidas pela imagem, atribuindo
sentidos por uma influência da representação da memória.
Diante do que vimos até agora, podemos, então, presumir que todos os
tipos de textos são linguagens que podem ser lidas, inclusive as imagens, sejam
elas desenhos, pinturas, fotografias, dentre outras. Desta forma, a ausência do
texto grafado em uma imagem não prejudica a sua leitura, bem pelo contrário,
cria novas formas de se ler, que são dadas de acordo com o contexto, com a
vivência de cada pessoa, com a sua memória em relação ao que está vendo.
Mesmo que uma imagem pareça óbvia, ela não tem apenas um sentido ou
um sentido fixo, ou seja, ele (o sentido) pode variar de acordo com a leitura do
observador. No entanto, independentemente disso, o que se constata, neste caso,
é o contexto em que a imagem está envolvida. Para Joly (1996, p. 39), a “imagem
é percebida como representação, isso quer dizer que a imagem é percebida
como signo”. Desta forma, a interação entre o significante e o significado que irá
determinar que signo é este.
69
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VISUAL E VERBAL
NOTA
O homem moderno como essencialmente visual, não pode ser isolado de sua
relação com a cultura de um mundo onde o que é produzido é para ser visto (BOSI, 2003, p. 65).
NOTA
71
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Presumimos, então, que todos os tipos de textos visuais podem ser lidos, como
os desenhos, as pinturas, as fotografias, as cenas de cinema e de televisão, dentre
outros. Desta forma, a ausência do texto grafado em uma imagem não prejudica
a sua leitura, bem pelo contrário, cria novas formas de se ler, que são dadas de
acordo com o contexto, com a vivência de cada pessoa, com a sua memória.
72
• Ao ler um texto grafado ou um texto visual, buscamos em nossos conhecimentos
as referências anteriores para fazer a leitura e a interpretação. Fazemos antes
de tudo uma imagem mental correspondente a impressão do que estamos
vendo.
73
AUTOATIVIDADE
74
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Vimos, no tópico anterior, que a imagem, desde a antiguidade, até os dias
de hoje, está carregada de significados e que os meios de comunicação como a
televisão, os jornais, o cinema e, mais recentemente, as redes sociais, têm grande
influência na sua propagação.
Ainda neste tópico, veremos uma subdivisão dos signos, que se compõe
em ícone, índice e símbolo, de acordo com Peirce (2005) e, por meio de exemplos,
tentaremos entender cada um deles e como são utilizados no mundo atual.
75
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VISUAL E VERBAL
linguísticos, antes de mais nada, precisamos dizer que um dos maiores estudiosos
dos signos foi Charles Sanders Peirce, nascido em Cambridge, em 1839. Para
Peirce, o signo linguístico “é aquilo que, sob certo aspecto ou modo, representa
algo para alguém. É estar numa tal relação com outro que, para certos propósitos,
é considerado por alguma mente como se fosse esse outro” (PEIRCE, 2005, p. 61).
Para Peirce (2005), o signo era algo tão complexo que ainda cabia divisões,
tanto do próprio signo, como de quem o interpreta. O autor divide o signo em
dois objetos e três interpretantes, conforme figura a seguir.
76
TÓPICO 2 | TEORIA GERAL DOS SIGNOS
NOTA
Interpretante imediato: é aquilo que o signo está apto a produzir numa mente interpretadora
qualquer. Não se trata daquilo que o signo efetivamente produz na minha ou na sua
mente, mas daquilo que, dependendo de sua natureza, ele pode produzir. Há signos que
são interpretáveis na forma de qualidades de sentimento; há outros que são interpretáveis
através de experiência concreta ou ação; outros são passíveis de interpretação através de
pensamentos numa série infinita.
Interpretante dinâmico: é aquilo que o signo efetivamente produz na sua, na minha mente,
em cada mente singular. E isso ele produzirá dependendo da sua natureza de signo e do seu
potencial como signo. Por exemplo: há signos que só produzirão sentimentos de qualidade.
Interpretante em si: se você recebe uma ordem de alguém que tem autoridade sobre você,
por respeito ou temor, essa ordem produzirá um interpretante dinâmico energético, isto é,
uma ação concreta e real de obediência, no caso, como resposta ao signo. Se o signo for
convencional, ou seja, signo de lei, por exemplo, uma palavra ou frase, o interpretante será um
pensamento que traduzirá o signo anterior em um outro signo da mesma natureza, e assim
ad infinitum. Este outro signo de caráter lógico é o que Peirce chama de interpretante em si.
Santaella (1996) também nos lembra que, apesar de Peirce ser um dos
mais importantes nomes do estudo dos signos dentro do campo da semiótica, os
signos já são estudados desde a antiguidade e isso pode ser visto nos postulados
de Platão e Aristóteles. No entanto, mais recentemente, outro filósofo e linguista
deixou uma importante contribuição neste campo da ciência da linguagem.
Estamos falando de Ferdinand de Saussure, nascido em Genebra, em 1857, e
falecido em 1913. Saussure foi um importante linguista, criador da semiologia.
NOTA
77
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VISUAL E VERBAL
Saussure (2006) trata a língua como um sistema ou estrutura regida por leis
e regras específicas e autônomas. Ele olha a língua como um sistema de valores
diferenciais, onde um “f” na palavra fato só adquire seu valor por oposição a
todos os outros. Desta forma, a linguagem falada só tem sentido ou significa sob a
condição de dar forma a um certo material, segundo regras combinatórias precisas.
78
TÓPICO 2 | TEORIA GERAL DOS SIGNOS
Um signo pode ter diversos significados, de acordo com a pessoa que irá
analisar. Por exemplo, “uma fotografia (significante) que apresenta um grupo alegre
de pessoas (referente) pode significar, de acordo com o contexto, foto de família ou,
em uma publicidade, alegria ou convívio (significados)” (JOLY, 1996, p. 34).
79
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VISUAL E VERBAL
NOTA
Santaella (2006) nos explica, a partir do quadro anterior, como Peirce fez
a divisão dos signos em categorias. Três colunas divididas em 1, 2 e 3 na vertical
e na horizontal.
80
TÓPICO 2 | TEORIA GERAL DOS SIGNOS
81
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VISUAL E VERBAL
82
TÓPICO 2 | TEORIA GERAL DOS SIGNOS
FIGURA 19 – GIRASSÓIS
83
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VISUAL E VERBAL
84
TÓPICO 2 | TEORIA GERAL DOS SIGNOS
NOTA
É por isso que, se o signo aparece como simples qualidade, na sua relação com
seu objeto, ele só pode ser um ícone. Isso porque qualidades não representam nada. Elas se
apresentam. Ora, se não representam, não podem funcionar como signo. Daí que o ícone
seja sempre um quase-signo: algo que se dá à contemplação (SANTAELLA, 1996, p. 13).
5.1 ORAL
O homem primitivo nesta fase tinha apenas uma única maneira de se
comunicar, que era com a voz.
85
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VISUAL E VERBAL
5.3 TIPOGRAFIA
Revolucionou a história da comunicação e da escrita, unificou a ortografia
e ampliou o conhecimento que passou a ficar registrado.
5.4 ELETRÔNICA
Surgiu após a criação dos computadores e vem se desenvolvendo a cada
ano. Com a convergência das tecnologias permitiu-se que as telecomunicações
passassem a ser usadas em rede, revolucionando mais uma vez a comunicação.
De acordo com Torquato (1986), para que a comunicação seja eficaz, ela
deve passar por essas etapas anteriores. Para o autor, uma comunicação eficaz
pode parecer uma simples troca de mensagens entre o emissor e o receptor, mas
não é tão simples assim. Ou seja, o emissor transmite o que deseja de forma clara
e o receptor concorda, porém, pode ter entendido a mensagem diferente do que
o emissor gostaria.
A eficácia do desempenho comunicativo não é a mesma coisa que
a eficiência do encontro comunicativo. Duas pessoas podem ser
eficientes, mas os resultados de um encontro de comunicação podem
ser desastrosos. Explicando, pode-se perceber que o produto a se
comunicar, o desempenho do emissor com suas habilidades, integram
o processo de comunicação, mas também integram aquele processo, a
situação, o repórter de jornal, a mensagem que o receptor interpreta,
suas habilidades de captação etc. Não se pode analisar eficácia,
isolando-se qualquer um desses elementos. A eficácia é, em parte,
determinada por todos esses elementos, devendo, pois, ser distinguida
das aptidões ou das qualidades das mensagens nos encontros
comunicativos. Mas um bom caminho para poder se começar a avaliar
a eficácia começa com o estabelecimento do plano, onde será posta a
questão (TORQUATO, 1986, p. 27).
86
TÓPICO 2 | TEORIA GERAL DOS SIGNOS
Agora que entendemos que nem toda comunicação é eficiente e que ela
depende de diversos fatores, como sucesso da mensagem entre o emissor e receptor,
também conheceremos as funções da linguagem, conforme Chalhub (2005).
87
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VISUAL E VERBAL
88
TÓPICO 2 | TEORIA GERAL DOS SIGNOS
89
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VISUAL E VERBAL
90
TÓPICO 2 | TEORIA GERAL DOS SIGNOS
91
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VISUAL E VERBAL
92
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Para Charles Sanders Peirce, signo é tudo aquilo que, sob certo aspecto ou
modo, representa algo ou alguém. É estar numa tal relação com outro que,
para certos propósitos, é considerado por alguma mente como se fosse esse
outro. É uma relação entre objeto e pessoa, que resulta em um significado.
• Peirce apresentou três divisões para o signo e duas para o interpretante: objeto
dinâmico; objeto imediato; interpretante imediato; interpretante dinâmico;
interpretante em si.
93
AUTOATIVIDADE
94
UNIDADE 2 TÓPICO 3
ESTRUTURALISMO LINGUÍSTICO
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, conheceremos a origem do movimento estruturalista, que
no seu início abrangia diversas áreas do conhecimento como a psicologia, a
antropologia, a sociologia, e mais tarde foi adotado no campo da linguística, a
partir do filósofo Ferdinand Saussure. No cenário do estruturalismo, Saussure
investiga detalhes da língua ancorado no sistema linguístico em que analisa sob
quatro aspectos que se contrapõem e se complementam: a isso deu o nome de
dicotomias. São elas: diacronia x sincronia; língua x fala; significado x significante;
paradigma x sintagma.
2 ORIGEM DO ESTRUTURALISMO
A palavra “estrutura” vem do latim structura – verbo struere, construir
– tendo seu principal sentido na construção, na arquitetura, e com o tempo o
conceito de análise por método de estrutura se expandiu para outras áreas do
conhecimento. O método comparativo foi o principal motivo da sua expansão.
A noção de harmonia e a observação empírica eram utilizadas como regras para
captar a estrutura. O conceito da palavra estrutura ganhou outros ares e passou
a fazer parte das ciências humanas, a partir do Século XIX. Já no Século XX surge
o termo estruturalismo primeiro no campo da psicologia, visando a organização
do pensamento e depois na linguística (BASTIDE, 1971).
95
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VISUAL E VERBAL
NOTA
96
TÓPICO 3 | ESTRUTURALISMO LINGUÍSTICO
97
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VISUAL E VERBAL
98
TÓPICO 3 | ESTRUTURALISMO LINGUÍSTICO
4 MOVIMENTO ESTRUTURALISTA
De acordo com Abbagnano (2007), o Estruturalismo é um método de
pesquisa que usa o conceito de Estrutura. É uma corrente de pensamento na área
das ciências humanas que teve início no Século XX. O Estruturalismo também
esteve presente na psicologia, antropologia, filosofia e na linguística. Para o
autor, o Estruturalismo é entendido como sendo algo que permite ser diacrônico,
além de sincrônico. Ou seja, “está subordinado ao sincrônico, considerando as
mudanças temporais como transformações nas relações constitutivas de um
sistema ou como oscilações dessas transformações em torno do limite constituído
pelo próprio sistema” (ABBAGNANO, 2007, p. 378).
NOTA
99
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VISUAL E VERBAL
100
TÓPICO 3 | ESTRUTURALISMO LINGUÍSTICO
LEITURA COMPLEMENTAR
Deivi Eduardo
Num outro contexto, Bakhtin (1997, p. 35-36) afirma que: os signos são
o alimento da consciência individual, a matéria de seu desenvolvimento, e ela
reflete sua lógica e suas leis. A lógica da consciência é a lógica da comunicação
ideológica, da interação semiótica de um grupo social. Portanto, a consciência
adquire forma e existência nos signos criados por um grupo organizado no curso
de suas relações sociais (BAKHTIN, 1997, p. 35).
As formas de uso das mídias em devem ser adaptadas, para que, esses
materiais possam vir a ser interpretados tanto pelos grupos que quer se atingir.
Devemos considerar, como fundamento dessa mediatização, o social, os contextos,
o conhecimento, as características e demandas diferenciadas dos grupos e/ou
públicos que vão gerar leituras e aproveitamentos fortemente diversificados
(BELLONI, 2002). Um coletivo pensante homens-coisas, coletivo dinâmico povoado
por singularidades atuantes e subjetividades mutantes (LEVY, 1993, p.11).
Para Joly (1996) o termo “imagem” utilizado nos dias de hoje remete à
imagem da mídia, aquela imagem que não pede licença para entrar na casa das
pessoas. São as imagens que nem sempre queremos ver, e que são ofertadas e
impostas sem que nos demos conta.
101
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VISUAL E VERBAL
FONTE: OLIARI, D. E. A Semiótica: a base para a Linguagem Visual. 2004. Disponível em: http://
www.intercom.org.br/papers/nacionais/2004/resumos/R2115-2.pdf. Acesso em: 6 maio 2020.
102
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
103
AUTOATIVIDADE
104
UNIDADE 3
SEMIÓTICA, SEMIOLOGIA E
LINGUAGEM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
105
106
UNIDADE 3
TÓPICO 1
SEMIÓTICA E SOCIEDADE
1 INTRODUÇÃO
Na unidade anterior, falamos sobre como os signos linguísticos, que
constituem a nossa língua, são carregados de significados e de que maneira
nos relacionamos com eles no nosso dia a dia. Entendemos que as formas de
comunicação e também as representações vão mudando no decorrer da história e
se transformando ao longo dos séculos.
2 O QUE É SEMIÓTICA
A palavra semiótica vem da raiz grega semeion, que quer dizer signo,
ou seja, a semiótica é a ciência dos signos. No entanto, essa palavra também é
utilizada na astrologia, o que pode gerar alguma confusão. Desta forma, deve
ficar claro que estamos falando de signos linguísticos e que não se trata de algo
acabado, com definições encerradas, pois tudo que se finaliza acaba anulando
outras possibilidades. A ciência da semiótica ainda é um “caminho de instigação
e do conhecimento” (SANTAELLA, 1996, p. 8).
Mesmo que a semiótica não tenha ainda uma única definição e tenda a se
expandir, uma coisa é certa: ela é a ciência que permite o estudo de todos os tipos
de linguagens do mundo e tem como principal objetivo “o exame dos modos
107
UNIDADE 3 | SEMIÓTICA, SEMIOLOGIA E LINGUAGEM
108
TÓPICO 1 | SEMIÓTICA E SOCIEDADE
DICAS
109
UNIDADE 3 | SEMIÓTICA, SEMIOLOGIA E LINGUAGEM
DICAS
Entenderemos mais sobre este assunto no artigo A Semiótica: a Base para a Linguagem
Visual (OLIARI, 2004), no link: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2004/resumos/
R2115-2.pdf.
Santaella (1996) nos explica que, para Peirce, a Semiótica vista como Lógica
não tinha o entendimento de ciência aplicada, e sim, o de criar conceitos sígnicos
que dessem sustentação ou base para qualquer ciência. Peirce se preocupava tanto
com o possível mal-entendido da relação da Lógica com a Semiótica quanto com
outras ciências em que ela poderia ser aplicada. Ele também tinha cuidado com a
definição de signo. Para Peirce, existe uma necessidade de uma nova teoria geral
de signos, que incluísse todas as espécies e suas significações. No entanto, nenhum
outro lógico continuou os estudos da Semiótica por este viés até os dias de hoje.
110
TÓPICO 1 | SEMIÓTICA E SOCIEDADE
NOTA
111
UNIDADE 3 | SEMIÓTICA, SEMIOLOGIA E LINGUAGEM
TUROS
ESTUDOS FU
3 O QUE É SEMIOLOGIA
Semiologia é a Ciência que estuda os sistemas de Signos. Como vimos na
unidade anterior, a palavra semiologia surgiu a partir de Ferdinand Saussure,
em suas aulas de linguística e que deu origem a obra Curso de Linguística Geral,
em 1915. Para ele, o sistema de signos representava os objetos que dão significado
ao que comunicamos, ou seja, as coisas que existem no mundo como cadeira,
mesa, televisão, cama etc., além disso, também são signos ou códigos tudo o que
constitui meio de linguagem como gestos, interpretação, adivinhação, dentre
outros. Para Saussure, a língua representa um sistema de signos linguísticos que
servem de base para a comunicação.
A base geral dos seus estudos foi o Estruturalismo. Para Santaella (1996,
p. 77), “se por estrutura formos entender categorias gramaticais que se organizam
hierarquicamente e que se conjugam em padrões sintáticos definidos, isso é
quase tão antigo quanto o próprio estudo na linguagem verbal”. Para a autora, a
grande revolução de Saussure ocorre na noção de estrutura com a interação dos
elementos que a constituem e que “a alteração de qualquer elemento, por mínimo
que seja, leva à alteração de todos os demais elementos do sistema como um
todo” (SANTAELLA, 1996, p. 77).
Nesse sentido, a linguística saussureana não é meramente uma teoria
para a descrição de línguas particulares, tais como a francesa, inglesa
ou ameríndia, mas uma teoria que tem por objeto os mecanismos
linguísticos gerais, quer dizer, o conjunto das regras e dos princípios
de funcionamento que são comuns a todas as línguas. Para Saussure,
portanto, a língua é um sistema de valores diferenciais, isto é, a língua é
uma forma na qual cada elemento, desde um simples som elementar (f,
por exemplo, na palavra fato, ou g, na palavra gato), só existe e adquire
seu valor e função por oposição a todos os outros. Cada elemento,
portanto, só é o que é por diferença em relação àquilo que todos não
são. O valor é, por isso, determinado por suas relações no interior de um
sistema. Nessa medida, a linguagem falada, ou a linguagem articulada,
só pode produzir sentido, só pode significar, sob a condição de dar
112
TÓPICO 1 | SEMIÓTICA E SOCIEDADE
4 ANÁLISE SEMIÓTICA
Os profissionais que trabalham na área da comunicação devem ter em
mente a importância da análise semiótica no desempenho do seu trabalho. Quando
falamos em análise semiótica, neste caso, é tentar entender a mente do espectador,
do consumidor daquela informação, de um produto ou serviço. Para cada produto
que existe no mercado há uma função, uma necessidade, um formato, que são
uma verdadeira combinação de modelo, aspecto, utilidade, cores etc.
A seguir, leremos um conto indiano infantil O mais lento pode vencer a corrida.
Veremos, de acordo com Pietroforte (2004, p. 12), neste processo de geração de
sentido, a partir da semiótica, que se pode definir um estrato geral ou abstrato. Ou
seja, o sentido se define por uma rede de relações entre os elementos do conteúdo.
113
UNIDADE 3 | SEMIÓTICA, SEMIOLOGIA E LINGUAGEM
Quando voava sobre um lago, com muita fome, Garuda, o pássaro mágico de
Vishnu, avistou uma tartaruga. A tartaruga desviou seu interesse sugerindo-lhe que,
antes que a comesse, deveriam apostar uma corrida para ver quem era mais rápido.
— Estou pronta para começar. Vossa alteza pode ir pelo ar, que irei pela
água. Vamos ver quem será o ganhador. Se eu perder, seu prémio será comer-me.
Pietroforte (2004) explica que no conto o sentido ocorre pelas relações que
estabelecem uma coerência no discurso e aponta o modelo de análise do quadrado
semiótico:
A relação entre os termos contrários vida vs morte é responsável pela
orientação de seu sentido mais geral e abstrato. Do ponto de vista da
tartaruga pretender comê-la, o pássaro afirma o termo morte em seu
fazer. Ao propor a corrida, ela nega este termo e, ao vencê-la afirma
o termo vida. Desse modo, o conto realiza o percurso morte => não
morte => vida => não-vida => morte também está prevista no modelo
(PIETROFORTE, 2004, p. 14).
114
TÓPICO 1 | SEMIÓTICA E SOCIEDADE
Após a observação, faremos uma leitura desta imagem com todos os seus
elementos visuais e perceptivos e veja se você notou estes detalhes da descrição.
115
UNIDADE 3 | SEMIÓTICA, SEMIOLOGIA E LINGUAGEM
116
TÓPICO 1 | SEMIÓTICA E SOCIEDADE
117
UNIDADE 3 | SEMIÓTICA, SEMIOLOGIA E LINGUAGEM
Muitas das análises que fazemos não são percebidas por nós, pois
começamos a aprender desde cedo e passamos a interpretar por toda a vida.
Podemos exemplificar essa afirmação ao olharmos as expressões faciais que
fazemos quando desejamos mostrar nossas emoções e reações. Os signos não são
apenas os objetos tangíveis, os intangíveis também podem nos transmitir muitos
significados, como podemos ver no exemplo a seguir.
118
TÓPICO 1 | SEMIÓTICA E SOCIEDADE
119
UNIDADE 3 | SEMIÓTICA, SEMIOLOGIA E LINGUAGEM
120
RESUMO DO TÓPICO 1
• A semiótica não tem uma única definição e seu estudo vem se expandindo no
mundo. No entanto, o conceito mais utilizado é que a Semiótica é a ciência
dos signos e estuda todos os tipos de linguagens do mundo.
• A palavra semiótica vem da raiz grega semeion, que quer dizer signo.
121
AUTOATIVIDADE
122
( ) Secundidade: a segunda observação será em relação a quais sentimentos
a imagem transmite. Uma moça está passando na loja do McDonald’s para
comprar um lanche. A moça está sem um sapato, em cima de uma abóbora,
e com as roupas rasgadas. Ela nos lembra a história infantil da Cinderela.
Parece que ela está com pressa, no relógio está marcando meia noite e ela não
está mais vestida de princesa, pois o encanto parece ter acabado. Ou seja, está
como ela mesma, sem a magia. O vendedor que está entregando percebe a sua
pressa e estica o braço para alcançar o lanche a ela.
( ) Terceiridade: a terceira fase da análise é uma previsão, uma percepção do
que todos esses elementos apresentados querem dizer. Neste caso, vemos que
o McDonald's utilizou um conto de fadas como recurso para transmitir a ideia.
O McDonald’s é visto como um restaurante prático e ágil, trabalha, com lojas
que trabalham 24 horas. Qualquer pessoa é bem-vinda, a qualquer hora do dia
ou da noite, vestida de princesa ou não – o importante para o restaurante é
servir o cliente, não importa quem ele seja. É um lugar onde as pessoas podem
ser elas mesmas e todos são bem-vindos.
( ) Todos os elementos da imagem buscam levar o cliente a um ambiente
lúdico e que fazem que que a pessoa se sinta criança novamente e assim,
adquira o produto pela emoção que desperta.
a) ( ) F, V, V, V, F.
b) ( ) F, V, V, F, F.
c) ( ) V, V, F, F, V.
d) ( ) V, V, F, V, V.
e) ( ) V, V, V, V, F.
FONTE: <https://diariodorio.com/wp-content/uploads/2019/01/Rosa-e-Azul-768x453.jpg>.
Acesso em: 6 maio 2020.
123
FONTE: <https://cutt.ly/Yu5L5y3>. Acesso em: 6 maio 2020.
124
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Toda linguagem verbal é uma forma de comunicação, podendo ser escrita
e ou oral. Mesmo que o processo de comunicação seja inerente ao ser humano,
a linguagem verbal foi se aperfeiçoando durante os anos. Os recursos da escrita
e a criação do alfabeto vieram depois da língua falada. A linguagem não verbal
também tem a intenção de comunicar algo por meio dos signos visuais como
imagens, símbolos, desenhos etc. Conforme vimos até agora, a linguagem sendo
verbal ou não verbal sempre transmite alguma informação. A partir destes
processos que surgiu a semiótica.
2 SEMIÓTICA DA CULTURA
Desde o início das civilizações, os homens criam as suas próprias culturas,
que vão se transformando ao longo dos anos. O homem é e sempre foi um ser
cultural e, desta forma, se comunica por meio da cultura criada por uma realidade
simbólica própria. Os desenhos rupestres, os rituais, a dança, a música, o folclore,
a escrita, o teatro, o cinema etc. possuem seus próprios códigos culturais que
transmitem diversos significados ao mundo. Desta forma, pesquisadores russos
sentiram a necessidade de criar uma semiótica própria para a cultura.
Para ele, os códigos da cultura se dão por meio de associações sígnicas que são
definidas como sistemas semióticos. Lotman (1996) criou o conceito de semiosfera,
ou seja, para ele os signos atuam no conjunto de todos os ambientes de maneira
interconectada. Assim, defendia que o signo, como sendo algo que represente a
linguagem, é a origem da formação social da cultura que possui regras próprias,
códigos próprios que desenvolvem uma linguagem particular da arte e na arte.
O grupo da Escola de Tartu, com base no legado dos formalistas russos,
mas também a partir do estruturalismo saussuriano e hjelmsleviano,
da teoria da informação, da psicologia cognitiva e outras áreas,
priorizou a abordagem semiótica de vários âmbitos da cultura, como
a literatura, o cinema, o folclore, a religião, a estética, a psicologia
da percepção, a semiótica do jogo de xadrez e de cartas, das regras
das boas maneiras, da comunicação, da narrativa, da mitologia e da
história, da metáfora e da tipologia da cultura (NÖTH, 2000, p. 97).
Desta forma, para Lotman, mesmo que as duas artes sejam parecidas,
o cinema tem um elemento diferente aos olhos do espectador, que é a câmera,
que, de certa forma, faz ângulos, cortes e edição, e que no teatro não existe. “A
iluminação, a montagem, a combinação de planos, a mudança de velocidade,
etc. podem dar aos objetos reproduzidos no écran significações suplementares:
simbólicas, metafóricas, metonímicas etc.” (LOTMAN, 1978, p. 60).
126
TÓPICO 2 | PROCESSOS VERBAIS E NÃO VERBAIS EM SEMIÓTICA DA CULTURA
NOTA
127
UNIDADE 3 | SEMIÓTICA, SEMIOLOGIA E LINGUAGEM
NOTA
128
TÓPICO 2 | PROCESSOS VERBAIS E NÃO VERBAIS EM SEMIÓTICA DA CULTURA
4 LINGUAGEM E CONSUMO
As pessoas não vivem mais no mundo real, segundo Debord (1992),
vivem em um mundo de representação. As imagens que vemos nas propagandas
nos veículos de comunicação são fruto de uma vida que não voltará mais a ser
vivida. Para o autor, estamos nos iludindo com um mundo de contemplação. Não
vivemos em um mundo real e sim em uma sociedade de consumo e do espetáculo.
Tal espetáculo criado e apreciado pela própria sociedade.
Sob todas as suas formas particulares de informação ou propaganda,
publicidade ou consumo direto do entretenimento, o espetáculo
constitui o modelo presente da vida socialmente dominante” [...]. E
toda a vida das sociedades nas quais reinam as modernas condições de
produção se apresenta como uma imensa acumulação de espetáculos.
Tudo o que era vivido diretamente, tornou-se uma representação
(DEBORD, 1992, p. 10-13).
129
UNIDADE 3 | SEMIÓTICA, SEMIOLOGIA E LINGUAGEM
4.1.1 Idade
Consumidores de diferentes faixas etárias, obviamente, têm a necessidade
e desejos diferentes. Embora as pessoas que pertencem a uma mesma faixa etária
difiram em muitos outros aspectos, elas tendem a compartilhar um conjunto
de valores e experiências culturais comuns que mantêm ao longo da vida. Em
alguns casos, a princípio, os profissionais de marketing desenvolvem produtos
para atrair um grupo etário e depois tentam ampliar seu apelo. É isso o que a
bebida energética de alta octanagem Red Bull está fazendo. A empresa introduziu
agressivamente a bebida em bares, casas noturnas e academias para atingir seu
público principal, os jovens. Com o tempo, a bebida se tornou popular em outros
contextos, e a empresa começou a patrocinar o Círculo Europeu da PGA para
ampliar seu alcance e atingir jogadores de golfe mais velhos.
130
TÓPICO 2 | PROCESSOS VERBAIS E NÃO VERBAIS EM SEMIÓTICA DA CULTURA
4.1.2 Gênero
A diferença por gênero começa bem cedo – até mesmo as fraldas são
vendidas na versão rosa para meninas e azul para meninos. Muitos produtos, desde
perfumes a calçados, são dirigidos ou para homens ou para mulheres. Uma equipe
de marketing da Procter & Gamble composta só de mulheres, que jocosamente
se denominam “mulheres no comando” introduziu o Crest Rejuvenating Effects, o
primeiro creme dental do mercado posicionado exclusivamente para mulheres.
A P&G informa que esse produto é feminino embalando-o em um tubo azul-
petróleo, acondicionado em uma caixa levemente “perolada”. O creme dental é
brilhante, também em tom azul-petróleo, e tem sabor de baunilha e canela.
131
UNIDADE 3 | SEMIÓTICA, SEMIOLOGIA E LINGUAGEM
4.1.6 Geografia
Muitas empresas nacionais adaptam suas ofertas para atrair consumidores
que vivem em diferentes partes do país.
FONTE: https://cutt.ly/ViyZaTr.
132
TÓPICO 2 | PROCESSOS VERBAIS E NÃO VERBAIS EM SEMIÓTICA DA CULTURA
NOTA
133
RESUMO DO TÓPICO 2
134
AUTOATIVIDADE
135
Agora, assinale a alternativa com as sentenças corretas:
a) ( ) I, III, V.
b) ( ) I, II, V.
c) ( ) I, II, IV.
d) ( ) II, IV, V.
136
UNIDADE 3
TÓPICO 3
POLÍTICA DA LINGUAGEM
1 INTRODUÇÃO
Desde a origem do ser humano no mundo, até os dias atuais, a necessidade
de se comunicar sempre esteve presente. Por meio da história descobrimos que
o homem desenvolveu, ao longo de milênios, diversos tipos de linguagem,
podendo ser verbal ou não verbal. Independentemente da maneira de como o
indivíduo se comunica, ele sempre deixou suas marcas pessoais no mundo.
137
UNIDADE 3 | SEMIÓTICA, SEMIOLOGIA E LINGUAGEM
NOTA
NOTA
138
TÓPICO 3 | POLÍTICA DA LINGUAGEM
NOTA
Ainda de acordo com Pêcheux (1975), não há sujeito, nem sentido, que
não seja dividido, não há forma de estar no discurso sem constituir-se em uma
posição-sujeito e, portanto, “inscreve-se em uma ou outra formação discursiva
que, por sua vez, é a projeção da ideologia no dizer. As relações de poder são
simbolizadas e isso é o político. A Análise de Discurso trabalha sobre relações de
poder simbolizadas em uma sociedade dividida” (ORLANDI, 2012, p. 55).
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UNIDADE 3 | SEMIÓTICA, SEMIOLOGIA E LINGUAGEM
Para Judith Butler (2015), a fala ou o discurso são atos políticos, ou seja,
a fala já é um posicionamento político, e essa fala sempre tem uma intenção.
Para ela, o que se fala depende muito do lugar de cada sujeito, e sempre está
diretamente relacionada com o lugar social no mundo.
3 MÍDIA E PODER
A história dos meios de comunicação no Brasil está diretamente ligada à
chegada da família real portuguesa, em 1808. Com a chegada da Corte Portuguesa
140
TÓPICO 3 | POLÍTICA DA LINGUAGEM
no Brasil, foi instalada a Imprensa Régia. Antes disso era proibida a circulação de
jornais, livros, qualquer texto ou panfletos. “Com a família real e o centro do
poder transferidos de Lisboa para o Rio de Janeiro, começaram a circular na nova
metrópole os primeiros periódicos brasileiros: o Correio Braziliense e a Gazeta do
Rio de Janeiro” (FLORES, 2014, p. 14).
De acordo com Sodré (1999), o jornal oficial da corte não tinha atrativos
para a população. Era informado ao público o estado de saúde dos príncipes
da Europa e também trazia ilustrações com documentos oficiais. Tudo era lido e
revisto pela corte. Nada podia abalar a imagem política e o conteúdo tinha que
agradar a Coroa Portuguesa. A leitura dos jornais era considerada baixa, pois o
índice de analfabetismo era muito grande. Só após a Independência do Brasil, em
1822, houve um aumento de jornais no país. Já no Século XX, os jornais deixaram
de ser artesanais e passaram a ser feitos com processo industrial. A partir de
então, também surgiram as empresas de comunicação privadas.
141
UNIDADE 3 | SEMIÓTICA, SEMIOLOGIA E LINGUAGEM
De acordo com Traquina (2012), por volta de 1900, a visão que se tinha
da imprensa estava associada às ligações entre jornal e propaganda política. A
imprensa era taxada como “feita por demagogos, fanáticos e escritores de terceira
categoria. A atitude do poder político, ainda largamente um poder autoritário
[...]” (TRAQUINA, 2012, p, 45).
A utilização de testemunhas oculares, o desenvolvimento da
reportagem, com a utilização da técnica de descrição, foram algumas
das inovações no jornalismo. Houve também uma mudança importante
no formato das notícias durante o século. A medida que as notícias
começaram a ser tratadas como produto, uma forma nascente de
‘empacotamento’ apareceu. As notícias tornaram-se crescentemente
estandardizadas [...] (TRAQUINA, 2012, p. 59).
4 A COMUNICAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
Com o advento da internet, a partir de 2000, os meios de comunicação sofreram
grandes transformações. Da mesma forma, tais mudanças também refletiram nos
profissionais de comunicação. A grande maioria passou a ter que incorporar em seus
currículos conhecimentos sobre mídias digitais. Vinte anos depois as redes sociais
passaram a fazer parte da vida das pessoas, como um caminho sem volta. Nessa
onda, as empresas também passaram a atuar e fazer das redes sociais ambientes
corporativos de relacionamento, venda e interação com seu público.
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TÓPICO 3 | POLÍTICA DA LINGUAGEM
DICAS
Para Gabriel (2010, p. 74), desde os anos 1970, a tecnologia vem pouco a
pouco criando um cenário digital até chegar onde estamos hoje. Com a tecnologia
passamos a precisar e a utilizar “computador pessoal, fax, internet, telefones
celulares, GPS, e principalmente a banda larga de internet, que permitiu a
importante mudança de ‘estar conectado’ para ‘ser conectado’”.
“Estar” conectado significa que você entra e sai da internet, como na linha
discada. Sendo assim, estar conectado é diferente de “ser” conectado. Para que a pessoa
seja conectada ela vive em simbiose com a rede, e isso só foi possível com a chegada da
banda larga de internet, que gerou muito crescimento neste cenário (GABRIEL, 2010).
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UNIDADE 3 | SEMIÓTICA, SEMIOLOGIA E LINGUAGEM
regulamentos que empregamos para estabelecer limites, e que nos ensinam sobre
como proceder dentro destes limites, para que sejamos bem-sucedidos. Um jogo é
um paradigma, tem suas regras, e os vencedores e perdedores são determinados
em função de quem é mais bem-sucedido no uso dessas regras. A ciência está
repleta de paradigmas (GABRIEL, 2020).
No entanto, ainda para a autora, não temos mais como fugir disso. As
redes sociais digitais, por exemplo, são as formas de comunicação que mais
crescem e se difundem mundialmente, e que vem modificando o comportamento
das pessoas e os relacionamentos. Desta forma, precisamos tentar entender esta
nova dinâmica, assim como as ameaças e as possibilidades que as redes trazem.
Oliari e Gallo (2015) nos convidam a fazer uma reflexão a partir dos
modos de interlocução na mídia social Facebook pela perspectiva discursiva. De
acordo com Oligari e Gallo (2015), para descrever e interpretar o processo de
significação da textualidade do discurso publicitário funcionando no ambiente
“digital” dessa mídia, é necessário assumir a relação constitutiva entre linguagem
e história no processo de produção do sentido.
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TÓPICO 3 | POLÍTICA DA LINGUAGEM
LEITURA COMPLEMENTAR
FONTE: OLIARI, D. E; ANNUSECK, M. R; GALLO, S. Análise do Discurso (AD) nas mídias sociais:
sujeitos divididos entre o público e o privado. Disponível em: http://portalintercom.org.br/anais/
sul2013/resumos/R35-1317-1.pdf. Acesso em: 6 maio 2020.
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RESUMO DO TÓPICO 3
• O discurso é o lugar em que se pode observar essa relação entre língua e ideologia,
compreendendo-se como a língua produz sentido por/para os sujeitos.
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• Em 1930, o então presidente da República, Getúlio Vargas, criou o Departamento
de Imprensa e Propaganda (DIP), órgão censor vinculado ao departamento
da administração da república federal que coordenava e controlava toda a
publicidade e propaganda dos meios de comunicação do país.
CHAMADA
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AUTOATIVIDADE
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( ) Em 1924 foi criado o Diário Associados, por Getúlio Vargas, que se tornou
o maior conglomerado de comunicação do país e no mundo.
( ) O ex-presidente da República Getúlio Vargas criou o Departamento de
Imprensa e Propaganda (DIP), órgão censor vinculado ao departamento
da administração da república federal que coordenava e controlava toda a
publicidade e propaganda dos meios de comunicação do país, em 1930.
149
150
REFERÊNCIAS
ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
Disponível em: https://marcosfabionuva.files.wordpress.com/2012/04/nicola-
abbagnano-dicionario-de-filosofia.pdf. Acesso em: 5 maio 2020.
ANG, T. Fotografia: o guia visual definitivo do século XIX à era digital. São
Paulo: Publifolha, 2015.
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CAMOCARDI, E. M.; FLORY, S. F. V. Estratégias de persuasão. São Paulo: Arte
e Ciência, 2003.
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GIORDANI, M. C. História da América pré-colombiana: idade moderna II.
Petrópolis: Vozes, 1991.
HEGEL, G. W. F. Curso de Estética. O Belo na Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
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LOTMAN, I. Stati po semiótike kultury i iskusstva [Artigos sobre semiótica da
cultura e da arte]. São Petersburgo: Gumanitárnoe Aguentstvo “Akademitcheski
Proekt”, 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S2176-45732019000300199#B9. Acesso em: 6 maio 2020.
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SANTAELLA, L. Imagens são óbvias ou astuciosas? São Paulo: Líbero, 2014.
Disponível em: https://casperlibero.edu.br/wp-content/uploads/2014/08/02-
Lucia-Santaella.pdf. Acesso em: 4 maio 2020.
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