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Sexta-feira, 10 de Dezembro de 1999 Número 286/99

I
S É R I E
A
Esta 1.a série do Diário
da República é constituída
pelas partes A e B

DIÁRIO DA REPÚBLICA
Sumario286A Sup 0

SUMÁRIO
Presidência do Conselho de Ministros Ministério da Economia
o
Decreto-Lei n. 518/99: Decreto-Lei n.o 520/99:
Cria a carreira de operário altamente qualificado, inte- Altera o Decreto-Lei n.o 400/98, de 17 de Dezembro,
grada no grupo de pessoal operário, e estabelece as que aprova os Estatutos do Instituto Nacional da Pro-
regras de ingresso e acesso, bem como as respectivas priedade Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8699
escalas salariais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8697
o
Decreto-Lei n. 521/99:
Decreto-Lei n.o 519/99:
Isenta de quaisquer taxas ou emolumentos todos os Estabelece as normas a que ficam sujeitos os projectos
actos notariais e registrais consequentes de delibera- de instalações de gás a incluir nos projectos de cons-
ções relativas a aumentos e reduções de capital e alte- trução, ampliação ou reconstrução de edifícios, bem
ração do pacto social da SATA Air Açores . . . . . . . . . . 8698 como o regime aplicável à execução da inspecção das
instalações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8700

Ministério dos Negócios Estrangeiros Ministério do Trabalho e da Solidariedade


Aviso n.o 230/99:
Decreto-Lei n.o 522/99:
Torna público ter a Bulgária ratificado, em 21 de Maio
de 1980 em Madrid, a Convenção Quadro Europeia Estabelece o regime jurídico específico das coopera-
para a Cooperação Transfronteiriça entre as Comu- tivas do ramo do consumo e revoga o Decreto-Lei
nidades ou Autoridades Territoriais, aberta à assinatura n.o 304/81, de 12 de Novembro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8704
em Madrid em 21 de Maio de 1980 . . . . . . . . . . . . . . . . . 8699
o
Decreto-Lei n. 523/99:
Aviso n.o 231/99:
Estabelece o regime jurídico específico das coopera-
Torna público ter a Lituânia assinado o Protocolo n.o 6 tivas do ramo da comercialização e revoga o Decre-
à Convenção de Salvaguarda dos Direitos do Homem to-Lei n.o 311/81, de 18 de Novembro . . . . . . . . . . . . . . 8706
e das Liberdades Fundamentais Relativas à Abolição
da Pena de Morte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8699
Aviso n. 232/99: o Ministério da Agricultura,
Torna público ter a Moldávia assinado, em 3 de Novem- do Desenvolvimento Rural e das Pescas
bro de 1998 em Estrasburgo, a Convenção Europeia
Decreto-Lei n.o 524/99:
sobre o Controle da Aquisição e Detenção de Armas
de Fogo por Particulares, aberta à assinatura em Estras- Altera os artigos 5.o e 7.o do Decreto-Lei n.o 385/88,
burgo em 28 de Junho de 1978 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8699 de 25 de Outubro (Lei do Arrendamento Rural) . . . . . 8708
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Por outro lado, o n.o 5 do referido artigo 31.o dos Artigo 3.o
Estatutos do INPI estipula que o regime de segurança
social aplicável aos trabalhadores que exerçam funções Este diploma entra em vigor no dia seguinte ao da
em regime de requisição ou de comissão de serviço é sua publicação.
«[. . .] o regime de segurança social inerente ao lugar Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 1 de
de origem», não prevendo, para os subscritores da Caixa Outubro de 1999. — António Manuel de Oliveira Guter-
Geral de Aposentações, a possibilidade de opção rela- res — António Luciano Pacheco de Sousa Franco — Jorge
tivamente à remuneração sujeita a descontos para efei- Paulo Sacadura Almeida Coelho — José Eduardo Vera
tos de aposentação, não sendo, por outro lado, explícito Cruz Jardim — Joaquim Augusto Nunes de Pina Moura.
quanto à abrangência dos membros do conselho de
administração naquela disposição, situações que importa Promulgado em 19 de Novembro de 1999.
clarificar.
Publique-se.
Assim, nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o
da Constituição, o Governo decreta o seguinte: O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.

Referendado em 25 de Novembro de 1999.


Artigo 1.o
O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira
O artigo 31.o dos Estatutos do INPI, aprovados pelo Guterres.
Decreto-Lei n.o 400/98, de 17 de Dezembro, passa a
ter a seguinte redacção: Decreto-Lei n.o 521/99
de 10 de Dezembro
«Artigo 31.o
O Decreto-Lei n.o 262/89, de 17 de Agosto, que esta-
Segurança social belece as normas relativas ao projecto, execução, abas-
tecimento e manutenção das instalações de gás com-
1—.......................................... bustível em imóveis, designadas, abreviadamente, por
2—.......................................... instalações de gás, na sua aplicação nem sempre se
3—.......................................... revelou eficaz, já que não foram previstos os meca-
4—.......................................... nismos para assegurar a comprovação da conformi-
5 — Os trabalhadores do INPI que aí exerçam funções dade dos projectos e da respectiva execução nem foram
em regime de requisição ou de comissão de serviço e estabelecidas as regras para a realização de inspecções
os membros do conselho de administração têm o regime regulares.
de segurança social do seu lugar de origem e, caso sejam Esta situação veio a causar dificuldades na desejável
subscritores da Caixa Geral de Aposentações, podem conversão das instalações de gás, surgindo, assim, alguns
optar, no prazo de 30 dias a contar do início de funções problemas que impedem a sua eficaz utilização para
e para o efeito de descontos para aposentação e pensão gás natural.
de sobrevivência, pela remuneração correspondente ao A importância da matéria justifica que, volvidos
cargo exercido no INPI. 10 anos sobre a publicação daquele diploma, se proceda
6 — Relativamente aos subscritores da Caixa Geral agora à sua revisão.
de Aposentações, o INPI contribuirá para o financia- Esta revisão constitui um factor essencial para o
mento da mesma Caixa com uma importância mensal reforço das medidas de segurança relativamente às ins-
de montante igual ao das quotas pagas por esses talações de gás, ao mesmo tempo que simplifica o pro-
subscritores. cesso de licenciamento.
7 — Os trabalhadores mencionados no n.o 6 mantêm Para além da actualização dos aspectos que dizem
a qualidade de beneficiários da ADSE enquanto preen- respeito à obrigatoriedade de existência nos projectos
cherem os requisitos previstos no n.o1 do artigo 6.o do de construção, ampliação, recuperação ou reconstrução
Decreto-Lei n.o 118/83, de 25 de Fevereiro, procedendo de edifícios de instalações dimensionadas para gás natu-
ao respectivo desconto legal no seu vencimento e par- ral, destaca-se, entre as soluções ora consagradas, a rele-
ticipando o INPI no financiamento da ADSE, nos ter- vância do papel dado às entidades inspectoras.
mos das condições constantes de acordo prévio desti- A comprovação da conformidade dos projectos e a
nado a fixar as condições de atribuição dos benefícios obrigatoriedade de realização de inspecções às insta-
e o modo de reembolso do valor referente aos cuidados lações de gás constituem, pois, instrumentos importantes
de saúde prestados, em conformidade com o disposto para melhor garantir a segurança e protecção das pes-
no citado diploma.» soas e bens.
Assim:
Artigo 2.o Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da
Constituição, o Governo decreta o seguinte:
A opção prevista no n.o 5 do artigo 31.o dos Estatutos
do INPI, com a redacção agora introduzida, pode ser
exercida por quem já se encontre nomeado ao abrigo Artigo 1.o
dos Estatutos aprovados pelo Decreto-Lei n.o 400/98, Instalações de gás em edifícios
de 17 de Dezembro, no prazo de 30 dias a contar da
entrada em vigor do presente diploma, retroagindo os 1 — Os projectos de construção, ampliação, recupe-
seus efeitos à data de início de funções. ração ou reconstrução de edifícios situados no território
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continental, que sejam apresentados nos respectivos 2 — O projecto é apreciado pela entidade inspectora,
municípios para aprovação, devem incluir obrigatoria- sendo a sua conformidade com a legislação aplicável
mente uma instalação de gás que abranja todos os fogos. comprovada mediante a devolução ao requerente de
2 — Excluem-se da obrigação estabelecida no número dois exemplares visados.
anterior os edifícios unifamiliares destinados a habitação 3 — Um dos exemplares visados a que se refere o
própria do requerente quando não inseridos em áreas número anterior deve ser apresentado na entidade com-
urbanizadas ou sujeitas a planos de urbanização dotados petente para licenciamento do edifício, sem o que a
de infra-estruturas exteriores de gás, desde que aquele respectiva licença de obras não pode ser concedida.
solicite a dispensa de apresentação do projecto de ins- 4 — O projecto das instalações de gás deve ser ela-
talação de gás à respectiva câmara municipal. borado por técnicos qualificados para o efeito, em con-
3 — Excluem-se ainda da obrigação estabelecida no formidade com as disposições legais aplicáveis.
n.o 1 as edificações destinadas à actividade industrial,
5 — O projecto deve apresentar, devidamente orga-
quando o requerente solicite à respectiva câmara muni-
nizadas, as peças escritas e desenhadas necessárias à
cipal a dispensa de apresentação do projecto, com fun-
damento no facto de não prever a utilização de gás verificação e execução da obra.
na actividade que irá desenvolver. 6 — O projectista das instalações de gás é responsável
4 — O licenciamento industrial de uma actividade a pelas soluções técnicas adoptadas, pelo dimensiona-
exercer nas edificações a que se refere o número anterior mento das tubagens e selecção dos materiais adequados,
deve incluir o respectivo projecto de gás, quando esteja tendo em consideração as características do gás a dis-
prevista a utilização de gás nessa actividade. tribuir e as características dos diversos aparelhos uti-
lizados, devendo juntar ao projecto termo de respon-
sabilidade.
Artigo 2.o 7 — A terminologia, a simbologia e as unidades uti-
Definições lizadas devem respeitar as normas europeias e portu-
guesas e as disposições legais aplicáveis, designadamente
Para efeitos do presente diploma, entende-se por: as que integram este diploma e sua regulamentação.
a) Gases combustíveis — os produtos gasosos ou 8 — Os encargos com a aprovação do projecto são
liquefeitos obtidos a partir da refinação do da responsabilidade do requerente.
petróleo bruto, do tratamento de hidrocarbo- 9 — As alterações ao projecto aprovado devem ser
netos naturais, dos efluentes da indústria petro- apresentadas à entidade inspectora, ficando a sua con-
química e do tratamento de carvões, os respec- formidade sujeita às disposições estabelecidas no pre-
tivos gases de substituição e os resultantes da sente artigo.
fermentação de biomassa; Artigo 5.o
b) Entidade distribuidora — as entidades conces-
sionárias, as entidades exploradoras ou quais- Constituição das instalações de gás dos edifícios
quer outras que estejam legalmente autorizadas
a comercializar gases combustíveis. 1 — Os elementos que constituem as instalações de
gás dos edifícios referidos nos n.os 1 e 2 do artigo 1.o
são definidos por portaria dos Ministros do Equipa-
Artigo 3.o mento, do Planeamento e da Administração do Ter-
Características dos gases combustíveis ritório e da Economia.
2 — Os elementos que constituem as instalações de
1 — Os parâmetros caracterizadores dos gases com- gás em edifícios industriais são da responsabilidade do
bustíveis são estabelecidos por portaria do Ministro da projectista, tendo em atenção os objectivos da unidade
Economia. industrial.
2 — As características do gás combustível a considerar
na elaboração do projecto, bem como a pressão de ali- Artigo 6.o
mentação das instalações, são as da empresa conces- Dimensionamento das instalações de gás
sionária de distribuição de gás natural da área abrangida
pelo município licenciador. 1 — O projectista deve dimensionar as tubagens entre
3 — Nas áreas não concessionadas para a distribuição o ponto de abastecimento e os diferentes pontos de
de gás natural, o projecto deve ser efectuado com base utilização, por forma a permitir a passagem dos caudais
nas características do gás natural e na pressão de ali- necessários ao regular abastecimento de gás aos apa-
mentação utilizadas na respectiva distribuição, nos ter- relhos de utilização, tendo em atenção o estipulado nos
mos da legislação aplicável. n.os 2 e 3 do artigo 3.o, não podendo exceder a pressão
4 — Para efeitos da elaboração e da execução de qual- de alimentação indicada pela empresa distribuidora.
quer projecto, os projectistas e as empresas instaladoras
2 — Os restantes componentes, a incorporar nas ins-
devem certificar-se dos valores dos parâmetros referidos
nos números anteriores. talações de gás, devem ser dimensionados de acordo
com o disposto no número anterior, tendo em conta
as características técnicas desses componentes, nomea-
Artigo 4.o damente no que se refere a pressões de serviço e a
Projectos
caudais nominais.
3 — O projectista deve certificar-se de que as con-
1 — O projecto das instalações de gás em edifícios dições de ventilação dos locais e a evacuação dos pro-
deve ser apresentado pelo requerente, em triplicado, dutos de combustão satisfazem os requisitos das normas
numa entidade inspectora de instalações de gás. técnicas aplicáveis.
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Artigo 7.o Artigo 11.o


Execução das instalações de gás Verificações finais

1 — A instalação de gás deve ser executada por uma 1 — Sempre que sejam executadas novas instalações
entidade instaladora qualificada e credenciada, nos ter- de gás, ou quando as existentes sofram alteração, a enti-
mos da legislação aplicável. dade instaladora emite um termo de responsabilidade,
2 — A direcção técnica das obras de execução de ins- em conformidade com o modelo a aprovar por despacho
talações de gás só pode ser exercida por técnicos qua- do director-geral da Energia.
lificados e detentores de licença, nos termos da legis- 2 — As empresas distribuidoras de gás podem exigir
lação aplicável. da entidade instaladora que os ensaios e demais veri-
3 — Os profissionais de gás afectos aos quadros das ficações de segurança sejam efectuados na presença de
empresas instaladoras devem ser qualificados e deten- um seu representante.
tores de licença, em conformidade com o estabelecido 3 — O termo de responsabilidade previsto no n.o 1
na legislação aplicável. é emitido, em triplicado, destinando-se o original ao
proprietário, o duplicado à empresa distribuidora e o
Artigo 8.o triplicado à empresa instaladora.

Materiais
Artigo 12.o
Devem ser utilizados nas instalações de gás equipa-
Abastecimento da instalação
mentos e materiais correspondentes a modelos ou tipos
oficialmente aprovados.
1 — A empresa distribuidora do gás só pode iniciar
o abastecimento quando na posse do termo de respon-
Artigo 9.o sabilidade previsto no artigo anterior e depois de a enti-
dade inspectora ter procedido a uma inspecção das par-
Rede do edifício tes visíveis, aos ensaios da instalação e à verificação
das condições de ventilação e de evacuação dos produtos
1 — A rede do edifício deve ser dotada de ligação
de combustão, por forma a garantir a regular utilização
à terra, em conformidade com as normas aplicáveis.
do gás em condições de segurança.
2 — A coluna montante do edifício deve ser dimen-
2 — A entidade inspectora, caso considere que a ins-
sionada e instalada em conformidade com os requisitos
talação de gás não apresenta deficiências, emite um cer-
legais aplicáveis.
tificado de inspecção em conformidade com modelo a
3 — O dispositivo de contagem de gás de cada con-
aprovar no respectivo estatuto.
sumidor é da propriedade da empresa distribuidora.
3 — Se a entidade inspectora considerar que as ins-
4 — Todas as derivações de fogo devem possuir, no
talações de gás apresentam deficiências, deverá, por
seu início e no exterior do local de consumo, uma válvula
escrito, informar o proprietário para que este proceda
de corte, só manobrável pela empresa distribuidora.
às necessárias correcções.
5 — Imediatamente a montante de cada contador, e
4 — Caso o proprietário manifeste desacordo sobre
alojado na caixa deste, deve ser instalado um redutor
o resultado da inspecção, a entidade inspectora deverá,
de segurança.
por escrito, informar a direcção regional do Ministério
6 — A instalação do redutor de segurança previsto
da Economia (DRME) territorialmente competente,
no número anterior não é obrigatória nos edifícios ali-
justificando o seu relatório da inspecção.
mentados por redes de pressão igual ou inferior a
5 — Na posse do relatório referido no número ante-
50 mbar.
rior, a DRME procede à vistoria das instalações,
7 — O contador deve ser instalado em caixa fechada
devendo decidir sobre a reclamação no prazo de 30 dias.
de dimensões normalizadas, situada no exterior do local
6 — Na circunstância de a DRME considerar a ins-
de consumo e com grau de acessibilidade 1, de acordo
talação conforme, a sua decisão substitui o certificado
com o regulamento em vigor na matéria, excepto nos
referido no n.o 2 deste artigo.
casos de conversão e de reconversão em que tal seja
7 — O certificado de inspecção é emitido em dupli-
claramente inviável.
cado, destinando-se o original ao proprietário e o dupli-
cado à empresa distribuidora.
Artigo 10.o
Válvula de corte geral
Artigo 13.o
1 — Na entrada de cada edifício, e sempre que pos- Manutenção das instalações
sível com acesso pelo exterior do mesmo, deve existir
uma válvula de corte geral cuja concepcão só permita 1 — As instalações de gás, quando abastecidas, estão
o seu rearme pela empresa distribuidora. sujeitas a manutenção, a qual deve, nomeadamente,
2 — As válvulas de corte geral devem ficar contidas integrar:
numa caixa de visita fechada, embutida na parede, cuja
tampa deve conter a inscrição da palavra «gás», indelével a) A conservação da parte visível das instalações
e legível do exterior, de acordo com as normas aplicáveis. em bom estado de funcionamento, de acordo
3 — É proibido o accionamento indevido da válvula com as recomendações estabelecidas pela
de corte geral. empresa distribuidora do gás;
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b) A promoção de inspecções periódicas executa- contratar os serviços das entidades inspectoras referidas
das por entidades inspectoras reconhecidas para na alínea b) do n.o 1 do artigo 13.o
o efeito pela Direcção-Geral da Energia. 4 — As inspecções previstas nos números anteriores
abrangem as instalações de gás nos edifícios, incluindo
2 — A obrigação referida na alínea a) do número o interior dos fogos, os aparelhos de queima, a ventilação
anterior, assim como os respectivos custos, recai sobre e a exaustão dos produtos de combustão.
os utentes. 5 — Os encargos com as inspecções extraordinárias
3 — Incumbe aos proprietárias ou senhorios o cum- são suportados do seguinte modo:
primento da obrigação prevista na alínea b) do n.o 1.
4 — Sempre que, em resultado das inspecções pre- a) No caso das inspecções realizadas ao abrigo da
vistas na alínea b) do n.o 1, sejam detectadas deterio- alínea a) do n.o 1, pelos proprietários do edifício,
rações, falhas ou deficiências de funcionamento nas ins- quanto às partes comuns da instalação, e, quanto
talações de gás, definidas nos termos do artigo 5.o, deve aos respectivos fogos, pelos utentes;
a entidade inspectora dar conhecimento desses factos, b) Pela entidade concessionária, no caso das ins-
de imediato, à empresa distribuidora. pecções realizadas ao abrigo das alíneas b) e
5 — Recebida pela empresa distribuidora a comuni- c) do n.o 1.
cação a que se refere o número anterior, deverá esta,
ou os seus agentes de distribuição, proceder, com urgên- Artigo 15.o
cia, à verificação do estado de manutenção da instalação
Fiscalização
de gás.
6 — No caso previsto no número anterior, a empresa
distribuidora ou os seus agentes de distribuição só pode- A fiscalização do cumprimento das disposições cons-
rão manter ou restabelecer o abastecimento do gás após tantes do presente diploma é da competência das dele-
verificação do bom estado de funcionamento das ins- gações regionais do Ministério da Economia (DRME).
talações a que se refere o n.o 4.
7 — Sempre que, em resultado da inspecção das ins- Artigo 16.o
talações de gás, a entidade inspectora detectar fugas
ou deficiências de funcionamento nos aparelhos, deverá Contra-ordenações
esta informar, por escrito, o proprietário dos equi-
pamentos. 1 — Constitui contra-ordenação, punível com coima:
Artigo 14.o a) De 50 000$ a 500 000$, a violação do disposto
Inspecções extraordinárias nos n.os 2 e 3 do artigo 10.o e no n.o 1 do
artigo 13.o;
1 — Sem prejuízo das inspecções periódicas previstas b) De 150 000$ a 2 000 000$, a violação do disposto
na alínea b) do n.o 1 do artigo anterior, quaisquer ins- nos n.os 2 e 3 do artigo 3.o, nos artigos 6.o, 7.o
talações de gás nos edifícios e fogos existentes à data e 8.o, nos n.os 1, 2, 4, 5 e 7 do artigo 9.o, no
da publicação do presente diploma ficam sujeitas a uma n.o 1 do artigo 10.o, nos n.os 1 e 3 do artigo 11.o,
inspecção extraordinária nas seguintes condições: nos n.os 4, 5, 6 e 7 do artigo 13.o e no n.o 1
do artigo 14.o, bem como o impedimento ou
a) Quando, tendo estado abrangidas pelo âmbito obstrução à realização de qualquer inspecção
da aplicação do Decreto-Lei n.o 262/89, de 17 extraordinária;
de Agosto, na redacção que lhe foi dada pelos c) De 200 000$ a 3 000 000S, a violação do disposto
Decretos-Leis n.os 219/91, de 17 de Junho, e no n.o 1 do artigo 1.o e nos n.os 1, 2, 3 e 4
178/92, de 14 de Agosto, não tiver sido cumprido do artigo 12.o
o disposto nos seus artigos 11.o e 12.o;
b) Quando tenham sido convertidas para a utili-
zação do gás natural e não tenha sido cumprido 2 — A negligência e a tentativa são puníveis.
o disposto nos artigos referidos na alínea 3 — No caso de pessoa singular, o máximo de coima
anterior; a aplicar é de 750 000$.
c) Quando as instalações de gás estejam integradas 4 — Em função da gravidade da infracção e da culpa
em edifícios localizados na área geográfica da do infractor podem ser aplicadas as sanções acessórias
«concessão da rede de distribuição regional de previstas no n.o 1 do artigo 21.o do Decreto-Lei
gás natural de Lisboa» e tenham de ser con- n.o 433/82, de 27 de Outubro, com a redacção que lhe
vertidas para a utilização de gás natural por foi dada pelo Decreto-Lei n.o 244/95, de 14 de Setembro.
força da aplicação das disposições conjugadas
dos Decretos-Leis n.os 33/91, de 16 de Janeiro, Artigo 17.o
e 333/91, de 6 de Setembro.
Instrução do processo e aplicação das coimas e sanções acessórias
2 — A promoção das inspecções previstas na alínea a)
do número anterior é da responsabilidade do proprie- 1 — A instrução dos processos de contra-ordenação
tário e do utente do edifício. é da competência da DRME territorialmente com-
3 — A promoção e realização das inspecções previstas petente.
nas alíneas b) e c) do n.o 1 incumbem à entidade con- 2 — A aplicação das coimas e das sanções acessórias
cessionária, podendo, para efeitos da sua realização, é da competência do director regional da DRME.
8704 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 286 — 10-12-1999

3 — O produto resultante da aplicação das coimas res — António Luciano Pacheco de Sousa Franco — Jorge
tem a seguinte distribuição: Paulo Sacadura Almeida Coelho — João Cardona Gomes
Cravinho — José Eduardo Vera Cruz Jardim — Joaquim
a) 60 % para o Estado; Augusto Nunes de Pina Moura.
b) 30 % para a DRME;
c) 10 % para a DGE. Promulgado em 19 de Novembro de 1999.
Publique-se.
Artigo 18.o
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
Regulamentação dos procedimentos aplicáveis às inspecções

1 — Os procedimentos aplicáveis à inspecção perió- Referendado em 25 de Novembro de 1999.


dica ou extraordinária das instalações de gás em edifícios O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira
e dos fogos que os constituem, bem como à respectiva Guterres.
manutenção, incluindo forma de realização, periodici-
dade, planeamento geográfico e prazos, são estabele-
cidos por portaria do Ministro da Economia. MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA SOLIDARIEDADE
2 — O estatuto das entidades inspectoras é aprovado
por portaria do Ministro da Economia. Decreto-Lei n.o 522/99
3 — As taxas devidas pela comprovação da confor-
de 10 de Dezembro
midade dos projectos e pela realização das inspecções
periódicas, incluindo a sua forma de cálculo, a deter- As cooperativas de consumo têm uma longa tradição
minação do valor e a forma de pagamento, são esta- na história do cooperativismo português e desenvolvem
belecidas por portaria do Ministro da Economia. uma importante actividade no abastecimento às popu-
lações, em especial às de menores recursos económicos.
Artigo 19.o A sua actividade foi sempre desenvolvida no respeito
pelos consumidores e na defesa da qualidade dos pro-
Norma transitória dutos e do ambiente. Assim, a Constituição da Repú-
blica, no seu artigo 60.o, afirma o direito das cooperativas
1 — Enquanto não for publicada a portaria a que se de consumo ao apoio do Estado e a serem ouvidas sobre
refere o n.o 2 do artigo anterior, e sem prejuízo do as questões relativas à defesa dos consumidores.
disposto no n.o 3 do artigo 14.o, as inspecções devem As 212 cooperativas de consumo actualmente exis-
ser realizadas nos seguintes termos: tentes em Portugal continuam a desenvolver um tra-
balho de grande mérito junto das populações, dispo-
a) Por técnicos de gás devidamente reconhecidos,
nibilizando um serviço de bens, sobretudo alimentares,
os quais devem emitir documento comprovativo associado à promoção de uma cultura de consumidores
no que se refere às inspecções periódicas pre- conscientes e informados. A educação do consumidor,
vistas na alínea b) do n.o 1 do artigo 13.o; a promoção ambiental e a qualidade dos produtos tor-
b) Pelas empresas concessionárias de distribuição nam-se cada vez mais preocupações e actividades fun-
regional de gás natural, ou seus agentes, no que damentais no funcionamento das cooperativas de con-
se refere às inspecções extraordinárias previstas sumo.
nas alíneas b) e c) do n.o 1 do artigo 14.o Prevista a sua existência no artigo 4.o do Código Coo-
perativo vigente, as cooperativas de consumo têm o seu
2 — Igualmente, até que seja publicada a portaria regime jurídico específico definido no Decreto-Lei
referida no número anterior, os projectos são apresen- n.o 304/81, de 12 de Novembro.
tados, em triplicado, nas câmaras municipais, sob res- Torna-se, agora, necessário definir um regime jurídico
ponsabilidade do projectista, o qual deve anexar uma adaptado ao Código Cooperativo, entretanto aprovado
declaração de conformidade com as normas aplicáveis. pela Lei n.o 51/96, de 7 de Setembro.
3 — Enquanto não forem publicadas as portarias pre- É igualmente importante adaptar o regime jurídico
vistas nos artigos 3.o e 5.o, mantêm-se em vigor as Por- das cooperativas de consumo às actuais preocupações
tarias n.os 867/89, de 7 de Outubro, e 163-A/90, de 28 que envolvem a sua actividade, criando formas que
de Fevereiro. melhor fomentem a participação dos cooperadores na
vida e actividades da cooperativa e permitam uma maior
Artigo 20.o transparência na sua vida empresarial. Vão neste sentido
duas das principais inovações do regime jurídico que
Revogação
agora se implementa: a criação do conselho cultural,
É revogado o Decreto-Lei n.o 262/89, de 17 de Agosto. enquanto órgão da cooperativa susceptível de ser encar-
regue pela respectiva direcção da promoção e execução
das acções de dinamização associativa e de educação
Artigo 21.o e formação cooperativas, e a obrigatoriedade de cer-
tificação legal de contas a partir da verificação de deter-
Entrada em vigor
minados requisitos.
O presente diploma entra imediatamente em vigor. Foram ouvidos o lNSCOOP — Instituto António Sér-
gio do Sector Cooperativo e a FENACOOP — Fede-
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 8 de ração Nacional das Cooperativas de Consumo,
Outubro de 1999. — António Manuel de Oliveira Guter- F. C. R. L.

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