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01 Arquitetura

Tradicional
Brasileira Ana Leticia
Euda Ferro
Lya Melo
Romeu Calixto
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Introdução
Apesar do descobrimento do Brasil ter sido em
1500, a arquitetura colonial brasileira
começou especificamente em 1530, com a
criação das Capitanias Hereditárias.
O arquiteto Luís Dias foi o responsável pelo
projeto da primeira capital do país, Salvador,
fundada em 1549.
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Materiais e Técnicas
construtivas utilizadas na
Arquitetura tradicional
Brasileira
Alvenaria
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Na Arquitetura Colonial
Brasileira, a construção da
mesma se dá utilizando tijolos,
lajotas ou pedras de mão,
aglutinados entre si por meio
de uma argamassa.
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ARGAMASSA

No período do Brasil
colonial as argamassas
mais utilizadas eram
de cal e areia ou de
barro.
Adobe
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O adobe é uma lajota feita de barro


com dimensões aproximadas de
20 x 20 x 40 cm, compactados
manualmente em formas de
madeira, postos a secar à sombra
durante certo numero de dias e
depois ao sol.
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Variação de coloração
Composição
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Adobe
O barro deve conter dosagem
correta de argila e areia, para não
ficar nem muito quebradiça, nem
demasiadamente plástica. Para
melhorar sua resistência, pode-se
acrescentar fibras vegetais ou
estrume de boi.
Tijolos
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Usando a mesma matéria prima – a argila, o


tijolo cerâmico difere do adobe pelas suas
dimensões menores e por ser cozido em
fogueiras ou olarias, apresentando mais
resistência à umidade. A precariedade de
condições fazia com que a maior parte da
produção das olarias rendesse telhas. As
alvenarias de tijolos se popularizam mais no
século XIX. Nos séculos precedentes perde, em
A execução não se diferencia da atual: peças
importância para a taipa de pilão, a pedra e cal,
superpostas com mata-junta, argamassadas,
e mesmo o adobe.
ajustadas com fios de prumo e níveis,
formando paredes de aproximadamente
0,40m de espessura.
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Pedra
Brutas ou aparelhadas, secas ou
argamassadas, as alvenarias de pedra
foram populares por sua abundância,
resistência favorável às paredes
autoportantes executadas e tradição
construtiva portuguesa.

As pedras utilizadas eram calcários, arenitos, granitos (RJ) e a pedra-sabão e a canga (MG). As argamassas eram
cal e areia, mais resistente, ou o barro, onde não existia a disponibilidade de cal. As pedras eram de
acabamento irregular, as paredes geralmente adotavam de 60 a 80 centímetros de espessura, e em edifícios
maiores (Igrejas, Conventos e casas de Câmara e Cadeia) possuíam espessura de 1 a 1,5 m.
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Taipa de pilão

A Técnica da Taipa de Pilão é um


procedimento que utiliza barro, fibras
vegetais, água e algum tipo de aglomerante
(sangue de animais ou estrume). Os
elementos são compactados em formas de
madeira - o taipal - e a terra é socada com um
auxilio de um pilão.

Taipal e pilão. BARDOU, 1981, p. 19


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Taipa de pilão
A abertura dos vãos devia ser previamente determinada com a inserção de esteios de pedra ou madeira,
devido à dificuldade de abri-los posteriormente. As paredes eram executadas com grande espessura, nunca
menor que 0,60m. O barro é colocado em pequenas quantidades, em camadas sucessivas de
aproximadamente 20 cm, que se reduzem a 10 ou 15 cm depois de comprimidas.

Execução da taipa de pilão. Imagem BARDOU, 1981, p. 20.


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Taipa de pilão
As residências do planalto paulista usaram esta técnica, como no
sítio do Padre Inácio, de meados do séc. XVII, exibido na imagem:

Deve-se proteger das chuvas e umidade do


terreno, bem como, não é uma técnica
exequível em temporada chuvosa, assim, as
paredes devem ser protegidas por beirais e
construídas acima do nível do terreno,
preferencialmente apoiadas em fundações
de pedra - "boas botas e um bom chapéu".

Taipa de pilão. MENDES,VERÍSSIMO,BITTAR, 2007, p. 80


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Pau-a-pique

Um dos sistemas mais utilizados tanto nos


tempos da colônia como ainda hoje em
construções rurais, devido a suas qualidades
– baixíssimo custo (todos os materiais são
naturais), resistência e durabilidade.
Conhecido dos indígenas e dos negros
africanos, utilizado no Nordeste, nos
Massapés e em Minas.

Construção em pau-a-pique rustica.


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Pau-a-pique
Recebia uma mistura de barro, água e fibras
vegetais, amassados pelos construtores, por
ambos os lados da parede.

Na sua versão mais depurada, consiste em


uma estrutura mestra de peças de madeira,
cuja seção pode variar 50 x 50 cm, 40 x 40
cm até 20 x 20 cm composta de esteios –
peças verticais enterradas no solo,
baldrames – peças horizontais inferiores, e
frechais – peças horizontais superiores. Os
esteios tem comprimento de até 15 m, dos
quais 2 a 4 m são enterrados.
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Pau-a-pique
A parte extrema dos esteios, que ficava
enterrada não era afeiçoada em seção
quadrada, mantendo a forma roliça das
árvores.
As madeiras preferidas era a Aroeira ou
Braúna.
Os baldrames era ligados aos esteios por
sambladuras tipo rabo-de-andorinha. Entre
os esteios e os frechais eram então
colocados paus roliços verticais (paus-a-
pique), de aproximadamente 10 cm de
diâmetro.

Elementos de estrutura em pau-a-pique apurada.


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Pau-a-pique
A este eram ligados horizontalmente outros
mais finos, compondo uma malha
quadrangular, em apenas um dos lados ou
nos dois lados. Esta trama era amarrada com
cordões de seda, linho, cânhamo ou buriti.
Feita a trama, o barro era jogado e apertado
com as mãos, daí o nome de sopapo.

Elementos de estrutura em pau-a-pique apurada.


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Pau-a-pique
Amarração dos esteios ao baldrames e
frechais; encaixe das varas verticais nos
elementos horizontais.
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Pau-a-pique
Alvenarias de taipa de mão ou pau-a-pique,
subdivisão interna e oitões – apoiados nas
taipas de pilão – telhados de duas águas
(casas urbanas)
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Tabiques

São vedações de tábuas, de grande


simplicidade, usadas principalmente para
divisões de cômodos internos.
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Enxaimel

O vão entre os esteios, estes também


denominados enxaiméis, e as madres,
baldrames e frechais, é reforçado com peças
inclinadas nos cantos ou na diagonal dos
quadros.
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Enxaimel
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Cantaria
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Cantaria
Por cantaria entendemos o serviço
utilizando a pedra lavrada de
maneira precisa, de modo que as
peças se ajustam perfeitamente
umas sobre as outras sem o auxílio
de argamassa aglutinante.

Para o assentamento rigoroso


utilizam-se grampos metálicos e, às
vezes, óleo de baleia como adesivo,
para auxiliar na vedação.
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Cantaria
No Brasil, entretanto, como também
em Portugal, devido à dificuldade
de mão de obra qualificada e
também devido ao custo, a cantaria
não era utilizada na totalidade do
edifício, mas apenas em suas partes
mais importantes: nos frontispícios,
nas soleiras, nas pilastras, nas
cornijas, nos portais, nas janelas e
nos cunhais, sendo, no restante das
vedações, utilizada outra técnica
mural.
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Referências
BARDOU, Patrick e ARZOUMANIAN, Varoujan. Arquitecturas de adobe. Barcelona: Gustavo Gili, 1981.

MENDES, Chico; VERÍSSIMO, Chico; BITTAR, William. Arquitetura no Brasil: de Cabral a Dom João VI. Rio
de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2011. (Coleção Arquitetura no Brasil; v. 1). Disponível na Biblioteca da
IES. Focar no capítulo 3, “Dos sistemas construtivos do Brasil Colonial”.

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