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organização do talo
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AULA
(Morfologia, Anatomia
e Fisiologia)
objetivos
Pré-requisito
Aula 12 e a disciplina Elementos
de Ecologia e Conservação.
Botânica I | A vida aquática: níveis de organização do talo (Morfologia, Anatomia e Fisiologia)
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a b
Organismos unicelulares
a b
c
e f g
Figura 13.2: Diversidade morfológica dos organismos unicelulares: a) Chroorococcus (células envolvidas em uma
bainha mucilaginosa), b) Porphyridium, c) Micrasterias, d) Pinnularia, e) Planktiniella, f) Cosmarium, g) Biddulphia.
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a b c
fl fl
fl
fl
st
vc
fl
fl
fl
fl
fl
fl
d e f
Organismos coloniais
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a b c d
e f g
!
As algas planctônicas ou bentônicas desempenham um papel importante como
produtores primários, ou seja, quando produzem sua matéria orgânica a partir
da luz, dióxido de carbono e água. Elas constituem o primeiro elo da cadeia
alimentar servindo de alimento para os consumidores, como os herbívoros,
que constituem o segundo elo da cadeia alimentar. Além disso, elas liberam
o oxigênio, através da fotossíntese, necessário para o metabolismo de outros
organismos do domínio aquático.
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Botânica I | A vida aquática: níveis de organização do talo (Morfologia, Anatomia e Fisiologia)
Organismos multicelulares
Vale a pena repetir o que foi dito anteriormente sobre esses organis-
mos multicelulares fotossintetizantes. São todos eles eucariontes e pertencem
ao Reino Protista (Algas) e Plantae, conforme veremos adiante.
Quando você vai a uma floresta, observe que há uma variedade
de plantas verdes menores e maiores, e todas formam um caule com
folhas de variados aspectos. Mas, num costão, não é isso o que você vê,
pois há uma enorme variedade de formas. É isso que vamos estudar nas
algas macroscópicas ou multicelulares.
Nesse grupo, as algas apresentam uma considerável variação no
arranjo das células para formar o seu corpo ou talo. Incluem-se nesse rol,
desde as formas filamentosas, constituídas por uma série de células,
até as algas com estruturas mais complexas, além de uma variedade de
formas intermediárias. É bom lembrar que talo não possui raiz, caule
e tampouco folhas.
Organização filamentosa
Filamento simples
a b c
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O passo seguinte da adaptação morfológica é a diferenciação
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de uma célula na base, denominada célula basal, formando expansões
chamadas rizóides, que possibilitam a fixação do talo ao substrato,
compondo os bentos. No lado oposto à célula basal, isto é, na outra
extremidade do filamento, distingue-se uma célula denominada apical
(Figura 13.6.a, b, c).
Essa fixação permanente dos talos causa problemas, quando eles
vivem em locais de alta turbulência da água. Em razão disso, vários tipos
de estrutura de fixação surgem em resposta a esse estímulo, provocando a
diversas adaptações para resistir à ação mecânica das vagas, como:
a) Aparecimento de uma célula alongada na base e abundante-
mente ramificada (Figura 13.6.d).
b) Célula basal é engrossada por prolongamentos das células
vegetativas próximas à base do talo (Figura 13.6.e, f, g).
c) Estrutura basal maciça formando um disco quase córneo
(Figura 13.6.h).
b
e
g
c
d
Figura 13.6: a) Chaetomorpha (célula basal indicada pela seta), b) Stylonema (célula basal indicada pela seta)
c) Spermothamnion (célula indicada pela seta), d) Chaetomorpha (célula basal em ramificações indicada pela
seta), e) Ulva (seta indica a região basal engrossada por filamentos rizoidais), f) Porphyra (seta indica a região
basal engrossada por filamentos rizoidais), g) Bangia (célula basal com prolongamentos das células vegetativas,
indicada pela seta), h) Sargassum (a seta indica o disco córneo).
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Filamento ramificado
a b
a b c d
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No decorrer do processo evolutivo, despontam novas mudanças
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quanto ao tipo de ramificação, quer dizer, de divisão de trabalho.
O filamento central passa a ser o principal em relação ao crescimento
indefinido, caracterizado na sua extremidade por uma célula apical.
Esse filamento, por sua vez, suporta os ramos laterais, de crescimento
definido, que se especializam para fins fotossintéticos, e são designados
filamentos assimiladores. Alguns desses ramos laterais, porém, com suas
respectivas células apicais, se mantêm com crescimento indefinido, como
nas árvores, e em várias direções; o talo assim formado aproveita e explora
o espaço de maneira mais vantajosa.
As células do filamento principal que ficam entre as inserções dos
ramos “laterais” não devem sofrer novas divisões, nem novo crescimento.
Assim, o crescimento do talo se limita aos ápices dos filamentos. Essas
células apicais são incumbidas de se dividirem para baixo e de formarem
novas células, esboçando, dessa forma, uma diferença adaptativa na
divisão de trabalho do talo (Figura 13.9).
fi
fi
Figura 13.9: Dasya (as setas indicam o crescimento apical dos filamentos); fi = filamento.
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Organização pseudoparenquimatosa
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Os dois tipos de sistemas vegetativos que acabamos de mencionar
já são capazes de sobreviver no meio aquático. Entretanto, eles ainda não
formam um talo com um corpo volumoso. Assim, houve um avanço,
manifestado pelo aparecimento de um terceiro tipo de talo mais compacto,
formado por:
– um único filamento ramificado, arranjado por um eixo e sua
célula apical, ao qual chamamos tipo uniaxial;
– numerosos filamentos ramificados, arranjados por muitos eixos com
suas células apicais que se entrelaçam, denominados tipo multiaxial.
Filamentos do tipo uniaxial e multiaxial formam estrutura
pseudoparenquimatosa, por sua semelhança com a próxima organização.
As células externas dessas ramificações se fundem, finalmente, num
córtex sólido.
Considerável diferenciação nas células resulta em distintos tecidos,
como cortical, medular e camada fotossintetizante, todos originados do
filamento. Essa estrutura é comum em algumas algas pardas e na quase
totalidade das algas vermelhas.
Os talos, com estrutura
pseudoparenquimatosa (Figura
13.11), incluem:
a) talos robustos, altamente rami-
ficados;
b) grandes formas de textura cori-
ácea (= couro);
c) talos com forte impregnação b
a
de carbonato de cálcio;
d) aquelas achatadas em forma
de crostas.
c
d
Figura 13.11: Talo com organização pseudoparenquimatosa: a e b Hypnea; a) Vista geral do talo, b) Corte longitudinal
do talo uniaxial mostrando um eixo em negrito; c e d Rhodymenia; c) Vista geral do talo, d) Corte longitudinal de
um talo multiaxial mostrando vários eixos em negrito. (Figuras c e d segundo E. C. de Oliveira, EDUSP, 1996)
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Organização parenquimatosa
d e
a b
c
C
CO
ME
f h
i
g j
Figura 13.12: Organização parenquimatosa. a e b – Ulva: a) Vista geral do talo, b) Corte transversal ao talo;
c e d – Sphacelaria: c) Região apical do talo, d) Corte transversal ao talo; e e f – Porphyra: e) vista geral do
talo, f) corte transversal ao talo; g e h – Dictyota: g) Vista geral do talo, h) Corte transversal ao talo; I e J
– Laminaria: I) Vista geral do talo, j) Corte transversal ao talo mostrando tecidos especializados (C – camada
cortical fotossintética, CO – camada cortical e ME – tecido medular filamentoso).
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Essa complexidade na estrutura leva à formação de tecidos diferen-
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ciados, como ocorre nos vegetais terrestres, com funções bem especializadas.
Como nos talos pseudoparenquimatosos, os parenquimatosos apresentam
células corticais ricas em cloroplastos, atuando como tecido de revestimento
e também com a função de realizar a fotossíntese.
Como foi dito anteriormente, algumas algas pardas atingem o seu
alto grau de adaptação morfológica. Muitas das formas abandonaram
o caráter de talo, produzindo sistemas que parecem vegetais terrestres.
Tal diferenciação se desenvolve na parte basal, em forma de disco, de
onde se origina um eixo cilíndrico, que se ramifica e se achata em forma
de “folhas”, para a absorção de luz, como ocorre nos vegetais terrestres.
Devido a seu caráter bentônico, esses talos se mantêm eretos pela presença
de aerocistos (vesículas de ar) (Figura 13.13).
A
FI
B CA
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PC
CT
PC
!
As algas, particularmente as pardas e as verme-
lhas, entram na alimentação do homem, prin-
cipalmente na do povo oriental. Elas também
são coletadas para a extração de mucilagem
(polissacarídeos), a partir de seus talos, como
agentes gelificantes ou espessantes, utilizados
em diversos segmentos das indústrias, como, por
exemplo, na fabricação de sorvete, de iogurtes,
de cervejas, no encapsulamento de remédios, no
setor têxtil, entre inúmeros outros.
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Organização cenocítica
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Em alguns grupos de algas verdes, o talo não é constituído por
células, como as outras que você acabou de estudar. Porém, ele é cons-
tituído por uma célula gigante composta por centenas de núcleos, não
havendo, contudo, a formação de um septo entre eles. A esse tipo de
estrutura denominamos cenócitos (Figura 13.15).
Esses talos de estrutura cenocítica podem desenvolver sistemas de
ramificação, isto é, os filamentos assimiladores, como aqueles elaborados
pelos talos de algas com septo (Figura 13.15.b).
!
Estrutura cenocítica corresponde a uma célula gigante constituída por uma
massa protoplasmática multinucleada, proveniente das divisões nucleares ou
cariocinese, não seguidas das divisões citoplasmáticas ou citocinese. Portanto,
não há formação de septo (= parede divisória) separando os núcleos.
Muitas dessas algas verdes apresentam multiplicidade de formas, tais como:
a) vesículas (Figura 13.15.a);
b) talos uniaxiais em forma de pena (Figura 13.15.b);
c) talos multiaxiais calcificados (Figura 13.15.d, e).
Um dos casos de notável diferenciação em cenócito é encontrado no gêne-
ro Caulerpa, onde o talo é formado por um rizoma preso ao substrato por
rizóides e por uma parte achatada sugerindo uma semelhança com as plantas
vasculares (Figura 13.15.c).
É interessante notar que quando parte do talo é injuriado, forma-se logo uma
“rolha” que previne a perda do citoplasma.
a c
b e
d
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RESUMO
Nesta aula, você acabou de ver como os talos se organizam, desde as formas
unicelulares até a complexidade das multicelulares. Para facilitar a compreensão
dos padrões morfológicos, os talos foram divididos em: organismos unicelulares,
coloniais e multicelulares. Nesses últimos, a partir da forma mais simples, relacionou-
se as diferentes adaptações morfológicas e anatômicas como passos evolutivos, até
alcançarem sistemas complicados semelhantes aos dos vegetais terrestres.
EXERCÍCIO
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