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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR


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METODOLOGIA DO
4.

TRABALHO ACADÊMICO
53
6.

Profa. Kátia Alves de Oliveira Fontanin


Profa. Mestra Rosenery Loureiro Lourenço
18

Secretaria Geral de Educação e Cultura - SGEC

2013
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

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SECRETARIA GERAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA

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Rua Eduardo Sprada, 3806 - Bairro Campo Comprido - Curitiba-PR - Fone-Fax: (41) 3339-0272

Elaboração
Profa. Kátia Alves de Oliveira Fontanin

17
Prof.ª Mestra Rosenery Loureiro Lourenço

Preparação de Originais
Prof. Pr. Marco Antonio Teixeira Lapa

Revisão
3
Prof. Roberto Carlos de Carvalho Gomes

Revisão de Conteúdo
4.
Profa. Mestra Rosenry Loureiro Lourenço

Projeto Gráfico
Eurípedes Mendes
53

Diagramação
Antonio Dias

Produção
Secretaria Geral de Educação e Cultura da Igreja do Evangelho Quadrangular
6.

Gestão: Pr. Almir de Paula

EDIÇÃO – 2013
18

FICHA CATALOGRÁFICA
(Catalogação na Fonte)

Secretaria Geral de Educação e Cultura da Igreja do Evangelho TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


Quadrangular – SGEC-IEQ. FONTANIN, Kátia Alves de Oliveira;
LOURENÇO, Rosenery Loureiro.
É proibida a reprodução total ou
parcial desta obra sem a permissão
Metodologia do Trabalho Acadêmico / Fontanin, Kátia Alves de escrita dos autores, por quaisquer
Oliveira, Lourenço, Rosenery Loureiro. Curitiba: SGEC-IEQ, 2011. p. 74.
meios, salvo em citações breves,
Bibliografia. com indicação da fonte. A violação
1. Metodologia da Pesquisa. 2. Normas Técnicas. I. Secretaria dos direitos dos autores (Lei
Geral de Educação e Cultura da Igreja do Evangelho Quadrangular. n.9.610/98) é crime estabelecido
II. Título. pelo artigo 184 do Código Penal.
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 – A METODOLOGIA DA PESQUISA................................................................................................. 9
1.1 Ciência e Conhecimento ................................................................................................................... 9
1.1.1 Conhecimento Popular...................................................................................................... 10
1.1.2 Conhecimento Científico.................................................................................................... 10
1.1.3 Conhecimento Filosófico.................................................................................................... 11
1.1.4 Conhecimento Religioso.................................................................................................... 11

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1.1.5 Conhecimento Artístico..................................................................................................... 11
1.1.6 Conhecimento Técnico....................................................................................................... 11

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1.2 Pesquisa e Pesquisador................................................................................................................... 12


1.3 Metodologia e Métodos.................................................................................................................. 14
Resumo do Capítulo 1........................................................................................................................... 17
Autoatividade do Capítulo 1................................................................................................................. 19





17
CAPÍTULO 2 – A PESQUISA.............................................................................................................................. 21
2.1 Classificação da Pesquisa Científica................................................................................................. 22
2.1.1 Em Relação à Abordagem do Problema............................................................................. 22
3
2.1.2 Em Relação aos Objetivos da Pesquisa.............................................................................. 22
2.1.3 Em Relação aos Procedimentos Técnicos da Pesquisa....................................................... 23
4.
2.2 Planejamento da Pesquisa.............................................................................................................. 25
2.2.1 O pré-projeto de pesquisa................................................................................................. 25
2.2.2 O projeto de pesquisa........................................................................................................ 26
2.2.2 As etapas da pesquisa........................................................................................................ 27
2.3 Tarefas Acadêmicas para a Construção da Pesquisa....................................................................... 29
53

2.3.1 A leitura.............................................................................................................................. 29
2.3.2 A análise de textos............................................................................................................. 29
2.3.3 As anotações...................................................................................................................... 29
Resumo do Capítulo 2........................................................................................................................... 31
6.

Autoatividade do Capítulo 2................................................................................................................. 33

CAPÍTULO 3 – FORMAS BÁSICAS PARA APRESENTAÇÃO DE PESQUISAS......................................................... 35


3.1 Os Trabalhos Científicos.................................................................................................................. 36
18

3.1.1 Tese.................................................................................................................................... 36
3.1.2 Dissertação......................................................................................................................... 36
3.1.3 Monografias; Trabalhos de Graduação e Especialização.................................................... 37
3.1.4 Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) .............................................................................. 37
3.1.5 Artigos Científicos.............................................................................................................. 37
3.1.6 Artigo-relatório [ou Relato de Experiência]...................................................................... 38
3.1.7 Comunicação Científica [ou Paper].................................................................................... 38
3.1.8 Informe Científico.............................................................................................................. 38
3.1.9 Ensaio Científico................................................................................................................. 38
3.1.10 Resenha............................................................................................................................ 39
3.2 Exemplos de Trabalhos Científicos Curtos....................................................................................... 39
Resumo do Capítulo 3........................................................................................................................... 45
Autoatividade do Capítulo 3................................................................................................................. 47
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CAPÍTULO 4 – ESTRUTURA BÁSICA DE UM TRABALHO ACADÊMICO.............................................................. 49


4.1 Elementos Pré-textuais................................................................................................................... 50
4.1.1 Capa................................................................................................................................... 50
4.1.2 Folha de Rosto.................................................................................................................... 52
4.1.3 Sumário.............................................................................................................................. 53
4.2 Elementos textuais.......................................................................................................................... 54
4.2.1 Introdução.......................................................................................................................... 54
4.2.2 Desenvolvimento............................................................................................................... 54

5
4.2.3 Conclusão........................................................................................................................... 55
4.3 Elementos Pós-textuais................................................................................................................... 55

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4.3.1 Referências......................................................................................................................... 55

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4.3.2 Glossário............................................................................................................................ 55
4.3.3 Apêndice............................................................................................................................ 55
4.3.4 Anexo................................................................................................................................. 56
4.4 Elementos de Apoio ao Texto.......................................................................................................... 56





17
4.4.1 Citações.............................................................................................................................. 56
4.4.2 Notas de rodapé................................................................................................................. 56
4.4.3 Ilustrações.......................................................................................................................... 56
Resumo do Capítulo 4........................................................................................................................... 58
3
Autoatividade do Capítulo 4................................................................................................................. 59
4.
CAPÍTULO 5 – NORMAS PARA CITAÇÃO E REFERÊNCIA................................................................................... 61
5.1 Citações........................................................................................................................................... 61
5.1.1. Citação Direta.................................................................................................................... 61
5.1.2 Citação Indireta.................................................................................................................. 62
53

5.1.3 Citação da citação.............................................................................................................. 62


5.1.3 Sistema de chamadas para as Citações.............................................................................. 62
5.2 Referências...................................................................................................................................... 63
5.2.1 Monografia no todo........................................................................................................... 64
5.2.2 Monografia no todo em meio eletrônico........................................................................... 64
6.

5.2.3 Partes de Monografia......................................................................................................... 64


5.2.4 Periódicos........................................................................................................................... 65
5.2.5 Partes de Revistas, boletins e outros................................................................................. 65
5.2.6 Artigos e/ou matérias de Revistas, boletins e outros......................................................... 65
18

5.2.7 Artigos e/ou matérias de Jornais....................................................................................... 66


5.2.8 Referências de Legislação e Jurisprudências...................................................................... 66
5.2.9 Referências de Materiais especiais.................................................................................... 67
Resumo do Capítulo 5........................................................................................................................... 69
Autoatividade do Capítulo 5................................................................................................................. 71

Palavra Final das Autoras................................................................................................................................. 73

Referências...................................................................................................................................................... 74
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

APRESENTAÇÃO
Caro (a) aluno(a), seja bem vindo(a) à disciplina de Metodologia do Tra-
balho Acadêmico.
Você não está ingressando apenas em um curso bíblico ou teológico, está
ingressando no Curso Livre de Teologia do ITQ que lhe possibilita a comple-
mentação teológica ao Bacharelado em Teologia, por isto você é denominado

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acadêmico (a).

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Na academia, os alunos, além de estudantes, são pesquisadores iniciantes

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e, para isto, precisam ser instrumentalizados e capacitados para desenvolver


pesquisas e elaborar trabalhos de acordo com o perfil necessário à educação
que visa também o ensino superior.

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A disciplina de Metodologia do Trabalho Acadêmico orienta a organização
dos seus trabalhos de acordo com as Normas da ABNT [Associação Brasileira de
Normas Técnicas]. Você aprenderá como estruturar os seus trabalhos e como
fazer citações e referências bibliográficas, estes itens são muito importantes,
pois dão credibilidade ao trabalho desenvolvido.
3
Certamente, após ter domínio desta disciplina, o conteúdo aqui aprendi-
4.
do poderá ser aplicado em muitas situações no seu dia-a-dia. Ela lhe auxiliará
num pensamento mais organizado e sistemático, tornando sua comunicação
mais clara e objetiva, dentro um processo. Ela também será uma ferramenta
de organização e disciplina em sua vida acadêmica.
53

Então aproveite bem!


Profa. Kátia Alves de Oliveira Fontanin
Profa. Mestra Rosenery Loureiro Lourenço
6.

Olá! Que prazer poder


18

falar com você!! Eu


quero me apresentar,
eu sou o THEO. Eu
serei seu companheiro
de estudos. Vamos
conversar bastante
durante o decorrer
da disciplina. Quando
você menos esperar, e
apareço.
Um grande abraço e
bons estudos!
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

PLANO DE ESTUDOS DA
DISCIPLINA
EMENTA
Ciência e Conhecimento. Metodologia e Método. Tipos de Pesquisa. Métodos de Pesquisa. Normas téc-

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nicas da ABNT para aplicação na produção de trabalhos acadêmicos. Formas básicas de preparação, redação
e apresentação de trabalhos.

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OBJETIVO GERAL
Instrumentalizar o acadêmico para a produção de trabalhos acadêmicos e científicos que serão solicitados
nas disciplinas do Curso Livre em Teologia do Instituto Teológico Quadrangular de Curitiba.

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Conceituar o que é Pesquisa e Por que Pesquisar;
• Apresentar a Ciência, o Método e os Tipos de Pesquisa;
3
• Apresentar os trabalhos acadêmicos;
• Apresentar a estrutura para os trabalhos acadêmicos: Elementos Pré-Textuais; Textuais e Pós-
4.
Textuais;
• Apresentar Normas para citações e referências de acordo com as Normas da Associação Brasi-
leira de Normas Técnicas (ABNT)
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• Estimular e Avaliar a capacidade reflexiva do acadêmico por meio da expressão escrita.


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CAPÍTULO 1
A METODOLOGIA DA PESQUISA
A Metodologia da Pesquisa irá
ensinar você como desenvolver e
apresentar seus trabalhos durante
seu curso de teologia. Certamente

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01
você pode ser tentado a perguntar
qual a validade de aprender métodos

-0 CAPÍTULO

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científicos se a proposta do curso é te-


ológica. Essa questão será esclarecida
na media em que você compreender
como os passos propostos pela ciên-

17
cia podem ser úteis para pesquisas
dentro do Reino de Deus.
Nesse capítulo, no tópico 1, você
aprenderá os conceitos de ciência
3
e conhecimento: se deparará com
os vários tipos de conhecimento e
4.
entenderá como a aplicação metodo- FIGURA 1 – TERRA NO DEDO
lógica no desenvolvimento das suas FONTE: FreeDigitalPhotos (2010)
pesquisas o habilitará para apresentar trabalhos acadêmicos.
É importante destacar que, ao
53

São conhecidos como trabalhos realizar um trabalho acadêmico é


de produção científica: Trabalho de preciso levar-se em conta a auten-
Graduação, Trabalho de Final de ticidade do mesmo. Ao trabalho
Curso (TCC), Monografia, Dissertação, feito com esmero, e pautando-se em
6.

Tese, Artigos de Periódicos e Eventos bibliografias fidedignas, chamamos


Científicos e Comunicação Científica. de “produção científica”.
Você aprenderá mais detalhes A produção científica não pode
a respeito desses trabalhos em ser feita a esmo, sem quaisquer cui-
18

capítulos futuros! dados ou recursos apropriados. Os


tópicos 2 e 3 abordam importantes
aspectos que permeiam um trabalho desse porte. Compreender o papel da
pesquisa e do pesquisador, bem como o significado de metodologia e métodos
munirá você da necessária consciência zelosa ao fazer um trabalho acadêmico,
e o ajudará a realizar a chamada produção científica com expressiva qualidade.

1.1 Ciência e Conhecimento


Ciência é um termo latim, “scientia”, que significa conhecimento, saber.
O dicionário Michaelis (2009) define ciência como sendo um ramo de conhe-
cimento sistematizado como campo de estudo ou observação e classificação
dos fatos relativos a um determinado grupo de fenômenos e formulação das
leis gerais que os regem.
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Oliverira Netto (2006) comenta que, primeiramente, é bom que se entenda que a ciência, no sentido
mais amplo da palavra, denota “conhecimento”. Contudo, não é um conhecimento qualquer, mas um conhe-
cimento prático e sistemático. Também é preciso considerar que num sentido mais restrito, a ciência denota
em aquisição de conhecimento baseado num método científico, organizado e metódico de pesquisa. Portanto,
por ciência, entende-se que seja uma gama de conhecimentos que se podem comprovar como verdades.
E, o que é conhecimento? De acordo com o Dicionário Houaiss (2001), define-se por conhecimento: “es-
tado ou condição de compreender, entendimento, domínio, competência, sabedoria.” Deste modo, é preciso
compreender e, principalmente, ter o domínio sobre o que se vai falar ou escrever. Não se pode dissertar

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sobre o que não se conhece de fato.
Segundo Oliverira Netto (2006, p.3), entende-se por conhecimento: “o acúmulo de informações de cunho

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intelectual, como o domínio (teórico ou prático) acerca de um assunto, científico ou não”. Como bem destacam
Cervo e Bervian (1983, p.6) conhecer é uma relação estabelecida entre o sujeito que conhece e o objeto que
é conhecido. Desta forma o conhecimento sempre implica em duas realidades: de um lado está o sujeito que
busca conhecer, de outro o objeto que, de certa forma, está possuído pelo sujeito. “O objeto conhecido, pode,

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as vezes, fazer parte do sujeito que conhece. Pode-se conhecer a si mesmo, pode-se conhecer e pensar os seus
pensamentos. Mas nem todo o conhecimento é pensamento. O pensamento é conhecimento intelectual”.
O conhecimento pode ocorrer em diversos níveis. Cervo e Bervian (1983) argumentam que, com relação
ao homem, por exemplo, ele pode ser considerado de um ponto de vista externo e aparente, e por este pon-
3
to de vista inúmeras conclusões serem apresentadas partindo-se do bom senso ou da experiência cotidiana.
Mas o homem também pode ser estudado de formas mais profundas, ou considerando as relações dos seus
4.
órgãos físicos e funções por meio de experimentos, ou investigando-o quanto a sua origem, liberdade e des-
tino investigando relacionando o que Deus diz a respeito dele por meio dos seus profetas e de Jesus Cristo.
Partindo desse entendimento, de que o homem [ou qualquer outro objeto de estudo] pode ser estudado
de diferentes formas, Cervo e Bervian (1983) afirmam que o pesquisador se move dentro de quatro níveis
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diferentes de conhecimento, ou seja, há quatro espécies de considerações a serem feitas sobre a mesma
realidade, por isso eles apresentam quatro níveis de conhecimento: Conhecimento Empírico, Conhecimento
Científico, Conhecimento Filosófico e Conhecimento Teológico. Oliverira Netto (2006) também considera as
várias formas de se obter conhecimento e classifica-os em: Conhecimento Popular, Conhecimento Científico,
6.

Conhecimento Filosófico, Conhecimento Religioso, Conhecimento Artístico e Conhecimento Técnico. Vejamos


os diversos tipos de conhecimento:

1.1.1 Conhecimento Popular


É o que chamamos também de conhecimento empírico. São as opiniões das pessoas, o que acham, o
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que pensam, suas experiências e vivências. São os conhecimentos que normalmente não podem ser compro-
vados. São as aquisições que em geral não estão ligadas a estudos, pesquisas ou aplicações metodológicas,
mas principalmente aquelas que são transmitidas de geração a geração. Nesse tipo de conhecimento não há
a preocupação de relações significativas entre os fatos, e nem interpretação dos mesmos.

1.1.2 Conhecimento Científico


É o conhecimento que resulta de uma investigação metódica e sistemática dos fatos, fomentando uma
análise apurada das causas pelas quais aquele determinado fato acontece, através da prática de demonstração
ou experimentação. O conhecimento científico se propõe a demonstrar com clareza e precisão nas questões
de predomínio, igualdade ou subordinação com outros fenômenos, o que resulta na conclusão de leis gerais,
válidas universalmente para todos os casos similares ou de mesma natureza.
Cervo e Bervian (1983) lembram que o conhecimento científico era caracterizado como: certo, geral e,
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metódico e sistemático. Certo porque explicava os motivos de sua certeza, o que não podia ser feito com o co-
nhecimento popular. Geral porque conhecia o que era universal e válido para todos os casos da mesma espécie.
Metódico e Sistemático porque buscava por meio do conhecimento ordenado de leis e princípios encontrar
e reproduzir as relações entre seres e fatos. Além desses três aspectos a ciência chamava a si a objetividade,
o desinteresse e o espírito crítico, e só aceitava o que era provado por meio da demonstração e experiência.
Hoje, a concepção de ciência é outra, ela não é considerada algo pronto, acabado ou definitivo, nem é
considerada possuidora de verdades imutáveis como foi no passado. Hoje entende-se ciência como “uma busca
constante de explicações e soluções, de revisão e reavaliação de seus resultados e tem a consciência clara de

5
sua falibilidade e de seus limites” (CERVO; BERVIAN, 1983, p.9). Essa busca constante baseia-se em métodos
e faz da ciência um processo de construção.

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1.1.3 Conhecimento Filosófico


Este tipo de conhecimento está embasado sobretudo no idealismo e materialismo, originados, respecti-
vamente no pensamento de Platão (427-347 a.C.) e de Aristóteles (384-322 a.C.). A racionalidade é o método

17
utilizado na construção deste tipo de conhecimento, predominando o processo dedutivo que precede a experi-
ência – não se requer comprovação experimental, mas coerência lógica. O conhecimento filosófico é diferente
do conhecimento científico por causa do objeto de investigação e do método. Cervo e Bervian (1983) lecionam
que o objeto das ciências são os dados próximos, imediatos, perceptíveis pelos sentidos ou por instrumentos
e são de ordem material e física, o que permite que sejam experimentados. Em contrapartida, o objeto da
3
filosofia são dados mediatos e não perceptíveis pelos sentidos, por isso ultrapassam a experiência. A filosofia
busca sentido, justificação, interpretação, filosofar é interrogar.
4.

1.1.4 Conhecimento Religioso


É também conhecido como conhecimento teológico, partindo do princípio de que as verdades compre-
endidas são infalíveis, pois se tratam de revelações divinas.
53

O conhecimento teológico envolve mistério. Mistério pode ser definido como aquilo que é oculto, e o
conhecimento oculto pode ser revelado tanto por Deus quanto pelo homem. Cervo e Bervian (1983, p. 12)
ponderam que duas atitudes podem ser tomadas diante do mistério: 1) Tentar penetrar nele com esforço
pessoal da inteligência. “Mediante a reflexão e o auxílio de instrumentos, procura-se obter o procedimento
6.

que será científico ou filosófico”. 2) “Aceitar as explicações de alguém que já tenha desvendado o mistério”, o
que implica em “uma atitude de fé diante do conhecimento revelado”.
O conhecimento revelado – relativo a Deus – aceito pela fé teológica, constitui o conhecimento teoló-
gico. É aquele conjunto de verdades a que os homens chegaram, não com o auxílio de sua inteligência,
mas mediante a aceitação dos dados da revelação divina. Vale-se de modo especial do argumento
18

de autoridade. Sãos os conhecimentos adquiridos nos Livros Sagrados e aceitos racionalmente pelos
homens, depois de terem passado pela crítica histórica mais exigente. O conteúdo da revelação, feita
a crítica dos fatos aí narrados e comprovados pelos sinais que a acompanham, reveste-se de autenti-
cidade e de verdade. Passam tais verdades a ser consideradas como fidedignas, e por isso são aceitas
(CERVO; BERVIAN,1983, p.13)

1.1.5 Conhecimento Artístico


Enfatiza a intuição, que produz emoções. Privilegia o “sentir” e não o “pensar”. A preocupação se dá não
com o tema, mas com a forma como tratá-lo.

1.1.6 Conhecimento Técnico


Não é proveniente nem do instinto, nem das sensações e nem da observação pura e simples. Este tipo
de conhecimento provém da razão, principalmente na construção do conhecimento de como realizar algo, e
os meios para que isso ocorra. Ele está na base da profissionalização.
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As Figuras 2 e 3 mostram os tipos e os níveis de conhecimento:

Conhecimento
Popular
Sujeito Conhecimento Objeto
Conhecimento Conhecimento
Artístico Científico

Tipos de

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Conhecimento

- Empírico

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Conhecimento Conhecimento

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- Científico
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Técnico Religioso
- Filosófico
Conhecimento - Teológico
Filosófico

FIGURA 2 - TIPOS DE CONHECIMENTO


FONTE: com base em Cervo e Bervian (1983)
3 17FIGURA 2 - NÍVEIS DE CONHECIMENTO
FONTE: adaptado de Cervo e Bervian (1983)

A Figura 2 evidencia os diversos tipos de conhecimento, e a figura 3 mostra como uma mesma realidade
pode ser vista de diversas formas, e sugere que o conhecimento teológico é o mais profundo e o conhecimento
empírico o mais superficial.
4.
Como ficou claro, o conhecimento não vem somente dos livros, ou dos meios acadêmicos, e o ser humano
pode estar constantemente aprendendo. O conhecimento se dá de diversas formas, mas em se tratando de
conhecimento científico, necessário para a produção acadêmica, o mesmo requer competência sobre o que
se está escrevendo ou falando.
53

O conhecimento científico é resultado do que chamamos de investigação científica, ou seja, conhecimento


apurado sobre determinado assunto por meio de estudos e pesquisas. O conhecimento científico não surge
apenas do desejo de conhecimento pelo conhecimento, ou conhecimento empírico, popular. Doutra maneira,
surge também pela necessidade de fornecer explicações sistemáticas que possam ser comprovadas, o que
6.

nem sempre acontece através do conhecimento popular.

1.2 Pesquisa e Pesquisador


Pesquisar é o ato de indagar, investigar, fazer buscas a respeito de um determinado assunto ou situação. Cervo
18

e Bervian (1983) definem pesquisa como “uma atividade voltada para


a solução de problemas, através do emprego de processos científicos”. Existem diferentes tipos de
Desta forma, a pesquisa surge de uma dúvida ou problema, e segue pesquisa. Nos capítulos seguintes
em busca de uma resposta ou solução por meio do método científico. você aprenderá sobre os tipos de
Para Cervo e Bervian (1983) a obtenção de conhecimento e pesquisas e como planejar e executar
descobertas “que dispensam o uso de processos científicos, embora uma pesquisa!
válidos, não podem ser enquadrados como tarefas de pesquisa”.
Para Cooper e Schindler (2003) pesquisa pode ser entendida como qualquer investigação organizada que
seja executada para fornecer informações para a solução de um ou mais problemas reais.
Quem faz as investigações é um pesquisador. Assim, quando você, estudante do ITQ, desenvolve uma
busca, organizada e executada dentro de parâmetros científicos, e por ela produz um trabalho que é caracte-
rizado como legítima produção científica, você é este pesquisador.
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

É importante compreender que pesquisa e pesquisador têm uma relação extremamente importante, pois,
por exemplo, se o pesquisador é sério e ético, produzirá uma pesquisa de igual característica, se o pesquisador
é displicente e não utiliza-se de dados confiáveis, produzirá uma pesquisa sem credibilidade, e assim por diante.
Cooper e Schindler (2003) apresentam algumas características de uma boa pesquisa:
Têm objetivos claramente definidos: é necessário ter um foco, saber onde se quer chegar, e estabelecer
metas possíveis de serem alcançadas;
Tem procedimentos detalhados: Os métodos escolhidos para desenvolver a pesquisa devem ser bem detalhados;

5
• Possui técnicas de análise adequadas para alcance dos objetivos propostos;
• Evidencia altos padrões éticos por parte do pesquisador;

-0
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• Tem os resultados apresentados com clareza;
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• Possui conclusões justificadas com base nos resultados.


Gil (1999) apresenta algumas características de um bom pesquisador:

17
• Conhece bem o assunto;
• É curioso e criativo;
• É integro intelectualmente;
• É sensível socialmente;
• É humilde e tem atitude auto-corretiva;
3
• É perseverante, paciente e confiante na experiência.
Como ponderam Cooper e Schindler (2003, p. 51), “se as ferramentas do pensamento são a mente da
4.
ciência, então a atitude científica é o espírito. A atitude científica libera a orientação criativa que possibilita a
descoberta”. È necessário que o pesquisador tenha atitude científica, isto é, espírito científico. A esse respeito
Cervo e Bervian (1983, p.17) destacam que pouco adianta ter conhecimento e empregar instrumental meto-
dológico para pesquisar se juntamente com o conhecimento e a metodologia não houver o rigor e a seriedade
53

de que o trabalho científico deve estar revestido. “Esta atmosfera de seriedade que envolve e perpassa todo
o trabalho só aparece e transparece se o autor estiver imbuído do espírito científico”.
O espírito científico é, antes de mais nada, uma atitude ou disposição subjetivo do pesquisador que
busca soluções sérias, com métodos adequados, para o problema que enfrenta. Essa atitude não é
6.

inata na pessoa. É conquistada ao longo da vida, à custa de muitos esforços e exercícios. Pode e deve
ser aprendida, nunca, porém, transmitida (CERVO; BERVIAN, 1983, p. 18, grifo nosso).

Esse espírito científico, na prática, como bem destacam Cervo e Bervian (1983), se traduz por uma mente
crítica, objetiva e racional.
18

Por meio da consciência crítica o pesquisador aperfeiçoa seu julgamento e desenvolve o discernimento,
tornando-se apto a distinguir e separar o que é essencial do que é acidental, isto é, ele separa o importante do
secundário. Criticar é julgar, distinguir, discernir, analisar para melhor poder avaliar os elementos em questão.
A consciência objetiva rompe com as posições subjetivas pessoais e mal fundamentadas do conheci-
mento popular. A objetividade é a condição básica para a ciência, isto significa, que o que vale não é o que o
pesquisador imagina ou pensa, mas aquilo que realmente é.
Por fim, o espírito científico tem ação racional, as razões arbitrárias do sentimento e do coração do pes-
quisador não podem explicar nem justificar no campo científico.
Além de todas estas características o espírito científico possui imparcialidade. Isto é, o pesquisador que
possui verdadeiramente um espírito científico não torce os fatos, ele é imparcial e respeita a verdade, ele cultiva
a honestidade, evita o plágio! Aquele que possui o espírito científico não colhe com seu aquilo que os outros plan-
taram, ele possui e zela por uma honestidade profundamente relacionada com a verdade em todos os aspectos.
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Estas considerações sobre pesquisa e pesquisador [imbuído do espírito científico] trazem à tona a im-
portante questão da ética. Ética são os padrões de comportamento que guiam as escolhas morais relativos ao
nosso comportamento e nossa relação com as outras pessoas. Cooper e Schindler (2003, p.110) lecionam que
“O objetivo da ética na pesquisa é assegurar que ninguém seja prejudicado ou sofra conseqüências adversas
devido às atividades de pesquisa”
A falta de ética pode ocorrer de diversas formas. Cooper e Schindler (2003) destacam como atitudes anti-
éticas: violação de acordos de não revelação, quebra de confidencialidade, má interpretação dos resultados,
logro das pessoas, fuga das responsabilidades.

5
Desta forma, durante a realização uma pesquisa na qual o pesquisador necessite questionar pessoas para
levantar os dados a serem analisados, se ele para obter respostas para seus questionários ou entrevistas diz

-0
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ao entrevistado que a identidade dele não será revelada e posteriormente ele a revela, esse pesquisador do
ponto de vista moral tem uma atitude anti-ética e fere os princípios do “espírito científico”.
Além do mais, vale destacar que, do ponto de vista espiritual este pesquisador peca deliberadamente,
pois, apela para a fraude e para o engano, práticas condenáveis àqueles que desejam ser seguidores de Cristo.

1.3 Metodologia e Métodos


Para realizar uma pesquisa é necessário que o pes-
quisador busque conhecimento em profundidade na área
3
que será abordada. Oliverira Netto (2006, p.7) destaca
17
que “é a partir da consideração dos conhecimentos cien-
4.
tíficos adquiridos que podemos dimensionar o grau de
profundidade e extensão com que se pretende abordar
o tema”. Sendo assim, para haver produção científica, é
imprescindível que haja metodologia adequada e coe-
53

rente com o que se propõe.


A metodologia apresenta os procedimentos a serem
utilizados pelos pesquisadores. Dessa forma, metodolo- FIGURA 4 – CONCEITO DE SUCESSO
gia pode ser definida como um conjunto de métodos e FONTE: FreeDigitalPhotos (2010)
6.

regras que o pesquisador deve utilizar para executar e para relatar uma pesquisa. Em se tratando de “mé-
todo”, o dicionário Houaiss (2004, p.494) define como um “procedimento, técnica ou meio para se atingir um
objetivo ou processo organizado de ensino e pesquisa”.
Outrossim, verifica-se que o método, no caso da produção científica, é o conjunto das atividades siste-
18

máticas e racionais, através das quais se consegue chegar ao objetivo proposto, que deve abranger os conhe-
cimentos válidos e verdadeiros. O método “desenha” o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando
as decisões do pesquisador.
Gil (1999) destaca que os métodos científicos são um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos
que permitem que o pesquisador alcance seus objetivos de pesquisa.
No que diz respeito a procedimentos intelectuais [processo de pensar, de raciocinar] é importante ressaltar,
com bem lembram Coopler e Schindler (2003, p.46) que “a forma como uma pessoa vê o mundo afeta o tipo de
pergunta que ela faz e o que ela aceita como explicação.” As pessoas analisam os problemas de forma diferente,
e na investigação científica o raciocínio é altamente importante, pois ele desencadeará a solução procurada.
Todos os dias raciocinamos com variados graus de sucesso e comunicamos nossa mensagem, chamada
significado, em linguagem comum ou, em casos especiais, de forma simbólica, lógica. Nossos significados são
transmitidos através de um dos dois tipos de discurso: exposição ou argumento. A exposição consiste de de-
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

clarações que descrevem sem tentar explicar. O argumento nos permite explicar, interpretar, defender, desafiar
e explorar o significado. Dois tipos de argumentos de grande importância para a pesquisa são a dedução e a
indução (COOPER; SCHINDLER, 2003, p.48)
Além desses argumentos considerados de grande importância por Cooper e Schindler (2003), existem outros,
não menos importantes. O pesquisador deve possuir conhecimento acerca dos tipos de raciocínios que devem
ser utilizados na investigação científica, e deve adotar uma linha de raciocínio para o processo da pesquisa. Cabe
ao pesquisador, a partir da escolha do tema, escolher também o tipo de raciocínio metodológico que conduzirá
sua pesquisa, pois são os métodos que proporcionam toda a base lógica para uma investigação científica.

5
O Quadro 1 apresenta os métodos científicos [procedimentos intelectuais, linhas de raciocínio] possíveis
de serem utilizados na execução da pesquisa.

-0
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MÉTODO DESCRIÇÃO
Parte de fatos particulares para conclusões genéricas, ou seja, do mínimo para o todo. Parte de fatos
singulares para chegar a uma conclusão ampla. Por exemplo:

17
Mario é mortal,
Indutivo Benedito é mortal,
Paulo é mortal,
Mario, Benedito e Paulo são homens.
Logo, todo homem é mortal.
3
Ao contrário do método indutivo, o método dedutivo parte de enunciados gerais, como premissas
de um raciocínio, para chegar a uma conclusão particular. O método dedutivo explica o conteúdo das
4.
premissas utilizando uma cadeia de raciocínio descendente, desta forma parte de duas premissas para
concluir uma terceira. Por exemplo:
Dedutivo
Todo homem é mortal > premissa 1
Pedro é homem > premissa 2
53

Logo, Pedro é mortal > conclusão


O método dedutivo procura a todo custo confirmar as hipóteses.
Esse método parte da percepção de uma “falha”, uma lacuna no conhecimento,
acerca da qual formulam-se hipóteses e, num processo de inferências dedutivas elas
são testadas. Gil (1999, p.30) esclarece o funcionamento desse método: “quando
6.

Hipotético- os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes para a


dedutivo [ou explicação de um fenômeno, surge o problema. Para tentar explicar a dificuldades
pensamento expressas no problema, são formuladas conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses
reflexivo] formuladas, deduzem-se conseqüências que deverão ser testadas ou falseadas.
18

Falsear significa tornar falsas as conseqüências deduzidas das hipóteses”.


O método hipótetico-dedutivo procura evidências empíricas para derrubar as
hipóteses.
Entende-se pelo aprofundamento dos fenômenos através de sua ação recíproca, da
contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na natureza e
na sociedade, como que sugerindo um conjunto de perguntas e respostas (diálogo)
Dialético
entre o tema proposto e o pesquisador.
Este método é uma interpretação dinâmica da realidade, ele considera que fatos não
podem ser considerados fora de contexto [social, político, econômico e outros].
Este método não deduz nem induz, ele considera que a realidade não é única, isto é, existem tantas
Fenomenológico realidades quantas forem as suas interpretações e comunicações. A ênfase está em descrever
diretamente a experiência tal como ela é.
QUADRO 1 - MÉTODOS CIENTÍFICOS
FONTE: com base em Oliverira Netto (2006); Gil (1999); Cooper e Schindler (2003).
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Cervo e Bervian (1983, p.27) lecionam que “o método se concretiza nas diversas etapas ou passos que
devem ser dados para solucionar um problema. Esses passos são as técnicas. A escolha do método sempre
dependerá do objeto de investigação.

LEITURA COMPLEMENTAR 1

5
CORRELAÇÃO ENTRE CONHECIMENTO POPULAR E CONHECIMENTO CIENTÍFICO
O conhecimento vulgar ou popular, às vezes denominado de senso comum, não se distingue do co-

-0
nhecimento científico nem pela veracidade nem pela natureza do objeto conhecido; o que os diferencia

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é a forma, o modo ou o método e os instrumentos do “conhecer”. Saber que uma determinada planta
necessita de uma quantidade “x” de água, e que se não receber de forma natural, deve ser irrigada pode
ser um conhecimento verdadeiro e comprovável, mas nem por isso, científico. Para que isso ocorra, é

17
necessário ir mais além: conhecer a natureza dos vegetais, sua composição, seu ciclo de desenvolvimento
e as particularidades que distinguem uma espécie da outra. Dessa forma, patenteiam-se dois aspectos:
a) A ciência não é o único caminho de acesso ao conhecimento e à verdade.
b) Um mesmo objeto ou fenômeno – uma planta, um mineral, uma comunidade, ou as relações
3
entre chefes e subordinados – podem ser matéria de observação, tanto para o cientista quanto
para o homem comum, o que leva um ao conhecimento científico e outro ao vulgar ou popular
4.
é a forma de observação.
Para Bunge (1976, p. 20), a descontinuidade radical existente entre a Ciência e o conhecimento po-
pular, em numerosos aspectos (principalmente no que se refere ao método), não nos deve fazer ignorar
certa continuidade em outros aspectos, principalmente quando limitamos o conceito de conhecimento
53

vulgar ao “bom senso”. Se excluirmos o conhecimento mítico (raios e trovões como manifestações de
desagrado da divindade pelos comportamentos individuais ou sociais) verificamos que tanto o “bom
senso” quanto a Ciência almejam ser racionais e objetivos: “são críticos e aspiram à coerência (racionali-
dade) e procuram adaptar-se aos fatos em vez de permitir-se especulações sem controle (objetividade)”.
6.

Entretanto, o ideal de racionalidade, compreendido como uma sistematização coerente de enun-


ciados fundamentados e passíveis de verificação, é obtido muito mais por intermédio de teorias, que
constituem o núcleo da Ciência, do que pelo conhecimento comum, entendido como acumulação de
partes ou “peças” de informação frouxamente vinculadas.
18

Por sua vez, o ideal de objetividade, isto é, a construção de imagens da realidade, verdadeiras e im-
pessoais, não pode ser alcançado se não ultrapassar os estreitos limites da vida cotidiana, assim como da
experiência particular, é necessário abandonar o ponto de vista antropocêntrico, para formular hipóteses
sobre a existência de objetos e fenômenos além da própria percepção de nossos sentidos, submetê-los
à verificação planejada e interpretada com o auxílio de teorias.
Por esse motivo é que o senso comum, ou o “bom senso”, não pode conseguir mais do que objeti-
vidade limitada, assim como é limitada sua racionalidade, pois está estreitamente vinculado à percepção
e à ação.
FONTE: LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Atlas,
2006. p.76.
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

Resumo do Capítulo 1
Neste capítulo você aprendeu sobre:
• O conceito de ciência e de conhecimento, bem como as características dos diversos tipos de
conhecimento existentes [Conhecimento Popular, Conhecimento Científico, Conhecimento Fi-
losófico, Conhecimento Religioso, Conhecimento Artístico e Conhecimento Técnico].
• A definição de pesquisa e pesquisador, a importância dessa relação, e a necessidade do espírito

5
científico e da ética para o desenvolvimento das pesquisas.
• O conceito de metodologia e os tipos de métodos [indutivo, dedutivo, hipotético-dedutivo,

-0
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dialético e fenomenológico], os quais constituem-se a linha de raciocínio a ser utilizados na
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condução da pesquisa.

3 17
4.
53
6.
18

AVALIAÇÃO – VALE NOTA!


Prezado aluno, através desta auto-atividade você terá a
oportunidade de rever o conteúdo estudado neste capitulo.
Esta é uma atividade avaliativa, portanto, faça-a com atenção
e dedicação. Não esqueça de entregá-la ao professor.
Boa revisão!
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ANOTAÇÕES

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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR NOTA

METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO


AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 1

Nome: Série: Data de Entrega:

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Questões

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1. De acordo com o exposto no capítulo, escreva com suas próprias palavras uma definição para ciência.

3
2. Escolha e apresente três tipos de conhecimento.
17
4.
53

3. Explique porque razões um pesquisador deve possuir um espírito científico e possuir ética.
6.
18

4. Escolha e apresente as características de um tipo de raciocínio que pode ser adotado para desenvolver
uma pesquisa.
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ANOTAÇÕES

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CAPÍTULO 2
A PESQUISA
O capítulo 1 ao discorrer a respeito da metodologia da pesquisa apre-
sentou, com base em Gil (1999), a premissa de que os métodos científicos são
um conjunto de procedimentos tanto intelectuais quanto técnicos e elencou
os procedimentos intelectuais [métodos ou linhas de raciocínios] a serem

5
02
adotados na pesquisa. Para que a metodologia seja compreendida de forma
completa é necessário que sejam apresentados ainda os procedimentos téc-

-0 CAPÍTULO

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nicos, isto é, as técnicas de pesquisa.

3 17
4.
53
6.

FIGURA 5 – LIVROS
18

FONTE: FreeDigitalPhotos (2010)

De acordo com Cervo e Bervian (1983, p.52) “podem ser chamados de


técnicas aqueles procedimentos científicos utilizados por uma ciência de-
terminada no quadro das pesquisas próprias dessa ciência”. O conjunto das
técnicas constitui o método, e essas técnicas que expressam os meios corretos
de executar as pesquisas são comuns a muitas áreas científicas, e se adaptam
a diversas ciências.
Por isso, esse capítulo discorrerá no Tópico 1 a respeito dos tipos de pes-
quisa e suas técnicas, no Tópico 2 apresentará o planejamento da Pesquisa, e no
Tópico 3 os procedimentos didáticos necessários para a produção acadêmica.
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2.1 Classificação da Pesquisa Científica


Há diversas formas de classificar a pesquisa científica. Cervo e Bervian (1983) destacam que em relação
à sua natureza uma pesquisa pode ser considerada básica ou aplicada:
a) A pesquisa básica tem como objetivo gerar conhecimentos novos que sejam úteis para o avanço
da ciência. Nessa pesquisa não há aplicação prática prevista, a meta principal é o saber, para tanto,
busca-se a satisfação de uma necessidade intelectual por meio do conhecimento.
b) A pesquisa aplicada ao contrário da pesquisa básica tem como objetivo gerar conhecimentos para o

5
avanço da ciência, em assuntos e problemas especificamente práticos. A meta principal do pesqui-
sador está em contribuir para fins práticos que sejam mais ou menos imediatos, por isso ele busca

-0
soluções para problemas concretos.

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Tanto a pesquisa básica quanto a aplicada são fundamentais para o progresso científico e humano, elas
não se excluem nem se opõem e podem ser classificadas metodologicamente em muitos tipos. Conforme su-
gerem Cervo e Bervian (1983), Lakatos e Marconi (1992), Gil (1999), Santos (1999), e Beuren (2008) a tipologia

17
metodológica das pesquisas podem ser identificadas a partir da consideração de três critérios: a) a abordagem;
b) os objetivos; c) os procedimentos técnicos de coleta. Observe a síntese desses critérios:

2.1.1 Em Relação à Abordagem do Problema


3
O termo “abordagem” diz respeito à forma de aprofundamento que será dada ao estudo. Do ponto de
vista da abordagem a pesquisa científica pode ser quantitativa ou qualitativa:
4.
a) A pesquisa quantitativa busca quantificar para analisar, ou seja, todos os dados conseguidos podem
ser revertidos em quantias, através de porcentagem, média, mediana, e depois são analisados nu-
mérica/quantitativamente.
A característica dessa pesquisa é o emprego de instrumentos estatísticos, tanto na coleta quanto
53

no tratamento dos dados.


Os dados coletados e processados servem para testar uma hipótese e então validá-la ou não. A
pesquisa quantitativa pode considerar o conjunto da população (censo) ou um subconjunto desta
população (amostra).
6.

b) A pesquisa qualitativa verifica a relação entre o mundo real e o sujeito, sendo que os dados observa-
dos não são traduzidos em números. Nesse processo não se utilizam métodos e técnicas estatísticas,
mas o processo e o significado de abordagem são seus principais focos.
Na pesquisa qualitativa a coleta de dados ocorre a partir de interações sociais do pesquisador
18

com fenômeno/fato pesquisado, e a análise de dados ocorre a partir da hermenêutica do próprio


pesquisador. Essa abordagem qualitativa de pesquisa não possibilita generalizar os resultados, ou
seja, não podem ser extrapoladas para outros fenômenos/fatos diferentes do pesquisado.

2.1.2 Em Relação aos Objetivos da Pesquisa


Uma pesquisa pode ter o objetivo de explorar, descrever ou explicar determinado assunto/problema,
assim, ela pode ser denominada de exploratória, descritiva ou explicativa.
a) A pesquisa exploratória, como o próprio nome sugere, faz levantamentos de dados explorando o
tema de maneira contundente. Normalmente pesquisas exploratórias são desenvolvidas quando há
pouco conhecimento na área sobre o tema abordado, elas buscam proporcionar maiores informa-
ções sobre o assunto, esclarecer ou explorar algo, reunir mais conhecimento e inserir características
inéditas até então não reconhecidas.
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b) A pesquisa descritiva tem a função de identificar, relatar e comparar: por meio do trabalho descritivo
o pesquisador observa os fatos, registra-os, analisa-os, classifica-os e interpreta-os sem interferir
neles. Essa pesquisa descreve características de determinada população e/ou estabelece relação
entre variáveis e consiste num estudo intermediário entre a pesquisa exploratória e a explicativa.
c) A pesquisa explicativa procura identificar os fatores que determinam ou contribuem para que ocor-
ram certos fenômenos/fatos. Por explicar a razão e o porquê das coisas é o tipo de pesquisa que
mais aprofunda o conhecimento.

5
O Quadro 2 apresenta detalhes característicos de pesquisas exploratórias, descritivas e explicativas:

TIPO DE PESQUISA

-0
Quando a pesquisa pretende explorar áreas em que os dados existentes são

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EXPLORATÓRIA limitados, então o estudo é exploratório. O objetivo dessa pesquisa não é testar
hipóteses e sim desenvolver hipóteses.
Quando a pesquisa pretende descobrir quem, o que, onde, quando ou quanto,

17
então o estudo é descritivo.
DESCRITIVA Por exemplo: uma pesquisa sobre o crime é descritiva quando mensura os tipos
de crimes cometidos, a frequência de crimes, quando, onde e por quem são
cometidos os crimes.
3
Quando a pesquisa pretende saber o porquê dos fenôomenos, isto é, como uma
variável produz mudança em outra, então o estudo é explicativo.
EXPLICATIVA Por exemplo: uma pesquisa sobre o crime é explicativa quando tenta explicar
4.
as relações entre algumas variáveis, como por exemplo, o porquê do índice de
criminalidade na cidade X ser mais alto que na cidade Y.
QUADRO 2 - CARACTERÍSTICAS DAS PESQUISAS EXPLORATÓRIA, DESCRITIVA E EXPLICATIVA
FONTE: com base em Cooper e Schindler (2003, p.129)
53

2.1.3 Em Relação aos Procedimentos Técnicos da Pesquisa


Os procedimentos técnicos dizem respeito à forma de coletar os dados. Como destacam Lakatos e Marconi
(1992) toda pesquisa, independente dos métodos ou técnicas, implica em levantamento dados e esse levanta-
mento ainda que se dê por meio de diversas fontes utiliza-se basicamente de dois processos: documentação
6.

direta ou documentação indireta.


Na documentação direta a coleta de dados ocorre no próprio local de ocorrência dos fatos/fenômenos e
eles podem ser conseguidos tanto em pesquisa de campo como em pesquisa de laboratório. Estes dois tipos de
pesquisa [campo ou laboratório] utilizam-se de técnicas de observação [por exemplo: observação, entrevista,
18

questionário, formulário, medidas de opinião].


Na documentação indireta o levantamento dos dados ocorre por meio de fontes de dados coletados por
outras pessoas, e divide-se em pesquisa documental [a fonte de dados é primária] e pesquisa bibliográfica [a
fonte de dados é secundária].
De acordo com Cooper e Schinder (2003, p. 222) as fontes primárias são “trabalhos originais de pesquisa
ou dados brutos, sem interpretação e pronunciamento, que representam uma opinião ou posição oficial”. Essas
fontes são sempre mais importantes para pesquisas, pois “as informações ainda não foram filtradas ou inter-
pretadas por uma segunda parte”. Exemplos de fontes primárias: memorandos, cartas, entrevistas, discursos
em áudio, vídeo ou escrito, leis, regulamentações, decisões judiciais, dados econômicos, dados trabalhistas.
As fontes secundárias são interpretações de dados primários, como por exemplo enciclopédias, livros, artigos
de jornais e revistas, notícias.
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A Figura 6 auxilia o entendimento desses conceitos.

Formas de Coletar
Dados para uma pesquisa

DOCUMENTAÇÃO DIRETA DOCUMENTAÇÃO INDIRETA

5
Os dados são extraídos Os dados são extraídos de
do local onde ocorrem os fontes levantadas por outras

-0
fenômenos/fatos pessoas

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PESQUISA DE PESQUISA DE PESQUISA PESQUISA

17
CAMPO LABORATÓRIO DOCUMENTAL BIBLIOGRÁFICA
[fontes primárias] [fontes secundárias]

FIGURA 6 - FORMAS DE COLETAR DADOS


FONTE: com base em Lakatos e Marconi (1992); Cooper e Schindler (2003)
3
A seguir são caracterizadas as pesquisas de acordo com os procedimentos técnicos de coleta.
4.
a) Pesquisa bibliográfica é a pesquisa elaborada a partir de material já publicado (jornais e revistas,
publicações em livros, artigos de periódicos, teses, monografias, publicações avulsas, arquivos ele-
trônicos, digitais e internet). Esse tipo de pesquisa abrange toda bibliografia já tornada pública em
relação ao tema de estudo, e busca conhecer as contribuições culturais ou cientificas do passado
para colocar o pesquisador em contato com tudo que já foi escrito, dito ou filmado sobre determi-
53

nado assunto.
b) Pesquisa documental é a pesquisa produzida a partir de materiais que não receberam tratamento
analítico. A fonte de coleta de dados é restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que
se denomina de fontes primárias. As fontes primárias podem ser:
6.

a. públicas: são documentos oficiais, incluindo as leis, decreto-lei, e outros;


b. particulares: são os documentos, ofícios, correspondências, comunicados, entre outros;
c. estatísticas:, são dados estatísticos disponibilizados por órgãos particulares e oficiais que não
18

receberam tratamento ou análise.


c) Pesquisa experimental é a pesquisa no qual uma ou mais variáveis são manipuladas e a influencia
das variáveis não pertinentes ao problema de pesquisa é reduzida ao mínimo. Os experimentos
podem ser de laboratório ou de campo:
a. No experimento de laboratório o pesquisador cria um cenário desejado e controla ou manipula
as variáveis.
b. No experimento de campo são manipuladas variáveis de vários grupos e verificadas as diferenças
pós-tratamento do experimento.
d) Levantamento é a pesquisa que envolve a interrogação direta de pessoas. Procede-se a solicitação de infor-
mações a um grupo significativo de pessoas (amostra) cujo comportamento se deseja conhecer em função
do problema estudado e por meio da análise quantitativa obtém-se as conclusões dos dados analisados.
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

e) Estudo de caso é a pesquisa que envolve estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos
e que permite conhecimentos amplos e detalhados. Os resultados não podem ser generalizados a
outros fenômenos/fatos.
f) Pesquisa Participante é a pesquisa que caracteriza-se pelo envolvimento entre pesquisador e pes-
quisados. Essa pesquisa promove a participação de todos, mergulha profundamente na cultura e
no mundo dos sujeitos da pesquisa.
Para que serve essa classificação da pesquisa? Na prática orienta o pesquisador na estruturação de sua

5
pesquisa. Além disso, quando ele for relatar a pesquisa [por meio de monografia, TCC, artigo ou outro tipo de
trabalho acadêmico] ele deve obrigatoriamente indicar a tipologia do estudo.

-0
Assim, ao preparar seu artigo, por exemplo, na seção Metodologia, o pesquisador deve informar qual

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é o enquadramento da sua pesquisa em relação à abordagem do problema, em relação aos objetivos e em


relação aos procedimentos de coleta de dados.

2.2 Planejamento da Pesquisa

maneira eficaz.
3
Cooper e Schindler (2003, p. 142) destacam que
“um planejamento de pesquisa é a estratégia para um
17
Todo trabalho a ser desenvolvido deve ser planejado
a fim de que sejam atingidos os objetivos propostos de

estudo e o plano através do qual a estratégia deve ser


4.
desenvolvida”.
Não existe uma forma única de planejamento de
pesquisa, mas inicialmente, como sugerem Cooper e
Schindler (2003) o pesquisador deve determinar mini-
53

mamente se:
a) Sua pesquisa será exploratória, descritiva ou
explicativa;
6.

b) Sua pesquisa será quantitativa e utilizará a es- FIGURA 7 – Etapas


tatística ou será qualitativa por meio de estudo FONTE: FreeDigitalPhotos (2010)
de um ou mais casos;
c) Sua pesquisa se utilizará de fontes primárias ou secundárias;
18

d) Sua pesquisa será de campo ou laboratório.


Ainda que a pesquisa científica busque, em última análise, responder às necessidades humanas, de acordo
com a argumentação de Santos (1999, p. 48), ela é também uma atividade teórica racional. “Deve, portanto,
desde o início, assumir o formato de uma atividade intelectual planejada”.
Uma pesquisa deve ser cuidadosamente planejada para atingir seus objetivos, e esse planejamento pode
ser dividido em duas atividades: o pré-projeto e o projeto.

2.2.1 O pré-projeto de pesquisa


O pré-projeto é a primeira atividade de planejamento e pode ser dividida em cinco passos básicos: es-
colha do tema, revisão de literatura, problematização, seleção/delimitação, geração das hipóteses (SANTOS,
1999, p.49):
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

a) Escolha do Tema: Para escolher o tema da pesquisa cada pesquisador deve considerar três carac-
terísticas básicas: primeiro o tema precisa atender ao seu gosto pessoal, em segundo lugar o tema
deve ser importante, ter utilidade para a sociedade, ou para a ciência, ou para a escola; e em terceiro
lugar o tema escolhido deve ter fontes de dados para ser pesquisado;
b) Revisão da Literatura: Depois de escolhido o tema é necessário que o pesquisador procure materiais
escritos sobre ele. Dicionários, enciclopédias, manuais didáticos e outros materiais similares podem
gerar conhecimento genérico sobre o assunto que ajudará o pesquisador delimitar o conteúdo que
será investigado;

5
c) Problematização: como pesquisar é buscar respostas para as necessidades humanas é necessário
que essas “necessidades humanas” sejam transformadas em “problemas” de pesquisa. Problema-

-0
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tizar é isso, transformar a necessidade humana em problema utilizando-se de um “questionário”


como instrumento de problematização. Santos (1999) exemplifica: se a necessidade humana de um
pesquisador é descobrir sobre “grandes viagens do descobrimento do século XV” [esse é o tema
que ele escolheu e sobre o qual uma revisão na literatura], ele começa a fazer perguntas sobre esse

17
tema e dar suas próprias respostas às perguntas. Por exemplo: 1) O que são as grandes viagens de
descoberta? 2) Porque as viagens em oceano aberto não se realizaram antes? 3) O Brasil foi real-
mente descoberto por Cabral?
d) Seleção/delimitação: Selecionar ou delimitar um assunto significa escolher uma parte do problema
3
para estudar em profundidade. Ao escolher um aspecto a ser pesquisado ignoram-se os outros. Por
exemplo, dos vários aspectos levantados para a pesquisa (as três perguntas problemas) deve ser
4.
escolhido apenas um. Ao escolher “O Brasil foi realmente descoberto por Cabral no século XV?” o
pesquisador se concentrará nesse aspecto para desenvolver seu trabalho.
e) Geração das hipóteses: A hipótese é uma verdade provisória, e possível de ser verificada. Santos
(1999) leciona que, em pesquisas acadêmicas, lança-se uma afirmação a respeito do desconhecido
53

com base em algum conhecimento já construído pelo pesquisador. De forma prática, a hipótese é
gerada ao juntar o conteúdo da pergunta com o conteúdo da resposta. Pergunta: “O Brasil foi re-
almente descoberto por Cabral em 1500?”, Resposta: “Há evidências de que não” [lembre-se que
quando o pesquisador fez as várias perguntas na fase de problematização, ele também deu uma
6.

resposta para cada uma das perguntas], Hipótese: “Há evidências de que o Brasil não tenha sido
realmente descoberto por Cabral em 1500.”

2.2.2 O projeto de pesquisa


Cervo e Bervian (1987, p.62) destacam que quando alguém tem em vista uma pesquisa qualquer “deve-
18

se pensar antes de tudo em elaborar um projeto que possa garantir sua viabilidade. Trata-se do planejamento
da pesquisa”. È necessário planejar a pesquisa. O planejamento tem altíssima utilidade para o pesquisador,
pois o projeto:
a) Faz a previsão e a provisão dos recursos necessários para atingir o objetivo proposto de solucionar
um problema;
b) Estabelece a ordem e a natureza das tarefas a serem executadas dentro de um cronograma;
c) Reduz as chances de fracasso quanto ao desenvolvimento e conclusão da pesquisa, pois o pesqui-
sador caminha sobre um roteiro.
Santos (1999, p.59) destaca que, na prática, “a montagem do projeto parte da hipótese levantada no
pré-projeto e se inicia pela montagem de cinco itens essenciais”:
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

a) tema específico: transforma a hipótese criada em um tema. Um tema é apenas o anúncio de um


assunto, por exemplo: a descoberta do Brasil por Cabral. Esse é o tema específico a ser tratado na
pesquisa;
b) objetivo geral: expressa o que o pesquisador pretende obter com sua investigação. O enunciado dos
objetivos inicia-se por um verbo no infinitivo, por exemplo: apontar, classificar, conhecer, relatar,
discriminar, sintetizar, decidir, selecionar;
c) objetivos específicos: O objetivo geral é dividido em pequenas partes para ser resolvido, essas

5
pequenas partes são os objetivos específicos.
d) Procedimentos: são as atividades práticas para a aquisição dos dados com os quais se desenvolve-

-0
rão os raciocínios que resultarão em cada parte final do trabalho. Santos (1999, p.66) sugere uma

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pergunta para nortear a montagem de procedimento: “que atividades concretas devo desenvolver
para obter as informações necessárias para o desenvolvimento de cada objetivo específico?”.
e) Recursos: é a listagem quantitativa do que será usado no desenvolvimento dos procedimentos. Por

17
exemplo, se o tema específico de uma pesquisa é “a eficácia do limão na cura de resfriados”, um dos
objetivos específicos pode ser “identificar os componentes químicos do limão”. Para esse objetivo
específico o procedimento é uma pesquisa bibliográfica e os recursos necessários podem ser 3 livros
e 2 artigos. Lembre-se que é o pesquisador que estabelece todos esses elementos do projeto.
3
Adicionalmente outros três (ou mais) itens devem ser agregados quando o projeto for submetido à leitura
e análise de terceiros:
4.
f) Justificativa: a justificativa apresenta a razão para que algo aconteça. Um tema pode ter importân-
cia social, científica ou acadêmica, por isso ao justificar o tema o pesquisador pode falar tanto da
importância do tema quanto da sua abrangência. O pesquisador, por meio da justificativa, convence
o leitor que o tema é importante e abrangente por isso merece ser investigado;
53

g) Fontes: as fontes dizem respeito às origens de informações. O pesquisador deve informar de onde
extrairá as informações a serem utilizadas na pesquisa, por exemplo, que fontes escritas (materiais)
e que fontes humanas (pessoas) darão origem aos dados.
h) Cronograma: é necessário relacionar as atividades que serão desenvolvidas e os prazos para isso.
6.

Por exemplo, coleta de dados: até julho; redação: até outubro, apresentação gráfica: até 10 de de-
zembro; entrega: 15 de dezembro.

2.2.2 As etapas da pesquisa


18

Delineado o projeto, e aprovado quando for o caso, o pesquisador pode partir para o desenvolvimento
da pesquisa em si. A construção de uma pesquisa científica passa por algumas etapas, e algumas dessas eta-
pas são similares às desenvolvidas no projeto, por isso quando o projeto de pesquisa foi bem elaborado ele
é absorvido nas etapas da pesquisa. O roteiro ou as etapas da pesquisa, conforme sugerem Cervo e Bervian
(1983), Lakatos e Marconi (1992) e Martins (1994) concretiza-se quando o pesquisador: Determina o tema
e escolhe e delimita o assunto, determina os objetivos, Justifica a pesquisa, Revisa a Literatura, Determina a
Metodologia, Coleta os dados, Analisa os resultados e faz a conclusão do trabalho, redige e finaliza o trabalho.
a) A determinação do assunto da Pesquisa: O tema deve ser original, ou seja, não é necessário que o
tema seja inédito, mas também é preciso verificar se não está sendo exaustivamente discutido. O
tema escolhido deve ser delimitado, isto é, é necessário escolher um assunto e delimitá-lo. Quando
há a delimitação do tema, fica mais fácil aprofundar-se especificamente num determinado assunto.
Como visto anteriormente, o tema deve corresponder aos interesses do pesquisador e as fontes de
consulta devem ser acessíveis culturalmente, econômica e intelectualmente, assim, os principais
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

critérios para a escolha do tema devem ser: ter afinidade com o autor do trabalho, ter originalidade,
possuir importância e relevância no contexto de estudos, ser viável e acessível;
b) A determinação dos objetivos da Pesquisa: Ao desenvolver uma pesquisa, a definição dos objetivos
é extremamente importante para o sucesso do trabalho. Para definir um objetivo, é preciso saber o
que se está procurando e o que se pretende alcançar. Quando um objetivo é bem definido, é mais
fácil entender a problemática da pesquisa. Os objetivos definem a natureza que o trabalho terá, o
tipo de problema a ser solucionado, o material a ser coletado para a pesquisa etc. Os objetivos da
pesquisa podem ser gerais ou específicos. Nos objetivos gerais, enfatiza-se de maneira ampla o que

5
se pretende com a pesquisa, aonde se quer chegar, vislumbrando o todo. Nos objetivos específicos,
denota-se em detalhes o produto da pesquisa a ser obtido de maneira mais particular;

-0
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c) A formulação do problema de pesquisa: o pesquisador deve escrever de forma clara e objetiva e


interrogativa a questão cuja solução pode ser alcançada pela pesquisa;
d) A justificativa da Pesquisa: A justificativa dos objetivos propostos responde aos “por quês” da pesqui-
sa. O pesquisador deve responder as perguntas: Qual a importância daquilo que se pretende fazer?

e)

f)
17
Qual o grau de inovação que isso representará? Que vantagens essa pesquisa trará? A justificativa
deverá convencer o leitor do trabalho sobre a importância da pesquisa;
A revisão da Literatura: é uma busca bibliografia a respeito do assunto em questão, é um estudo a
3
respeito da questão delimitada.
A Metodologia: Nesta etapa, o pesquisador definirá onde, quando, com o que, e como será realizada
4.
a pesquisa. Ele deve escrever sobre: onde realizará a pesquisa, quando (tempo para pesquisar, tempo
para executar cada etapa), com que recursos pretende chegar à solução do problema; como serão
coletados e analisados os dados. A metodologia é a seção do trabalho onde apresenta-se o tipo de
pesquisa adotada e caracteriza-se a população e a amostra, isto é, a clientela que vai responder aos
questionamentos da pesquisa.
53

g) Coleta de Dados: é a etapa onde se elaboram os instrumentos de pesquisa e se coletam os dados


para serem analisados. Para se coletar dados, podem-se utilizar alguns instrumentos de coleta, tais
como:
6.

a. Observação – verificação dos dados e informações, podendo ocorrer individualmente, em


grupo, na vida real, em laboratório etc.
b. Entrevista – obtenção de dados e informações mediante conversa (padronizada ou não, siste-
matizada ou não) com o entrevistado.
18

c. Questionário ou formulário – é uma série de perguntas claras e objetivas, organizadas siste-


maticamente, que devem ser respondidas pelo informante;
h) Análise dos resultados e conclusão: Depois de coletados os dados devem se analisados, e depen-
dendo do tipo de pesquisa será dado ou não um tratamento estatístico para eles. Todos os dados
coletadas são classificados, ordenados, comparados para que desse confronto chegue-se aos re-
sultados que deverão ser apresentados por meio quadros e tabelas. A conclusão resume os dados
mais significativos de toda a pesquisa e sintetiza os resultados encontrados.
i) Redação e Finalização do trabalho: Após o pesquisador organizar os resultados obtidos, iniciará a
redação definitiva do trabalho. À medida que for redigindo o texto, as normas da ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas) deverão ser constantemente consultadas, tendo como objetivo a
padronização das indicações bibliográficas e a apresentação gráfica do texto.
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

2.3 Tarefas Acadêmicas para a Construção da Pesquisa


As tarefas acadêmicas podem ser entendidas como
atividades intelectuais que o pesquisador necessita
realizar durante todo o processo de construção da sua
pesquisa.
Muitas e importantes tarefas permitem o pesqui-
sador obter uma produção científica de qualidade, mas

5
nesse tópico serão destacadas três procedimentos fun-
damentais a serem adotados pelo pesquisador para a
realização de um trabalho científico: a Leitura, a análise

-0
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do texto e as anotações.

2.3.1 A leitura
Lakatos e Marconi (2006, p.19) afirmam que a “lei-

17
tura constitui em fator decisivo de estudo, pois propicia a
ampliação de conhecimentos”. Em primeiro lugar, quem
se propõe a realizar uma produção acadêmica deve saber FIGURA 8 - CADERNO E CANETA
que a leitura de bons e variados textos é fundamental FONTE:FreeDigitalPhotos (2010)
3
para o sucesso do trabalho, e segundo, ler significa conhecer, interpretar e decifrar saberes.
É fundamental ler muito, continuada e constantemente, pois a maior parte da aquisição de conhecimen-
4.
tos se dá por meio da leitura. Não é necessário ler tudo quanto se “cai à mão”, mas é necessário realizar uma
seleção de fontes de leitura, atendo-se às leituras mais importantes.
Para selecionar a leitura mais necessária, deve-se levar em consideração alguns ítens, como: o título, a
data da publicação, a sinopse do livro, o sumário, a introdução, prefácio ou nota do autor e a bibliografia. O
53

acadêmico atento se concentrará nesses ítens para a escolha do texto adequado.


A fim de que a leitura seja proveitosa é preciso haver, por parte do leitor, atenção, intenção, reflexão,
espírito crítico, análise e síntese do texto.
6.

2.3.2 A análise de textos


Analisar significa estudar, decompor, dissecar, dividir e interpretar. Segundo Lakatos e Marconi (2006,
p.27) “a análise de um texto refere-se ao processo de conhecimento de determinada realidade e implica o
exame sistemático de elementos”.
18

Portanto, para analisar um texto, é necessário decompô-lo, a fim de estudar suas partes de maneira
mais completa, procurando encontrar o elemento chave do autor, determinando as relações entre as partes
estudadas. Essa análise é que permite observar os componentes de um conjunto, retirando do texto a ideia
principal, trazendo para um conjunto de ideias secundárias e mais específicas e precisas.
Segundo Santos (1999) a análise adequada de um texto ocorre quando o pesquisador: a) considera a
sequência lógica do texto, entende o funcionamento das suas partes, quando se complementam e quando se
desconectam; b) resolve as barreiras lingüístico-culturais do texto, isto é, anota as palavras e termos desco-
nhecidos e os conceitua ou traduz, pois somente assim será possível compreender o que o autor realmente
quer dizer; c) entende as idéias principais do texto, isto é, os grandes temas que ele trabalha no texto.

2.3.3 As anotações
Anotar diz respeito a recolher por escrito elementos constantes em um texto ou em uma situação. Santos
(1999, p. 87) destaca que no caso de bibliografias “anotar pode ser apenas recolher as idéias importantes do
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

autor. O resumo é uma boa forma de anotação para armazenagem. Resumir é redigir, como texto único, as
idéias principais de um autor, guardando a seqüência original das idéias”.
Desta forma o pesquisador deve selecionar leituras referentes ao assunto estudado, analisar cuidadosa-
mente o texto, e depois anotar por meio de resumos as informações constantes no texto.
Para que as anotações do pesquisador possam ser utilizadas na redação do trabalho acadêmico elas devem
ser orientadas pelos objetivos da investigação. Santos (1999, p.88) sugere que o pesquisador tenha alguns
cuidados básicos quando fizer as anotações para que elas estejam em condições de serem posteriormente

5
utilizadas no relatório de pesquisa:
a) A página de anotações do pesquisador deve sempre conter o objetivo específico em questão;

-0
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b) Os dados referenciais da fonte (autor, título, ano de publicação, editora, páginas) devem estar de-
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vidamente identificados para que o pesquisador volte ao texto original sempre que necessário;
c) As páginas do texto do qual foram extraídas as anotações devem sempre ser identificadas;

17
d) As anotações do pesquisador devem ser feitas em forma de resumo, de paráfrase ou como cópia
literal de partes do texto. Essas formas de anotações são conhecidas como citações quando estão
presentes na redação final do texto científico;
e) Os textos copiados literalmente devem ser marcados com aspas para futura referenciação e utilização
3
na redação do relatório de pesquisa.
A prática de anotação permite que o pesquisador garanta a si mesmo melhor assimilação e memorização
4.
dos textos estudados. Alguns autores (Lakatos e Marconi (1983), Oliverira Netto (2006)) chamam a prática de
realizar anotação de “Fichamento”. Fichamento lembra anotações sistemáticas e padronizadas, normalmente
feitas em fichas com pauta a respeito do que está sendo estudado. No entanto, não importa se são utilizados
cadernos, folhas avulsas ou mesmo recursos tecnológicos, o fundamental é que o autor da produção acadêmica
53

faça dessa atividade uma prática contínua para dar corpo ao seu trabalho.
Oliverira Netto (2006, p.28) argumenta que “seja qual for o suporte utilizado, devemos ter em conta a
necessidade de fazer indicações bibliográficas precisas, registrando, inclusive, informações acerca do autor
sempre que possível e/ou necessário”.
6.

As anotações auxiliam o autor da produção acadêmica a organizar suas idéias, citações e conclusões a
respeito do assunto. Elas dão suporte para que, por meio das citações que serão inseridas no relatório de
pesquisa, o trabalho tenha credibilidade.
18
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

Resumo do Capítulo 2
Nesse Capítulo você aprendeu que
• A pesquisa científica pode ser básica [simples] ou aplicada e que uma pesquisa pode ser clas-
sificada quanto à abordagem do problema, quanto aos objetivos e quanto aos procedimentos
técnicos para coleta de dados;
• A pesquisa deve ser planejada para que sua conclusão ocorra com sucesso, para tanto o pré-

5
projeto e o projeto não essenciais. Por meio do pré-projeto é possível delimitar um tema de
interesse do pesquisador e chegar a formação da hipótese. No projeto essa hipótese gera o

-0
assunto de pesquisa, e os passos do projeto auxiliam o pesquisador a se programar para desen-

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volver tudo que será necessário para a construção da pesquisa;


• A pesquisa propriamente dita é realizada por meio de etapas, nessas etapas o pesquisador:
Determina o tema e escolhe e delimita o assunto, determina os objetivos, Justifica a pesquisa,

17
Revisa a Literatura, Determina a Metodologia, Coleta os dados, Analisa os resultados e faz a
conclusão do trabalho, redige e finaliza o trabalho.As etapas da pesquisa;
• Para realizar pesquisas um pesquisador necessita realizar algumas tarefas acadêmicas as quais
podem ser entendidas como atividades intelectuais. Foram descritas as atividades intelectuais
3
de leitura, análise do texto, e anotações.
4.
53
6.
18

AVALIAÇÃO – VALE NOTA!


Prezado aluno, através desta auto-atividade você terá a
oportunidade de rever o conteúdo estudado neste capitulo.
Esta é uma atividade avaliativa, portanto, faça-a com atenção
e dedicação. Não esqueça de entregá-la ao professor.
Boa revisão!
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ANOTAÇÕES

5
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3 17
4.
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR NOTA

METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO


AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 2

Nome: Série: Data de Entrega:

5
Questões

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1. Qual a diferença entre a pesquisa simples e a aplicada?

17
2. Descreva como as pesquisas podem ser classificadas quanto aos objetivos.
3
4.

3. Descreva como as pesquisas podem ser classificadas quanto aos procedimentos.


53

4. O que é planejamento de pesquisa e como pode ser realizado?


6.
18

5. Seguindo os passos apresentados para o pré-projeto elabore um pré-projeto contendo: o tema, a pro-
blematização (ao menos 5 perguntas com respostas), a delimitação (a escolha de uma pergunta), a hipótese.

6. Descreva o que são anotações e como um pesquisador deve fazê-las.


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ANOTAÇÕES

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CAPÍTULO 3
FORMAS BÁSICAS PARA APRESENTAÇÃO
DE PESQUISAS
Há muitas formas de expressão escrita e a comunicação escrita pode
surgir de diferentes técnicas de redação, por isso vale destacar que existem

5
três grandes grupos de texto escrito. O quadro 2 apresenta esses grupos e

03
exemplifica seus conteúdos:

-0 CAPÍTULO

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GRUPO de TEXTOS CARACTERÍSTICAS


São textos com objetivo artístico que não
expressam apenas pensamento, mas expressam a
arte da palavra. Santos (1999, p. 33) destaca que

LITERÁRIOS
realidade pelo artista”.
3 17
“mais do que expressar a realidade, o objetivo do
texto literário é a recriação, a interpretação da

 Exemplos de textos literários: a anedota, a


fábula, a saga ou lenda, o conto, a crônica, a
4.
novela, o romance, o poema.
São textos com objetivo de comunicação formal e
documentada em ambientes de trabalho.

OFICIAIS e
53

 Exemplos de textos oficiais e comerciais:


COMERCIAIS
o memorando, o ofício, o requerimento, o
parecer, o memorial, a ordem de serviço, a
carta comercial.
São textos que tem como objetivo central a
6.

correção, a exatidão e a autenticidade dos


dados. Santos (1999, p.34) leciona que “escrever
textos científicos é, antes de tudo, “comunicar
corretamente dados corretos”. Daí a importância
18

CIENTÍFICOS
do rigor na utilização de técnicas e métodos de
pesquisa e produção de textos científicos”.

 Exemplos de textos científicos: a resenha, o


relatório, a monografia, o artigo, o paper.
QUADRO 3- GRUPOS DE TEXTOS ESCRITOS
FONTE: com base em Santos (1999)

Uma pesquisa científica deve obrigatoriamente ser relatada [comunica-


da], como destacam Cervo e Bervian (1983) o relatório dos resultados obtidos
por meio da atividade de pesquisar é absolutamente indispensável. O relato
de uma pesquisa, isto é, a comunicação dos seus resultados, é aquilo que
denomina-se trabalho científico ou, em alguns casos, trabalho técnico-científico
ou trabalho acadêmico.
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

No Tópico 1 você conhecerá alguns dos vários tipos de trabalhos científicos existentes. Nos Tópicos 2 você
conhecerá detalhes de trabalhos científicos que serão solicitados em alguma das disciplinas do seu curso em
teologia no ITQ, e o Tópico 3 aprensentará os procedimentos didáticos para a sua produção científica.

3.1 Os Trabalhos Científicos


O trabalho científico pode envolver diversos aspectos, no entanto, Lakatos e Marconi (1992, p.80) des-
tacam a necessidade de que alguns aspectos sejam cuidadosamente considerados:
a) Sua finalidade é comunicar a outros o resultado do seu saber e do aprendizado adquiridos, é comu-

5
nicar a atividade desenvolvida. Por isso a comunicação científica deve “levar as pessoas a pensarem,
fazendo-as perceberem as coisas familiares de modo diferente, valendo-se de argumentos para

-0
influenciar as mentes do ouvintes”;

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b) Deve informar, tanto os leitores gerais quanto os especializados, sobre temas ou problemas originais
e criativos. Deve divulgar os últimos resultados de pesquisas realizadas;
c) Deve ser estruturado de acordo com os padrões internacionais estabelecidos para trabalhos cien-

d)
conclusão;
17
tíficos, desta forma, a estrutura da comunicação deve abranger: introdução, desenvolvimento e

a linguagem utilizada no texto deve ser clara, precisa, para tanto, deve ser ter o máximo cuidado
3
para não se utilizar palavras ambíguas, e quando as palavras utilizadas no texto tiverem significados
diferentes em áreas diferentes, elas devem ser esclarecidas, para que não hajam erros de interpre-
tação por parte dos leitores.
4.

Alguns trabalhos científicos são bastante complexos e longos, como por exemplo a Tese, a Dissertação, a
Monografia e o Trabalho de conclusão de curso. Outros trabalhos são mais curtos, como por exemplo o Artigo,
o Relatório, a Resenha e o Paper. No entanto, tanto os trabalhos mais complexos quanto os mais simples, ao
serem desenvolvidos devem considerar estes quatros aspectos.
53

A seguir, será apresentada uma visão geral dos tipos mais comuns de trabalhos científicos partindo-se
dos conceitos fornecidos por Lakatos e Marconi (1992), Martins (1994) e Santos (1999).

3.1.1 Tese
6.

A Tese é uma condição básica para se obter o grau acadêmico tanto de doutor quanto de livre-docente.
Ela assume o papel de um trabalho de conclusão para o Doutorado, e pode ser desenvolvida no formato ou de
monografia ou de relatório científico. Caracteriza-se como um avanço significativo na área de conhecimento
em estudo. As teses devem tratar de algo novo e inédito [este inédito indica algo completamente novo, ou
18

aspectos novos em algo velho] naquele determinado campo de conhecimento, de maneira que promovam
uma descoberta para a ciência. Os argumentos utilizados devem comprovar e convencer de que a ideia exposta
é verdadeira e original.

3.1.2 Dissertação
Como a Tese, a Dissertação também destina-se aos cursos de pós-graduação strictu senso, mas nesse
caso, de mestrado. A Dissertação é uma condição básica para se obter o grau acadêmico de mestre. Para a
dissertação, busca-se a reflexão de um determinado tema ou problema, sempre expondo as ideias de maneira
muito ordenada e fundamentada. A dissertação procura apresentar um trabalho de pesquisa bem sistemati-
zado e, dentro deste contexto, uma das partes mais importantes da dissertação é a fundamentação teórica,
traduzindo as ideias principais colocadas pelo autor e a perspicácia e busca de tópicos não desenvolvidos,
sob a ótica do pesquisador. A principal característica da dissertação é o aprofundamento, para isso ela deve
identificar, situar, tratar e fechar uma questão científica de forma competente e profunda.
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

3.1.3 Monografias; Trabalhos de Graduação e Especialização


A monografia, frequentemente solicitada como “Trabalho de Formatura” ou “Trabalho de Final de Curso”
é um documento que descreve um estudo minucioso sobre um tema relativamente restrito.
Os Trabalhos de Graduação constituem-se em trabalhos de iniciação científica, uma vez que esses trabalhos
têm como objetivo primordial, incentivar o raciocínio científico, que deve ser claro, sistemático e organizado.
O enfoque pretendido nos trabalhos de graduação é a assimilação de um conteúdo específico, sendo utilizada,
para tanto, uma revisão bibliográfica, ou revisão literária. No entanto, nada impede que sejam feitas também

5
pequenas pesquisas e relatórios para esse tipo de trabalho.
Para se obter o título de especialista em cursos de pós-graduação lato sensu, a monografia assemelha-se

-0
ao trabalho apresentado em cursos de graduação. Também possui o objetivo de levar o aluno a refletir sobre

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temas determinados e transpor suas ideias para o papel na forma de pesquisa. No caso da pós-graduação,
requer-se um estudo mais completo que o apresentado na graduação, em relação ao tema escolhido para a
pesquisa.

17
3.1.4 Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
Para concluir seu Curso Livre em Teologia do ITQ
O TCC é uma monografia sobre um assunto você deverá desenvolver um TCC.
específico, tendo como objetivo levar o aluno a
Em alguns meses você terá uma disciplina chamada
refletir sobre assuntos determinados e redigir
3
“Trabalho de Conclusão de Curso” na qual aprenderá
suas ideias na forma de pesquisa ou relatório. Ao
como preparar, desenvolver e concluir sua pesquisa.
contrário da Dissertação ou Tese, o estudo não
4.
precisa ser tão aprofundado e acurado, mas não Todo o conteúdo aprendido aqui, na disciplina de
deve perder de vista a clareza, a objetividade e a Metodologia do Trabalho Acadêmico, será fundamental
seriedade da pesquisa. para o seu TCC.

3.1.5 Artigos Científicos


53

Artigo científico é “uma publicação com autoria declarada, que apresenta e discute idéias, métodos,
técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento”, ele pode ser artigo de revisão, quando
“resume, analisa e discute informações já publicadas” ou artigo original, quando “apresenta temas ou abor-
dagens originais” (NBR 6022:2003).
6.

Os artigos são pequenos estudos resultantes de pesquisas realizadas. Ainda que verdadeiramente cien-
tíficos eles não são longos ou complexos como teses ou dissertações, todavia, destas poderão “nascer” um
ou mais artigos. Os artigos geralmente são publicados em revistas, jornais ou periódicos especializados, e
tem como principal objetivo a apresentação, ao público interessado, alguma ideia nova ou uma abordagem
18

diferente de estudos anteriores relacionados ao tema.


Lakatos e Marconi (1992) lecionam que os artigos, embora sejam pequenos e não se constituam em
matéria de livro, são completos e tratam de uma questão verdadeiramente científica. O detalhamento neles
constantes permitem que outros pesquisadores reproduzam a pesquisa. Os artigos científicos classificam-se em:
 analíticos: descrevem um assunto específico com ênfase nos aspectos mais importantes do tema
abordado;
 classificatórios: possuem características informativas, classificam e ordenam os principais as-
pectos de um determinado tema, explicando posteriormente as partes divididas;
 argumentativos: enfatizam um argumento específico, depois procuram apresentar argumentos
favoráveis e/ou contrários ao enfoque apresentado.
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

O formato para apresentação de um artigo deve seguir, de acordo com a NBR 6022:2003, a seguinte ordem:
• Título (e subtítulo, quando houver: “devem figurar na página de abertura do artigo, diferenciados
tipograficamente ou separados por dois-pontos (:) e na língua do texto”);
• Nome do autor (ou autores). As credenciais dos Autores devem aparecer no rodapé indicado
por asterisco na página de abertura;
• Resumo (texto com frases concisas que não ultrapasse 250 palavras);
• Palavras-chave na língua do texto;

5
• Corpo do Artigo (O corpo do artigo, embora contenha subtítulos não contém capítulos. O corpo
é composto por: introdução, referencial teórico, metodologia, apresentação dos resultados,

-0
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análise e interpretação do resultados, recomendações e sugestões, se for o caso, conclusão);


• Referências Bibliográficas (a indicação das fontes de informações utilizadas para produzir o texto).

3.1.6 Artigo-relatório [ou Relato de Experiência]

3.1.7 Comunicação Científica [ou Paper]


3 17
O artigo-relatório tem a mesma finalidade e características gerais do artigo científico, por ser um relató-
rio, resulta da intenção de publicar os resultados obtidos por meio de pesquisas de campo ou de laboratório.

O Paper é destinado inicialmente a comunicação oral em cursos, congressos, simpósios, reuniões, e outros
meios científicos. O paper deve ser estruturado, similarmente a um artigo, para ser publicado nas atas e anais
4.
dos eventos científicos onde foi apresentado. Ainda que o paper contenha a mesma estrutura intelectual dos
artigos [ corpo] ele não apresenta divisões, deve ser redigido em um texto unitário que contenha em média
entre duas e dez páginas.
O formato para apresentação do Paper deve seguir a seguinte ordem:
53

a) Título (e subtítulo, quando houver);


b) Autor (ou autores);
c) Credenciais dos Autores (no rodapé da página de abertura);
6.

d) Resumo;
e) Texto (Importante! Embora o conteúdo do texto distribua-se em introdução, desenvolvimento e
conclusão, com os mesmos elementos que formam o corpo do artigo, ele não deve apresentar
subdivisões);
18

f) Referências Bibliográficas.

3.1.8 Informe Científico


O Informe científico é um texto sintético que comunica os resultados parciais de pesquisas que estão
em andamento ou os resultados finais de um estágio de investigação científica. O informe científico é o mais
suscinto dos trabalhos científicos e está restrito à descrição de resultados obtidos por meio de pesquisa de
campo, de laboratório ou documental. Ele deve sempre conter as datas de realização dos resultados. Sua
estrutura assemelha-se a dos artigos científicos e de relatórios.

3.1.9 Ensaio Científico


O ensaio é um texto que apresenta uma proposta pessoal do autor a respeito de determinado assunto.
Ainda que desenvolvido em ambiente científico e com percepções extraídas dele, o ensaio pretende expres-
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

sar a visão do autor independentemento do pensamento científico e comum a respeito do assunto. O valor
científico do ensaio depende diretamente do respeito da comunidade científica tanto pela autoridade quanto
pelo notório saber do ensaísta. A estrutura do ensaio é similar à do artigo.

3.1.10 Resenha
A resenha consiste no texto mais elementar de pesquisa científica. A resenha é um texto que apresenta,
depois de cuidadoso exame, o resumo do conteúdo de obras prontas. Esse resumo pode conter ou não uma
avaliação do autor da resenha. As principais partes estruturais de uma resenha são:

5
a) Identificação da Obra: Essa identificação deve apresentar o autor, o título a imprenta e total de
páginas resenhadas;

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b) Credenciais do Autor: Devem ser indicados os créditos do autor, sua formação, publicações e ativi-
dades desenvolvidas na área;
c) Estrutura da Obra: divisões em capítulos, seções, o foco central, o número de páginas;

17
d) Conteúdo: devem ser apresentadas as idéias principais da obra, não esquecendo-se de pormenores
importantes e os pressupostos necessários para o entendimento do assunto. O texto resenhado
deve ser claro e pode utilizar em torno de 3 a 5 parágrafos;
e) Conclusões: deve ser localizada (onde se encontra na obra) e brevemente explicada as conclusões do autor;
3
f) Análise Crítica: A crítica deve ser bem fundamentada, para tanto pode ser apresentada uma de-
terminação histórica e metodológica (científica, jornalística, didática) da obra, as contribuições
4.
importantes, o estilo, a forma, o mérito e as considerações éticas. È neste momento que aparece a
opinião do resenhista.
g) Recomendação da Obra: opine se o texto realmente é útil e a quem se destina, e se há outras obras
semelhantes que queira indicar, é nesse espaço que deve fazê-lo.
53

h) Identificação do resenhista.
Quando a resenha não contém a avaliação do autor, ela é chamada de resenha bibliográfica, pois o
resenhista apenas descreve a obra sem fazer considerações pessoais. A resenha bibliográfica é estruturada
6.

somente até a alínea “e” (conclusões).


Quando a a resenha contém a avaliação do autor ela é chamada de resenha crítica e sua estrutura
encerra-se na alínea “g”. A resenha crítica não é simplesmente um “concordar ou discordar” da obra, por isso
a opinião do resenhista deve ser dada de forma consistente, com respaldo para os argumentos positivos ou
18

negativos feitos, e por isso é bastante importante que se busque outras obras para aprofundar-se no assunto.

3.2 Exemplos de Trabalhos Científicos Curtos


Com o intuito de exemplificar como desenvolver duas das estruturas apresentadas no tópico anterior
para alguns trabalhos científicos, este tópico apresenta duas leituras complementares, cada um a respeito
de um tipo de trabalho científico curto: o artigo e a resenha. A primeira leitura complementar é parte de um
artigo de autoria de Marcos Cesaretti [Graduado em Tecnologia Mecânica pela Faculdade de Tecnologia de
São Paulo (FATEC-SP), Mestrando em Energia pela Universidade Federal do ABC (UFABC), membro da Igreja
Presbiteriana em São Paulo].
Como esse material foi inserido apenas para exemplificação, ao proceder a leitura do texto você observará
interrupções que serão indicadas por meio de reticências dentro de colchetes “[...]”. Além de partes do texto
também foram suprimidas as notas de rodapé que continham as referências bibliográficas pertencentes ao
artigo. Esse artigo pode ser consultado na íntegra, via internet, no site da Revista Fides Reformata.
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

Durante a leitura procure identificar os elementos necessários na estruturação de um artigo [título, identifica-
ção do autor, resumo em um único parágrafo, as palavras chaves abaixo do resumo, divisão em seções, e outros].

LEITURA COMPLEMENTAR 2

5
É Factível que a Arca do Livro de Gênesis Tenha Sido Calafetada com Betume?
Marcos Cesaretti*

-0
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Resumo
Materiais usados pelo homem desde eras remotas podem ter recebido nomes não correspondentes aos
que possuem atualmente. Definições de um material são importantes e são influenciadas pela maneira
como uma substância, uma técnica ou uma ciência é empregada por uma determinada comunidade. No

17
caso do petróleo, sua definição é controversa, não sistemática e repetidamente arcaica. Mesmo ameni-
zando boa parte da confusão existente, a terminologia do petróleo ainda está aberta à escolha pessoal
e ao uso histórico e, em boa medida, isso também pode ser aplicado a outros hidrocarbonetos como o
betume. Um dos mais remotos registros de uso do betume reside nos povos pré-babilônicos e outros
3
posteriores como os sumérios, no sudeste da Mesopotâmia (atual Iraque), regiões nas quais se entende
que se deu o relato do dilúvio babilônico e também do judaico. No relato judaico, registrado por Moisés
4.
em Gênesis 6.14, à semelhança do babilônico, consta que foi usado para calafetação interna e externa
de uma grande embarcação um material que hoje pode ser classificado como petróleo ou similar. Por
considerações históricas, exegéticas e teológicas, é muitíssimo provável que tenha ocorrido um problema
de tradução do hebraico para outros idiomas (muito possivelmente iniciado pela Septuaginta). Asso-
53

ciando essas considerações a questões de ordem científica, pode-se concluir que o impermeabilizante
originalmente mencionado nesse trecho bíblico pode não ter sido betume ou qualquer outro material
semelhante, mas um que possui características bem distintas, sendo algumas diametralmente opostas.
E, como conseqüência dessa suposição, tornou-se possível inferir a árvore específica a que o autor de
Gênesis se referiu quanto à procedência da madeira da arca.
6.

Palavras chave: Arca de Noé; Petróleo; Betume; Piche; Impermeabilizante; Hena.

INTRODUÇÃO
Faze uma arca de tábuas de cipreste; nela farás compartimentos e a
calafetarás com betume por dentro e por fora (Gn 6.14).
18

A Ciência e a Escritura lançam luz uma sobre a outra. O mesmo Espírito Divino que deu revelação a
ambas está ainda presente, capacitando o crente a interpretar uma pela outra e então progressivamente
chegar ao conhecimento da verdade.
Um exemplo disso é o seguinte: quando se sabe que foi Nero o César a quem Paulo apelou quando
foi encaminhado à prisão (At 25.10-12) e sobre quem o apóstolo afirma que foi instituído por Deus como
governante (Rm 13.4), cuja espada (juízo) vem como punição pelo próprio Deus sobre aquele que faz
o mal, a mensagem da Escritura fica mais clara (e, digamos, mais impactante) e passa a requerer maior
compromisso daqueles a quem é endereçada.
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para
a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda
boa obra” (2Tm 3.16-17). Nos seus escritos originais, as Escrituras Sagradas não contém erro algum, seja
em doutrina, ética ou nas ciências sociais, biológicas ou físicas, mas isso não se aplica às transcrições
ou traduções (versões) para outros idiomas. A Bíblia não tem o objetivo de ensinar Física, Matemática,
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

Biologia, Astronomia etc. O que ficou registrado nela assim o foi sem que houvesse a preocupação de
fazer uso de terminologia científica. Além disso, o que poderia ser um “termo científico” na ocasião do
registro, dificilmente o seria hoje ou teria a mesma acepção. O propósito da Palavra de Deus é ensinar
ao ser humano o meio para sua salvação (Jo 3.16; Rm 10.9,10; Ef 2.8,9), o que jamais poderá ser feito
mediante o uso de sofisticados e modernos telescópios, microscópios ou de quaisquer recursos técnicos
ou intelectuais. Colocações como essa foram muito enfatizadas na Reforma Protestante do século 16, a
qual, segundo Matos, foi um fenômeno variado e complexo, que incluiu fatores políticos, sociais e inte-
lectuais. Todavia, o seu elemento principal foi religioso... Os reformadores redescobriram a Bíblia, que no

5
final da Idade Média era um livro pouco acessível para a maioria dos cristãos. Eles estudaram, pregaram
e traduziram a Palavra de Deus, tornando-a conhecida das pessoas.

-0
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Uma vez que “a interpretação alegórica e os múltiplos sentidos atribuídos à Escritura obscurecem a
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sua mensagem... os reformadores deram ênfase ao sentido comum, histórico-gramatical”. A Bíblia nun-
ca foi e jamais será um livro texto científico, mas isso não significa que, de algum modo, não possamos
encontrar verdades ou conhecimentos científicos nela.

17
1. O PROBLEMA
Assim, tendo em vista o exposto acima, qual a importância hodierna quanto ao significado daquilo
que foi usado na impermeabilização da arca de Noé? Qual a relevância disso? No trecho em questão
vemos Deus ordenando a Noé que impermeabilize a arca a ser construída. O relato nos diz que Deus
3
houvera decidido “dar cabo de toda carne porque a terra estava cheia da violência dos homens” (Gn
6.13). Porém, Deus estabeleceu uma aliança com Noé, salvando-o juntamente com sua família. Pois
assim disse o Senhor a ele:
4.
Contigo, porém, estabelecerei a minha aliança; entrarás na arca, tu e teus filhos, e tua mulher, e as
mulheres de teus filhos. De tudo o que vive, de toda carne, dois de cada espécie, macho e fêmea, farás
entrar na arca, para os conservares vivos contigo. Das aves segundo as suas espécies, do gado segundo
as suas espécies, de todo réptil da terra segundo as suas espécies, dois de cada espécie virão a ti, para
53

os conservares em vida (Gn 6.18-20).


Em Hebreus 11.7, vemos que a arca aparelhada por Noé conforme orientação de Deus serviu para
dois propósitos distintos: condenar o mundo e salvar Noé e sua casa. Segundo Calvino, o impermeabilizante
simbolizava ou representava o sangue de Jesus Cristo, que purifica e liberta o cristão de seus pecados
6.

(1Jo 1.7 e Ap 1.5).8 Por isso, aquilo que foi usado na calafetação (preenchimento de fendas) da arca deve
possuir características que sejam condizentes com os atributos do sangue do Senhor Jesus Cristo. Sendo
assim, porque Deus usaria betume ou piche para representar o mui precioso sangue de seu Filho Amado
(ver Gn 3.21; 4.4; Êx 12.7,13,23; 24.6-8; Lv 9.8-24; 17.11,12; Rm 3.25; Hb 9.12-14; 12.24; 13.11-16; 1Pe
1.19; Ap 7.14; 12.11)? O interessante é que praticamente todas as versões da Bíblia indicam em Gênesis
18

6.14 que o “produto” usado na impermeabilização da arca foi o que hoje poderia ser classificado como
uma substância derivada do petróleo ou carvão, basicamente um hidrocarboneto:
[...]
É possível observar em todas essas versões os seguintes termos para indicar o impermeabilizante
da arca: betume, breu, piche e asfalto. Mas, qual foi o termo empregado nos escritos originais? Como
já discutido anteriormente, no original não há erro algum quanto ao que foi registrado. Então, vejamos:
[...]
2. O PETRÓLEO E SEUS DERIVADOS
2.1 Petróleo
Antes de definirmos os produtos ou substâncias derivadas do petróleo, faz-se necessário começar
pelo próprio petróleo. Terminologia é o meio pelo qual diversos assuntos/objetos são identificados para
dar parâmetros em discussões e documentos. Definições de um material podem ser extremamente im-
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

portantes e sofrem muita influência de como uma técnica ou ciência é aplicada por uma sociedade e de
como o público compreende um assunto. Das muitas formas terminológicas antigas que foram usadas para
definir o petróleo, nenhuma sobreviveu. A definição de petróleo é variada, controversa, não sistemática e
frequentemente arcaica. Além disso, trata-se de um produto com extenso período de desenvolvimento.
Assim, a longa existência de uma expressão, talvez inadequada, é alterada com dificuldade e um novo
termo, apesar de preciso, passa a ser adotado somente aos poucos. Particularmente incômodos, e mui
confusos, são os termos aplicados para muitos materiais viscosos como, por exemplo, betume e asfalto.
Por ora, mesmo amenizando boa parte da confusão existente, deve-se ter em mente que a terminologia

5
do petróleo ainda está aberta à escolha pessoal e ao uso histórico.
[...]

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DISCUSSÕES E CONCLUSÃO

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A ciência e a Escritura são esclarecidas uma pela outra. “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil
para o ensino...”. Nos seus documentos originais, as Escrituras Sagradas não contém erro algum. Elas não
têm o objetivo de ensinar Física, Biologia, Astronomia, etc. Por outro lado, o uso de recursos alegóricos

17
na interpretação e os múltiplos sentidos atribuídos à Bíblia obscurecem sua mensagem. Os reformadores
enfatizavam o sentido comum,histórico-gramatical.
Por que é relevante saber qual foi o material empregado na calafetação da arca? É relevante porque,
se a arca representa o corpo de Cristo, o impermeabilizante representa seu precioso sangue (Gn 3.21; 4.4;
Êx 12.7,13,23; 24.6-8; Lv 17.11,14; Rm 3:25; Hb 9.12-14; 12.24; 1Pe 1:19; Ap 7.14; 12.11), que nos purifica
3
e liberta de nossos pecados (1Jo 1.7 e Ap 1.5). Dessa maneira, tal material deve possuir características
que sejam condizentes com esses atributos do sangue do Senhor Jesus Cristo. Se é assim, por que Deus
4.
usaria betume ou piche para representar o mui precioso sangue de seu Filho Amado?
Vimos que o Senhor estabeleceu uma aliança com Noé, salvando a ele, seus filhos e as esposas deles
(além dos animais), fazendo-os entrar na arca para os conservar vivos (Gn 6.18-20). Porém, todas as versões
da Bíblia indicam em Gênesis 6.14 que o “produto” usado na impermeabilização (e prováveis preenchi-
53

mentos de frestas) da arca foi o que hoje poderia ser classificado como betume. Por sua vez, kopher é a
palavra que foi usada no idioma original para denotar o material de calafetação. Esse vocábulo hebraico
possui quatro acepções/significados e ocorre 17 vezes em todo o Antigo Testamento. Todavia, somente
em Gênesis 6.14 é utilizado para designar aquilo que foi aplicado como sendo um impermeabilizante.
6.

[...]
Já sob o ponto de vista simbológico, tendo em vista as características que esse arbusto possui e as
duas aplicações na constituição da arca, uma das implicações que vêm à tona é o nível e abrangência
do cuidado que Deus tem para com aqueles que o amam. Sendo a hena o impermeabilizante e também
os juncos da arca, isso mostra que o esmero e a atenção do Senhor para com seus escolhidos vão muito
18

além daquilo que pode ser percebido em termos imediatos.


O Senhor não se restringiu apenas em evitar que Noé, seus filhos e respectivas esposas se afogas-
sem nas águas do juízo, mas conservou a todos saudavelmente vivos dentro de uma arca perfumada e
desinfetada de fungos, bactérias e outros micro-organismos. Além do mais, pelas qualidades já citadas da
hena, ela se adéqua muito melhor para representar o caráter que o corpo e, principalmente, o sangue do
Senhor Jesus tem (de lavar e purificar o homem do próprio pecado), do que uma substância naturalmente
cancerígena e malcheirosa como o betume.

FONTE: adaptado de CESARETTI, Marcos. É Factível que a Arca do Livro de Gênesis Tenha Sido Calafetada com Betume? Fides
Reformata, 2009, v.14, n.1, p.47-73. Disponível em: < http://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/Fides_
v14_n1_artigo-3.pdf>. Acesso em: 08/02/2011.
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

A segunda leitura complementar é parte de uma resenha de autoria de Tarcizio Carvalho que também
contém supressões no texto tal qual o artigo apresentado na Leitura complementar anterior. Durante a leitura,
procure identificar os elementos estruturais [identificação da obra, conteúdo, conclusões...] presentes nessa
resenha e classificá-la quanto à sua forma [se descritiva ou crítica]

LEITURA COMPLEMENTAR 3

5
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PLANTINGA JR., Cornelius. O crente no mundo de Deus: uma visão cristã da fé, da educação e da vida.
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Trad. Solano Portela. São Paulo: Cultura Cristã, 2008. Original em inglês: Engaging God’s world: a Christian
vision of faith, learning and living (2002).

17
Cornelius Plantinga, Jr. é o presidente do Calvin Theological Seminary, em Grand Rapids, Michigan.
Ele é o autor de quatro livros e co-editor de outros dois. Faz parte do conselho editorial de Books &
Culture, e muitos de seus artigos foram publicados em periódicos como Theology Today, First Things,
Books & Culture, Christianity Today e The Christian Century. Seu livro sobre o pecado, Not the Way It’s
3
Supposed to Be, publicado nos Estados Unidos em 1995, recebeu o prêmio de livro do ano, concedido
por Christianity Today em 1996. Esse livro foi publicado no Brasil em 1998, pela Editora Cultura Cristã,
sob o titulo Não era para ser Assim.
4.
O livro objeto desta resenha foi publicado nos Estados Unidos em 2002 e no Brasil em 2008. A obra
possui um prefácio específico para estudantes e cinco capítulos: 1. Expectativa e Esperança, 2. Criação,
3. A Queda, 4. Redenção, e 5. A Vocação no Reino de Deus. No final há um Epílogo, um Apêndice com
questões propostas para debate e Notas para quem desejar uma pesquisa adicional.
53

O material utilizado por Plantinga seguiu um percurso interessante até que se concretizasse em livro.
Os estudantes internacionais que se matriculam no Calvin Theological Seminary, assim como os recém
admitidos no Calvin College, passam por um processo chamado de orientação. Esse processo consiste
em aulas que explicam o pensamento reformado e sua cosmovisão, especialmente no que concerne à
6.

educação. Esse tipo de ensino no processo de orientação resultou neste livro. Seu objetivo, portanto, é
a apresentação da cosmovisão reformada para estudantes. A partir disso, o autor propõe que
conhecer a Jesus Cristo é o principal alvo de todo ser humano, e a partir deste conhecimento é que
se pode investigar exaustivamente a criação de Deus.
18

O primeiro capítulo propõe que reconheçamos haver uma expectativa universal do belo e do sublime,
muitas vezes mediada pelo próprio ser humano. Este vislumbre do belo terá sido percebido tanto pela
pessoa mais singela em seu arroubo de felicidade, quanto [...]
Os capítulos dois, três e quatro são uma proposta de resumo da história registrada na Bíblia a partir
da tríade Criação, Queda e Redenção. De acordo com Plantinga, o tema que entrelaça estes capítulos
é o shalom (completude, perfeição). Deus criou um mundo repleto de shalom, mas o pecado devastou
este shalom. Assim, em Cristo Deus está restaurando este shalom e um dia o trará à plenitude. Nestes
capítulos o leitor se familiarizará com [...]
O capítulo cinco explora o tema da vocação no Reino de Deus. O termo“vocação” é apresentado em
seu matiz teológico, significando“chamado”, e na multiforme expressão de conhecimentos e habilidades
que comumente se denomina profissão. Entretanto, este capítulo não é um guia de profissões.
[...]
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

Os pontos de discussão propostos no apêndice são interessantes para grupos de discussão e debate,
e as notas também se constituem em valioso tesouro para aprofundamento através de outras obras ali
descritas.
Creio que o livro cumpre bem o seu propósito de explicar o pensamento reformado e sua cosmovisão,
especialmente no que concerne à educação. De modo simples o autor destaca a primazia do senhorio
de Jesus Cristo como o principal modo de se relacionar com a divindade e de enxergar o mundo. A partir
deste relacionamento, então, pode-se investigar exaustivamente esta criação de Deus.
A única ressalva fica por conta do titulo da obra. “Engajando-se no mundo de Deus”, ou algo se-

5
melhante, parece dar uma dimensão mais precisa da obra sem esbarrar no preconceito que o termo
“crente” enfrenta contemporaneamente. De fato, o livro convida todos ao diálogo, ainda que apresente

-0
sua cosmovisão cristã.

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FONTE: adaptado de CARVALHO, Tarcízio. O crente no mundo de Deus: uma visão cristã da fé, da educação e da vida. Fides
Reformata, 2008, v.13, n.2, p.215-217. Disponível em: <http://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/
VOLUME_XIII__2008__2/Resenha__O_Crente_no_Mundo_de_Deus__Uma_Visao_Crista_da_Fe__da_Educacao_e_da_Vida__

17
Tarcizio_Carvalho_.pdf>. Acesso em: 08/02/2011.
3
4.
53
6.
18
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

Resumo do Capítulo 3
Nesse capítulo você:
• Aprendeu que existem diversas formas de expressão escrita as quais podem ser organizadas
em três grandes grupos: escritos literários, escritos formais e comerciais e escritos científicos;
• Aprendeu a respeito dos aspectos que devem ser considerados ao se redigir um trabalho cien-
tífico;

5
• Conheceu as características de trabalhos científicos complexos e longos [tese, dissertação, mono-
grafias de graduação e pós-graduação, trabalhos de conclusão de curso] e de trabalhos científicos

-0
curtos [artigos científicos, artigo-relatório, paper, ensaio científico, informe científico e resenha];

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• Pode conhecer e identificar por meio de leitura complementar os elementos que compõem a
estrutura de um artigo científico;
• Pode conhecer e identificar por meio de leitura complementar os elementos que compõem a
estrutura de uma resenha.
3 17
4.
53
6.
18

AVALIAÇÃO – VALE NOTA!


Prezado aluno, através desta auto-atividade você terá a
oportunidade de rever o conteúdo estudado neste capitulo.
Esta é uma atividade avaliativa, portanto, faça-a com atenção
e dedicação. Não esqueça de entregá-la ao professor.
Boa revisão!
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ANOTAÇÕES

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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR NOTA

METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO


AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 3

Nome: Série: Data de Entrega:

5
Questões

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1. Escolha e descreva um trabalho científico longo.

2.
17
Qual é a diferença entre o artigo científico e o paper?
3
4.

3. Quais são as características [conceito e estrutura] da resenha bibliográfica?


53

4. Quais são as características [conceito e estrutura] da resenha crítica?


6.
18

5. Escolha uma bíblia na tradução de sua preferência, leia o Livro de Tito e faça uma resenha bibliográfica
desse livro.
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ANOTAÇÕES

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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

CAPÍTULO 4
ESTRUTURA BÁSICA DE UM TRABALHO
ACADÊMICO
Como ficou claro nos capítulos anteriores, o trabalho científico é um
texto escrito que apresenta os resultados de uma pesquisa. Para apresentar

5
esses resultados é necessário que a redação se adéqüe a alguns aspectos

04
gráficos considerados ideais. No Brasil o organismo que normaliza regras de

-0 CAPÍTULO
documentação e apresentação de trabalhos é a Associação Brasileira de Nor-

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mas Técnicas (ABNT), por meio da produção de Normas Brasileiras (NBR) ela
instrui a respeito da forma ideal dos materiais escritos no território nacional.
Assim sendo, quanto à estrutura gráfica dos seus trabalhos para o Curso

17
Livre de Teologia do ITQ você adotará as instruções contidas nesse capítulo, as
quais baseiam-se na NBR14724 – Informação e Documentação – Trabalhos Aca-
dêmicos – Apresentações (2005). A Figura 9 mostra a estrutura para os trabalhos:
3
Elementos ANEXOS
Pós-textuais
4.
APÊNDICES

GLOSSÁRIO

REFERÊNCIAS
53

Conclusão
Elementos Análise e Resultados
textuais Metodologia
6.

Revisão da Literatura

Introdução

SUMÁRIO
18

FOLHA DE ROSTO

CAPA

Elementos
Pré-textuais
FIGURA 9 - ESTRUTURA PARA TRABALHOS ACADÊMICOS DO ITQ
FONTE: as Autoras
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A estrutura dos trabalhos deve conter: a) Elementos Pré-Textuais: Capa, Folha de rosto, Sumário; b) Ele-
mentos Textuais: Introdução, Revisão de Literatura, Metodologia, Análise e Resultados, Conclusão; c) Elementos
Complementares e Pós-Textuais: Referências [item obrigatório], Glossário, Apêndice e Anexo [itens opcionais].
Ao desenvolver essa estrutura o pesquisador deve considerar as normas gerais de apresentação as quais
dizem respeito ao formato e fonte, às margens, ao espaçamento entre linhas, a paginação e a numeração
progressiva do trabalho:
a) formato e fonte: Os textos devem ser redigidos em papel A4 (21 cm x 29,7 cm), com utilização de

5
fonte ARIAL tamanho 12 para todo o texto, excetuando-se as citações de mais de três linhas, notas
de rodapé, paginação e legendas das ilustrações e das tabelas que devem ser digitadas em fonte
ARIAL tamanho 10.

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b) margem: As folhas devem apresentar margem esquerda e superior de 3 cm e margem direita e inferior de 2 cm;
c) espaçamentos entre linhas: Todo o texto deve ser digitado com espaço 1,5, excetuando-se as citações de mais
de três linhas, notas de rodapé, referências, legendas das ilustrações e das tabelas e nota indicativa da natu-

17
reza e objetivo do trabalho que devem ser digitados em espaço simples. As referências, ao final do trabalho,
devem ser separadas entre si por dois espaços simples. Todo o texto deve ter alinhamento justificado;

d) paginação: Todas, a partir da folha de rosto, devem ser contadas seqüencialmente, mas não numeradas. A
numeração é colocada, a partir da primeira folha da parte textual (A Introdução), em algarismos arábicos, no
3
canto superior direito da folha. Havendo apêndice e anexo, as suas folhas devem ser numeradas de maneira
contínua e sua paginação deve dar seguimento à do texto principal.
4.
A seguir o Tópico 1 apresentará os elementos pré-textuais, o Tópico 2 apresentará os elementos textuais,
o Tópico 3 apresentará os elementos pós-textuais, e o Tópico 4 apresentará os elementos de apoio ao texto.

4.1 Elementos Pré-textuais


53

Os elementos pré-textuais são aqueles que antecedem o texto com informações que identificam o tra-
balho e a sua utilização. Os elementos pré-textuais são a capa, a folha de rosto e o sumário.

4.1.1 Capa
6.

A capa deve conter as informações transcritas na seguinte ordem: a) nome da instituição; b) nome do
autor; c) título do trabalho; d) subtítulo, se houver; f) nome da cidade da instituição; g) ano da entrega.
Quando houver mais de um autor eles devem ser relacionados em ordem alfabética do primeiro nome.
O título deve ser claro, objetivo e preciso, contendo palavras que identifiquem o conteúdo. Quando houver
18

subtítulo ele deve estar subordinado ao título principal e precedido de dois pontos (:).
Na capa todo o texto deve ser redigido em Arial tamanho 12, em negrito e com espaçamento entre linhas de 1,5.
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR


ALISSON LOURENÇO

5
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3 17
4.

METODOLOGIA E MÉTODOS: AS BASES PARA A


CONSTRUÇÃO DA PESQUISA
53
6.
18

CURITIBA
2011

FIGURA 10 – EXEMPLO DE CAPA


FONTE: As autoras
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4.1.2 Folha de Rosto


a) nome do autor: responsável intelectual do trabalho;
b) título do trabalho; c) subtítulo: se houver; e) nota indicativa de natureza (trabalho de conclusão de
curso e outros) e objetivo do trabalho (aprovação em disciplina, grau pretendido e outros); nome da instituição
a que é submetido; área de concentração; f) nome do orientador e, se houver, do co-orientador; g) cidade da
instituição; h) ano da entrega.

5
-0
INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

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ALISSON LOURENÇO

3
CONSTRUÇÃO DA PESQUISA
17
METODOLOGIA E MÉTODOS: AS BASES PARA A
4.

Trabalho apresentado à disci-


53

plina Metodologia do Trabalho


Acadêmico do curso Livre em
Teologia, Unidade Teológica
6.

Pastoral Metropolitana Norte


(PR/018), Instituto Teológico
Quadrangular, como requisito
parcial para conclusão da disci-
18

plina

Professor: Prof. Marco Lapa

CURITIBA
2011

FIGURA 11 – EXEMPLO DE FOLHA DE ROSTO


FONTE: As autoras
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

Na folha de rosto, todo o texto deve estar em Arial 12, o nome do autor, título do trabalho, local e data
devem estar em letras maiúsculas, em negrito, com espaçamento 1,5 e todos alinhados ao centro. O título do
trabalho deve ser posicionado no centro da folha. A nota indicativa de natureza e conteúdo deve conter ser
redigida com entrelinhamento 1,0 e estar uma linha abaixo da última linha do título, ou subtítulo se houver.
O nome do (s) orientador (es) ou professor (es) da disciplina deve estar numa linha abaixo da nota indicativa
da natureza acadêmica do trabalho. A cidade onde localiza-se a instituição deve ser colocada na penúltima
linha da folha de rosto, e a data na última linha.

4.1.3 Sumário

5
O sumário é uma organização sistemática do conteúdo estrutural de um trabalho. Ele apresenta a enumeração dos

-0
capítulos, seções ou partes do trabalho, na ordem que aparecem no texto. Deve sempre indicar suas subor-

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dinações, bem como as folhas em que se iniciam. O sumário deve ser apresentado em folha distinta, após a
folha de rosto e relacionar os títulos dos elementos pré-textuais, dos elementos textuais (dos capítulos, das
seções ou das partes) e dos elementos pós-textuais com o mesmo padrão gráfico empregado no texto.

17
As partes do Sumário são acompanhadas do(s) respectivo(s) número(s) da(s) página(s), isto é, cada capítulo,
seção ou parte deve apresentar o indicativo numérico, quando houver, título, número da folha inicial ligado
ao título por uma linha pontilhada. A Figura 12 exemplifica um sumário.
3
SUMÁRIO
4.

CAPÍTULO 1 – A METODOLOGIA DA PESQUISA................................................................................... 8


1.1 Ciência e Conhecimento..................................................................................................... 8
1.1.1 Conhecimento Popular........................................................................................ 10
1.1.2 Conhecimento Científico...................................................................................... 10
53

1.1.3 Conhecimento Filosófico...................................................................................... 11


1.1.4 Conhecimento Religioso...................................................................................... 11
1.1.5 Conhecimento Artístico....................................................................................... 12
1.1.6 Conhecimento Técnico......................................................................................... 12
6.

1.2 Pesquisa e Pesquisador.................................................................................................... 13


1.3 Metodologia e Métodos................................................................................................... 15
Resumo do Capítulo 1............................................................................................................ 19
Auto-atividade do capítulo 1.................................................................................................. 20
18

CAPÍTULO 2 – A PESQUISA............................................................................................................... 21
2.1 Classificação da Pesquisa Científica.................................................................................. 21
2.1.1 Em Relação à Abordagem do Problema............................................................... 22
2.1.2 Em Relação aos Objetivos da Pesquisa................................................................. 22
2.1.3 Em Relação aos Procedimentos Técnicos da Pesquisa.......................................... 23
2.2 Planejamento da Pesquisa............................................................................................... 26
2.2.1 O pré-projeto de pesquisa................................................................................... 27
2.2.2 O projeto de pesquisa.......................................................................................... 28

FIGURA 12 - EXEMPLO DE SUMÁRIO


FONTE: As autoras (2011)
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

É importante destacar que o sumário está condicionado à necessidade, sendo desnecessário em trabalhos
pouco extensos ou de poucas divisões.
O título “Sumário” deve ser incluído em letras maiúsculas e negrito, alinhado ao centro e sem tabulação
alguma. Deixando um espaço 1,5 em branco abaixo deste título, a listagem das seções deve ser iniciada junto
à margem esquerda. O espaçamento dos itens do sumário é simples (1,0) e a fonte deve ser Arial 12.

4.2 Elementos textuais


Os elementos textuais representam a parte do trabalho em que é exposta a matéria pesquisada. Pode-se

5
dizer que é a parte principal do trabalho acadêmico, pois é onde o pesquisador descreve a pesquisa. Os ele-
mentos textuais compreendem o próprio texto do trabalho, podendo ser subdivididos em quantos tópicos se

-0
fizerem necessários. Não exige uma fórmula rígida que oriente a construção dos elementos textuais, porém,

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basicamente, deve conter uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão, que popularmente pode
ser entendido como começo, meio e fim.

4.2.1 Introdução

17
A introdução é a parte inicial do texto, nela devem ser apresentados a delimitação do assunto tratado, os
objetivos da pesquisa, a justificativa e outros elementos necessários para situar o tema do trabalho.
A introdução é uma parte fundamental do trabalho científico, pois visa demonstrar o que se pretende
3
com a produção acadêmica apresentada dessa forma deve além de anunciar a idéia central do trabalho, en-
fatizando a relevância do assunto a ser abordado, esclarecer possíveis pontos obscuros e dúvidas acerca do
4.
assunto ou termos utilizados no para permita uma compreensão adequada do mesmo.

4.2.2 Desenvolvimento
Esta é a parte principal do texto, pois contém a exposição ordenada e pormenorizada do assunto. O de-
senvolvimento deve ser dividido em seções e subseções, que variam em função tanto da abordagem ao tema
53

quanto ao método de pesquisa.


No desenvolvimento o pesquisador deve evidenciar o trabalho resultante de sua pesquisa por meio de
uma apresentação clara, lógica e objetiva dos seus resultados, quer sejam eles negativos ou positivos. Recursos
como tabelas, quadros e ilustrações podem ser usados com a finalidade de enriquecer o desenvolvimento do
6.

trabalho, complementar o texto e amparar as análises discutidas.


É no desenvolvimento que o autor tem liberdade para argumentar suas idéias, sempre amparado de
fundamentações bibliográficas, e seguindo uma seqüência lógica e coerente. As divisões básicas do desenvol-
vimento são: revisão de literatura, metodologia, análise dos dados e resultados, discussão:
18

a) revisão de Literatura:
É necessário que o autor faça referência à outros trabalhos publicados anteriormente e que tratam sobre
o assunto abordado. Nessa seção, onde outros autores são citados, é que ocorre o embasamento teórico que
dá suporte para a pesquisa.
b) metodologia:
Essa seção descreve minuciosamente os métodos, técnicas e materiais utilizados na condução do trabalho.
Quanto aos dados informativos utilizados no trabalho, devem figurar no texto ou serem anexados ao trabalho.
c) análise e Resultados
Essa seção apresenta a análise dos dados e discute os diversos resultados obtidos. Por analisar os dados
e discutir os resultados é a que oferece subsídios para a conclusão da pesquisa. Ao se tratar da discussão,
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

deve-se levar em conta a justificação do tema da pesquisa, relacionando suas causas e efeitos e esclarecendo
exceções, contradições, modificações, teorias e princípios relativos ao trabalho.
Também devem ser indicadas as aplicações e limitações teóricas e práticas dos resultados obtidos, quan-
do houver, e ressaltados os aspectos que confirmem ou modifiquem as teorias já estabelecidas, oferecendo
sempre perspectivas e oportunidades para a continuidade da pesquisa.

4.2.3 Conclusão
A conclusão é a parte final do texto, nela apresentam-se as considerações finais correspondentes aos objetivos

5
ou hipóteses da pesquisa. Deve-se limitar a um posicionamento resumido e objetivo da argumentação desenvol-
vida em todo o trabalho, estando, evidentemente embasada e fundamentada na pesquisa realizada. Embora deva

-0
ser breve, a seção de conclusão pode incluir sugestões e recomendações para outras leituras e pesquisas na área.

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4.3 Elementos Pós-textuais


Elementos pós-textuais são aqueles posicionados após a conclusão do Trabalho. São elementos pós-

17
textuais: as referências, o Glossário, o apêndice e os anexos.

4.3.1 Referências
Entende-se por Referências uma lista, elaborada em ordem alfabética pelo sobrenome do primeiro autor
de cada uma das fontes [livros, manuais, artigos, sites e outros) que foram citadas no trabalho. Toda fonte de
3
dados citada no trabalho deve obrigatoriamente ser elencada na seção de referências, sendo que não devem
estar presentes nas referências fontes não citadas na pesquisa
4.

As referências são extremamente importantes, pois são elas que darão a credibilidade ao seu trabalho
acadêmico e à sua produção científica. Normalmente, pessoas que entendem o valor de uma obra, imedia-
tamente se reportam às referências, ou para buscar detalhes de uma obra citada no texto ou para verificar
“se vale a pena ler ou não aquele trabalho”. Isso justifica a necessidade de se fazer sempre boas escolhas de
53

materiais para embasar o conteúdo e as argumentações de uma pesquisa. As regras que devem ser adotadas
para elaborar a lista de referências serão apresentadas no Capítulo 5.

4.3.2 Glossário
6.

O glossário é uma espécie de “dicionário” do vocabulário da pesquisa, ou seja, é uma a relação, apre-
sentada em ordem alfabética, de palavras de difícil compreensão, de sentido restrito ou obscuro e de termos
técnicos ou expressões utilizadas no decorrer do texto. Assim, o glossário não se compõe de palavras escolhidas
aleatoriamente, mas de palavras que necessitam ser esclarecidas para que haja igual compreensão por parte
18

de todos os leitores do texto.


O título “Glossário” deve ser incluído em letras maiúsculas e negrito, alinhado ao centro e sem tabula-
ção alguma. Deixando um espaço 1,5 em branco abaixo deste título, a listagem das palavras ou expressões,
seguida de seu significado, deve ser iniciada junto à margem esquerda. Para separar a palavra ou expressão
e seu significado devem ser utilizados os dois pontos. O espaçamento do texto é simples (1,0) e a fonte deve
ser Arial 12. Cada palavra ou expressão (item do glossário) deve iniciar em uma linha, e entre cada item deve
existir um espaço de 1,5.

4.3.3 Apêndice
Apêndices são textos ou documentos auxiliares tais como tabelas, gráficos, mapas, entrevistas, questio-
nários, organogramas e outros, elaborados pelo próprio autor do trabalho, com o objetivo de complementar
sua argumentação. A inserção de apêndices no trabalho é opcional. Os apêndices devem ser identificados por
letras maiúsculas consecutivas, travessão e respectivos títulos, devendo cada um iniciar-se em folha própria.
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

4.3.4 Anexo
Os anexos são textos ou documentos auxiliares tais como tabelas, gráficos, mapas, entrevistas, questio-
nários, organogramas e outros, elaborados por outras pessoas. A apresentação de anexos na pesquisa tem o
objetivo de comprovar ou ilustrar dados da pesquisa, os quais embora importantes para o trabalho, não neces-
sitavam constar nas seções dos elementos textuais. Os anexos devem ser identificados por letras maiúsculas
consecutivas, travessão e respectivos títulos, devendo cada um iniciar-se em folha própria.

4.4 Elementos de Apoio ao Texto

5
Elementos de apoio ao texto são estratégias e recursos que o autor utiliza para dirigir o leitor com clare-
za e objetividade no texto. Alguns elementos de apoio ao texto são: citações, notas de rodapé e ilustrações.

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4.4.1 Citações
As citações são informações extraídas de outras fontes para dar suporte às idéias desenvolvidas no traba-
lho. É por meio das citações que o pesquisador ilustra ou sustenta a argumentação que ele utiliza no seu texto.

17
Em trabalhos científicos a citação é um elemento obrigatório e deve ser utilizado com profunda seriedade. As
regras que devem ser adotadas para inserir citações no trabalho acadêmico serão apresentadas no Capítulo 5.

4.4.2 Notas de rodapé


As notas de rodapé são indicações, observações, comentários e esclarecimentos, ou textos em língua
3
estrangeira que não podem ser incluídas diretamente no texto, mas que devem ser mencionados por sua im-
portância e relação com o tema tratado. O objetivo de utilizar notas de rodapé é ampliar as afirmações sem
4.
interromper a seqüência lógica da leitura. Elas evitam sobrecarregar o texto com observações que, embora
importantes, são acessórias ao tema. As notas de rodapé também devem ser usadas para indicar a ocorrência
de apêndices ou anexos.
As notas de rodapé devem ser inseridas no rodapé da página e serem separadas do texto por uma linha.
53

As notas de rodapé sempre iniciam o indicativo numérico, na margem esquerda, com um espaço entre o nú-
mero e o início da nota. Devem ser fonte Arial 10 e espaçamento simples (1,0).

4.4.3 Ilustrações
6.

Ilustrações é um termo genérico para se referir a desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos,
mapas, organogramas plantas, quadros, retratos e outros. Todas as ilustrações presentes no trabalho devem
ser identificadas por meio de “Título” e de “Indicação da Fonte”.
O título das ilustrações é composto por uma “palavra designativa” (indica o tipo de ilustração) e por uma
18

“Legenda Explicativa” (palavra, expressão ou frase que descreve sinteticamente a ilustração). A palavra desig-
nativa e a legenda são separadas por um traço, e ambas devem estar em letras maiúsculas, em fonte Arial 10.
A descrição de onde foi extraída a ilustração é precedida pela palavra FONTE, redigida em letras maiúsculas e
seguida de dois pontos (:). Ela deve estar em Arial 10.
Em todas as ilustrações (com exceção das tabelas) a identificação deve estar localizada em sua parte
inferior, e seguir um número de ordem de ocorrência no texto, em algarismos arábicos, do seu respectivo
tipo. A identificação deve estar alinhadas à esquerda em relação à ilustração e conter espaçamento simples.
Embora tabelas entrem no grupo de ilustrações elas devem ser tratadas de forma diferente. Tanto ta-
belas quanto quadros apresentam as informações dispostas em linhas e colunas e podem apresentar dados
numéricos ou textos. A diferença entre quadros e tabelas é que somente as tabelas apresentam informações que
foram tratadas estatisticamente.

Por isso, no caso das tabelas a identificação deve ser posicionada em dois lugares. O título (palavra designativa e
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

legenda) deve ficar acima da tabela, e alinhado ao centro em relação a ela. A indicação da fonte da tabela deve ser posi-
cionada abaixo da tabela e alinhada à esquerda em relação a ela. A seguir são exemplificadas alguns tipos de ilustrações.

a) Figuras: Inúmeras ilustrações podem ser consideradas como figuras, entre elas estão os desenhos,
os diagramas, as estampas, os esquemas, as fotografias, e outros. Observe por meio das Figuras 13
e 14 a forma correta de identificar e posicionar a identificação das Ilustrações.

5
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17
FIGURA 15 – DESENHO DE PAISAGEM FIGURA 16 - FOTO DE JOVEM ESTUDANTE
FONTE: FreeDigitalPhotos (2010) FONTE: FreeDigitalPhotos (2010)

b) Gráficos: Ilustrações que apresentam dados numéricos em forma gráfica podem ser considerados
como gráficos. Observe por meio dos Gráficos 1 e 2 a forma correta de identificar e posicionar a
3
identificação das Ilustrações:
4.
53

GRÁFICO 1 - QUEDA DE JUROS GRÁFICO 2 - REGIÕES ATIVAS


6.

FONTE: FreeDigitalPhotos (2010) FONTE: FreeDigitalPhotos (2010)

c) Tabelas: são ilustrações que contém um conjunto de dados, associados a um fenômeno, dispostos em
determinada ordem de classificação, expressando variações qualitativas ou quantitativas (ou ambas) desse
fenômeno. Dependendo do conteúdo apresentado, as tabelas podem ser estatísticas, de codificação, de
18

conversão de unidades, técnicas, de rotina ou controle e compreensão maior em espaço menor.


TABELA 1 – PROPORÇÃO DE OCORRÊNCIAS EM RELAÇÃO À POPULAÇÃO
Ocorrências Proporção em relação Crescimento
População
Ponderadas à população apresentado
Ano 2006 2040 títulos 22,5 ocorrências 0,15%
Ano 2007 4242 títulos 66,5 ocorrências 0,44% 195,56%
Ano 2008 4520 títulos 189 ocorrências 1,24% 184,21%
Ano 2009 4465 títulos 264 ocorrências 1,73% 39,68%
Acumulado 15267 542 3,55%
FONTE: Lourenço (2010)

Lembrete: a aparência de um quadro guarda similaridade com a de uma tabela, o que os distingue é o tratamento
estatístico. Um quadro deve ser identificado seguindo o padrão exemplificado nas Figuras 15 e 16 e gráficos 1 e 2.
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

Resumo do Capítulo 4
Nesse capítulo você aprendeu que:
• Este é um capítulo que deve ser utilizado como um manual, pois ele foi desenvolvido com base
nas Normas Brasileiras e contém orientações que servem para o desenvolvimento dos trabalhos
acadêmicos a serem apresentados ao ITQ;
• Os trabalhos devem ser estruturados de forma a conter elementos pré-textuais, elementos

5
textuais e pós-textuais;
• Os elementos pré-textuais são compostos pela capa, folha de rosto e sumário e tem a finalidade

-0
de identificam o trabalho;

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• Os elementos textuais são a parte principal do trabalho e contém três grandes divisões: Intro-
dução, desenvolvimento e conclusão. O desenvolvimento é dividido em algumas seções: revisão
de literatura, metodologia, análise dos dados e resultados, discussão;

17
• Os elementos pós-textuais são compostos pelas referências, glossário, apêndices e anexos. De
todos os elementos apresentados, esses três últimos são os únicos que são opcionais;
• Além dos elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais existem os elementos de apoio ao
texto. São elementos de apoio ao texto: citações, notas de rodapé e ilustrações.
3
4.
53
6.
18

AVALIAÇÃO – VALE NOTA!


Prezado aluno, através desta auto-atividade você terá a
oportunidade de rever o conteúdo estudado neste capitulo.
Esta é uma atividade avaliativa, portanto, faça-a com atenção
e dedicação. Não esqueça de entregá-la ao professor.
Boa revisão!
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR NOTA

METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO


AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 4

Nome: Série: Data de Entrega:

5
Questões

-0
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1. Descreva os elementos pré-textuais de uma produção acadêmica.

2.
17
Faça um pequeno resumo sobre os elementos textuais de um trabalho acadêmico.
3
4.
53

3. Quais são e para que servem os elementos pós-textuais no trabalho acadêmico?


6.

4. Dê suas considerações sobre os elementos de apoio ao texto do trabalho acadêmico.


18
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

ANOTAÇÕES

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4.
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6.
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

CAPÍTULO 5
NORMAS PARA CITAÇÃO E REFERÊNCIA
Como ficou evidenciado até aqui, não é possível fazer uma produção
acadêmica de maneira aleatória, cheia de “achômetros”. Na verdade, todo o
nosso pensar e maneira de agir, provém de alguma ideia já concebida. É fato
que o pesquisador imprime sua maneira de pensar no trabalho que faz, mas

5
05
essa maneira de pensar, certamente sofreu influência(s) de outrem. Por esse
motivo, as citações são importantes em um trabalho acadêmico, pois legitimam

-0 CAPÍTULO

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o verdadeiro “dono” das idéias apresentadas.


Esse capítulo está baseado na NBR 10520 – Informação e documentação
– Citações em documentos – Apresentação (2002) e na NBR NBR 6023 – Infor-
mação e documentação – Referências – Elaboração (2002). O Tópico 1 orienta

5.1 Citações
3 17
como proceder em relação às citações e o Tópico 2 apresenta regras para as
referencias utilizadas no trabalho acadêmico.

As citações podem ser diretas ou indiretas. De acordo com a NBR 10520:


2002, a primeira é uma transcrição textual de parte da obra do autor consultado
4.
e a segunda é um texto baseado na obra do autor consultado.

5.1.1. Citação Direta


Algumas observações gerais devem ser consideradas a respeito das
53

citações:
a) As citações devem sempre indicar supressões, interpolações e ên-
fases no texto, da seguinte forma:
a. supressões: [...]
6.

b. interpolações, acréscimos ou comentários: [ ]


c. ênfase ou destaque: grifo ou negrito ou itálico.

 Exemplo de Citação direta curta: até três linhas


18

Segundo Barbour (1971, p. 35): “O estudo da morfologia dos terrenos


ativos é indispensável [...] para o bom entendimento da geologia.

b) Citação de até três linhas: deve ser inserida no próprio texto, entre
aspas duplas. As aspas simples são utilizadas para indicar a ocor-
rência de aspas duplas no interior de citação.
c) Citação de mais de três linhas: A citação deve ser inserida em um
parágrafo distinto, sem as aspas duplas, situada a 4 cm da margem
do texto normal. O alinhamento do parágrafo é justificado e a fonte
é arial 10. O espaçamento do texto da citação deve ser simples, com
espaçamento 1,5 antes e depois dele.
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 Exemplo de citação direta longa: mais de três linhas


Os testes de hipóteses podem ser paramétricos e não-paramétricos. Segundo
Martins (2001, p. 255):
[...] os testes não-paramétricos são particularmente úteis para
decisões sobre dados oriundos de pesquisas da área de ‘ciências
humanas’. Para aplicá-los, não é necessário admitir hipóteses sobre
distribuições de probabilidade da população da qual tenham sido
extraídas amostras para a análise.

5
Dados os conceitos apresentados pode-se afirmar que a principal diferença
entre os testes paramétricos e não-paramétricos consiste em

-0
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5.1.2 Citação Indireta


As citações indiretas são aquelas que ocorrem quando o autor do trabalho ao redigi-lo, baseia-se em

17
trechos de outros autores. Elas podem ocorrer de duas formas: como paráfrase e como condensação.
a) Paráfrase é a expressão da idéia do outro, com palavras próprias do autor do trabalho.
b) A condensação é uma frase elaborada pelo autor do trabalho, em que a idéia ou conceito é do outro
autor é mantido, mas o texto é sintetizado.
3
5.1.3 Citação da citação
4.
É a menção a um trecho de um documento ao qual não se teve acesso direto, mas que se tomou conhe-
cimento por citação em outra obra. Caso seja feita uma citação de um autor que outro autor, em outra obra
comentou, utiliza-se o termo “citado por” ou “apud”.
53

 Exemplo de Citação da citação:


No modelo serial de Gough (1972 apud NARDI, 1993), o ato de ler envolve
um processamento serial que começa com uma fixação ocular sobre o texto,
prosseguindo da esquerda para a direita de forma linear.
6.

“[...] o viés organicista da burocracia estatal e o antiliberalismo da cultura


política de 1937, preservado de modo encapuçado na Carta de 1946.” (VIANNA,
1986, p. 172 apud SEGATTO, 1995, p. 214-215).
18

O primeiro exemplo de citação está indicando que Gough foi citado por Nardi em seu livro, e o segundo
exemplo indica que Vianna foi citado por Segatto, nas páginas 214-215 do seu livro.

5.1.3 Sistema de chamadas para as Citações


As citações deverão ser indicadas no texto pelo sistema de chamada: autor-data. O sistema de chamada
é a indicação simplificada, no texto, da fonte onde a citação foi obtida. O sistema de chamada pode ocorrer
de duas formas: (SOBRENOME, ano, página) e Sobrenome (ano, página).
a) Formato de Chamada (SOBRENOME, ano, página): Nesse formato quando a obra tem dois autores, os
sobrenomes devem ser separados por ponto e vírgula (;), e quando a obra tem três ou mais autores
o sobrenome de apenas um deles (o primeiro relacionado na obra) deve ser redigido, seguido da
expressão et al em itálico. Observe os exemplos desse formato:
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

A chamada “pandectística havia sido a forma particular pela


qual o direito romano fora integrado no século XIX na Alemanha em particular.”
(LOPES, 2000, p. 225).
De fato, semelhante equacionamento do problema conteria o risco de se
considerar a literatura meramente como uma fonte a mais de conteúdos já previa-
mente disponíveis, em outros lugares, para a teologia (JOSSUA; METZ, 1976, p. 3).
[...] dessa possibilidade um tanto quanto factível (CHIRAC et al, 1995, p. 23).

5
b) Formato de chamada no formato Sobrenome (ano, página): Nesse formato quando a obra tem dois
autores, os sobrenomes os sobrenomes devem ser unidos pela letra ‘e’, e quando a obra tem três ou

-0
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mais autores o sobrenome de apenas um deles (o primeiro relacionado na obra) deve ser redigido,
seguido da expressão et al em itálico. Observe os exemplos desse formato:

Merriam e Caffarella (1991) observam que a localização de recursos tem

5.2 Referências
3 17
um papel crucial no processo de aprendizagem auto dirigida.
Iudicibus et al (1986, p. 67) afirmam que [...]

A referência identifica o autor e obra utilizada para fazer o trabalho, permitindo que o leitor possa ter
4.
acesso ao documento original do qual o trabalho foi extraído. As referências devem ser listadas no fim do tra-
balho acadêmico, alinhadas somente à margem esquerda do texto e de forma a se identificar individualmente
cada documento, em espaço simples e separadas entre si por espaço duplo.
O recurso tipográfico (negrito, grifo ou itálico) utilizado para destacar o elemento título deve ser uniforme
53

em todas as referências de um mesmo documento. Isto não se aplica às obras sem indicação de autoria nas
quais o elemento de entrada é o próprio título, já destacado pelo uso de letras maiúsculas na primeira palavra
(NBR 6023:2002).
Observe os elementos essenciais de uma referência:
6.

AUTOR. Título. Edição. Local: Editora, Ano.


18

GOMES, L. G. F. F. Novela e sociedade no Brasil. Niterói: EdUFF,1998.

A edição de uma obra é indicada pela palavra “ed”, abreviado, sem negrito, e então ponto final. É impor-
tante lembrar que na edição coloca-se apenas após a segunda edição de uma determinada obra. Quando a obra
está ainda na primeira edição não se coloca nada. Elementos complementares à referência podem ser inseri-
dos para uma melhor identificação do documento, observe nesses exemplos os elementos complementares:
GOMES, L. G. F. F. Novela e sociedade no Brasil. Niterói: EdUFF, 1998. 137 p., 21 cm. (Coleção An-
tropologia e Ciência Política, 15). Bibliografia: p. 131-132. ISBN 85-228-0268-8.
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudos NVI. Tradução: Gordon Chown. São Paulo: Editora Vida, 2003.
A seguir você conhecerá as regras e modelos extraídas da NBR 6023:2002 para referenciar diversos tipos
de documentos:
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

5.2.1 Monografia no todo


Entram na categoria de monografia os livros e/ou folhetos (manual, guia, catálogo, enciclopédia, di-
cionário etc.) e trabalhos acadêmicos (teses, dissertações, entre outros) (NBR 6023:2002). Os elementos
essenciais são:

AUTOR. Título. Edição. Local: Editora, Ano.

5
Exemplos:

-0
HOUAISS, Antonio (Ed.). Novo dicionário Folha Webster’s: inglês/português, português/inglês.

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Co-editor Ismael Cardim. São Paulo: Folha da Manhã, 1996. Edição exclusiva para o assinante da
Folha de S. Paulo.
IBICT. Manual de normas de editoração do IBICT. 2. ed. Brasília, DF, 1993. 41 p.

5.2.2 Monografia no todo em meio eletrônico

17
Sãos os tipos indicados cf. 5.2.1, mas disponíveis em meio eletrônico (disquetes, CD-ROM, online etc.). As
referências devem conter os mesmos elementos essenciais dos documentos monográficos no todo, acrescidas
3
das informações relativas à descrição física do meio eletrônico.
Quando as obras tiverem sido consultadas online devem informar sobre o endereço eletrônico, apresen-
4.
tado entre os sinais < >, precedido da expressão Disponível em: e a data de acesso ao documento, precedida
da expressão Acesso em: Assim, os elementos essenciais para meios eletrônicos físicos ou on line são:

AUTOR. Título. Edição. Local: Editora, Ano. CD-ROM


53

AUTOR. Título. Edição. Local: Editora, Ano. Disponível em: < >. Acesso em:.

Exemplos:
KOOGAN, André; HOUAISS, Antonio (Ed.). Enciclopédia e dicionário digital 98. Direção geral de
6.

André Koogan Breikmam. São Paulo: Delta: Estadão, 1998. 5 CD-ROM.


ALVES, Castro. Navio negreiro. [S.l.]: Virtual Books, 2000. Disponível em: <http://www.terra.com.
br/virtualbooks/freebook/port/Lport2/navionegreiro.htm>. Acesso em: 10 jan. 2002
18

5.2.3 Partes de Monografia


São consideradas partes de monografia: capítulo, volume, fragmento e outras partes de uma obra, que
estejam identificadas com autor (es) e/ou título próprios. (NBR 6023:2002). Os elementos essenciais são:
autor(es), título da parte, seguidos da expressão “In:”, e da referência completa da monografia no todo. No final
da referência, deve-se informar a paginação. Assim, os elementos essenciais para partes de monografias são:

AUTOR. Título da parte. In: AUTOR. Título. Edição. Local: Editora, Ano. p.

Exemplo:
ROMANO, Giovanni. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI,G.; SCHMIDT, J. (Org.). História
dos jovens 2: a época contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 7-16.
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

Se as partes de monografia forem extraídas de meios eletrônicos os elementos essenciais são:

AUTOR. Título da parte. In: AUTOR. Título. Edição. Local: Editora, Ano. p. CD-ROM
AUTOR. Título da parte. In: AUTOR. Título. Edição. Local: Editora, Ano. p. Disponível
em: < >. Acesso em: .

Exemplos:

5
MORFOLOGIA dos artrópodes. In: ENCICLOPÉDIA multimídia dos seres vivos. [S.l.]: Planeta DeAgos-
tini, c1998. CD-ROM 9.

-0
POLÍTICA. In: DICIONÁRIO da língua portuguesa. Lisboa: Priberam Informática, 1998. Disponível em:

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<http://www.priberam.pt/dlDLPO>. Acesso em: 8 mar. 1999.

5.2.4 Periódicos
Inclui a coleção como um todo, fascículo ou número de revista, número de jornal, caderno etc. na íntegra,

17
e a matéria existente em um número, volume ou fascículo de periódico (artigos científicos de revistas, edito-
riais, matérias jornalísticas, seções, reportagens etc.). As referências devem conter título, local de publicação,
editora, e datas de início e de encerramento da publicação, se houver (NBR 6023:2002). Assim, os elementos
essenciais para publicações periódicas como um todo são:
3
TÍTULO. Local: Editora, aaaa-aaaa.
4.

Exemplos:
REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Rio de Janeiro: IBGE,1939- . Trimestral.
53

BOLETIM GEOGRÁFICO. Rio de Janeiro: IBGE, 1943-1978. Trimestral.

5.2.5 Partes de Revistas, boletins e outros


Inclui volume, fascículo, números especiais e suplementos, entre outros, sem título próprio. A referência
6.

deve conter título da publicação, local de publicação, editora, numeração do ano e/ou volume, numeração do
fascículo, informações de períodos e datas de sua publicação (NBR 6023:2002).
Assim, os elementos essenciais para publicações periódicas de partes de Revistas, Boletins e outros são:
18

TÍTULO DA PUBLICAÇÃO. Local: editora, v., n., dd mmm. aaaa.

Exemplos:
DINHEIRO. São Paulo: Ed. Três, n. 148, 28 jun. 2000.
DINHEIRO: revista semanal de negócios. São Paulo: Ed. Três, n.148, 28 jun. 2000. 98 p.

5.2.6 Artigos e/ou matérias de Revistas, boletins e outros


Inclui partes de publicações periódicas (volumes, fascículos, números especiais e suplementos, com
título próprio), comunicações, editorial, entrevistas, recensões, reportagens, resenhas e outros. A referência
deve conter autor(es), título da parte, artigo ou matéria, título da publicação, local de publicação, numeração
correspondente ao volume e/ou ano, fascículo ou número, paginação inicial e final, quando se tratar de artigo
ou matéria, data ou intervalo de publicação e particularidades que identificam a parte (se houver). Se as partes
foram extraídas de meio eletrônicos devem ser acrescidas as orientações referentes aos meios (NBR 6023:2002).
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Assim, os elementos essenciais para artigos e/ou matérias de Revistas, Boletins e outros são:

AUTOR. Título da parte. Título da publicação, local, v., n., p., mmm. aaaa.
AUTOR. Título da parte. Título da publicação, local, v., n., p., mmm. aaaa.
Disponível em: < >. Acesso em:.

Exemplos:

5
GURGEL, C. Reforma do Estado e segurança pública. Política e Administração, Rio de Janeiro, v. 3,
n. 2, p. 15-21, set. 1997.

-0
MANSILLA, H. C. F. La controversia entre universalismo y particularismo en la filosofia de la cultura.

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Revista Latinoamericana de Filosofia, Buenos Aires, v. 24, n. 2, primavera 1998.


SILVA, M. M. L. Crimes da era digital. Net, Rio de Janeiro, nov. 1998. Seção Ponto de Vista. Disponível
em: <http://www.brazilnet.com.br/contexts/brasilrevistas.htm>. Acesso em: 28 nov. 1998.

5.2.7 Artigos e/ou matérias de Jornais


3 17
WINDOWS 98: o melhor caminho para atualização. PC World, São Paulo, n. 75, set. 1998. Disponível
em: <http://www.idg.com.br/abre.htm>. Acesso em: 10 set. 1998.

Inclui comunicações, editorial, entrevistas, recensões, reportagens, resenhas e outros. A referência deve
conter autor(es) (se houver), título, título do jornal, local de publicação, data de publicação, seção, caderno
4.
ou parte do jornal e a paginação correspondente. Quando não houver seção, caderno ou parte, a paginação
do artigo ou matéria precede a data. Se as partes foram extraídas de meio eletrônicos devem ser acrescidas
as orientações referentes aos meios (NBR 6023:2002).
Assim, os elementos essenciais para artigos e/ou matérias de Jornais são:
53

AUTOR. Título. Título do jornal, local, dd mmm. aaaa. Caderno, p.


AUTOR. Título. Título do jornal, local, dd mmm. aaaa. Caderno, p. Disponível
em: < >. Acesso em:.
6.

Exemplos:
NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de S. Paulo, São Paulo, 28 jun. 1999. Folha
Turismo, Caderno 8, p. 13.
18

LEAL, L. N. MP fiscaliza com autonomia total. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, p. 3, 25 abr. 1999.
SILVA, Ives Gandra da. Pena de morte para o nascituro. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 19 set. 1998.
Disponível em: <http://www.providafamilia.org/pena_morte_nascituro.htm>. Acesso em: 19 set.
1998.
ARRANJO tributário. Diário do Nordeste Online, Fortaleza, 27 nov. 1998. Disponível em: <http://
www.diariodonordeste.com.br>. Acesso em: 28 nov. 1998.

5.2.8 Referências de Legislação e Jurisprudências


A Legislação compreende a Constituição, as emendas constitucionais e os textos legais infraconstitucio-
nais (lei complementar e ordinária, medida provisória, decreto em todas as suas formas, resolução do Senado
Federal) e normas emanadas das entidades públicas e privadas (ato normativo, portaria, resolução, ordem de
serviço, instrução normativa, comunicado, aviso, circular, decisão administrativa, entre outros). As referências
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

legislativas devem conter jurisdição (ou cabeçalho da entidade, no caso de se tratar de normas), título, nume-
ração, data e dados da publicação (NBR 6023:2002).
Por jurisprudência podem ser enquadradas as súmulas, enunciados, acórdãos, sentenças e demais decisões
judiciais. As referências das juriprudências devem conter jurisdição e órgão judiciário competente, título (natu-
reza da decisão ou ementa) e número, partes envolvidas (se houver), relator, local, data e dados da publicação.
Se os documentos foram extraídos de meio eletrônicos devem ser acrescidas as informações referentes aos
meios (NBR 6023:2002). Observe a disposição dos elementos essenciais para referências legislativas e jurídicas.

5
 Leis, Decretos e Portarias:
NOME DO PAÍS, ESTADO OU MUNICÍPIO. Título e número da lei ou decreto, data.

-0
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Ementa. Dados da publicação que divulgou o documento.


 Pareceres, Resoluções:
AUTORIA (Instituição ou Pessoa). Tipo (parecer, resolução, indicação), número e

17
data. Ementa. Relator ou Consultor: Nome. Dados da publicação que a divulgou.
 Acórdãos, decisões judiciais:
NOME DO PAÍS, ESTADO OU MUNICÍPIO. Nome da Corte ou Tribunal. Ementa ou
Acórdão. Tipo e número do recurso. Partes litigantes (agravo, apelação, embargo,
3
habeas-corpus). Relator: Nome. Data. Dados da publicação que divulgou o
acórdão, decisão ou sentença.
4.

Exemplos:
SÃO PAULO (Estado). Decreto no 42.822, de 20 de janeiro de 1998. Lex: coletânea de legislação e
jurisprudência, São Paulo, v. 62, n. 3, p. 217-220, 1998.
53

BRASIL. Decreto-lei no 5.452, de 1 de maio de 1943. Lex: coletânea de legislação: edição federal,
São Paulo, v. 7, 1943. Suplemento
BRASIL. Código civil. 46. ed. São Paulo: Saraiva, 1995.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula no 14. In: ______. Súmulas. São Paulo: Associação dos
6.

Advogados do Brasil, 1994. p.16.


BRASIL. Lei no 9.887, de 7 de dezembro de 1999. Altera a legislação tributária federal. Diário Oficial
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 8 dez. 1999. Disponível em: <http://www.in.gov.
18

br/mp_leis/leis_texto.asp?ld=LEI%209887>. Acesso em: 22 dez. 1999.

5.2.9 Referências de Materiais especiais


Podem ser considerados como materiais especiais: a) as imagens em movimento, como filmes, video-
cassetes, DVD; b) os documentos iconográficos como pintura, gravura, ilustração, fotografia, desenho técnico,
diapositivo, material estereográfico, transparência, cartaz; c) os documento cartográficos como atlas, mapa,
globo, fotografia aérea; d) os documentos sonoros como disco, CD, cassete, entre outros.
Para imagens em movimento as referências devem conter: título, diretor, produtor, local, produtora, data e
especificação do suporte em unidades físicas. Para documentos iconográficos a referência deve conter autor, título
(quando não existir, deve-se atribuir uma denominação ou a indicação Sem título, entre colchetes, data e especifi-
cação do suporte. Para documentos cartográficos a referência deve conter: autor(es), título, local, editora, data de
publicação, designação específica e escala. Para documentos sonoros a referência deve conter: compositor(es) ou
intérprete(s), título, local, gravadora (ou equivalente), data e especificação do suporte (NBR 6023:2002).
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Se os materiais foram extraídos de meio eletrônicos devem ser acrescidas as informações referentes aos
meios. Observe exemplos da disposição dos elementos essenciais para referenciar materiais especiais.

 Imagens em movimento:
TÍTULO do filme. Direção de... . Distribuidora, ano. Número de unidades físicas
(duração em minutos): indicação de som (legenda ou dublagem), indicação de
cor, largura em milímetros. Sistema de gravação.
 Documentos iconográficos:

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AUTOR. Título. Data e especificação do suporte.

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 Documentos cartográficos:

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AUTORIA. Título. Local: Editora, ano. Número de unidades físicas: indicação de


cor, altura x largura. Escala.
 Documentos sonoros:

Exemplos:
canais sonoros. Número do disco.
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COMPOSITOR. Título. Local: Gravadora, ano. Número de discos (tempo de gra-
vação em minutos): número de rotações por minuto, sulco ou digital, número de
4.
OS PERIGOS do uso de tóxicos. Produção de Jorge Ramos de Andrade. Coordenação de Maria Izabel
Azevedo. São Paulo: CERAVI, 1983. 1 videocassete (30 min), VHS, son., color.
KOBAYASHI, K. Doença dos xavantes. 1980. 1 fotografia, color., 16 cm x 56 cm.
O DESCOBRIMENTO do Brasil. Fotografia de Carmem Souza. Gravação de Marcos Lourenço. São
53

Paulo: CERAVI, 1985. 31 diapositivos, color. + 1 cassete sonoro (15 min), mono.
ESTAÇÃO da Cia. Paulista com locomotiva elétrica e linhas de bitola larga. 1 fotografia, p&b. In: LOPES,
Eduardo Luiz Veiga. Memória fotográfica de Araraquara. Araraquara: Prefeitura do Município de
Araraquara, 1999. 1 CD-ROM.
6.

INSTITUTO GEOGRÁFICO E CARTOGRÁFICO (São Paulo, SP). Regiões de governo do Estado de São
Paulo. São Paulo, 1994. atlas. Escala 1:2.000.
Ao finalizar esse tópico vale destacar que os elementos essenciais nele apresentados dizem respeito
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àqueles que não podem faltar na elaboração da referência, isso significa que outros elementos podem ser
inseridos, desde que sua complementação melhore a identificação do documento referenciado.
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

Resumo do Capítulo 5
Nesse capítulo você aprendeu:
• A respeito dos tipos de citações e como devem ser feitas as citações nos textos do trabalho
acadêmico;
• As formas de referenciar os documentos citados no trabalho.

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4.
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6.

CHEGAMOS AO FINAL!
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Prezado aluno, esta última auto-atividade indica que chegamos


ao final da disciplina! Ela uma atividade avaliativa, portanto,
revise o conteúdo do capitulo e faça-a com atenção e
dedicação.
Além de fazer essa última auto-atividade você deverá preencher
uma avaliação sobre o desempenho do professor que ministrou
essa disciplina. Essas avaliações serão analisadas com o
objetivo de melhorar constantemente a qualidade de ensino no
ITQ, por isso dedique atenção e sinceridade a essa tarefa.
Não se esqueça de entregar a página de auto-avaliação ao
professor e a página de avaliação docento à secretaria do ITQ!
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ANOTAÇÕES

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INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR NOTA

METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO


AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 5

Nome: Série: Data de Entrega:

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Questões

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1) Redija um pequeno texto que contenha uma citação direta com mais de três linhas.

2)
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Redija um pequeno texto que contenha uma citação indireta.
3
4.
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3) Faça uma referência de Artigo em periódico.


6.

4) Faça uma referência de livro considerado em parte.


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5) Faça uma referência de utilização de um vídeo.


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ANOTAÇÕES

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Final
Prezado Aluno (a),
O seu aprendizado não será em vão.
Existe uma caminhada maravilhosa pela frente, uma aventura no descobrimento de novos conhecimentos,
e também uma preparação e treinamento adequados para o ministério. Esta disciplina irá lhe acompanhar

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durante todo o curso, louvamos a Deus por podermos contribuir no sentido de alicerçar a sua vida acadêmica
e prepará-lo para realizar bons trabalhos.

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Continue firme no seu propósito de conhecer ao Senhor, ser aperfeiçoado no seu caráter, e especialmente
preparar-se para servir através do curso escolhido.
Deus te abençoe, sucesso na jornada acadêmica!

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Profa. Kátia Alves de Oliveira Fontanin
Profa. Mestra Rosenery Loureiro Lourenço
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REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR6022: apresentação de artigos em publicações perió-
dicas. Rio de Janeiro, 2003.

______. NBR6023: informação e documentação – referências - elaboração. Rio de Janeiro, 2002.

5
______. NBR10520: informação e documentação – apresentação de citações em documentos. Rio de Janeiro,
2002.

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______. NBR14724: informação e documentação – trabalhos acadêmicos - apresentação. Rio de Janeiro, 2005.

BEUREN, Ilse M. (Org). Como elaborar trabalhos monográficos em Contabilidade: teoria e prática. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2008.

17
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica. 3. ed. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil,
1983.

COOPER, Donald R.; SCHINDLER, Pamela S. Métodos de Pesquisa em administração. Tradução: Luciana de
3
Oliveira da Rocha. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2003.
4.
FREEDIGITALPHOTOS.NET. Disponível em http://www.freedigitalphotos.net/. Acesso em fev. 2011.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.

HOUAISS, Antônio. Minidicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.
53

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São Paulo,
Atlas, 1992.

MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaboração de Monografias e Dissertações. São Paulo: Atlas, 1994.
6.

MICHAELIS. Moderno Dicionário da Lingua Portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 2000. Disponível em: <
http://michaelis.uol.com.br/>. Acesso em: fev. 2011.
OLIVEIRA NETTO, Alvim Antônio de. Metodologia da Pesquisa Científica: Guia Prático para a Apresentação
18

de Trabalhos Acadêmicos. 2. ed. Florianópolis: Visual Books, 2006.

SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia Científica: a construção do conhecimento. Rio de Janeiro:
DP&A editora, 1999.

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