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Prevenção e controlo de infeção na higienização de roupas, materiais e

equipamentos

Independentemente da área a ser higienizada, é fundamental que haja remoção da sujidade


ou matéria orgânica.

A limpeza diz respeito ao processo de remoção física da sujidade que inclui a remoção dos
microrganismos nela contidos e da matéria orgânica facilitadora da sobrevivência e
proliferação dos mesmos, tornando as superfícies seguras para doentes e profissionais. A
limpeza permite ainda restabelecer a função e evitar a deterioração contribuindo para
os utilizadores considerem uma boa imagem hospitalar.

Os materiais, tal como as instalações, podem constituir um reservatório e uma fonte


de infeção se as precauções não forem tomadas em consideração para a descontaminação
dos mesmos.

Cada um destes processos é progressivamente mais destrutivo e mais caro devendo ser
escolhido o mais apropriado, tendo em consideração o risco infecioso, a utilização prevista
e o custo.

A lavagem consiste no processo de remoção da sujidade por meios químicos,


mecânicos ou térmicos, efetuada aos espaços físicos e equipamentos
(incluindo pavimento, janelas, teto, varandas, mobiliário, equipamentos e
outras estruturas similares) num determinado período de tempo.
Existem 3 meios de lavagem podem ser caracterizados da seguinte forma:

Meio Químico: É proveniente da ação de produtos com propriedades de dissolução,


dispersão e suspensão da sujidade;
Meio Mecânico: É proveniente da ação obtida pelo ato de esfregar manualmente
ou pela pressão de uma máquina de lavar, no sentido de permitir remover a sujidade;
Meio Térmico: É proveniente da ação do calor, o qual reduz a viscosidade da
gordura, tornando-a mais fácil de remover. Sempre que a temperatura for alta e
aplicada em tempo suficiente, ela também poderá ter, por si só, uma ação desinfetante
ou esterilizante.

A lavagem pode ser de duas formas:

Lavagem Mecânica

Lavagem Manual

Esta lavagem é aconselhada para te


Após a lavagem, devem fazer-se v
A qualidade de uma lavagem mecânica depende de quatro fatores: detergente.

▪ Tempo; A roupa lavada à mão pode ser lig


▪ Ação mecânica; tanto quanto se estende, correndo
▪ Temperatura; depressa.
▪ Ação química.

A escolha dos produtos depende de:

▪ Tipo de procedimento que pr


lavar e posteriormente desinf
▪ Tipo de superfície que vamos
▪ Características do material (
de material).
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▪ Vertente microbiológica - consiste na remoção de grande parte dos microrganismos
e da matéria orgânica que favorece a sobrevivência e proliferação
desses microrganismos, o que contribui para uma maior segurança, ou seja, prevenir
as IACS para doentes e profissionais;
▪ Vertente não microbiológica - consiste em manter a aparência cuidada, restabelecer
a função e evitar a deterioração das superfícies.

De acordo com a abrangência e objetivos a atingir, podem estabelecer-se diferentes


frequências de limpeza:

▪ Limpeza concorrente: é a higienização diária, que é feita com o objetivo de


reduzir os riscos de infeção. O procedimento pode ser realizado duas vezes por dia ou
sempre que houver necessidade.

Podem ser encontradas as seguintes tarefas de limpeza:

• limpeza de objetos e das mesas de refeição e cabeceira;


• higienização das mesas;
• limpeza do suporte de soro;
• higiene também das cadeiras e outros móveis;
• limpeza de travesseiro e colchão;
• também limpeza de grades, painéis e escadas.

Outra atividade que está inserida nas ações de limpeza concorrente é a higienização de
pisos de quartos e enfermarias, corredores, áreas sanitárias e administrativas.

Vale destacar que a limpeza concorrente se trata de uma limpeza, normalmente do tipo
húmida e menos completa do que a limpeza terminal.

▪ Limpeza de conservação ou semanal: é a limpeza que embora não necessite de ser


realizada todos os dias, pela sua importância na conservação de um bom
ambiente, não deve ser descurada, devendo por isso ser realizada pelo menos
uma vez por semana;
▪ Limpeza imediata: é aquela que é realizada quando ocorrem salpicos e/ou derrames
(ex: sangue ou outra matéria orgânica) em qualquer período do dia, podendo ser

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solicitada pelos profissionais de saúde ou sempre que constatada pelo funcionário do


serviço de limpeza;
▪ Limpeza global ou terminal: trata-se de uma limpeza mais completa e de fundo,
que contempla estruturas por vezes de difícil acesso e/ou limpeza.

A limpeza terminal é realizada sempre após a transferência, alta, internação prolongada e


ambiente de óbito do doente. Além disso, a limpeza terminal também acontece em salas
cirúrgicas, logo após o procedimento.

A limpeza terminal se baseia nas emergências e necessidades das áreas crítica, semicrítica e
não crítica e inclui todas as superfícies e móveis.

Assim, todos os objetos do quarto são higienizados, bem como cadeiras de rodas, macas,
todos os equipamentos, além de janelas, portas, luminárias e o teto.

Entre as tarefas da limpeza terminal, estão:

• limpar e desinfetar mesas e suportes;


• higienizar colchões;
• limpar a cama;
• realizar a limpeza de cadeiras e outros móveis do local;
• higienizar pisos, paredes, vidros e demais superfícies;
• recolher roupas de cama e higienizar os impermeáveis.

Desinfeção

Face ao facto da quantidade de microrganismos que existem em estabelecimentos de saúde,


o processo de desinfeção torna-se essencial, a bem da promoção da saúde de todos.

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A desinfeção representa um processo que elimina quase todos os microrganismos


patogénicos, (mas não todos os esporos bacterianos), dos materiais, mediante a
aplicação de meios físicos (desinfeção térmica) ou químicos (através de
desinfetantes). Um desinfetante é um agente (germicida químico), que destrói os
microrganismos particularmente patogénicos, o qual está formulado para uso exclusivo em
dispositivos médicos, materiais ou superfícies.

A desinfeção é utilizada após a limpeza de uma superfície que teve contacto com
matéria orgânica (todas as substâncias que contenham sangue ou fluídos corporais:
fezes, urina, vómito, entre outros).

Pode ser de vários níveis, com diferentes tipos de desinfetantes, podendo ainda ser afetado
por fatores: limpeza prévia do artigo mal-executada, tempo inadequado de exposição
ao germicida, concentração da solução germicida alterada por diluição, exposição
à luminosidade e evaporação.

A eficácia da desinfeção depende do desinfetante utilizado, da sua concentração e do tempo


de contacto com o material.

Existem três níveis de desinfeção de acordo com o nível de risco do material e com
a contaminação presente:

▪ Nível Elevado: Destrói todas as bactérias vegetativas, todos os vírus, mas não
necessariamente todos os esporos;
▪ Nível Intermédio: Destrói todas as bactérias vegetativas, incluindo Mycobacterium
tuberculosis, mas não necessariamente todos os vírus ou esporos;
▪ Nível Baixo: Destrói a maior parte das bactérias patogénicas (não necessariamente
Mycobacterium tuberculosis) e alguns vírus.

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Métodos de Desinfeção

O tratamento de superfícies com matéria orgânica difere de acordo com o local e o volume
do derrame, sendo dividida em duas técnicas de desinfeção:

▪ Com pequena quantidade de matéria orgânica;


▪ Com grande quantidade de matéria orgânica. Sempre que houver presença de
matéria orgânica em superfícies, essa deverá ser removida.

Seguindo-se o processo de limpeza e, posteriormente, a desinfeção. É imprescindível que o


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local seja rigorosamente limpo antes da desinfeção.
▪ O;
O desinfetante usado deverá ter em conta, o tipo de superfície a ser desinfetada, o tempo
disponível para a operação de desinfeção, o método de aplicação, a compatibilidade com os
▪ As propr
agentes de limpeza o efeito de corrosivo do produto, a absorção do produto, tempo de reação ▪ O tempo
necessário e o tipo de microorganismos presentes
▪ O tipo d

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Recomendações

▪ Lavar antes de desinfetar;


▪ Nunca juntar detergente e desinfetante;
▪ Nunca juntar água quente ao desinfetante: pastilhas (Presept);
▪ Depois de desinfetar com Hipoclorito de Sódio a 1%, de preferência deve passar a
superfície com água limpa;
▪ Nunca utilizar produtos não autorizados pela instituição.

Esterilização

A esterilização consiste no método capaz de eliminar todas as formas de vida microbiana, ou


seja, bactérias na forma vegetativa e esporulada, fungos e vírus, mediante aplicação
de agentes físicos (estufa e autoclave), químicos e gasoso (óxido de etileno).

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A atividade dos agentes esterilizantes depende de inúmeros fatores, alguns inerentes às


qualidades intrínsecas do organismo e outros dependentes das qualidades físico-químicas do
agente ou fatores externos do ambiente:

▪ Número e localização de microrganismos;


▪ Resistência inata dos microrganismos;
▪ Concentração e potência do agente germicida;
▪ Fatores físicos e químicos;
▪ Presença de matéria orgânica;
▪ Duração da exposição;
▪ Formação de biofilmes.

O período de tempo requerido para cada tipo de material ou processo empregue deve ser
rigorosamente respeitado, para permitir o contato do agente esterilizante com toda
a superfície dos artigos, promovendo assim a esterilização. A redução do tempo
não promoverá a esterilização e o aumento do tempo irá danificar os materiais.

O ciclo de esterilização através do vapor saturado sob pressão (autoclave), método


mais utilizado nas unidades de saúde, compreende as fases: retirada do ar da câmara,
entrada do vapor, esterilização, exaustão do vapor e secagem.

Os equipamentos têm diferentes formas de programação de ciclos, devendo-se seguir as


orientações do fabricante.

A esterilização em estufa é pouco utilizada, sendo quase exclusivamente da área


odontológica.

Existem dois métodos de Esterilização:

Esterilização Térmica

▪ Esterilização por Calor Húmido: Exposição a vapor saturado com água a 121ºC
durante 15 minutos ou 134ºC durante 3 minutos em autoclave; (134ºC durante 18
minutos para priões);
▪ Esterilização por Calor Seco: Exposição a 160ºC durante 120 minutos ou 170ºC
durante 60 minutos; este processo é frequentemente considerado menos fiável do
que o processo a vapor, especialmente para dispositivos médicos com lúmen.

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Esterilização Química

▪ A esterilização química, por meio de agentes germicidas, é também conhecida como a


esterilização a frio, mediante a imersão dos produtos em solução química, quando não
há possibilidade e de outro tipo de esterilização;

Limpeza e Higienização de Materiais

Os materiais e equipamentos podem ser veículos da transmissão de microrganismos, o que


torna o processo de descontaminação fundamental. Desta forma, os métodos de
descontaminação devem estar bem definidos e o seu cumprimento é da responsabilidade dos
profissionais. O pessoal destacado para a descontaminação dos materiais deve ter formação
na área e deve ser-lhe facultado o equipamento de proteção necessário, de acordo com o tipo
de procedimento. Na descontaminação do material deve ter-se em conta o nível de risco
que ele representa de acordo com utilização que vai ter.

Níveis de Risco Tipo de Exemplos


Descontaminação
Todo o material que penetra nas Esterilização Implantes;
Material Crítico

cavidades estéreis ou no Instrumentos


organismo do doente por rutura cirúrgicos; Agulhas;
das camadas da pele e mucosas. Sistemas de soros

Todo o material que entre em Desinfeção de alto Lâminas do


Semicrítico

contato com mucosas ou pele nível; Esterilização. laringoscópio,


Material

não íntegra. endoscópio.

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Não-Crítico
Todo o material que entre em Limpeza; Desinfeções Braçadeiras;
contato com a pele íntegra ou de baixo nível. Marquesas; Mesas de
Material

que não entra e contato com o apoio; Chão.


doente.

Toda a avaliação do tipo de descontaminação deve ser feita tendo em conta, além da situação
em que o material irá ser utilizado, o tipo de doente, o tipo de contaminação e os métodos
de descontaminação possíveis de acordo com a compatibilidade do material.

Lavagem Manual

Na lavagem manual deste material e sempre que este seja processado deve ter-se em
atenção a proteção do operador com os equipamentos de proteção individual
adequados (luvas grossas, máscara e proteção ocular e bata ou avental).

Quando for necessário escovar o material, este deve estar mergulhado a fim de evitar salpicos
e formação de aerossóis. Relativamente ao material mais pequeno, neste caso o
perfuro cortante, como o material cirúrgico, deve-se proceder do seguinte modo:

❖ Os instrumentos devem ser submersos numa solução enzimática antes de ser iniciada
a lavagem;
❖ Os instrumentos devem ser lavados em áreas próprias para o tratamento de materiais
contaminados;
❖ A lavagem deve ser efetuada com água quente e detergente para remover a sujidade,
microrganismos, proteínas e matéria orgânica;
❖ A lavagem deve ser feita com movimentos suaves, utilizando uma escova própria
para não haver o risco de corte e mantendo o instrumento submerso para evitar os
salpicos;
❖ Após a lavagem os instrumentos devem ser bem enxaguados e secos antes da
desinfeção ou esterilização.

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Lavagem Mecânica

Deve dar-se preferência à lavagem mecânica sempre que possível, porque além de ser um
método que permite a monitorização e validação, coloca menos riscos para os
colaboradores. Além disso, a maioria das máquinas tem a capacidade de associar à
lavagem, a desinfeção térmica ou química.

Desinfeção Térmica

A desinfeção térmica de alto nível pode ser atingida através da utilização de máquinas de
lavar/ desinfetar, com temperaturas de 75º durante 30 minutos ou 90º durante 10 minutos.

A desinfeção térmica de nível intermédio pode ser atingida através da utilização de máquinas
de lavar/ desinfetar, com temperaturas que variam entre os 90º durante 1 segundo ou os 65º
durante 10 minutos.

Desinfeção Química

A desinfeção química de nível elevado pode ser conseguida através de máquinas (ex:
endoscópios) ou manualmente com a utilização de desinfetantes.

Os desinfetantes que estão disponíveis para utilização são:

❖ Ortoftalaldeído (Cidex OPA ®): Pode ser usado em máquinas. A desinfeção de alto
nível é atingida aos 5 minutos de contacto. Após a desinfeção, o material deve ser
abundantemente enxaguado em água estéril ou filtrada, ou com água comum
desde que possa ser submetido a uma passagem com álcool a 70º no final da
secagem. Após a secagem o material deve ficar protegido do contacto com o meio
ambiente até à próxima utilização;
❖ Existem máquinas para endoscópios que podem utilizar outro tipo de desinfetantes de
alto nível como o Glutaraldeído (devido à toxicidade para o pessoal o seu uso manual
deve ser evitado) e o Ácido Paracético;

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❖ Os desinfetantes à base de cloro: Na DCC (Presept ®) em concentrações de 1000 ppm


(partes por milhão) e 10000 ppm, durante 20 e 5 minutos respetivamente, atingem um
alto nível de desinfeção, mas a maioria dos materiais não é compatível com este
tipo de desinfetante nestas concentrações.

A desinfeção química de nível intermédio pode ser conseguida através de máquinas


(máquinas de lavar/ desinfetar), em que muitas vezes é associada à desinfeção térmica,
e manualmente com a utilização de desinfetantes.

Os desinfetantes de nível intermédio que estão disponíveis para utilização são:

❖ Álcool Etílico a 70º: Imersão do material seco durante 10 minutos;


❖ Na DCC na concentração de 1000 ppm: Imersão do material durante 10 minutos.

A desinfeção de baixo nível pode ser conseguida através da utilização de desinfetantes


químicos:

❖ Álcool Etílico ou Isopropílico (70 a 90º): Aplicação na superfície limpa e seca com
toalhete embebido, deixando secar naturalmente;
❖ Na DCC 100 a 150ppm: Aplicação na superfície limpa e seca com um toalhete ou
pano embebido na solução e deixar secar. Em superfícies delicadas, no final da
secagem enxaguar com água limpa);
❖ Amónio Quaternário em toalhetes ou em pulverizador (Anios®): É um desinfetante
com ação detergente associada, pelo que, a superfície não tem que ser previamente
lavada. Deve-se limpar e desinfetar a superfície com o toalhete impregnado e
deixar secar sem forçar a secagem, ou pulverizar a superfície com o desinfetante,
espalhar com um toalhete e deixar secar (seguir as indicações do fabricante). No caso
de haver contaminação com fluidos orgânicos, deve-se proceder à sua remoção com
o mesmo produto e depois fazer uma segunda aplicação.

Produtos de Lavagem

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Os produtos que estão destinados à lavagem de doentes ou das mãos dos profissionais, não
são adequados para lavar o material. Os produtos a utilizar devem ser sempre os indicados
para o tipo de lavagem (manual ou mecânica), o tipo de material a lavar, o grau e tipo de
contaminação presente.

Lista de produtos a utilizar:

❖ Detergente Desincrustante (ex.TFD4 ®):


❖ Ferros cirúrgicos, tubos de aspiração;
❖ Detergente Enzimático (ex. Aniozyme DLT®): Materiais de fibra ótica, ferros
cirúrgicos com canais ou muito complexos, materiais sensíveis;
❖ Detergente Desengordurante: Lavagem manual de loiça;
❖ Detergente de Uso Comum: Lavagem de superfícies (chão, paredes, bancadas,
mobiliário etc.);
❖ Detergente/ Desinfetante (ex. Anios®): Para superfícies em que se queira associar a
desinfeção à limpeza.

Produtos Contraindicação

Álcool etílico a 70% Acrílico, borrachas, tubos plásticos, pintura


de prancha longa

Glutaraldeído (Validade de 14 a 28 Não é indicado para desinfeção de superfícies


dias)

Hipoclorito de sódio (24 horas) Em mármores e metais devido à ação


corrosiva

Aplicação e Utilização

Fatores que interferem na ação do desinfetante químico:

❖ Natureza do item a ser selecionado: Quanto mais lisa, não porosa e simples for a
superfície do artigo, mais favorável será ao processo de desinfeção;
❖ Resistência intrínseca dos microrganismos: Os microrganismos apresentam
diferentes níveis de suscetibilidade aos germicidas químicos, em função das suas
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características próprias. Esta diferença determina a classificação dos germicidas


em níveis, quanto ao seu espectro de ação;
❖ Quantidade de matéria orgânica presente: Sangue, fezes, muco, dentre outros
materiais orgânicos presentes no artigo podem ocasionar a ineficácia do germicida;
❖ Tipo e concentração do germicida: A escolha do germicida deve basear-se no nível
de desinfeção necessário para uso seguro do artigo, considerando-se o espectro de
ação do desinfetante, na concentração recomendada pelo fabricante;
❖ Tempo e temperatura de exposição: Para cada germicida existe uma relação
determinada entre os parâmetros de tempo de contato e temperatura para atingir um
ótimo desempenho, no que se refere ao espectro de ação. Em relação à temperatura,
é necessário ressaltar que os limites determinados pelo fabricante devem
ser observados, pois, acima de certa temperatura, alguns germicidas passam a
degradar- se, perdendo a ação desinfetante;
❖ Outros fatores: pH da solução, dureza da água usada para diluição e a presença de
outros produtos químicos (exemplo: resíduos de detergente) podem afetar
negativamente a ação do desinfetante;
❖ Número de microrganismos presentes no artigo.

Preparação de Produtos

Um erro comum no manuseamento de produtos químicos para limpeza é achar que


misturar produtos aumenta a sua eficácia, o que não é verdade. Essa mistura pode
produzir gases tóxicos, níveis de calor perigosos, danos à saúde e ao meio ambiente,
sem contar que a mistura pode neutralizar os produtos, invalidando a aplicação.

Nunca misturar produtos, nomeadamente desinfetantes e detergentes, sob pena de provocar


reações químicas tóxicas e/ou de anular o efeito do desinfetante.

Precauções

Ter em atenção as recomendações dos fabricantes quanto às incompatibilidades dos


materiais:

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❖ O cloro é corrosivo para a maioria dos metais e plásticos e para as borrachas,


dependendo da concentração e tempo de contacto;
❖ O álcool causa secagem de alguns plásticos e borrachas e também de materiais
de silicone, poliuretano etc.

Armazenamento e Conservação de Materiais

O local de armazenamento deve ser limpo e organizado semanalmente, verificando-se


se existem sinais de infiltração, presença de insetos, retirando-se os pacotes danificados,
com sinais de humidade, prazo de validade da esterilização ultrapassado, etc.

Esses materiais devem ser reprocessados. Ao empacotar os pacotes, deve-se deixar na parte
da frente aqueles com uma data de validade de esterilização mais próxima e os
recém- esterilizados mais ao fundo.

Na distribuição dos pacotes esterilizados, estes devem ser manipulados com as mãos
limpas, com cuidado e o mínimo de vezes possível.

Os materiais de empacotamento incluem

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▪ Papel: Previne a contaminação desde que esteja intacto, mantém a esterilidade por
um período longo, pode ser utilizado como campo estéril e pode também ser
utilizado para envolver dispositivos sujos depois do procedimento;
▪ Certos Plásticos: Só o polietileno e o polipropileno são adequados para a
esterilização com óxido de etileno;
▪ Têxteis não-tecidos descartáveis;
▪ Contentores: Podem ser utilizados se contiverem, apenas, material para a
utilização num único procedimento. Devem possuir um filtro e uma válvula
que deve ser monitorizada regularmente;
▪ Os sistemas de empacotamento para objetos estéreis devem cumprir a legislação
e/ou regulamentos locais;
▪ As condições de acondicionamento adequadas são essenciais para manter
a integridade dos objetos esterilizados;

▪ O utilizador deve controlar a integridade da embalagem antes da utilização.

No armazenamento e conservação do Material Clínico deve-se ter as seguintes


precauções:

▪ Garantir a integridade da embalagem;


▪ Área seca e longe da humidade;
▪ Armários com portas;
▪ Não sobrelotar gavetas e armários;
▪ Não dobrar, amassar ou colocar elásticos para segurar as embalagens;
▪ O armazenamento é constituído por um conjunto de funções de receção,
descarga, arrumação e conservação dos materiais;

▪ O objeto deve ser empacotado para a esterilização;


▪ Só objetos empacotados podem ser descritos como estéreis.
O envio do material obriga ao preenchimento de uma requisição de material esterilizado,
a folha de registo utilizada na urgência para envio de material para a esterilização
encontrasse anexo VI. Esse dossier, tem para além das folhas de requisição, um conjunto de
orientações
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sobre que tipo de material vai ou não à esterilização. O envio do material para esterilizar
deve ser obrigatoriamente conferido pelo técnico da esterilização.

Quando o material chega à unidade, deve ser obrigatoriamente conferido pelo técnico
de saúde e arrumado nos armários da sala de tratamentos.

Sempre que exista alguma discrepância entre o que foi requisitado e o que foi fornecido e
que não possa ser esclarecida na altura, deverá ser deixada informação ao técnico do
turno da noite, para que no turno da manhã seguinte se possa esclarecer a situação

Limpeza e Higienização de Equipamentos

Antes de fazer qualquer higienização é necessário ter sempre em atenção o equipamento


de proteção individual, falado interiormente, necessário á realização da tarefa a realizar.

A limpeza e desinfeção de equipamentos é fundamental para a sua boa manutenção do estado


de higiene bem como permite manter de forma mais eficaz a sua operacionalidade
e longevidade.

O equipamento que genericamente se encontra abrangido neste ponto, é o seguinte:

▪ Cama e unidade do doente com todos os seus componentes;


▪ Utensílios e materiais diversos como jarros, baldes, pentes, escovas, tala
para colocação de cateter arterial, mangas de pressão, etc;
▪ Material que não vai à esterilização, mas que carece de desinfeção após a sua
limpeza com água corrente e detergente, para retirar restos de
matéria orgânica, secreções, etc.:
▪ Mesas de trabalho;
▪ Carros de higiene e de penso;
▪ Cadeiras e cadeirões de napa;
▪ Bancada central e telefone.

Os detergentes e desinfetantes a utilizar em contexto de saúde deverão ser submetidos à


aprovação da Comissão de Controlo de Infeção.

Todos os outros são considerados inaceitáveis. Eis alguns exemplos:

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▪ Detergentes em pó;
▪ Produtos cerosos derrapantes;
▪ Detergentes e desinfetantes pré-diluídos ou que estejam fora das suas embalagens de
origem;
▪ Produtos de limpeza ou de desinfeção que estejam sem ficha de segurança.

Fatores que afetam a eficácia dos desinfetantes:

▪ Concentração;
▪ Tempo de contato;
▪ Temperatura;
▪ Presença de matéria orgânica;
▪ pH;
▪ Presença de iões de cálcio OU MAGNÉSIO (ex: dureza da água utilizada para a
diluição);
▪ Formulação do desinfetante.

No decorrer da preparação de produtos concentrados, os técnicos devem seguir as orientações do


fabricante para obter o resultado esperado. As diluições devem ser feitas com muito cuidado, evitando
borrifar os produtos concentrados, tanto no técnico auxiliar de saúde como no ambiente onde se faz a
manipulação.

Alguns produtos, principalmente os concentrados, podem causar irritação na pele, olhos,


mucosas e até queimaduras nos operadores. Deve-se estar atento às dosagens recomendadas,
uma vez que nas dosagens manuais podem ocorrer erros na diluição, o que inclusive
compromete a eficácia do produto.

O recipiente onde o produto é diluído deve estar limpo e ser lavado entre a diluição de um
produto e outro. As diluições devem ser feitas acrescentando-se ao produto água e não ao
contrário. É obrigatório utilizar sempre um doseador para proceder à diluição.

Os procedimentos de desinfeção devem:

▪ Cumprir os critérios para a destruição de microrganismos;

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▪ Ter um efeito detergente;


▪ Atuar independentemente do número de bactérias presentes, do grau de dureza
da água ou da presença de sabão e proteínas.

Para que sejam aceitáveis em ambiente hospitalar, devem ser:

▪ Fáceis de usar;
▪ Não-voláteis;
▪ Não nocivos para equipamento, profissionais e doentes;
▪ Sem cheiro desagradável;
▪ Eficazes num curto espaço de tempo.

Orientações para a descontaminação de materiais e


equipamentos
Equipamento/ Níveis de Risco Descontaminação Descontaminação
Material Recomendada Alternativa
Arrastadeiras Não-crítico Desinfeção térmica Lavagem manual e desinfeção
da superfície exterior com
NaDCC 2500 ppm
Aspirador e tubos Não-crítico Desinfeção térmica
de aspiração
Ambú Semicrítico Desinfeção térmica Lavagem manual com água e
detergente; esterilizar a vapor
ou plasma
Bacias para Não-crítico Desinfeção térmica Lavagem manual com água e
higiene detergente; secagem e
desinfeção com álcool a 70º
Banheiras Não-crítico Lavagem manual com Lavagem manual com água e
água e detergente; detergente; secagem e
desinfeção com desinfeção com toalhete
toalhete embebido em embebido em álcool a 70º
NaDCC 150ppm ou
amónio quaternário.
Enxaguar.
Colchões e Não-crítico Lavagem e desinfetar Lavagem manual com água e
almofadas com amónio segundo detergente; secagem e
as indicações do desinfeção com toalhete
fabricante. embebido em álcool a 70º
Espéculos Crítico Lavagem em máquina;
vaginais esterilizar a vapor.
Estetoscópio Não-crítico Desinfetar com
toalhete embebido em
álcool a 70º.
Humidificador de Semicrítico Desinfeção térmica Lavar com água e detergente;
oxigénio secar; passar por álcool a 70º
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Instrumentos Crítico Lavagem em máquina;


cirúrgicos esterilizar a vapor ou
plasma.
Jarros urina Não-crítico Desinfeção térmica
Laringoscópio Semicrítico Lavagem em Lavar com
máquina; esterilizar máquina.
a vapor ou plasma.
Máscaras de Semicrítico Descartar
oxigénio
Nebulizador Semicrítico Desinfeção térmica Lavar, secar e esterilizar a vapor
ou plasma.
Otoscópio Semicrítico Desinfeção térmica Lavar, secar e
esterilizar a vapor
ou plasma.
Termómetros Semicrítico Passar por álcool cabo
e suporte.
Tabuleiros e taças Não-crítico Lavar com água e
detergente, secar e
desinfetar com toalhete
embebido
Urinóis Semicrítico Desinfeção térmica Lavagem manual e desinfeção
com NaDCC, 1000 ppm

Limpeza e Higienização de Instalações/ Superfícies

A higienização consiste na limpeza de todas as superfícies fixas verticais e horizontais e


equipamentos permanentes das diversas áreas das unidades de saúde.

Inclui pisos, paredes, divisórias, janelas, portas, mobiliários, escadas, suportes, sanitários,
grades de aparelhos de ar condicionado, ventiladores, exaustores, telefones, de
responsabilidade dos auxiliares de serviços gerais.

Equipamentos odonto-médico-hospitalares têm a limpeza sob responsabilidade


dos profissionais auxiliares e técnicos de cada área.

Previamente à lavagem e desinfeção, é fundamental classificar a superfície e/ou área


em função do risco de infeção: crítica, semicrítica e não-crítica.

O risco de infeção das diferentes áreas das unidades de saúde está relacionado com a
especificidade da atividade dos cuidados de saúde prestados e com a suscetibilidade
dos doentes.

Cada área das unidades de saúde pode ser identificada como critica, semi-critica ou
não critica.

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Área Definição Exemplos

Área Área Crítica Geral: Onde existe um Salas de pequena


Crítica maior risco de transmissão de infeção, por cirurgia; Salas de
serem locais onde se realizam estomatologia/ higiene
procedimentos de risco (eminentemente oral; Salas de tratamento
invasivos) e onde se poderão encontrar de feridas.
utentes com o seu sistema imunitário
deprimido.

Área Crítica Específica: São aquelas em


que a especificidade dos procedimentos
realizados tem um considerável risco
biológico, exigindo um plano de limpeza
e de desinfeção próprio

Área Área Semicrítica Geral: São todas as Salas de administração de


Semicrítica áreas utilizadas pelos utentes e onde se aerossóis; Salas de
realizam procedimentos de risco vacinação; Salas de
reduzido, excluindo as que estão injetáveis; Salas de saúde
incorporadas nas áreas críticas. infantil; Salas de saúde
materna e planeamento
familiar; Salas de
podologia; Outros
gabinetes de consulta;
Instalações sanitárias;
Balneários.

Área Semicrítica Específica: São Zona de armazenamento


aquelas onde se armazenam resíduos de resíduos hospitalares
hospitalares com risco biológico. dos grupos III e IV.

Área Correspondem àquelas onde não se Salas do serviço


Não-crítica realizam procedimentos de risco. administrativo e
similares; Salas de
reuniões; Salas de espera;
Corredores e átrios;
Refeitórios, copas e
bares; Escadas internas
de emergência; Entradas
exteriores dos serviços;

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Elevadores.

A frequência da limpeza é estipulada de acordo com a classificação das áreas. No entanto, as


técnicas de limpeza e os produtos empregues, para cada tipo de material, são sempre
iguais em qualquer área da unidade de saúde, quer seja considerada ou não área crítica.

A limpeza dos espaços também pode ser classificada em quatro tipos: limpeza corrente,
semanal, imediata ou global, conforme explicado anteriormente.

A tabela seguinte ajuda a ver em que classificação esta inserida as diversas


instalações/superfícies hospitalares e quantas vezes deve ser limpo.
Limpeza Concorrente Limpeza de Limpeza Global
(2 a 3 vezes por dia) Conservação (1 vez por mês)
(1 vez por semana)
-Escadas e corredores; -Rodapés; Gavetas e -Vidros de janelas e
prateleiras/ Estantes; estores/persianas;
-Vidros de portas e
guichets; - Capachos (lavagem); - Paredes;
-Mobiliário (ex: mesas, - Cortinas (lavagem); - Portas e ombreiras;
cadeiras e secretárias); -Sofás (aspiração para -Sistema de ventilação e
-Equipamento (ex: suportes tecidos e lavagem para respetivas grelhas;
de soro, computadores, napas); -Teto;
candeeiros de mesa, -Pavimento (só com água -Globos, pontos de luz e
telefones, contentor de Quente);
resíduos, etc); respetivas caixas;
- Varandas;
-Balcões de apoio e -Canalizações altas e
bancadas de trabalho; - Contentores (lavagem). calhas técnicas;

-Manípulos de portas; -Pavimento


Corrimãos; (enceramento e
vitrificação)
- Botões e interruptores;
-Zonas de lavagem de
material e equipamento;
-Instalações sanitárias
(nomeadamente lavatório,
torneiras, sanita, base de
duche/banheira e manípulo
do autoclismo);
- Pavimento (com água

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quente e detergente.

Princípios gerais da limpeza de superfícies/instalações:

A limpeza tem um código de cores e uma regra de ouro, que tem como finalidade prevenir a
contaminação cruzada:

Limpar sempre da zona mais limpa para a mais suja

Figura 18: código de cores

Técnicas de limpeza incorretas ou inadequadas podem disseminar microrganismos ao invés


de removê-los da superfície. A limpeza envolve a inspeção, o planejamento, a limpeza,
propriamente dita, a secagem e a avaliação, devendo considerar as seguintes orientações:

▪ Reunir e organizar todo o material necessário no carrinho de limpeza;


▪ Colocar o carrinho de limpeza do lado da porta de entrada do ambiente, sempre
do lado de fora;
▪ Utilizar os EPIs necessários e indicados para a realização do procedimento de
limpeza;
▪ Realizar, quando necessárias, a desinfeção/descontaminação de matéria orgânica;
▪ Trocar as luvas para execução das demais etapas;
▪ Recolher os sacos de lixo do local;
▪ Iniciar a limpeza pelo mobiliário com solução de desinfetante hospitalar para
remoção da sujidade;
▪ Realizar o enxague e, sempre que necessário, repetir o procedimento;
▪ Proceder a limpeza da porta, do visor e da maçaneta;
▪ Proceder a limpeza do piso com solução padronizada;
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▪ Realizar a limpeza do banheiro, iniciando pela pia, o vaso sanitário e, por último, o
piso e ralos (limpar a porta papel toalha, a porta papel higiênico, o espelho, a
válvula de descarga);
▪ Reorganizar o ambiente;
▪ Desprezar as soluções dos baldes ou recipientes utilizados;
▪ Realizar a higienização dos baldes ou recipientes;
▪ Proceder a limpeza das lixeiras, em local específico;
▪ Repor os sacos de lixo;
▪ Retirar as luvas;
▪ Lavar as mãos;
▪ Repor os produtos de higiene pessoal (sabonete, papel toalha e higiênico).

O que limpar e higienizar nas diferentes Instalações/ Superfícies em Unidades/


Serviços Específicos:

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Normas e Procedimentos de Higiene, Segurança e Saúde no


Trabalho
A segurança do trabalho propõe combater, também do ponto de vista não médico, os
acidentes de trabalho, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer educando os
trabalhadores a utilizarem medidas preventivas;

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Para além disso, as condições de segurança, higiene e saúde no trabalho constituem qualquer
programa de prevenção de riscos profissionais e contribuem para o aumento da
competitividade com diminuição da sinistralidade

Obrigações dos trabalhadores:

▪ Cumprir as prescrições de segurança e saúde no trabalho previstas na lei e em


instrumentos de regulamentação coletiva, bem como as ordens e instruções
do empregador;
▪ Zelar pela sua segurança e saúde, bem como pela segurança e saúde de outras pessoas
que possam ser afetadas pelas suas ações ou omissões;
▪ Tomar conhecimento da informação prestada pelo empregador;
▪ Comparecer às consultas e exames médicos determinados pelo médico do trabalho;
▪ Todos os resíduos que contenham sangue;
▪ Sacos/ sistemas coletores de fluidos orgânicos.
▪ Os resíduos do grupo I e II terão como destino os aterros sanitários ou uma
valorização;
▪ Os resíduos do grupo III são submetidos a um tratamento de autoclavagem e
desinfeção química e, posteriormente, depositados em aterros sanitários;
▪ Por fim, os resíduos do grupo IV (escórias e cinzas), provenientes do processo de
incineração, são depositados em aterros.

No meu local de trabalho, Serviço de Urgência


Como já foi referido anteriormente o meio ambiente hospitalar guarda uma estreita
relação com IACS, podendo proporcionar focos de contacto e de transmissão. Esta pode ser
feita de duas formas:

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Assim sendo a transmissão de microorganismos pode ser feita por uma destas etapas:

Figura 23: etapas onde pode ocorrer a transmissão de microorganismos.

A higienização das mãos é reconhecida mundialmente como a medida mais simples, de baixo
custo e com maior impacto para prevenir as infeções relacionadas à assistência à saúde.

As mãos são as principais ferramentas dos profissionais de saúde, desta forma, a segurança
dos doentes está diretamente relacionada à higienização cuidadosa e frequente das mãos
dos profissionais. Assim sendo:

“Uma assistência limpa é uma assistência segura”

Fonte: OMS

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A primeira coisa que faço quando chego ao serviço é a higienização das mãos. Esta é feita de
conformidade modelo conceptual proposto pela OMS, o qual o Hospital de Braga aplica.

▪ Molho as mãos com água;


▪ Aplico uma quantidade suficiente de sabão de forma a cobrir com espuma toda
a superfície das mãos e punhos;
▪ Esfrego as palmas das mãos, uma na outra, tendo em conta de esfregar a palma direita
sobre o dorso esquerdo, com os dedos entrelaçados e vice-versa;
▪ Esfrego a parte de trás dos dedos nas palmas opostas com os dedos entrelaçados;
▪ Esfrego o polegar esquerdo em sentido rotativo, entrelaçando na palma direita e vice-
versa;
▪ Esfrego rotativamente para trás e para a frente as polpas dos dedos da mão direita na
palma da mão esquerda e vice-versa;
▪ Passo as mãos com água;
▪ Seco as mãos com toalhete descartável.

Para que ninguém possa dizer que não sabe como se faz a lavagem, o HB tem em todas as
caixas do papel as instruções.

Figura 24: Aplicação de instruções de lavagem das mãos

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A fricção antisséptica com preparações alcoólicas constitui o método preferido de


higienização das mãos, por ser mais rápido e prático. Também existe regras para esta prática
que eu ponho em prática:

▪ Aplico o desinfetante numa mão, em forma de concha, para cobrir todas as


superfícies das mãos e punhos;
▪ Esfrego as palmas das mãos, uma na outra, esfregando a palma direita sobre o dorso
esquerdo, com os dedos entrelaçados e vice-versa;
▪ Esfrego as palmas das mãos com os dedos entrelaçados;
▪ Esfrego a parte de trás dos dedos nas palmas opostas com os dedos entrelaçados;
▪ Esfrego o polegar esquerdo em sentido rotativo, entrelaçando na palma direita e vice-
versa;
▪ Esfrego rotativamente para trás e para a frente as polpas dos dedos da mão direita na
palma da mão esquerda e vice-versa;
▪ Uma vez secas, as mãos estão seguras.

Como para a lavagem das mãos o HB tem as instruções de desinfeção ao lado do


desinfetante alcoólico.

Figura 25: instruções de fricção antisséptica.

A higiene das mãos com solução alcoólica é considerada tão eficaz quanto à higiene das
mãos com água e sabão. Mas a lavagem das mãos não pode ser substituída pela desinfeção:
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▪ Quando as mãos estão visíveis ou potencialmente sujas ou contaminadas com


matéria orgânica;
▪ Após prestação de cuidados a utentes com infeção gastrointestinal ou suspeita
de infeção por microrganismos produtores de esporos;
▪ Após utilização das instalações sanitárias.

Em suma temos de utilizar:

Figura 26: lavagem vs desinfeção

Existe indicações em que é obrigatória a higiene das mãos na prática clínica onde deve
ser realizada de acordo com o modelo conceptual dos “Cinco Momentos” proposto pela
OMS, aos quais correspondem:

1. Antes do contacto com o doente;


2. Antes de procedimentos limpos ou asséticos;
3. Após risco de exposição a fluidos orgânicos;
4. Após contacto com o doente;
5. Após contacto com o ambiente envolvente do doente.

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O HB tem afixado o modelo conceptual dos “Cinco Momentos” na calha situada por cima
das macas nas diversas unidades.

Figura 27: modelo conceptual dos “Cinco Momentos”, espalhados pelo HB.

Para além de uma boa higienização das mãos os equipamentos de proteção individual
ajudam na prevenção de contaminação e disseminação de micro-organismos dentro do
ambiente hospitalar. Eles estão entre os principais itens de biossegurança hospitalar,
anteriormente explicado a sua importância e funcionalidade.

Estes estão todos juntos para ser mais fácil a sua colocação. Dentro das unidades existe um
cesto onde estão colocados os EPI´s mais utilizados: bata e luvas.

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Figura 28: Cesto com os EPI`s mais utilizados.

Depois da lavagem das mãos começo por:

▪ Efetuar a limpeza e desinfeção das bancadas, carrinhos de medicação do espaço


onde me encontro;
▪ Limpar e desinfetar equipamentos como: Dinamap, cadeirões, cadeiras, cadeiras
de rodas, ....
▪ Preparar o material necessário para a prestação de cuidados de higiene e conforto aos
doentes;

Ao longo do dia:

▪ Limpo e desinfeto determinados equipamentos após utilização na respetiva


área (camas, cadeiras de rodas; monitores, bombas perfusoras, ...);
▪ Colaborar com o enfermeiro na prestação de cuidados de higiene e conforto aos
doentes;
▪ Sirvo as refeições aos doentes de acordo com a indicação do enfermeiro;
▪ Envio produtos biológicos do Serviço de Urgência para o Serviço de Patologia
Clínica/ Anatomia Patológica e Imunohemoterapia;
▪ Efetuo o transporte do doente para a realização de exames ou transferência de local;
▪ Arrumo o material utilizado na minha área de intervenção;

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▪ Procedo à limpeza e desinfeção dos aspiradores de parede, sempre que estes forem
utilizados;
▪ Substituo os contentores de corto perfurantes quando atingem a marca do limite de
capacidade;
▪ Limpo e desinfeto a “Unidade” após a alta do doente:
o Coloco os EPI`s: luvas e bata;
o Retiro resíduos contaminados se aplicável;
o Retiro sistema de aspiração de secreções se aplicável;
o Retirar a roupa da cama, sempre do mais limpo para o mais sujo, sacudindo o
menos possível;
o Substituo as luvas se houve manuseamento de materiais com produtos
biológicos. Neste caso, higienizo as mãos e coloco um novo par;
o Coloco a maca na horizontal, nivelo a altura, afasto-a da parede de forma a ser
possível a limpar a calha;
o Verifico a integridade do colchão;
o Borrifo o colchão e limpo a maca de cima para baixo, do mais limpo para o
mais sujo;
o Limpo a calha e todos os dispositivos médicos (vacuómetros e reguladores de
O2, ar e vácuo) e o tubo do aspirador utilizando Dismofix®, ou toalhetes
Clinell®;
▪ Procedo à reposição de material no turno da noite e sempre que necessário;
▪ Colaboro com equipa de enfermagem sempre que solicitado;
▪ Colaboro com colegas sempre que necessário.

Ao realizar as minhas tarefas diárias tenho sempre em conta os “Cinco Momentos”:

▪ Antes e depois do contato com o doente tenho o cuidado de desinfetar as mãos,


mesmo que utilize luvas;
▪ Quando vou estar em contato com matéria orgânica utilizo os EPI´s necessários, isto
quando vou:
o Ajudar na higiene do doente;
o Na colocação e posteriormente na retirada da arrastadeira;
o Despejar urinóis;
36
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o Despejar de sacos de urina;


o ...

Quando retiro uma aparadeira ou urinol tenho certos cuidados, pois na urgência, vamos
passar por outros doentes até chegar aos sujos/wc para o seu despejo. Os cuidados que tenho
são: cobrir a arrastadeira e o bocal do urinol, para que não haja o risco de salpicos para outros
doentes e também não terem de respirar o cheiro da urina alheia.

No despejo dos sacos de urina os cuidados que tenho são: apos fazer o despejo do saco de
urina para coletor de não derramar nenhuma urina pois na retirada do saco coletor existe
a tendência de cair uma pinga do saco de urina, tenho sempre á mão papel das mãos
pronto para “apanhar” essa pinga e assim não cair ao chão, o transporte do saco coletor até
aos sujos é feito dentro de um saco branco, para não haver possibilidade de contaminação
de outros doentes,

As arrastadeiras e urinóis utilizados na urgência são descartáveis, estes são utilizados nos
serviços que não possuam máquina lavadora/ desinfetadora ou caso esta esteja inoperacional.
No anexo IV podemos ver como se utiliza estas arrastadeiras e urinóis.

Higienização materiais de materiais semicríticos, na urgência temos o nasofibroscópio


de ORL e as lentes de oftalmologia:

▪ Faço a esterilização do nasofibroscópio de ORL, seguindo os procedimentos afixados


na sala de desinfeção do ORL, anexo V, esta esterilização é sempre realizada aquando
solicitado pelo médico ORL:
o Passar toalhete Clinel pela superfície do manipulo e posteriormente num único
movimento descendente passar por toda a superfície flexível. Lavar a
parte flexível com água corrente;
o Mergulhar o fibroscópio durante 5 minutos na solução Cidezyme®;
o Passar compressa embebida em água corrente em toda a superficie flexivel;
o Mergulhar o equipamento durante 5 minutos na solução Anioxyde®;
o Retirar e passar água destilada em abundância e secar com compressa não
esterilizada;

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o Utilizar compressa embebida em álcool a 70% na parte ocular, lente distal e


entrada do cabo de luz.
o Colocar no contentor previamente higienizado com Clinell® e preparado
com uma nova celulose;
o Transportar o nasofibroscópio para a sala de consulta.
▪ O restante material é mandado para a esterilização em caixa apropriada com a
devida requisição de recolha, em anexo VI, esta recolha é feita de manhã e no início
da tarde;

Figura 29: Caixa de transporte de material para esterilizar

▪ Quando recebo o material da esterilização faço sempre uma observação para ver se
o material está bem embalado e arrumo no locar apropriado, tendo sempre em conta
de pôr este novo material por trás, para se utilizar sempre o material mais antigo.

Os resíduos hospitalares são um resultado inevitável da atividade das unidades de saúde. Para
não haver contaminação de material limpo com o sujo existe dois circuitos, um para limpos
e outro para sujos.
Integram-se no circuito de limpos Integram-se no circuito de sujos

▪ Material, equipamento, produtos e ▪ Roupa suja;


▪ Resíduos;

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consumíveis; ▪ Carros com louça suja;


▪ Roupa limpa; ▪ DM contaminados para o Serviço de
▪ Carros de alimentação; Esterilização;
▪ DM provenientes do Serviço de ▪ Material e equipamento de limpeza.
Esterilização

O HB tem um procedimento para não haver contaminação cruzada:

▪ O material, equipamento, produtos e consumíveis, devem chegar aos Serviços pelos


elevadores identificados como “limpos” (elevadores nº 6, 10, 16, 26 e 29), sendo
colocados nas respetivas arrecadações pelos AO que fazem o transporte;
▪ A roupa limpa deve chegar aos Serviços pelos elevadores identificados como
“limpos” ou pelos elevadores “monta-cargas” (nº 4, 5, 7, 8, 13 e 14), sendo colocada
na rouparia pelo AO da Rouparia.
▪ São utilizados carros abertos, mas a roupa encontra-se devidamente embalada;
▪ Os carros de alimentação devem chegar aos Serviços pelos elevadores “monta-cargas”
e são deixados no refeitório dos doentes;
▪ Os DM esterilizados provenientes do Serviço de Esterilização devem chegar aos
Serviços pelos elevadores identificados como “limpos”, com exceção do Bloco
Operatório, em que é usado o elevador nº 31. São utilizados carros fechados para
transporte dos mesmos.
▪ Os resíduos, a roupa suja, os DM contaminados e o equipamento de limpeza devem
circular pelos elevadores identificados como “sujos” (elevadores nº 1, 9, 15, 27 e 30)
e a louça suja nos elevadores “monta-cargas”.

Na urgência a roupa e os restantes resíduos são colocados no respetivo saco conforme a sua
classificação, já explicado anteriormente. Para não haver dúvidas está afixado na urgência,
nas diversas unidades um cartaz com a indicação da triagem e acondicionamento dos RH,
no anexo VII. Na figura 30 temos alguns modelos de colocação de RH e de roupa.

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Figura 30: Carrinho de sujos, balde corta-perfurantes.

Os contentores corto perfurantes devem ser distribuídos de acordo com a quantidade


de objetos cortantes e perfurantes produzidos em cada local de produção e não esquecer de
datar o contentor com o início da utilização.

Destinar os contentores de cortantes e perfurantes apenas para material com essa


designação e colocá-los nos locais definidos para o efeito: salas de tratamento, salas de
trabalho, carros de unidose, alguns gabinetes de consulta, tabuleiros de medicação.

Substituir o contentor quando atingir o limite indicado no mesmo. O contentor não


deverá estar em utilização mais do que 1 mês.

Encerrar definitivamente os contentores de cortantes e perfurantes, antes de


serem acondicionados nos contentores próprios para resíduos do Grupo IV.

Na urgência em divergência com o restante hospital, o AO apenas acondiciona os RH de


nível IV e os vidros. Os restantes RH são acondicionados pelo AO TLH.

Os frascos/ ampolas de vidro vazios são colocados em saco transparente no local de


produção. Posteriormente, este saco é fechado e acondicionado numa caixa de
cartão, existente na zona de sujos, dentro de um saco preto (resíduos do Grupo II), esse saco
preto é marcado a marcador ou com etiqueta a dizer que tem vidros dentro.

O AO TLH retira os sacos com resíduos dos grupos I, II e III das diferentes unidades e
consultórios todos os sacos são fechados com braçadeiras, os resíduos de nível II depois de
fechados são colocados no contentor destinado para este fim.

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Os sacos de resíduos dos grupos I e II, depois de fechados e identificados com o nome do
Serviço e a data, e os contentores de resíduos dos grupos III, devidamente encerrados, são
depositados na zona de depósito de sacos.

Figura 31: Deposito de RH nível IV, III e de vidro.

A recolha intra-hospitalar de resíduos é realizada diariamente entre as 08h00 e as 15h00,


sendo o circuito realizado de acordo com o volume de produção dos Serviços. Os contentores
de resíduos dos Grupos III e IV são recolhidos depois de cheios e encerrados corretamente.
Não é permitida a recolha e transporte dos contentores se estas condições não se verificarem.

Não é permitida a recolha de resíduos dos Grupos III e IV ou outros resíduos considerados
perigosos não contentorizados. Os resíduos são transportados e depositados na Central de
Resíduos, que se encontra localizada no exterior, no piso B1.

Os contentores dos resíduos dos Grupos III e IV são pesados, por Serviço, pelos profissionais
da recolha intra-hospitalar, com supervisão do Serviço de Gestão Hoteleira, sendo estes dados
registados.

As caixas de cartão apenas são recolhidas depois de desmontadas e dobradas pelos Serviços
produtores de resíduos.

Durante a recolha dos resíduos, a estrutura física do carro de transporte não pode ser
ultrapassada.

Os carros de transporte de resíduos não podem entrar nos Serviços. A recolha dos contentores
nos serviços faz-se utilizando carros pequenos próprios para esse efeito, não sendo permitido
o arrastamento dos contentores pelas áreas de circulação.

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Figura 32: Carro de Transporte para Resíduos do Grupo III e IV (à esquerda) e para Resíduos
do Grupo I e II (à direita).

Os AO TLH abastecem os Serviços com contentores limpos vazios e colocam-nos nas zonas
de depósito de sacos (nos Blocos B e D dos Internamentos) e nas zonas de material de
limpeza (nos Blocos C e E dos Internamentos e urgência). O transporte de contentores vazios
é efetuado através dos elevadores identificados como “sujos”.

Na figura seguinte temos um fluxograma onde explica para onde vai os RH, produzidos pelo
HB.

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Figura 33: Fluxograma dos RH I; II; III e IV

A recolha e transporte externo são operações que correspondem à remoção dos resíduos do

local de armazenagem e ao seu encaminhamento para tratamento/valorização e/ou


deposição final. Deverão ser utilizadas técnicas e condições de segurança que garantam a
preservação da integridade física dos profissionais, da população e do meio ambiente.

Todos os resíduos produzidos no Hospital de Braga devem ser encaminhados para tratamento
e destino final adequado, através de empresas devidamente licenciadas.

Em Portugal, o transporte de resíduos é regulamentado pela Portaria n.º 145/2017 de 26 de


abril, alterada pela Portaria n.º 28/2019 de 18 de janeiro, que refere no seu artigo 5.º que
“o

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RVCC – Técnico Auxiliar de Saude

produtor, o detentor e o transportador de resíduos respondem solidariamente pelos danos


causados pelo transporte de resíduos”.

Como referido anteriormente a roupa hospitalar está sujeita a um processo de triagem,


manuseamento, tratamento, embalagem, transporte e acondicionamento especial.
O manuseamento da roupa suja ou contaminada dentro dos hospitais coloca os
profissionais e os doentes em risco de infeção. Assim sendo é necessário ter em atenção,
aspetos já referidos anteriormente, mas vale sempre apena reforçar:

▪ Manusear o menos possível a roupa de cama suja ou contaminada, porque a


agitação favorece a dispersão de microrganismos;
▪ Manter a roupa suja ou contaminada afastada do corpo;
▪ Nunca colocar a roupa suja ou contaminada em cadeiras, mesas, lavatórios ou no
chão.

Tal como para os resíduos, os sacos de roupa na urgência é retirado pelo AO TLH:

▪ O AO TLH retira os sacos com a roupa, encerrando-os com uma abraçadeira e


identificando-os com data e local de produção, e depositando-os dentro dos nas zonas
de depósito de sacos;
▪ No caso de a roupa ser contaminada encher os sacos até 2/3 da sua capacidade,
encerrar os mesmos com a técnica de pescoço de cisne e colocar a abraçadeira;
▪ A roupa suja é recolhida nos depósitos de sacos ou zonas de sujos pelos AO da
Rouparia. A mesma circula em carro de grades aberto, nos elevadores identificados
como “sujos”;

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Figura 34: Acondicionamento e transporte de roupa suja.

▪ Os carros de roupa suja não podem ser transportados caso a sua carga exceda a sua
capacidade, devendo os sacos em excesso ser acondicionados noutro carro;
▪ Os sacos de roupa suja nunca devem ser arrastados pelo chão;
▪ No manuseamento dos sacos de roupa suja devem ser evitadas manobras bruscas;
▪ No manuseamento dos sacos devem ser adotadas técnicas de postura corretas e de
manuseamento de cargas;
▪ Os sacos de roupa suja quando chegam à Rouparia são pesados por serviço, e é
efetuado o registo das pesagens no IMP.GH.032 – Registo da Pesagem de Roupa
Suja.

A roupa limpa vem do prestador externo de serviço de lavandaria, devidamente embalada, é


acondicionada na Rouparia que deve manter condições adequadas de temperatura,
humidade e sem condensação nas embalagens.

A roupa nos serviços é reposta por níveis fixos que foram previamente definidos mediante as
necessidades diárias dos mesmos. Os carros de transporte são preparados, nas instalações da
Rouparia, com os stocks necessários para repor os níveis dos serviços.

Os carros de transporte de roupa limpa têm de estar: lavados, limpos e secos, circular nos
elevadores de limpos e “monta-cargas”. O AO da Rouparia acondiciona nas prateleiras das
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salas previstas para esse efeito e nas estantes devidamente identificadas com a roupa que
vai ser acondicionada.

O local de acondicionamento de roupa limpa deve estar limpo e seco. A roupa deve ser
acondicionada mantendo a embalagem de plástico. Manusear a roupa apenas o
estritamente necessário.

A roupa deve ser retirada das embalagens plásticas e colocada nos carros de roupa limpa de
apoio ao posicionamento e deve ser retirada apenas a quantidade de roupa prevista para
a utilização imediata. A roupa sobrante nunca se colocar de novo nas prateleiras.

4.Reflexão Final

5.Bibliografia

6.Anexos

Anexo I: Protocolo lavagem/desinfeção de mãos

Anexo II: Fricção Antisséptica das Mãos, segundo a Circular Normativa Nº 13/DQS7DSD
da Direção geral de Saúde

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