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As reuniões mediúnicas

Qualificação para Novos Dirigentes e Dialogadores


Diretoria de Estudo e Prática da Mediunidade
Centro Espírita Abibe Isfer

Módulo I – Da organização das reuniões mediúnicas.


“O atendimento fraterno é uma
psicoterapia que modifica a estrutura do
problema no indivíduo que se acerca à
Casa Espírita com ideias que não
correspondem à realidade.”
– Divaldo P. Franco

Projeto Manoel P. de Miranda, Atendimento fraterno. Primeira parte, cap.


1.
Conceito de reunião mediúnica
 “É uma atividade privativa, séria, instrutiva, de
intercâmbio espiritual integrada por trabalhadores que
possuam conhecimento e formação espírita compatível
com a tarefa.” (FEB, Orientação ao centro espírita. Cap.
9, §9.2.2).

 “Entendemos por grupo mediúnico a associação de


pessoas que têm conhecimento da doutrina espírita e que
pretendem dedicar-se ao estudo da fenomenologia
medianímica e, simultaneamente, praticar a excelente
lição do próprio espiritismo, que é a caridade.” (FRANCO,
Divaldo P. e TEIXEIRA, Raul, Diretrizes de segurança.
Cap. 3, q. 48).
Conceito de reunião mediúnica
 “Reunião de desobsessão: oásis de refazimento espiritual.
Pronto-socorro de espíritos sofredores. Hospital de amor
para os doentes da alma.” (SCHUBERT, Suely C., Obsessão
e desobsessão. Terceira parte. Cap. 2).

 “Toda vez em que nos reunimos com o objetivo de


intercâmbio espiritual, experimentamos indizível alegria e
agradecemos ao Senhor da Vida a sublime concessão
através do Espiritismo. [...] [Assim], a reunião mediúnica de
consolo é, sem dúvida, o Cristo-Amor de braços abertos
recolhendo os náufragos que a morte arrebatou do corpo,
auxiliando-os na recuperação de si mesmos.” (FRANCO,
DIVALDO P., Triunfo da imortalidade. Cap. 11).
Natureza das reuniões
1. Reuniões frívolas.

 “As reuniões frívolas se compõem de pessoas que só vêem


o lado divertido das manifestações, e que se divertem com
os gracejos dos Espíritos levianos. Estes as apreciam
bastante e a elas não faltam, por aí gozarem de inteira
liberdade para se exibirem. São nessas reuniões que se
perguntam banalidades de toda sorte, que se pede aos
Espíritos a predição do futuro, que se põe à prova a
perspicácia deles em adivinhar as idades ou aquilo que cada
um tem no bolso, em revelar pequenos segredos e mil outras
coisas sem importância. Tais reuniões não têm maiores
consequências. [...].” (KARDEC, Allan, O livro dos
médiuns. Segunda parte, cap. XXIX, item 325).
Natureza das reuniões
2. Reuniões experimentais.

 “As reuniões experimentais têm por finalidade, mais


particularmente, a produção de manifestações físicas. Para
muitas pessoas, é um espetáculo mais curioso do que
instrutivo. [...] Apesar disso, as experiências desta ordem
trazem uma utilidade que ninguém ousaria negar, já que
foram elas que levaram à descoberta das leis que regem o
mundo invisível e, para muita gente, constituem poderoso
meio de convicção. Sustentamos, porém, que só por si elas
são incapazes de iniciar uma pessoa na ciência espírita,
do mesmo modo que a simples inspeção de um engenhoso
mecanismo não torna conhecida a mecânica de quem não
conheça suas leis.” (Ibidem. item 326).
Natureza das reuniões
3. Reuniões instrutivas.

 “As reuniões instrutivas apresentam caráter muito diverso e,


como são aquelas em que se pode colher o verdadeiro ensino,
insistiremos especialmente sobre as condições em que devem
realizar-se. A primeira de todas é que sejam sérias, na completa
acepção da palavra. [...] Uma reunião só é verdadeiramente
séria quando se ocupa de coisas úteis, com exclusão de
todas as demais. Se seus integrantes aspiram a obter
fenômenos extraordinários, por mera curiosidade ou
passatempo, os Espíritos que os produzem podem até
comparecer, mas os outros daí se afastarão. Numa palavra,
qualquer que seja o caráter de uma reunião, haverá sempre
Espíritos dispostos a secundar as tendências dos que a
componham [...].” (Ibidem. item 327).
Natureza das reuniões
 Com efeito, a natureza de uma sessão mediúnica, em geral,
dependerá do conjunto de objetivos acalentados por aqueles
que a realizam. No caso das reuniões mediúnicas com fins
educacionais e terapêuticos, tanto para desencarnados como
para encarnados, será a postura mental dos participantes
que dela fazem parte o fator crucial que determinará a
seriedade e o sucesso do cometimento.

 De fato, “[...] nossa mente é, dessarte, um núcleo de forças


inteligentes gerando plasma sutil que, a exteriorizar-se
incessantemente de nós, oferece recursos de objetividade
às figuras de nossa imaginação, sob o comando de nossos
próprios desígnios.” (XAVIER, Francisco C., Nos domínios
da mediunidade. Cap. 1).
Natureza das reuniões
 “[...] Examinando, pois, os valores anímicos como faculdades
de comunicação entre os Espíritos, qualquer que seja o
plano em que se encontrem, não podemos perder de vista o
mundo mental do agente e do recipiente, porquanto, em
qualquer posição mediúnica, a inteligência receptiva está
sujeita às possibilidades e à colaboração dos pensamentos
em que vive, e a inteligência emissora jaz submetida aos
limites e às interpretações dos pensamentos que é capaz de
produzir. [...] Em mediunidade, portanto, não podemos
olvidar o problema da sintonia. Atraímos os Espíritos que
se afinam conosco, tanto quanto somos por eles atraídos; e
se é verdade que de nós só pode dar o que tem, é
indiscutível que cada um recebe de acordo com aquilo que
dá.”
Francisco C. Xavier, Nos domínios da mediunidade. Cap. 1.
Objetivos das reuniões
mediúnicas
“As reuniões de caráter mediúnico servem como atividade
escolar, em cujos contextos os Mentores da Vida Maior, em
nome do Cristo, facultam a aprendizagem e a cooperação
recíprocas dos encarnados com os desencarnados e destes
com aqueles. É por meio das reuniões mediúnicas que os
encarnados auxiliam os desencarnados, através da palavra
esclarecedora, da indicação de rumos novos e nobres, da
vibração fraternal da prece. Por outro lado, os desencarnados,
tanto os benfeitores quanto os sofredores, ajudam os
encarnados, indicando trilhas que permitem a aquisição de
equilíbrio e de paz, ou demonstrem – em função dos seus
padecimentos – o que não deve ser feito, para que não
venham a sofrer o que ora padecem no campo invisível aos
olhos comuns.”
Raul Teixeira, Desafios da mediunidade. Espírito Camilo, Parte IV, q. 71.
Objetivos das reuniões
mediúnicas
“É acima de tudo uma oportunidade de o indivíduo
autorreformar-se; de fazer silêncio para escutar as lições dos
Espíritos que nos vêm, depois da morte, chorando e
sofrendo, sendo esse um meio de evitar que caiamos em
seus erros. É também esquecer a ilusão de que nós
estejamos ajudando os Espíritos, uma vez que eles podem
passar sem nós. No mundo dos Espíritos, as entidades
superiores promovem trabalhos de esclarecimento e socorro
em seu favor; nós, entretanto, necessitamos deles, mesmo
dos sofredores, porque são a lição de advertência em nosso
caminho, convidando-nos ao equilíbrio e à serenidade.
Assim, vemos que a ajuda é recíproca.”

Divaldo P. Franco e Raul Teixeira, Diretrizes de segurança. Terceira


parte, q. 49.
Relembrando...
 Diálogo entre Alexandre e André Luiz:

 A. L. “– Por que a doutrinação em ambiente dos


encarnados? - indaguei. – Semelhante medida é uma
imposição no trabalho desse teor?”

 A. “– Não – explicou o instrutor –, não é um recurso


imprescindível. Temos variados agrupamentos de
servidores do nosso plano, dedicados exclusivamente a
esse gênero de auxílio. As atividades de regeneração
em nossa colônia estão repletas de institutos dedicados
à caridade fraternal, no setor de iluminação dos
transviados.” (Continua).
Relembrando...
 “Os postos de socorro e as organizações de emergência, nos
diversos departamentos de nossas esferas de ação, contam
com avançados núcleos de serviço da mesma ordem. Em
determinados casos, porém, a cooperação do magnetismo
humano pode influir mais intensamente, em benefício dos
necessitados que se encontrem cativos das zonas de sensação,
na crosta do mundo. Mesmo aí, contudo, a colaboração dos
amigos terrenos, embora seja apreciável, não constitui fator
absoluto e imprescindível; mas quando é possível e útil,
valemo-nos do concurso de médiuns e doutrinadores humanos,
não somente para facilitar a solução desejada, senão também
para proporcionar ensinamentos vivos aos companheiros
envolvidos na carne, despertando-lhes o coração para a
espiritualidade.”
Francisco C. Xavier, Missionários da luz. Cap. 17.
Objetivos das reuniões
mediúnicas
 Resumidamente, os objetivos das reuniões mediúnicas são
estes:

a) Submeter o espiritista ao contato direto com os fatos e


fenômenos, pois, através do estudo sério destes, é-lhe
dada a oportunidade de solidificar em si próprio os
ensinamentos que aprendeu da Doutrina Espírita.

 De fato, “a instrução espírita não abrange apenas o


ensinamento moral que os Espíritos dão, mas também o
estudo dos fatos. Imcumbe-lhe a teoria de todos os
fenômenos, a pesquisa das causas, a comprovação do que
é possível e do que não o é [...].” (KARDEC, Allan, O livro
dos médiuns. Segunda parte, Cap. XXIX, item 328).
Objetivos das reuniões
mediúnicas
b) Prestar auxílio doutrinário, fluídico e moral aos Espíritos
que sofrem ou que fazem sofrer, concorrendo, assim, para
o seu equilíbrio, melhoria e reajustamento.

c) Apoiar os Espíritos em processo de reencarnação, segundo


as possibilidades disponíveis.

d) Colaborar com os processos de desobsessão planejados e


desenvolvidos pelos obreiros do plano extrafísico.

e) Exercitar o desenvolvimento das virtudes, tais como:


humildade, benevolência, fraternidade, solidariedade,
respeito às diferenças, etc.
Objetivos das reuniões
mediúnicas
f) Cooperar com os benfeitores espirituais na manutenção
das defesas magnéticas da Casa Espírita, ante as
investidas de Espíritos descompromissados com o Bem.

g) Auxiliar na promoção da paz mundial e dos povos


(peacebuilding).

 Sugestão de leitura complementar:

 FRANCO, Divaldo P., Temas da vida e da morte. Pelo


Espírito Manoel P. de Miranda. ‘Enfermagem espiritual
libertadora’.
A equipe desencarnada
“Existe ainda outro ponto não menos importante: o da
regularidade das reuniões. Em todas elas sempre estão
presentes Espíritos a quem poderíamos chamar
frequentadores habituais, que não devem ser confundidos
com os que se encontram em toda parte e em tudo se
intrometem. Estamos nos referindo aos Espíritos
protetores, ou aos que são interrogados com mais
frequência. Não se pense que esses Espíritos nada mais
tenham a fazer, senão ouvir o que lhes queiramos dizer ou
perguntar. Eles têm suas ocupações e, além disso, podem
achar-se em condições desfavoráveis para serem evocados.
Quando as reuniões se realizam em dias e horas certos, eles
se preparam antecipadamente e é raro faltarem.”
Allan Kardec, O livro dos médiuns. Segunda parte, cap. XXIX, item
333.
A equipe desencarnada
“A equipe de encarnados tem assim suas funções
específicas e de grande responsabilidade, mas, ela se
submete, a seu turno, àquela outra equipe – a espiritual –
que é em verdade a que dirige e orienta os trabalhos em
todo o seu desenrolar. Esta equipe [sic], formada por
grande número de trabalhadores, submete-se [sic] à
direção de um mentor ou instrutor espiritual, o qual
responde por todas as atividades programadas pelos dois
grupos: o de encarnados e o de desencarnados, sendo
que o programa estabelecido pela equipe do plano físico
depende, pela sua execução, da aquiescência e
permissão do mentor espiritual.”

Suely C. Schubert, Obsessão/desobsessão. Terceira parte, cap. 4.


A equipe desencarnada
“São enormes as responsabilidades desses amigos
invisíveis, e as qualificações exigidas, para as tarefas que
desempenham junto a nós, são rígidas. Poderíamos dizer
que cada grupo tem os guias e protetores que merece. Se
o grupo empenhase em servir desinteressadamente, dentro
do Evangelho do Cristo, escorado na Doutrina Espírita,
disposto a amar incondicionalmente, terá como apoio e
sustentação uma equipe correspondente, de companheiros
desencarnados do mais elevado padrão espiritual,
verdadeiros técnicos da difícil ciência da alma.”

Hermínio C. de Miranda, Diálogo com as sombras. Segunda parte,


cap. 2 – ‘Os desencarnados – os orientadores’.
A equipe desencarnada
“As atividades que estão afetas à equipe
espiritual são inúmeras e requerem Espíritos
especializados em diversas áreas e de diferentes
categorias tais como, médicos, enfermeiros,
sacerdotes e freiras católicos, pastores evangélicos,
espíritas – entre estes médiuns, doutrinadores e
dirigentes – além de magnetizadores, guardiães,
padioleiros, etc. Para se ter uma ideia cumpre refletir
nas múltiplas facetas dos trabalhos e em tudo o que
ocorre em cada sessão.”

Suely C. Schubert, Dimensões espirituais do centro espírita. Cap. 7.


Atribuições da equipe
desencarnada
 As atribuições da equipe desencarnada, segundo a consóror
Suely C. Schubert, são:

a) Cuidar, por meio de Espíritos especializados neste mister,


da preservação das defesas magnéticas da sessão.

b) Efetuar a triagem dos acompanhantes desencarnados


seguindo os encarnados que aportam na Casa Espírita.

c) Escolher quais entidades sofredoras serão recambiadas ao


intercâmbio mediúnico, providenciando equipes
especializadas que as tragam à sessão.
Atribuições da equipe
desencarnada
 Conforme explica o benfeitor Camilo,

 “Os Mentores desencarnados da sessão, que se postam como


anfitriões capacitados a atuar em sua área de responsabilidades,
recebem os desencarnados sofredores, perturbados, violentos ou
tipicamente maus, que são, invariavelmente, conduzidos por
outras entidades especializadas para esse mister, com
grandes habilidades magnéticas, com intensa desenvoltura
psíquica para que deem conta do trabalho sob suas mãos.
Nenhum desencarnado chega à sessão – quando bem
estabelecida nas bases da seriedade, do equilíbrio – à revelia dos
nobres Guias da Instituição. Mesmo quando os desencarnados
afirmam que estão porque querem, ou que iam passando e
resolveram entrar, isso não corresponde à realidade.” (TEIXEIRA,
Raul, Desafios da mediunidade. Quarta parte, q. 107).
Atribuições da equipe
desencarnada
d) Promover, quando necessário, a manifestação de
desafetos dos componentes desencarnados para
que haja a necessária harmonização.

e) Amparar, de forma amorosa e fraternal, a equipe de


trabalhadores encarnados, fortalecendo-os física e
psiquicamente.

f) Decidir quanto à necessidade de empregar-se a


regressão de memória ao comunicante, assim
como à construção de painéis e quadros fluídicos
destinados ao despertamento do desencarnado.
Preparação da sala. As defesas
magnéticas.
 Na condição de cocriador em plano menor, a criatura
humana, respirando na própria atmosfera fluídica das suas
edificações mentais, a constituir-lhe o campo áureo, assimila
e emite, continuamente, os frutos dos anseios, das
elucubrações, dos pensamentos que acalenta em seu íntimo.
De fato,

 “[...] O ser humano é, essencialmente, aquilo que cultiva na


área mental, movimentando-se na faixa do pensamento que
lhe caracteriza o clima existencial. Exteriorizando ondas
mentais contínuas, sincroniza com outras de teor vibratório
equivalente, que passam a corporificar-se em organização
delicada, sendo reabsorvidas e eliminadas conforme a
intensidade da ideação.” (FRANCO, Divaldo P.,
Mediunidade: desafios e bênçãos. Cap. 4).
Preparação da sala. As defesas
magnéticas.
 “[...] Plasma-se no universo tudo aquilo que vibra. As preces
e os sentimentos enobrecidos fomentam delicadas
construções espirituais que emanam conteúdos de harmonia,
bem-estar e elevação psíquica. As recriminações, os vícios,
as aspirações perturbadoras produzem aglutinações de
partículas que se transformam em vibriões agressivos e
vorazes, que se nutrem do continuum mental, encarcerando
o seu agente, que se lhe torna paciente aprisionado nas
malhas das próprias elucubrações doentias. Larvas, formas
pensamento agressivas, vírus desconhecidos fixam-se no
campo áurico e passam a invadir o corpo perispiritual,
perturbando-lhe a harmonia, que se manifestará como
distúrbios mentais e orgânicos de difícil diagnose e mais
desafiadora terapia.” (Idem. Ibidem.).
Preparação da sala. As defesas
magnéticas.
 Com efeito, para que a eventual presença desses bacilos,
larvas e vírus mentais não afete o cometimento de
assistência aos desencarnados, a equipe espiritual, que
preside a tarefa, certifica-se de efetuar ampla assepsia da
sala de reunião.

 Um exemplo típico de método de limpeza, adotado por


trabalhadores espirituais especializados nesse mister, é a
técnica da ozonização, isto é, a aplicação de O3 – um
forte agente oxidante – para a remoção de impurezas. Tal
técnica é muito empregada, no plano físico, na
desinfecção de ambientes hospitalares, indústrias
alimentícias, além de ser poderoso agente na
descontaminação da água.
Preparação da sala. As defesas
magnéticas.
 Na obra Missionários da Luz, cap. 10, ao tomar nota sobre
os preparativos de uma sessão de materialização, o
Médico de Nosso Lar declara o seguinte:

 “Não decorreram muitos instantes, e alguns trabalhadores


de nossa esfera compareceram, trazendo pequenos
aparelhos que me pareceram instrumentos reduzidos, de
grande potencial elétrico, em virtude dos raios que
movimentavam em todas as direções. Estes amigos —
explicou o meu generoso instrutor [Espírito Alexandre] —
estão encarregados de operar a condensação do oxigênio
em toda a casa.” (XAVIER, Francisco C., Missionários da
luz. Cap. 10).
Preparação da sala. As defesas
magnéticas.
 “O ambiente para a materialização de entidade do plano
invisível aos olhos dos homens requer elevado teor de
ozônio e, além disso, é indispensável semelhante
operação, a fim de que todas as larvas e expressões
microscópicas de atividade inferior sejam exterminadas. A
relativa ozonização da paisagem interior é necessária
como trabalho bactericida.” (Ibidem. Idem).

 Os Guias Espirituais da tarefa, de igual modo,


encarregam-se de estabelecer uma série de campos ou
faixas vibratórias, desde o circuito mediúnico formado
pelos encarnados até a face externa da Casa Espírita,
destinados à proteção da atividade e à separação dos
diversos grupos de Espíritos presentes na sala.
A equipe encarnada.
 Segundo o opúsculo Orientação ao Centro Espírita, da
FEB, Parte II, cap. 9, §9.2.6, a equipe encarnada é
formada pela seguintes funções:

1. Dirigente da reunião mediúnica e substituto;

2. Médiuns ostensivos ou de efeitos patentes, isto é,


psicofônicos, psicógrafos, videntes, audientes, etc.

3. Médiuns esclarecedores, outrora denominados


“doutrinadores” ou “dialogadores”.
A equipe encarnada.
4. Médiuns de apoio ou sustentação, também
designados como “assistentes”, “para a aplicação
de passe, quando houver necessidade, e para
ofertar sustentação à reunião mediúnica através de
prece e da transmissão de energias psíquicas,
harmônicas e amorosas.” (FEB, Orientação ao
Centro Espírita. Parte II, cap. 9).

 A seguir, dediquemos alguns parágrafos para


descrever, sucintamente, as finalidades de cada
uma das funções que compõem a configuração da
equipe encarnada da reunião mediúnica espírita.
A equipe encarnada.
a) Dirigente da reunião mediúnica.

 A rigor, o dirigente “é aquele que preside os trabalhos,


encaminhando todo o seu desenrolar. É o responsável, no
plano terrestre, pela reunião.” (SCHUBERT, Suely C.,
Obsessão/desobsessão. Terceira parte, cap. 5).

 Sua função é “conduzir o grupo para o bom e produtivo


desempenho mediúnico, sem permitir desvios ou a
monotonia do cumprimento do dever por obrigação, de
forma automática. Para o preenchimento desse papel,
compreenderá o dirigente de bom senso que não poderá
simplesmente dispensar os participantes da continuidade
do estudo [...]”. (CAMPETTI, Carlos e CAMPETTI, Vera.
Trabalho mediúnico: desafios e possibilidades. Parte I,
cap. 4).
A equipe encarnada.
 De fato, “uma reunião mediúnica séria, para atingir
seus objetivos com resultados satisfatórios, não pode
prescindir de uma direção estruturada no seguinte perfil
moral: autoridade fundamentada no exemplo, hábito de
estudo e oração, afeição sem privilégios, brandura,
firmeza, sinceridade e entendimento.” (PMPM.
Reuniões mediúnicas. Cap. 1 – ‘Direção’).

 Segundo o Léon Denis, “a direção do grupo deve ser


confiada a uma pessoa excelentemente dotada, no
ponto de vista das atrações psíquicas, digna, além
disso, de simpatia e confiança.” (DENIS, Léon. No
invisível. Segunda parte, Cap. X).
A equipe encarnada.
 Para o Espírito André Luiz, entre as características
desejáveis ao dirigente estão:

“Autoridade fundamentada no exemplo.”


“Hábito de estudo e oração.”
“Dignidade e respeito.”
“Afeição sem privilégios.”
“Brandura e firmeza.”
“Sinceridade e entendimento.”
“Conversação construtiva.”

Francisco C. Xavier e Waldo Vieira, Desobessão. Cap. 14.


A equipe encarnada.
b) Médium esclarecedor (o dialogador).

 De forma muito bela, a médium e oradora espírita Suely


C. Schubert declara que:

 “Esclarecer, em reunião de desobsessão, é clarear o


raciocínio; é levar uma entidade desencarnada, através
de uma série de reflexões, a entender determinado
problema que ela traz consigo e que não consegue
resolver [...]. É levá-la a modificar conceitos errôneos,
distorcidos e cristalizados, por meio de uma lógica clara,
concisa, com base na Doutrina Espírita e, sobretudo,
permeada de amor.” (SCHUBERT, Suely C.,
Obsessão/desobsessão. Terceira parte, cap. 6).
A equipe encarnada.
 Com efeito, entendemos por médium esclarecedor, também
dito dialogador, aquele psicoterapeuta encarnado
responsável por acolher as entidades espirituais
recambiadas à reunião, dando-lhes, através da reflexão
ativa, a oportunidade de rever conceitos, ideias,
pensamentos e propósitos.

 De fato, “órgão catalisador da inspiração, ele [o esclarecedor]


deve ser dúctil ao pensamento dos Instrutores Espirituais da
tarefa. [...] Sem o verbalismo exagerado, nem o monólogo
que se distende sem sentido, ele é o coração amigo que
ouve, o analista que socorre e a mão gentil que conduz,
retirando, do abismo em que se encontra, o ser aturdido.”
(FRANCO, Divaldo P., Suave luz nas sombras. Cap. 55).
A equipe encarnada.
 Buscando traçar uma linha demarcatória entre doutrinação e
evangelização, ensina-nos o Espírito Emmanuel o seguinte:

 “Há uma grande diversidade entre ambas as tarefas. Para


doutrinar, basta o conhecimento intelectual dos postulados
do Espiritismo; para evangelizar é necessário a luz do amor
íntimo. Na primeira, bastarão a leitura e conhecimento; na
segunda, é preciso vibrar e sentir com o Cristo. Por estes
motivos, o doutrinador muitas vezes não é senão o canal dos
ensinamentos, mas o sincero evangelizador será sempre o
reservatório da verdade, habilitado a servir às necessidades
de outrem, sem privar-se da fortuna espiritual de si mesmo.”
(XAVIER, Francisco C. O consolador. Seção 2.4, q. 237).
A equipe encarnada.
 Segundo o Espírito Manoel P. de Miranda, é essencial ao
médium esclarecedor

 “Lucidez do preposto para os diálogos, cujo campo mental


harmonizado deve oferecer possibilidades de fácil
comunicação com os instrutores desencarnados, a fim de
cooperarem eficazmente com o programa em pauta,
evitando discussão infrutífera, controvérsia irrelevante,
debate dispensável ou informação precipitada e maléfica
ao atormentado que ignora o transe grave de que é vítima,
em cujas teias dormita semi-hebetado, apesar da
ferocidade que demonstre ou da agressividade de que se
revista.” (FRANCO, Divaldo P. Grilhões partidos.
‘Prolusão’).
A equipe encarnada.
c) Médiuns ostensivos ou de efeitos patentes.

 Segundo Kardec, “todo aquele que sente, num grau qualquer,


a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. [...]
Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em que
a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se
traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então
depende de uma organização mais ou menos sensitiva. É de
notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da
mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma
aptidão especial para os fenômenos desta ou daquela ordem,
donde resulta que formam tantas variedades quantas são as
espécies de manifestações.” (KARDEC, Allan, O livro dos
médiuns. Segunda parte, cap. XIV, item 159).
A equipe encarnada.
 Segundo o Espírito Manoel P. de Miranda,

 “A mediunidade tem, como fim providencial, a elevação


espiritual da Humanidade e do planeta que habita. Como
consequência, faculta o intercâmbio dos desencarnados
com os homens, rompendo a cortina que aparentemente
os separa, destruindo na base a negação e o ceticismo a
que muitos se aferram. Da mesma forma, oferece a
correta visão da realidade de ultratumba, ampliando a
compreensão em torno do mundo primeiro e causal, onde
todos se originam e para o qual retornam […].” (FRANCO,
Divaldo P., Temas da vida e da morte. ‘Obstáculos à
mediunidade’).
A equipe encarnada.
 Tecendo breves elucidações sobre os médiuns, o Espírito
Calderaro assevera:

 “Buscando símbolo mais singelo, figuremos o médium como


sendo uma ponte a ligar duas esferas, entre as quais se
estabeleceu aparente solução de continuidade, em virtude da
diferenciação da matéria no campo vibratório. Para ser
instrumento relativamente exato, é-lhe imprescindível haver
aprendido a ceder e nem todos os artífices da oficina
mediúnica realizam, a breve trecho, tal aquisição, que
reclama devoção à felicidade do próximo, elevada
compreensão do bem coletivo, avançado espírito de
concurso fraterno e de serena superioridade nos atritos com
a opinião alheia.” (XAVIER, Francisco C., No mundo maior.
Cap. 9).
A equipe encarnada.
 Devemos lembrar que “a mediunidade, na maioria dos casos, é
um compromisso que o Espírito assumiu antes de reencarnar
[...]. Pode surgir como expiação, como prova ou, ainda, como
uma espécie de lembrete para que o médium, na encarnação
planejada, mantenha a consciência de sua condição de Espírito
imortal.” (CAMPETTI, Carlos e CAMPETTI, Vera, Trabalho
mediúnico. Primeira parte, cap. 4, §4.2).

 Segue, ainda, que “a mediunidade, longe de ser marca da


nossa grandeza espiritual, é, ao contrário, o indício de renitentes
imperfeições […]. É, antes de tudo, um ônus, um risco, um
instrumento com o qual o médium pode trabalhar, semear e
plantar, para colher mais tarde, ou ferir-se mais uma vez, com a
má utilização dos talentos sobre os quais nos falam os
evangelhos.” (MIRANDA, Hermínio C., Diálogo com as
sombras, cap. 2, § 2.1.1).
A equipe encarnada.
d) Médiuns de sustentação.

 Função das mais importantes na tarefa mediúnica, a


sustentação equivale ao apoio fluídico-vibratório dado pelos
companheiros encarnados que, com o pensamento bem
direcionado, concorrem para a manutenção da força ou
tônus mediúnico da atividade.

 De fato, “quando solicitamos a concentração dos


cooperadores, pedimos que as mentes sincronizem no
dínamo gerador de forças, que é a Divindade, a fim de
podermos catalisar as energias mantenedoras do ministério
mediúnico.” (FRANCO, Divaldo P., Intercâmbio
mediúnico. Cap. 16).
A equipe encarnada.
 “A média, que resulta das fixações mentais dos
membros que constituem o esforço da sessão
mediúnica, oferece o recurso para as realizações
programadas. A concentração individual, portanto, é de
alta relevância, porque a mente que sintoniza com
ideias superiores vibra em frequências elevadas.”
(Ibidem. Idem.).

 De fato, “o estado de espírito dos assistentes, sua ação


fluídica e mental, é por conseguinte, nas sessões, um
importante elemento de êxito ou de insucesso. [...].”
(DENIS, Léon, No invisível. Primeira parte, cap. IX).
A equipe encarnada.
 Orienta o Espírito André Luiz isto:

 “Todo pensamento é onda de força criativa e os


pensamentos de paz e fraternidade, emitidos pelo
grupo, constituirão adequado clima de radiações
benfazejas, facultando aos amigos espirituais
presentes os recursos precisos à formação de
socorros diversos, em benefício dos companheiros
que integram o círculo, dos desencarnados atendidos
e de irmãos outros, necessitados de amparo
espiritual a distância [...].” (XAVIER, Francisco C. e
VIEIRA, Waldo, Desobsessão. Cap. 51).
“Decálogo” da mediunidade.
1. “Acenda a luz do amor e da oração no próprio espírito
se você deseja ser útil aos sofredores desencarnados.”

2. “Receba a visita do companheiro extraviado nas


sombras, nele abraçando com sinceridade um irmão do
caminho.”

3. “Não exponha as chagas do comunicante infeliz à


curiosidade pública, auxiliando-o em ambiente privado
como se você estivesse socorrendo um parente enfermo
na intimidade do próprio lar.”

4. “Não condene, nem se encolerize.”


“Decálogo” da mediunidade.
5. “Não critique, nem fira.”

6. “Não fale da morte ao Espírito que a desconhece,


clareando-lhe a estrada com paciência, para que ele
descubra a realidade por si próprio.”

7. “Converse com precisão e carinho, substituindo as


preciosas divagações e os longos discursos pelo
sentimento de pura fraternidade.”

8. “Coopere com o doutrinador e com o médium,


endereçando-lhes pensamentos e vibrações de auxílio,
compreensão e simpatia, sem reclamar deles soluções
milagrosas.”
“Decálogo” da mediunidade.
9. “Não olvide, a distância, o equilíbrio, a paz e a alegria, a
fim de que o irmão sofredor encontre o equilíbrio, a paz
e a alegria em você.”

10. “Não se esqueça de que toda visita espiritual é muito


importante, recordando que, no socorro prestado por
nós a quem sofre, estamos recebendo da vida o socorro
que nos é necessário, a erguer-se em nós por
ensinamento valioso, que devemos assimilar, na
regeneração ou na elevação de nosso próprio destino.”

Francisco C. Xavier, Instruções psicofônicas. Cap. 46 –


‘Sessões mediúnicas’.

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