Diretoria de Estudo e Prática da Mediunidade Centro Espírita Abibe Isfer
Módulo I – Da organização das reuniões mediúnicas.
“O atendimento fraterno é uma psicoterapia que modifica a estrutura do problema no indivíduo que se acerca à Casa Espírita com ideias que não correspondem à realidade.” – Divaldo P. Franco
Projeto Manoel P. de Miranda, Atendimento fraterno. Primeira parte, cap.
1. Conceito de reunião mediúnica “É uma atividade privativa, séria, instrutiva, de intercâmbio espiritual integrada por trabalhadores que possuam conhecimento e formação espírita compatível com a tarefa.” (FEB, Orientação ao centro espírita. Cap. 9, §9.2.2).
“Entendemos por grupo mediúnico a associação de
pessoas que têm conhecimento da doutrina espírita e que pretendem dedicar-se ao estudo da fenomenologia medianímica e, simultaneamente, praticar a excelente lição do próprio espiritismo, que é a caridade.” (FRANCO, Divaldo P. e TEIXEIRA, Raul, Diretrizes de segurança. Cap. 3, q. 48). Conceito de reunião mediúnica “Reunião de desobsessão: oásis de refazimento espiritual. Pronto-socorro de espíritos sofredores. Hospital de amor para os doentes da alma.” (SCHUBERT, Suely C., Obsessão e desobsessão. Terceira parte. Cap. 2).
“Toda vez em que nos reunimos com o objetivo de
intercâmbio espiritual, experimentamos indizível alegria e agradecemos ao Senhor da Vida a sublime concessão através do Espiritismo. [...] [Assim], a reunião mediúnica de consolo é, sem dúvida, o Cristo-Amor de braços abertos recolhendo os náufragos que a morte arrebatou do corpo, auxiliando-os na recuperação de si mesmos.” (FRANCO, DIVALDO P., Triunfo da imortalidade. Cap. 11). Natureza das reuniões 1. Reuniões frívolas.
“As reuniões frívolas se compõem de pessoas que só vêem
o lado divertido das manifestações, e que se divertem com os gracejos dos Espíritos levianos. Estes as apreciam bastante e a elas não faltam, por aí gozarem de inteira liberdade para se exibirem. São nessas reuniões que se perguntam banalidades de toda sorte, que se pede aos Espíritos a predição do futuro, que se põe à prova a perspicácia deles em adivinhar as idades ou aquilo que cada um tem no bolso, em revelar pequenos segredos e mil outras coisas sem importância. Tais reuniões não têm maiores consequências. [...].” (KARDEC, Allan, O livro dos médiuns. Segunda parte, cap. XXIX, item 325). Natureza das reuniões 2. Reuniões experimentais.
“As reuniões experimentais têm por finalidade, mais
particularmente, a produção de manifestações físicas. Para muitas pessoas, é um espetáculo mais curioso do que instrutivo. [...] Apesar disso, as experiências desta ordem trazem uma utilidade que ninguém ousaria negar, já que foram elas que levaram à descoberta das leis que regem o mundo invisível e, para muita gente, constituem poderoso meio de convicção. Sustentamos, porém, que só por si elas são incapazes de iniciar uma pessoa na ciência espírita, do mesmo modo que a simples inspeção de um engenhoso mecanismo não torna conhecida a mecânica de quem não conheça suas leis.” (Ibidem. item 326). Natureza das reuniões 3. Reuniões instrutivas.
“As reuniões instrutivas apresentam caráter muito diverso e,
como são aquelas em que se pode colher o verdadeiro ensino, insistiremos especialmente sobre as condições em que devem realizar-se. A primeira de todas é que sejam sérias, na completa acepção da palavra. [...] Uma reunião só é verdadeiramente séria quando se ocupa de coisas úteis, com exclusão de todas as demais. Se seus integrantes aspiram a obter fenômenos extraordinários, por mera curiosidade ou passatempo, os Espíritos que os produzem podem até comparecer, mas os outros daí se afastarão. Numa palavra, qualquer que seja o caráter de uma reunião, haverá sempre Espíritos dispostos a secundar as tendências dos que a componham [...].” (Ibidem. item 327). Natureza das reuniões Com efeito, a natureza de uma sessão mediúnica, em geral, dependerá do conjunto de objetivos acalentados por aqueles que a realizam. No caso das reuniões mediúnicas com fins educacionais e terapêuticos, tanto para desencarnados como para encarnados, será a postura mental dos participantes que dela fazem parte o fator crucial que determinará a seriedade e o sucesso do cometimento.
De fato, “[...] nossa mente é, dessarte, um núcleo de forças
inteligentes gerando plasma sutil que, a exteriorizar-se incessantemente de nós, oferece recursos de objetividade às figuras de nossa imaginação, sob o comando de nossos próprios desígnios.” (XAVIER, Francisco C., Nos domínios da mediunidade. Cap. 1). Natureza das reuniões “[...] Examinando, pois, os valores anímicos como faculdades de comunicação entre os Espíritos, qualquer que seja o plano em que se encontrem, não podemos perder de vista o mundo mental do agente e do recipiente, porquanto, em qualquer posição mediúnica, a inteligência receptiva está sujeita às possibilidades e à colaboração dos pensamentos em que vive, e a inteligência emissora jaz submetida aos limites e às interpretações dos pensamentos que é capaz de produzir. [...] Em mediunidade, portanto, não podemos olvidar o problema da sintonia. Atraímos os Espíritos que se afinam conosco, tanto quanto somos por eles atraídos; e se é verdade que de nós só pode dar o que tem, é indiscutível que cada um recebe de acordo com aquilo que dá.” Francisco C. Xavier, Nos domínios da mediunidade. Cap. 1. Objetivos das reuniões mediúnicas “As reuniões de caráter mediúnico servem como atividade escolar, em cujos contextos os Mentores da Vida Maior, em nome do Cristo, facultam a aprendizagem e a cooperação recíprocas dos encarnados com os desencarnados e destes com aqueles. É por meio das reuniões mediúnicas que os encarnados auxiliam os desencarnados, através da palavra esclarecedora, da indicação de rumos novos e nobres, da vibração fraternal da prece. Por outro lado, os desencarnados, tanto os benfeitores quanto os sofredores, ajudam os encarnados, indicando trilhas que permitem a aquisição de equilíbrio e de paz, ou demonstrem – em função dos seus padecimentos – o que não deve ser feito, para que não venham a sofrer o que ora padecem no campo invisível aos olhos comuns.” Raul Teixeira, Desafios da mediunidade. Espírito Camilo, Parte IV, q. 71. Objetivos das reuniões mediúnicas “É acima de tudo uma oportunidade de o indivíduo autorreformar-se; de fazer silêncio para escutar as lições dos Espíritos que nos vêm, depois da morte, chorando e sofrendo, sendo esse um meio de evitar que caiamos em seus erros. É também esquecer a ilusão de que nós estejamos ajudando os Espíritos, uma vez que eles podem passar sem nós. No mundo dos Espíritos, as entidades superiores promovem trabalhos de esclarecimento e socorro em seu favor; nós, entretanto, necessitamos deles, mesmo dos sofredores, porque são a lição de advertência em nosso caminho, convidando-nos ao equilíbrio e à serenidade. Assim, vemos que a ajuda é recíproca.”
Divaldo P. Franco e Raul Teixeira, Diretrizes de segurança. Terceira
parte, q. 49. Relembrando... Diálogo entre Alexandre e André Luiz:
A. L. “– Por que a doutrinação em ambiente dos
encarnados? - indaguei. – Semelhante medida é uma imposição no trabalho desse teor?”
A. “– Não – explicou o instrutor –, não é um recurso
imprescindível. Temos variados agrupamentos de servidores do nosso plano, dedicados exclusivamente a esse gênero de auxílio. As atividades de regeneração em nossa colônia estão repletas de institutos dedicados à caridade fraternal, no setor de iluminação dos transviados.” (Continua). Relembrando... “Os postos de socorro e as organizações de emergência, nos diversos departamentos de nossas esferas de ação, contam com avançados núcleos de serviço da mesma ordem. Em determinados casos, porém, a cooperação do magnetismo humano pode influir mais intensamente, em benefício dos necessitados que se encontrem cativos das zonas de sensação, na crosta do mundo. Mesmo aí, contudo, a colaboração dos amigos terrenos, embora seja apreciável, não constitui fator absoluto e imprescindível; mas quando é possível e útil, valemo-nos do concurso de médiuns e doutrinadores humanos, não somente para facilitar a solução desejada, senão também para proporcionar ensinamentos vivos aos companheiros envolvidos na carne, despertando-lhes o coração para a espiritualidade.” Francisco C. Xavier, Missionários da luz. Cap. 17. Objetivos das reuniões mediúnicas Resumidamente, os objetivos das reuniões mediúnicas são estes:
a) Submeter o espiritista ao contato direto com os fatos e
fenômenos, pois, através do estudo sério destes, é-lhe dada a oportunidade de solidificar em si próprio os ensinamentos que aprendeu da Doutrina Espírita.
De fato, “a instrução espírita não abrange apenas o
ensinamento moral que os Espíritos dão, mas também o estudo dos fatos. Imcumbe-lhe a teoria de todos os fenômenos, a pesquisa das causas, a comprovação do que é possível e do que não o é [...].” (KARDEC, Allan, O livro dos médiuns. Segunda parte, Cap. XXIX, item 328). Objetivos das reuniões mediúnicas b) Prestar auxílio doutrinário, fluídico e moral aos Espíritos que sofrem ou que fazem sofrer, concorrendo, assim, para o seu equilíbrio, melhoria e reajustamento.
c) Apoiar os Espíritos em processo de reencarnação, segundo
as possibilidades disponíveis.
d) Colaborar com os processos de desobsessão planejados e
desenvolvidos pelos obreiros do plano extrafísico.
e) Exercitar o desenvolvimento das virtudes, tais como:
humildade, benevolência, fraternidade, solidariedade, respeito às diferenças, etc. Objetivos das reuniões mediúnicas f) Cooperar com os benfeitores espirituais na manutenção das defesas magnéticas da Casa Espírita, ante as investidas de Espíritos descompromissados com o Bem.
g) Auxiliar na promoção da paz mundial e dos povos
(peacebuilding).
Sugestão de leitura complementar:
FRANCO, Divaldo P., Temas da vida e da morte. Pelo
Espírito Manoel P. de Miranda. ‘Enfermagem espiritual libertadora’. A equipe desencarnada “Existe ainda outro ponto não menos importante: o da regularidade das reuniões. Em todas elas sempre estão presentes Espíritos a quem poderíamos chamar frequentadores habituais, que não devem ser confundidos com os que se encontram em toda parte e em tudo se intrometem. Estamos nos referindo aos Espíritos protetores, ou aos que são interrogados com mais frequência. Não se pense que esses Espíritos nada mais tenham a fazer, senão ouvir o que lhes queiramos dizer ou perguntar. Eles têm suas ocupações e, além disso, podem achar-se em condições desfavoráveis para serem evocados. Quando as reuniões se realizam em dias e horas certos, eles se preparam antecipadamente e é raro faltarem.” Allan Kardec, O livro dos médiuns. Segunda parte, cap. XXIX, item 333. A equipe desencarnada “A equipe de encarnados tem assim suas funções específicas e de grande responsabilidade, mas, ela se submete, a seu turno, àquela outra equipe – a espiritual – que é em verdade a que dirige e orienta os trabalhos em todo o seu desenrolar. Esta equipe [sic], formada por grande número de trabalhadores, submete-se [sic] à direção de um mentor ou instrutor espiritual, o qual responde por todas as atividades programadas pelos dois grupos: o de encarnados e o de desencarnados, sendo que o programa estabelecido pela equipe do plano físico depende, pela sua execução, da aquiescência e permissão do mentor espiritual.”
Suely C. Schubert, Obsessão/desobsessão. Terceira parte, cap. 4.
A equipe desencarnada “São enormes as responsabilidades desses amigos invisíveis, e as qualificações exigidas, para as tarefas que desempenham junto a nós, são rígidas. Poderíamos dizer que cada grupo tem os guias e protetores que merece. Se o grupo empenhase em servir desinteressadamente, dentro do Evangelho do Cristo, escorado na Doutrina Espírita, disposto a amar incondicionalmente, terá como apoio e sustentação uma equipe correspondente, de companheiros desencarnados do mais elevado padrão espiritual, verdadeiros técnicos da difícil ciência da alma.”
Hermínio C. de Miranda, Diálogo com as sombras. Segunda parte,
cap. 2 – ‘Os desencarnados – os orientadores’. A equipe desencarnada “As atividades que estão afetas à equipe espiritual são inúmeras e requerem Espíritos especializados em diversas áreas e de diferentes categorias tais como, médicos, enfermeiros, sacerdotes e freiras católicos, pastores evangélicos, espíritas – entre estes médiuns, doutrinadores e dirigentes – além de magnetizadores, guardiães, padioleiros, etc. Para se ter uma ideia cumpre refletir nas múltiplas facetas dos trabalhos e em tudo o que ocorre em cada sessão.”
Suely C. Schubert, Dimensões espirituais do centro espírita. Cap. 7.
Atribuições da equipe desencarnada As atribuições da equipe desencarnada, segundo a consóror Suely C. Schubert, são:
a) Cuidar, por meio de Espíritos especializados neste mister,
da preservação das defesas magnéticas da sessão.
b) Efetuar a triagem dos acompanhantes desencarnados
seguindo os encarnados que aportam na Casa Espírita.
c) Escolher quais entidades sofredoras serão recambiadas ao
intercâmbio mediúnico, providenciando equipes especializadas que as tragam à sessão. Atribuições da equipe desencarnada Conforme explica o benfeitor Camilo,
“Os Mentores desencarnados da sessão, que se postam como
anfitriões capacitados a atuar em sua área de responsabilidades, recebem os desencarnados sofredores, perturbados, violentos ou tipicamente maus, que são, invariavelmente, conduzidos por outras entidades especializadas para esse mister, com grandes habilidades magnéticas, com intensa desenvoltura psíquica para que deem conta do trabalho sob suas mãos. Nenhum desencarnado chega à sessão – quando bem estabelecida nas bases da seriedade, do equilíbrio – à revelia dos nobres Guias da Instituição. Mesmo quando os desencarnados afirmam que estão porque querem, ou que iam passando e resolveram entrar, isso não corresponde à realidade.” (TEIXEIRA, Raul, Desafios da mediunidade. Quarta parte, q. 107). Atribuições da equipe desencarnada d) Promover, quando necessário, a manifestação de desafetos dos componentes desencarnados para que haja a necessária harmonização.
e) Amparar, de forma amorosa e fraternal, a equipe de
trabalhadores encarnados, fortalecendo-os física e psiquicamente.
f) Decidir quanto à necessidade de empregar-se a
regressão de memória ao comunicante, assim como à construção de painéis e quadros fluídicos destinados ao despertamento do desencarnado. Preparação da sala. As defesas magnéticas. Na condição de cocriador em plano menor, a criatura humana, respirando na própria atmosfera fluídica das suas edificações mentais, a constituir-lhe o campo áureo, assimila e emite, continuamente, os frutos dos anseios, das elucubrações, dos pensamentos que acalenta em seu íntimo. De fato,
“[...] O ser humano é, essencialmente, aquilo que cultiva na
área mental, movimentando-se na faixa do pensamento que lhe caracteriza o clima existencial. Exteriorizando ondas mentais contínuas, sincroniza com outras de teor vibratório equivalente, que passam a corporificar-se em organização delicada, sendo reabsorvidas e eliminadas conforme a intensidade da ideação.” (FRANCO, Divaldo P., Mediunidade: desafios e bênçãos. Cap. 4). Preparação da sala. As defesas magnéticas. “[...] Plasma-se no universo tudo aquilo que vibra. As preces e os sentimentos enobrecidos fomentam delicadas construções espirituais que emanam conteúdos de harmonia, bem-estar e elevação psíquica. As recriminações, os vícios, as aspirações perturbadoras produzem aglutinações de partículas que se transformam em vibriões agressivos e vorazes, que se nutrem do continuum mental, encarcerando o seu agente, que se lhe torna paciente aprisionado nas malhas das próprias elucubrações doentias. Larvas, formas pensamento agressivas, vírus desconhecidos fixam-se no campo áurico e passam a invadir o corpo perispiritual, perturbando-lhe a harmonia, que se manifestará como distúrbios mentais e orgânicos de difícil diagnose e mais desafiadora terapia.” (Idem. Ibidem.). Preparação da sala. As defesas magnéticas. Com efeito, para que a eventual presença desses bacilos, larvas e vírus mentais não afete o cometimento de assistência aos desencarnados, a equipe espiritual, que preside a tarefa, certifica-se de efetuar ampla assepsia da sala de reunião.
Um exemplo típico de método de limpeza, adotado por
trabalhadores espirituais especializados nesse mister, é a técnica da ozonização, isto é, a aplicação de O3 – um forte agente oxidante – para a remoção de impurezas. Tal técnica é muito empregada, no plano físico, na desinfecção de ambientes hospitalares, indústrias alimentícias, além de ser poderoso agente na descontaminação da água. Preparação da sala. As defesas magnéticas. Na obra Missionários da Luz, cap. 10, ao tomar nota sobre os preparativos de uma sessão de materialização, o Médico de Nosso Lar declara o seguinte:
“Não decorreram muitos instantes, e alguns trabalhadores
de nossa esfera compareceram, trazendo pequenos aparelhos que me pareceram instrumentos reduzidos, de grande potencial elétrico, em virtude dos raios que movimentavam em todas as direções. Estes amigos — explicou o meu generoso instrutor [Espírito Alexandre] — estão encarregados de operar a condensação do oxigênio em toda a casa.” (XAVIER, Francisco C., Missionários da luz. Cap. 10). Preparação da sala. As defesas magnéticas. “O ambiente para a materialização de entidade do plano invisível aos olhos dos homens requer elevado teor de ozônio e, além disso, é indispensável semelhante operação, a fim de que todas as larvas e expressões microscópicas de atividade inferior sejam exterminadas. A relativa ozonização da paisagem interior é necessária como trabalho bactericida.” (Ibidem. Idem).
Os Guias Espirituais da tarefa, de igual modo,
encarregam-se de estabelecer uma série de campos ou faixas vibratórias, desde o circuito mediúnico formado pelos encarnados até a face externa da Casa Espírita, destinados à proteção da atividade e à separação dos diversos grupos de Espíritos presentes na sala. A equipe encarnada. Segundo o opúsculo Orientação ao Centro Espírita, da FEB, Parte II, cap. 9, §9.2.6, a equipe encarnada é formada pela seguintes funções:
1. Dirigente da reunião mediúnica e substituto;
2. Médiuns ostensivos ou de efeitos patentes, isto é,
psicofônicos, psicógrafos, videntes, audientes, etc.
3. Médiuns esclarecedores, outrora denominados
“doutrinadores” ou “dialogadores”. A equipe encarnada. 4. Médiuns de apoio ou sustentação, também designados como “assistentes”, “para a aplicação de passe, quando houver necessidade, e para ofertar sustentação à reunião mediúnica através de prece e da transmissão de energias psíquicas, harmônicas e amorosas.” (FEB, Orientação ao Centro Espírita. Parte II, cap. 9).
A seguir, dediquemos alguns parágrafos para
descrever, sucintamente, as finalidades de cada uma das funções que compõem a configuração da equipe encarnada da reunião mediúnica espírita. A equipe encarnada. a) Dirigente da reunião mediúnica.
A rigor, o dirigente “é aquele que preside os trabalhos,
encaminhando todo o seu desenrolar. É o responsável, no plano terrestre, pela reunião.” (SCHUBERT, Suely C., Obsessão/desobsessão. Terceira parte, cap. 5).
Sua função é “conduzir o grupo para o bom e produtivo
desempenho mediúnico, sem permitir desvios ou a monotonia do cumprimento do dever por obrigação, de forma automática. Para o preenchimento desse papel, compreenderá o dirigente de bom senso que não poderá simplesmente dispensar os participantes da continuidade do estudo [...]”. (CAMPETTI, Carlos e CAMPETTI, Vera. Trabalho mediúnico: desafios e possibilidades. Parte I, cap. 4). A equipe encarnada. De fato, “uma reunião mediúnica séria, para atingir seus objetivos com resultados satisfatórios, não pode prescindir de uma direção estruturada no seguinte perfil moral: autoridade fundamentada no exemplo, hábito de estudo e oração, afeição sem privilégios, brandura, firmeza, sinceridade e entendimento.” (PMPM. Reuniões mediúnicas. Cap. 1 – ‘Direção’).
Segundo o Léon Denis, “a direção do grupo deve ser
confiada a uma pessoa excelentemente dotada, no ponto de vista das atrações psíquicas, digna, além disso, de simpatia e confiança.” (DENIS, Léon. No invisível. Segunda parte, Cap. X). A equipe encarnada. Para o Espírito André Luiz, entre as características desejáveis ao dirigente estão:
“Autoridade fundamentada no exemplo.”
“Hábito de estudo e oração.” “Dignidade e respeito.” “Afeição sem privilégios.” “Brandura e firmeza.” “Sinceridade e entendimento.” “Conversação construtiva.”
Francisco C. Xavier e Waldo Vieira, Desobessão. Cap. 14.
A equipe encarnada. b) Médium esclarecedor (o dialogador).
De forma muito bela, a médium e oradora espírita Suely
C. Schubert declara que:
“Esclarecer, em reunião de desobsessão, é clarear o
raciocínio; é levar uma entidade desencarnada, através de uma série de reflexões, a entender determinado problema que ela traz consigo e que não consegue resolver [...]. É levá-la a modificar conceitos errôneos, distorcidos e cristalizados, por meio de uma lógica clara, concisa, com base na Doutrina Espírita e, sobretudo, permeada de amor.” (SCHUBERT, Suely C., Obsessão/desobsessão. Terceira parte, cap. 6). A equipe encarnada. Com efeito, entendemos por médium esclarecedor, também dito dialogador, aquele psicoterapeuta encarnado responsável por acolher as entidades espirituais recambiadas à reunião, dando-lhes, através da reflexão ativa, a oportunidade de rever conceitos, ideias, pensamentos e propósitos.
De fato, “órgão catalisador da inspiração, ele [o esclarecedor]
deve ser dúctil ao pensamento dos Instrutores Espirituais da tarefa. [...] Sem o verbalismo exagerado, nem o monólogo que se distende sem sentido, ele é o coração amigo que ouve, o analista que socorre e a mão gentil que conduz, retirando, do abismo em que se encontra, o ser aturdido.” (FRANCO, Divaldo P., Suave luz nas sombras. Cap. 55). A equipe encarnada. Buscando traçar uma linha demarcatória entre doutrinação e evangelização, ensina-nos o Espírito Emmanuel o seguinte:
“Há uma grande diversidade entre ambas as tarefas. Para
doutrinar, basta o conhecimento intelectual dos postulados do Espiritismo; para evangelizar é necessário a luz do amor íntimo. Na primeira, bastarão a leitura e conhecimento; na segunda, é preciso vibrar e sentir com o Cristo. Por estes motivos, o doutrinador muitas vezes não é senão o canal dos ensinamentos, mas o sincero evangelizador será sempre o reservatório da verdade, habilitado a servir às necessidades de outrem, sem privar-se da fortuna espiritual de si mesmo.” (XAVIER, Francisco C. O consolador. Seção 2.4, q. 237). A equipe encarnada. Segundo o Espírito Manoel P. de Miranda, é essencial ao médium esclarecedor
“Lucidez do preposto para os diálogos, cujo campo mental
harmonizado deve oferecer possibilidades de fácil comunicação com os instrutores desencarnados, a fim de cooperarem eficazmente com o programa em pauta, evitando discussão infrutífera, controvérsia irrelevante, debate dispensável ou informação precipitada e maléfica ao atormentado que ignora o transe grave de que é vítima, em cujas teias dormita semi-hebetado, apesar da ferocidade que demonstre ou da agressividade de que se revista.” (FRANCO, Divaldo P. Grilhões partidos. ‘Prolusão’). A equipe encarnada. c) Médiuns ostensivos ou de efeitos patentes.
Segundo Kardec, “todo aquele que sente, num grau qualquer,
a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. [...] Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em que a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. É de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades quantas são as espécies de manifestações.” (KARDEC, Allan, O livro dos médiuns. Segunda parte, cap. XIV, item 159). A equipe encarnada. Segundo o Espírito Manoel P. de Miranda,
“A mediunidade tem, como fim providencial, a elevação
espiritual da Humanidade e do planeta que habita. Como consequência, faculta o intercâmbio dos desencarnados com os homens, rompendo a cortina que aparentemente os separa, destruindo na base a negação e o ceticismo a que muitos se aferram. Da mesma forma, oferece a correta visão da realidade de ultratumba, ampliando a compreensão em torno do mundo primeiro e causal, onde todos se originam e para o qual retornam […].” (FRANCO, Divaldo P., Temas da vida e da morte. ‘Obstáculos à mediunidade’). A equipe encarnada. Tecendo breves elucidações sobre os médiuns, o Espírito Calderaro assevera:
“Buscando símbolo mais singelo, figuremos o médium como
sendo uma ponte a ligar duas esferas, entre as quais se estabeleceu aparente solução de continuidade, em virtude da diferenciação da matéria no campo vibratório. Para ser instrumento relativamente exato, é-lhe imprescindível haver aprendido a ceder e nem todos os artífices da oficina mediúnica realizam, a breve trecho, tal aquisição, que reclama devoção à felicidade do próximo, elevada compreensão do bem coletivo, avançado espírito de concurso fraterno e de serena superioridade nos atritos com a opinião alheia.” (XAVIER, Francisco C., No mundo maior. Cap. 9). A equipe encarnada. Devemos lembrar que “a mediunidade, na maioria dos casos, é um compromisso que o Espírito assumiu antes de reencarnar [...]. Pode surgir como expiação, como prova ou, ainda, como uma espécie de lembrete para que o médium, na encarnação planejada, mantenha a consciência de sua condição de Espírito imortal.” (CAMPETTI, Carlos e CAMPETTI, Vera, Trabalho mediúnico. Primeira parte, cap. 4, §4.2).
Segue, ainda, que “a mediunidade, longe de ser marca da
nossa grandeza espiritual, é, ao contrário, o indício de renitentes imperfeições […]. É, antes de tudo, um ônus, um risco, um instrumento com o qual o médium pode trabalhar, semear e plantar, para colher mais tarde, ou ferir-se mais uma vez, com a má utilização dos talentos sobre os quais nos falam os evangelhos.” (MIRANDA, Hermínio C., Diálogo com as sombras, cap. 2, § 2.1.1). A equipe encarnada. d) Médiuns de sustentação.
Função das mais importantes na tarefa mediúnica, a
sustentação equivale ao apoio fluídico-vibratório dado pelos companheiros encarnados que, com o pensamento bem direcionado, concorrem para a manutenção da força ou tônus mediúnico da atividade.
De fato, “quando solicitamos a concentração dos
cooperadores, pedimos que as mentes sincronizem no dínamo gerador de forças, que é a Divindade, a fim de podermos catalisar as energias mantenedoras do ministério mediúnico.” (FRANCO, Divaldo P., Intercâmbio mediúnico. Cap. 16). A equipe encarnada. “A média, que resulta das fixações mentais dos membros que constituem o esforço da sessão mediúnica, oferece o recurso para as realizações programadas. A concentração individual, portanto, é de alta relevância, porque a mente que sintoniza com ideias superiores vibra em frequências elevadas.” (Ibidem. Idem.).
De fato, “o estado de espírito dos assistentes, sua ação
fluídica e mental, é por conseguinte, nas sessões, um importante elemento de êxito ou de insucesso. [...].” (DENIS, Léon, No invisível. Primeira parte, cap. IX). A equipe encarnada. Orienta o Espírito André Luiz isto:
“Todo pensamento é onda de força criativa e os
pensamentos de paz e fraternidade, emitidos pelo grupo, constituirão adequado clima de radiações benfazejas, facultando aos amigos espirituais presentes os recursos precisos à formação de socorros diversos, em benefício dos companheiros que integram o círculo, dos desencarnados atendidos e de irmãos outros, necessitados de amparo espiritual a distância [...].” (XAVIER, Francisco C. e VIEIRA, Waldo, Desobsessão. Cap. 51). “Decálogo” da mediunidade. 1. “Acenda a luz do amor e da oração no próprio espírito se você deseja ser útil aos sofredores desencarnados.”
2. “Receba a visita do companheiro extraviado nas
sombras, nele abraçando com sinceridade um irmão do caminho.”
3. “Não exponha as chagas do comunicante infeliz à
curiosidade pública, auxiliando-o em ambiente privado como se você estivesse socorrendo um parente enfermo na intimidade do próprio lar.”
4. “Não condene, nem se encolerize.”
“Decálogo” da mediunidade. 5. “Não critique, nem fira.”
6. “Não fale da morte ao Espírito que a desconhece,
clareando-lhe a estrada com paciência, para que ele descubra a realidade por si próprio.”
7. “Converse com precisão e carinho, substituindo as
preciosas divagações e os longos discursos pelo sentimento de pura fraternidade.”
8. “Coopere com o doutrinador e com o médium,
endereçando-lhes pensamentos e vibrações de auxílio, compreensão e simpatia, sem reclamar deles soluções milagrosas.” “Decálogo” da mediunidade. 9. “Não olvide, a distância, o equilíbrio, a paz e a alegria, a fim de que o irmão sofredor encontre o equilíbrio, a paz e a alegria em você.”
10. “Não se esqueça de que toda visita espiritual é muito
importante, recordando que, no socorro prestado por nós a quem sofre, estamos recebendo da vida o socorro que nos é necessário, a erguer-se em nós por ensinamento valioso, que devemos assimilar, na regeneração ou na elevação de nosso próprio destino.”
Francisco C. Xavier, Instruções psicofônicas. Cap. 46 –