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AMBIENTAL
VOLUME II
Capítulo 3
Diagnóstico Ambiental
LISTA DE FIGURAS
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
3. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
3.1.MEIO FÍSICO
3.1.1. Clima
2
Gráfico Comparativo de Temperatura Mínima
Mensal (°C)
25,0
24,0
23,0
22,0
21,0
20,0
19,0
18,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
1931-1960 1961-1990
26,0
24,0
22,0
20,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
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1931-1960 1961-1990
3
As bacias hidrográficas sujeitas às influências do projeto do ASL, por
estarem localizadas próximas a Linha do Equador, possuem clima quente com
temperatura média anual de 26ºC e poucas variações intra-anuais, determinadas pela
alta radiação solar e grande número de horas de insolação diária.
Na classificação de Gaussen, a região em foco apresenta clima
enquadrado no tipo Mediterrâneo quente, onde é levado em consideração a temperatura
e precipitação durante todo o ano, tomando-se as médias mensais e observando-se os
meses secos e índice xerotérmico, que representa o número de dias biologicamente
secos durante o período seco.
Segundo a classificação de Köppen, o clima que se enquadra na região
estudada é do tipo As’ - quente e úmido, peculiar pela ocorrência mais frequente de
chuvas de outono-inverno e com período de estiagem de 5 a 6 meses.
É no outono que ocorre maior umidade com a atuação da Massa
Equatorial Atlântica e os Ventos Alísios de sudeste, que no inverno unem-se às Massas
Polares de Sul, produzindo chuvas abundantes, principalmente no litoral (VAREJÃO e
SILVA, 1987).
A temperatura influencia na variação da umidade do solo, enquanto
que as precipitações pluviométricas influenciam no nível d’água dos corpos aquosos e
na qualidade das águas que os alimentam, após lavarem a superfície terrestre. Essas
águas têm uma influência nos processos de escoamento superficial e subsuperficial, de
modo que, a forma como as chuvas são distribuídas ao longo do ano, tem correlação
direta com o nível d’água dos corpos aquosos.
A região é caracterizada, assim, pela grande incidência de raios
solares, implicando deste modo, na disponibilidade de energia luminosa. O regime
térmico é bastante uniforme, com temperaturas elevadas e pequenas variações ao longo
do ano. Tal situação é decorrente de fatores como baixa latitude, a forte influência do
mar e o relevo plano suavemente ondulado.
O número de horas de brilho solar (insolação) em cada mês do ano é
função não somente da nebulosidade existente, mas também da duração dos dias (mais
longos no verão e mais curtos no inverno).
Assim como observado nas variações de temperaturas mostradas
anteriormente, o comportamento da insolação na região segue a mesma tendência, visto
que estas variáveis meteorológicas se complementam. Por meio desta análise, observa-
4
se no Gráfico 4 que os menores índices de radiação são medidos no meio do ano, e os
maiores no início e final do ano.
1931-1960 1961-1990
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Gráfico Comparativo de Precipitação
Acumulada Mensal (mm)
400,0
350,0
300,0
250,0
200,0
150,0
100,0
50,0
0,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
1931-1960 1961-1990
Por outro lado, tem-se como fator determinante no balanço hídrico da região a
Evaporação. Este mecanismo faz com que ocorra a passagem da água do estado líquido
para o estado gasoso de forma lenta e gradual, e em qualquer temperatura. A evaporação
está fortemente ligada a temperatura da região e grau de insolação. Assim observa-se
que os maiores índices de evaporação encontra-se em períodos de alta destes fatores,
como mostra o Gráfico 06.
150,0
100,0
50,0
0,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
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3.1.2. Aspectos Geológicos
Geologia Regional
A área do projeto está localizada na “Bacia Costeira PE-PB”, de idade
cretácea, limitada ao Sul pelo Lineamento Pernambuco, nas proximidades de Recife/PE
e ao Norte pelo vale do Rio Camaratuba, no Município de Mataraca/PB. Esta bacia
possui em média 30 km de largura e está frequentemente recoberta por sedimentos
areno-argilosos continentais da Formação Barreiras. A bibliografia citada a seguir,
representa o nível de base do conhecimento geológico acerca do assunto em foco.
A bacia corresponde a feição geológica gerada durante os mesmos
processos tectônicos que originaram a Bacia do Cabo e segundo Françolin & Szatmari
(1987), a última porção do Continente a se separar da África durante a abertura do
Oceano Atlântico. Alheiros & Mabesoone (1991) descrevem sua estrutura como sendo
um homoclinal com mergulho suave em direção ao mar (5-25m/km) e sua espessura
máxima pode atingir 400m.
Na Bacia Paraíba, o sistema de horst’s e grabens é preenchido por
sedimentos de fácies continentais e marinhas, reunidas sob a denominação de Grupo
Paraíba, que por sua vez se subdivide em 04 (quatro) unidades litoestratigráficas:-
Formação Beberibe (Unidade Continental) / Formação Itamaracá (Unidade
Transicional), Formação Gramame (Unidade Marinha Transgressiva) e Formação
Maria Farinha (Unidade Marinha Regressiva).
Sob a ótica regional, o domínio sedimentar Meso-Cenozóico do estado
da Paraíba está posicionado na porção litorânea, estendendo-se em até 20km (vinte
quilômetros) da linha atual de costa na direção oeste, onde se limita com o
embasamento cristalino.
O embasamento cristalino desta bacia sedimentar é denominado Zona
Transversal ou Sistema Pajeú-Paraíba, composto por rochas plutônicas, vulcânicas e
metassedimentares pré-cambrianas.
A partir de análise gravimétrica e magnetométrica, além de avaliar as
diferenças litológicas do embasamento, estabeleceu-se a subdivisão desta bacia
sedimentar em sub-bacias, equivalentes a blocos regionais delimitados por falhas. Por
sua vez, cada sub-bacia apresenta o respectivo sistema de falhas, caracterizando uma
tectônica quaternária intra-blocos.
7
Barbosa et al. (2005) subdividiram a Bacia Paraíba em 03 (três) sub-
bacias, que denominou de Sub-Bacias de Miriri, Alhandra e Olinda, compartimentadas
pelos lineamentos secundários das falhas de Itabaiana e Goiana, como mostra a Figura
01. Como se pode observar, a área do projeto, marcada em círculo na cor “VERDE” na
imagem a seguir, está plotada no interior da “Sub-Bacia Miriri”.
Estratigrafia
A coluna estratigráfica integra os seguintes compartimentos, da base para o
topo:
8
Embasamento Cristalino
É constituído por rochas cristalinas pré-cambrianas representadas por
gnaisses, xistos, quartzitos, granitos e migmatitos, aflorantes ao longo da borda oeste da
bacia.
9
uma sequência de arenitos quartzosos, bastante selecionados e pouco porosos, com
grãos sub-arredondados e quase brilhantes. O cimento é de calcita, porém sem
fragmentos de fósseis reconhecíveis. São arenitos litorâneos até marinhos de água rasa.
Estratigraficamente, esta unidade ficou restrita aos arenitos calcíferos que ocorrem em
fácies paralela aos arenitos continentais da Formação Beberibe, com frequente
interdigitação de ambos os tipos de depósito. O conteúdo fóssil é composto de
gastrópodes, lamelibrânquios e equinodermatas.
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A sequência mostra quatro tipos de calcários. Na base, calcários
litográficos até sub-litográficos (calcário recristalizado) e para o topo, na ordem,
calcários finos e puros, calcários detríticos bastante dolomitizados e no topo calcários
detríticos argilosos ou mesmo, argilas calcárias. Quase todas estas camadas são macro e
micro-fossilíferas.
Formação Barreiras
A Formação Barreiras é constituída, de uma maneira geral, por
sedimentos arenoargilosos, clásticos e continentais, recobrindo de forma discordante os
estratos do Cretáceo ou do Paleoceno, descritos anteriormente.
Localmente, é possível encontrar algum litotipo representante desta
unidade repousando diretamente sobre o Embasamento Cristalino. A idade desta
Formação é interpretada como sendo Plio-Pleistocênica (Quaternário).
Estudos detalhados dos aspectos deposicionais e faciológicos dos
estratos da Formação Barreiras na faixa entre Recife e Natal, identificaram três
faciologias importantes do continente para o litoral:
Fácies de leques aluviais, que foram observadas desde o norte de Recife até a
região do Alto de Mamanguape;
Fácies fluviais de canais entrelaçados, que são encontradas em toda a faixa entre
Recife e Natal;
Fácies de planície flúvio-lacustre, encontradas na faixa de litoral entre Recife e
João Pessoa.
Sua grande variação de fácies indica uma origem flúvio-lacustrina e
sua espessura pode atingir 40 metros, em que o material depositado da Formação
Barreiras provém basicamente de duas fontes:- diretamente dos produtos do manto de
intemperismo do embasamento cristalino, ou do retrabalhamento dos sedimentos
cretáceos da Formação Beberibe. Por exemplo, análises realizadas por Gopinath et al.,
(1993) na Formação Barreiras no Estado da Paraíba, constataram que as litologias
encontradas nas fontes dos sedimentos eram granitos, gnaisses e xistos.
A Formação Barreiras na Bacia Pernambuco-Paraíba apresenta
geomorfologia dominada por tabuleiros costeiros de grande extensão recortados por
grandes vales de rios na zona mais proximal da faixa costeira. Na zona de litoral
ocorrem sob a forma de planícies costeiras e falésias. Entre Recife e João Pessoa, na
11
planície litorânea atual, essa unidade possui menor espessura ou foi removida, devido a
atuação da Neotectônica, onde afloram os calcários das formações Gramame-Maria
Farinha. A Formação apresenta-se mais espessa na região de João Pessoa, recobrindo
as Sub-Bacias Alhandra e Miriri, em seguida, ao norte, ocorre um adelgaçamento que
coincide com o Alto de Mamanguape, que limita as bacias costeiras PE-PB e Potiguar.
12
transgressão, ocorrida durante o pleistoceno (Martin et al., 1988; In: Alheiros et al.,
1993).
Depósitos de Mangue
São depósitos basicamente formados de sedimentos pelíticos
misturados a restos vegetais e matéria orgânica em decomposição, de coloração cinza a
preta, nos locais mais baixos. A vegetação predominante é o mangue, o qual suporta
grande concentração de sal. O manguezal possui características geológicas e biológicas
específicas, destacadas dos demais ambientes lagunares pela sua importância ambiental.
Constituem ecossistemas muito frágeis e desenvolvem uma estreita relação entre os
processos de sedimentação e sucessão vegetal, de tal modo que, quando há uma
alteração no padrão normal de sedimentação, consequências consideráveis poderão
13
ocorrer com a flora. Geralmente essas alterações estão associadas a processos
geomorfológicos, modificações na linha de costa por correntes marinhas ou processos
de ordem hidrológicas ocasionando flutuações do volume das águas dos rios (Manso et
al., 1995).
Morfologicamente, acham-se limitados às planícies costeiras
inferiores que representam áreas de transição entre o oceano e os níveis elevados que se
situam mais para dentro do continente. Estão presentes nas zonas estuarinas dos rios
Botafogo, Arataca, Jaguaribe, Igarassu, Timbó, Canal de Santa Cruz (braço do mar que
separa a ilha de Itamaracá do continente), e os rios Paratibe e Beberibe (MANSO et al.,
1995).
Depósitos Aluviais
Estes depósitos, caracterizados na planície costeira como flúvio-
lagunares. Por reunirem além dos aluviões, sedimentos lagunares, deltaicos e estuarinos
antigos e recentes, mostram-se dominantemente arenosos e com grãos subangulosos a
subarredondados.
Os depósitos aluvionares são, basicamente, horizontes arenosos ao
longo dos canais mais retilíneos e, mostram também, sedimentos argilosos com matéria
orgânica, depositados na planície de inundação, durante o transbordamento dos canais.
Os sedimentos lagunares, deltaicos e estuarinos apresentam
composição variada, areno-síltico-argilosa com matéria orgânica e estratificação plano-
paralela.
Em virtude das oscilações do nível do mar, esses depósitos podem
intercalar sedimentos tipicamente lagunares, ricos em conchas, com sedimentos de água
doce depositados em lagoas, brejos e pântanos. Localmente, são encontrados em
subsuperfície, camadas moles de argilas, diatomitos e turfas, provenientes desses
ambientes (ALHEIROS et al., 1993).
14
Figura 3.2. Coluna Estratigráfica da Bacia Pernambuco e Paraíba.
Fonte: Mabesoone & Alheiros (1988); Feijó (1994); Lima Filho (1996; 1998).
3.1.2.1.Geologia Local
A caracterização geológica do Município de Santa Rita/PB situa-se na
classificação dos depósitos continentais-marinhos da base da coluna estratigráfica
(Grupo Paraíba, cretássico), sotopostos por depósitos continentais subdivididos em
faciologias da Formação Barreiras, de idade plio-pleistocênica.
Capeando, estas unidades litroestratigráficas, ocorrem sedimentos
arenosos, arenoargilosos e argilosos quaternários, resultantes do diastrofismo regional
em ambientes de topo de relevo, encostas e planícies flúvio-marinhas.
Focando-se em especial no interior da Fazenda Nova Vida e
adjacências, ocorrem sedimentos arenosos aflorantes, que representam os produtos do
diastrofismo atuante ao longo do Holoceno, mediante a coalescência de pretéritos
depósitos de dunas. Pedologicamente, tais depósitos arenosos diastróficos estão
15
relacionados a Neossolos Quartarênicos, assentados sobre a Formação Barreiras, como
mostrado abaixo na Figura 03.
Figura 3.3. Panorâmica mostrando a face sul da cava resultante da pretérita escavação de saibro para
manutenção de vias terraplenadas, evidenciando o horizonte arenoso superficial, que capeia a Formação
Barreiras.
Fonte: Real Consultoria e Soluções (2018).
16
Figura 3.4. Geologia no local do empreendimento.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
3.1.2.2.Geomorfologia
Regionalmente, num perfil de leste a oeste, a partir da linha de costa,
as Falésias que marcam os limites ao leste da “Superfície dos Tabuleiros”, possuem
segmentos que vão desde o início até o topo das superfícies intermediárias, ou de meia-
encostas, apresentando inclinação suave em direção ao litoral (leste), sendo
abruptamente interrompidas pelos entalhes fluviais transversais. Na faixa litorânea, são
assinalados por uma linha de falésias (vivas) esculpidas, na atualidade, por processos
marinhos, ou por uma linha de falésias mortas (inativas), encontradas como assinaturas
das antigas posições da linha de costa, sempre oscilante no tempo geológico.
A região onde deverá ser implantado o empreendimento está inserida no
domínio geomorfológico denominado de “Tabuleiro Costeiros”, que correspondem às
áreas de relevo mais elevado. Na Fazenda Nova Vida, a cota altimétrica máxima medida
é de 168 (cento e sessenta e oito) metros, ocupando terrenos com declividade inferior a
2%, onde afloram sedimentos arenosos e litologias representantes da Fm. Barreiras, de
idade plio-pleistocênica. Assentados sobre este tabuleiro encontram-se os depósitos
17
arenosos diastróficos, provavelmente resultantes da pedimentação de pretérito sistema
de dunas manifestado na região em foco. Se encontra plotada em posição local de
divisor de águas das Bacias Hidrográficas do Miriri e do Paraíba.
3.1.2.3.Pedologia
Na caracterização pedológica regional, descrevem-se os parâmetros
reportados por Ferreira (1991), que afirma que o clima é aliado ao relevo, organismos,
material de origem e tempo geológico, condicionantes do intemperismo. É, mais ainda,
controlador dos processos, imprimindo nos sedimentos características por ele ditadas.
Pode, por isto, se atuar posteriormente, destruir ou mascarar feições sedimentológicas,
dificultando as pesquisas. Este fato é particularmente marcante em clima quente e
úmido, como é o caso do clima da região de afloramentos das litologias da Bacia
Paraíba. Segundo a autora, os processos intempéricos podem evoluir ainda mais, desta
feita para processos pedogenéticos, genericamente agrupados em adições, perdas,
transformações e translocações, dando origem ao solo no “stricto-sensu” pedológico, o
que aumenta a complexidade do estudo.
18
Assim, os solos e os paleossolos podem oferecer excelentes subsídios
para que se conheça a história sedimentar de uma área, até porque são aliados aos outros
produtos do intemperismo, fonte de sedimentos.
Na área do projeto e adjacências, plotada em posição de topo da
“Superfície dos Tabuleiros”, cujo substrato rochoso compreende depósito de argilito
arenoso da Formação Barreiras, pedologicamente correspondendo aos horizontes
Podzólicos, numa associação local com Argilosos Vermelho-Amarelos, associados aos
Latossolos Vermelho-Amarelos, perfazendo uma associação faciológica peculiar da
evolução no período do Quaternário Inferior ao Superior. Capeando esta faciologia
Barreiras, ocorrem recobrindo toda a área em foco, os Espodossolos (solos arenosos e
bastante porosos, aflorantes, de cor cinzenta devido a presença de matéria orgânica,
podendo apresentar camadas inferiores com areias de cor creme, resultantes da ausência
ou da redução do teor de matéria húmica disseminada).
19
3.1.2.4.Recursos Hídricos
Como pode ser observada na Figura 07, a área do projeto se encontra
plotada sobre um divisor local de águas, sendo ao norte-noroeste a Bacia Hidrográfica
do Miriri e ao sul-sudeste a Bacia Hidrográfica do Paraíba. Considerando a área da
Fazenda Nova vida, estima-se que 30% de sua área está inserida na Bacia Hidrográfica
do Miriri, sendo o restante (70%) na Bacia Hidrográfica do Paraíba.
20
3.1.2.5.Hidrogeologia
Os aspectos hidrogeológicos da área do projeto são peculiares do
contexto da porção oeste da Sub-Bacia Miriri, onde os argilitos da Formação Barreiras
se encontram sobrejacentes aos arenitos da Formação Beberibe.
Ambas unidades litoestratigráficas constituem aquíferos eficientes,
considerando-se o histórico de perfuração de poços tubulares e captação de água,
destacando-se, no entanto, pelos arenitos da Formação Beberibe, devido qualidade e
disponibilidade de água recalcada para o consumo humano, industrial e para a irrigação
de culturas. Além dos aquíferos citados, destaca-se também a possibilidade de
ocorrência do aquífero livre, associado ao horizonte arenoso superficial, que localmente
poderá se manifestar uma paleo-superfície negativa no argilito subjacente, que pela
baixa permeabilidade, acumula a água pluvial incidente e infiltrante no horizonte
arenoso superficial. Nos furos de sondagem a percussão, realizados na área do projeto,
não de detectou zonas de saturação de água no nível arenoso superficial. No entanto, em
períodos chuvosos, poderão ocorrer acumulações de água neste perfil, por se constituir
um meio absorvente, em cuja base o fluxo de água ocorre lateralmente, em direção às
porções mais baixas do terreno. Considera-se então a possibilidade de ocorrência de 03
(três) tipos de aquíferos na área estudada, sendo eles:
Aquífero Arenoso Superficial, livre;
Aquífero Barreiras, livre a semi-confinado;
Aquífero Beberibe, semi-confinado a confinado.
Os aquíferos descritos, passíveis de ocorrerem na área do projeto,
apresentam as peculiaridades descritas na Tabela 01:
21
foco, representa-se no perfil mostrado na Figura 08 o modelamento espacial dos
aquíferos passíveis de ocorrerem na área do projeto.
22
Figura 3.9. Perfil representativo dos aquíferos possivelmente presentes na área.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
23
3.2.MEIO BIÓTICO
3.2.1. Flora
24
Figura 3.10. Área de plantio de cana de açúcar na área destinada para a instalação do Aterro Sanitário no
Município de Santa Rita – PB.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
3.2.1.1.Área Antropizada
Segundo Kageyama & Castro (1989), ecossistema degradado é aquele
que, após ter sofrido um distúrbio (seja ele antrópico ou natural), apresenta baixa
resiliência, isto é, o seu retorno ao estado anterior pode nunca ocorrer ou ser
extremamente lento. Dessa forma, entende-se como “Área Antropizada” a área
degradada pela ação humana.
Em uma grande parcela do empreendimento foi possível perceber
áreas totalmente desmatadas e alteradas pela ação humana. Em algumas partes foi
possível identificar ambientes transformados em pastos, espaços transformados em
pequenas plantações, o aparecimento constante de espécies exóticas à formação
vegetacional característica, ocorrência constante de espécies pioneiras, bem como o
corte seletivo de madeira em todos os fragmentos de mata. Segundo o Ministério do
Meio Ambiente (BRASIL, 2006), a introdução de espécies não nativas nos diversos
ecossistemas se configura como a segunda maior causa de extinção de espécies no
mundo, sendo superada apenas pela supressão de habitat.
As espécies exóticas têm alta capacidade de degradação, pois a
chegada delas a um determinado habitat altera o equilíbrio ecológico local. Muitas
dessas espécies, por possuírem características como ciclo reprodutivo rápido, baixa
demanda nutricional e comportamento ecológico parasita, acabam por se tornar pragas,
25
crescendo e multiplicando-se rapidamente. A utilização dos recursos existentes no
ecossistema acarreta o desequilíbrio ambiental que mantinha as espécies nativas,
podendo ser extintas.
As demais áreas degradadas mostraram uma baixíssima quantidade e
diversidade de espécies de qualquer estrato da vegetação, com escassa ocorrência de
espécies arbóreas pioneiras; como coqueiros e cajueiros.
26
3.2.1.3.Tabuleiros
Os tabuleiros perfazem o terceiro maior corpo florestal do Brasil,
sucedendo desde o Estado de Pernambuco até o Rio de Janeiro, estando em associação
com depósitos de areias terciárias que perfazem a formação barreiras. Caracterizam-se
por possuir faixas arenosas planas ou superficialmente onduladas, revestidas de alvas
areias quaternárias que não ultrapassam os 200 m acima do nível do mar (Rizzini,
1997).
Segundo Thomas & Barbosa (2008), os Tabuleiros são fitofisionomias
situadas entre 30 e 100 m acima do nível do mar e geologicamente caracterizados pelas
areias aluviais e argilosas sobre a formação Barreiras. O tipo de vegetação
predominante dos tabuleiros é o arbustivo-arbóreo, estando os Tabuleiros Florestados
sobre solos arenosos.
3.2.1.4.Tabuleiro Florestado
O Tabuleiro florestado (Figura 11) está localizado na área do
empreendimento, sendo nessa porção onde será instalada a reserva legal do
empreendimento e também onde terá supressão da vegetação. É uma vegetação que
predomina indivíduos arbustivo-arbóreo com troncos tortuosos isolados ou formando
adensamentos. Alguns indivíduos podem apresentar um porte considerável, mas em sua
maioria, são espécies pioneiras como Tapirira guianensis e Schefflera morototoni. Os
espaçamentos entre os adensamentos são recobertos com espécies de Poaceae e
Cyperaceae com outras espécies de menor frequência ocorrendo.
27
Figura 3.11. Foto retirada durante a instalação de uma parcela em uma área de Tabuleiro florestado.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
28
3.2.1.5.Material e Métodos
3.2.1.5.1. Área de estudo
29
Figura 3.13. Amostra de Byrsonima verbascifolia coletada na área do empreendimento durante a
primeira expedição.
Fonte: Renato Magnum.
30
Figura 3.14. Registro realizado durante a prensagem do material botânico coletado.
Fonte: Renato Magnum.
31
Figura 3.15. Amostra de um indivíduo que está em fase de processamento para ser incorporado no
Herbário Lauro Pires Xavier na Universidade Federal da Paraíba.
Fonte: Renato Magnum.
3.2.1.6.Levantamento fitossociológico
O levantamento fitossociológico foi realizado por meio de parcelas
retangulares de 200 m² (10 m de largura por 20 m de comprimento). Segundo Müller-
Dombois & Ellenberg (1974), adotou-se uma amostragem maior com o objetivo de
observar alguma heterogeneidade ambiental local. Dentro das parcelas foram obtidas e
registradas informações complementares dos indivíduos e espécies, a saber:
33
Figura 3.17. Mapa de levantamento fitosossiológico.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
34
3.2.1.7.Resultados
3.2.1.7.1. Caracterização Florística
13% Myrtaceae
Fabaceae
Rubiaceae
12% Cyperaceae
41%
Annonaceae
Apocynaceae
Erythroxylaceae
8%
Orchidaceae
Sapindaceae
7%
Sapotaceae
3% 4% Outras
3% 3% 3% 3%
Gráfico 3.7. Famílias que apresentam as maiores quantidades de espécies e um grupo representando
todas as outras famílias que apresentaram 3 ou menos espécies.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
35
Tabela 3.2. Lista das espécies encontradas na área do empreendimento, em Santa Rita/PB.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.Legenda: Espécie não avaliada quanto à ameaça (NE), pouco preocupante (LC), Arbusto (Arb), Árvore (Arv), Liana (Lia) e Trepadeira
(Trep).
Familia Espécie Ameaça Hábito Origem End Nome Popular LARA Entorno
.
36
Apocynaceae Mandevilla scabra (Hoffmanns. ex Roem. & Schult.) NE Trep Nativa Não X
K.Schum.
Araliaceae Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire et al. NE Arv Nativa Não Sambaquim X X
Bignoniaceae Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos NT Arv Nativa Não Ipê roxo X
Chrysobalanacea Licania octandra (Hoffmanns. ex Roem. & Schult.) Kuntze NE Arv Nativa Não Pau-cinza X
e
37
Convolvulaceae Ipomoea asarifolia (Desr.) Roem. & Schult. NE Trep Nativa Não Salsa X
Fabaceae Abarema cochliacarpos (Gomes) Barneby & J.W.Grimes LC Arv Nativa Sim Barbatimão X
38
Fabaceae Andira legalis (Vell.) Toledo NE Arv Nativa Sim X
Fabaceae Chamaecrista ensiformis (Vell.) H.S.Irwin & Barneby NE Arb/Arv Nativa Não X X
Fabaceae Dioclea violacea Mart. ex Benth. NE Trep Nativa Não Olho de boi X
Fabaceae Dioclea virgata (Rich.) Amshoff NE Trep Nativa Não Cipó de macaco X
Fabaceae Mimosa somnians Humb. & Bonpl. ex Willd. NE Arb/SubArb Nativa Não X X
Fabaceae Swartzia pickelii Killip ex Ducke LC Arv Nativa Não Jacarandá branco X
Hypericaceae Vismia guianensis (Aubl.) Choisy NE Arb/Arv Nativa Não Pau lacre X
39
Lauraceae Ocotea glomerata (Nees) Mez NE Arv Nativa Não Louro pinho X
Lauraceae Ocotea notata (Nees & Mart.) Mez NE Arb/Arv Nativa Não X
Lecythidaceae Eschweilera ovata (Cambess.) Mart. ex Miers NE Arv Nativa Sim Imbiriba X
40
Myrtaceae Myrcia multiflora (Lam.) DC. NE Arb/Arv Nativa Não X
41
Orchidaceae Cyrtopodium blanchetii Rchb.f. NE Erva Nativa Não X
Orchidaceae Cyrtopodium flavum Link & Otto ex Rchb.f. NE Erva Nativa Sim X
Rubiaceae Cordiera myrciifolia (K.Schum.) C.H.Perss. & Delprete NE Arb Nativa Não X X
Rubiaceae Mitracarpus frigidus (Willd. ex Roem. & Schult.) K.Schum. NE SubArb Nativa Não X
Rubiaceae Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K.Schum. NE Arb/SubArb Nativa Não X X
42
Humiriaceae Sacoglottis mattogrossensis Malme NE Arv Nativa Não X
Sapindaceae Allophylus edulis (A.St.-Hil. et al.) Hieron. ex Niederl. NE Arb/Arv Nativa Não X X
43
Em relação a origem dessas espécies apenas Oeceoclades maculata e
Mangifera indica não são nativas. Sendo O. maculata uma espécie naturalizada para o
Brasil e M. indica uma espécie cultivada amplamente no Brasil. Para o endemismo das
espécies a maioria é apontado como espécies não endêmicas para o Brasil (86 ssp.),
sendo poucas espécies endêmicas para o Brasil (37 ssp.) (Gráfico 08).
Segundo a informação obtida na Lista de Espécies da Flora do Brasil,
que extrai os dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNC Flora) através
da PORTARIA MMA Nº 443, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2014, seguindo os padrões
da Internacional Union for Conservation of Nature (IUCN). Foram encontradas 7
espécies com algum grau de ameaçadas de extinção.
Dessas espécies, 6 foram classificadas como “Pouco Preocupantes”
(LC) e 2 espécies como “quase ameaçadas” (NT). As espécies classificadas como
“pouco preocupantes” foram: Abarema cochliacarpos, Abarema filamentosa,
Allophylus puberulus, Myrcia guianensis, Padrosia lactescens e Swartzia pickelli.
Enquanto as duas classificadas como “quase ameaçadas” foram: Handroanthus
impetiginosus e Bowdichia virgilioides. Contudo, de todas essas espécies apenas
Abarema filamentosa foi encontrada na área onde será instalado o empreendimento.
4%2%
30%
NE
Não
LC
Sim
NT
70%
94%
Figura 3.18. Distribuição das parcelas ao longo do empreendimento e proximidades das áreas que serão
destinadas para a construção do Aterro Sanitário no município de Santa Rita – PB.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
45
Tabela 3.3. Aspectos gerais da estrutura da vegetação da vegetação da área destinada para instalação do
futuro empreendimento no município de Santa Rita – PB.
No. de Espécies 25 - -
No. de Famílias 16 - -
No. de Amostras 14 - -
Equabilidade 0,738 - -
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
Tabela 3.4. Aspectos gerais da estrutura da vegetação da vegetação do entorno da área destinada para
instalação do futuro empreendimento no município de Santa Rita – PB.
PARÂMETROS VALOR MÁXIMO MÍNIMO
No. de indivíduos 48 - -
No. de Espécies 21 - -
No. de Famílias 15 - -
No. de Amostras 2 - -
Equabilidade 0,824 - -
Figura 3.19. Inflorescência (esquerda) e infrutescência (direita) de uma Ouratea hexasperma, espécie
muito frequente na área que será destinada para o Aterro Sanitário no município de Santa Rita – PB.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
Figura 3.20. Flor de Hancornia speciosa popularmente conhecida como Mangaba, espécie muito comum
na área que será destinada para o Aterro Sanitário no município de Santa Rita – PB.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
47
Tabela 3.5. Parâmetros fitossociológicos das espécies arbóreas, organizados por ordem decrescente de
valor de importância (IVI), da área destinada para futura instalação do Aterro Sanitário no município de
Santa Rita - PB.
Legenda: Número de indivíduos (NInd), Densidade Absoluta (DA); Densidade Relativa (DR); Frequência
Absoluta (FA); Frequência Relativa (FR); Dominância Absoluta (DoA); Dominância Relativa (DoR);
Volume (Vol); Valor de importância (IVI) e Valor de Cobertura Vegetal (IVC).
ESPÉCIES NInd DA DR FA FR DoA DoR Vol IVI IVC
Ouratea hexasperma 77 275 33,33 78,57 12,94 1,6 25,49 1,16 71,76 58,82
Anacardium occidentale 21 75 9,09 57,14 9,41 1,2 19,2 2,06 37,7 28,29
Hancornia speciosa 30 107,1 12,99 71,43 11,76 0,62 9,9 0,47 34,65 22,89
Byrsonima verbascifolia. 21 75 9,09 71,43 11,76 0,77 12,23 0,69 33,09 21,32
Indivíduo Morto 11 39,3 4,76 50 8,24 0,17 2,68 0,2 15,68 7,44
Guettarda angelica 16 57,1 6,93 35,71 5,88 0,18 2,82 0,14 15,63 9,75
Tapirira guianensis 8 28,6 3,46 28,57 4,71 0,44 6,96 1,03 15,13 10,43
Andira legalis 10 35,7 4,33 35,71 5,88 0,25 3,93 0,3 14,14 8,26
Schefflera morototoni 4 14,3 1,73 21,43 3,53 0,23 3,63 1,03 8,89 5,36
Myrcia bergiana 3 10,7 1,3 14,29 2,35 0,13 2,14 0,29 5,79 3,44
Vismia guianensis 4 14,3 1,73 21,43 3,53 0,03 0,53 0,03 5,79 2,26
Ouratea fieldingiana 4 14,3 1,73 14,29 2,35 0,1 1,64 0,07 5,73 3,38
Byrsonima sericea 3 10,7 1,3 14,29 2,35 0,09 1,38 0,11 5,04 2,68
Malpighiaceae1 2 7,1 0,87 7,14 1,18 0,12 1,88 0,33 3,93 2,75
Ilex floribunda. 3 10,7 1,3 7,14 1,18 0,08 1,25 0,12 3,73 2,55
Maytenus obtusifolia 2 7,1 0,87 14,29 2,35 0,03 0,44 0,02 3,66 1,31
Psidium guineense 3 10,7 1,3 7,14 1,18 0,06 0,95 0,04 3,43 2,25
Fabaceae2 2 7,1 0,87 7,14 1,18 0,02 0,32 0,02 2,36 1,19
Eugenia splendens 1 3,6 0,43 7,14 1,18 0,04 0,62 0,07 2,23 1,05
Psidium oligospermum 1 3,6 0,43 7,14 1,18 0,03 0,52 0,03 2,13 0,96
Eugenia candolleana 1 3,6 0,43 7,14 1,18 0,03 0,46 0,05 2,07 0,89
Pera glabrata 1 3,6 0,43 7,14 1,18 0,02 0,38 0,04 1,99 0,81
Indeterminada1 1 3,6 0,43 7,14 1,18 0,02 0,28 0,01 1,89 0,72
Croton sellowii 1 3,6 0,43 7,14 1,18 0,02 0,24 0,01 1,85 0,67
Cecropia pachystachya 1 3,6 0,43 7,14 1,18 0,01 0,1 0,01 1,71 0,53
48
Na área do entorno ao empreendimento a espécie que apresentou o
maior valor de importância foi Protium heptaphyllum. Seguido por Campomanesia
dichotoma e Chamaecrista ensiformis (Tabela 06).
Tabela 3.6. Parâmetros fitossociológicos das espécies arbóreas, organizados por ordem decrescente de
valor de importância (IVI), no entorno do empreendimento no município de Santa Rita - PB. Legenda:
Número de indivíduos (NInd), Densidade Absoluta (DA); Densidade Relativa (DR); Frequência Absoluta
(FA); Frequência Relativa (FR); Dominância Absoluta (DoA); Dominância Relativa (DoR); Volume
(Vol); Valor de importância (IVI) e Valor de Cobertura Vegetal (IVC).
Espécies NInd AbsDe RelDe AbsFr RelFr AbsDo RelDo Vol IVI IVC
Protium heptaphyllum 16 400 33,33 50 4,55 2,15 12,93 0,57 50,8 46,26
Campomanesia dichotoma 4 100 8,33 50 4,55 4,04 24,26 1,64 37,14 32,59
Chamaecrista ensiformis 5 125 10,42 100 9,09 1,88 11,3 0,65 30,81 21,72
49
Assim, com base na presença das espécies nas parcelas levantadas, foi
realizada uma análise de cluster (Figura 21), no qual é possível observar a formação de
três agrupamentos. Um dos grupos destaca as parcelas A16 e A17, que foram as
parcelas alocadas na mata que fica no entorno da área que será destina para a construção
do Aterro sanitário. Tais parcelas se mostram próximas entre si, entretanto como um
grupo externo em relação a todas as outras. Isso reforça que essa mata claramente
apresenta uma vegetação com características estruturais e florísticas distintas da
encontrada na área do empreendimento.
Figura 3.21. Análise de agrupamento realizado através dos obtidos nas parcelas alocadas ao longo da
área destinada para o empreendimento e no entorno.
Fonte: Real Consultoria.
50
Figura 3.22. Foto retirada para evidenciar os espaçamentos entre os adensamentos com presença de
espécies de Poaceae e Cyperaceae.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
51
Figura 3.23. Foto retirada durante a instalação de uma parcela. A esquerda e ao fundo da foto temos
adensamentos de vegetação.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
52
Figura 3.24. Foto retirada do campo destinado ao plantio de cana de açúcar em tempos pretéritos.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
54
40 cm + 9%
36 - 40 cm 7%
31 - 35 cm 10%
26 - 30 cm 13%
21 - 25 cm 26%
16 - 20 cm 23%
10 - 15 cm 12%
Gráfico 3.9. Representação gráfica das classes de circunferência dos indivíduos amostrados na área onde
será instalado o Aterro Sanitário no município de Santa Rita – PB.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
3.2.1.4. Conclusão
Os dados apresentados foram obtidos através do levantamento
florístico e fitossociológico área. Que tiveram como objetivo caracterizar a área e
conhecer as principais espécies presentar na área. Com isso, foi possível observar que a
maior parte da área que será destinada para o empreendimento já está antropizada. Com
a maior parte dela com o solo ocupado por uma área que já foi utilizada para plantio de
cana de açúcar e outra parte com uma vegetação nativa com predominância do estágio
inicial de sucessão secundaria da vegetação. Sendo essa vegetação classificada como
um Tabuleiro florestado, sendo uma vegetação que predomina indivíduos arbustivo-
arbóreo com troncos tortuosos isolados ou formando adensamentos. Contudo, apresenta
uma baixa riqueza de espécies. Tendo também uma predominância de espécies
pioneiras na área.
55
3.2.2. Fauna
3.2.2.1.Mastofauna
Em virtude de sua riqueza biológica e níveis de ameaça, a Mata
Atlântica, como também outras 33 regiões localizadas em diferentes partes do planeta,
foi apontada como um dos hotspots mundiais, ou seja, uma das prioridades para a
conservação de biodiversidade em todo o mundo (Myers et al., 2000; Mittermeier et al.,
2004; Galindo-Leal; Câmara, 2005). Distribuída ao longo de mais de 27 graus de
latitude no Brasil, incluindo partes da Argentina e do Paraguai, a Mata Atlântica
apresenta grandes variações no relevo, nos regimes pluviométricos e nos mosaicos de
unidades fitogeográficas, as quais contribuem para a grande biodiversidade encontrada
nesse hotspot (Pinto et al., 1997; Oliveira-Filho; Fontes, 2000; Silva; Casteleti, 2003).
Mata Atlântica brasileira perfazia cerca de 1.350.000 km2 do território
nacional, desde o Ceará até o Rio Grande do Sul, e hoje está reduzida a menos de 8% de
sua extensão original (Fundação SOS Mata Atlântica et al.,1998; Fundação SOS Mata
Atlântica & INPE, 2002). Essa região é de grande importância para o País, pois abriga
mais de 60% da população brasileira e é responsável por quase 70% do PIB nacional
(CI-Brasil et al., 2000).
De acordo Brooks et al. (2002), mais de 50% das plantas e 57% dos
vertebrados ameaçados de extinção de todo o mundo encontram-se em hostpots,
segundo os critérios da União Mundial para a Natureza (IUCN). Em alguns aspectos, a
diversidade biológica da Mata Atlântica é considerada superior à Amazônica (Mori et
al.1983; Peixoto & Gentry 1990; Brown & Brown 1992; Leitão-Filho, 1994), pelo seu
alto grau de endemismo (Mori et al. 1981), mesmo com a intensa devastação sofrida ao
longo de toda a colonização brasileira (Dean 1995; Fonseca 1985).
No Nordeste brasileiro, particularmente ao norte do Rio São
Francisco, a devastação da floresta Atlântica foi muito intensa. Esta região é a mais
ameaçada dentre os remanescentes de Mata Atlântica: somente 2% da área original da
floresta foi conservada e o restante encontra-se disperso em vários fragmentos
pequenos, a maioria com menos de 50 ha, isolados entre si e submetidos a severa
pressão antrópica (Ranta et al. 1998; Silva & Tabarelli, 2000).
No entanto, aproximadamente 250 espécies de mamíferos ocorrem
nesse bioma, sendo cerca de 22% endêmicas (Reis et al., 2008). E graças à sua grande
biomassa, às altas taxas metabólicas e às ricas e intrincadas interações ecológicas (como
56
polinização e dispersão de diásporos, ciclagem de nutrientes e controle das populações
das diversas presas que consomem), os mamíferos se constituem em um grupo de
extrema importância no equilíbrio dos ecossistemas pertencentes a esse bioma
(Robinson & Redford, 1986). Os mamíferos são ainda importantes bioindicadores da
qualidade do ambiente, pois possuem muitas espécies próximas ou no topo da teia
trófica (Cruz & Campello, 1998). 04188 9 99850817
Levantamentos faunísticos permitem uma avaliação da distribuição da
biodiversidade, o que contribui para estudos de taxonomia e biogeografia. Tais estudos
elucidam os padrões e processos responsáveis pela evolução e diversificação da fauna,
sendo imprescindíveis para definir estratégias de manejo e conservação da vida
silvestre.
No presente trabalho será apresentada a lista de espécies de mamíferos
coletados em dois fragmentos de Mata Atlântica no município de Santa Rita/PB. Os
dados aqui contidos são provenientes de dados primários (amostragem em campo
realizada nos locais de propriedade do empreendedor) e secundários (advindos de
literatura específica).
Área de Estudo
O levantamento foi realizado no município de Santa Rita, em área
destinada para instalação da Estação de Transbordo de Resíduos Sólidos Recicláveis e
em fragmentos remanescentes de Mata Atlântica. O empreendimento totaliza uma área
de 60,07ha, cuja coordenada UTM de sua localização é: 272264.05 E/ 9227357.16 N,
onde as respectivas coordenadas situam-se na zona 25S (Figura 25).
57
Figura 3.25. Localização da Estação de Transbordo de Resíduos Sólidos Recicláveis.
Fonte: Google Earth, 2018.
Amostragem
Foram realizados 20 dias de amostragem para os períodos seco e
úmido, distribuídos em 8 pontos (Figuras 26) dentro da área de estudo. Foram
constituídos de três linhas de armadilhas pitfalls com 11 baldes, e três linhas com a
instalação de Sherman e Tomahawk para capturas de exemplares, além de transectos
para coleta ativa na área. Além disso, foram feitas entrevistas com moradores da região,
que habitam perto do fragmento em questão.
58
Figura 3.26. Armadilhagem realizada no local de estudo para captura de espécimes para inventário de
fauna.
Fonte: Real Consultoria e Soluções. Foto: Karlla Rêgo.
59
ativa para os mamíferos de médio e grande porte foi realizado, sendo percorridas trilhas
internas e estradas de areia no entorno dos pontos de amostragem, a pé e de carro, para
visualização de rastros e vestígios (tocas, ninhos, arranhados em árvores, rastros, restos
de alimentação, fezes, carcaças e outros vestígios).
Alguns espécimes foram coletados (seguindo o número máximo de
espécimes estabelecido pelo TR) e depositados na coleção de mamíferos da UFPB.
Outros espécimes foram identificados em campo e soltos na mesma área em que foram
coletados. Foram tomadas as seguintes medidas biométricas: peso, tamanho do corpo e
cauda, sexo, condição reprodutiva e dentição (para estimar a idade dos espécimes de
marsupial).
Esforço Amostral
Tanto as buscas ativas como a amostragem com as armadilhas de
gaiola foram realizadas durante todos os 20 dias de amostragem com as armadilhas de
queda, Sherman’s e Tomahawk’s.
O esforço amostral em cada campanha foi calculado multiplicando o
número de armadilhas pelo número de noites coletados, onde o esforço foi de 1800
armadilhas/noite para as duas campanhas. A utilização dessas diferentes armadilhas
auxilia na captura de espécies com diferentes hábitos locomotores e de diferentes
tamanhos corporais (UMETSU; Pardini, 2006).
3.2.2.1.2. Resultados
60
Cerdocyon thous Didelphis albiventris
Akodon cursor
Figura 3.27. Espécies de carnívoro e marsupial encontradas na área.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
61
Tabela 3.8. Espécimes da Mastofauna inventariada para Estudo de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) no
município de Santa Rita – PB, para Central de Tratamento de Resíduos.
Monodelphis Cachorro-de-
4 LC- população estável
domestica mangue
NC
Raposa; Cachorro-
Cerdocyon thous 10 LC- população estável NC
do-Mato
Ordem Rodentia
Coendou
Porco-espinho 1 LC- população diminuindo NC
prehensilis
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
62
Abundância Total
7
0
Didelphis Necromys Monodelphis Rattus rattus Akodon cursor Coendou
albiventris lasiurus domésticas prehensilis
Gráfico 3.10. Abundância total dos espécimes coletados durante as campanhas seco e úmida.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
Período úmido
Analisando o total de pontos de amostragem das armadilhas de queda
e das Sherman’s para o período chuvoso, foram coletados 12 indivíduos divididos em 7
espécies, como mostra a Tabela 09.
63
Os estimadores de diversidade as 6 espécies coletadas durante o
período, assim, mais coletas devem ser realizadas para estimar o número real de
espécies existentes nas áreas.
Curva de coletor
8
7
6
Nº de Indivíduos
5
4
3
2
Curva de…
1
0
0 2 4 6 8 10 12
Amostragem
Estimadores de Diversidade
14
12
Nº de Indivíduos
10
8
Curva de coletor
6
Chao 1 Mean
4
Jack 1 Mean
2
0
0 5 10 15
Amostragem
64
Período Seco
Considerando o total de pontos de amostragem das armadilhas de
queda (Tomahawk’s), das Sherman’s, os Pitfall’s, os avistamentos, e os rastros para o
período seco, foram levantados 6 espécies, dividida em 12 indivíduos.
Curva de Coletor
7
6
Nº de indivíduos
3
Curva de Coletor
2
0
0 2 4 6 8 10 12
Amostragem
5
4
3 Curva de Coletor
2 Chao 1 Mean
1 Jack 1 Mean
0
0 2 4 6 8 10 12
Amostragem
3.2.2.1.3. Discussão
66
3.2.2.2.Herpetofauna
A Herpetologia refere-se ao campo de pesquisa que possui como
objetivo estudos com anfíbios e répteis. Apesar de não formarem um grupo
monofilético, eles possuem aspectos de vida semelhantes o que permite aos
pesquisadores utilizarem as mesmas técnicas, ou técnicas semelhantes, nas pesquisas
envolvendo os dois grupos (VITT; CALDEWELL, 2009).
Atualmente, o Brasil possui a terceira maior riqueza de répteis do
mundo estando atrás apenas da Austrália e do México (UETZ ; HOŠEK, 2018), sendo
esta composta por 36 Testudines (Tartarugas, cágados e jabutis), 6 Crocodylia (jacarés),
e 753 Squamata (72 anfisbenas, 276 lagartos e 405 serpentes), totalizando 795 espécies
de répteis (COSTA; BÉRLIS, 2018). Em relação aos anfíbios o país possui 1026
espécies, distribuídas em 988 Anuros (sapos, rãs e pererecas), 5 Caudata (salamandras)
e 33 Gymnophionas (cecílias) (SEGALLA et al., 2014), constituindo a maior riqueza de
anfíbios mundial (SILVANO; SEGALA, 2005).
Os anfíbios, em sua maioria, apresentam um estágio de vida larval
aquático e um estágio adulto terrestre. Em sua vida adulta conseguem sobreviver bem a
ambientes terrestres, próximos a corpos d’água, e algumas espécies são altamente
adaptadas a ambientes secos (VITT; CALDEWELL, 2009). Possuem papel
fundamental no meio atuando como controladores de insetos, sendo extremamente
importantes para o controle de pragas (WOEHL JR & WOEHL, 2008). Também atuam
como indicadores ambientais, sendo os principais animais a sofrerem com os distúrbios
acontecidos, e que estão acontecendo na natureza, e algumas espécies de anuros são as
primeiras a desaparecerem quando ocorre poluição em um ambiente (VERDADE et al.,
2010).
Assim como os anfíbios, os répteis são ectodérmicos e ocorrem
praticamente em todos os ecossistemas brasileiros sendo mais abundantes nas regiões
mais quentes do país. A grande maioria dos répteis são especialistas em habitats, não
conseguindo sobreviver em ambientes alterados como, por exemplo, pastos e plantações
(MMA, 2008). No entanto, algumas espécies conseguem obter êxito e se beneficiar com
as alterações antrópicas realizadas no habitat (MARQUES et al., 2001) A maioria dos
répteis são predadores e muitos deles estão no topo da cadeia trófica, os quais são
capazes de controlar a abundância de outras populações da comunidade (MMA, 2008).
67
Anfíbios e répteis são ameaçados pelos mesmos impactos no ambiente
como degradação de habitat, desmatamento, drenagem de zonas úmidas e poluição
pelos tóxicos utilizados na agricultura (GIBBONS et al., 2000). Embora os anfíbios
sejam ótimos para refletir a “saúde” das comunidades (BLAUSTEIN et al., 1994;
GARDNER, 2001), pode ser difícil detectar as mudanças na mesma, pois o número de
indivíduos varia ao longo do tempo, e para saber se essa flutuação populacional é
proveniente de impactos antrópicos ou é intrínseco àquela comunidade anos de estudos
são necessários (GIBBONS et al., 2000).
Os impactos causados pela destruição do habitat e pela antipatia da
população, pelos répteis (principalmente serpentes) são visivelmente percebidos em
dados ecológicos e na história de vida destas. Por esta razão, os estudos realizados sobre
a conservação de áreas ou fragmentos são frequentemente realizados com serpentes
(assim como outros répteis e anfíbios), pois estas, juntamente com os anuros, são um
dos primeiros grupos a refletirem as alterações e impactos presentes no local
(RODRIGUES, 2005 ; COSTA et al, 2010 ; CONDEZ et al, 2010).
Estudos sobre a herpetofauna em área sujeitas a impactos ambientais
possui o objetivo de garantir um nível razoável de informações sobre a composição
original e atual da fauna nessas áreas, determinando a composição da comunidade e
taxocenoses, da abundância, e riqueza na área (ALHO, 2003). Tais informações
permitirão a elaboração de medidas para mitigação dos futuros impactos, além de
orientação para seleção de áreas para a conservação de amostras das comunidades
perdidas em decorrência de atividades antrópicas.
Área de estudo
As coletas foram realizadas em dois fragmentos: Ponto 1 (6o59’13.0”
S, 35o03’47.0”W) e Ponto 2 (6o59’11.2”S, 35o03’45.4”W). Todos os pontos estão
localizados na área proposta para a implementação do empreendimento. A área de
estudo (Figuras 27 e 28), localizada no município de Santa Rita-PB, apresenta vários
fragmentos de Floresta Atlântica circundados por canaviais. Inserida na região
fitoecológica da Floresta Estacional Semidecidual (IBGE, 2004), a área tem uma
altitude abaixo de 80 metros (FIALHO & GONÇALVES, 2008), apresentando clima
68
quente e úmido com temperatura média anual em torno dos 25 °C (FIALHO &
GONÇALVES, 2008; MONTENEGRO, 2011).
69
Figura 3.29. Áreas onde as coletas foram realizadas. Fonte:
Real Consultoria e Soluções.Fotos: Bruna Pontes.
Amostragem
70
noturnas foram realizadas entre 18:00 – 22:00 horas. No total, foram realizadas 12 horas de
busca ativa por fragmento, sendo 2 horas de coleta diurna e 2 horas de noturna. Durante o
período diurno, o foco da busca foram os lagartos (quando estes estão mais ativos) e durante o
período noturno, serpentes e anfíbios.
Identificação auditiva: este método é exclusivo para a identificação de anuros (sapos,
rãs e pererecas), as espécies são detectadas pela vocalização que os indivíduos emitem. A
vocalização é espécie-específico, o que permite utilizá-la Foram coletados em média dois a três
espécimes-testemunho por espécie. Após as coletas os exemplares foram sacrificados com
Lidocaína 2%, e em seguida foram fixados em solução de formol a 10% e conservados em
recipientes com álcool 70% conforme os métodos estabelecidos pelas normas de curadoria
científica do Laboratório de Herpetologia da Universidade Federal da Paraíba (CHUFPB), no
qual foram depositados os espécimes coletados.
71
Tabela 3.11. Espécies registradas durante o período de chuva. Capt. = capturados; Obs.= observados; Abund. = abundância; Reg. = Registro. AUD = Auditivo; BADN =
Busca ativa diurna/noturna; PIT = Pitfall traps.
Nome Status
Táxon Capt. Obs. Abud. Reg. Status IUCN
popular MMA
ANFÍBIOS
FAMÍLIA CRAUGASTORIDAE
Pristimantis ramagii (Boulenger, 1888) Perereca 1 5 6 AUD/BADN Não preocupante Não consta
FAMÍLIA HYLIDAE
Dendropsophus soaresi (Caramaschi & Jim, 1983) Perereca 3 7 10 AUD/BADN Não preocupante Não consta
FAMÍLIA LEPTODACTYLIDAE
Leptodactylus troglodytes (A. Lutz, 1926) - 2 1 3 AUD/BADN Não preocupante Não consta
Leptodactylus vastus (A. Lutz, 1930) Gia 3 3 6 AUD/BADN/PIT Não consta
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) Caçote NA 5 5 AUD Não preocupante
Physalaemus cuvieri (Fitzinger, 1826) Rã cachorro NA 2 2 AUD Não preocupante Não consta
Pleurodema diplolister (Peters, 1870) - 1 4 5 AUD/BADN Não preocupante Não consta
FAMÍLIA BUFONIDAE
Rhinella jimi (Stevaux, 2002) Sapo cururu 1 9 10 BADN Não preocupante Não consta
Rhinella granulosa (Spix, 1824) Sapo cururu NA 1 1 AUD Não preocupante Não consta
FAMÍLIA PHYLLOMEDUSIDAE
Perereca Dados
Pithecopus nordestinus (Caramaschi, 2006) 2 1 3 AUD/BADN Não consta
verde deficientes
RÉPTEIS
FAMÍLIA TEIIDAE
Ameivula ocellifera (Spix, 1825) Calango 2 4 6 PIT/BADN Não consta Não consta
Kentropyx calcarata (Spix, 1825) Calango 2 NA 2 PIT Não consta Não consta
FAMÍLIA MABUYIDAE
Brasiliscincus heathi (Schmidt & Inger, 1951) Calango 1 NA 1 PIT Não consta Não consta
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
72
Tabela 3.12. Espécies registradas durante o período seco. Capt. = capturados; Obs.= observados; Abund. = abundância; Reg. = Registro. AUD = Auditivo; BADN = Busca
ativa diurna/noturna; PIT = Pitfall traps.
Nome Status
Táxon Capt. Obs. Abud. Reg. Status IUCN
popular MMA
ANFÍBIOS
FAMÍLIA CRAUGASTORIDAE
Pristimantis ramagii (Boulenger, 1888) Perereca 1 4 5 AUD/BADN Não preocupante Não consta
FAMÍLIA HYLIDAE
Dendropsophus soaresi (Caramaschi & Jim, 1983) Perereca 2 2 4 AUD Não preocupante Não consta
FAMÍLIA LEPTODACTYLIDAE
Leptodactylus troglodytes (A. Lutz, 1926) - NA 2 2 BADN Não preocupante Não consta
Leptodactylus vastus (A. Lutz, 1930) Gia 2 NA 2 PIT Não preocupante Não consta
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) Caçote NA 1 1 BADN Não preocupante Não consta
Rhinella jimi (Stevaux, 2002) Sapo cururu 1 4 5 BADN Não preocupante Não consta
FAMÍLIA PHYLLOMEDUSIDAE
Perereca
Pithecopus nordestinus (Caramaschi, 2006) 1 NA 1 BADN Dados deficientes Não consta
verde
RÉPTEIS
FAMÍLIA TEIIDAE
Ameivula ocellifera (Spix, 1825) Calango 1 5 6 PIT/BADN Não consta Não consta
Kentropyx calcarata (Spix, 1825) Calango 1 3 4 PIT/BADN Não consta Não consta
Tropidurus hispidus (Spix, 1825) Lagartixa NA 3 3 BADN Não consta Não consta
FAMÍLIA MABUYIDAE
Brasiliscincus heathi (Schmidt & Inger, 1951) Calango 1 NA 1 BADN Não consta Não consta
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
73
De acordo com a IUCN, nenhuma das espécies observadas durante ambas
as campanhas, possui algum grau preocupante, porém, muitas destas espécies não constam
no seu banco de dados, o que impossibilita informações mais concisas acerca do status de
conservação destas.
Observa-se que na campanha do período chuvoso se obteve uma maior
quantidade de espécies (e indivíduos) registradas, principalmente anfíbios anuros.
Geralmente, na estação chuvosa as espécies de anuros iniciam seu período de atividade
durante a tarde, antes do anoitecer, fato também observado ao decorrer da campanha onde
foram capturados indivíduos no folhiço (por exemplo, Pristimantis ramagii) ainda no
período vespertino. Isso pode se dar tanto pelo fato de uma maior humidade ao longo do dia,
ou devido a uma maior precipitação que ocorre nesse período.
Em relação aos répteis, obtivemos uma melhor amostragem no período
seco. A utilização dos métodos de coleta também pode ter influenciado, já que a maior
proporção das espécies encontradas foi observada pelo meio da coleta ativa, demostrando
uma melhor amostragem deste método nesta área. Observaram-se muitos indivíduos de
lagartos das espécies Kentropyx calcarata e Ameivula ocellifera. A ausência de encontros
com serpentes pode ser explicada pelo seu hábito, muitos ofídios possuem um habito
criptozóico e fossorial, o que dificulta a sua visualização. E até pela própria biologia do
animal, já que muitas espécies de serpentes apresentam um longo período de inatividade,
alimentando-se esporadicamente, o que diminui muito a possibilidade de encontro em
campo (CECHIN, 1999), além da ocorrência de baixas densidades, fator que dificulta muito
o seu registro. Ou ainda, pela forte influência antrópica que ocorre nos fragmentos do estudo
causada pela plantação de cana-de-açúcar.
A seguir apresentamos as espécies encontradas na área de estudo (figuras
30 e 31). A maioria das fotografias é de autoria dos consultores desta campanha e registradas
nas áreas, para aquelas espécies que não foi possível o registro fotográfico, apresentamos
fotos de outros autores.
74
A B
D
C
E F
G I
Figura 3.30. Anfíbios anuros - Leptodactylus fuscus (A), Leptodactylus vastus (B), Pleurodema diplolister (C),
Pristimantis ramagii (D), Physalaemus cuvieri (E), Leptodactylus troglodytes (F), Pithecopus nordestinus (G),
Rhinella granulosa (H), Rhinella jimi (I).
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
75
J K
Figura 3.31. Répteis – Kentropx calcarata (J), Ameivula ocellifera (L), Brasiliscincus heathi (K) (foto do B.
heathi: Ricardo Marques).
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
76
Período seco
14
12
10
nº de espécies
8
Observado
6
ACE Mean
4
Chao 1 Mean
2
0
0 2 4 6 8
dias de coleta
Período chuvoso
16
14
12
nº de espécies
10
8 Observado
6 ACE Mean
4 Chao 1 Mean
2
0
0 2 4 6 8
dias de coleta
Gráfico 3.15. Estimativas de diversidade para a área amostrada no período chuvoso e seco.
Fonte: Real Consultoria.
77
A
Figura 3.32. Curva de rarefação da comunidade estudada, figura A corresponde ao período de seca e a figura
B ao período de chuva. A linha central representa os valores observados e as linhas externas o desvio padrão.
Fonte: Real Consultoria.
78
A curva de rarefação foi escolhida com o objetivo de perceber se o esforço
foi suficiente para representar a comunidade, e baseando-se em seus resultados constatamos
que é necessário um maior esforço para determinar um resultado mais robusto para o
período seco acerca da riqueza e abundância dos répteis e anfíbios da área de estudo. Ainda,
embora as análises demostrem um bom resultado para ambas as campanhas, devemos
atentar que a riqueza de espécies observada na área de estudo está resumida aos anfíbios.
Isso porque foram detectadas apenas 4 espécies de répteis (apenas lagartos) para os
fragmentos, podendo representar uma riqueza sub amostrada, indicando que os dados
obtidos podem não ter sido suficientes para uma melhor amostra da diversidade de répteis
dos fragmentos, o que pode estar relacionado ao curto período de tempo das campanhas. A
ausência de uma maior representatividade de espécies pode também estar associada ao fato
da forte ação antrópica na região, visto que os fragmentos estão circundados por canaviais,
conduzindo uma destruição dos habitas naturais das espécies ali existentes, sendo uma das
principais causas da perda de diversidade nos últimos séculos (GENOVESI; SHINE, 2004).
Observa-se que a base de dados coletados ainda não permite inferir
padrões robustos de riqueza e variação na composição de espécies de répteis e anfíbios ao
longo da área de amostragem. Os padrões aqui apresentados, portanto, possuem caráter
preliminar e devem ser refinados com adição de novos dados. Deste modo, faz-se necessário
a continuação de monitoramentos na região, como objetivo de conduzir a informações mais
robustas e novos registros. Além de observar os impactos que a construção deste
empreendimento causará as comunidades presentes nos fragmentos adjacentes.
3.2.2.3.Ornitologia
Atualmente um dos grupos mais bem conhecidos e estudados em nível
mundial, as aves vêm sendo consideradas excelentes bioindicadoras da qualidade ambiental,
bem como grandes aliadas na identificação de áreas de importante interesse para a Biologia
da Conservação (Eken et al. 2004).
Brasil, Peru e Colômbia, são os países mais ricos em diversidade de
espécies de aves no mundo, no entanto, somente no Brasil são mais de 1.700 espécies, onde
cerca de 500 são endêmicas dos diversos biomas brasileiros. Dessas espécies endêmicas,
aproximadamente 190 espécies são endêmicas da Mata Atlântica (Mittermeier et al., 1999;
Marini & Garcia, 2005), garantindo a este ecossistema, o título de um dos sete maiores
hotspots de biodiversidade do mundo (Marini & Garcia, 2005).
79
Por se tratar de um hotspots de biodiversidade, os quais são áreas do
planeta onde a conservação de suas características naturais faz-se mais urgente, uma
considerável parcela das espécies de aves do Brasil está inserida em alguma categoria de
ameaça, sendo sua maioria restrita à Mata Atlântica, principalmente à porção nordestina
(Anjos, 2004; Olmos, 2005; Coutinho, 2015).
Um dos principais motivos desta ameaça se dá pelo processo de
fragmentação florestal, que afeta direta e indiretamente as comunidades de aves de um
determinado local. No caso da Mata Atlântica do Nordeste brasileiro, esta se apresenta como
o setor mais ameaçado atualmente, devido ao seu longo histórico de desmatamento, que vem
desde o século XVI, principalmente para a monocultura de cana-de-açúcar, restando apenas
cerca de 2% de sua área original (Silva & Tabarelli, 2000; Coutinho, 2015).
No Estado da Paraíba, a Mata Atlântica faz parte de um bloco bem
delimitado de florestas, conhecido como “Centro de Endemismo Pernambuco”, o qual
apresenta diversas espécies endêmicas de animais e vegetais, com cerca de 2/3 de todas as
espécies que ocorrem na Mata Atlântica brasileira (Roda, 2002; Nemésio & Santos-Junior,
2014).
Neste sentido, estudos sobre a fauna local são de extrema importância,
tanto no âmbito de licenciamento ambiental, quanto acadêmico, tendo em vista que, para o
Estado da Paraíba, informações detalhadas sobre a composição da avifauna, e
consequentemente, impactos sobre a mesma, decorrentes de atividades humanas ainda são
escassos, com poucos artigos publicados (Roda, 2003).
Área de estudo
O levantamento da avifauna foi realizado em dois fragmentos
remanescentes de Mata Atlântica na zona rural do município Santa Rita - PB, próximo à
divisa com o Município de Mamanguape - PB (Figura 33). Os fragmentos se localizam
próximos à rodovia BR-101, se encontrando rodeados por matrizes de cana-de-açúcar e
outros fragmentos menores de Mata Atlântica. Um dos fragmentos apresenta um tamanho
considerável a sudeste da área de estudo, porém desconectado deste, e outros em grande
parte isolados.
80
A coleta de dados para a avifauna se deu, basicamente em 3 pontos, onde
foram realizados pontos de escuta e instalação de redes de neblina.
Figura 3.33. Pontos de coleta (redes de neblina e pontos de escuta) e poligonal da área do empreendimento em
vermelho.
Fonte: Google Earth©.
81
Figura 3.34. Vegetação rasteira e arbustiva (esq.) e matriz de cana-de-açúcar (dir.), presentes na área do
estudo.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
Coleta de dados
Para a coleta de dados da avifauna, foram utilizadas duas metodologias,
sendo elas, os transectos aleatórios (Bibby et al., 1998) com identificações visuais e sonoras
das espécies para a elaboração de listas de Mackinnon (Mackinnon & Phillips, 1993) e
Instalação de Redes de Neblina, para amostragem da avifauna em sub-bosque. As atividades
ocorreram durante 6 dias no período chuvoso e 6 dias no período seco, e foram realizadas
sempre nos horários considerados de maior atividade das aves: ao amanhecer, das 5 h 00
min às 10 h 00 min; e ao final da tarde, das 15 h 00 min às 17 h 00 min.
Listas de Mackinnon
Para a elaboração das listas de Mackinnon (Mackinnon & Phillips, 1993),
foram realizados transectos aleatórios, tanto dentro da área de estudo quanto em seu entorno,
utilizando sempre que possível, as trilhas já abertas na vegetação (Figura 35), para evitar o
afugentamento da fauna no processo de abertura de trilhas. Estradas de terra, vegetação de
borda e áreas mais abertas também foram utilizadas como acesso, visando inventariar aves
dependentes, independentes e semi-dependentes de ambientes florestados.
82
Figura 3.35. Trilha (esq.) e estrada de terra (dir.) já presentes na vegetação do local.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
Redes de Neblina
A metodologia das redes de neblina foi realizada de acordo com Vanzolini
& Papavero (1967), onde as redes permaneceram abertas durante todo o dia (das 5 h 00 min
às 17 h 00 min), sendo vistoriadas sempre em intervalos de 1 hora.
Em cada ponto, foram utilizadas quatro redes de neblina com dimensões
de 12 metros de comprimento por 3 metros de altura, sendo assim, ao todo, foram realizadas
1728 horas/rede, sendo 864 horas/rede para cada período (seco e chuvoso), somando o
tempo total de abertura das redes multiplicado pelo total de redes instaladas nos três pontos
selecionados, durante a campanha.
83
Análise dos dados
A análise dos dados obtidos, se deu pelos softwares Microsoft Excel® e
EstimateS® (Colwell, 2012), onde foram calculados o esforço amostral, e este comparado
com os estimadores de riqueza (Chao II e Bootstrap), além da representatividade das
espécies por família e o uso do habitat para cada uma das espécies, seguindo Stotz et al.
(1996).
Gráfico 3.16. Representatividade das espécies de aves de acordo com as famílias para a primeira campanha
(Período chuvoso).
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
84
espécies (13,3%) e Thraupidae, com 12 espécies (10,6%), Trochililidae com 7 espécies
(6,2%) e Thamnophilidae com 6 espécies (5,3%) (Gráfico 17).
Gráfico 3.17. Representatividade das espécies de aves de acordo com as famílias para a segunda campanha
(Período seco).
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
A diferença na quantidade de espécies registradas pela sazonalidade
provavelmente se relacionou com as dificuldades de detecção das espécies durante o período
chuvoso, onde boa parte das espécies de aves diminuem suas atividades durante chuva
intensa.
Para cada uma das espécies inventariadas neste estudo, foram inseridas
informações sobre o uso do habitat em três categorias principais: espécies dependentes de
ambientes florestados (DF), ou seja, espécies que dependem de ambientes cuja vegetação
esteja em bom estado de conservação; espécies semi-dependentes de ambientes florestados
(SF), que são espécies que necessitam de áreas florestadas porém também utilizam-se de
áreas abertas ou de vegetação mais baixa; e espécies independentes de ambientes florestados
(IF), que são aquelas que não necessitam de florestas, podendo viver em ambientes
antrópicos ou com pouca vegetação arbórea/arbustiva.
Também foi listado o grau de ameaça, de acordo com a lista da
International Union for Conservation of Nature (IUCN, 2017) e do Ministério do Meio
Ambiente. A tabela 13 mostra as espécies registradas, divididas por família, o uso do habitat
e grau de ameaça na lista vermelha da IUCN.
85
Tabela 3.13. Listagem geral das espécies inventariadas no estudo para as duas campanhas, contendo as
Famílias, Espécies, Nomes populares, Uso do habitat (onde: SF - Semi-dependentes de ambientes florestados;
DF - Dependentes de ambientes florestados; IF - Independentes de ambientes florestados), grau de ameaça
segundo a IUCN (LC - Pouco preocupante), grau de ameaça segundo o MMA (PP – Pouco Preocupante).
HABIT IUC MM
FAMÍLIA ESPÉCIE NOME POPULAR
AT N A
Crypturellus soui tururim IF LC PP
Tinamidae Crypturellus parvirostris inhambu IF LC PP
Nothura maculosa codorna-amarela IF LC PP
Ortalis araucuan aracuã DF LC PP
Cracidae
Penelope jacucaca jacucaca DF LC PP
Bubulcus ibis garça-vaqueira IF LC PP
Ardeidae Ardea alba garça-branca-grande IF LC PP
Egretta thula garça-branca-pequena IF LC PP
urubu-de-cabeça-
Cathartes aura IF LC PP
vermelha
Cathartidae urubu-de-cabeça-
Cathartes burrovianus IF LC PP
amarela
Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta IF LC PP
Rupornis magnirostris gavião-carijó IF LC PP
Buteo albonotatus gavião-urubu IF LC PP
Heterospizias
Acciptridae gavião-caboclo IF LC PP
meridionalis
Urubitinga urubitinga gavião-preto IF LC PP
Buteo brachyurus gavião-de-cauda-curta IF LC PP
Glaucidium brasilianum caburezinha SF LC PP
Strigidae
Megascops choliba corujinha-do-mato SF LC PP
Columbina talpacoti rolinha-roxa IF LC PP
Columbina squammata fogo-apagou IF LC PP
Columbidae
Patagioenas cayennensis pomba-galega DF LC PP
Geotrygon montana pariri IF LC PP
Cuculidae Piaya cayana alma-de-gato SF LC PP
86
Guira guira anu-branco IF LC PP
Crotophaga ani anu-preto IF LC PP
Antrostomus rufus joão-corta-pau SF LC PP
Caprimulgidae Nyctidromus albicollis bacurau SF LC PP
Nannochordeiles pusillus bacurauzinho SF LC PP
balança-rabo-de-bico-
Glaucis hirsutus DF LC PP
torto
Phaethornis ruber rabo-branco-rubro DF LC PP
Eupetomena macroura beija-flor-tesoura IF LC PP
beija-flor-de-arganta-
Trochilidae Amazilia fimbriata SF LC PP
verde
beija-flor-de-banda-
Amazilia versicolor DF LC PP
branca
Phaetornis pretrei rabo-branco-acanelado DF LC PP
Polytmus guainumbi beija-flor-de-bico-curvo DF LC PP
surucuá-de-barriga-
Trogonidae Trogon curucui DF LC PP
vermelha
Galbulidae Galbula ruficauda ariramba-de-cauda-ruiva SF LC PP
Bucconidae Nystalus maculatus rapazinho-dos-velhos SF LC PP
Picidae Veniliornis passerinus picapauzinho-anão SF LC PP
Caracara plancus carcará IF LC PP
Falconidae
Milvago chimachima carrapateiro SF LC PP
Psittacidae Diopsittaca nobilis maracanã-pequena SF LC PP
Formicivora grisea papa-formiga-pardo SF LC PP
Formicivora rufa papa-formiga-vermelho IF LC PP
Herpsilochmus chorozinho-de-asa-
Thamnophilida DF LC PP
rufimarginatus vermelha
e
Thamnophilus palliatus choca-listrada SF LC PP
Taraba major choró-boi SF LC PP
Thamnophilus pelzeni choca-do-planalto DF LC PP
Pachyramphus
Tityridae caneleiro-preto SF LC PP
polychopterus
87
Conopophagida cuspidor-de-máscara-
Conopophaga melanops DF LC PP
e preta
Dendrocolaptid Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde DF LC PP
ae Dendroplex picus arapaçu-de-bico-branco SF LC PP
Neopelma pallescens fruxu-do-cerradão DF LC PP
Pipridae Manacus manacus rendeira DF LC PP
Chiroxiphia pareola tangará-príncipe DF LC PP
Onychorhynchi
Myiobius barbatus assanhadinho DF LC PP
dae
Platyrinchidae Platyrinchus mystaceus patinho DF LC PP
Leptopogon
cabeçudo DF LC PP
amaurocephalus
Tolmomyias flaviventris bico-chato-amarelo DF LC PP
Rhynchocyclid
Todirostrum cinereum ferreirinho-relógio SF LC PP
ae
Hemitriccus griseipectus maria-de-barriga-branca DF LC PP
ferreirinho-de-testa-
Poecilotriccus fumifrons SF LC PP
parda
Ornithion inerme poiaeiro-de-sobrancelha SF LC PP
Arundinicola
freirinha SF LC PP
leucocephala
Myiophobus fasciatus filipe IF LC PP
Capsiempis flaveola marianinha-amarela DF LC PP
Phyllomyias fasciatus piolhinho SF LC PP
Legatus leucophaius bem-te-vi-pirata SF LC PP
Tyrannidae Myiarchus ferox maria-cavaleira SF LC PP
Rhytipterna simplex vissiá SF LC PP
Pitangus sulphuratus bem-te-vi IF LC PP
Tyrannus melancholicus suiriri IF LC PP
Machetornis rixosa suiriri-cavaleiro IF LC PP
guaracava-de-barriga-
Elaenia flavogaster SF LC PP
amarela
Elaenia cristata guaracava-de-topete- IF LC PP
88
uniforme
Elaenia chiriquensis chibum IF LC PP
Camptostoma obsoletum risadinha IF LC PP
Hylophilus
vite-vite-de-olho-cinza SF LC PP
amaurocephalus
Vireonidae
Cyclarhis gujanensis pitiguari SF LC PP
Vireo chivi juruviara SF LC PP
andorinha-doméstica-
Progne chalybea SF LC PP
grande
Hirundinidae
Stelgidopteryx ruficollis andorinha-serradora SF LC PP
Hirundo rustica andorinha-de-bando SF LC PP
garrinchão-de-bico-
Cantorchilus longirostris SF LC PP
Troglodytidae grande
Pheugopedius genibarbis garrinchão-pai-avô SF LC PP
Ramphocaenus
bico-assovelado SF LC PP
melanurus
Polioptilidae
balança-rabo-de-
Polioptila plumbea SF LC PP
chapéu-preto
Turdus leucomelas sabiá-barranco SF LC PP
Turdidae
Turdus amaurochalinus sabiá-poca SF LC PP
Ammodramus humeralis tico-tico-do-campo SF LC PP
Passerellidae
Arremon taciturnus tico-tico-de-bico-preto SF LC PP
Parulidae Myiothlypis flaveola canário-do-mato DF LC PP
Icterus pyrrhopterus encontro SF LC PP
Icteridae
Sturnella superciliaris polícia-inglesa-do-sul SF LC PP
Schistochlamys
bico-de-veludo SF LC PP
ruficapillus
Schistochlamys
sanhaçu-de-coleira IF LC PP
Thraupidae melanopis
Tangara palmarum sanhaçu-do-coqueiro SF LC PP
Tangara cayana saíra-amarela IF LC PP
Nemosia pileata saíra-de-chapéu-preto DF LC PP
89
Volatinia jacarina tiziu IF LC PP
Lanio cristatus tiê-galo SF LC PP
Tachyphonus rufus pipira-preta DF LC PP
Cyanerpes cyaneus saíra-beija-flor DF LC PP
Danis cayana saí-azul SF LC PP
Emberizoides herbicola canário-do-campo SF LC PP
Saltator maximus tempera-viola SF LC PP
Euphonia chlorotica fim-fim SF LC PP
Fringillidae
Euphonia violacea gaturamo-verdadeiro DF LC PP
Estrildidae Estrilda astrild bico-de-lacre IF LC PP
Passeridae Passer domesticus pardal IF LC PP
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
90
Figura 3.36. Algumas das espécies registradas na campanha. A - Volatinia jacarina (Tiziu); B - Caracara
plancus (Carcará); C - Cathartes aura (Urubu-de-cabeça-vermelha); D - Tyrannus melancholicus (Suiriri); E -
Myiodynastes maculatus (Bem-te-vi-rajado); F - Coragyps atratus (Urubu-de-cabeça-preta); G - Stelgidopteryx
ruficollis (Andorinha serradora); H - Icterus pyrrhopterus (Encontro); I - Nyctidromus albicollis (Bacurau); J -
Thamnophilus pelzeni (choca-do-planalto); K - Tangara sayaca (sanhaçu-cinzento); L - Formicivora rufa
(papa-formiga-ruivo).
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
91
Para o presente estudo, não foi encontrada nenhuma espécie de ave
inserida em categorias de risco ou mesmo vulnerável, sendo todas listadas como pouco
preocupante na lista do MMA e LC (Low Concern) na lista vermelha da IUCN.
Com relação ao uso de habitat pelas espécies, utilizando como base o
trabalho de Silva et al. (2003), obteve-se para a primeira campanha, um resultado em que
29,90% das espécies registradas são independentes de ambientes florestados (IF), 45,36%
são semi-dependentes de ambientes florestados (SF) e 24,74% são dependentes de ambientes
florestados (DF), como mostra o Gráfico 18.
Gráfico 3.18. Uso do habitat pelas espécies inventariadas durante a primeira campanha (Período chuvoso),
onde IF são espécies independentes de ambientes florestados, SF são semi-dependentes e DF são dependentes.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
92
Uso do habitat (2ª Campanha)
50,00%
45,00%
40,00%
35,00%
30,00%
25,00%
20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
IF SF DF
Gráfico 3.19. Uso do habitat pelas espécies inventariadas durante a segunda campanha (Período seco), onde IF
são espécies independentes de ambientes florestados, SF são semi-dependentes e DF são dependentes.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
93
Tal explicação pode ser corroborada segundo Cadotte et al., (2002) e
Bierregaard & Stouffer (1997), que dizem que o processo de desmatamento e fragmentação
de habitat altera drasticamente a estrutura original da vegetação de um local, causando
assim, uma diminuição da diversidade florística desses remanescentes. Como consequência
da diminuição do tamanho desses remanescentes, há, geralmente, a diminuição da
diversidade de aves e outros grupos animais, principalmente aqueles mais dependentes de
ambientes florestais, que se extinguem localmente ou migram para fragmentos próximos que
possam suprir suas necessidades (Coutinho, 2015).
Notou-se também que nos fragmentos próximos a área de estudo, existem
pequenos corredores ecológicos que conectam um fragmento a outro, o que é uma vantagem
para a fauna do local, pois segundo Crooks et al. (2000) a conectividade entre
remanescentes, fornecida por esses pequenos corredores, a depender da sua diversidade
vegetal e complexidade, além da permeabilidade da matriz, são consideradas importantes
para a persistência e para o fluxo das espécies da fauna, principalmente aves e mamíferos,
em áreas fragmentadas.
Sendo assim, devido a relativamente alta quantidade de espécies
dependentes de ambientes florestados, podemos considerara que a região no entorno da área
de estudo, se apresenta como uma área de relevante papel ecológico local, principalmente
por possuir uma vegetação relativamente bem preservada, com potencial de refúgio para as
espécies de aves locais.
Quanto a riqueza das espécies de aves locais, os estimadores mostraram
que a área do estudo apresentou uma riqueza considerável, mesmo com as constantes chuvas
que atrapalharam um pouco a coleta de dados.
Apesar da pequena quantidade de pontos amostrais, as curvas de
acumulação das espécies inventariadas nas duas campanhas, comparadas com os
estimadores Chao 2 e Bootstrap, tenderam a atingir a assíntota, o que mostra que que o
esforço amostral para as duas campanhas, foram suficientes para inventariar a maioria das
espécies de aves prováveis de serem encontradas nos fragmentos.
Os Gráficos 20 e 21 mostram as curvas de acumulação de espécies,
comparadas com os estimadores de riqueza Chao 2 e Bootstrap, para os períodos chuvoso e
seco, respectivamente.
94
Curva de acumulação (1ª Campanha -
102 Período Chuvoso)
100
Quantidade de espécies
98
96
94
92
90
88
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5
Gráfico 3.20. Curva de acumulação das espécies inventariadas na primeira campanha (Período chuvoso),
comparando-as com os estimadores de riqueza Chao 2 e Bootstrap.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
120
Quantidade de espécies
100
80
60
40
20
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5
Pontos Amostrais
Gráfico 3.21. Curva de acumulação das espécies inventariadas na segunda campanha (Período seco),
comparando-as com os estimadores de riqueza Chao 2 e Bootstrap.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
3.2.2.3.3. Conclusão
95
todas as espécies inventariadas classificadas como (PP) Pouco Preocupante ou LC (Low
Concern) nas listas da IUCN e do Ministério do Meio Ambiente.
Foram realizadas duas campanhas, sendo uma no período chuvoso e outra
no período seco, para que fosse observado o comportamento da fauna em relação a
sazonalidade.
A maioria das espécies inventariadas durante as campanhas apresentaram
ampla distribuição geográfica, com algumas inclusive presentes em todo o continente Sul
Americano, porém as espécies se mostraram em uma parcela considerável, dependentes ou
semi-dependentes de ambientes florestados, o que desperta uma certa atenção ao ambiente
como um todo, principalmente os fragmentos florestais no entorno da área do
empreendimento.
Neste contexto, propõe-se aqui a manutenção integral das áreas florestadas
no entorno do empreendimento, pela sua capacidade de suporte e abrigo para as espécies de
aves residentes na região.
Além disso, propõe-se também estudos sinecológicos mais consistentes
para se mensurar melhor a capacidade de suporte dos fragmentos florestais adjacentes, que
serão utilizados pela fauna local como área de refúgio, a partir do estabelecimento e
funcionamento do empreendimento.
Faz-se necessário, para tanto, o monitoramento da fauna a médio e longo
prazo, ou seja, dois ou mais anos de trabalhos, no intuito de se obter dados sobre a
capacidade de suporte desses fragmentos de mata circunvizinhos ao empreendimento, e os
impactos futuros que o empreendimento possa vir a causar sobre a fauna e a flora locais,
para que com isso, sejam elaborados planos de manejo e políticas mitigadoras para os
impactos provocados.
96
econômicos, a infraestrutura física e social do Município, que corresponde à Área de
Influência Indireta do empreendimento.
O trabalho segue a metodologia de elaboração do EIA e, para tanto, foram
realizados levantamentos secundários e primários, a partir do levantamento de campo in loco
e coleta de depoimentos em entrevistas realizadas com os atores sociais envolvidos. Esses
dados foram utilizados como base para compreender o ordenamento socioeconômico do
território onde será implantado o empreendimento.
O referencial bibliográfico inclui dados secundários para cada item
abordado, disponibilizados por órgãos públicos (Federal, Estadual e/ou Municipal),
considerando-se informações mais recentes ou atualizando-as em projeções futuras. As
principais fontes de referência se embasaram em informações disponíveis no Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Governos da Paraíba e de Santa Rita, como o
Anuário Estatístico da Paraíba e no Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual da
Paraíba (IDEME).
97
Figura 3.37. Mapa da região Metropolitana de João Pessoa, onde a seta em vermelho destaca a localização
aproximada da área do empreendimento. Dados adquiridos no site da Prefeitura de Santa Rita.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
98
a implantação e desenvolvimento do empreendimento, baseado nas interações dos aspectos
analisados.
No presente estudo é apresentada uma análise das características da
população da ADA (Área Diretamente Afetada), onde foram utilizadas técnicas
padronizadas de coletas de dados primários. Na área da ADA onde será construído o
empreendimento não irá ocorrer a relocação de populações nem alteração de aparelhos
públicos utilizados pela população do município.
A análise das condições do meio antrópico com ênfase nos aspectos
socioeconômicos da região e nos possíveis impactos decorrentes da implantação do
empreendimento foram baseado no Termo de Referência, avaliando os aspectos de
População, Atividade Produtiva, Uso e Ocupação do Solo e Entorno, identificando as
percepções diretas da população, baseado em dados primários com a aplicação de
questionários e análise das informações secundárias com os dados censitários e estudos
realizados na região.
As ações metodológicas basearam-se na coleta de dados secundários junto
aos órgãos e instituições em âmbito federal, estadual e municipal e na interpretação de dados
estatísticos e censitários, principalmente aqueles disponibilizados pelo IBGE, IDEME.
Referente aos dados primários foram realizadas visitas a campo e uma
aplicação de questionários estruturados pelos seguintes eixos temáticos: estrutura social,
econômica, saúde, percepção ambiental antrópica e correlações bióticas.
Logo, no total foram 32 indivíduos entrevistados nas comunidades
Capitão, Miriri, Japungu, Jacaraúna, Água Branca e Agrovila, estes de variadas idades e
ocupações. A predominância dos respondentes aos questionários foram do gênero feminino
com uma parcela do gênero masculino. O grau de instrução predominante nos habitantes da
região foi o fundamental incompleto, e, em sua maioria a renda familiar corresponde a um
salário mínimo ou menos, assim como mostrado nos Gráficos 22 e 23.
99
GRAU DE INSTRUÇÃO
FUNDAMENTAL INCOMPLETO
2%
5% FUNDAMENTAL COMPLETO
7%
MÉDIO INCOMPLETO
12%
MÉDIO COMPLETO
54%
10% SUPERIOR INCOMPLETO
10% ASSINAR
RENDA FAMILIAR
2-3 SALÁRIO
MÍNIMO
37% < 1 SALÁRIO
MÍNIMO
24%
1 SALÁRIO
MÍNIMO
39%
Tabela 3.14. Distribuição da população total, por situação de domicilio e gênero – 2010.
DISCRIMINAÇÃO Nº DE HABITANTES
Urbana 103.717
Rural 16.593
Homens 58.119
Mulheres 62.191
Total 120.310
Fonte: IBGE/Censo Demográfico (2010).
101
no Gráfico 24 conforme estimativa da vida útil da Estação de Transbordo de Resíduos
Sólidos (até 20 anos), bem como a década seguinte ao seu fechamento.
PROJEÇÃO
250000
207.495
200000
181.456
158.684
150000
137.680
100000
50000
0
2018 2028 2038 2048
102
QUANTAS PESSOAS DA SUA CASA
TRABALHAM ?
2% 2%
13% 18%
NENHUMA
1 PESSOA
2 PESSOAS
3 PESSOAS
MAIS DE 3 PESSOAS
65%
Situação Econômica
19% 14%
10%
Subemprego
Beneficiário
Empregado
57% Agricultura
103
basicamente de rodovias estaduais pavimentadas e estradas não pavimentadas, que
interligam a sede do município aos distritos e localidades.
O município é beneficiado por transportes intermunicipais, que fazem
ligação com os municípios vizinhos e João Pessoa através de ônibus e trem, mas os
transportes alternativos promovidos por carros particulares, serviços de taxi e moto-taxi –
este último mais acessível para a população.
A Tabela 16, apresenta a frota de veículos cadastrados no município em
2016, com a predominância de automóveis (45,37%) e motocicletas (37,64%). A quantidade
total de veículos de Santa Rita (34.938) corresponde a quarta maior frota do Estado da
Paraíba, abaixo apenas para município de Patos (45.858), Campina Grande (168.963) e João
Pessoa (355.132). O crescimento da frota de veículos de Santa Rita nos últimos anos
encontra-se destacado no Gráfico 27, a seguir.
FROTA QUANTIDADE %
104
FROTA
40000
35000
34938
32269
30000
29831
27140
25000
24662
22490
20000
18707
15000
10000
5000
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
SANEAMENTO
BÁSICO
6%
EMPREGO
18%
LAZER
1%
105
O Gráfico 29 apresenta as formas de locomoção dos moradores da região,
em que o veículo particular se destaca como o mais utilizado. Esta população utiliza as vias
de acesso principais na localidade, BR-101, PB-025 e vias alternativas.
2%
7%
25% ONIBUS
15%
CARRO/MOTO
BICICLETA
TÁXI
ALTERNATIVO
51%
106
Figura 3.38. Mapa para visualização da mancha urbana (em amarelo) e distritos da zona rural, com destaque
para localização do empreendimento (seta vermelha).
Fonte: Prefeitura de Santa Rita.
107
Hidrográfica do Rio Miriri, pode-se destacar o Povoado Miriri e A Destilaria homônima,
bem como os Sítios Alagamar, Capitão, Água Branca, Miriri do Ferraz. Estes encontram-se
às margens do Rio Miriri, em região limítrofe do Município de Santa Rita. Já na Bacia
Hidrográfica do Rio Paraíba, cita-se o Povoado de Lerolândia, a Destilaria Japungu e Sítio
homônimo, os Sítios Poços, Cajazeiras, Jacuaruna, Mangereba de Cima, e as Fazendas
Jacuípe de Baixo e Jacaraúna Velha.
Este setor encontra-se plotado na porção norte do Município de Santa
Rita/PB, com população residente na ordem de 14.000 (catorze mil) habitantes, em que o
uso do solo é peculiar pelo intenso cultivo da cana e sua usinagem na produção de etanol,
que constitui historicamente a ocupação da região onde a Fazenda Nova Vida está inserida,
prevista para implantação do empreendimento.
108
abastecimento de energia, foram adotados dados do Censo IBGE – 2010, comparando-os
com a percepção da população.
O tipo de abastecimento de água e seus respectivos números de economia
e percentual relativo podem ser visualizados na Tabela 17. Observa-se que, em 2008, o tipo
residencial tem maior representatividade em relação à quantidade de economias ativas,
chegando a representar de 96,25% do total, seguido do índice comercial que apresentou
2,40% do total, o menor índice foi da classe industrial que representou 0,12% do total.
109
Tabela 3.18. Esgotamento Sanitário em Santa Rita/PB por Classes de Consumo – 2008.
TIPO DE ECONOMIA Nº ECONOMIAS ATIVAS % RELAÇÃO ÁGUA-ESGOTO
Residencial 1237 85,55 7,21
Comercial 153 10,58 35,75
Industrial 4 0,28 19,05
Público 52 3,60 23,64
Total 1446 100 8,11
Fonte: Anuário Estatístico da Paraíba, IDEME (2008).
5%
8%
FOSSA SÉPTICA
20% CÉU ABERTO
RIO
110
35.000
31.124
30.000
27.218
24.899
25.000 23.803
21.775
20.652
20.000 19.042
16.522 ÁGUA (m3/dia)
15.000 ESGOTO (m3/dia)
10.000
5.000
0
2018 2028 2038 2048
Gráfico 3.31. Projeção dos Sistemas de Água e Esgoto, conforme estimativa de crescimento populacional e
demanda de usuários.
Fonte: Santa Rita (2018).
No que diz respeito aos resíduos sólidos, estima-se que 91% dos
municípios paraibanos ainda utilizem meios inadequados de manejo e disposição final, o que
pode resultar em problemas ambientais, sociais e econômicos diversos. Mediante adequação
para reverter este cenário, o Estado da Paraíba disponibilizou uma versão preliminar de uma
Política Estadual de Resíduos Sólidos (PERS-PB, 2014), que visa instrumentalizar ações de
gestão e planejamento integrado dos resíduos.
De acordo com o documento, a disposição final de resíduos sólidos
urbanos (RSU) em aterros sanitários ocorre apenas nos municípios de Alhandra, Bayeux,
Caaporã, Cabedelo, Conde, João Pessoa e Santa Rita, São Mamede. Por definição, os RSU
englobam os de origem domiciliar urbana (RDU) e os de limpeza urbana (RLU), que
poderiam ter um manejo diferenciado pela coleta seletiva do material reciclável.
A taxa de geração de resíduos é estimada conforme faixa populacional,
onde para populações maiores que 100.000 habitantes, estima-se uma geração de 1,41 kg por
habitantes ao dia para resíduos domiciliares urbanos e de 0,212 kg por habitantes ao dia para
resíduos de limpeza urbana (PERS-PB, 2014). Com estes dados e conforme projeção da
população de Santa Rita, a Tabela 19 presenta a projeção de geração nas próximas décadas,
111
considerando a vida útil do empreendimento (20 anos) e a década seguinte ao seu
fechamento.
Tabela 3.19. Projeção da Geração de Resíduos Sólidos Urbanos em Santa Rita. RDU (Resíduo Domiciliar
Urbano); RLU (Resíduo de Limpeza Urbana).
112
se mostra o mais elevado, representando 54,83% do consumo total de energia do município,
seguido da classe residencial 24,94%.
Tabela 3.20. Número de consumidores e respectivos consumos por classes de consumo – 2008.
70.000
60.000
50.000
40.000
30.000 Nº de Consumidores
20.000 Consumo (MWh)
10.000
0
Gráfico 3.32. Variação percentual do consumo e número de consumidores de energia elétrica em MWh, por
classes de consumo – 2008.
Fonte: Energisa (2008) in IDEME (2008).
113
A população entrevistada afirma ser atendida pelo serviço de energia
elétrica, todavia observou-se unidades habitacionais com estrutura rudimentar (taipa), assim
sendo a concessionária de energia relata não conseguir fazer a instalação do serviço.
3.3.8. Educação
Tabela 3.21. Número de escolas, docentes e matriculados do município de Santa Rita – 2015.
DEPENDÊNCIA No DE
DOCENTES MATRICULADOS
ADMINISTRATIVA ESTABELECIMENTOS
Ensino Pré-Escolar
Municipal 47 75 1.343
Estadual 0 0 0
Particular 49 90 1.711
Total 96 165 3.054
Ensino Fundamental
Municipal 46 464 9.964
Estadual 17 249 4.493
Particular 52 322 6.072
Total 115 1.035 20.529
114
Ensino Médio
Municipal 0 0 0
Estadual 09 221 3860
Particular 08 82 756
Total 17 303 4.616
Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP, 2015/2016) e
Censo Educacional, IBGE (2015).
115
Figura 3.39. Mapa das Escolas na área Rural.
Fonte: Prefeitura de Santa Rita.
116
3.3.9. Saúde
117
Aldeny Montenegro Rua Pereira Lira 305 Bairro Popular
Ana Virginia Rua Maria da Paz Lacert S/N B. do Acude
Célia Santiago Rua Deputado Flaviano R. Coutinho S/N Nova Esperança
Cicerolandia (RURAL) Cicerolandia S/N Cicerolandia
Flavio Maroja II Rua 22 de Maio S/N Alto Popular
Francisca Lira de Carvalho Rua Rio Branco S/N Santa Cruz
Maurice Van Woensel Rua Rodrigues Alves 691/b Alto Popular
Mutirão Rua Trav. Antonio V Dourado 42B Jardim Planalto
Odilândia (RURAL) Rua Vital de Negreiros S/N Odilândia
Paulo VI Rua Guanabara 54 Popular
Usina São João (RURAL) Usina São João S/N Usina São João
Vidal de Negreiros Rua Tenete Francisco Pedro S/N Alto Popular
Padre Paulo Koelen Av. Flavio Ribeiro Coutinho S/N Centro
Fonte: Secretaria de Saúde do Munícipio de Santa Rita.
NASF BAIRRO
NASF I - PSF - Aldeny Montenegro Bairro Popular
NASF II - PSF - Celeste Ribeiro Várzea Nova
NASF III - PSF – PE Malagrida I Tibiri II
NASF IV - PSF - Padre Paulo Koelen Centro
Fonte: Secretaria de Saúde do Munícipio de Santa Rita.
118
Odontológicas Cavalcante
Centro De Saúde Barão Do Abiay R. Anesio Alves De 740 Várzea Nova II
Miranda
Serviço De Assistência Especializada R. Dom Urico 126 Centro II
– Sae
Centro De Saúde Dr. Flavio Maroja Rua 22 De Maio S/N Alto Popular III
Posto De Assintência Médica Sta. Av. Flavio Ribeiro 388 Centro III
Rita Coutinho
Policlínica José Lins De - - - -
Albuquerque
Fonte: Secretaria de Saúde do Munícipio de Santa Rita.
119
foram registrados atendimentos em maior incidência para casos de atendimento antirrábico,
sífilis adquirida, sífilis em gestantes e acidentes por animais peçonhentos, conforme Tabela
25. No mais, as doenças mais recorrentes seguem em conformidade com o Estado da
Paraíba, tais como hipertensão e diabetes.
Tabela 3.25. Principais atendimentos médicos no munícipio de Santa Rita nos últimos anos.
PRINCIPAIS ATENDIMENTOS MÉDICOS 2016 2017 2018
Acidente De Trabalho Com Material Biológico 1 3 -
Acidente Por Animais Peçonhento 12 45 13
AIDS 6 15 3
Atendimento Antirrábico 77 283 31
Coqueluche 1 2 -
Criança Exposta HIV - 1 -
Difteria - 1 -
Doença Pelo Vírus Zika 5 3 -
Doenças Exantemáticas 1 1 1
Febre De Chikungunya 49 12 1
Gestante HIV - 1 3
Hanseníase 4 36 7
Hepatites Virais 4 10
Intoxicação Exógena 14 25 5
Leishmaniose Visceral - 2 -
Leptospirose - 2 -
Meningite 1 4 -
Sífilis Adquirida 12 41 21
Sífilis Congênita 2 30 4
Sífilis Em Gestante 3 21 14
Toxoplasmose - 6 1
Tuberculose 12 40 5
Violência Interpessoal/Autoprovocada 18 138 1
Total Geral 222 722 110
Fonte: Secretaria de Saúde do Município de Santa Rita (2018).
Tabela 3.26. Acompanhamento do Estado Nutricional das Crianças do Município de Santa Rita.
Abrangência Municipal Peso X Idade
Código Código
Região UF Município para a Idade para a Idade ou Eutrófico para a Idade Total
UF IBGE
Quantidade % Quantidade % Quantidade % Quantidade %
SANTA
NORDESTE 25 PB 251370 13 1.13 38 3.29 991 85.8 113 9.78 1.155
RITA
TOTAL ESTADO PARAÍBA 109 1.11 280 2.85 8.681 88.26 766 7.79 9.836
TOTAL REGIÃO NORDESTE 394 1.35 996 3.41 25.682 87.99 2.116 7.25 29.188
TOTAL BRASIL 4.323 2.08 9.595 4.61 183.399 88.11 10.838 5.21 208.155
Tabela 3.27. Acompanhamento do Estado Nutricional dos Adolescentes do Município de Santa Rita.
Abrangência Municipal Altura X Idade
SANTA
NORDESTE 25 PB 251370 3 9.68 0 - 28 90.32 31
RITA
121
Tabela 3.28. Acompanhamento do Estado Nutricional dos Adultos do Município de Santa Rita.
Abrangência Municipal IMC *
TOTAL ESTADO PARAÍBA 21 1.28 455 27.76 607 37.03 363 22.15 140 8.54 53 3.23 1.639
TOTAL REGIÃO NORDESTE 179 2 3.000 33.59 3.126 35 1.769 19.81 617 6.91 240 2.69 8.931
TOTAL BRASIL 5.644 2.24 86.949 34.49 85.497 33.91 47.146 18.7 18.216 7.23 8.653 3.43 252.105
Tabela 3.29. Acompanhamento do Estado Nutricional dos Idosos do Município de Santa Rita.
Abrangência Municipal IMC
SANTA
NORDESTE 25 PB 251370 1 100 0 - 0 - 1
RITA
TOTAL REGIÃO NORDESTE 193 16.89 439 38.41 511 44.71 1.143
No que se diz respeito aos idosos, no ano de 2018 até o mês de março,
obteve o registro de apenas um idoso que se encontra abaixo do peso.
122
Tabela 3.30. Acompanhamento do Estado Nutricional das Gestantes do Município de Santa Rita.
Abrangência Municipal Estado nutricional atual (IMC por semana gestacional)
Adequado ou
Código Código Baixo peso Sobrepeso Obesidade
Região UF Município Eutrófico Total
UF IBGE
Quantidade % Quantidade % Quantidade % Quantidade %
SANTA
NORDESTE 25 PB 251370 0 - 0 - 2 100 0 - 2
RITA
TOTAL ESTADO PARAÍBA 197 15.08 479 36.68 376 28.79 254 19.45 1.306
TOTAL REGIÃO NORDESTE 1.178 17.66 2.493 37.38 1.815 27.21 1.184 17.75 6.670
TOTAL BRASIL 8.807 16.05 19.729 35.96 14.795 26.97 11.526 21.01 54.857
Fonte: SISVAN- Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (2018)
VACINAÇÃO
14%
PRÉ-NATAL
34%
19% PÓS-NATAL
DISTRIBUIÇÃO DE
REMÉDIOS
17% 16% EXAMES CLÍNICOS
123
Gomes Azedo, 106), em operação desde o dia 02 de julho do mesmo ano. Há também a
Delegacia da Mulher e a Delegacia de Homicídios.
A Unidade de Polícia de Santa Rita atende à demanda das populações dos
municípios de Sobrado, Sapé, Mari, Lucena, Cruz do Espírito Santo e Riachão do Poço. Em
média, atuam nas delegacias 53 policiais civis que contam com sete viaturas. As ocorrências
mais frequentes são ocasionadas por pequenos furtos e utilização de bebidas alcoólicas, que
resulta em violência interpessoal e doméstica.
3.3.11. Comunicação
124
trilhas no distrito de Forte Velho; Ribeira Adventures Club; Paroquia Santuário Santa Rita
de Cássia; Igreja de São Sebastião, localizada no distrito de Forte Velho; Igreja Matriz
Sagrado Coração de Jesus; Igreja Nossa Senhora das Batalhas; Igreja Nossa Senhora do
Patrocínio; Casa Grande do antigo Engenho Uma; Capela do Antigo Engenho Uma;
Engenho Banguê.
O Município dispõe ainda de atividades socioculturais como bibliotecas
públicas, clubes, associações recreativas, Estádio e ginásio poliesportivo.
A principal atividade de lazer frequentada pela população local é a igreja,
outras atividades foram relatadas, estas descritas no Gráfico 34.
3% 3% 3% PRAÇAS
9% CAMPO DE
13% FUTEBOL
CLUBE
IGREJAS
MERCADO
69% PUBLICO
RIO
125
quando do desenvolvimento de pesquisas de campo e escavações arqueológicas no país, Lei
nº 6.938/81, Resolução CONAMA nº 001/1986 que define o que é impacto ambiental como
sendo qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que,
direta ou indiretamente, e, por fim, a Resolução CONAMA nº 237/1997 que define
procedimentos e critérios usados para o licenciamento ambiental.
A ocupação do litoral paraibano foi semelhante à que dominou todo o
litoral nordestino. Muitos grupos, tais como: os cariris, potiguara, caetés, tabajaras, tupi;
tiveram sua participação no processo de ocupação. Os colonizadores expandiram e tornarem
posso das terras, com conflitos e acordos. Dentre os grupos indígenas que tiveram
participação na estruturação do espaço paraibano, especificamente das terras hoje
pertencentes ao município de Santa Rita, PB, estão os Potiguaras.
Para garantir as terras e usar para produção açucareira, foi criada pela
Coroa Portuguesa a Capitania da Paraíba, sendo que esta foi desmembrada da Capitania de
Itamaracá (MATIAS, 2012), De acordo com Matias (2012) a Capitania da Paraíba foi
resultado de uma ação de defesa do Rei D. Sebastião, contra os ataques dos índios
Potiguaras, e garantiu as terras, onde mais tarde desenvolveu a exploração de madeira e
cana-de-açúcar.
Ele contou com o apoio do ouvidor-mor de Pernambuco, Marin Leitão,
para expulsar os potiguaras das terras de seu interesse, com isso, Martin Leitão, ganhou
terras próximas ai Rio Tibiri que surge o povoado que formou a atual cidade de Santa Rita.
Entre os séculos XVIII e XIX, com a queda da produção açucareira,
iniciaram-se as lavouras de subsistência, do algodão e a pecuária no agreste e sertão
paraibano. O povoado de Santa Rita foi beneficiado com essa conjuntura, pois esse processo
de produção necessitava de terras para as lavouras e pecuária, o que foi fornecido pelas
terras do atual município (MATIAS, 2012). Em 1924 a vila de Santa Rita é elevada a cidade
“Através da Lei n° 613, Presidente da Província, João Suassuna, eleva Santa Rita à cidade”.
(MATIAS, p.62.2012).
Através da historiografia e dos bens materiais e imateriais é possível obter
informações sobre o contexto da cidade, como informações sobre os indígenas que habitam
aquela região, as construções das igrejas, estudo dos registros cerâmicos e outros. No
patrimônio cultural material o(s) suporte(s) físico(s) conserva(m) /apresenta(m) diretamente
126
os seus valores culturais, como nos casos, por exemplo, das edificações, objetos e artefatos.
(SILVA, P. da S. p.1).
128
Figura 3.42. Treinos do Grupo Raízes Africanas.
Fonte: Fonte: Real Consultoria e Soluções, 2018.
A capoeira por sua vez se faz presente, juntamente com outros bens de
natureza imaterial atuantes no município, entre elas estão, a quadrilha junina, coco de roda e
expressões religiosas.
129
Figura 3.44. Grupo de Coco de roda em Forte Velho.
Fonte: Real Consultoria e Soluções, 2018.
130
ficando de geração para as próximas gerações. A valorização do patrimônio cultural de uma
sociedade é uma forma de promover a sua preservação, onde cada pessoa pode dar
continuidade ás memórias adquirida através do tempo.
Sendo as manifestações de interesse cultural de natureza imaterial (como os modos
tradicionais de viver, de fazer e se expressar, os lugares e referenciais de memória) a
memória viva da história do povo, onde seu legado é transmitido pelas gerações.
132
Tabela 3.31. PIB adicionado por setores – 2015.
SETORES PRODUTIVOS PIB (mil reais)
Agropecuária 63.692,58
Indústria 618.284,95
Serviços 1.153.858,98
Total 1.835.836,51
Fonte: PIB dos Municípios, IBGE (2015).
133
Tabela 3.32. Principais produtos agrícolas do município de Santa Rita – 2016.
ÁREA PLANTADA QUANTIDADE VALOR DA
DISCRIMINAÇÃO
(ha) PRODUZIDA (t) PRODUÇÃO (R$ mil)
Lavoura Permanente
Coco-da-baía 1.200 4.800 2.880,00
Mamão 15 825 825,00
Banana 24 432 389,00
Maracujá 7 63 145,00
Manga 25 175 175,00
Total 1.271 6.295 4.414,00
Lavoura Temporária
Cana-de-açúcar 18.000 990.000 89.100,00
Abacaxi 1.800 54.000 61.992,00
Mandioca 140 1.400 770,00
Batata-doce 16 128 128,00
Total 19.956 1.045.528 151.990,00
Fonte: Produção Agrícola Municipal, IBGE (2016).
134
Tabela 3.33. Produção Pecuária Municipal – 2016.
DISCRIMINAÇÃO EFETIVO (CABEÇAS)
Bovinos 4.022
Caprinos 372
Codorna 58.076
Equinos 324
Galináceos 284.078
Ovino 403
Suínos 667
Muares 27
Outras aves 12.305
Vacas ordenhadas 261
Leite de vaca (mil litros) 211
Ovos de galinha (mil dúzias) 21
Ovos de codorna (mil dúzias) 626
Camarão (kg) 169.000
Tambaqui (kg) 5.000
Fonte: Produção da Pecuária Municipal, IBGE (2018).
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Figura 3.46. Mapa de indústria e seus distritos.
Fonte: Prefeitura de Santa Rita.
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empreendimento, marcados com círculos vermelhos. No segmento de água mineral
destacam-se: Água Mineral Platina, Água Mineral Indaiá, Água Mineral Sublime e Água
Mineral Itacoatiara.
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3.3.15. Percepção Ambiental da População Local
5%
5% Lazer
27% Pesca
16%
Irrigação
5% Bomba de
Captação
Banho
42%
Uso Domestíco
Gráfico 3.35. Tipos de uso dado aos rios da região pelos moradores locais.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.
7%
Queimada
33%
Queima da Cana
33%
Vizinhos que Poluem o
Rio
13% Herbicida da Usina
7%
7%
Despejo de Vinhaça
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3.4. Unidades de Conservação (UC’s)
140
A área do Aterro Sanitário Lara não consta da lista de Áreas Prioritárias
para conservação, utilização sustentável e repartição de benefícios da Biodiversidade
Brasileira, conforme Decreto Nº 5.092 de 2004 (Portaria 126 do MMA), e podemos observar
no mapa a seguir (Vide também Prancha 32b/32 – Mapa das Unidades de Conservação).
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