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Conselho Editorial
Allan Rocha de Souza – UFRRJ/UFRJ J. P. F. Remédio Marques – Univ. Coimbra/Port.
Carla Eugenia Caldas Barros – UFS Karin Grau-Kuntz – IBPI/Alemanha
Carlos A. P. de Souza – ITS/Rio Leandro J. L. R. de Mendonça – UFF
Carol Proner – UniBrasil Luiz Gonzaga S. Adolfo – Unisc/Ulbra
Dario Moura Vicente – Univ. Lisboa/Portugal Márcia Carla Pereira Ribeiro – UFPR
Francisco Humberto Cunha Filho – Unifor Marcos Wachowicz – UFPR
Guilhermo P. Moreno – Univ. Valência/Espanha Pedro Marcos Nunes Barbosa – PUC/Rio
José Augusto Fontoura Costa – USP Sérgio Staut Júnior – UFPR
José de Oliveira Ascensão – Univ. Lisboa/Portugal Valentina Delich – Flacso/Argentina
CreativeCommons 4.0
(CC BY 4.0)
Marcos Wachowicz
Organizador
PROTEÇÃO DE DADOS
PESSOAIS EM PERSPECTIVA:
LGPD e RGPD NA ÓTICA
DO DIREITO COMPARADO
Curitiba
2020
PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS EM PERSPECTIVA V
APRESENTAÇÃO ................................................................................................... 14
Marcos Wachowicz
PARTE I
UMA PERSPECTIVA EUROPEIA SOBRE A PROTEÇÃO DE DADOS
Seção I
A PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS: UMA VISÃO CRÍTICA DO RGPD E DA LGPD
Capítulo I
A NOVA LEI BRASILEIRA DE PROTEÇÃO DE DADOS -
UMA VISÃO CRÍTICA ............................................................................................ 25
Thomas Hoeren
Stefan Pinelli
Capítulo II
A SEGURANÇA DOS DADOS NA LGPD, BRASILEIRA:
uma perspetiva europeia, desde Portugal ......................................................... 39
Manuel David Masseno
Capítulo III
O RESPONSÁVEL PELO TRATAMENTO DE DADOS
SEGUNDO REGULAMENTO EUROPEU ............................................................... 73
Alexandre Libório Dias Pereira
PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS EM PERSPECTIVA 19
Seção II
AS NOVAS FRONTEIRAS TECNOLÓGICAS E OS DESAFIOS PARA A
PROTEÇÃO DOS DADOS PESSOAIS
Capítulo 1
NOVAS GUERRAS EM NOVOS CAMPOS DE BATALHA: o RGPD
EUROPEU e as gigantes tecnológicas NORTE-AMERICANAS ..........................104
Sofia de Vasconcelos Casimiro
Capítulo II
NA BORDA: dados pessoais e não pessoais nos dois
Regulamentos da União Europeia.....................................................................126
Manuel David Masseno
PARTE II
UMA PERSPECTIVA DE DIREITO COMPARADO
SOBRE A PROTEÇÃO DE DADOS
Seção I
PRINCÍPIOS JURÍDICOS DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
Capítulo I
OS “PRINCÍPIOS JURÍDICOS” DA LGPD E DO RGPD: uma leitura
a partir da Teoria dos Princípios de Humberto Ávila .......................................148
Matheus Falk
Capítulo II
A SOCIEDADE DE VIGILÂNCIA DIGITAL: o controle da
informação e o princípio da autodeterminação informativa .........................186
Rodrigo Otávio Cruz e Silva
Laísa Fernanda Alves Vieira
20 MARCOS WACHOWICZ – Organizador
Seção II
DADOS PESSOAIS E SEU TRATAMENTO SOB
PERSPECTIVA TÉCNICA E MULTISSETORIAL
Capítulo I
A CLÁUSULA ABERTA DOS INTERESSES LEGÍTIMOS E AS
AUTORIDADES NACIONAIS: Análise comparativa entre
LGPD e RGPD ......................................................................................................210
Marcus Paulo Röder
Pedro de Perdigão Lana
Capítulo II
A PROTEÇÃO DE DADOS SENSÍVEIS E AS INOVAÇÕES
DA ÁREA DA SAÚDE ...........................................................................................242
Caroline Salah Salmen
Cathiani M. Bellé
Capítulo III
O CONSENTIMENTO PARA O TRATAMENTO DOS DADOS
PESSOAIS DE CRIANÇAS: uma análise de direito comparado .......................271
Seção III
DA AUTODETERMINAÇÃO À DISCRIMINAÇÃO:
A PROTEÇÃO SUBJETIVA DE DADOS PESSOAIS
Capítulo I
DIREITO À AUTODETERMINAÇÃO INFORMATIVA E O
EXERCÍCIO DEMOCRÁTICO: reflexões sobre as experiências
alemã e brasileira ...............................................................................................355
Alice de Perdigão Lana
Marcelle Cortiano
Capítulo II
ÉTICA NAS DECISÕES AUTOMATIZADAS: direito à explicação
no RGPD e o direito de revisão na LGPD ..........................................................386
Gisele Pereira Mendes
Antônio Carlos Gonçalves Filho
Capítulo III
O DIREITO DE EXPLICAÇÃO DAS DECISÕES TOTALMENTE
AUTOMATIZADAS NO RGPD EUROPEU E NA LGPD BRASILEIRA ..................411
Letícia Canut
Heloísa Gomes Medeiros
Capítulo IV
A RESPONSABILIDADE CIVIL NO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
PELAS APLICAÇÕES DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL ......................................451
Bruna Werlang Paim
Lukas Ruthes Gonçalves
Capítulo V
PERFIL ALGORÍTIMICO E DISCRIMINAÇÃO DIGITAL:
uma leitura a partir das normas europeias e brasileiras .................................481
Ana Cristina Aguilar Viana
Carolina Ferreira de Miranda
22 MARCOS WACHOWICZ – Organizador
Seção IV
TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO:
TRANSPARÊNCIA VERSUS PRIVACIDADE
Capítulo I
O DEVER DE TRANSPARÊNCIA NO COMPARTILHAMENTO DE
DADOS PESSOAIS ENTRE ÓRGÃOS E ENTIDADES DE DIREITO
PÚBLICO – UM COMPARATIVO ENTRE O DIREITO EUROPEU E
O DIREITO BRASILEIRO .................................................................................... 506
Luis Marcello Bessa Maretti
Thiago Monroe
Capítulo II
WEB CRAWLING E WEB SCRAPING EM SITES DE TRIBUNAIS:
publicidade processual e proteção de dados pessoais nas
experiências europeia e brasileira ....................................................................534
Aline Macohin
João Victor Vieira Carneiro
Seção V
TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS: EXTRATERRITORIALIDADE
E ELEMENTOS DE CONEXÃO
Capítulo I
TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS PESSOAIS:
A extraterritorialidade do RGPD europeu e seus impactos ............................563
Bruna Homem de Souza Osman
Jessica Aparecida Soares
Capítulo II
OS ELEMENTOS DE CONEXÃO NAS RELAÇÕES JURÍDICAS
CONSUMERISTAS E CONTRATUAIS: Análise de sua aplicação
na LGPD e no RGPD ............................................................................................594
Marcos Wachowicz
Luciana Reusing
Capítulo II
A PROTEÇÃO DE DADOS SENSÍVEIS E AS
INOVAÇÕES DA ÁREA DA SAÚDE
SUMÁRIO RESUMO
1. INTRODUÇÃO; A pesquisa analisa a proteção dos dados pessoais
2. A LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS sensíveis a partir da sua coleta dentro das insti-
tuições hospitalares até a sua anonimização para
(LGPD) E O TRATAMENTO DE DADOS NA
aplicação em estatísticas e prospecções tecnoló-
SAÚDE; gicas. Com base na dinâmica entre o processa-
2.1. O tratamento dos Dados Sensíveis; mento de dados, o direito à privacidade dos doen-
2.1.1. Cumprimento de obrigação legal ou regulatória; tes clínicos e a evolução dos produtos na área da
2.1.2. Execução de Políticas Públicas; saúde é que a investigação almeja circunscrever
um cenário plural e delicado que subjaz esse de-
2.1.3. Realização de Estudos por Órgão de Pesquisa; bate. Para tanto, apresenta as especificidades da
2.1.4. Exercício Regular de Direitos; Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD)
2.1.5. Proteção da vida ou da incolumidade física; do Brasil, em discussão com a União Europeia e os
Estados Unidos. Para, por fim, observar a efetivi-
2.1.6. Tutela da saúde;
dade dos serviços prestados na área da saúde no
3. A UNIÃO EUROPEIA E OS ESTADOS UNIDOS: que tange à proteção dos dados pessoais e a sua
UMA AMPLIAÇÃO NA LEITURA DA PROTE- prospecção de uso na indústria das tecnologias
ÇÃO DOS DADOS SENSÍVEIS. para a saúde. Por meio de método dedutivo e de
3.1. A União Europeia e a defesa dos direitos fun- pesquisa bibliográfica, foi possível concluir que no
damentais. Brasil, assim como na União Europeia e nos Esta-
dos Unidos, há uma crescente preocupação com
3.3. Os Estados Unidos e a compreensão utilitaris- a proteção dos dados pessoais e que as normas
ta no tratamento dos dados pessoais; vigentes para o tratamento dos dados dos pa-
4. A PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS SENSÍ- cientes em hospitais antes da aprovação da LGPD
VEIS E A EXPANSÃO TECNOLÓGICA DA IN- apresentavam critérios de seguridade.
DÚSTRIA DA SAÚDE; Palavras-chave: Lei Geral de Proteção de Dados;
5. Conclusão; LGPD; Direito da Saúde; dados sensíveis.
Referências.
1
É Advogada, pós-graduada em Direito Civil, do Consumo e Processo pela Universidade Po-
sitivo. Advogada. Pesquisadora e membro do Grupo de Estudos em Direito Autoral e Indus-
trial (GEDAI) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). E-mail: carolinesalmen@gmail.com.
2
Doutoranda em Filosofia, na área de Ética e Política, pela Universidade Federal do Para-
ná - UFPR. Mestra e graduada em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná - UFPR.
Pesquisadora e membro do Grupo de Estudos em Direito Autoral e Industrial (GEDAI) da
Universidade Federal do Paraná (UFPR). E-mail: cathibelle.07@gmail.com.
PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS EM PERSPECTIVA 243
1 INTRODUÇÃO
3
Portaria de consolidação nº 1, de 28 de setembro de 2017, art. 230, parágrafo único.
246 MARCOS WACHOWICZ – Organizador
por meio do Sistema Cartão Nacional de Saúde4 que, dentre vários bene-
fícios, permite que (i) a apuração do perfil epidemiológico dos usuários
de acordo com seu domicílio residencial; (ii) a possibilidade de o usuário
ter acesso aos seus dados de forma unificada; e (iii) a garantia de que os
dados pessoais dos usuários sejam tratados de forma a respeitar os prin-
cípios constitucionais da intimidade, da integralidade das informações e
da confidencialidade. Além disso, essas informações e dados dos usuá-
rios do SUS compõem uma base de dados que poderão ser compartilha-
dos entre os entes federativos e demais órgãos que executem políticas
públicas, desde que sejam respeitadas as normas de segurança da infor-
mação. O DATASUS é o responsável por administrar a Base de Dados e en-
carregado de proporcionar um sistema que possibilite a transferência de
informações para outros sistemas utilizados pelo poder público, privado
contratado e de saúde complementar. (BONAFÉ, 2019, p. 48).
A portaria de Consolidação nº 01/2017 previu uma série de crité-
rios e requisitos que deverão ser cumpridos por todos os envolvidos na
cadeia como, por exemplo, o nível de segurança mínimo que deverá ser
observado para possibilitar a transmissão de dados de saúde, o órgão
responsável pelo armazenamento e a necessidade de individualização
da responsabilização do agente público ou privado que teve acesso aos
dados, no caso de uma possível infração.
De igual forma, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)5
também depende do compartilhamento de informações a fim de que os
serviços ofertados pelas operadoras de planos privados de assistência à
saúde possam ser prestados aos seus beneficiários. Assim, através da Re-
solução Normativa nº 305/2012, foi estabelecido parâmetros para Troca
de Informações na Saúde Suplementar (TISS), sendo um deles, compor
o registro eletrônico dos dados de atenção à saúde entre as operadoras,
prestadores de serviço de saúde, o beneficiário de plano privado de assis-
tência à saúde e a própria ANS.
4
Portaria de consolidação nº 1, de 28 de setembro de 2017, arts. 255 e 256.
5
Instituída pela Lei nº 9.961/200 com objetivo de normatizar, controlar e fiscalizar as ativi-
dades das operadoras de planos privados de assistência à saúde.
PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS EM PERSPECTIVA 247
aqueles que ocorrem fora dela. A LGPD também apresenta dez princípios
fundamentais para a realização das atividades de tratamento de dados
pessoais, a saber: finalidade, adequação, necessidade, livre acesso, quali-
dade dos dados, transparência, segurança, prevenção, não discriminação,
responsabilização. Princípios estes que estão sob a égide do princípio da
boa-fé6 e que refletem “a formação de um sistema, pois nenhum deles re-
presenta uma novidade em si, mas a cristalização de avanços que foram
alcançados pelas leis anteriores, muitas vezes com viés mais pragmático do
que principiológico” (OLIVEIRA e LOPES, 2019, p. 82).
Mulholland (2018, p. 163) defende que “deve-se visar a um trata-
mento limitado desses dados sensíveis, para evitar o seu eventual uso
para propósitos que não atendam aos fundamentos republicanos do
Estado Democrático de Direito”. Nesse sentido, o princípio da finalida-
de7 (art. 6º, I) possui destaque pois determina que a utilização dos dados
pessoais se restringe a “propósitos legítimos, específicos, explícitos e in-
formados ao titular”, que, no caso dos dados sensíveis, demandaria hipó-
teses de tratamento objetivas e limitadas (MORAES, 2008).
Nos termos do artigo 11 da LGPD, as hipóteses de tratamento de
dados pessoais sensíveis podem ocorrer (i) com o consentimento do ti-
tular ou (ii) sem o consentimento do titular, nas hipóteses listadas de for-
ma exaustiva. Considerando o seu caráter protetivo e seus fundamentos,
prescritos no artigo 2º, notadamente o respeito à privacidade e autode-
terminação informativa (que consiste no poder do indivíduo de definir
e inspecionar como seus dados pessoais são utilizados). A LGPD deter-
mina que o consentimento do titular dos dados sensíveis não poderá
ser realizado de forma genérica ou para finalidades não especificadas.
Sendo assim, o consentimento será entendido como específico, desde
6
Lei 13.709/2018. Art.6°.
7
Doneda (2011, p. 100) aponta que “este princípio possui grande relevância prática: com
base nele fundamenta-se a restrição da transferência de dados pessoais a terceiros,
além do que se pode, a partir dele, estruturar-se um critério para valorar a razoabilidade
da utilização de determinados dados para certa finalidade (fora da qual haveria abusivi-
dade)”.
PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS EM PERSPECTIVA 249
8
Lei 13.709/2018. Art. 7°, I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular; Art.
11, I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de forma específica e destacada,
para finalidades específicas;
9
Art. 11, II. Lei Federal nº 13.709/2018.
10
Lei 13. 709/2018. Art. 5°, XI.
250 MARCOS WACHOWICZ – Organizador
Bonafé (2019, p. 56) alega que o setor da saúde é um dos mais im-
pactados com essa previsão, pois a esfera de atuação do Poder Público
é enorme, tanto na Saúde Suplementar quanto no SUS. Além disso, traz
como exemplo o caso das notificações compulsórias que, a depender do
evento de saúde registrado, cabe ao serviço de saúde notificá-lo à Vigi-
lância Sanitária, a fim de garantir um sistema de controle epidemiológi-
co12. Esta notificação compulsória é obrigatória para os médicos e demais
profissionais de saúde responsáveis pelos serviços públicos e privados,
quando houver suspeita ou a confirmação de doença ou agravo previsto
na relação13 publicada pelo Ministério da Saúde. Assim, a autoridade de
saúde tem até 24 (vinte e quatro) horas para ser informada para que, em
11
Lei 13. 709/2018. Art. 5°, III.
12
Portaria de Consolidação SUS nº 04, de 28 de setembro de 2017. Anexo V.
13
Há uma extensa lista de doenças e agravos, contudo, destacamos: a) doenças com suspeita
de disseminação intencional (Antraz pneumônico, tularemia, varíola); b) doenças febris
hemorrágicas emergentes/reemergentes; c) doenças exantemáticas (sarampo e rubéola)
e; d) casos de violência sexual e tentativa de suicídio.
PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS EM PERSPECTIVA 251
14
Resolução normativa nº 358, de 27 de novembro de 2014, arts. 3º e 4º.
252 MARCOS WACHOWICZ – Organizador
15
Resolução nº 06, de 25 de agosto de 2016.
16
Art. 5º, XVIII. Lei Federal nº 13.709/2018.
PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS EM PERSPECTIVA 253
17
Art. 11º, II. Lei Federal nº 13.709/2018.
18
Art. 6º, I e III, Lei Federal nº 13.709/2018.
254 MARCOS WACHOWICZ – Organizador
19
Art. 11, II, “f” Lei Federal nº 13.709/2018.
PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS EM PERSPECTIVA 255
20
Lei 13.709/2018. Art.13. § 1º A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do estu-
do ou da pesquisa de que trata o caput deste artigo em nenhuma hipótese poderá revelar
dados pessoais.
21
De 24 de Outubro de 1995.
22
Diretiva 95/46/CE. Art. 1º. Objeto da Diretiva: 1. Os Estados-membros assegurarão, em
conformidade com a presente Diretiva, a proteção das liberdades e dos direitos funda-
mentais das pessoas singulares, nomeadamente do direito à vida privada, no que diz res-
peito ao tratamento de dados pessoais.
23
Lei 13.709/2018. Art. 5° II.
24
Diretiva 95/46/CE. Art. 8º. 1. Os Estados-membros proibirão o tratamento de dados pes-
soais que revelem a origem racial ou étnica, as opiniões políticas, as convicções religiosas
ou filosóficas, a filiação sindical, bem como o tratamento de dados relativos à saúde e à
vida sexual.
256 MARCOS WACHOWICZ – Organizador
25
Regulamento (UE) nº 2016/679 do Parlamento e do Conselho Europeu, nomeadamente
conhecida como General Data Protection Regulation (GDPR).
26
Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação, de 11 de janeiro de 2016.
27
Lei 13.243/2016. Art. 1º.
PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS EM PERSPECTIVA 257
28
Regulamento (UE) 2016/679. Art.9º, nº1.
29
Regulamento (UE) 2016/679. Art. 4°, nº15.
30
Regulamento (UE) 2016/679. Art. 9° (h) Se o tratamento for necessário para efeitos de me-
dicina preventiva ou do trabalho, para a avaliação da capacidade de trabalho do empre-
gado, o diagnóstico médico, a prestação de cuidados ou tratamentos de saúde ou de ação
social ou a gestão de sistemas e serviços de saúde ou de ação social com base no direito
da União ou dos Estados-Membros ou por força de um contrato com um profissional de
saúde, sob reserva das condições e garantias previstas no n.o 3;
258 MARCOS WACHOWICZ – Organizador
31
Regulamento (UE) 2016/679. Art. 9° (i) Se o tratamento for necessário por motivos de
interesse público no domínio da saúde pública, tais como a proteção contra ameaças
transfronteiriças graves para a saúde ou para assegurar um elevado nível de qualidade e
de segurança dos cuidados de saúde e dos medicamentos ou dispositivos médicos, com
base no direito da União ou dos Estados-Membros que preveja medidas adequadas e es-
pecíficas que salvaguardem os direitos e liberdades do titular dos dados, em particular o
sigilo profissional;
32
Regulamento (UE) 2016/679. Art. 9° (j) Se o tratamento for necessário para fins de arquivo
de interesse público, para fins de investigação científica ou histórica ou para fins estatís-
ticos, em conformidade com o artigo 89.o, no 1, com base no direito da União ou de um
Estado-Membro, que deve ser proporcional ao objetivo visado, respeitar a essência do
direito à proteção dos dados pessoais e prever medidas adequadas e específicas para a
defesa dos direitos fundamentais e dos interesses do titular dos dados.
33
Diretiva 95/46/CE. (34) Considerando que, sempre que um motivo de interesse pú-
blico importante o justifique, os Estados-membros devem também ser autorizados a
estabelecer derrogações à proibição de tratamento de categorias de dados sensíveis
em domínios como a saúde pública e a segurança social - em especial para garantir
a qualidade e a rentabilidade no que toca aos métodos utilizados para regularizar os
pedidos de prestações e de serviços no regime de seguro de doença - e como a in-
vestigação científica e as estatísticas públicas; que lhes incumbe, todavia, estabelecer
garantias adequadas e específicas para a proteção dos direitos fundamentais e da
vida privada das pessoas;
34
Regulamento (UE) 2016/679. (10).
PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS EM PERSPECTIVA 259
35
Federal Trade Commission < https://www.ftc.gov/>
36
“To amend the Federal Trade Commission Act to establish requirements and responsibilities
for entities that use, store, or share personal information, to protect personal information, and
for other purposes” < https://assets.documentcloud.org/documents/5026543/Wyden-Pri-
vacy-Bill.pdf>
37
Projeto 2018: SEC. 6. ‘‘DO NOT TRACK’’ DATA SHARING OPT OUT.
260 MARCOS WACHOWICZ – Organizador
38
Projeto 2018: 6)” DATA PROTECTION IMPACT ASSESSMENT.— The term ‘‘data protection im-
pact assessment’’ means a study evaluating the extent to which an in formation system pro-
tects the privacy and security of personal information the system processes”
39
“The Fourth Amendment protects citizens from unreasonable search and seizure. The gov-
ernment may not conduct any searches without a warrant, and such warrants must be issued
by a judge and based on probable cause” < https://www.whitehouse.gov/>.
40
“The Fifth Amendment provides that citizens not be subject to criminal prosecution and pun-
ishment without due process. Citizens may not be tried on the same set of facts twice, and are
protected from self-incrimination (the right to remain silent). The amendment also establishes
the power of eminent domain, ensuring that private property is not seized for public use with-
out just compensation” < https://www.whitehouse.gov/>.
41
Lei 13.709/2018. Art. 55-L. III.
PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS EM PERSPECTIVA 261
42
Lei 13.709/2018. Art 5°, V.
43
Projeto 2018: “(12) PERSONAL INFORMATION.—The term ‘‘personal information’’ means any
information, regardless of how the information is collected, in ferred, or obtained that is rea-
sonably linkable to a specific consumer or consumer device”.
44
Lei 13.709/2018. Art. 11, II. c), f ).
45
“A property rights approach to solving the information privacy problem may also be consistent
with survey evidence suggesting that most Americans are willing to disclose personal data to
businesses and allow them to use these data as long as the individuals obtain a discernible
benefit from this disclosure and use” (SAMUELSON, 2000, p.8).
262 MARCOS WACHOWICZ – Organizador
46
Realiza o monitoramento e análise preditiva dos riscos de sepse nos hospitais com a apli-
cação de Inteligência Artificial. Disponível em: <https://www.laura-br.com/> Acesso em:
11/09/2020.
47
Lei 13.709/2018. Art. 9°, I - finalidade específica do tratamento;
48
Lei 13.709/2018. Art. 11. II, g) §4°.
49
FRAZÃO, OLIVEIRA, TEPEDINO, 2019, p.110-111.
PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS EM PERSPECTIVA 263
50
HL7 FHIR®; HL7 v2®; DICOM®.
51
Health Insurance Portability and Accountability Act (1996).
52
Health Information Trust Alliance (HITRUST) estrutura de segurança comum (CSF).
53
Information Security Management System (2005).
264 MARCOS WACHOWICZ – Organizador
54
Information Security Management System (2019).
55
i) uma infraestrutura para o funcionamento de um sistema de direitos de propriedade;
ii) A alienação de informações pessoais; iii) A concessão de direitos de propriedade não
serem aplicáveis aos dados pessoais; iv) a diferença entre os direitos de propriedade
propostos com base em informações pessoais e a os direitos de propriedade que re-
gulam o mercado de produtos baseados em informações; v) a concessão de direitos
intangíveis em informações intangíveis e uma possível incoerência na lei de proprie-
dade intelectual; vi) a aprovação de uma legislação que cria o direito de propriedade
sobre dados pessoais; vii) a privacidade das informações pessoas como um direito civil
fundamental. (SAMUELSON, 2000).
56
Regulamento (UE) 2016/679. (6).
PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS EM PERSPECTIVA 265
57
Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014.
58
Lei nº12.527, de 18 de novembro de 2011.
59
PEC 17/2019 - Altera a Constituição Federal para incluir a proteção de dados pessoais en-
tre os direitos e garantias fundamentais e para fixar a competência privativa da União para
legislar sobre proteção e tratamento de dados pessoais.
60
Decreto 7.646/2011. Art.3°, II.
61
Decreto 7.646/2011. Art.3°, III.
62
Decreto 7.646/2011. Art.3°, IV.
266 MARCOS WACHOWICZ – Organizador
5 CONCLUSÃO
63
Art. 11, § 4º, I e II. Lei Federal nº 13.709/2018.
PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS EM PERSPECTIVA 267
REFERÊNCIAS
BONAFÉ, Lucas Alves da Silva. et. al. LGPD na Saúde. E-BOOK. 2019. Disponível
em: https://lgpdesaude.com.br/. Acesso em: 05 jul. 2020.
BORELLI, Alessandra. GUTIERREZ, Andriei. LIMA, Caio César C.. JIMENE, Camila do
Vale. ALVES, Fabricio da Mota. TASSO, Fernando Antonio. CHAVES, Luis F. Padro.
BRUNO, Marcos G. da S.. LÓPEZ, Nuria. VAINZOF, Rony. MALDONADO, Viviane
64
Art. 11, § 5º Lei Federal nº 13.709/2018.
65
Súmula Normativa nº 27, de 10 de junho de 2015.
66
In. Seção IV, Capítulo I. MARETTI, Luis Marcello Bessa. MONROE. O dever de transparência
no compartilhamento de dados pessoais entre órgãos e entidades de direito público – um
comparativo entre o direito europeu e o direito brasileiro.
67
In. Seção II. Capítulo V. TRINDADE, Rangel. CORDOURO, Leonardo. A proteção de dados
pessoais do California Consumer Privacy Act (CCPA): direcionamento a iniciativas tecnoló-
gicas brasileiras no EUA.
268 MARCOS WACHOWICZ – Organizador
FRAZÃO, Ana; TEPEDINO, Gustavo. OLIVEIRA, Milena Donado. Lei Geral de Pro-
teção de Dados Pessoais e suas repercussões no direito brasileiro. 1. Ed. –
São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2019.
GUTIERREZ, Teresa de Souza Dias. et. al. LGPD na Saúde: o que as empresas
precisam saber. E-BOOK. 2019. Disponível em: https://lgpdesaude.com.br/.
Acesso em: 07 set. 2020.
JÚDICE, Lucas Pimenta e NYBO, Erick Fontenele. Direito das Startups. Juruá edi-
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