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CONSELHO DE DIREITOS HUMANOS DAS NAÇÕES UNIDAS

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Impactos do Aquecimento Global para os Direitos Humanos e o papel dos


Países na luta contra o aumento da temperatura média da terra, discurso da srta.
Maria Eduarda Carvalho Bezerra, representante de Cuba

Senhora presidente, excelências e caros membros do conselho:

É uma honra estar aqui e participar dessa reunião para falarmos sobre os impactos
do aquecimento global. Nós, como uma ilha, tememos que com o aumento do
nível do mar deixe nosso país bastante vulnerável além das preocupações com o
aumento dos furacões e as secas prolongadas em decorrência das mudanças
climáticas.

Em decorrência disso, adotamos em 2017 o Plano Vida. Esse Plano tem uma visão
de longo prazo e busca preparar nosso país para os impactos trazidos pela
alteração do clima nos próximos 100 anos. A elaboração desse plano levou décadas
e foi aprovado em Abril de 2017, cinco meses depois fomos atingidos ao norte do
país pelo Furacão Irma e a sobre-elevação do mar provocou destruição em Havana
e sobre a nossa vegetação e por isso, a implementação das medidas ganhou mais
urgência.

O projeto estabelece um conjunto de cinco ações estratégicas. A primeira consiste


na redução da densidade populacional em áreas costeiras baixas sendo proibido a
construção de novas casas em zonas ameaçadas ou vulneráveis. Medidas de menor
custo também serão tomadas, por exemplo, a recuperação das praias e o
reflorestamento são nossa prioridade e esperamos a redução das enchentes por
meio da conservação dos recifes de corais e da recuperação dos manguezais. Os
assentamentos e infraestruturas que estão ameaçados serão reorganizados ou
realocados e em comunidades que precisem mudar no futuro, nós nos
comprometemos em realizar ações de educação e conscientização sobre as
mudanças climáticas. Por meio do projeto, pretendemos ainda desenvolver
concepções construtivas adaptadas às inundações costeiras. Um dos pontos
críticos é proteger a costa por meio de obras de engenharia, como a instalação de
quebra-mares. A intenção é proteger locais históricos e turísticos, inclusive
pequenas praias e baías. As duas últimas ações são voltadas para nossa agricultura,
considerando como responder a uma possível redução de área de cultivo na região
costeira por causa de inundações ou intrusão salina e a outra se trata da adaptação
da prática agrícola e do uso da terra às alterações climáticas.
O Ministério da ciência, tecnologia e meio ambiente do nosso país estima que o
nível médio do mar subiu cerca de 7 centímetros no último século e assim, praias
mais baixas desapareceram e a taxa de erosão costeira subiu. Até o final deste
século, as projeções do ministério sugerem que 24 mil quilômetros quadrados de
terra serão contaminados pelo aumento do nível do mar. Em nível global,
especialistas alertam que as mudanças climáticas levaram o mundo ao periodo
mais quente em 2 mil anos e terão efeitos irreversíveis por milênios.

Aqui nós reiteramos nosso compromisso com as mudanças climáticas, mas nossos
objetivos em relação a essas mudanças só serão alcançadas com uma
responsabilidade compartilhada com os países mais desenvolvidos e que eles
assumam a liderança na redução de emissões de gases poluentes. Precisamos nos
unir como um só e garantir que os gastos mundiais passem para a proteção do
meio ambiente, é uma corrida contra o tempo e é hora de construir pontes, não
muros. Os cenários são desafiadores, mas em Cuba a adaptação já começou.

Obrigada!

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