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UEPB – CCT – DE

DISCIPLINA: ESTATÍSTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO I


PROFESSORA: Ms. Mª das Vitórias A. Serafim

Notas de Aula 1

1. INTRODUÇÃO À ESTATÍSTICA

Quando observamos atentamente os jornais, as revistas, a televisão,


verificamos que as técnicas estatísticas estão cada vez mais presentes em nossas
vidas, permeando quase a totalidade das nossas atividades: gerência
empresarial, gerência de processos, estudos econômicos, sociais, políticos,
demográficos, geológicos, meteorológicos, biológicos, e muitos outros.
Na maioria das observações dos fenômenos acima citados, normalmente
temos contato apenas com o produto final da análise realizada, que pode
constituir-se em informações (descrições, tabelas, gráficos), decisões, conclusões
ou expectativas. Mas, por baixo do que é visível, existe toda uma metodologia
envolvida e uma base de dados consolidada. Por esse motivo, a análise crítica
do que nos é apresentado, necessita de conhecimento da metodologia aplicada,
bem como da base de dados em que o estudo foi realizado.
O que foi dito até aqui é suficiente para justificar a presença da disciplina
Estatística na grande maioria dos cursos de nível superior.

2. DEFINIÇÕES

Como podemos conceituar a Estatística?

ESTATÍSTICA é uma ciência, que fornece métodos para a coleta,


organização, descrição, análise e interpretação de dados, bem como
métodos para a utilização destes dados na tomada de decisões.

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O MÉTODO ESTATÍSTICO é utilizado abordando os dois ramos básicos da
Estatística:

ESTATÍSTICA DESCRITIVA

Utiliza números para descrever fatos. Objetiva a organização, resumo e


simplificação de informações mais complexas, e a análise e interpretação das
observações disponíveis, com a finalidade de tornar mais fáceis de entender,
relatar e discutir os fenômenos em estudo.

ESTATÍSTICA INFERENCIAL (OU INDUTIVA)

Processo de obtenção de informações sobre a população, a partir de resultados


observados numa amostra, e com um determinado nível de acerto (ou erro). A ideia
básica é estudar o fenômeno para uma parcela típica da população, com o objetivo
de generalização do resultado obtido para toda a população de interesse. A
Estatística Inferencial está fundamentada na Teoria das Probabilidades.

3. O MÉTODO ESTATÍSTICO

Em uma pesquisa científica, para que se possa desfrutar dos resultados


obtidos com um grau aceitável de confiabilidade, é necessário que a
metodologia estatística seja seguida em todos os estágios de seu
desenvolvimento. O Método Estatístico é composto basicamente das seguintes
etapas:
ETAPAS DO MÉTODO ESTATÍSTICO

1. Planejamento da Pesquisa
2. Coleta de Dados
3. Organização dos Dados
4. Análise e Interpretação

4. CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM ESTATÍSTICA

POPULAÇÃO

Eventualmente também referida como Universo, é o conjunto de todos os


elementos (empresas, pessoas, produtos, etc.) portadores de pelo menos uma
característica em comum, sobre os quais se deseja obter informações, e para os
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quais desejamos que as conclusões oriundas da pesquisa sejam válidas.
AMOSTRA

Um subconjunto finito de unidades elementares (participantes), extraído de uma


população segundo critérios de representatividade. Para ser representativa, a
amostra tem que possuir as mesmas características da população de origem. Pode
ser obtida por métodos probabilísticos ou não.

Dois conceitos fundamentais em Estatística surgem em função da unidade


de análise selecionada:

PARÂMETRO
Uma característica numérica estabelecida para toda uma POPULAÇÃO.

ESTIMADOR
Uma característica numérica estabelecida para uma AMOSTRA.

O tipo de processo estatístico de ABORDAGEM é definido também em função


destes conceitos:

CENSO
É a avaliação direta de um PARÂMETRO pela observação de todos os elementos
de uma POPULAÇÃO. Ou seja, é o estudo de todos os elementos da População.

AMOSTRAGEM
É definida como o processo de coleta das informações da amostra. Ou seja,
corresponde aos métodos de seleção, bem como o cálculo amostral utilizado no
processo de detecção do número de indivíduos que deverão participar da
pesquisa, a fim de garantir a validade dos resultados.

ESTIMAÇÃO
É a avaliação indireta de um PARÂMETRO, através de um ESTIMADOR observado
em uma AMOSTRA, com base no cálculo de probabilidades .

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5. DADOS ESTATÍSTICOS E VARIÁVEIS

À luz dos conceitos e definições até aqui apresentados, constata-se que os


dados estatísticos são obtidos através de um processo que envolve a observação ou
algum outro tipo de mensuração (coleta de dados) de características típicas
(respostas, preferências) de cada elemento (indivíduo, sujeito, caso) componente
da unidade de análise (população ou amostra). Em Estatística utiliza-se com muita
frequência o termo VARIÁVEL para representar cada característica observada em
uma população ou amostra, e por isso cabe aqui sua definição:

VARIÁVEL

Em Estatística, usamos o termo VARIÁVEL como sinônimo do próprio fenômeno,


ou da característica que se está observando (ou medida) em cada elemento da
unidade de análise, sempre sob as mesmas condições. Uma variável deve gerar
apenas um resultado para cada elemento observado ou medido.

Exemplos: sexo, religião, peso, altura, notas, salários, escolaridade, nível de


satisfação, nível de desempenho, consumo de combustível, etc.

5.1. TIPOS DE VARIÁVEIS

Constata-se que a escolha do processo a ser utilizado na descrição ou na


análise dos dados estatísticos obtidos, depende da natureza de cada variável
envolvida. Torna-se necessário então conhecermos como identificar e distinguir
os tipos de dados possíveis e suas unidades de medida.

Quanto à sua natureza, existem basicamente dois tipos de variáveis:


QUALITATIVA e QUANTITATIVA.

VARIÁVEL QUALITATIVA

Os resultados possíveis da observação do fenômeno (ou característica) são


expressos por atributos.

Exemplos: sexo, cor dos olhos, religião, estado civil, profissão, classe social, cursos
da faculdade, etc.

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Variáveis QUALITATIVAS possuem dois tipos: NOMINAL (ou Categórica) e
ORDINAL (ou Por Postos).

VARIÁVEL QUALITATIVA NOMINAL

Não possui ordenamento nem hierarquia. Os valores assumidos constituem


meros rótulos (nomes) identificativos das categorias e NÃO permitem
comparações entre si.

Exemplos: sexo, religião, estado civil, regiões, modelos de carro, cursos, etc.

VARIÁVEL QUALITATIVA ORDINAL

As observações podem ser ranqueadas ou ordenadas em função da quantidade


possuída do atributo ou por preferência. Permite comparações do tipo (Mais
que)/(Menos que).

Exemplos: classe social, cargo, desempenho, escolaridade, etc.

VARIÁVEL QUANTITATIVA

Quando os resultados da observação da variável são expressos em números,


normalmente acompanhados por uma unidade de medida.

Exemplos: peso, altura, salário, idade, vendas, custo, etc.

Variáveis QUANTITATIVAS também possuem dois tipos: DISCRETA e CONTÍNUA.

VARIÁVEL QUANTITATIVA DISCRETA

Assume valores pertencentes ao conjunto de números inteiros positivos.


Normalmente é proveniente da contagem do número de itens/ocorrências.

Exemplos: nº de alunos, nº de mulheres, nº de peças produzidas, nº de defeitos,


nº de acidentes, etc.

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VARIÁVEL QUANTITATIVA CONTÍNUA

Pode assumir qualquer valor num intervalo contínuo. Sempre que entre dois
valores assumidos por uma variável, possa existir (teoricamente) um terceiro
valor entre eles, trata-se de uma variável contínua. Normalmente, é proveniente
de medições (geralmente com algum instrumento físico) e exige a menção à
unidade de medida.

Exemplos: peso, altura, volume, tempo, salário, receita de vendas, etc.

6. APRESENTAÇÃO TABULAR

Forma de fornecer informações rápidas e seguras sobre o comportamento


das variáveis em estudo. As regras para apresentação formal de tabelas
estatísticas constam de normalização emitida pelo ABNT.

6.1. COMPONENTES DE UMA TABELA

A seguir são apresentados os conceitos e definições aplicáveis a uma tabela


de dados.

TABELA: Quadro (arranjo de Linhas e Colunas) que resume um conjunto de


observações.

COMPONENTES DE UMA TABELA: Os elementos constituintes de uma tabela são


TÍTULO, CORPO e RODAPÉ.

1 – TÍTULO: Conjunto de informações sobre o conteúdo da Tabela. Responde às


perguntas: O quê? Quando? Onde?

2 - CORPO DA TABELA: Conjunto de linhas e colunas que contêm informações


sobre a variável em estudo. Contém os elementos, CABEÇALHO, COLUNAS
INDICADORAS, LINHAS e CÉLULAS.

2.1 – CABEÇALHO: Parte superior da tabela que especifica o conteúdo das colunas.

2.2 - COLUNA INDICADORA: Parte da tabela que especifica o conteúdo das linhas.
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2.3 – LINHAS: Retas imaginárias que facilitam a leitura dos dados no sentido
horizontal.

2.4 - CÉLULAS (OU CASAS): Área correspondente à intersecção de uma linha com
uma coluna. Espaço destinado à grafia de um e somente um valor.

3- RODAPÉ: Área reservada para observações complementares pertinentes à


tabela. Contém necessariamente a FONTE DOS DADOS, e pode conter também
NOTAS.

6.2. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA

A DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS é a forma padrão de APRESENTAÇÃO


TABULAR de dados em ESTATÍSTICA, e por esta razão, merece um capítulo
específico para seu tratamento. Retomemos aqui sua definição, lembrando que
a DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS é utilizada na apresentação dos dados
relativos a apenas uma variável:

DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS

Agrupamento de dados em classes com suas respectivas


frequências absolutas e/ou relativas de ocorrência. 7
O estudo das DISTRIBUIÇÕES DE FREQUÊNCIAS deve ser dividido em 2 casos
distintos:

TIPOS DE DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS

 Para dados tabulados e agrupados por frequência, SEM intervalos de


classes.
 Para dados tabulados e agrupados por frequência, COM intervalos de
classes.

DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA SEM INTERVALOS DE CLASSES

A COLUNA INDICADORA contem VALORES DISTINTOS da VARIÁVEL e é


indicada no CABEÇALHO por 𝑥𝑖 .

Usada para VARIÁVEIS QUALITATIVAS (NOMINAL e ORDINAL) e VARIÁVEIS


QUANTITATIVAS DISCRETAS quando o número de VALORES DISTINTOS não
for muito grande.

DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS COM INTERVALOS DE CLASSES

A COLUNA INDICADORA contem INTERVALOS CONTÍNUOS dos valores da


VARIÁVEL. Não utiliza a notação 𝑥𝑖 no CABEÇALHO, sendo geralmente
indicada neste caso pelo NOME e UNIDADE da VARIÁVEL.

Usada para VARIÁVEIS QUANTITATIVIVAS CONTÍNUAS e


DISCRETAS quando o número de VALORES DISTINTOS FOR muito grande.

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6.2.1 DADOS TABULADOS E AGRUPADOS POR FREQUÊNCIA, SEM INTERVALOS DE
CLASSES.

Os dados a serem trabalhados apresentam-se tabulados e associados à


frequência (ou número de vezes) com que aparecem na amostra. Este tipo de
distribuição de frequências aplica-se a VARIÁVEIS QUALITATIVAS (NOMINAL e
ORDINAL) e a VARIÁVEIS QUANTITATIVAS DISCRETAS, quando a variedade de
valores assumidos não for muito grande.
Exemplo de distribuição de frequências SEM agrupamento em Intervalos:
Tabela 1: Idade dos Alunos numa Turma (anos)

Idade Alunos
17 3
18 18
19 17
20 8
21 4
Total 50

6.2.2 DADOS TABULADOS E AGRUPADOS POR FREQUÊNCIA, COM INTERVALOS DE


CLASSES.

Os dados são tabulados e associados à frequência (ou número de vezes)


com que aparecem na amostragem, estando agrupados em classes que
constituem intervalos de dados. Este tipo de distribuição de frequência aplica-
se apenas a VARIÁVEIS QUANTITATIVAS, principalmente às QUANTITATIVAS
CONTÍNUAS.
Observe exemplo a seguir:

Tabela 2: Salário dos Empregados da Empresa X

Salários ($) Empregados


200 ⊢ 300 2
300 ⊢ 400 3
400 ⊢ 500 13
500 ⊢ 600 11
600 ⊢ 700 9
Total 38
9
NOTA

O símbolo “⊢” denota intervalo fechado à esquerda e aberto à direita.


Na distribuição de frequência acima, o valor 400 e o valor 499,9999 pertencem
à terceira classe, mas o valor 500 pertence à quarta classe.

Na última classe, geralmente não destacado, convenciona-se que o símbolo


padrão é ‘|--|’, indicando intervalo fechado nos dois extremos.

6.3. ELEMENTOS DE UMA DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS

6.3.1. FREQUÊNCIA SIMPLES ABSOLUTA (𝒇𝒊 )

São valores que representam o número de casos observados que foram


enquadrados em cada classe. Observe que a frequência simples de uma classe é
proveniente da contagem dos casos (sujeitos da pesquisa) para os quais a
mensuração da característica em estudo resultou em valores que pertencem à
classe.
Logo, constata-se que os valores resultantes de uma contagem somente
podem resultar em valores inteiros positivos, incluindo o zero. Classifica-se a
frequência simples como ABSOLUTA, pois os valores resultantes desta contagem
deverão estar referidos sempre em número de sujeitos observados na amostra,
o que implica a existência de uma unidade de medida para qualificar esta
quantidade (pessoas, peças, dias, etc.).
A SOMA das FREQUÊNCIAS SIMPLES para todas as classes deve necessariamente
representar o número de casos observados (ou sujeitos pesquisados).

Convenciona-se representar o número total de casos por ‘𝑵’ quando a


UNIDADE DE ANÁLISE corresponder a uma POPULAÇÃO, e por ‘𝒏’ quando se
tratar de uma AMOSTRA.

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6.3.2. FREQUÊNCIA SIMPLES RELATIVA (𝒇𝒓𝒊 )

São valores que representam as frequências simples absolutas como uma


fração ou proporção do número total de casos. A frequência relativa facilita
análises e sobretudo comparações com outras distribuições de frequências, pelo
fato de abstrair-se do número total de casos observados. A frequência simples
relativa de uma classe, em síntese, representa a participação da classe no total
de casos observados.
A formulação matemática simplificada da definição de frequência simples
relativa é:
𝑓𝑖 𝑓𝑖
𝑓𝑟𝑖 = , ou 𝑓𝑟𝑖 =
𝑛 𝑁

A soma das frequências simples relativas deve sempre totalizar 1. É


comum nos depararmos com situações em que, devido ao arredondamento das
casas decimais, a soma das frequências relativas não totaliza exatamente 1, em
geral faltando ou excedendo alguns décimos. Nestes casos, faz-se necessário
proceder ao ajuste dos arredondamentos efetuados nas frequências relativas
das classes, de forma que as alterações efetuadas na apresentação dos dados
causem o mínimo possível de impacto nos dados realmente observados.

6.3.3. FREQUÊNCIA ACUMULADA ABSOLUTA ( 𝑭𝒊 )

A frequência acumulada de uma classe representa a soma da frequência


simples desta classe com todas as frequências simples das classes que a antecedem. A
formulação matemática desta definição é:

𝐹𝑖 = 𝑓1 + 𝑓2 + … + 𝑓𝑖

O passo-a-passo para preenchimento da coluna das frequências


acumuladas absolutas é o seguinte:
 na 1ª classe, repete-se a frequência simples.
 na 2ª classe, soma-se a frequência acumulada da 1ª classe com a frequência
simples da 2ª classe.
 nas classes seguintes, repete-se o procedimento adotado para a 2ª classe, ou seja,
soma da frequência acumulada anterior com a frequência simples da classe:
11
𝐹𝑖 = 𝐹𝑖−1 + 𝑓𝑖

Observe a ilustração abaixo para visualizar e melhor compreender o que


acontece.

Cabe ressaltar que a FREQUÊNCIA ACUMULADA ABSOLUTA da última classe


de uma distribuição de frequência, deve sempre coincidir com o número total de
casos da pesquisa (𝑁 ou 𝑛). Destaque-se ainda que, pela sua própria definição
(ACUMULADA), NÃO tem sentido uma totalização nesta coluna. Adicionalmente,
a exemplo do que ocorre com a frequência simples absoluta, a FREQUÊNCIA
ACUMULADA ABSOLUTA assume apenas valores inteiros positivos.

7. CONSTRUÇÃO DE UMA DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS

7.1. CONSTRUÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA SEM INTERVALO DE CLASSE

Foi estabelecido anteriormente que este tipo de distribuição de frequência


aplica-se a VARIÁVEIS QUALITATIVAS (NOMINAL e ORDINAL) e a VARIÁVEIS
QUANTITATIVAS DISCRETAS, quando a variedade de valores assumidos não for
muito grande. Nota-se assim que sobrou para o outro tipo de distribuição de
frequência apenas a VARIÁVEL QUANTITATIVA CONTÍNUA (e eventualmente a
Discreta, quando apresentar muitas categorias), o que nos permite concluir que
este é o tipo de distribuição de frequência mais frequentemente utilizado.
Suponha a pesquisa sobre a idade dos alunos de uma turma.

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7.1.1. OBTENDO A TABELA PRIMITIVA DOS DADOS

O conjunto de valores abaixo constitui uma transcrição dos dados originais


da pesquisa (banco de dados), onde aplicamos um arranjo matricial apenas para
facilitar sua apresentação, pois caso contrário necessitaríamos de uma coluna
com 50 linhas para exibi-los no formato do banco de dados. Considere que a 1ª
linha contém os dados do 1º até o 10º aluno pesquisado, a 2ª linha contém os
dados do 11º até o 20º aluno pesquisado e assim por diante.

19 19 18 19 20 19 19 20 18 19
18 19 20 18 19 18 20 18 17 18
19 18 20 18 21 17 19 18 20 18
19 19 18 19 21 18 19 19 18 18
20 18 17 19 18 19 21 20 21 18

Na forma como estão os dados brutos, fica bastante difícil, ainda que para
apenas 50 casos, identificar os valores distintos da variável idade dos alunos.

7.1.2. CONSTRUINDO O ROL

A primeira manipulação que se pode fazer nos dados brutos, é ordená-los.


Observe que temos nos referido ao conjunto de dados originais da pesquisa
indiferentemente como DADOS BRUTOS ou TABELA PRIMITIVA. Ao resultado do
ordenamento da TABELA PRIMITIVA, damos o nome de ROL. Observe o resultado
abaixo.
17 17 17 18 18 18 18 18 18 18
18 18 18 18 18 18 18 18 18 18
18 19 19 19 19 19 19 19 19 19
19 19 19 19 19 19 19 19 20 20
20 20 20 20 20 20 21 21 21 21

7.1.3. OBTENDO OS VALORES DISTINTOS

A partir do ROL fica fácil identificar que os VALORES DISTINTOS da variável


Idade são: 17, 18, 19, 20 e 21. Assim, nossa distribuição de frequências vai conter
5 LINHAS ( k = 5 ).

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7.1.4. MONTAGEM FINAL

Uma vez de posse das frequências simples absolutas, proceder aos cálculos
das outras frequências e finalizar a apresentação da distribuição de frequências.

Tabela 5: Distribuição de frequências das idades dos Alunos de uma Turma.


𝒙𝒊 𝒇𝒊 𝒇𝒓𝒊 𝑭𝒊 %

Total

RESOLUÇÃO EM AULA

7.2. CONSTRUÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS COM INTERVALOS DE


CLASSE

A construção de uma distribuição de frequências com intervalos requer


alguns passos a mais que a distribuição de frequências sem intervalos. A maior
dificuldade aqui reside na determinação do número total de classes (𝒌) e
consequentemente na determinação da amplitude das classes (𝒉) e limites
inferior e superior de cada classe. As regras básicas para a construção de
intervalos de classes são:
a) O total de classes deve ser um número de 5 a 15.
b) Todo elemento da amostra deve se enquadrar em uma e apenas uma classe.
c) As classes devem ter amplitudes iguais.

Na construção de uma distribuição de frequências com intervalos,


geralmente se adota um processo de tentativa na determinação do número total
de classes, através do decremento e incremento de um valor inicial estimado em
função do tamanho do conjunto de dados (𝑁 ou 𝑛). Daqui em diante, vamos
assumir estarmos tratando com uma amostra.

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i) Determinação do número de classes (𝒌):
Existem duas fórmulas empíricas muito utilizadas para estimativa inicial do
total de classes. A primeira, denominada Fórmula da Raiz, é mais adequada
para tamanhos até 100, enquanto a Fórmula de Sturges é mais indicada para
grandes conjuntos de dados. Em ambas as fórmulas, devemos tomar o valor
inteiro mais próximo do resultado como ponto de partida.

a) Fórmula da raiz: 𝑘 ≈ √𝑛
b) Fórmula de Sturges: 𝑘 ≈ 1 + 3,3 × log (𝑛)

ii) Determinação da amplitude das classes (𝒉):


É a divisão entre a amplitude total e o número de classes. O valor só poderá
ser arredondado para mais.
𝐴𝑇
ℎ=
𝑘

iii) Amplitude Total (𝑨𝑻):


É a diferença entre o maior elemento encontrado na amostra/população
(𝑋𝑚á𝑥 ) e o menor elemento encontrado na amostra/população (𝑋𝑚𝑖𝑛 ).

𝐴𝑇 = 𝑋𝑚á𝑥 − 𝑋𝑚𝑖𝑛

iv) Limite Inferior de classe ( 𝑳𝑰𝒊 ):


Representa o extremo inferior da CLASSE 𝒊.

v) Limite Superior de classe ( 𝐿𝑆𝑖 ):


Representa o extremo superior da CLASSE 𝒊.

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vi) Ponto Médio da Classe (𝒙𝒊 ):
É o ponto que divide o intervalo de classe em duas partes iguais. Existe
apenas em distribuições COM intervalos de classes. É calculado como a média
aritmética entre os limites inferior e superior da classe. A formulação
matemática desta definição é:
𝐿𝑆𝑖 − 𝐿𝐼𝑖
𝑥𝑖 =
2

7.2. OBTENDO A TABELA PRIMITIVA DOS DADOS

O conjunto de valores abaixo constitui uma transcrição dos dados originais


da pesquisa (banco de dados), utilizada como exemplo de uma distribuição de
frequências com intervalos. No caso de VARIÁVEIS DISCRETAS (distribuição de
frequências sem intervalo), nosso primeiro interesse for identificar os valores
distintos da variável. De forma semelhante, no caso de VARIÁVEIS CONTÍNUAS,
precisamos identificar o intervalo total de variação dos dados (𝑨𝑻), o que
requer que identifiquemos o menor e o maior salário observado na amostra.
Como se pode observar é praticamente impossível de se identificar a amplitude
amostral (𝐴𝑇) numa tabela sem classificação.

625 569 338 593 462 420 579 392


591 477 404 450 480 323 450 760
619 573 484 600 246 632 654 499
513 458 565 500 610 420 604 673
580 683 470 450 220 541 782 552

7.3. CONSTRUINDO O ROL

Abaixo tem-se o Rol do conjunto de dados observados na amostra.

220 246 323 338 392 404 420 420


450 450 450 458 462 470 477 480
484 499 500 513 541 552 565 569
573 579 580 591 593 600 604 610
619 625 632 654 673 683 760 782

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Estamos agora em condição de identificar alguns elementos básicos que
serão necessários à elaboração de uma distribuição de frequências para os dados
coletados. Mais especificamente, já temos:

Tamanho da amostra (𝒏): 𝟒𝟎 funcionários.


Nota: verifica-se a existência de 37 valores distintos na amostra, ou seja, 37
salários distintos.
Menor salário na amostra (𝑿𝒎𝒊𝒏 ): 𝟐𝟐𝟎
Maior salário na amostra (𝑿𝒎á𝒙 ): 𝟕𝟖𝟐
Amplitude Total: 𝑨𝑻 = 𝑿𝒎á𝒙 – 𝑿𝒎𝒊𝒏 = 𝟕𝟖𝟐 − 𝟐𝟐𝟎 = 𝟓𝟔𝟐

7.4. DETERMINANDO 𝒌, 𝒉, 𝑳𝑰𝒊, , 𝑳𝑺𝒊 E CONSTRUÇÃO FINAL

1º) Passo: Organizar os dados em ROL e depois calcular 𝑘.


Se considerar 𝑘 ≈ √𝑛, tem-se: 𝑘 ≈ √𝑛 = 6,3245.

𝐴𝑇 562
2º) Passo: Calculando ℎ = = = 88,92 ≈ 89.
𝑘 6,32

3º) Passo: Construir os intervalos das classes 𝐿𝑆𝑖 e 𝐿𝐼𝑖 .

4º) Passo: Montar a tabela e calcular as frequências.

RESOLUÇÃO EM AULA

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EXERCÍCIOS

1. Analise os casos a seguir, e diga qual é a população e, nesta população, qual


a amostra selecionada:

a) Para analisar a eficácia de uma campanha de vacinação no Brasil, em


crianças com idade entre 1 e 2 anos, 192 mães com filhos nesta idade
foram selecionadas para serem avaliadas sobre a última vez que
vacinaram seus filhos.

b) Uma Universidade em Seattle (EUA), realizou um estudo para verificar


se a exposição a doenças sexualmente transmissíveis aumenta o risco de
desenvolver câncer na próstata em homens de meia-idade. O estudo foi
realizado com 1456 homens entre 40 e 64 anos. Este estudo mostrou que
indivíduos com cerca de trinta parceiras ou mais, sobretudo com registro
de doenças sexuais desse tipo, apresentaram risco dobrado para o câncer
em comparação com aqueles de vida sexual menos ativa.

c) A fim de avaliar a intenção de voto para a eleição presidencial de 2022


no Brasil, 6.205 eleitores foram entrevistados em todas as unidades da
federação.

d) Exercícios aeróbicos como pedalar ou caminhar são recomendados a


pacientes que lutam contra a hipertensão. A boa noticia é que a atividade
física combate a pressão alta mesmo quando praticada sem muito afinco.
Algo entre 60 e 90 minutos de prática esportiva moderada por semana já
contribui para manter a pressão arterial nos níveis ideais. A revelação
surgiu de um estudo com 207 homens e mulheres hipertensos e
totalmente sedentários realizado pelo Instituto Nacional de Saúde e
Nutrição do Japão.

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2. O restaurante Leverock's, em Madeira Beach, Flórida usa um questionário
para perguntar aos clientes como eles avaliam o atendimento dos garçons, a
qualidade das refeições, os drinques, os preços e o ambiente do restaurante.
Cada característica é avaliada de acordo com uma escala que varia de E
(excelente), ótimo (O), bom (B), médio (M) e fraco (F). Utilize a estatística
descritiva para sintetizar os dados coletados (quadro a seguir) sobre a
qualidade das refeições.

B E O B M E O E O B E O M
O E F M E B M E E E B E O
O M B E O F O E E B E E
E B M E O E E B O O B O

a) Defina e classifique a variável de estudo.


b) Construa a distribuição de frequências adequada.
c) Qual é a sua impressão a respeito das avaliações da qualidade das
refeições no restaurante?

3. Complete a tabela abaixo:

CLASSES 𝒇𝒊 𝒇𝒓𝒊 𝑭𝒊 %
00 | 08 4
08 | 16 10
16 | 24 14
24 | 32 9
32 | 40 3
Total

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4. A tabela abaixo apresenta uma distribuição de frequência das áreas de 400
lotes:

ÁREAS (m2) Nº LOTES - 𝒇𝒊 𝒇𝒓𝒊 𝑭𝒊 %


300 | 400 14
400 | 500 46
500 | 600 58
600 | 700 76
700 | 800 68
800 | 900 62
900 | 1000 48
1000 | 1100 22
1100 | 1200 6
Total

Com relação a esta tabela, pede-se:

a) Montar a distribuição de frequência completa.


b) A amplitude do intervalo da segunda classe.
c) A frequência acumulada da quinta classe.
d) O número de lotes com área inferior a 700 m2.
e) A percentagem de lotes com área inferior a 600 m2.

5. O controle de qualidade de uma indústria selecionou 48 caixas na linha de


produção e anotou em cada caixa o número de peças defeituosas, obtendo
os seguintes dados:

2 0 0 4 3 0 0 1 0 0 1 1 2 1 1 1
1 1 0 0 0 3 0 0 0 2 0 0 1 1 2 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 2

Determinar:

a) O rol.
b) A tabela de distribuição de frequência adequada.
c) Qual a porcentagem de caixas que apresentam 2 ou mais peças
defeituosas?

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