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Um lugar triste, sonolento, com pobreza, estagnação, Morte e entre outros infortúnios e

tragedias, são a descrição da cidade de Lisboa pela visão de Cesário Verde, mas também é a
descrição feita pelo personagem Carlos D`Maia sobre o mesmo espaço urbano, na obra de Eça
de Queirós “Os Mais”.

Com o Binómio cidade campo, Cesário verde retrata na obra Sentimento dum ocidental a vida
decrépita vivida no meio urbano e a utopia vivida em uma campina, fixando-se em criticar
principalmente a cidade, onde descreve, do entardecer ao anoitecer, a visão do
comportamento citadino. Pela tarde, a volta dos trabalhadores para suas casas, o caos entre
esta ação (barulho dos carros, chaminés que colorem a cidade com o cinza, o cheiro enjoativo
de gás entre outras porcarias, e as vias-férreas), a visão das mulheres que trabalham descalças
e com os filhos indo para suas casas em meio a pobreza. Pela chegada da noite, descreve o
vazio da noite apenas com a presença do barulho de bêbados, prostitutas, guardas e ladroes,
terminado assim sua descrição da morta, repleta de pobreza, doença, ausência de afeto,
injustiça social, dominada pela burguesia, desumana e artificial vida na cidade.

Na obra, Os Maias de Eça de Queiroz a descrição feita por Carlos Dmaia e muito parecida com
a de Cesário verde, em os maias, Carlos descreve “Nada mudara. A mesma sentinela sonolenta
rondava em torno à estátua triste de Camões. Os mesmos reposteiros vermelhos, com brasões
eclesiásticos, pendiam nas portas das duas igrejas. O Hotel Aliança conservava o mesmo ar
mudo e deserto. Um lindo sol dourava o lajedo; batedores de chapéu à faia fustigavam as
pilecas; três varinas de canastra à cabeça, meneavam os quadris fortes e ágeis na plena luz…”,
já em Cesário, a descrição é "Duas igrejas, num saudoso largo... / E os sinos dum tanger
monástico e devoto / Um épico doutrora ascende, num pilar/ E num cardume negro,
hercúleas (...) / correndo com firmeza, assomam as varinas / (...) Seus troncos varonis
recordam-me pilastras; / E algumas, à cabeça, embalam nas canastras / Os filhos que depois
naufragam nas tormentas.".

Como conclusão, parece clara a possível e mesma divisão de opiniões entre Eça de Queirós e
Cesário Verde sobre a vida urbana, podendo ate haver uma inspiração pela parte de Eça em
sua obra Os maias, pela poesia de Cesario em Sentimento dum ocidental.

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