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Cânticos do Realismo de Cesário Verde

1. O sujeito poético deambula pela cidade, na “noite fechada”, no momento em que começam a
iluminar-se “os andares” (v. 9) e os espaços comerciais noturnos (v. 10). Nesse ambiente, sente-se
mortificado e mórbido (vv. 2 e 6), sentindo chorar “o coração que se enche e que se abisma” (v. 8), e
também afrontado com “as íngremes subidas,/E os sinos dum tanger monástico e devoto” (vv. 19-20).

2. Estão representadas no texto essencialmente sensações auditivas e visuais, que contribuem para a
configuração do cenário perturbador da cidade ao final da tarde e início da noite. Exemplificam as
sensações auditivas as passagens: “Toca-se as grades, nas cadeias. Som/Que mortifica e deixa umas
loucuras mansas!” (vv.1-2); “Afrontam-me, no resto, as íngremes subidas,/E os sinos dum tanger
monástico e devoto.” (vv. 19-20). As sensações visuais surgem representadas nas passagens: “Tão
mórbido me sinto, ao acender das luzes;/À vista das prisões, da velha Sé, das cruzes,/Chora-me o
coração” (vv. 6-8); “A espaços, iluminam-se os andares,/E as tascas, os cafés, as tendas, os
estancos /Alastram em lençol os seus reflexos brancos” (vv. 9-11); “Duas igrejas, num saudoso
largo,/Lançam a nódoa negra e fúnebre do clero” (vv. 13-14); “Muram-me as construções retas, iguais,
crescidas;/Afrontam-me, no resto, as íngremes subidas” (vv. 18-19).

3. Na última estrofe, o sujeito poético destaca a figura de Camões, fazendo referência à estátua do
“épico de outrora” (v. 24), “Brônzeo, monumental, de proporções guerreiras” (v. 23), e contrapondo o
imaginário épico exaltado pelo autor d’ Os Lusíadas à situação de decadência do país, simbolizada no
“recinto público e vulgar” preenchido apenas por “bancos de namoro e exíguas pimenteiras” (v. 22).

OEXP12DP © Porto Editora

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