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A Tradição das Carvoeiras na Ordem

➢ Nem só de vidro que se vivia na Marinha Grande!


As carvoeiras eram uma profissão arcaica,reservada para as mulheres, que tinham como função o fabrico
artesanal do carvão.

A rotina destas mulheres começava cedo:deslocavam-se até ao Pinhal de Leiria para apanharem o resto da
lenha e matéria-prima deixada pelos serviços florestais que realizaram ao desbastes .O regresso a casa no final
da manhã era feita por estradas de alcatrão e caminhos florestais. Estas viagens chegavam a demorar mais de
uma hora pois eram feitas com uma carroça puxada por uma burra.A próxima tarefa era descarregar a
carroça para depois desmancharem a lenha com uma “machada”.

A parte da lenha que elas não usavam ficavam dispostas em pilhas.A lenha
que era escolhida era colocada num forno de terra e mato onde permanecia em combustão lenta 5 dias até
carbonizar.

O ultimo passo deste processo era retirar do forno o carvão e vende-lo em sacos de dez kilos

O local que as carvoeiras mais frequentavam para trabalhar era o Pilado uma pequena freguesia da
Marinha Grande.Esta profissão começou por ser reservada só para as mulheres mas atualmente os papéis
reverteram-se e os homens é trabalhavam nesta area.

Devido aos incêndios que ocorreram principalmente o de 2017 ,que destruiram mais de 87% do pinhal
ainda existem pessoas que continuam a trabalhar nesta area mas agora os homens são em maioria nestes
oficio.
Nascido em 1972,Claude Moita residente no Pilado-Marinha Grande começou a fabricar e vender carvão
de pinho há 20 anos atrás,é atualmente um dos carvoeiros do Pilado,apesar de agora a venda não ser como
antigamente que se vendia de porta em porta.Com a difusão da eletrecidade e do gás,a procura do carvão
diminui de uma forma drástica,logo houve uma queda na quantia de que se dedicam a esta atividadeque ,esta
profissão está em risco de extinção ,pois,os mais jovens não querem saber disto por dar muito
trabalho,desabafa o carvoeiro.

O processo de fabrico mantém-se idêntico ao dos anos 20/30 anos, por isso,continua igualmente difícil de
o fazer. É no chão cavado com um buraco com um pouco de profundidade, cheio com terra e e outras
matérias-primas(como por exemplo a caruma), que possui um forno em que a lenha arde, lentamente, até
carbonizar.
No revestimento, são abertos buracos como se fosse uma chaminé, por onde o ar passa para que possa
alimentar a combustão. Depois de quatro ou cinco dias, é retirado o carvão, que está pronto para venda e
apenas precisa de ser guardado em sacos.

A procura de carvão é maior na época do Verão,quando começa a aptecer os grelhados ,sobretudo de


peixe e churrrascos em família,que fazem os portugueses babar.

Além da gastronomia,dá se uso para para o combustível quase sempre executado a partir da Madeira de
Pinho.Claude comenta que no tempo dele corria-se tudo a procura de carvão e que nos tempos de hoje se
vender-se ,vendeu,se não fica para aí algures .

Matilde Almeida 10ºB nº17

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