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FUNDAMENTAIS DE
REFINAÇÃO DE PAPEL E
CELULOSE
Este trabalho tem pôr objetivo tratar do assunto refinação de pastas celulósicas a
baixa consistência para a fabricação de Papel de maneira totalmente descomplicada.
A REFINAÇÃO
A refinação pode ser classificada como a ação aplicada em uma fibra. O objetivo
dessa ação e modificar uma fibra para atender um determinado parâmetro de massa.
Fica mais fácil visualizar-se o processo de refinação quando a estrutura de uma fibra
usada na fabricação de papel é conhecida.
Tanto fibras curtas (hardwood) como fibras longas (softwood) possuem uma camada
primaria e três outras camadas secundarias.
Esses cabelos ou fibrilas são separados pelo contato com as lâminas dos discos ou
mesmo pelo contato entre si e esse processo é chamado de Fibrilação o que aumenta
consideravelmente a superfície de cada fibra proporcionando o agrupamento das
fibras durante o processo de formação da folha.
O segundo efeito provocado pela remoção da camada primária, que como dissemos é
impermeável, e expor a fibra a absorção de água ou sofrer o processo de hidratação.
Com a possibilidade de absorver água, a fibra passa a ser mais flexível e desenvolve
um melhor processo de formação na tela. Essa é a razão porque fibras que foram
altamente refinadas apresentam um alto grau Schopper, pois teve uma maior
absorção de água. A drenagem de fibras mais refinadas é mais lento, daí o termo
Hidratação determinar o processo de absorção de água por uma fibra.
1. Nos discos ou conjuntos cônicos quanto mais finas forem as lâminas, quanto
menores forem os espaços entre essas lâminas e quanto maior for o ângulo
de inclinação dessas lâminas, menor será a intensidade da refinação ou seja
promoveremos de maneira suave a hidratação e a fabricação.
2. Quanto mais largas forem as lâminas, maior for o espaço entre as lâminas e
menor for o grau de inclinação dessas lâminas, maior será a intensidade de
refinação portanto promovendo alto índice de corte da fibra.
Obviamente fibras que foram cozidas por mais tempo tendem a ser mais fáceis de
refinar. O processo de branqueamento também torna as fibras mais fáceis de serem
refinadas.
Uma vez que as fibras já foram refinadas uma vez ou varias vezes, o objetivo da
refinação e recondicionar a fibra para atingir os parâmetros exigidos pelo processo de
formação.
a) Destruição da primeira
camada protetora das
células da fibra,
acompanhada da
fibrilação superficial
das paredes.
c) Liberação dos
grupos de hidroxilas
sobre a superfície
externa da fibra, e
absorção de água
estufando-se. Este
Como as características físicas finais do papel em sua maior parte são ligadas
diretamente ao comprimento das fibras, o corte é um acontecimento na refinação que
devemos evitar, ou pelo menos atenuar.
b) Elasticidade
Nos papéis fortes, feitos com fibra longa, a elasticidade aumenta com a resistência.
Ela aumenta também a contração do papel provocada durante a secagem.
d) Resistência a Dobras
e) Resistência ao rasgo
f) Capacidade de Absorção
g) Porosidade
A) Variáveis do Sistema
1) Tipo de fibra
2) Vazão e velocidade da massa no refinador
3) Consistência
4) Temperatura
5) pH
B) Variáveis da Máquina
1) Tipo de máquina
2) Velocidade Periférica
3) Pressão específica
4) Arranjo dos refinadores
5) Área Refinadora
A) Variáveis do Sistema
1. Tipo de fibra
Quanto ao tipo de fibra depende da origem, tipo de matéria prima, grau de cozimento,
tipo de secagem, etc. A influência do cozimento, por exemplo: na operação de refino
que está relacionada à quantidade de lignina e hemicelulose que foram eliminadas da
pasta, é muito representativa. Só para termos uma idéia abaixo um gráfico
comparativo de refinação de duas pastas produzidas por processos diferentes.
Uma outra idéia podemos tirar se refinarmos dois tipos de fibras distintas por
exemplo: pinho e eucalipto.
O tipo ou tipos de fibra de uma determinada massa para papel é a variável mais
importante do processo de refinação.
A maioria das massas contém mistura de fibras longas e curtas que em condições
ideais deveriam ser refinadas separadamente. No entanto, através da prática deve-se
chegar a um ponto ótimo com massas misturadas.
Q=V xA
Q = Vazão
V = Velocidade
A = Área de Passagem
Portanto, uma melhor refinação se consegue com uma retenção maior da massa na
configuração dos discos ou cônico.
3. Consistência
Para cada tipo de tratamento desejado na massa, deve-se escolher uma consistência
adequada. Quando se deseja um tratamento de corte nas fibras, a consistência
adequada para se trabalhar a favorecer essa ocorrência deve girar em torno de 2,5 à
3,0 %.
Se o tratamento desejado for de hidratação e fibrilação, sem que ocorra o corte das
fibras, a consistência de trabalho mais adequada gira em torno de 5,0 à 5,5 %
podendo chegar em alguns casos até 7,0 %.
Podemos dizer que cerca de 90% das industrias, trabalham com uma consistência
neutra, de 4 a 4,5 %. Nesta faixa de consistência, o trabalho na fibra não favorece
este ou aquele tratamento.
4 - Temperatura
Por ser a refinação um processo mecânico, uma certa fração de energia consumida
pelo refinador se transforma em calor por atrito entre fibras, e lâminas, água e
lâminas, o que provocará um aumento de temperatura da massa.
Com o aumento da temperatura as paredes externas das fibras vão se tornando cada
vez mais difíceis de ser destruídas, portanto a dificuldade de hidratação e fibrilação de
pastas em altas temperaturas tornam-se um inconveniente pelo alto consumo de
energia que se requer.
Podemos notar esse fato quando temos instalado mais de três refinadores em série,
pelo aumento de temperatura que a massa sofre ao passar por cada refinador, os
últimos refinadores da série recebem essa massa já com cerca, em alguns casos, 60
à 70 ºC, o que faz com essas máquinas trabalhem com baixo rendimento.
5 - pH
B) Variáveis do Sistema
A refinação eficiente começa pela correta seleção dos equipamentos que a irão
executar. Nos dias atuais temos basicamente os seguintes tipos de refinadores
disponíveis para a refinação a baixa consistência (até 6%):
De maneira simples, podemos descrever que cada um dos refinadores acima tem
basicamente as seguintes funções ou são mais indicados para as seguintes
aplicações:
Refinador de Duplo Disco - Este tipo de máquina é muito versátil e pode executar
funções que vão desde o corte até a hidratação de quase todos os tipos de fibra com
exceção das fibras sintéticas ou Linter.
Refinador de Cônico amplo tipo TriConic - Esta máquina é o mais novo conceito de
refinação e trabalha com todo tipo de refinação com exceção da fibra de Linter.
Oferece enormes vantagens quando comparado com os refinadores de Duplo Disco
ou mesmo os cônicos amplos normais uma vez que proporciona uma refinação de
baixa intensidade desenvolvendo todas as características da fibra de maneira suave
preservando todos as resistências das mesmas. Oferece também a vantagem de uma
grande economia de energia elétrica.
LADO MOTOR
EIXO
ESTATOR 1 ESTATOR 4
ROTOR 2/3
Inicialmente temos que determinar qual o tipo de trabalho desejado para as fibras que
vamos tratar, que quantidade de fibras vamos refinar e qual o grau de refinação final
que desejamos a fim de podermos determinar que tipo e tamanho de refinador
necessitamos.
Uma vez determinado os parâmetros em que iremos trabalhar, teremos que encontrar
os valores típicos de energia requeridos pelo tipo de fibra, tratamento e grau de
refinação desejado. Esses valores podem ser determinados basicamente pôr dois
métodos o método teórico que exige uma infinidade de cálculos e baseados em
formulas bastante complicadas ou o método pratico que usa como parâmetros os
resultados comparativos com operações similares.
Uma vez tendo as respostas para o trabalho desejado (corte, fibrilação, hidratação ou
despastilhamento), quantidade de fibras (Ton/dia) a ser processada, grau inicial e final
(Shopper ou Canadian Freeness) desejado e consumo de energia (HP/Ton/dia)
requerido, fica bastante simples determinar que tipo e tamanho de refinador
necessitamos. O seu fornecedor do equipamento com esses dados poderá facilmente
indicar para você o equipamento mais adequado para sua aplicação (veja exemplo a
seguir).
AMOSTRA DE CÁLCULO:
Digamos que vamos entrar no refinador com 25 graus Shopper e queremos sair
com 33 graus Shopper.
Com o valor de 4.8 HP/TON/DIA basta multiplicar pelo total de TON/DIA que
desejamos que no exemplo acima são 120 TON/DIA encontraremos 4,8 x 120 =
576 que representam o total de HP necessário para a nossa produção.
Tendo esse valor em mãos se torna fácil determinar quantos e que tamanho de
refinador necessitamos.
Embora existam linhas gerais simplificadas para a escolha do equipamento bem como
da área refinadora tanto para fibras virgens como fibras recicladas, considerações
para determinados tipos de papel existem.
Alguns tipos de papeis feitos a partir de fibras virgens tais como o Corrugado Médio,
requerem que as resistências individuais da fibra sejam mais importantes que a
resistência da folha em si. Para tanto áreas refinadoras com menor poder de fibrilação
ou hidratação são geralmente usadas.
A definição das áreas refinadoras é o mais importante fator para uma boa refinação.
Existem vários cálculos teóricos para se determinar a área refinadora mais adequada,
entretanto todos os dados teóricos não tem a menor validade se os parâmetros de
operação descritos no parágrafo OPERAÇÃO não forem rigorosamente observados.
- em série
- em paralelo
SÉRIE
Vantagens Desvantagens
PARALELO
Vantagens Desvantagens
a) Espessura e espaçamento
Nos discos é o ângulo que as lâminas formam com a direção radial do disco
Lâminas com maior ângulo de inclinação produzem mais fibrilação e menor corte na
fibra, fornecendo massas com melhores propriedades físicas.
Como todo o trabalho de refinação é realizado nas arestas das lâminas, o ângulo de
intersecção das lâminas tem função de extrema importância, visto que diz respeito ao
ângulo com que as fibras vão ser atacadas.
Grandes ângulos de intersecção favorecem a hidratação e fibrilação, pequenos
ângulos favorecem o corte das fibras.
Exemplo : um jogo de discos que possui 12 setores com lâminas inclinadas a + 7º 30’
nos discos fixos e rotativos possui um ângulo de intersecção médio de 45º. Um outro
jogo de discos que possui 12 setores com lâminas inclinadas a + 5º nos discos
rotativos e + 10º nos discos fixos, possui um ângulo de intersecção médio de 45º
também.
Madeira
Diminuindo a altura de
lâminas através da
colocação de madeiras
longitudinais entre os
canais permite-se a
utilização de grandes
ângulos de inclinação de
lâminas e portanto
grandes ângulos de
intersecção.
e) Material da Lâmina
As Lâminas para refinadores podem ser obtidas pelos seguintes processos mais
usuais :
Deve-se considerar também que as arestas das lâminas são mais estáveis por se
tratar de aços relaminados, detalhe que não sucede nos discos fundidos, uma vez
que nesse caso as arestas são geralmente deterioradas pelo desprendimento de
cristais de carbono da fundição.
As fibras curtas pela sua natureza e normalmente pela sua aplicação indicam que a
espessura das lâminas seja de 3mm e os espaços entre lâminas também de 3mm.
Obviamente áreas de 2 mm x 2 mm também são usadas em alguns casos porem o
risco de entupimento é muito grandes. Assim, pode-se dizer que para fibras curtas
ou mesmo longa onde a consistência não e superior a 3% e onde o tratamento
desejado e de fibrilação e hidratação a espessura e os espaços entra a lâmina
ideal e de 3mm.
Para as fibras longas pela sua natureza e aplicação e como normalmente se deseja
um pouco de corte devemos usar lâminas e espaços de 5 mm pois suporta
consistência de até 6% sem o risco de entupimento. Esta área também se aplica na
maioria dos casos dos reciclados.
OPERAÇÃO
Para o ato de refinar são basicamente necessários que se tenha a fibra e o refinador.
A expectativa da refinação e de entrar-se com a fibra com as características A e sair-
se com uma fibra com as características B.
Fig.A Fig.B
A resposta é que o fato de se ter a melhor fibra e o refinador mais indicado pôr si só
não são suficientes uma vez que os parâmetros de operação do sistema são de
extrema importância e dentre esses fatores importantes destacamos os seguintes:
LEMBRETE IMPORTANTE