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CONCEITOS

FUNDAMENTAIS DE
REFINAÇÃO DE PAPEL E
CELULOSE

PILÃO S.A. MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS


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Jun/01
INTRODUÇÃO
A refinação sem dúvida é uma das mais importante e onerosa operação na produção
de Papel. Pôr isso é de extrema importância que ela seja a mais eficiente possível o
que necessariamente implica na correta seleção dos equipamentos e ainda mais
importante a correta operação desses equipamentos.

Este trabalho tem pôr objetivo tratar do assunto refinação de pastas celulósicas a
baixa consistência para a fabricação de Papel de maneira totalmente descomplicada.

Seria incorreto afirmar-se que a refinação em uma fabrica de Papel é simples,


particularmente onde se produz larga variedade de gramaturas. Entretanto uma
revisão simplificada do sistema de refinação pode indicar áreas onde melhorias
podem ser feitas de maneira rápida e simples.

Dizendo-se de outra forma, embora os testes de laboratório sejam fontes de úteis


informações, se tivermos conhecimento de alguns pontos básicos a serem checados
quando da reavaliação do sistema de refinação de uma fabrica, poderemos obter
resultados mais positivos em curto prazo.

A qualidade da fibra deve sempre prevalecer sobre a redução de custo, porem


sempre existem oportunidades para melhorar o desempenho dos refinadores sem
sacrificar-se a qualidade final das fibras.

Juntamente com bom conhecimento das variáveis do processo, e sempre saudável


que os operadores e papeleiros estejam familiarizados com os fatores que afetam a
eficiência dos refinadores e seus motores. Um conhecimento básico desses fatores
irá reduzir as perdas de eficiência dos equipamentos.

Finalmente, conhecendo-se os requisitos para determinado grau de refinação, ira


ajudar o papeleiro a junto com seus fornecedores selecionar mais adequadamente
áreas refinadoras, auxiliar os operadores a minimizar desgaste dos discos e consumo
de energia e de maneira geral auxiliar os papeleiros a melhorarem a qualidade da
fibra refinada.

A REFINAÇÃO
A refinação pode ser classificada como a ação aplicada em uma fibra. O objetivo
dessa ação e modificar uma fibra para atender um determinado parâmetro de massa.
Fica mais fácil visualizar-se o processo de refinação quando a estrutura de uma fibra
usada na fabricação de papel é conhecida.

Tanto fibras curtas (hardwood) como fibras longas (softwood) possuem uma camada
primaria e três outras camadas secundarias.

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O talo central de uma fibra e
chamado de Lumen e é evitado. As
fibras se aglutinam na estrutura da
madeira através da lamella central
que é constituída principalmente da
lignina que funciona como um tipo de
cola.

A camada primaria é fina e


relativamente impermeável, a
camada secundária forma o corpo
principal da fibra e consistem de uma
parede externa fina, uma parede
intermediária mais grossa e uma
parede interna mais fina.

O ato de refinar irá remover


parcialmente a camada primária
expondo as paredes secundárias.
Cada uma das três paredes secundária possui um volume específico de fibrilas que
são grupos de moléculas celulósicas que consistem de minúsculas fibras como
cabelos.

Esses cabelos ou fibrilas são separados pelo contato com as lâminas dos discos ou
mesmo pelo contato entre si e esse processo é chamado de Fibrilação o que aumenta
consideravelmente a superfície de cada fibra proporcionando o agrupamento das
fibras durante o processo de formação da folha.

O segundo efeito provocado pela remoção da camada primária, que como dissemos é
impermeável, e expor a fibra a absorção de água ou sofrer o processo de hidratação.

Com a possibilidade de absorver água, a fibra passa a ser mais flexível e desenvolve
um melhor processo de formação na tela. Essa é a razão porque fibras que foram
altamente refinadas apresentam um alto grau Schopper, pois teve uma maior
absorção de água. A drenagem de fibras mais refinadas é mais lento, daí o termo
Hidratação determinar o processo de absorção de água por uma fibra.

Embora os objetivos de uma refinação sejam a hidratação e a fibrilação, um certo


grau de corte sempre ocorrerá. Em alguns casos um maior volume de corte é
desejável como nas fibras longas (softwood) para melhorar a formação.

Entretanto o corte excessivo resultará na redução das características de resistência


da folha e apresentará um maior índice de finos. A geração de finos ou danos a fibra
sempre ocorre no processo de refinação porem em grau baixo, somente ocorre com
mais violência nas refinações de alta intensidade onde alto corte é desejado.

Uma maneira prática de se avaliar as variáveis da refinação é considerar o volume de


energia que as lâminas de um disco ou conjunto transferem para uma fibra durante o
impacto.

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Se uma grande porcentagem dos HP do motor principal for usada para a carga em
vazio, ou seja, somente para rodar esse refinador sem estar com massa em sua
câmara, um menor volume de energia será transferido para a fibra o que tornará essa
refinação mais suave ou se o volume de HP disponível no motor de um refinador for
distribuído por uma área de refinação maior também tornará cada impacto mais
suave.

Ou seja se a força de um determinado impacto for reduzido em sua magnitude, o


dano no objeto tratado será menor. Finalmente, o número de impactos em uma fibra
em um tempo especifico tem grande importância ou seja quanto maior for o número
de impactos em um tempo especifico menor será o volume de energia que cada
impacto irá transferir para a fibra e isto também podemos chamar de refinação suave.

Fica claro portanto a importância do volume de HP, carga em vazio, superfície de


área refinadora do disco ou conjunto cônico e a velocidade quando se deseja
quantificar a intensidade da refinação e relacionar essa intensidade a qualidade final
do papel.

As seguintes regras de refinação resumem os princípios teóricos de refinação:

1. Nos discos ou conjuntos cônicos quanto mais finas forem as lâminas, quanto
menores forem os espaços entre essas lâminas e quanto maior for o ângulo
de inclinação dessas lâminas, menor será a intensidade da refinação ou seja
promoveremos de maneira suave a hidratação e a fabricação.

2. Quanto mais largas forem as lâminas, maior for o espaço entre as lâminas e
menor for o grau de inclinação dessas lâminas, maior será a intensidade de
refinação portanto promovendo alto índice de corte da fibra.

3. Quanto maior for a velocidade RPM do motor do refinador, menor intensidade


terá a refinação.

4. Quanto maior for o diferencial de pressão na operação dos refinadores,


menor será a intensidade de refinação pelo aumento do contato de fibras com
fibras.

5. Em qualquer refinação sempre um pequeno volume de corte ocorrerá.

6. A refinação aumenta todas as características de resistência do papel exceto o


Rasgo.

A FIBRA E SUAS CARACTERÍSTICAS


Existem vários fatores que afetam a refinação dos vários tipos de fibra. O tipo da
madeira e o rendimento são muito importantes uma vez que esses elementos
determinam o comprimento media de cada tipo de fibra bem como o volume de lignina
que continua retido na fibra após o processo de fabricação da celulose. Quanto maior
for o volume de lignina ou seja quanto maior for o rendimento mais difícil será de
refinar essa fibra.

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O método de cozimento ira determinar o nível de refinação necessário para a abertura
da primeira camada da fibra para se processar a fibrilação e a hidratação. Massa com
pH baixo são mais fáceis de refinar do que as massas de pH alto bem como o numero
Kappa também torna mais fácil ou mais difícil de se refinar uma fibra.

Obviamente fibras que foram cozidas por mais tempo tendem a ser mais fáceis de
refinar. O processo de branqueamento também torna as fibras mais fáceis de serem
refinadas.

No caso dos reciclados, devido ao grande conteúdo de plásticos, resinas e outros


contaminantes, requerem mais aparatos para poderem ser refinadas adequadamente.

Uma vez que as fibras já foram refinadas uma vez ou varias vezes, o objetivo da
refinação e recondicionar a fibra para atingir os parâmetros exigidos pelo processo de
formação.

No caso das fibras recicladas o processo mais adequado de refinação e oferecido


pelos Deflakers uma vez que o objetivo e de tão somente separar-se as fibras sem
promover corte ou muita hidratação.

Durante a refinação as fibras submetem-se à ação das lâminas e como conseqüência


sofrem transformações físicas, de esmagamento, corte, fibrilação e hidratação. Estas
transformações estão ligadas diretamente com as condições de trabalho e variáveis
do processo que iremos analisar posteriormente uma a uma.

Portanto, podemos resumir diversas etapas da refinação em:

a) Destruição da primeira
camada protetora das
células da fibra,
acompanhada da
fibrilação superficial
das paredes.

b) Separação das fibras finas das


partes de macro-moléculas de
celulose.

c) Liberação dos
grupos de hidroxilas
sobre a superfície
externa da fibra, e
absorção de água
estufando-se. Este

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processo coloido-químico denomina-se hidratação.

Sob a influência do esmagamento e da hidratação, as fibras ficam mais elásticas,


condicionando assim, um contato mais íntimo entre elas, dentro de uma folha de
papel e aumentando as suas forças de ligação.

Durante uma refinação suave da massa, predomina o processo de hidratação das


fibras, enquanto que com uma refinação severa (pressão específica alta) predomina o
processo puramente mecânico que conduz ao encurtamento das fibras.

Como as características físicas finais do papel em sua maior parte são ligadas
diretamente ao comprimento das fibras, o corte é um acontecimento na refinação que
devemos evitar, ou pelo menos atenuar.

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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS FINAIS DO PAPEL X GRAU DE
REFINAÇÃO
a) Resistência e tração

A curva de resistência à tração sobe rapidamente desde o começo da refinação e


depois se inclina gradativamente atingindo seu valor máximo entre 60 à 80 º SR.

Continuando ainda a refinação, especialmente se a mesma for severa (pressão


específica alta) a resistência a tensão diminuirá. No caso de uma refinação suave e
cuidadosa, a curva de tensão poderá continuar sem uma inclinação acentuada os
valores absolutos serão maiores.

b) Elasticidade

Nos papéis fortes, feitos com fibra longa, a elasticidade aumenta com a resistência.
Ela aumenta também a contração do papel provocada durante a secagem.

c) Resistência ao Estouro (Mullen)

Esta característica do papel depende da força de ligação entre as fibras a do


comprimento médio delas, tanto é que ela aumenta com o aumento do grau de
refinação para decrescer com um excesso. Esse decréscimo é atribuído a diminuição
do comprimento médio das fibras, causada pelo corte das mesmas.

d) Resistência a Dobras

Os valores de resistência a dobras dependem do comprimento médio das fibras, da


orientação delas na folha de papel e acima de tudo das ligações entre elas, que em
outra palavra, grau de refinação.

e) Resistência ao rasgo

Os fatores que afetam a resistência ao rasgo são em ordem de importância: o


comprimento das fibras, ligação entre elas e resistência natural das próprias fibras. A
curva em relação ao grau de refinação e de uma ascendência com o aumento do grau
com ponto de maior resistência em torno de 30 e 40 ºSR e uma queda como
conseqüência do corte das fibras devido ao aumento do grau de refino.

f) Capacidade de Absorção

Diminui com o aumento do grau de hidratação durante a refinação.

g) Porosidade

Com o aumento de grau de hidratação, a porosidade diminui alcançando o valor


mínimo com 70 a 80º SR, dependendo da composição química da celulose
empregada e das propriedades naturais das fibras.

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VARIÁVEIS NO PROCESSO DE REFINAÇÃO
Como foi dito anteriormente, durante a refinação ocorrem corte, hidratação e fibrilação
nas fibras, mas a ocorrência de um tratamento mais que o outro dependem das
variáveis do processo de refinação. Como na maioria das vezes o papeleiro procura
hidratar e fibrilar mais e evitar o corte ao máximo, vamos analisar a seguir todas as
variáveis de maneira que após a análise possamos controlar essas variáveis a fim de
conseguirmos o tratamento mais apropriado ao papel que fabricamos.

Vamos a princípio dividir as variáveis que dependem do sistema e as que dependem


da máquina refinadora.

Classificamos portanto como segue:

A) Variáveis do Sistema

1) Tipo de fibra
2) Vazão e velocidade da massa no refinador
3) Consistência
4) Temperatura
5) pH

B) Variáveis da Máquina

1) Tipo de máquina
2) Velocidade Periférica
3) Pressão específica
4) Arranjo dos refinadores
5) Área Refinadora

A) Variáveis do Sistema

1. Tipo de fibra

Quanto ao tipo de fibra depende da origem, tipo de matéria prima, grau de cozimento,
tipo de secagem, etc. A influência do cozimento, por exemplo: na operação de refino
que está relacionada à quantidade de lignina e hemicelulose que foram eliminadas da
pasta, é muito representativa. Só para termos uma idéia abaixo um gráfico
comparativo de refinação de duas pastas produzidas por processos diferentes.

Uma outra idéia podemos tirar se refinarmos dois tipos de fibras distintas por
exemplo: pinho e eucalipto.

O tipo ou tipos de fibra de uma determinada massa para papel é a variável mais
importante do processo de refinação.

A maioria das massas contém mistura de fibras longas e curtas que em condições
ideais deveriam ser refinadas separadamente. No entanto, através da prática deve-se
chegar a um ponto ótimo com massas misturadas.

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2. Vazão e velocidade da massa no refinador

É da vazão que a velocidade da passagem da massa pelo refinador está diretamente


ligada, pois com um mesmo aperto de disco, se aumentarmos a vazão a velocidade
aumentará diretamente, visto que:

Q=V xA
Q = Vazão
V = Velocidade
A = Área de Passagem

Portanto, uma melhor refinação se consegue com uma retenção maior da massa na
configuração dos discos ou cônico.

3. Consistência

Para cada tipo de tratamento desejado na massa, deve-se escolher uma consistência
adequada. Quando se deseja um tratamento de corte nas fibras, a consistência
adequada para se trabalhar a favorecer essa ocorrência deve girar em torno de 2,5 à
3,0 %.

Se o tratamento desejado for de hidratação e fibrilação, sem que ocorra o corte das
fibras, a consistência de trabalho mais adequada gira em torno de 5,0 à 5,5 %
podendo chegar em alguns casos até 7,0 %.

Podemos dizer que cerca de 90% das industrias, trabalham com uma consistência
neutra, de 4 a 4,5 %. Nesta faixa de consistência, o trabalho na fibra não favorece
este ou aquele tratamento.

4 - Temperatura

Por ser a refinação um processo mecânico, uma certa fração de energia consumida
pelo refinador se transforma em calor por atrito entre fibras, e lâminas, água e
lâminas, o que provocará um aumento de temperatura da massa.

Com o aumento da temperatura as paredes externas das fibras vão se tornando cada
vez mais difíceis de ser destruídas, portanto a dificuldade de hidratação e fibrilação de
pastas em altas temperaturas tornam-se um inconveniente pelo alto consumo de
energia que se requer.

Podemos notar esse fato quando temos instalado mais de três refinadores em série,
pelo aumento de temperatura que a massa sofre ao passar por cada refinador, os
últimos refinadores da série recebem essa massa já com cerca, em alguns casos, 60
à 70 ºC, o que faz com essas máquinas trabalhem com baixo rendimento.

5 - pH

Ao contrário de temperatura, o aumento do pH facilita bastante a refinação,


oferecendo um menor consumo de energia e um tratamento de fibra muito bom.

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Trabalhando com a massa ácida, em torno de 4,55 pH, as fibras adquirem uma
rigidez que além de consumir um pouco mais de energia do refino, há uma incidência
de corte de fibra bastante alto. Ao passo que trabalhar com massa alcalina, em torno
de 8 à 10 pH as camadas externas das fibras tornam-se mais fáceis de serem
abertas, proporcionando uma hidratação muito mais rápida.

B) Variáveis do Sistema

SELEÇÃO DOS EQUIPAMENTOS

A refinação eficiente começa pela correta seleção dos equipamentos que a irão
executar. Nos dias atuais temos basicamente os seguintes tipos de refinadores
disponíveis para a refinação a baixa consistência (até 6%):

 Refinadores de Duplo Disco


 Refinadores de Duplo Disco tipo Tri-Disc
 Refinadores Cônico amplo
 Refinadores Cônico amplo tipo TriConic
 Despastilhadores

De maneira simples, podemos descrever que cada um dos refinadores acima tem
basicamente as seguintes funções ou são mais indicados para as seguintes
aplicações:

Refinador de Duplo Disco - Este tipo de máquina é muito versátil e pode executar
funções que vão desde o corte até a hidratação de quase todos os tipos de fibra com
exceção das fibras sintéticas ou Linter.

Refinador de Duplo Disco tipo Tri-Disc - Executa as mesmas funções do refinador


de Duplo Disco porém com a vantagem de reduzir o consumo de energia em
aproximadamente 10% em função basicamente da sua maior superfície de refinação
e melhor distribuição do fluxo de massa dentro da câmara de refinação.

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Refinador de Cônico amplo - Este tipo de refinador pode basicamente executar
todo o tipo de refinação inclusive de fibras sintéticas como o Linter porem seu melhor
desempenho esta no corte da fibra.

As desvantagens dessas máquinas são:

1) Grande consumo de energia por tonelada


2) Grande espaço ocupado
3) Custo operacional muito alto
4) Resultados diferentes em cada espaço
5) Trabalho não contínuo

Refinador de Cônico amplo tipo TriConic - Esta máquina é o mais novo conceito de
refinação e trabalha com todo tipo de refinação com exceção da fibra de Linter.
Oferece enormes vantagens quando comparado com os refinadores de Duplo Disco
ou mesmo os cônicos amplos normais uma vez que proporciona uma refinação de
baixa intensidade desenvolvendo todas as características da fibra de maneira suave
preservando todos as resistências das mesmas. Oferece também a vantagem de uma
grande economia de energia elétrica.

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Foto do Conjunto do TriConic - 3 peças

DIAGRAMA DE FLUXO DE MASSA

LADO MOTOR

EIXO
ESTATOR 1 ESTATOR 4
ROTOR 2/3

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Despastilhadores - São máquinas projetadas para trabalhar exclusivamente na ação
de despastilhamento que comumente é necessária nos reciclados e quebras de
máquina. Tem uma ação eficaz na abertura dos grumos de fibras.

Inicialmente temos que determinar qual o tipo de trabalho desejado para as fibras que
vamos tratar, que quantidade de fibras vamos refinar e qual o grau de refinação final
que desejamos a fim de podermos determinar que tipo e tamanho de refinador
necessitamos.

Uma vez determinado os parâmetros em que iremos trabalhar, teremos que encontrar
os valores típicos de energia requeridos pelo tipo de fibra, tratamento e grau de
refinação desejado. Esses valores podem ser determinados basicamente pôr dois
métodos o método teórico que exige uma infinidade de cálculos e baseados em
formulas bastante complicadas ou o método pratico que usa como parâmetros os
resultados comparativos com operações similares.

Nossa experiência mostra que a margem de diferença quando se usa o método


comparativo ao invés do método teórico não é maior que 5%, diferença essa que
normalmente desaparece em função das variáveis de operação dos refinadores, que
iremos explicar mais adiante.

Uma vez tendo as respostas para o trabalho desejado (corte, fibrilação, hidratação ou
despastilhamento), quantidade de fibras (Ton/dia) a ser processada, grau inicial e final
(Shopper ou Canadian Freeness) desejado e consumo de energia (HP/Ton/dia)
requerido, fica bastante simples determinar que tipo e tamanho de refinador
necessitamos. O seu fornecedor do equipamento com esses dados poderá facilmente
indicar para você o equipamento mais adequado para sua aplicação (veja exemplo a
seguir).

AMOSTRA DE CÁLCULO:

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 Para a refinação de reciclados, ou seja, fibras secundárias, se necessita de um
total de 3 HP/TON/DIA para subir-se aproximadamente 5 graus Shopper.

 Digamos que vamos entrar no refinador com 25 graus Shopper e queremos sair
com 33 graus Shopper.

 Desejamos produzir 120 TON/DIA a uma consistência de 4%.

 Para determinarmos quantos HP total instalado necessitamos para refinar essa


massa faríamos o seguinte calculo:

 33 SR - 25 SR = 8 SR ou seja o diferencial de grau será de 8. Dividiremos os 8


graus de diferencial por 5 uma vez que para cada 5 SR necessitamos de 3
HP/TON/DIA. Assim, 8 : 5 = 1,6.

 Encontrado o fator 1,6 iremos multiplica-lo por 3 (três) HP/TON/DIA e


encontraremos o valor de 4,8 que corresponde ao total de HP/TON/DIA para subir-
se 8 graus SR.

 Com o valor de 4.8 HP/TON/DIA basta multiplicar pelo total de TON/DIA que
desejamos que no exemplo acima são 120 TON/DIA encontraremos 4,8 x 120 =
576 que representam o total de HP necessário para a nossa produção.

 Tendo esse valor em mãos se torna fácil determinar quantos e que tamanho de
refinador necessitamos.

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ÁREAS REFINADORAS

Embora existam linhas gerais simplificadas para a escolha do equipamento bem como
da área refinadora tanto para fibras virgens como fibras recicladas, considerações
para determinados tipos de papel existem.

Alguns tipos de papeis feitos a partir de fibras virgens tais como o Corrugado Médio,
requerem que as resistências individuais da fibra sejam mais importantes que a
resistência da folha em si. Para tanto áreas refinadoras com menor poder de fibrilação
ou hidratação são geralmente usadas.

A definição das áreas refinadoras é o mais importante fator para uma boa refinação.
Existem vários cálculos teóricos para se determinar a área refinadora mais adequada,
entretanto todos os dados teóricos não tem a menor validade se os parâmetros de
operação descritos no parágrafo OPERAÇÃO não forem rigorosamente observados.

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4) Arranjo dos Refinadores

Existem inúmeras formas de instalar refinadores. As que mais se destacam,


dependem do tipo de trabalho.

- Trabalho Descontínuo (por cargas ou bateladas)


- Trabalho Contínuo

No trabalho descontínuo a massa fica em circuito fechado entre um tanque e o


refinador até o momento de atingir o grau de refinação desejado

No trabalho contínuo cabe destacar dois tipos de instalações:

- em série
- em paralelo

SÉRIE
Vantagens Desvantagens

 Pressão específica menor (fibras  Aumento da temperatura em cada


passam por mais de um refinador) Refinador

 Grau de refino pode ser melhor  Maior cuidado no controle


controlado
 Não recomendado para baixo grau
 Recomendado para altos graus de de refine e alta produção
refinação

PARALELO
Vantagens Desvantagens

 Maior facilidade de controle  Dificuldades em obter uma boa


divisão de fluxo
 Maior retenção da massa (fluxo
dividido)  Maior pressão específica (potência
aplicada por área de refinação)
 Altas produções e baixo grau de
hidratação

6) Configuração da área refinadora

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Das variáveis do processo de refinação pode-se dizer que a configuração da área
refinadora é a variável de maior complexidade devido as diversas alternativas que
nela existe.

As variáveis que influem o


desempenho de uma área refinadora
são as seguintes:

a) Espessura das lâminas e


espaços entre elas
b) Ângulo de inclinação
c) Ângulo de intersecção
d) Fechamento entre lâminas
e) Material da lâmina

a) Espessura e espaçamento

A espessura da lâmina está limitada


pela resistência do material. O espaçamento mínimo das lâminas é limitado pela
ocorrência de entupimento.

Com a redução da espessura das lâminas e espaçamento entre elas, ocorre um


aumento do número de arestas para uma mesma potência aplicada, o que provoca
um maior número de impactos sobre a fibra, fazendo com que a massa atinja o grau
de refinação desejado em menor período de tempo, conseqüentemente diminuindo o
consumo de energia

b) Ângulo de inclinação das lâminas

Em um revestimento cônico, o ângulo das lâminas é o ângulo que a direção das


lâminas formam com a linha de centro do eixo do rotor

Nos discos é o ângulo que as lâminas formam com a direção radial do disco

Lâminas com maior ângulo de inclinação produzem mais fibrilação e menor corte na
fibra, fornecendo massas com melhores propriedades físicas.

c) Ângulos de Intersecção das Lâminas

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Ângulo de intersecção de lâminas ou ângulo de corte é o ângulo formado pela
intersecção das lâminas do rotor e estator no caso dos refinadores cônicos, ou do
disco rotativo com o fixo no caso dos refinadores a disco.

Como todo o trabalho de refinação é realizado nas arestas das lâminas, o ângulo de
intersecção das lâminas tem função de extrema importância, visto que diz respeito ao
ângulo com que as fibras vão ser atacadas.
Grandes ângulos de intersecção favorecem a hidratação e fibrilação, pequenos
ângulos favorecem o corte das fibras.

Exemplo : um jogo de discos que possui 12 setores com lâminas inclinadas a + 7º 30’
nos discos fixos e rotativos possui um ângulo de intersecção médio de 45º. Um outro
jogo de discos que possui 12 setores com lâminas inclinadas a + 5º nos discos
rotativos e + 10º nos discos fixos, possui um ângulo de intersecção médio de 45º
também.

d) Fechamento entre lâminas

São utilizados fechamentos entre lâminas principalmente para aumentar o tempo de


retenção das fibras nos discos, e para diminuir a ação de bombeio do disco rotativo.

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TIPO DE FECHAMENTO
Dams Metálicos

Madeira

Diminuindo a altura de
lâminas através da
colocação de madeiras
longitudinais entre os
canais permite-se a
utilização de grandes
ângulos de inclinação de
lâminas e portanto
grandes ângulos de
intersecção.

e) Material da Lâmina

As Lâminas para refinadores podem ser obtidas pelos seguintes processos mais
usuais :

- Discos usinados como é o caso de discos frezados.


- Discos Fundidos
- Discos com lâminas soldadas

O processo mais econômico e versátil de fabricação de disco é o processo especial


de lâminas soldadas.

As lâminas podem ser de aço inoxidável ou carbono. Normalmente a fabricação é


feita com lâminas de aço inoxidável austenítico da série AISI 300

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As lâminas não são tratadas termicamente. A dureza das lâminas obtém-se por
compactação progressiva a frio, atingindo-se 400 a 480 HB.

Este sistema permite fabricar revestimentos para qualquer tipo e tamanho de


refinador com áreas refinadoras formadas por lâminas a partir de 2 mm de espessura.

Deve-se considerar também que as arestas das lâminas são mais estáveis por se
tratar de aços relaminados, detalhe que não sucede nos discos fundidos, uma vez
que nesse caso as arestas são geralmente deterioradas pelo desprendimento de
cristais de carbono da fundição.

Portanto para se conseguir sempre um bom rendimento de refinação, os materiais de


construção das lâminas tem que ter uma certa dureza e se comportar com um
desgaste constante sem formação de rebarba e arredondamento das arestas de
trabalho.

Entretanto nossa experiência nos da a tranqüilidade de afirmar que para se decidir


qual a área refinadora mais recomendada para uma determinada aplicação deve-se
combinar os seguintes fatores:

 As fibras curtas pela sua natureza e normalmente pela sua aplicação indicam que a
espessura das lâminas seja de 3mm e os espaços entre lâminas também de 3mm.
Obviamente áreas de 2 mm x 2 mm também são usadas em alguns casos porem o
risco de entupimento é muito grandes. Assim, pode-se dizer que para fibras curtas
ou mesmo longa onde a consistência não e superior a 3% e onde o tratamento
desejado e de fibrilação e hidratação a espessura e os espaços entra a lâmina
ideal e de 3mm.

 Para as fibras longas pela sua natureza e aplicação e como normalmente se deseja
um pouco de corte devemos usar lâminas e espaços de 5 mm pois suporta
consistência de até 6% sem o risco de entupimento. Esta área também se aplica na
maioria dos casos dos reciclados.

 Os ângulos de inclinação das lâminas são de extrema importância e a prática nos


indica que quanto maior for esse ângulo digamos 10 graus maior será a ação de
fibrilação e hidratação uma vez que estaremos retendo o volume de fibras dentro
da área refinadora pôr um tempo maior e quanto menor for esse ângulo digamos 1
grau maior será o índice de corte uma vez que o tempo de residência da fibra
dentro da área refinadora será reduzido.

 A aplicação de obstruções entre as lâminas (chamados de dams) e muito


importante e no mínimo devemos ter uma obstrução entre cada espaço,
normalmente são aplicados em V, ou seja, um na periferia e outro no diâmetro
médio do disco formando um V. Essas obstruções forçarão as fibras a passarem de
um canal para outro recebendo nessa ação o contato com as lâminas e com outras
fibras devido a turbulência criada no colchão das fibras.

 Hoje no mercado mundial de refinação de baixa consistência utilizam-se


basicamente quatro áreas refinadoras (representam pelo menos 85% de todas as

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áreas em baixa consistência) que são o 3x3x7º30’ - 3x3x10º - 5x5x7º30’ - 5x5x10º
e os restantes 15% entre 4x4x7º 30’ e outros graus de inclinação.

 A área 3x3x10 identifica discos com lâminas de 3mm de espessura, 3mm de


espaços com 10 graus de inclinação das lâminas em relação ao eixo de simetria do
disco.

OPERAÇÃO
Para o ato de refinar são basicamente necessários que se tenha a fibra e o refinador.
A expectativa da refinação e de entrar-se com a fibra com as características A e sair-
se com uma fibra com as características B.

Fig.A Fig.B

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Nosso objetivo neste parágrafo de OPERAÇÃO é responder a pergunta “Tenho a
melhor fibra disponível no mercado, a área refinadora mais indicada e selecionei o
melhor refinador para esta aplicação porém não consigo obter os resultados de
refinação que o sistema deveria fornecer”.

A resposta é que o fato de se ter a melhor fibra e o refinador mais indicado pôr si só
não são suficientes uma vez que os parâmetros de operação do sistema são de
extrema importância e dentre esses fatores importantes destacamos os seguintes:

 Bomba de alimentação do refinador


 Fluxo de massa da linha que alimenta o refinador
 Consistência da massa
 Diferencial de pressão
 HP e RPM do motor principal do refinador
 Operação se em seria ou paralelo

Para uma melhor compreensão dos parâmetros acima, passamos a descreve-los a


seguir do ponto de vista pratico:

 Bomba de Alimentação - Todos os refinadores modernos são projetados para


trabalhar pressurizados e para que isto ocorra se faz necessário que a válvula de
saída do refinador seja estrangulada a um ponto desejado. Portanto, para que se
possa estrangular a válvula de saída do refinador para gerar o adequado diferencial
de pressão de operação, se faz necessário que a bomba que alimenta o refinador
seja dimensionada com pelo menos 70% acima do fluxo esperado na saída do
refinador. Isto e necessário pois ao estrangular a válvula de saída estaremos
reduzindo o fluxo pelo refinador e criando uma contra pressão de massa.

 Fluxo de massa da linha que alimenta o refinador - Como explicado acima, a


bomba de alimentação devera ter pelo menos capacidade de 70% acima do fluxo
desejado para a linha para que o adequado estrangulamento da válvula de saída
do refinador não afete o fluxo final desejado. Deve-se observar também o fluxo
ideal recomendado para o tamanho de refinador instalado.

 Consistência - Existe uma relação direta da consistência da pasta com o resultado


de refinação qual seja; quanto mais baixa for a consistência mais susceptível ao
corte a fibra estará e consequentemente quanto mais alta a consistência melhor os
resultados de fibrilação e hidratação uma vez que se aumentara o colchão de fibras
entre os discos gerando-se um maior contato de fibra com fibra.

 Diferencial de pressão - Provavelmente um dos mais importantes fatores na boa


refinação seja o diferencial de pressão ou seja o Delta P entre entrada e saída de
massa. Como explicado, os modernos refinadores são projetados para trabalhar
pressurizados assim sendo, o P que idealmente esta acima de 1 kg/cm 2 tem
enorme importância pois irá provocar uma refinação suave preservando as
características de resistência das fibras em função da redução da ação mecânica
para atingir-se o grau de refinação desejado. O contato de fibras contra fibras
quando se tem o refinador adequadamente pressurizado irá alem de preservar as
características da fibra, também aumentar a vida útil dos discos bem como

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necessitará de um pouco menos de energia para o resultado final desejado. Em
resumo, a operação ideal de um refinador está quando a pressão de entrada é ao
redor de 2 kg/cm2 e pelo menos 3 kg/cm2 na saída.

 HP e RPM do motor principal - Todos os refinadores quando projetados tem uma


faixa de HP e RPM para sua operação, o fornecedor da máquina estará em
condições de informa-lo qual a faixa mais adequada para sua aplicação. Entretanto
e saudável entender-se que quanto mais alta a rotação maior será o consumo de
carga em vazio mas ao mesmo tempo maior será o poder de fibrilar e hidratar a
massa e quanto menor for a rotação menor será o valor de carga em vazio porem
oferecerá um índice de corte da fibra mais acentuado. Existe entretanto uma
relação direta entre HP instalado e RPM uma vez que os refinadores devem
obedecer a uma velocidade periférica dentro de certos valores (no caso de
refinadores a disco é de 24 m/s) caso contrário se tivermos um valor muito baixo
não poderemos manter o colchão de fibras dentro da câmara de massa gerando
com isso contato dos discos com vários riscos inclusive de quebra e obviamente
com resultados pobres de refinação.

 Operação em série ou paralelo - Idealmente e sempre que possível a operação em


paralelo é a mais indicada uma vez que se pode mais facilmente controlar todos os
parâmetros acima mencionados. Entretanto nem sempre é possível como pôr
exemplo nos casos onde se tivéssemos somente um refinador de certo tamanho
refinando toda a produção porem para isso estaríamos aplicando um total de HP
TON DIA superior a 8 o que causaria queima da fibra, assim, teríamos que ter dois
refinadores menores em serie ou mesmo reciclar a pasta no refinador de tamanho
maior para que em uma só passada a fibra não receba mais que no máximo 8
HP/TON/DIA.

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PROCEDIMENTO DE SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DOS
REFINADORES PILÃO

A) Início das Operações - Ligar o Refinador

1. Ligar/Abrir a válvula de água de refrigeração


2. Fechar o Dreno
3. Abrir a válvula de saída de massa
4. Ligar o motor principal
5. Abrir a válvula de entrada de massa

B) Término das Operações - Desligar o Refinador

1. Virar a chave na posição “Rápido”


2. Apertar o Botão “Abre o Disco” até cair a amperagem
3. Desligar a Bomba de entrada de massa (neste ponto os discos ficarão
totalmente afastados)
4. Abrir a água de lavagem
5. Abrir o Dreno
6. Fechar a água de lavagem
7. Desligar o Refinador no painel principal

C) Instruções Gerais de Segurança

 Ao manusear os discos de refinação, utilize sempre luvas apropriadas (raspa, etc)


devido a área de corte dos discos
 Cuidado com o piso ao redor do refinador, geralmente encontra-se molhado
 Cuidado com a massa que flui através do refinador, que tem uma acidez
considerável e eventualmente uma temperatura elevada
 Utilize todos os EPI - Equipamentos de Proteção Individual fornecidos pela sua
empresa

LEMBRETE IMPORTANTE

SIGA SEMPRE AS RECOMENDAÇÕES DE


SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO DE SUA
EMPRESA !

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