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Volume 1
Carta de Apresentação
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Carta de Apresentação
Campinas, 04 de Maio de 2021
À
Prefeitura Municipal de Campinas
Secretaria Municipal de Serviços Públicos
Avenida Anchieta, 200 - Centro
CEP: 13015-904 - Campinas/SP
Atenciosamente,
________________________________
Representante Legal da ABRELPE
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Índice Geral
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Índice Geral
Volume 1
1. Conhecimento da Situação Atual da Limpeza Urbana e do Manejo de Resíduos
Sólidos de Campinas e Estudo de Demanda
Volume 2
2. Obrigações de Operação
3. Obrigações de Investimentos
4. Plano de Obrigações Socioambientais
Volume 3
5. Consolidação dos Estudos Econômico-financeiros
Volume 4
6. Modelo Jurídico
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Índice do Volume 1
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Índice do Volume 1
Carta de Apresentação .......................................................................................... 1
Índice Geral ........................................................................................................... 4
Índice do Volume 1 ................................................................................................ 6
O Município possui área territorial de 794,433 km², sendo que 238,323 km² estão em
perímetro urbano e os 566,11 km² restantes constituem a zona rural.
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a) Clima
1.1.1.2. Geomorfologia
Campinas caracteriza-se por estar em uma região de transição entre duas formações
geomorfológicas: o Planalto Atlântico e a Depressão Periférica. O Planalto Atlântico
corresponde aos relevos de morros e serras, com altitude máxima de 990 m, susten-
tados pelos granitos das Suítes Graníticas Jaguariúna e Morungaba e gnaisses do
Complexo Itapira, localizados na porção leste do Município.
O mapa, a seguir, apresenta a geomorfologia de Campinas, com base nos dados ob-
servados pelo (Yoshinaga, 1995).
1.1.1.3. Hidrografia
As Bacias PCJ possuem uma área total de 15.303 km2, sendo 92,6% no Estado de
São Paulo e 7,4%, no Estado de Minas Gerais, englobando 76 Municípios de forma
total ou parcial, sendo que 69 destes integram o Comitê PCJ e 63 possuem sede
administrativa na área de abrangência das Bacias PCJ (59 no Estado de São Paulo e
4 no Estado de Minas Gerais).
De acordo com a Lei Complementar Municipal no 15/06, que dispõe sobre o Plano
Diretor do Município, Campinas é dividida em 5 sub-bacias hidrográficas: Bacia do
Rio Jaguari, Bacia do Rio Atibaia, Bacia do Ribeirão Quilombo, Bacia do Rio Capivari
e Bacia do Rio Capivari-Mirim.
O Rio Atibaia, com vazão disponível de 8,54 m3/s (PCJ, 2011), e o Rio Capivari, com
vazão disponível de 2,38 m3/s (PCJ, 2011), são responsáveis por fornecer, respecti-
vamente, 93,5% e 6,4% da água captada para o abastecimento do Município, segundo
o PCJ (2011). Ambos os Rios estão enquadrados como Classe 2, na captação do
Município, conforme a Resolução no 357/05 do Conselho Nacional do Meio
Ambiente - CONAMA.
1.1.1.4. Hidrogeologia
Quanto à hidrogeologia, segundo o IG (2009), Campinas tem sua área sobre três Sis-
temas de Aquíferos: Cristalino, Diabásio e Tubarão. O Aquífero Cristalino ocupa 50%
da área do Município, está localizado na porção leste e apresenta substrato rochoso
cristalino do Complexo Itapira (com predomínio dos gnaisses) e granitos de Jagua-
riúna e Morungaba.
O Aquífero Tubarão ocupa 31% da área de Campinas, está na porção oeste e tem
substrato sedimentar do Subgrupo Itararé, com predomínio dos arenitos. Segundo o
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DAEE (1982) apud IG (2009), a transmissividade varia entre 1 e 40 m2/dia, com capa-
cidade específica entre 0,002 e 7,5 m3/h/m.
1.1.1.5. Vegetação
Segundo Santin (1999), no século XIX, Campinas era coberta por florestas densas e
árvores altas de troncos retilíneos, pertencentes ao Bioma Mata Atlântica. Entre as
florestas havia formações com árvores de médio e alto portes, espaçadas e com tron-
cos tortuosos, ou, árvores espaçadas de pequeno porte, com formações pertencentes
ao Bioma Cerrado.
Além dessas formações, existiam áreas de campos, apenas com vegetação herbácea,
denominadas de campo cerrado ou campo limpo.
Dessa forma, Campinas está dividida em dois Biomas principais: Mata Atlântica e Cer-
rado, sendo que o primeiro incide, principalmente, na porção leste do Município e o
segundo, na porção oeste (Guirao et al. 2009).
Segundo Guirao et al. (2009), entende-se como áreas verdes aquelas com função
ecológica e/ou social com, no mínimo, 70% de sua área permeável, possuindo vege-
tação de qualquer porte (herbácea, arbustiva ou arbórea), em área pública ou privada,
urbana ou rural.
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1.1.1.6. Pedologia
A diversidade de solos é mais evidente quando eles são separados por atributos,
como grupamentos texturais e características químicas e morfológicas. Sendo assim,
podemos encontrar solos de arenosos a muito argilosos, com ou sem cascalhos, áci-
dos ou neutros e com horizontes diferenciados.
Sobre os diabásios da porção noroeste está o Latossolo Vermelho Férrico (antigo La-
tossolo Roxo), com horizontes bem desenvolvidos, textura argilosa e alta fertilidade,
além de erodibilidade baixa.
São solos “jovens”, pouco desenvolvidos e, muitas vezes, cascalhentos. Estas carac-
terísticas fazem este tipo de solo ser suscetível à erosão. (Yoshinaga, 1995).
Legenda
Este item visa analisar o comportamento populacional, tendo como base os seguintes
indicadores demográficos:
Porte e densidade populacional;
Taxa geométrica de crescimento anual da população;
Taxas de natalidade e fecundidade;
Grau de urbanização do Município.
Observa-se, ainda, que apesar de haver crescimento da população nas três regiões
em análise, vem ocorrendo decréscimos nas taxas demográficas ao longo dos anos.
Taxas de Natalidade e Fecundidade no Município de Campinas, na RMC e no Estado de São Paulo, no Período de 1980 a 2019
Taxas de Natalidade
Local Taxas 1980 1991 2000 2010 2019
Taxas de Fecundidade Geral1 99,66 67,68 56,51 47,68 45,71
Campinas
Taxas de Natalidade2 27,43 19,25 16,71 13,89 12,53
Taxas de Fecundidade Geral1 NA NA 58,71 47,74 45,58
RMC
Taxas de Natalidade2 NA NA 17,16 13,86 12,61
Taxas de Fecundidade Geral1 109,12 75,42 65,56 51,12 48,14
Estado de SP
Taxas de Natalidade2 28,96 28,96 18,92 14,59 13,09
Legenda:
(1):
por 1.000 mulheres entre 15 e 49 anos
(2):
por 1.000 habitantes
Fonte: SEADE
24
25
1.1.3. Socioeconomia
O Produto Interno Bruto (PIB) de Campinas, segundo os dados do IBGE, em 2018, foi
de R$ 61,40 bilhões, ocupando o 11o lugar no Brasil e o 3o no Estado. O PIB per capita
é de R$ 51,417,44.
A tabela, a seguir, apresenta o Índice IDH para o Município de Campinas, dados ob-
servados pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e pu-
blicado no Atlas de Desenvolvimento Humano.
Pode-se observar, ainda, que apesar do setor de serviços ter o maior vínculo empre-
gatício, o que melhor tem rendimento é o setor industrial..
Total de Empregos Formais Ocupados e Rendimento Médio Mensal nos Setores Privados para
o Município de Campinas e RMC, em 2018
Campinas RMC
Setor Empregos Renda Média Empregos Renda Média
Ocupados (R$) Ocupados (R$)
Agropecuária 1.579 2.892,53 60.288 2.217,19
Comércio 88.891 2.710,05 425.922 2.694,05
Construção 15.654 2.833,64 65.891 2.764,90
Indústria 44.577 5.225,58 575.329 4.454,93
Serviços 255.950 4.001,04 911.302 3.537,74
Total 406.651 3.532,57 2.038.732 3.133,76
Fonte: SEADE
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Nota-se ainda que, a geração per capita dos resíduos sólidos domiciliares passou de
0,740 kg/hab./dia em 2010, para 0,732 kg/hab./dia em 2020, representando uma di-
minuição de, aproximadamente, 1,08% nesse período:
Taxa de geração total de resíduos sólidos domiciliares: Anos 2 a 30.
A tabela, a seguir, procura justificar a tese de que, quanto melhor as condições eco-
nômicas apresentadas no PIB - Produto Interno Bruto, maior será a geração de re-
síduos sólidos domiciliares.
Analisando a média dos dados, no período entre 2010 e 2018, referentes às variáveis
do PIB per capita e da quantidade de resíduos produzidos por cada habitante,
pode-se dizer que, para cada R$ 167,28 gerados, há a produção de 1 kg de resíduos
sólidos domiciliares.
Na tabela adiante está exposto um estudo gravimétrico dos RSDs por classe social,
fornecido pela Prefeitura Municipal de Campinas.
Estudo Gravimétrico dos RSDs por Classe Social (Média de 2014 a 2018)
Fração dos Materiais por Classe Social
Composição Física
Ordem (%)
dos RSDs
A B C D E
1 Matéria Orgânica 30,91 34,58 37,39 42,94 44,41
2 Papel e Papelão 20,26 15,27 14,55 9,61 11,15
3 Plástico 14,08 13,31 15,15 12,83 12,05
4 Madeira 0,69 0,78 0,50 1,03 1,11
5 Couro e Borracha 0,99 2,16 0,79 2,43 0,93
6 Pano e Estopa 1,02 4,19 1,76 11,86 8,39
7 Folha, Mato e Galhada 15,82 13,95 9,54 2,55 3,34
8 Metal Ferroso 0,69 1,35 0,91 1,00 1,55
9 Metal Não Ferroso 0,69 1,11 2,11 0,64 0,46
10 Vidro 3,72 3,21 2,96 1,91 1,55
11 Louça, Cerâmica e Pedra 1,05 0,27 1,98 0,52 1,55
12 Agregado Fino (Pó, terra) 2,22 0,78 0,66 0,97 0,71
13 Fraldas 3,33 3,92 6,39 7,91 7,71
14 Tetra Pak 0,69 0,54 0,72 1,06 1,24
15 Isopor 0,87 0,84 2,33 0,21 0,59
16 Especiais 0,72 2,43 0,88 1,33 0,71
17 Perdas 2,25 1,32 1,35 1,21 2,54
Materiais Orgânicos - item 1 30,91 34,58 37,39 42,94 44,41
Materiais Recicláveis - itens 2, 3, 8, 9, 10,
41,03 37,52 38,89 27,53 28,06
15 e 16
Fonte: DLU
33
Pela tabela anterior, observa-se que o teor de matéria orgânica é menor nas classes
mais altas, quando comparado às classes médias e baixas, respectivamente.
3 0,91
3 6,55
2 ,25
1 5,82 4 0,31
4 ,35
35,6 34,58
1,31
13,95
38,60
8,11
a) Abrangência da Coleta
A coleta dos resíduos sólidos domiciliares e comerciais abrange 100% da área urbana
do Município e é realizada de acordo com o “plano de coleta” de resíduos sólidos,
apresentado adiante.
Quando o volume de resíduos sólidos domiciliares ultrapassa 100 litros por dia por
residência, a Prefeitura Municipal de Campinas não fica mais com a responsabilidade
de coletar o material, conforme especifica a Legislação Municipal de Limpeza
Urbana no 7.058/92 e o Contrato de Limpeza Pública. Para esses casos, o próprio
gerador deverá realizar todo o procedimento adequado do manejo dos resíduos, ga-
rantindo assim, as boas práticas ambientais.
A forma de tributação da taxa de coleta, remoção e destinação final dos resíduos só-
lidos domiciliares foi instituída em 26 de dezembro de 1990, através do Artigo 13 do
Decreto Municipal no 6.335/90, que vem discriminada junto do carnê do IPTU - Imposto
Predial e Territorial Urbano.
Tal Lei foi alterada pela Lei Complementar no 178, de 11 de setembro de 2017, que
atualiza os valores cobrados.
Para efeito de cobrança dessa taxa, foi adotado um valor específico para cada região
da Cidade, obedecendo ao critério da frequência de atendimento da coleta de resí-
duos domiciliares fundamentado em setores alternados (atendimento dia sim, dia não)
e setores diários (atendimento todos os dias).
37
Legenda
A coleta é feita com caminhão coletor e caixa compactadora de 6 m³, que por suas
características físicas consegue acessar os locais com mais facilidade executando a
coleta e remoção dos resíduos.
Sistema das Coletas Diurna e Noturna
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Diurna Noturna
Atualmente, a coleta regular diária restringe-se a áreas centrais dos Municípios fi-
cando o restante, com uma programação em dias alternados.
Nas áreas centrais com grande fluxo de pessoas e grande geração de resíduos, o
atendimento é realizado no período noturno (43% da coleta) e o período diurno justi-
fica-se em áreas com baixa geração de resíduos, que corresponde a 57% da coleta.
Nesse sentido, os serviços das coletas domiciliar e comercial do tipo convencional são
realizados em todas as áreas, vias e logradouros públicos oficiais abertos à circulação
ou que venham a ser abertas, respeitando as frequências e os horários estipulados
para cada local específico.
O serviço pode ser estendido para domingos e feriados, apenas por ocasião de gran-
des eventos em locais públicos.
44
A ETT está licenciada pela CETESB para o recebimento de 1.500 toneladas diárias
de RSUs e conta com a Licença de Operação a título precário no 5001194, com data
de validade até 03/07/2021.
Salienta-se que, no ano de 2020, a coleta seletiva foi suspensa durante os meses de
março a setembro, por conta da Pandemia da COVID-19.
Estes materiais, assim segregados que possuem maior valor agregado, são coletados
e encaminhados para as cooperativas ou coletados por elas, para posterior: triagem,
acondicionamento, armazenagem e, finalmente, comercialização e reciclagem, tor-
nando-se novamente matéria-prima.
a) Abrangência da Coleta
A coleta seletiva do tipo porta a porta abrange 75% dos bairros de Campinas, com
frequência de, pelo menos, 1 vez por semana.
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01 - Barão
02 - Reciclar
03 - Aliança
04 - Bom Sucesso
05 - São Bernardo (DLU) 12
06 - Antonio da Costa Santos
07 - Havilá
08 - Santo Expedito
09 - Divipaz 32
10 - Santa Genebra
11 - Dom Bosco
12 12
12 - Ceasa
13 - Remodela
14 - Santos Dumont 31 33
3
15 - Tatuapé / Usina de resiclagem de entulho
Para esses serviços, o DLU, através de Contrato, ou pela parceria com as cooperati-
vas, disponibiliza uma equipe própria e veículo específico de coleta (caminhões poli-
guindastes, carrocerias ou gaiolas).
1.2.2.4.1. Ecopontos
21
15
8
20
6
3
14 10
13 Ecopontos e Pontos Verdes
9
1 - Ecoponto São Gabriel
17 11 2 - Ecoponto Vila União
3 - EcopontoJardim Eulina
2
4 - Ponto Verde de Sousas
1
16 5 - Ecoponto Vila Campos Sales
5 6 - Ecoponto Boa Vista
7 - Ecoponto Parque Itajaí
7 8 - Ponto Verde Carlos Grimaldi
9 - Ecoponto Jardim Paranapanema
10 - Ponto Verde Brandina
12 11 - Ponto Verde Pompeia
12 - Ecoponto Vida Nova
18 13 - Ecoponto Pacaembu
14 - Ecoponto Parque São Jorge
15 - Ponto Verde Costa e Silva
16 - Ponto Verde Vila Formosa
17 - Ponto Verde Roseira
18 - Ponto Verde Vista Alegre
19 - Ponto Verde São Domingos
20 - Ataliba Nogueira
21 - Ecoponto Barão Geraldo
19
Os Pontos Verdes são providos cada um com 06 caixas Brooks de 5 m³ cada (03 em
uso e 03 em trânsito). O transporte para a destinação final dos resíduos coletados
nessas caixas é feito por caminhões tipo poliguindaste trucados.
Após o esgotamento de volume das caixas Brooks, essas são transportadas para as
respectivas unidades de triagem, tratamento e destinação final específica para cada
tipo de material.
População
Efetuar a separação dos materiais secos e úmidos, acondicionando-os sepa-
radamente;
Colocar os resíduos em locais de fácil acesso aos caminhões da coleta, devi-
damente acondicionados, evitando assim, o acesso de insetos, roedores e
outros animais;
Colocar os recipientes contendo os resíduos, no dia e hora programados com,
no máximo, duas horas de antecedência.
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Cooperativas de Reciclagem
Efetuar a segregação dos diferentes tipos de materiais secos, aglutinando-os
em fardos;
Encaminhar os materiais triados para as centrais de reaproveitamento e recicla-
gem.
59
Estes serviços consistem na remoção ou retirada de resíduos das vias públicas, cuja
origem se deu por fenômenos naturais, como é o caso de folhas e flores de árvores,
de terra e areia trazidas de terrenos baldios e construções, pelas chuvas; além dos
resíduos originados por motivos acidentais, como papéis, embalagens e detritos ati-
rados nos passeios ou jogados dos veículos.
Os serviços de varrição também consistem na limpeza das papeleiras, que são equi-
pamentos públicos que deveriam estar disponíveis à população, principalmente em
locais estratégicos como áreas comerciais, pontos de acesso a sistemas de transporte
coletivo, praças públicas e outros.
Fonte: Revisão do Plano de Resíduos
Observa-se que, a composição física dos resíduos de varrição não se restringe ape-
nas a resíduos sólidos estritamente inertes, constituídos basicamente de areia, terra,
folhas e pequena quantidade de papel.
62
O percentual elevado de resíduos não típicos de varrição, tanto na área central como
nos serviços executados nas principais vias públicas, indica o excesso de resíduos
lançados no solo para ser varrido, sinalizando com isso, uma falta de conscientização
das pessoas no descarte aleatório de resíduos nas vias públicas.
b) Equipes e Equipamentos
Uma equipe de trabalho consegue atingir uma produção mínima de, aproximada-
mente, 1,50 km/dia atuando em todas as calçadas, meios-fios, guias e sarjetas. Um
elemento da equipe realiza a varrição dos resíduos, agrupando-os em pequenos mon-
tes, e o outro coloca esses resíduos no carrinho, com a ajuda de pá e da própria
vassoura.
O sistema de varrição manual de vias e logradouros públicos não pode atuar em toda
a malha viária do Município, devendo ser implantado apenas nos locais pavimentados
e de grande concentração de pessoas. Caracteriza-se assim, por ser um serviço cor-
retivo, sendo reduzido à medida que cresce a conscientização das pessoas em não
descartar os resíduos em locais impróprios.
a) Áreas e Quantidades
A área das praças públicas cobertas por esses serviços é de, aproximadamente,
62.400.000,00 m² anuais ou 200.000,00 m² diários.
Esses serviços são executados nos períodos diurno, das 07h às 15h20, e noturno,
das 14h20 às 22h40, de 2ª feira a sábado, podendo ser estendidos como plantão para
domingos e feriados.
Quando os lutocares estiverem cheios, são depositados no piso do calçadão para se-
rem recolhidos, onde ficam armazenados em 04 contêineres de 1.000 L de PEAD, à
espera da equipe de coleta regular.
Esses serviços são realizados nos calçadões situados na área central da Cidade de
Campinas.
67
Os serviços de limpeza e lavagem dos locais públicos onde são realizadas as feiras
livres consistem das seguintes etapas:
Limpeza da área e agrupamento dos resíduos;
Lavagem com jateamento d'água sob alta pressão.
Nas coletas de feiras livres não há qualquer tipo de segregação dos resíduos cole-
tados.
68
Cada equipe destinada aos serviços de limpeza e lavagem dos locais públicos onde
são realizadas as feiras livres no Município de Campinas é composta por:
02 motoristas;
03 ajudantes;
01 caminhão tanque de 10.000 litros dotado de grupo gerador, para o acionamento
do compressor da bomba de água sob alta pressão;
01 veículo utilitário tipo Kombi ou similar, para o transporte dos funcionários, mu-
nidos de ferramentas e produtos adequados;
Ferramentas e produtos adequados, como vassourão, vassourinha, pá, espátula
e materiais tensoativos.
Fazem parte da relação de locais públicos a serem atendidos por esses serviços, as
escadarias, passarelas, calçadas de pontes e de viadutos e outros, indicados pelo
DLU.
a) Equipes e Equipamentos
Estima-se que Campinas possui 45.000 bocas de lobo distribuídas ao longo das vias
da Cidade, que demandam de limpeza, desobstrução e remoção dos detritos, bem
como de ramais de galerias de águas pluviais.
a) Quantidades
a) Equipes e Equipamentos
Os RCCs são gerados entre 0,40 a 0,70 toneladas por habitante por ano e represen-
tam cerca de 2/3 da massa dos resíduos sólidos municipais ou em torno do dobro dos
resíduos sólido domésticos.
O SIRCC integra um conjunto de soluções para que a Prefeitura tenha um maior con-
trole sobre a gestão dos RCCs no Município. Possui o Controle de Transporte de Re-
síduos - CTR eletrônico, além do mapeamento de todas as caçambas em utilização
pelo Município que descartam na URM, conforme a figura a seguir.
O volume total anual de RCCs recebidos entre o ano de 2013, até o mês de novembro
de 2020, pode ser observado na tabela a seguir.
0,53%
A
30,24%
69,23% C
Após a britagem dos RCCs de Classe A, parte do material não passível de ser reci-
clado é considerado rejeito e encaminhado para a disposição final no Aterro de Iner-
tes, situado nas mesmas dependências da URM.
78
Todos os resíduos da construção civil recebidos na URM passam por uma triagem
preliminar.
79
Os serviços são executados de 2ª feira a sábado, podendo ser extrapolados para do-
mingos e feriados, caso seja necessário, para atender à programação de eventual
mutirão "Cata-Bagulho", sempre no período diurno, das 07h às 15h20.
82
Segundo a Norma da ANVISA RDC 306, os resíduos dos serviços de saúde são
classificados como pertencentes aos Grupos A, B, C, D e E.
A coleta dos RSSSs abrange 100% da área urbana do Município e é dividida da se-
guinte maneira:
Grandes Geradores (GGs)
São considerados Grandes Geradores (GGs), os hospitais, sendo que nesses
locais, a coleta dos RSSSs é executada por meio de troca de contêineres, não
havendo o contato com os resíduos coletados.
Grandes Geradores
As equipes e os equipamentos para a coleta dos grandes geradores são compos-
tos por:
01 motorista;
02 coletores;
3
01 caminhão coletor tipo baú, com capacidade de 35 m dotado de plataforma
hidráulica para elevação.
Pequenos Geradores
As equipes e os equipamentos para a coleta dos pequenos geradores são com-
postos por:
01 motorista;
01 coletor;
04 veículos utilitários tipo furgão, com compartimento de carga fechado e es-
toque com capacidade de 500 kg.
Pequenos Geradores
O atendimento para os pequenos geradores é feito em uma frequência diária e
alternada, em razão da geração de resíduos de cada pequeno gerador.
Quantitativos dos Serviços de Coleta de Resíduos de Serviços de Saúde, entre 2014 e 2020
RSSs (t)
Ano
Grupo B Grupos A/E (PG) Grupos A/E (GG)
2014 23,33 439,8 1.006,33
2015 12,57 626,39 1.374,49
2016 11,73 535,79 1.461,73
2017 8,04 539,51 1.703,01
2018 6,51 535,96 1.486,00
2019 7,89 551,14 1.456,56
2020 12,74 540,74 1.717,11
Média 11,83 538,48 1.457,89
Fonte: Revisão do Plano de Resíduos
86
O Município de Campinas coleta, atualmente, 5.982 litros por mês de óleo comestível.
O Município conta com 01 equipe para a coleta e o transporte de óleos vegetais co-
mestíveis, composta por:
01 motorista;
01 coletor;
01 veículo utilitário tipo furgão, com compartimento de carga fechado e capaci-
dade de até 1.635 kg.
Todo o óleo coletado no Município é doado à empresa Remodela, que realiza a reci-
clagem do mesmo.
População
Acondicionamento e armazenamento adequados dos resíduos, conforme a
normatização específica;
Colocação dos recipientes contendo os resíduos, no dia e hora programados
com, no máximo, duas horas de antecedência.
88
O Município conta com 0 1 equipe para a coleta e o transporte dos resíduos tecno-
lógicos, composta por:
01 motorista;
01 coletor;
01 veículo utilitário tipo furgão, com compartimento de carga fechado e capaci-
dade de até 1.635 kg.
89
Os resíduos vegetais originados dos serviços de poda de árvores (de áreas públicas,
parques municipais e canteiros centrais de avenidas), serviços de corte de gramados
e capina de vegetação daninha (realizados nas áreas verdes do Município) são enca-
minhados para um local próprio junto ao Aterro Delta A.
Os resíduos verdes são coletados, também, através de entrega voluntária nos Eco-
pontos e Pontos Verdes do Município.
91
Essa Usina Verde encontra-se em fase inicial de operação, com as leiras de compos-
tagem ainda descobertas. Mas, está concluído um processo licitatório para a execu-
ção de barracões cobertos, nos quais essas leiras serão instaladas e operadas.
Enquanto o composto não obtém esse registro no MAPA, a sua destinação será para
aplicação no solo com a apresentação de projeto específico para essas áreas, inclu-
indo a proposta de monitoramento das mesmas.
São caracterizados por lodos gerados em ETAs e ETEs, cuja responsabilidade para
o tratamento e a destinação final cabe à SANASA (Sociedade de Abastecimento de
Água e Saneamento S/A).
Parte do lodo gerado nas ETEs é encaminhado para a compostagem na Usina Verde,
descrita anteriormente.
94
Tomando-se por base, o ano de 2019, já que o mesmo inclui todos os serviços essen-
ciais e complementares de limpeza urbana, além de balanças, monitoramento dos
antigos aterros, operação da URM - Usina Recicladora de Materiais e coleta seletiva,
o Contrato para a provisão dos serviços de limpeza urbana gerou uma despesa anual
aproximada de R$ 164,5 milhões de reais no ano, o que representou em torno de
2,84% do total de despesas da Prefeitura.
Salienta-se que, as receitas cobrem somente o custo com a limpeza urbana e são
suficientes somente para manter o atual escopo de serviços, não sendo possível com
esse valor, investir em novas tecnologias e ações para atender ao preconizado pela
Política Nacional de Resíduos Sólidos.
A partir dos dados apresentados na tabela adiante, é possível observar que os servi-
ços que apresentam maior despesa são realizados pelo Contrato vigente com o Con-
sórcio Renova Ambiental, que inclui os seguintes serviços:
Sistema de Coleta e Transporte de Resíduos Sólidos Urbanos;
95
A Lei define saneamento básico como o conjunto de quatro serviços públicos: abas-
tecimento de água potável, esgotamento sanitário, drenagem urbana e manejo de re-
síduos sólidos urbanos (coleta e disposição final do lixo urbano), estabelecendo que
o saneamento básico deva ser objeto de planejamento integrado, para cuja elabora-
ção o titular pode auferir a cooperação de outros entes da Federação e mesmo de
prestadores dos serviços.
A Lei fornece, assim, diretrizes gerais para a regulação dos serviços, a qual deve ser
exercida por entidades com autonomias decisória, administrativa, orçamentária e fi-
nanceira; a regulação e a fiscalização dos serviços podem ser exercidas diretamente
pelo titular, sendo possível que a regulação de serviços públicos de saneamento bá-
sico seja “delegada pelos titulares a qualquer entidade reguladora constituída dentro
dos limites do respectivo Estado, explicitando, no ato de delegação da regulação, a
forma de atuação e a abrangência das atividades a serem desempenhadas pelas par-
tes envolvidas” (Artigo 23, § 1o).
§ 1o: Observado o disposto nos Incisos I a III do “caput” deste Artigo, a instituição das
tarifas, preços públicos e taxas para os serviços de saneamento básico observarão as
seguintes diretrizes:
I - Prioridade para o atendimento das funções essenciais relacionadas à saúde
pública;
II - Ampliação do acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda aos serviços;
III - Geração dos recursos necessários para a realização dos investimentos,
objetivando o cumprimento das metas e objetivos do serviço;
IV - Inibição do consumo supérfluo e do desperdício de recursos;
V - Recuperação dos custos incorridos na prestação do serviço, em regime de
eficiência;
VI - Remuneração adequada do capital investido pelos prestadores dos serviços;
VII - Estímulo ao uso de tecnologias modernas e eficientes, compatíveis com os
níveis exigidos de qualidade, continuidade e segurança na prestação dos servi-
ços;
VIII - Incentivo à eficiência dos prestadores dos serviços.
§ 2o: Poderão ser adotados subsídios tarifários e não tarifários para os usuários e
localidades que não tenham capacidade de pagamento ou escala econômica sufici-
ente para cobrir o custo integral dos serviços.
Para os fins da Lei, resíduo sólido é o “material, substância, objeto ou bem descartado
resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede,
se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólidos ou semissó-
lido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem
inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam
para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia
disponível” (Artigo 3o, XVI).
De tal modo, os resíduos sólidos são o resultado das diversas atividades da comuni-
dade humana, como as domésticas, comerciais e industriais, de serviços, da varrição
dos logradouros públicos, dos hospitais e também das atividades agrícolas. A Lei traz
a seguinte classificação dos resíduos sólidos:
Artigo 13: Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos têm a seguinte classifica-
ção:
I - Quanto à origem:
a) Resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residên-
cias urbanas;
b) Resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradou-
ros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;
c) Resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;
d) Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os ge-
rados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e
“j”;
e) Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas
atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;
f) Resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações in-
dustriais;
g) Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme
definidos em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do
SISNAMA e do SNVS - Sistema Nacional de Vigilância Sanitária;
101
II - Quanto à periculosidade:
a) Resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de in-
flamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcino-
genicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco
à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com a lei, regulamento
ou norma técnica;
b) Resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”.
Incumbe aos Municípios e ao Distrito Federal, de acordo com o Artigo 10, a gestão
integrada dos resíduos gerados nos respectivos territórios, sem prejuízo das compe-
tências de controle e fiscalização dos órgãos federais e estaduais do SISNAMA, do
SNVS e do SUASA, bem como da responsabilidade do gerador pelo gerenciamento
de resíduos, consoante ao estabelecido na Lei.
Por sua vez, o Poder Público, o setor empresarial e a coletividade são responsáveis
pela efetividade das ações voltadas para assegurar a observância da Política Nacional
de Resíduos Sólidos e das diretrizes e demais determinações estabelecidas nesta Lei
e em seu regulamento (Artigo 25).
Além disso, o titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos é responsável pela organização e prestação direta ou indireta desses serviços,
observados o respectivo Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos,
a Lei no 11.445, de 2007, e as disposições desta Lei e seu regulamento
(Artigo 26).
A Lei ainda estabelece a responsabilidade compartilhadas pelo ciclo de vida dos pro-
dutos, “a ser implementada de forma individualizada e encadeada, abrangendo os
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titula-
res dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos”
(Artigo 30).
Por fim, não se pode esquecer, no âmbito municipal, dos seguintes diplomas:
Lei Orgânica do Município de Campinas, de 30 de março de 1990;
Lei Complementar Municipal no 15, de 27 de dezembro de 2006, que dispõe sobre
o Plano Diretor do Município de Campinas;
Lei Municipal no 14.241, de 10 de abril de 2012, que ratifica a subscrição do proto-
colo de intenções para a constituição da Agência Reguladora dos Serviços de Sa-
neamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.
1
Consulta realizada pelo Município de Piracicaba - Processo TC 13841/026/06
106
Tal posicionamento foi revisto pelo Tribunal, o qual decidiu que, por se tratar de objeto
muito mais complexo do que apenas a coleta de resíduos sólidos e a implantação de
aterro, o qual exige muitas vezes a utilização de tecnologias para transformar o pro-
duto da coleta em combustível, ou ainda para diminuir a emissão de poluentes e a
quantidade de lixo em aterros, com a operação de usinas de tratamento.
No entanto, os critérios para o julgamento das propostas técnicas devem ser o mais
objetivo possível. Nesse ponto, o Tribunal entende que ao estabelecer quantitativos
como forma de definir os critérios, torna-se o julgamento mais cristalino para as Lici-
tantes e mais objetivo e, consequentemente, um julgamento mais justo3.
2
TC 45319/026/08 e 3962/026/09; TC 014610/026/10 e 018886/026/10; TC 029453/026/10;
TC 003900/989/13 e TC 003012/989/14
3
TC 7832/026/07 e TC 024496/026/11
Exemplo TC 016337/026/11:
Desenvolvimento insuficiente: sempre que não forem desenvolvidos pelo menos 50% dos temas exigidos no item;
Desenvolvimento incompleto: sempre que forem desenvolvidos mais de 50% e, pelo menos, 95% dos temas
previstos;
Desenvolvimento completo: sempre que forem desenvolvidos, pelo menos, 95% dos temas exigidos.
107
Sendo assim, o TCE/SP só poderá intervir nesse aspecto da Licitação, caso haja o
flagrante desvio de finalidade, sendo, entretanto, dever do TCE/SP exercer a análise
da razoabilidade e proporcionalidade no exercício do poder discricionário.
4
TC 014610/026/10, 018886/026/10 e TC 029453/026/10
5
TC 003012/989/14
6
TC 7832/026/07, TC 727/989/12 e TC 003900/989/13
108
Isso quer dizer que, quando da apresentação de atestados técnicos, deve se prever a
possibilidade de somatório dos quantitativos de um mesmo período entre as Consor-
ciadas, uma vez que de diferente exigir a Administração Pública, o benefício da parti-
cipação em Consórcio se faz inócuo.
Entretanto, quanto aos índices de liquidez geral e endividamento, devem ser individu-
almente apresentados, pois descaracterizariam a sua função se indicados na medida
da proporcionalidade da empresa, uma vez que não mostrariam com eficiência a qua-
lidade da vida financeira da empresa7.
Ainda, quanto ao grau de endividamento, apesar de ser admitido pelo Tribunal que o
parâmetro escolhido pela Administração Pública seja grau de endividamento menor
que 0,3, índice de liquidez geral maior ou igual a 1,5, o TCE/SP tem decidido que a
Administração deve apresentar justificativa no Edital para a adoção de tais índices,
pois, pela análise do caso concreto, estes podem se tornar restritivos. É o caso dos
TCs 45319/026/08 e 3962/026/09 da Prefeitura de Jacareí.
7
TC 024496/026/11
109
No mesmo sentido, a Corte de Contas do Estado de São Paulo reconhece ser possível
que a Administração Pública exija a comprovação de Patrimônio Líquido no patamar
de até 10% do valor de investimento previsto para a Concessão, bem como a presta-
ção de Garantia de Proposta, no patamar de até 1% do valor estimado de investimento
para a Concessão, uma vez que nos casos de PPP e Concessões Comuns com um
vultuoso valor de investimento, a exigência de garantia é essencial devido ao valor do
montante a ser investido no começo da Concessão8.
Dessa forma, a vedação estabelecida na Lei no 8.666/1993 se aplica apenas aos con-
tratos estritamente por ela regidos.
8
TC 19443/026/10, TC 014610/026/10 e 018886/026/10; TC 029453/026/10
110
Nesse sentido, independe da data estabelecida para a abertura dos envelopes a pres-
tação da garantia e a visita técnica, desde que o prazo final seja a 50 e 45 dias, res-
pectivamente, da data do aviso de Licitação9.
A Lei Federal no 12.305/2010, que instituiu a PNRS, determinou que fosse criado no
âmbito municipal, o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, conforme depre-
ende-se da leitura do Artigo 18 da referida Lei10.
Assim, quando das análises dos Editais de Concorrência Pública para a Concessão
da Gestão dos Serviços de Limpeza Pública, englobando os serviços de captação e
tratamento de Resíduos Sólidos, o TCE firmou jurisprudência no sentido de que a
existência do Plano Municipal Integrado previsto na PNRS é condição “sine qua non”
para a elaboração do Edital, justificando tal posicionamento nos longos prazos que a
Concessão possui.
Isso porque a inexistência de um Plano hábil a atender aos preceitos da Lei indica a
clara necessidade de se adequar o contrato firmado alterando suas bases, desconfi-
gurando a equação do ajuste.
Dessa forma, não há que se falar em Concessão dos serviços sem que seja editado
o Plano Municipal Integrado de Resíduos Sólidos, contemplando todos os princípios
9
TC 014610/026/10 e 018886/026/10
10
Artigo 18. A elaboração de Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, nos termos previstos por esta Lei, é condição para o
Distrito Federal e os Municípios terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços
relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades
federais de crédito ou fomento para tal finalidade.
111
e metas estabelecidos na PNRS11. Tal Plano pode ser anexado ao Edital, de forma
que não há impedimento quanto à sua forma.
O importante é que seja feito um estudo prévio para medir, de forma aproximada, a
gravidade do passivo existente, a fim de que as Licitantes possam incluir tal ônus no
cômputo dos preços que serão ofertados.
A única observação que a jurisprudência traz sobre o assunto é que deve ser definida
de forma clara a quem será alocado o custo referente às desapropriações12.
O Artigo 28 da Lei de PPPs dispõe que os Municípios não farão jus aos benefícios da
União, caso o valor anual de contratação de PPPs ultrapasse o patamar de 5% da
Receita Líquida Corrente.
11
TC 727/989/12; TC 45319/026/08 e 3962/026/09, e TC 003012/989/14
12
TC 003012/989/14
112
Para o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, tal colocação culmina na vedação
de se conceder por meio de Parceria Público-Privada serviços que ultrapassem esse
patamar.
Nesse sentido, apesar de não ser possível afirmar que houve uma mudança de en-
tendimento, é provável que tal matéria possa vir a ser modificada pelo Tribunal,
quando houver um maior amadurecimento da própria jurisprudência.
113
Neste item está apresentado o Estudo referente à demanda dos serviços, através dos
seguintes itens:
Estudo do crescimento populacional;
Estudo das curvas de geração de resíduos;
Definição das curvas de projeção dos serviços.
A população futura tem que ser definida por previsão. Assim, fica-se sujeito a falhas,
e encontram-se sistemas atingindo o seu limite de eficiência antes ou depois de de-
corridos os anos. O importante é que a previsão seja feita de modo criterioso, com
base no desenvolvimento demográfico do passado próximo, a fim de que a margem
de erro seja pequena.
Por outro lado, a previsão deve efetivar-se através de uma lei de crescimento que
forneça o número de habitantes em qualquer época, dentro do período de “n” anos.
Geralmente, “n” varia de vinte a trinta e cinco anos, prazo geralmente necessário à
amortização integral do capital investido nas obras.
115
Porém, para o presente Estudo foram analisados os dados do IBGE (Instituto Brasi-
leiro de Geografia e Estatística) e da Fundação SEADE (Fundação Sistema Estadual
de Análise de Dados), concluindo-se pela utilização dos dados da SEADE, cuja pro-
jeção da população se mostrou mais condizente com a realidade que vem sendo ob-
servada para o Município e região, que é um crescimento tímido e a tendência é de
que nas próximas décadas, o número de habitantes comece a reduzir. Isso porque a
tendência nacional é de que a quantidade de mortes registradas no País supere o
índice de nascimentos.
Deve ser salientado, que a Fundação SEADE realiza, mensalmente, uma pesquisa
nos Cartórios de Registro Civil de todos os Municípios do Estado de São Paulo, cole-
tando informações detalhadas sobre o registro legal dos eventos vitais - nascimentos,
casamentos e óbitos.
O modelo de projeção considerado adota uma hierarquia que parte da projeção para
o total do Estado e se desagrega em regiões e Municípios, e é denominado método
dos componentes.
Esta metodologia apresenta-se como a mais adequada para realizar projeções popu-
lacionais, pois reproduz o processo de crescimento demográfico e permite o acompa-
nhamento analítico dos resultados finais, conforme se verifiquem as hipóteses espe-
radas no futuro.
O Estudo das Curvas de Geração de Resíduos Sólidos foi desenvolvido com base nos
dados extraídos na Revisão do Plano de Resíduos Sólidos de Campinas, realizado
em 2021.
118
370000
360000
350000
340000
330000
320000
310000
300000
290000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
121
A definição das ações e dos investimentos previstos neste Estudo foi norteada pelas
diretrizes estabelecidas na Lei no 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resí-
duos Sólidos (PNRS), a qual prevê a prevenção e a redução de resíduos sólidos,
tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de
instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos
sólidos e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos.
Serviços Operacionais
Redução do volume de rejeitos com a operação do CIVAR, progressivamente:
A partir do Ano 6: produção de 10% de materiais recicláveis e aproveita-
mento de 20% da matéria orgânica dos RSUs gerados no Município;
A partir do Ano 8: produção de 10% de CDR, em relação ao volume de RSUs
gerados no Município;
A partir do Ano 10: produção de composto orgânico, a partir da matéria or-
gânica segregada na unidade de tratamento mecânico.