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Termo de Cooperação 01/2021

PPP de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos

Volume 1

Estudo de Viabilidade Técnica, Ambiental,


Econômico-Financeira e Jurídica
1

Carta de Apresentação
2

Carta de Apresentação
Campinas, 04 de Maio de 2021
À
Prefeitura Municipal de Campinas
Secretaria Municipal de Serviços Públicos
Avenida Anchieta, 200 - Centro
CEP: 13015-904 - Campinas/SP

A/C: SMAJ-DAJ - Coordenadoria Setorial de Formalização de Ajustes


Ref.: Termo de Cooperação no 001/2021

Estão apresentadas, neste Documento, a Revisão e a Atualização dos Estudos de


Viabilidade Técnica, Econômica-financeira e Jurídico-Institucional da Parceria
Público-Privada, elaborado pela ABRELPE - Associação das Empresas de Limpeza,
conforme o Termo de Cooperação no 001/2021, visando à realização de investimentos
dos Serviços de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos Urbanos do Município de
Campinas/SP.

Os Estudos foram desenvolvidos de acordo com as disposições da


Lei no 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), do
Decreto Municipal no 18.199, de 19 de dezembro de 2013, que instituiu o Plano Muni-
cipal de Saneamento de 2013, e da Revisão do Plano Municipal de Resíduos Sólidos
de 2021.

Para o presente Estudo foram feitas as seguintes revisões e análises:


 Foram revistos os custos;
 Foram analisados as Rotas Tecnológicas;
 Foram analisadas as Receitas Acessórias;
 Foram revisados os orçamentos das infraestruturas;
 Foram analisados os impactos do óleo diesel e do câmbio;
 Foi revisto o escopo do trabalho.
3

A ALBREPE observa que, as metas elencadas no Produto 3 - Programa e Ações para


Atingir os Objetivos e Metas, da Revisão do Plano Municipal de Resíduos Sólidos de
Campinas, de 2021, por questões de viabilidade econômica-financeira deste Estudo,
não foram atendidas em sua totalidade, e que outras ações da Prefeitura Municipal de
Campinas deverão ser realizadas, para o atingimento das metas discriminadas no re-
cente Estudo de Revisão.

O Estudo está estruturado em 04 Volumes, nos formatos A3 e A4, divididos


em 6 (seis) Capítulos principais, quais sejam:
 Conhecimento do Problema;
 Obrigações de Operação;
 Obrigações de Investimentos;
 Obrigações Socioambientais;
 Consolidação dos Estudos Econômico-financeiros;
 Modelo Jurídico.

As Minutas do Edital e dos Anexos estão individualizadas em formato A4. Os Volumes


estão apresentados em 2 (duas) vias impressas e 1 (uma) via magnética.

A ALBREPE coloca-se à disposição, para quaisquer esclarecimentos, adequações ou


complementações que forem solicitados.

Atenciosamente,

________________________________
Representante Legal da ABRELPE
4

Índice Geral
5

Índice Geral
Volume 1
1. Conhecimento da Situação Atual da Limpeza Urbana e do Manejo de Resíduos
Sólidos de Campinas e Estudo de Demanda

Volume 2
2. Obrigações de Operação
3. Obrigações de Investimentos
4. Plano de Obrigações Socioambientais

Volume 3
5. Consolidação dos Estudos Econômico-financeiros

Volume 4
6. Modelo Jurídico
6

Índice do Volume 1
7

Índice do Volume 1
 Carta de Apresentação .......................................................................................... 1
 Índice Geral ........................................................................................................... 4
 Índice do Volume 1 ................................................................................................ 6

1. Conhecimento da Situação Atual da Limpeza Urbana e do Manejo de


Resíduos Sólidos de Campinas e Estudo de Demanda .................................. 09 
1.1. Conhecimento do Município .......................................................................... 09 
1.1.1. Conhecimento do Local 
1.1.2. Conhecimento Populacional 
1.1.3. Socioeconomia 
1.2. Conhecimento dos Serviços Atuais ............................................................... 28 
1.2.1. Resíduos Sólidos Domiciliares e Comerciais -
Coleta Convencional 
1.2.2. Resíduos Sólidos Domiciliares e Comerciais -
Coleta Seletiva 
1.2.3. Resíduos de Limpeza Urbana 
1.2.4. Resíduos da Construção Civil 
1.2.5. Resíduos Volumosos - Cata-Treco 
1.2.6. Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (RSSSs) 
1.2.7. Coleta Seletiva de Óleos Vegetais Comestíveis 
1.2.8. Resíduos Tecnológicos (Lâmpadas, Pilhas, Baterias,
Eletroeletrônicos e Outros) 
1.2.9. Resíduos Verdes 
1.2.10. Serviços Públicos de Saneamento Básico 
1.2.11. Custos dos Serviços de Limpeza Urbana 
1.2.12. Conhecimento da Situação Legal da Prestação dos Serviços 
8

1.3. Estudo de Demanda .................................................................................... 113 


1.3.1. Estudo do Crescimento Populacional 
1.3.2. Estudo das Curvas de Geração de Resíduos 
1.3.3. Definição das Curvas de Projeção dos Serviços 
1.3.4. Plano de Metas 

 Termo de Encerramento do Volume 1 ............................................................... 125 


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1. Conhecimento da Situação Atual da


Limpeza Urbana e do Manejo de Resíduos Sóli-
dos de Campinas e Estudo de Demanda

1.1. Conhecimento do Munícipio


10

1. Conhecimento da Situação Atual da Limpeza


Urbana e do Manejo de Resíduos Sólidos de
Campinas e Estudo de Demanda
Para fundamentar as premissas e considerações deste Estudo de Viabilidade Técnica,
Ambiental, Econômico-financeira e Jurídica para a Concessão dos Serviços Integra-
dos de Limpeza Urbana, Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Município
de Campinas está apresentado, a seguir, o conhecimento da situação atual da limpeza
urbana e do manejo dos resíduos sólidos urbanos no Município, através dos seguintes
tópicos:
 Conhecimento do Município;
 Conhecimento dos Serviços Atuais;
 Estudo de Demanda.

1.1. Conhecimento do Município

A seguir, estão descritas as principais características físicas e socioeconômicas do


Município de Campinas.

1.1.1. Conhecimento do Local

O Município de Campinas está localizado no Estado de São Paulo, na região sudeste


do País. Pertence à microrregião e mesorregião homônimas, distando 99 km da
Capital do Estado, São Paulo, sendo que suas coordenadas geográficas são:
22o53’20” de latitude Sul e 47o04’40” de longitude Oeste.

O Município possui área territorial de 794,433 km², sendo que 238,323 km² estão em
perímetro urbano e os 566,11 km² restantes constituem a zona rural.
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Visão Noturna de Campinas Parque Ecológico Monsenhor Emílio Salim

Tem como limítrofes, os seguintes Municípios:


 Ao norte: Paulínia, Jaguariúna e Pedreira;
 Ao sul: Itupeva, Indaiatuba e Monte Mor;
 A leste: Morungaba, Itatiba e Valinhos;
 A oeste: Hortolândia e Sumaré.

Mapa dos Municípios Limítrofes de Campinas


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O Município pode ser acessado através das Rodovias:


 Rodovia Anhanguera, a SP-330, que cruza a Cidade;
 Rodovia dos Bandeirantes, a SP-348, que passa pela região sul da Cidade;
 Rodovia Dom Pedro I, a SP-065;
 Rodovia Santos Dumont, a SP-075;
 Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença, a SP-101;
 Rodovia Professor Zeferino Vaz, a SP-332;
 Rodovia Governador Doutor Adhemar de Barros, a SP-340;
 Rodovia José Roberto Magalhães Teixeira, a SP-083, também conhecida por Anel
Viário de Campinas.

Mapa de Campinas com os Principais Acessos Rodoviários


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Principais Acessos Rodoviários ao Município de Campinas

1.1.1.1. Características Climáticas

a) Clima

O clima é quente e temperado.

Em Campinas existe uma pluviosidade significativa ao longo do ano. Segundo Köppen


e Geiger, a classificação do clima é Cfa - Subtropical úmido. Sendo 21,3°C a tempe-
ratura média e pluviosidade média anual de 1.462 mm.
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Tipos Climáticos de São Paulo

A tabela, a seguir apresenta os dados climáticos de Campinas, segundo o CEPAGRI


(Centro de Pesquisas Meteológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura).

Dados Climatológicos para Campinas (FEAGRI/UNICAMP, 1990-2019)


Meses
Temperatura (oC) Anual
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Temperatura
36,20 35,60 35,00 34,10 32,00 31,00 32,00 34,40 37,60 37,40 36,80 36,00 37,60
Máxima Recorde
Temperatura
33,90 33,80 33,00 32,00 29,90 28,60 29,40 32,10 34,20 34,90 33,90 33,80 32,50
Máxima Média
Temperatura
25,20 25,30 24,60 22,30 19,40 18,10 18,20 20,30 22,30 23,90 23,00 24,90 22,30
Média
Temperatura
16,50 16,90 16,20 12,70 9,10 7,90 6,90 8,60 10,50 13,10 14,00 15,60 12,30
Mínima Média
Temperatura
14,00 14,20 15,00 7,00 4,00 0,00 2,00 5,00 5,60 9,40 10,90 11,60 8,25
Mínima Recorde
Precipitação (mm) 273,00 190,50 162,00 64,70 61,70 42,80 40,40 31,40 62,70 114,20 162,30 204,50 1 424,5
Fonte: Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (CEPAGRI)
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1.1.1.2. Geomorfologia

Campinas caracteriza-se por estar em uma região de transição entre duas formações
geomorfológicas: o Planalto Atlântico e a Depressão Periférica. O Planalto Atlântico
corresponde aos relevos de morros e serras, com altitude máxima de 990 m, susten-
tados pelos granitos das Suítes Graníticas Jaguariúna e Morungaba e gnaisses do
Complexo Itapira, localizados na porção leste do Município.

Na porção oeste, a Depressão Periférica, formada por relevos de colinas e morrotes,


com altitude variando entre 600 e 700 m, sustentados por rochas sedimentares do
Subgrupo Itararé (arenitos, siltitos, lamitos) e diabásios da Formação Serra Geral,
abrigam a maior parte da malha urbana de Campinas. Na área de transição entre as
duas formações ocorrem gnaisses e rochas miloníticas das Zonas de Cisalhamento
Valinhos e Campinas (IG, 2009).

Segundo Yoshinaga (1995), o Planalto Atlântico abriga dois tipos de terrenos: os


Amorreados de inclinação moderada a forte e os Amorreados ondulados a inclinados.
Ambos apresentam alta susceptibilidade à erosão, devido ao tipo de solo e à declivi-
dade (12 a 30% nos Amorreados de inclinação moderada a forte e 9 a 21% nos Amor-
reados ondulados e inclinados).

As ocupações urbana e agropecuária foram consideradas apropriadas e a industrial,


imprópria. Os terrenos Colinosos ondulados a inclinados, onde ocorrem os gnaisses
do Complexo Itapira, marcam a transição entre o Planalto Atlântico e a Depressão
Periférica. Estes terrenos são apropriados para as ocupações urbana, industrial e
agropecuária.

Os terrenos Colinosos suavemente ondulados (declividade entre 2 e 16%) e os Coli-


nosos ondulados fazem parte da Depressão Periférica. O primeiro ocorre em áreas
com rochas do Subgrupo Itararé, diabásios da Formação Serra Geral e, subordinada-
mente, rochas graníticas e gnáissicas (Suíte Jaguariúna e Complexo Itapira).
16

Os Colinosos ondulados apresentam substrato rochoso do Subgrupo Itararé e inci-


dem, também, em área dominada pelo Planalto Atlântico, associados ao Rio Atibaia e
ao Ribeirão das Cabras, formando alvéolos. De maneira geral, os terrenos da De-
pressão Periférica são favoráveis às ocupações urbana, industrial e agropecuária.

As planícies fluviais são pouco desenvolvidas no Planalto Atlântico. Já na Depressão


Periférica, abrangem as planícies de inundação ou várzeas de inundação e os baixos
terraços. A ocupação dessas áreas é imprópria, dado a vulnerabilidade ambiental da
área para contaminação e os riscos de inundação, intensificados pela impermeabili-
zação da bacia.

O mapa, a seguir, apresenta a geomorfologia de Campinas, com base nos dados ob-
servados pelo (Yoshinaga, 1995).

Geomorfologia do Município de Campinas

Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico (2013)


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1.1.1.3. Hidrografia

O Município de Campinas está todo inserido na Unidade de Gerenciamento de Recur-


sos Hídricos - UGRHI no 05, administrada pelo Comitê das Bacias Hidrográficas dos
Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí - CBH-PCJ.

As Bacias PCJ possuem uma área total de 15.303 km2, sendo 92,6% no Estado de
São Paulo e 7,4%, no Estado de Minas Gerais, englobando 76 Municípios de forma
total ou parcial, sendo que 69 destes integram o Comitê PCJ e 63 possuem sede
administrativa na área de abrangência das Bacias PCJ (59 no Estado de São Paulo e
4 no Estado de Minas Gerais).

De acordo com a Lei Complementar Municipal no 15/06, que dispõe sobre o Plano
Diretor do Município, Campinas é dividida em 5 sub-bacias hidrográficas: Bacia do
Rio Jaguari, Bacia do Rio Atibaia, Bacia do Ribeirão Quilombo, Bacia do Rio Capivari
e Bacia do Rio Capivari-Mirim.

O Rio Atibaia, com vazão disponível de 8,54 m3/s (PCJ, 2011), e o Rio Capivari, com
vazão disponível de 2,38 m3/s (PCJ, 2011), são responsáveis por fornecer, respecti-
vamente, 93,5% e 6,4% da água captada para o abastecimento do Município, segundo
o PCJ (2011). Ambos os Rios estão enquadrados como Classe 2, na captação do
Município, conforme a Resolução no 357/05 do Conselho Nacional do Meio
Ambiente - CONAMA.

Em Campinas, apenas 0,1% do abastecimento de água é oriundo de aquífero sub-


terrâneo.
18

Hidrografia do Município de Campinas

Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico (2013)

1.1.1.4. Hidrogeologia

Quanto à hidrogeologia, segundo o IG (2009), Campinas tem sua área sobre três Sis-
temas de Aquíferos: Cristalino, Diabásio e Tubarão. O Aquífero Cristalino ocupa 50%
da área do Município, está localizado na porção leste e apresenta substrato rochoso
cristalino do Complexo Itapira (com predomínio dos gnaisses) e granitos de Jagua-
riúna e Morungaba.

Segundo o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica)(1982) apud IG (2009),


a transmissividade deste Sistema varia entre 1 e 100 m2/dia, com capacidade es-
pecífica variando entre 0,002 e 7,0 m3/h/m.

O Aquífero Tubarão ocupa 31% da área de Campinas, está na porção oeste e tem
substrato sedimentar do Subgrupo Itararé, com predomínio dos arenitos. Segundo o
19

DAEE (1982) apud IG (2009), a transmissividade varia entre 1 e 40 m2/dia, com capa-
cidade específica entre 0,002 e 7,5 m3/h/m.

O Aquífero Diabásio localiza-se na porção noroeste, ocupa 19% da área do Município


e é formado por rochas intrusivas básicas do mesmo período dos basaltos da
Formação Serra Geral. Segundo o DAEE (1982) apud IG (2009), a transmissividade
neste Sistema varia entre 0,25 e 28 m2/dia, com capacidade específica entre 0,0016
a 3,9 m3/h/m.

No geral, as águas subterrâneas de Campinas são compatíveis com quase todos os


tipos de usos e têm suas características químicas variando de acordo com o substrato
rochoso.

1.1.1.5. Vegetação

Segundo Santin (1999), no século XIX, Campinas era coberta por florestas densas e
árvores altas de troncos retilíneos, pertencentes ao Bioma Mata Atlântica. Entre as
florestas havia formações com árvores de médio e alto portes, espaçadas e com tron-
cos tortuosos, ou, árvores espaçadas de pequeno porte, com formações pertencentes
ao Bioma Cerrado.

Além dessas formações, existiam áreas de campos, apenas com vegetação herbácea,
denominadas de campo cerrado ou campo limpo.

Dessa forma, Campinas está dividida em dois Biomas principais: Mata Atlântica e Cer-
rado, sendo que o primeiro incide, principalmente, na porção leste do Município e o
segundo, na porção oeste (Guirao et al. 2009).

Segundo Guirao et al. (2009), entende-se como áreas verdes aquelas com função
ecológica e/ou social com, no mínimo, 70% de sua área permeável, possuindo vege-
tação de qualquer porte (herbácea, arbustiva ou arbórea), em área pública ou privada,
urbana ou rural.
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Os fragmentos de vegetação do Município estão divididos, principalmente, em: Flo-


resta Estacional Semidecidual, Floresta Mista, Campo de Várzea e Cerrado. Muitos
destes fragmentos estão em processo de tombamento pelo CONDEPACC - Conselho
de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas, por se tratar de área de relevante
interesse social e ambiental.

Outros fragmentos estão dentro de, ou em vias de se tornar, Unidades de Conser-


vação, conforme a Lei Federal no 9.985/00, que dispõe sobre o SNUC - Sistema Na-
cional de Unidades de Conservação da Natureza.

Áreas Verdes do Município de Campinas

Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico (2013)

1.1.1.6. Pedologia

O clima, a geologia, o relevo, a cobertura vegetal e o regime hídrico influenciam nas


características físicas, químicas e biológicas do solo. Sendo assim, o Município de
Campinas tem uma formação pedológica diversificada.
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Os principais tipos de solos incidentes no Município são: Argissolos Vermelho-Ama-


relos, Latossolos Vermelhos, Latossolos Vermelho-Amarelos e Cambissolos Háplicos,
que juntos ocupam mais de 85% da área de Campinas.

A diversidade de solos é mais evidente quando eles são separados por atributos,
como grupamentos texturais e características químicas e morfológicas. Sendo assim,
podemos encontrar solos de arenosos a muito argilosos, com ou sem cascalhos, áci-
dos ou neutros e com horizontes diferenciados.

Na porção leste do Município, a presença dos Argissolos Vermelho-Amarelos, somada


às altas declividades, propicia uma área altamente suscetível à erosão, principalmente
na ausência de cobertura vegetal.

Sobre os diabásios da porção noroeste está o Latossolo Vermelho Férrico (antigo La-
tossolo Roxo), com horizontes bem desenvolvidos, textura argilosa e alta fertilidade,
além de erodibilidade baixa.

Já na porção oeste, sob a influência do Subgrupo Itararé, destaca-se o Latossolo Ver-


melho-Amarelo, que possui textura média, é bem drenado e de média erodibilidade.
Já os Cambissolos têm porções nas regiões leste e oeste.

São solos “jovens”, pouco desenvolvidos e, muitas vezes, cascalhentos. Estas carac-
terísticas fazem este tipo de solo ser suscetível à erosão. (Yoshinaga, 1995).

O mapa, a seguir, apresenta a diversidade pedológica de Campinas (Coelho, 2008).


22

Legenda

Mapa Pedológico do Município de Campinas


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1.1.2. Conhecimento Populacional

Este item visa analisar o comportamento populacional, tendo como base os seguintes
indicadores demográficos:
 Porte e densidade populacional;
 Taxa geométrica de crescimento anual da população;
 Taxas de natalidade e fecundidade;
 Grau de urbanização do Município.

De acordo com os dados do Censo 2010 (IBGE), o Município de Campinas apresen-


tava uma população total de 1.080.113 habitantes, que representava 38,7% do total
populacional da Região Metropolitana de Campinas - RMC, queera de 2.792.855 ha-
bitantes.

Sua extensão territorial de 796,75 km2 impõe uma densidade demográfica de


1.355,65 hab./km2, significativamente superior à densidade da RMC, de
766,18 hab./km2 e a do Estado, que é de 166,08 hab./km2.

Quanto à dinâmica da evolução populacional, Campinas, entre 2000 e 2010, apresen-


tou uma taxa geométrica de crescimento anual de 1,09 % ao ano, inferior à média da
RMC, de 1,82% e igual a do Estado.

Observa-se, ainda, que apesar de haver crescimento da população nas três regiões
em análise, vem ocorrendo decréscimos nas taxas demográficas ao longo dos anos.

Uma das explicações para a queda na taxa de crescimento da população ao longo


dos anos se dá pela disseminação dos métodos de controle da natalidade.

A população estimada pelo SEADE, em 2020, era de 1.175.501 habitantes. 

As tabelas, a seguir, apresentam as taxas populacionais e as taxas de natalidade e


fecundidade do Município de Campinas.
População no Município de Campinas, na RMC e no Estado de São Paulo, no Período de 1980 a 2020
População (habitantes)
Taxa de Taxa de Taxa de Taxa de
1980 1991 Crescimento 2000 Crescimento 2010 Crescimento 2020 Crescimento
Local
(hab.) (hab.) Anual (hab.) Anual (hab.) Anual (hab.) Anual
(%) (%) (%) (%)
Campinas 661.992 843.516 2,22 969.396 1,54 1.080.113 1,09 1.175.501 0,85
RMC - - - 2.332.988 2,59 2.332.988 1,82 3.193.332 3,19
Estado de SP 24.953.238 31.436.273 2,12 36.974.378 1,82 36.974.378 1,09 44.639.899 1,90

Taxas de Natalidade e Fecundidade no Município de Campinas, na RMC e no Estado de São Paulo, no Período de 1980 a 2019
Taxas de Natalidade
Local Taxas 1980 1991 2000 2010 2019
Taxas de Fecundidade Geral1 99,66 67,68 56,51 47,68 45,71
Campinas
Taxas de Natalidade2 27,43 19,25 16,71 13,89 12,53
Taxas de Fecundidade Geral1 NA NA 58,71 47,74 45,58
RMC
Taxas de Natalidade2 NA NA 17,16 13,86 12,61
Taxas de Fecundidade Geral1 109,12 75,42 65,56 51,12 48,14
Estado de SP
Taxas de Natalidade2 28,96 28,96 18,92 14,59 13,09
Legenda:
(1):
por 1.000 mulheres entre 15 e 49 anos
(2):
por 1.000 habitantes
Fonte: SEADE
24
25

O mapa, a seguir, apresenta a densidade populacional média por bacia hidrográfica


do Município de Campinas.

Densidade Populacional Média do Município de Campinas

Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico (2013)


26

1.1.3. Socioeconomia

O Município de Campinas é a Cidade mais rica da Região Metropolitana de


Campinas - RMC, sendo uma das mais ricas do Brasil. A RMC é considerada um
centro econômico, industrial, científico e tecnológico do Estado de São Paulo.

A economia diversificada e a qualificação da mão-de-obra são algumas das grandes


razões do estágio de amadurecimento tecnológico alcançado pelo Município.

O Produto Interno Bruto (PIB) de Campinas, segundo os dados do IBGE, em 2018, foi
de R$ 61,40 bilhões, ocupando o 11o lugar no Brasil e o 3o no Estado. O PIB per capita
é de R$ 51,417,44.

Já para o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que é uma medida resumida do


progresso a longo prazo, em três dimensões básicas do desenvolvimento humano:
renda, educação e saúde, Campinas ocupa o 4o lugar do Estado, com o índice de
00,805 e o 12o lugar do Brasil.

A tabela, a seguir, apresenta o Índice IDH para o Município de Campinas, dados ob-
servados pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e pu-
blicado no Atlas de Desenvolvimento Humano.

IDH para Campinas


IDH
IDHM 1991 2000 2010
IDMH Total 0,811 0,852 0,805
IDHM Renda 0,815 0,845 0,829
IDHM Longevidade 0,746 0,787 0,860
IDHM Educação 0,871 0,925 0,731
Fonte: PNUD

De acordo com o SEADE (2010), o maior vínculo empregatício é no setor de serviços,


sendo responsável por 62,94% do total, seguido pelo comércio, com 21,86%,
indústria, com 10,96%, construção, com 3,85% e, por último, agropecuária, com
0,39%.
27

Campinas gera mais de 20% de todos os empregos da Região Metropolitana de Cam-


pinas, além de apresentar renda média superior a da RMC em todos os setores da
economia, exceto os setores da construção civil e do comércio, que são praticamente
iguais.

Pode-se observar, ainda, que apesar do setor de serviços ter o maior vínculo empre-
gatício, o que melhor tem rendimento é o setor industrial..

A tabela, a seguir, mostra como estão distribuídos a mão-de-obra ocupada e o rendi-


mento médio mensal no setor privado na Região Metropolitana de Campinas e no
Município de Campinas, de acordo com os diversos ramos de atividades no ano de
2018, segundo os dados da SEADE.

Total de Empregos Formais Ocupados e Rendimento Médio Mensal nos Setores Privados para
o Município de Campinas e RMC, em 2018
Campinas RMC
Setor Empregos Renda Média Empregos Renda Média
Ocupados (R$) Ocupados (R$)
Agropecuária 1.579 2.892,53 60.288 2.217,19
Comércio 88.891 2.710,05 425.922 2.694,05
Construção 15.654 2.833,64 65.891 2.764,90
Indústria 44.577 5.225,58 575.329 4.454,93
Serviços 255.950 4.001,04 911.302 3.537,74
Total 406.651 3.532,57 2.038.732 3.133,76
Fonte: SEADE
28

1.2. Conhecimento dos Serviços Atuais


29

1.2. Conhecimento dos Serviços Atuais

O conhecimento dos serviços atuais e os dados históricos tratados aqui envolvem a


geração, coleta, transporte, tratamento, destinação e disposição final, competências
e responsabilidades, carências e deficiências e iniciativas relevantes.

1.2.1. Resíduos Sólidos Domiciliares e


Comerciais - Coleta Convencional

Neste item estão apresentadas as características dos resíduos sólidos domiciliares e


comerciais gerados no Município de Campinas, incluindo sua quantidade gerada,
composição gravimétrica, tipos de coleta e transporte, formas de tratamento e dispo-
sição final.

1.2.1.1. Quantidades Geradas

Considerando que a população de Campinas é de 1.175.501 habitantes (SEADE,


2020) e a média de peso de resíduos domiciliares e comerciais que é de 862,49 to-
neladas por dia, tem-se uma média de lixo per capita de 0,732 kg/dia/hab.

Enquanto a população cresce à taxa média de 0,87%, no período de 2010 a 2020


ao ano segundo a SEADE, a quantidade de resíduos domiciliares cresce, em média,
0,89% ao ano, no mesmo período, conforme a tabela, a seguir.

Cálculo da Geração Per Capita e Taxa de Crescimento dos Resíduos

População Sistema de Coleta de RSDs Geração Per Taxa de Crescimento


(t) Total (%)
Ano IBGE Capita
(t)
(hab.) (kg/hab./dia)
Diurno Noturno RSDs População
2010 1.079.140 159.311,80 131.970,93 291.282,73 0,740 2,35% 1,10%
2011 1.090.000 166.967,29 136.934,48 303.901,77 0,764 4,15% 1,00%
2012 1.100.970 180.657,74 129.736,76 310.394,50 0,770 2,09% 1,00%
2013 1.112.050 177.708,22 139.695,81 317.404,04 0,782 2,21% 1,00%
2014 1.123.241 184.427,40 137.190,78 321.618,18 0,784 1,31% 1,00%
2015 1.134.546 180.755,34 150.885,75 331.641,09 0,801 3,02% 1,00%
30

Cálculo da Geração Per Capita e Taxa de Crescimento dos Resíduos

População Sistema de Coleta de RSDs Geração Per Taxa de Crescimento


(t) Total (%)
Ano IBGE Capita
(t)
(hab.) (kg/hab./dia)
Diurno Noturno RSDs População
2016 1.142.620 170.743,76 147.851,48 318.595,24 0,762 -4,09% 0,71%
2017 1.150.753 170.217,59 146.205,60 316.423,19 0,753 -0,69% 0,71%
2018 1.158.944 173.074,14 145.105,05 318.179,19 0,752 0,55% 0,71%
2019 1.167.192 174.557,07 144.129,16 318.686,23 0,748 0,16% 0,71%
2020 1.175.501 180.274,49 134.477,77 314.752,26 0,732 -1,25%
Total - 1.918.694,84 1.544.183,57 3.462.878,42 - - -
Média - 174.426,80 140.380,32 314.807,13 0,763 0,89% 0,87%
Fontes: SEADE e DLU (2020)

A tabela anterior mostra de forma inequívoca, um descompasso entre as taxas de


crescimento da população e da geração de resíduos sólidos urbanos.

O crescimento do quantitativo dos resíduos sólidos urbanos, em especial dos resíduos


domiciliares, está condicionado ao aumento de consumo de produtos por toda a po-
pulação do Município de Campinas, que na etapa de pós-consumo descarta as sobras
e embalagens em forma de resíduos sólidos.

Nota-se ainda que, a geração per capita dos resíduos sólidos domiciliares passou de
0,740 kg/hab./dia em 2010, para 0,732 kg/hab./dia em 2020, representando uma di-
minuição de, aproximadamente, 1,08% nesse período:
 Taxa de geração total de resíduos sólidos domiciliares: Anos 2 a 30.

Para o cálculo da taxa da geração de resíduos sólidos domiciliares foram feitas as


seguintes considerações:
 Foi adotada a taxa de crescimento média de resíduos sólidos domiciliares, do pe-
ríodo de 2010 a 2020, de 0,89%, a qual está detalhadamente apresentada no di-
agnóstico dos resíduos sólidos domiciliares, adiante. Essa taxa de crescimento na
geração de resíduos sólidos domiciliares deve ser considerada nos cinco primeiros
anos deste planejamento;
 A partir do Ano 6 adotou-se um coeficiente redutor de 50%, considerando a im-
plantação do Programa de Educação Ambiental, em que as ações deverão ser
31

desenvolvidas para conscientizar a população à minimização da geração e ao não


desperdício de resíduos (alimentos e outros) e, também, sobre os impactos nega-
tivos que o crescimento dos resíduos traz ao meio ambiente. Com isso, a taxa de
crescimento de geração de resíduos sólidos domiciliares, para o período dos
Anos 6 a 30, será de 0,0089 - 0,0050 = 0,0039 ou 0,39%.

A tabela, a seguir, procura justificar a tese de que, quanto melhor as condições eco-
nômicas apresentadas no PIB - Produto Interno Bruto, maior será a geração de re-
síduos sólidos domiciliares.

Analisando a média dos dados, no período entre 2010 e 2018, referentes às variáveis
do PIB per capita e da quantidade de resíduos produzidos por cada habitante,
pode-se dizer que, para cada R$ 167,28 gerados, há a produção de 1 kg de resíduos
sólidos domiciliares.

Relação do PIB Municipal com a Geração de Resíduos Domiciliares


PIB Municipal Taxas de Crescimento
Resíduos
Ano Per Capita (%)
(t)
(R$/hab.) PIB Resíduos
2010 35.333,08 291.282,73 - 2,4%
2011 40.915,55 303.901,77 13,6% 4,2%
2012 44.090,07 310.394,50 7,2% 2,1%
2013 47.485,05 317.404,04 7,1% 2,2%
2014 47.322,20 321.618,18 -0,3% 1,3%
2015 49.097,70 331.641,09 3,6% 3,0%
2016 49.241,20 318.595,24 0,3% -4,1%
2017 49.448 ,67 316.423,19 0,4% -0,7%
2018 51.417,44 318.179,19 3,8% 0,6%
Média 46.039,00 314.382,21 4,5% 1,2%
Fontes: IBGE e DLU
32

1.2.1.2. Composição Gravimétrica

Outro dado importante sobre os resíduos sólidos domiciliares é a sua composição


gravimétrica, determinada pelo método do quarteamento, cujas especificações são
estabelecidas pela Norma Técnica NBR 10.006 da ABNT, na qual se verifica o
percentual de cada fração de materiais presentes na amostra de resíduos analisada.

No Município de Campinas, esse tipo de análise é realizada periodicamente, com


uma frequência de duas vezes por ano, podendo apresentar variações na sua com-
posição de acordo com fatores como sazonalidade, condições climáticas, situação
econômica e financeira e classe social.

Os ensaios são feitos em setores de coleta que represente as Classes Sociais A, B,


C, D e E, de acordo com a classificação dada pelo IBGE.

Na tabela adiante está exposto um estudo gravimétrico dos RSDs por classe social,
fornecido pela Prefeitura Municipal de Campinas.

Estudo Gravimétrico dos RSDs por Classe Social (Média de 2014 a 2018)
Fração dos Materiais por Classe Social
Composição Física
Ordem (%)
dos RSDs
A B C D E
1 Matéria Orgânica 30,91 34,58 37,39 42,94 44,41
2 Papel e Papelão 20,26 15,27 14,55 9,61 11,15
3 Plástico 14,08 13,31 15,15 12,83 12,05
4 Madeira 0,69 0,78 0,50 1,03 1,11
5 Couro e Borracha 0,99 2,16 0,79 2,43 0,93
6 Pano e Estopa 1,02 4,19 1,76 11,86 8,39
7 Folha, Mato e Galhada 15,82 13,95 9,54 2,55 3,34
8 Metal Ferroso 0,69 1,35 0,91 1,00 1,55
9 Metal Não Ferroso 0,69 1,11 2,11 0,64 0,46
10 Vidro 3,72 3,21 2,96 1,91 1,55
11 Louça, Cerâmica e Pedra 1,05 0,27 1,98 0,52 1,55
12 Agregado Fino (Pó, terra) 2,22 0,78 0,66 0,97 0,71
13 Fraldas 3,33 3,92 6,39 7,91 7,71
14 Tetra Pak 0,69 0,54 0,72 1,06 1,24
15 Isopor 0,87 0,84 2,33 0,21 0,59
16 Especiais 0,72 2,43 0,88 1,33 0,71
17 Perdas 2,25 1,32 1,35 1,21 2,54
Materiais Orgânicos - item 1 30,91 34,58 37,39 42,94 44,41
Materiais Recicláveis - itens 2, 3, 8, 9, 10,
41,03 37,52 38,89 27,53 28,06
15 e 16
Fonte: DLU
33

De acordo com o apresentado na tabela, tem-se que o percentual de material orgânico


aumenta em ordem inversa às classes econômicas da população.

Claramente, existem 3 tipos de macrovariáveis distintas na composição física dos re-


síduos sólidos domiciliares, sendo elas constituídas por materiais orgânicos (restos de
alimentos), materiais recicláveis (papéis, papelões, metais, plásticos, vidros, entre ou-
tros) e materiais não recicláveis, descartáveis ou inservíveis.

Pela tabela anterior, observa-se que o teor de matéria orgânica é menor nas classes
mais altas, quando comparado às classes médias e baixas, respectivamente.

Os gráficos, a seguir, mostram a variação percentual de cada fração de materiais


existente nos resíduos sólidos domiciliares, no qual se observa que tal variação
está em função do poder aquisitivo de cada parcela da população dividida por classe
social.

Composição Física Média dos RSDs - Gravimetria da Classe A


0 ,72

3 0,91
3 6,55

2 ,25
1 5,82 4 0,31

4 ,35

Matéria Orgânica Resíduos Recicláveis Rejeito


Resíduos Verdes Perdas Material não Reciclável
Especiais
34

Composição Física Média dos RSDs - Gravimetria da Classe B


2,43

35,6 34,58

1,31
13,95
38,60

8,11

Matéria Orgânica Resíduos Recicláveis Rejeito


Resíduos Verdes Perdas Material não Reciclável
Especiais

Composição Física Média dos RSDs - Gravimetria da Classe C

Composição Física Média dos RSDs - Gravimetria da Classe D


35

Composição Física Média dos RSDs - Gravimetria da Classe E

1.2.1.3. Tipos de Coleta e Transporte

O plano de coleta convencional do Município de Campinas foi elaborado levando-se


em consideração as características dos bairros/microrregiões, o tipo de equipa-
mento utilizado, a frequência de coleta, a distância do aterro sanitário (destinação
final), o tempo de descarga, a estimativa do volume de resíduos a ser coletado, o
trânsito, a topografia dos terrenos, a carga horária das equipes de coleta, a otimiza-
ção da frota, entre outros fatores.

a) Abrangência da Coleta

A coleta dos resíduos sólidos domiciliares e comerciais abrange 100% da área urbana
do Município e é realizada de acordo com o “plano de coleta” de resíduos sólidos,
apresentado adiante.

O atendimento dos serviços de coleta e transporte de resíduos sólidos domiciliares


acompanham o crescimento urbano, sendo que para cada residência isolada ou novo
loteamento residencial que solicitar o serviço, o atendimento é executado de imediato.

Nas áreas rurais, os serviços de coleta atendem a 50% dessas áreas.


36

b) Volumes Coletados por Domicílio

Após a população consumir os produtos fabricados no setor produtivo, geram-se os


resíduos sólidos de origem domiciliar ou residencial, que são acondicionados em sa-
cos plásticos de, no máximo, 100 litros, e oferecidos ao sistema público para a coleta
e o transporte até o sistema de destinação final.

Quando o volume de resíduos sólidos domiciliares ultrapassa 100 litros por dia por
residência, a Prefeitura Municipal de Campinas não fica mais com a responsabilidade
de coletar o material, conforme especifica a Legislação Municipal de Limpeza
Urbana no 7.058/92 e o Contrato de Limpeza Pública. Para esses casos, o próprio
gerador deverá realizar todo o procedimento adequado do manejo dos resíduos, ga-
rantindo assim, as boas práticas ambientais.

c) Tributação da Taxa de Coleta

A forma de tributação da taxa de coleta, remoção e destinação final dos resíduos só-
lidos domiciliares foi instituída em 26 de dezembro de 1990, através do Artigo 13 do
Decreto Municipal no 6.335/90, que vem discriminada junto do carnê do IPTU - Imposto
Predial e Territorial Urbano.

Tal Lei foi alterada pela Lei Complementar no 178, de 11 de setembro de 2017, que
atualiza os valores cobrados.

Para efeito de cobrança dessa taxa, foi adotado um valor específico para cada região
da Cidade, obedecendo ao critério da frequência de atendimento da coleta de resí-
duos domiciliares fundamentado em setores alternados (atendimento dia sim, dia não)
e setores diários (atendimento todos os dias).
37

d) Tipos de Coleta Realizados

d.1) Coleta Manual

Os serviços de coleta manual compreendem o recolhimento programado dos resíduos


urbanos com características domiciliares e adequadamente acondicionados, con-
forme a NBR 9191 da ABNT.

Os resíduos sólidos decorrentes da varrição manual são acondicionados em sacos


plásticos, para a posterior coleta pelos caminhões da coleta regular.

d.1.1) Quantidade Coletada Manualmente entre 2010 e 2020

A tabela, a seguir, apresenta a quantidade de resíduos coletados manualmente no


período entre 2010 e 2020. Destaca-se que, entre 2010 e 2013, a coleta de resíduos
não era segregada em manual, mecanizada e locais de difícil acesso.

Quantidade Coletada Manualmente entre 2010 e 2020


Coleta Manual
Ano
(t)
2010 291.282,73
2011 303.901,77
2012 310.394,50
2013 317.404,04
2014 321.618,18
2015 331.641,09
2016 257.384,07
2017 256.715,52
2018 256.740,19
2019 256.753,73
2020 256.829,33
Total 3.160.665,14
Fonte: Revisão do Plano de Resíduos
38

d.1.2) Equipes e Equipamentos de Coleta

Cada equipe de coleta dos resíduos sólidos domiciliares do Município de Campinas


é composta por:
 01 motorista;
 03 coletores;
 01 veículo coletor compactador de 15 m3, munido de ferramentaria adequada.

Os funcionários da coleta são treinados e orientados quanto a seus procedimentos


junto à população atendida.

Todos os funcionários trabalham devidamente uniformizados e providos dos Equipa-


mentos de Proteção Individual (EPIs) necessários à perfeita execução dos serviços.

A frota atual é de 40 veículos operacionais, incluindo as coletas manual, mecanizada


e em locais de difícil acesso.

A seguir, está apresentado o mapa dos setores de coleta manual.


39

Legenda

Setores diários noturnos


Setores 2ª, 4ª e 6ª Feira Diurno
setores 3ª, 5ª Feira e Sábado Diurno
Setores de Áreas de Difícil Acesso

Divisão dos Setores de Coleta


40

d.2) Coleta Mecanizada com a Utilização de Contêineres de PEAD - 1 m³

Os serviços são realizados em áreas do Município com suas respectivas frequências


de atendimento. O critério de instalação dos contêineres obedece a pontos de grande
geração de resíduos, com preferência para as áreas de condomínios verticais com
alta densidade populacional.

Os veículos coletores possuem capacidade volumétrica da caçamba coletora de


15 ou 19 m³ e são providos de carregadores de contêineres tipo lift, que têm o objetivo
de viabilizar os procedimentos para a realização do içamento dos contêineres.

d.2.1) Quantidade Coletada Mecanicamente entre 2014 e 2020

A tabela, a seguir, apresenta a quantidade de resíduos coletados mecanicamente no


período entre os anos de 2014 e 2020.

Quantidade Coletada Mecanicamente entre 2014 e 2020


Coleta
Ano
(t)
2014 12.207,63
2015 51.121,66
2016 52.953,94
2017 53.526,11
2018 54.691,38
2019 55.138,98
2020 50.048,77
Total 329.688,47
Fonte: Revisão do Plano de Resíduos

d.2.2) Equipes e Equipamentos de Coleta

Cada equipe de coleta mecanizada é composta por:


 01 motorista;
 02 coletores;
 01 caminhão compactador de 15 ou 19 m³, equipado com carregador para o iça-
mento dos contêineres e munido de ferramentas adequadas;
 01 caminhão específico para a lavagem dos contêineres.
41

Cada contêiner apresenta capacidade média diária de 70 kg.

d.3) Coleta em Locais de Difícil Acesso

O serviço compreende o recolhimento regular de resíduos domiciliares em locais de


difícil acesso (comunidades carentes), onde o caminhão coletor convencional não
consegue cumprir seu trabalho, por apresentar tamanho e peso incompatível com as
condições do local.

A coleta é feita com caminhão coletor e caixa compactadora de 6 m³, que por suas
características físicas consegue acessar os locais com mais facilidade executando a
coleta e remoção dos resíduos.

d.3.1) Quantidade Coletada entre 2014 e 2020

A tabela, a seguir, apresenta a quantidade de resíduos coletados no período entre os


anos de 2014 e 2020.

Quantidade Coletada Mecanicamente entre 2014 e 2020


Coleta
Ano
(t)
2014 5.066,77
2015 5.893,09
2016 5.762,90
2017 6.181,56
2018 6.747,62
2019 6.793,52
2020 7.874,16
Total 44.319,62
Fonte: Revisão do Plano de Resíduos

d.3.2) Equipes e Equipamentos de Coleta

Cada equipe de coleta é composta por:


 01 motorista;
 02 coletores;
 01 caminhão compactador de 6 m³, munido de ferramentas adequadas.
42

e) Programação da Coleta de Resíduos Domiciliares

Independentemente do tipo de coleta, a programação da coleta dos resíduos sólidos


domiciliares e comerciais atende durante o dia à periferia (Classes C, D e E) e à noite,
às áreas de classe social com poder aquisitivo maior (Classes A e B).

O Município de Campinas é dividido em 89 setores de coleta de resíduos sólidos,


assim distribuídos:
 01 setor com coleta diária diurna;
 30 setores com coleta diária noturna;
 58 setores com coletas alternadas em 3 dias da semana.

O gráfico, a seguir, mostra que houve um crescimento maior da coleta no período


diurno, concluindo-se como já foi citado, que as classes mais baixas vêm melhorando
suas condições financeiras. Essas alterações visam modificar o sistema de coleta
para equalizar a frota dos veículos coletores.

Balanço de Massa de Atendimento

Sistema das Coletas Diurna e Noturna
70,00%

60,00%

50,00%

40,00%

30,00%

20,00%

10,00%

0,00%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Diurna Noturna

Fonte: Revisão do Plano de Resíduos Sólidos


43

f) Frequências, Períodos e Horários de Coleta

Atualmente, a coleta regular diária restringe-se a áreas centrais dos Municípios fi-
cando o restante, com uma programação em dias alternados.

A frequência alternada, ou seja, em 3 dias por semana, é indicada para as áreas em


que a produção de resíduos é menor em razão da racionalização da utilização da frota
de caminhões e da mão-de-obra.

Nas áreas centrais com grande fluxo de pessoas e grande geração de resíduos, o
atendimento é realizado no período noturno (43% da coleta) e o período diurno justi-
fica-se em áreas com baixa geração de resíduos, que corresponde a 57% da coleta.

Nesse sentido, os serviços das coletas domiciliar e comercial do tipo convencional são
realizados em todas as áreas, vias e logradouros públicos oficiais abertos à circulação
ou que venham a ser abertas, respeitando as frequências e os horários estipulados
para cada local específico.

Nos períodos de chuva e condições climáticas adversas e, sobretudo nos locais de


difícil acesso, mantêm-se o atendimento do serviço de forma alternativa com o objetivo
de manter o padrão de qualidade aceitável, e está programado da seguinte forma:
 Dias da semana: de segunda-feira a sábado;
 Períodos: diurno (das 07h às 15h20) e noturno (das 18h às 02h20);
 Frequências: diária (de 2ª feira a sábado) e alternada (2ª, 4ª e 6ª feira ou 3ª, 5ª e
sábado) no período noturno.

O serviço pode ser estendido para domingos e feriados, apenas por ocasião de gran-
des eventos em locais públicos.
44

g) Sistema de Tratamento e Disposição Final de Resíduos

Os resíduos coletados pelas coletas regulares (manual, mecanizada e em locais de


difícil acesso) são atualmente encaminhados para a ETT - Estação de Transbordo e
Transferência (ETT), localizada na Estrada da Mão Branca, km 03, no Complexo
Delta, que também abriga o Aterro Delta A, cujas atividades foram encerradas em
março de 2014.

Localização do Complexo Delta

Fonte: Google Earth

A ETT está licenciada pela CETESB para o recebimento de 1.500 toneladas diárias
de RSUs e conta com a Licença de Operação a título precário no 5001194, com data
de validade até 03/07/2021.

A ETT possui área total de 11.250 m² e área construída de 1.512,04 m².


45

Os caminhões, quando entram na ETT, são devidamente pesados em balança tipo


rodoviária e, posteriormente, direcionados para o pátio de descarga, com piso imper-
meabilizado e de cobertura de estrutura metálica, dotado com sistema de captação e
coleta para as águas de lavagem.

A transferência efetuada é do tipo indireta, ou seja, o local do transbordo foi projetado


em dois níveis distintos, onde os caminhões coletores são dirigidos para o Pátio de
Descarga com acesso ao piso superior, enquanto as carretas ficam situadas na parte
inferior do Pátio, para que seja efetuado o transbordo.

As carretas carregadas são conduzidas para o Aterro Sanitário Particular, situado na


Estrada Municipal PLN 190, s/n, Parque da Represa, no Município de Paulínia.

Localização do Aterro Particular, em Paulínia

Fonte: Google Earth


46

1.2.2. Resíduos Sólidos Domiciliares e Comerciais -


Coleta Seletiva

Neste item estão apresentadas as características dos resíduos sólidos domiciliares


e comerciais gerados no Município de Campinas, através de coleta seletiva, incluindo
sua quantidade gerada, composição gravimétrica, tipos de coleta e transportes,
formas de tratamento e disposição final.

A coleta seletiva de Campinas tem o objetivo de possibilitar a remoção diferenciada


dos resíduos domiciliares, comerciais e industriais (Classe II A) e é executada de duas
maneiras diferentes:
 Coleta porta a porta: caracterizada pela coleta regular dos resíduos recicláveis nos
pontos de geração;
 Coleta através de entrega voluntária: de material e instalada em locais com estru-
tura para o recebimento e a destinação.

1.2.2.1. Quantidades Geradas

A quantidade anual de resíduos acumulados pela coleta seletiva, entre os anos de


2010 e 2020, está apresentada na tabela, a seguir.

Quantidade de Resíduos Acumulados na Coleta Seletiva entre 2010 e 2020


Coleta Seletiva
Ano
(t)
2010 5.967,41
2011 6.822,78
2012 7.889,25
2013 7.400,71
2014 7.111,08
2015 7.760,33
2016 6.928,84
2017 5.911,83
2018 5.369,72
2019 4.261,89
2020 1.752,35
Média 6.106,93
Fonte: Revisão do Plano de Resíduos
47

Salienta-se que, no ano de 2020, a coleta seletiva foi suspensa durante os meses de
março a setembro, por conta da Pandemia da COVID-19.

De acordo com a série histórica da eficiência da coleta seletiva no Município de Cam-


pinas, tem-se que durante o período de 2010 a 2020, a máxima eficiência do programa
ocorreu no ano de 2012, conseguindo atingir um total de 2,54% do total de resíduos
sólidos domiciliares e comerciais gerados.

A tabela, a seguir, apresenta a série histórica da eficiência do Sistema de Coleta


Seletiva.

Série Histórica da Eficiência do Sistema de Coleta Seletiva


Geração de RSDs Coleta Eficiência do Programa
Ano (t) Seletiva (%)
Total MR - 20% (t) Total Fração de MR
2010 291.282,73 58.256,55 5.967,41 2,05% 10,24%
2011 303.901,77 60.780,35 6.822,78 2,25% 11,23%
2012 310.394,50 62.078,90 7.889,25 2,54% 12,71%
2013 317.404,04 63.480,81 7.400,71 2,33% 11,66%
2014 321.618,18 64.323,64 7.111,08 2,21% 11,06%
2015 331.641,09 66.328,22 7.760,33 2,34% 11,70%
2016 318.595,24 63.719,05 6.928,84 2,17% 10,87%
2017 316.423,19 63.284,64 5.911,83 1,87% 9,34%
2018 318.179,19 63.635,84 5.369,72 1,69% 8,44%
2019 318.686,23 63.737,25 4.261,89 1,34% 6,69%
2020 314.752,26 62.950,45 1.752,35 0,56% 2,78%
Média 314.807,13 62.961,43 6.106,93 1,94% 9,70%
Legenda: MR: Material Reciclável
Fonte: Revisão do Plano de Resíduos Sólidos

1.2.2.2. Composição Gravimétrica

Segundo o Departamento de Limpeza Urbana - DLU, as últimas gravimetrias realiza-


das indicam a presença na ordem de 30% de resíduos secos (papéis, plásticos,
vidros, multicamadas e metais), potencialmente recicláveis no lixo domiciliar regu-
lar.

1.2.2.3. Coleta Seletiva do Tipo Porta a Porta

O serviço de coleta seletiva porta a porta consiste na operação de recolhimento


regular de materiais que tenham condições de reaproveitamento, reciclabilidade e
48

que seja apresentado pelos domicílios e estabelecimentos devidamente embalados


em sacos plásticos, em conformidade com a especificação da NBR 9191 da ABNT,
tais como:
 Vidro: garrafas, cacos, vasilhames e lâmpadas incandescentes;
 Papel: jornais, revistas, listas telefônicas, folhetos comerciais, folhas de caderno
e rascunho, papéis de embrulho, caixas de papelão e de brinquedo e caixas longa
vida ou multicamadas;
 Metal: sucatas ferrosas e não-ferrosas, latinhas de cervejas e refrigerantes, enla-
tados e objetos de cobre, alumínio, lata, chumbo, bronze, ferro e zinco;
 Plástico: embalagens de produtos de limpeza, garrafas plásticas, tubos, potes,
baldes, bacias, isopores, sacos e sacolas;
 Outros materiais, desde que tenham condições de reciclagem.

Em atividade semelhante à da coleta domiciliar regular, porém, com caminhões gaio-


las e em dias e/ou horários diferenciados, de modo a evitar a disponibilização simul-
tânea por parte da população dos resíduos orgânicos (úmidos) e recicláveis (secos).

Estes materiais, assim segregados que possuem maior valor agregado, são coletados
e encaminhados para as cooperativas ou coletados por elas, para posterior: triagem,
acondicionamento, armazenagem e, finalmente, comercialização e reciclagem, tor-
nando-se novamente matéria-prima.

a) Abrangência da Coleta

A coleta seletiva do tipo porta a porta abrange 75% dos bairros de Campinas, com
frequência de, pelo menos, 1 vez por semana.
49

b) Equipes e Equipamentos de Coleta

Cada equipe de coleta seletiva dos resíduos sólidos domiciliares do Município de


Campinas é composta por:
 01 motorista;
 03 coletores;
 01 caminhão com carroceria do tipo gaiola de, aproximadamente, 40 m², como
também ferramentas adequadas.

A frota atual é de 07 caminhões.

Os funcionários da coleta são treinados e orientados quanto aos procedimentos junto


à população atendida.

c) Frequências, Períodos e Horários de Coleta

A coleta porta a porta consiste na operação de recolhimento dos materiais


potencialmente recicláveis gerados em cada domicílio, em uma atividade semelhante
à da coleta domiciliar regular, porém, com caminhões gaiolas e em dias e/ou horários
diferenciado, de modo a evitar a disponibilização simultânea pela população dos resí-
duos orgânicos (úmidos) e recicláveis (secos).

A coleta seletiva é realizada da seguinte forma:


 Dias da semana: de segunda-feira a sábado;
 Períodos: diurno, das 07h às 15h20 e noturno, das 18h às 02h20;
 Frequências: 2 vezes por semana, nos locais onde a coleta de resíduos domicilia-
res convencional é diária (de segunda feira a sábado) e 01 vez por semana, onde
a coleta de resíduos convencional é alternada (2ª, 4ª e 6ª feira ou 3ª, 5ª e sábado).
50

Localização das Centrais de Triagem

01 - Barão
02 - Reciclar
03 - Aliança
04 - Bom Sucesso
05 - São Bernardo (DLU) 12
06 - Antonio da Costa Santos
07 - Havilá
08 - Santo Expedito
09 - Divipaz 32
10 - Santa Genebra
11 - Dom Bosco
12 12
12 - Ceasa
13 - Remodela
14 - Santos Dumont 31 33
3
15 - Tatuapé / Usina de resiclagem de entulho

16 - Aterro sanitário Municipal / Central de trat. de 1 08


res. de serviços de saúde (microondas)
16
30 35
12
4 23
10
11
28 12 07
17 35
7 23
18 34
21 07
19 05
06 24
27 20
16 8 5 2 02
22 04
26 01
15 03
25 29
6 13 Legenda
13 09 10
14
15 Diurna / 2x por semana (2ª e 5ª feira)

14 11 Diurna / 2x por semana (3ª e 6ª feira)

9 Diurna / 1x por semana (3ª feira)


Diurna / 1x por semana (4ª feira)
Diurna / 1x por semana (6ª feira)
Diurna / 1x por semana (Sábado)
Noturna / 2x por semana (2ª e 5ª feira)
Noturna / 2x por semana (3ª e 6ª feira)
Noturna / 2x por semana (4ª feira e sábado)
Noturna / 1x por semana (4ª feira)
Noturno / 1x por semana (Sábado)

Mapa dos Setores da Coleta Seletiva


51

1.2.2.4. Coleta Seletiva em Grandes Geradores e em Pontos de Entrega


Voluntária - PEVs

Na coleta seletiva em grandes geradores e em locais de entrega voluntária também


não há o deslocamento contínuo de veículos coletores porta a porta, mas sim o reco-
lhimento de resíduos adequadamente armazenados em estabelecimentos e locais
preestabelecidos.

Para esses serviços, o DLU, através de Contrato, ou pela parceria com as cooperati-
vas, disponibiliza uma equipe própria e veículo específico de coleta (caminhões poli-
guindastes, carrocerias ou gaiolas).

1.2.2.4.1. Ecopontos

O Departamento de Limpeza Urbana (DLU) disponibiliza, atualmente, 16 locais devi-


damente preparados com o intuito de atender à demanda oriunda dos serviços geren-
ciados pelos órgãos públicos, como também de usuários diversos e de pequenos ge-
radores interessados em dar a destinação adequada aos seguintes tipos de resíduos:
 Podas e gralharias oriundas da jardinagem;
 Resíduos da construção civil (entulhos, madeiras, latas de tinta);
 Pilhas e baterias;
 Materiais recicláveis (plásticos, papéis, papelões, vidros, metais, entre outros);
 Óleo vegetal;
 Madeiras beneficiadas inservíveis;
 Resíduos volumosos (objetos inservíveis - sofás, armários, móveis, entre outros);
 Resíduos tecnológicos e eletroeletrônicos;
 Pneus;
 Lâmpadas.

A tabela, a seguir, apresenta a quantidade de resíduos sólidos coletados nos Ecopon-


tos, entre os anos 2010 e 2020.
52

Quantidade de Resíduos Coletados em Ecopontos entre 2010 e 2020


Coleta em Ecopontos
Ano
(t)
2010 1.542,57
2011 5.447,09
2012 13.802,28
2013 18.293,44
2014 21.387,76
2015 27.930,53
2016 21.983,53
2017 24.294,60
2018 29.357,81
2019 31.572,71
2020 34.209,18
Média 20.892,86
Fonte: Revisão do Plano de Resíduos

Os resíduos permanecem, temporariamente no local, até que sejam transferidos para


as respectivas unidades de tratamento e disposição final.

Os locais são cercados e possuem vigilância e são providos de equipamentos ade-


quados para o combate a incêndios, em conformidade com as legislações aplicáveis
e vigentes

Os Ecopontos contam com caixas brooks de 5 m³ e contêineres de PEAD com 1 m³


de capacidade.

A transferência dos materiais depositados nas caixas Brooks e nos contêineres se dá


no sistema refil, ou seja, deixa-se uma caixa vazia, retirando a cheia que é conduzida
até o local de triagem, tratamento ou de disposição final de cada resíduo, obedecendo
às normas ambientais e de trânsito vigentes, especialmente no que tange a cobertura
e sinalização da carga.

A quantidade mínima de retiradas diárias de caixas Brooks obedece, em média, a


04 viagens por dia em cada unidade. Os caminhões poliguindastes possuem capaci-
dade de carga para 02 caixas Brooks, ou seja, para cada viagem realizada retiram-se
02 caixas.
53

Os materiais recicláveis são acondicionados nos contêineres roll-on roll-off de 2,5 m³


e destinados às cooperativas de recicláveis que estão inseridas no Programa Munici-
pal de Economia Solidária.

Os resíduos recebidos nos Ecopontos devem ser perfeitamente segregados, de


acordo com as suas tipologias anteriormente citadas, quando dos seus recebimentos.

Para esses serviços são mobilizados 01 agente ambiental, no período diurno, e


01 vigilante noturno por Ecoponto.

Os Ecopontos existentes somam 16 unidades operacionais e localizam-se nos seguin-


tes Bairros: Jardim São Gabriel, Vila União, Jardim Eulina, Vila Campos Sales,
Parque Itajaí, Jardim Paranapanema, Parque Itália (Ecoponto Pneus), Vida Nova,
Jardim Pacaembu, Parque São Jorge, Barão Geraldo, Parque Vila Norte,
Distrito de Sousas, Carlos Crimaldi, Jardim Marisa e Região Central.

Em relação às equipes e equipamentos têm-se, no mínimo:


 01 motorista;
 01 caminhão poliguindaste;
 Caixas Brooks;
 Contêineres.
54

21

15

8
20
6
3
14 10
13 Ecopontos e Pontos Verdes
9
1 - Ecoponto São Gabriel
17 11 2 - Ecoponto Vila União
3 - EcopontoJardim Eulina
2
4 - Ponto Verde de Sousas
1
16 5 - Ecoponto Vila Campos Sales
5 6 - Ecoponto Boa Vista
7 - Ecoponto Parque Itajaí
7 8 - Ponto Verde Carlos Grimaldi
9 - Ecoponto Jardim Paranapanema
10 - Ponto Verde Brandina
12 11 - Ponto Verde Pompeia
12 - Ecoponto Vida Nova
18 13 - Ecoponto Pacaembu
14 - Ecoponto Parque São Jorge
15 - Ponto Verde Costa e Silva
16 - Ponto Verde Vila Formosa
17 - Ponto Verde Roseira
18 - Ponto Verde Vista Alegre
19 - Ponto Verde São Domingos
20 - Ataliba Nogueira
21 - Ecoponto Barão Geraldo
19

Localização dos Ecopontos e Pontos Verdes


55

1.2.2.5. Pontos Verdes

Os 07 Pontos Verdes existentes em Campinas são locais utilizados pela população,


como ponto de entrega voluntária de entulhos e outros tipos de resíduos, tais como:
podas e galharias de pequenos geradores, com exceção dos resíduos domiciliares.

Os Pontos Verdes são providos cada um com 06 caixas Brooks de 5 m³ cada (03 em
uso e 03 em trânsito). O transporte para a destinação final dos resíduos coletados
nessas caixas é feito por caminhões tipo poliguindaste trucados.

Após o esgotamento de volume das caixas Brooks, essas são transportadas para as
respectivas unidades de triagem, tratamento e destinação final específica para cada
tipo de material.

A equipe mobilizada para cada viagem é composta por 01 motorista e 01 ajudante,


munida de ferramentas e materiais adequados.

A relação atualizada dos Pontos Verdes existentes no Município é a seguinte:


 Vila Brandina, Rua Jean Mermoz, s/n;
 Campo Belo, SP-324;
 Taquaral, Portão Principal;
 Costa e Silva, Rua Saldanha da Gama, s/n;
 Jardim das Roseiras, Rua Álvaro Pinheiro de Mello, 165, Jardim Campos Elísios;
 Itatiaia (Buraco do Sapo), Rua João de Camargo, 28;
 Shangrilá, Rua Argeu Pires Neto, s/n.

A tabela, a seguir, apresenta a quantidade de resíduos sólidos coletados nesses Pon-


tos Verdes, entre os anos de 2016 e 2020.
56

Quantidade de Resíduos Coletados em Pontos em Verdes, entre 2016 e 2020


Coleta em Pontos Verdes
Ano
(t)
2016 9.335,70
2017 13.101,87
2018 16.115,36
2019 18.875,10
2020 18.361,68
Média 15.157,94
Fonte: Revisão do Plano de Resíduos

1.2.2.6. Destinação do Material Reciclável Seco

Conforme estabelece o Decreto Municipal no 14.265/2001, todo material coletado atra-


vés do sistema de coleta seletiva é encaminhado às cooperativas de reciclagem, que
realizam a separação dos materiais, beneficiando-os através de simples classificação
para a posterior comercialização.

A relação das 12 Cooperativas hoje existentes no Município de Campinas, segundo o


endereço e número de cooperados, pode ser observada a seguir.

Cooperativas do Município de Campinas


Número de
Cooperativas Endereço
Cooperados
Aliança Rua Antônio José Rodrigues - Nova Aparecida 21
Antônio da Costa Santos Avenida 02, s/n - Satélite Íris II 37
Santo Expedito Rua Basílio da Gama, s/n - Vila Castelo Branco 15
Renascer Rua Embarque Samia Zarur - Jardim Santa Lúcia 16
Bom Sucesso Rua Orlando da Silva Gírio - Vila Régio 15
Nova Vida Rua dos Cambarás, 670 - Vila Boa Vista 14
Santa Genebra Rua Estácio de Sá, 577 - Santa Genebra 10
Reciclar Rua Alaíde Nascimento de Lemos - Jardim Proença 39
São Bernardo Avenida Prefeito Faria Lima, 630 - São Bernardo 25
Remodela Avenida José Cristóvão Gonçalves - Jardim Stella 14
São Caetano Estrada do Mão Branca, s/n - São Caetano 15
Unidos da Vitória Rodovia Dom Pedro I - Ceasa Campinas 18

Além da entrega dos resíduos recicláveis para as Cooperativas, a municipalidade


busca a contratação de serviços junto às Cooperativas, que compreende a contrata-
ção das mesmas, mediante a remuneração, cabendo à futura CONCESSIONÁRIA, a
coleta dos recicláveis, sua triagem e destinação final para a reciclagem.
57

Neste aspecto, a partir de 2014 foram contratadas a Cooperativa Antônio da Costa


Santos e a Cooperativa Nossa Senhora Aparecida - Projeto Reciclar.

1.2.2.7. Destinação dos Rejeitos

Os rejeitos não passíveis de reciclagem, acumulados na coleta seletiva, são encami-


nhados para a disposição final no Aterro Sanitário Estre, em Paulínia.

1.2.2.8. Competências e Responsabilidades

No atual Sistema de Gestão de Resíduos Sólidos Domiciliares e Comerciais -


Coleta Seletiva do Município de Campinas, as competências e responsabilidades são
assim definidas:
 Administração Municipal, através do Departamento de Limpeza Urbana (DLU) e da
CONCESSIONÁRIA
 Assegurar para que os veículos coletores passem regularmente nos mesmos
locais, dias e horários;
 Divulgar com a devida antecedência, o programa de coleta seletiva, bem como
de outros tipos de resíduos;
 Promover o transporte e envio dos materiais adequados às cooperativas de
triagem.

 População
 Efetuar a separação dos materiais secos e úmidos, acondicionando-os sepa-
radamente;
 Colocar os resíduos em locais de fácil acesso aos caminhões da coleta, devi-
damente acondicionados, evitando assim, o acesso de insetos, roedores e
outros animais;
 Colocar os recipientes contendo os resíduos, no dia e hora programados com,
no máximo, duas horas de antecedência.
58

 Cooperativas de Reciclagem
 Efetuar a segregação dos diferentes tipos de materiais secos, aglutinando-os
em fardos;
 Encaminhar os materiais triados para as centrais de reaproveitamento e recicla-
gem.
59

1.2.3. Resíduos de Limpeza Urbana

São considerados resíduos provenientes de limpeza urbana, os seguintes tipos de


resíduos:
 Varrição de vias públicas;
 Instalação, reposição e manutenção de papeleiras;
 Varrição manual de praças públicas;
 Operação de limpeza especial de calçados;
 Limpeza e lavagem de feiras livres;
 Lavagem especial de locais públicos;
 Limpeza de galerias e córregos;
 Restos de podas de árvores;
 Corpos de animais;
 Limpeza de feiras livres.

Atualmente, para a execução dos serviços pertinentes ao trato com os resíduos


sólidos urbanos existe o Contrato de Prestação de Serviço no 136/2020 com o
Consórcio Renova Ambiental, que realiza todos os serviços que constituem o Sistema
Municipal de Limpeza Urbana gerenciado pelo Departamento de Limpeza Urbana -
DLU.

1.2.3.1. Serviços de Varrição Manual

Estes serviços consistem na remoção ou retirada de resíduos das vias públicas, cuja
origem se deu por fenômenos naturais, como é o caso de folhas e flores de árvores,
de terra e areia trazidas de terrenos baldios e construções, pelas chuvas; além dos
resíduos originados por motivos acidentais, como papéis, embalagens e detritos ati-
rados nos passeios ou jogados dos veículos.

Todos os resíduos descartados pela população são varridos, manualmente, e acondi-


cionados em sacos plásticos de 100 litros, agrupando-os em locais apropriados para,
posteriormente, serem coletados e transportados até o aterro sanitário.
60

Os serviços de varrição também consistem na limpeza das papeleiras, que são equi-
pamentos públicos que deveriam estar disponíveis à população, principalmente em
locais estratégicos como áreas comerciais, pontos de acesso a sistemas de transporte
coletivo, praças públicas e outros.

Esses serviços são considerados essenciais na hierarquia da limpeza urbana, princi-


palmente, porque proporcionam um aspecto visual positivo, bem como um bem-estar
para todas as pessoas que transitam pelos locais públicos.

O sistema de varrição manual de vias e logradouros públicos atende aos seguintes


locais:
 Área central expandida;
 Parques e praças públicas;
 Terminais rodoviários;
 Grandes avenidas;
 Eventos culturais e esportivos;
 Áreas comerciais.

a) Quantificação dos Resíduos

A tabela, a seguir, apresenta a quantificação dos resíduos de varrição manual de vias


e praças da área central, durante os anos de 2016 a 2020.

Quantidade de Resíduos de Varrição Manual entre 2016 e 2020


Varrição
Ano
(t)
2016 640,75
2017 663,74
2018 566,77
2019 712,44
2020 450,67
Total 3.034,37
Média 606,87
Fonte: Revisão do Plano de Resíduos
61

Os gráficos, a seguir, mostram a composição física dos resíduos sólidos provenientes


dos serviços de varrição de vias e logradouros públicos na área central e nas principais
vias do Município.

Composição Física - Resíduos Sólidos da Varrição (RSVs) no Centro

Fonte: Revisão do Plano de Resíduos

Composição Física - Resíduos Sólidos da Varrição (RSVs) em Vias Públicas

 
Fonte: Revisão do Plano de Resíduos

Observa-se que, a composição física dos resíduos de varrição não se restringe ape-
nas a resíduos sólidos estritamente inertes, constituídos basicamente de areia, terra,
folhas e pequena quantidade de papel.
62

O sistema de varrição manual acusa o aparecimento em sua composição física, de


outras categorias de resíduos, incompatíveis com o tipo de atividade, e que nunca
deveriam estar presentes em resíduos gerados em locais públicos. Pela composição
física dos resíduos de varrição de Campinas, verifica-se que quase a metade é repre-
sentada por material reciclável.

O percentual elevado de resíduos não típicos de varrição, tanto na área central como
nos serviços executados nas principais vias públicas, indica o excesso de resíduos
lançados no solo para ser varrido, sinalizando com isso, uma falta de conscientização
das pessoas no descarte aleatório de resíduos nas vias públicas.

Portanto, o aparecimento de matéria orgânica e material reciclável em quantidades


significativas nos resíduos de varrição justifica-se, muito provavelmente, pelo uso ina-
dequado dos equipamentos públicos (papeleiras) e, também, pelo descarte irregular
de resíduos em locais públicos, que está ligado às questões de educação ambiental.

Série Histórica de Varrição Manual, no Período entre 2010 e 2020


Sistema de Varrição Manual
Extensão
Ano
(km)
2010 150.575,04
2011 119.646,40
2012 111.735,88
2013 122.147,12
2014 123.865,58
2015 137.448,17
2016 142.097,97
2017 98.991,88
2018 96.857,22
2019 98.047,80
2020 93.626,95
Total 1.295.039,99
Média 117.730,91
Fonte: Revisão do Plano de Resíduos
63

b) Equipes e Equipamentos

As equipes são constituídas de, no mínimo:


 02 varredores;
 01 carrinho do tipo lutocar e ferramentas adequadas, tais como: vassouras, pás,
sacos plásticos e outras.

c) Abrangência dos Serviços

Todo o sistema percorre, aproximadamente, 300 km/dia em todos os locais mencio-


nados anteriormente, passando mais de uma vez em um mesmo local, quando o fluxo
de pessoas é intenso, justificando assim, o repasse da varrição.

Uma equipe de trabalho consegue atingir uma produção mínima de, aproximada-
mente, 1,50 km/dia atuando em todas as calçadas, meios-fios, guias e sarjetas. Um
elemento da equipe realiza a varrição dos resíduos, agrupando-os em pequenos mon-
tes, e o outro coloca esses resíduos no carrinho, com a ajuda de pá e da própria
vassoura.

Após o preenchimento da capacidade volumétrica do carrinho, o saco plástico é amar-


rado e disponibilizado para a coleta, e um novo saco plástico é colocado no carrinho,
para ser novamente recarregado e, assim, sucessivamente, até completar a jornada
diária de trabalho.

Para a realização desses serviços, a empresa contratada disponibiliza, aproximada-


mente, 400 pessoas, incluindo a reserva técnica, bem como toda a logística operacio-
nal de controle, apoio e fiscalização do sistema.

Diariamente, o sistema de varrição manual de vias públicas atua, em aproximada-


mente, 10% da extensão total de vias pavimentadas, sendo que nas vicinais e na
malha rodoviária não existe a prestação dos serviços, por conta de incompatibilidade
técnica.
64

Atualmente existem, aproximadamente, 3.000 recipientes para o recebimento de pa-


péis e outros pequenos resíduos na região do Centro expandido, que engloba o qua-
drilátero entre as Avenidas Anchieta, Orosimbo Maia, Senador Saraiva e Moraes
Salles, com uma área em torno de 850.000 m².

O sistema de varrição manual de vias e logradouros públicos não pode atuar em toda
a malha viária do Município, devendo ser implantado apenas nos locais pavimentados
e de grande concentração de pessoas. Caracteriza-se assim, por ser um serviço cor-
retivo, sendo reduzido à medida que cresce a conscientização das pessoas em não
descartar os resíduos em locais impróprios.

d) Frequências, Períodos e Horários dos Serviços

Os serviços são executados, normalmente, de 2ª feira a sábado, sempre no período


diurno, das 07h às 15h20.

1.2.3.2. Instalação, Reposição e Manutenção de Papeleiras

O número de papeleiras instaladas, durante o período de 2014 a 2020, está apresen-


tado na tabela, a seguir.

Número de Papeleiras Instaladas entre 2014 e 2020


Varrição
Ano
(un)
2014 902,00
2015 1572,00
2016 1.809,00
2017 1.852,00
2018 2.600,00
2019 3.365,00
2020 4.186,00
Média 2.326,57
Fonte: Revisão do Plano de Resíduos

Os serviços são executados apenas nos locais pavimentados e de grande concentra-


ção de pessoas, através dos serviços de varrição manual. 
65

1.2.3.3. Serviços de Varrição Mecanizada

Os serviços de varrição mecanizada não são contemplados, atualmente, pelo Sistema


de Limpeza Urbana do Município de Campinas.

1.2.3.4. Varrição Manual de Praças Públicas

Os serviços de varrição manual de praças públicas compreendem a limpeza manual


programada dos passeios, calçadões e locais revestidos nas áreas das praças, segui-
dos do agrupamento e acondicionamento dos resíduos, disponibilizando-os para a
coleta manual e o transporte.

Os resíduos dessa varrição manual são transportados e pesados na balança locali-


zada no Complexo Delta 1A, juntamente com os resíduos domiciliares para, em se-
guida, serem encaminhados para a disposição no Aterro Sanitário Municipal, mais
especificamente em sua ETT - Estação de Transferência e Transbordo, de onde são
enviados para a disposição final em aterro privado localizado em Paulínia.

a) Áreas e Quantidades

A área das praças públicas cobertas por esses serviços é de, aproximadamente,
62.400.000,00 m² anuais ou 200.000,00 m² diários.

A tabela, a seguir, apresenta os dados referentes a esses serviços, entre os anos de


2014 e 2020.

Varrição Manual de Praças Públicas entre 2014 e 2020


Varrição
Ano
(m2)
2014 63.542.461,04
2015 65.977.064,80
2016 66.279.246,76
2017 57.086.604,20
2018 52.728.035,11
2019 52.861.296,89
2020 52.951.669,89
Média 58.775.196,96
Fonte: Revisão do Plano de Resíduos
66

b) Frequências, Períodos e Horários dos Serviços

Esses serviços são executados nos períodos diurno, das 07h às 15h20, e noturno,
das 14h20 às 22h40, de 2ª feira a sábado, podendo ser estendidos como plantão para
domingos e feriados.

1.2.3.5. Limpeza Especial de Calçadões

Os serviços referentes à operação de limpeza de calçadões têm o objetivo de atender


às necessidades específicas da região central da Cidade, onde alguns locais caracte-
rizam-se por uma intensa movimentação de pedestres.

Os serviços consistem na varrição dos calçadões, realizada manualmente por duplas


de varredores que, após o agrupamento dos resíduos, acondicionam-os em lutocares
com sacos plásticos.

Quando os lutocares estiverem cheios, são depositados no piso do calçadão para se-
rem recolhidos, onde ficam armazenados em 04 contêineres de 1.000 L de PEAD, à
espera da equipe de coleta regular.

Os resíduos dessa varrição manual são transportados e pesados na balança locali-


zada no Complexo Delta 1A, juntamente com os resíduos domiciliares para, em se-
guida, serem encaminhados para a disposição no Aterro Sanitário Municipal, mais
especificamente em sua ETT - Estação de Transferência e Transbordo, de onde são
enviados para a disposição final em aterro privado localizado em Paulínia.

a) Abrangência dos Serviços

Esses serviços são realizados nos calçadões situados na área central da Cidade de
Campinas.
67

b) Frequências, Períodos e Horários dos Serviços

Os serviços são executados de 2ª feira a sábado, podendo ser realizados, também,


aos domingos e feriados, das 07h às 15h20, e noturno, das 14h20 às 22h40.

1.2.3.6. Limpeza e Lavagem de Feiras Livres

Os serviços de limpeza e lavagem dos locais públicos onde são realizadas as feiras
livres consistem das seguintes etapas:
 Limpeza da área e agrupamento dos resíduos;
 Lavagem com jateamento d'água sob alta pressão.

Após a desmontagem das barracas e retirada total dos materiais, a área é


liberada para que a equipe de limpeza possa reunir o material em um único ponto
que, posteriormente, será coletado por um veículo dos serviços de coleta regular,
previamente programado.

Após a coleta, o material é encaminhado para pesagem e, em seguida, direcionado


para o Aterro Sanitário Estre, em Paulínia.

Concluídos os serviços de limpeza e de retirada dos detritos soltos, inicia-se a se-


gunda etapa representada pela lavagem das áreas, por meio de jateamento d’água
com pressão suficiente para a extração dos detritos e líquidos impregnados nos pi-
sos.

Atualmente, o Município de Campinas conta com, aproximadamente, 12 feiras livres


diariamente na área urbana, sendo que os serviços de limpeza e lavagem de feiras
livres encontram-se eficientes.

Nas coletas de feiras livres não há qualquer tipo de segregação dos resíduos cole-
tados.
68

Cada equipe destinada aos serviços de limpeza e lavagem dos locais públicos onde
são realizadas as feiras livres no Município de Campinas é composta por:
 02 motoristas;
 03 ajudantes;
 01 caminhão tanque de 10.000 litros dotado de grupo gerador, para o acionamento
do compressor da bomba de água sob alta pressão;
 01 veículo utilitário tipo Kombi ou similar, para o transporte dos funcionários, mu-
nidos de ferramentas e produtos adequados;
 Ferramentas e produtos adequados, como vassourão, vassourinha, pá, espátula
e materiais tensoativos.

Os funcionários da coleta são treinados e orientados quanto aos procedimentos junto


à população atendida.

Está apresentada, a seguir, a programação dos serviços de limpeza e lavagem dos


locais onde são realizadas as feiras livres no Município de Campinas.

Programação dos Serviços de Limpeza e Lavagem dos Locais de Feiras Livres


Dias Locais
Rua Tabira - Jardim Amazonas
Avenida Francisco de Angelis, 1.600 - Vila Paraíso
Rua Luís de França Camargo, 111 - Parque Industrial
Rua Conselheiro Antônio Carlos - Jardim Campos Elíseos
Rua José Paulino, 1.970 - Centro
Terça-feira Rua Germânia, 442 - Bonfim
Rua Cônego Manoel Garcia, 875 - Jardim Chapadão
Centro de Convivência - Praça Imprensa Fluminense
Avenida Dr. Jesuíno Marcondes Machado, 1.020 - Chácara da Barra
Rua Fernão Lopes, 1.616 - Parque Taquaral
Rua Maria Aparecida Ferreira Rozo - Jardim Magnólia
Rua Frei Antônio de Pádua - Jardim Guanabara
Rua Cadete João Teixeira, 267 - Vila Teixeira
Rua Sud Mennuci, 401 - Jardim Aurélia
Avenida Transamazônica, 400 - Jardim Garcia
Rua Joaquim Duarte Barbosa, 122 - Jardim Cura D'ars
Rua General Setembrino de Carvalho, 331 - Ponte Preta
Quarta-feira Bosque dos Jequitibás (Estacionamento)
Rua Presidente Prudente, 560 - Jardim Alto da Barra
Rua Francisco Moretzshon, 13 - Jardim Santana
Avenida Pamplona, 33 - Jardim Santa Genebra
Rua Maria Tereza Dias da Silva, 70 - Cidade Universitária
Avenida Cardeal Dom Agnello Rossi - Vila Padre Anchieta
Rua dos Ébanos, 120 - Vila Boa Vista
69

Programação dos Serviços de Limpeza e Lavagem dos Locais de Feiras Livres


Dias Locais
Rua 24 de Maio, 552 - Vila Industrial
Rua Arnaldo Barreto, 795 - São Bernardo
Rua Mineiros do Tietê, 57 - Vila Pompeia
Rua Pompeu Carvalho de Moura, 47 - Jardim dos Oliveiras
Rua Joaquim de Paula Souza, 273 - Jardim Proença
Praça Igreja Nossa Senhora Aparecida - Avenida Dr. Arlindo Joaquim de Lemos,
Quinta-feira 1.110 - Jardim Proença
Rua Monsenhor Dr. Emílio José Salim, 37 - Sousas (Praça Beira Rio)
Avenida Angelino Gregório, 187 - Jardim América
Estádio da Ponte Preta
Rua Capitão Francisco de Paula, 67 - Cambuí
Rua Dom Bosco, 78 - Taquaral
Rua Professor Jorge Nogueira Ferraz, 96 - Jardim Chapadão
Rua Willian Booth, 779 - Jardim Pauliceia
Avenida Estados Unidos - Praça Pan Americana - Nova Europa
Rua Dois Córregos, 140 - Jardim Dom Nery
Avenida Papa João XXIII, 399 - Jardim Eulina
Rua General Marcondes Salgado, 184 - Bosque
Sexta-feira
Centro de Convivência (Orgânica) - Praça Imprensa Fluminense
Rua Cesário Mota, 245 - Botafogo
Rua Jorge de Figueiredo Corrêa - Parque Taquaral (Portão Principal)
Rua Alferes João José, 117 - Jardim Guanabara
Rua Reinaldo Laubenstein, 631 - Jardim Quarto Centenário
Avenida Brasília, 132 - Jardim Roseira
Rua William Faracini, 95 - Parque Residencial Vila União
Rua Francisco de Assis Pupo, 629 - Vila Industrial
Rua Alberto Villani, 58 - Vila Nova
Rua Maria Monteiro, 968 - Cambuí
Sábado
Rua Frei José do Monte Carmelo, 1.198 - Jardim Proença
Avenida Cardeal Dom Agnello Rossi, 512 - Conjunto Habitacional Padre Anchieta
Rua Pedro Garcia Fernandes, 165 - Jardim Santa Mônica
Rua Leonardo da Vinci, 218 - Jardim Bela Vista
Praça 44 - Rua dos Camuris, 214 - Vila Costa e Silva
Avenida Rio de Janeiro - Vila São Bernardo
Rua Sofia Valter Salgado - Vila Castelo Branco
Avenida das Amoreiras - Tancredão
Rua Uruguaiana - Centro
Rua Dr. José Bento de Assis, 177 - Jardim São Pedro
Rua Dr. Betim, 270 - Vila Marieta
Domingo
Avenida Engenheiro Artur Segurado, 72 - Jardim Leonor
Avenida Dona Júlia Conceição Alves - Vila Santana (Sousas)
Rua Conselheiro Antônio Prado - Parque Jatibaia (Sousas)
Avenida Martinha Nogueira - Vila 31 de Março
Rua Nura Mussi de Camargo Penteado - Jardim Santa Genebra II (Barão Geraldo)
Rua dos Ipês Roxos, 217 - Vila Boa Vista
Fonte: Revisão do Plano de Resíduos
70

1.2.3.7. Lavagem Especial de Locais Públicos

Os serviços de lavagem especial de locais públicos consistem na aplicação de proce-


dimentos específicos, nos quais as condições são extremamente desfavoráveis, de-
vido à necessidade de remoção de graxas, colas, resinas e outros resíduos impreg-
nados nos pisos e paredes e, portanto, onde não é recomendável uma simples lava-
gem convencional.

Fazem parte da relação de locais públicos a serem atendidos por esses serviços, as
escadarias, passarelas, calçadas de pontes e de viadutos e outros, indicados pelo
DLU.

Além desses locais, esses serviços também complementam os serviços de Operação


de Limpeza Especial de Calçadões, anteriormente descritos.

A lavagem é realizada com caminhão leve com reservatório de 2.500 L, máquina de


lavar a frio e a quente à alta pressão, e grupo gerador acompanhado de caminhão
pipa com tanque de 10.000 L, utilizado para o apoio e abastecimento do conjunto
especial de lavagem.

a) Equipes e Equipamentos

As equipes mobilizadas para esses serviços envolvem, no mínimo, os seguintes pro-


fissionais:
 03 ajudantes;
 02 motoristas;
 01 caminhão leve com reservatório de 2.500 L, máquina de lavar a frio e a quente
à alta pressão e grupo gerador;
 01 caminhão pipa com tanque de 10.000 L, dotado de ferramentas e produtos ade-
quados.
71

b) Frequências, Períodos e Horários dos Serviços

Os serviços são executados de 2ª feira a sábado, no período diurno, das 07h às


15h20, isolando as áreas para não interferir na circulação dos pedestres.

1.2.3.8. Limpeza Manual de Bocas de Lobo

Estima-se que Campinas possui 45.000 bocas de lobo distribuídas ao longo das vias
da Cidade, que demandam de limpeza, desobstrução e remoção dos detritos, bem
como de ramais de galerias de águas pluviais.

Uma equipe de 01 motorista e 04 bueiristas, com ferramental adequado, executam


esses serviços na Cidade.

a) Quantidades

A tabela, a seguir, apresenta a quantidade de resíduos coletados em bocas de lobo


entre 2010 e 2020.

Quantidade de Resíduos Coletados em Bocas de Lobo entre 2010 e 2020


Limpeza
Ano
(t)
2010 1.054,02
2011 851,18
2012 876,31
2013 918,48
2014 857,16
2015 1.232,71
2016 970,68
2017 705,19
2018 1.197,49
2019 1.091,85
2020 1.048,84
Média 982,17
Fonte: Revisão do Plano de Resíduos
72

b) Frequências, Períodos e Horários dos Serviços

Os serviços são executados em toda a área urbana do Município, de 2ª feira a sábado,


no período diurno, das 07h às 15h20, isolando as áreas para não interferir na circula-
ção de pedestres e de veículos.

Excepcionalmente, esses serviços poderão ser executados no período noturno ou em


feriados, conforme a solicitação do DLU.

1.2.3.9. Limpeza Mecanizada de Bocas de Lobo

Os serviços de limpeza mecanizada de drenagem urbana consistem na limpeza e de-


sobstrução de bocas de lobo, poços de visita e galerias de águas pluviais, com a res-
pectiva remoção dos detritos.

Uma equipe de coletores bueiristas acompanha o equipamento hidrojato/vácuo e exe-


cuta os procedimentos, através de limpeza por sucção a vácuo com hidrojateamento
de água à alta pressão, nos locais a serem desobstruídos.

Os resíduos retirados dos dispositivos são acumulados no local dos serviços


para, após secos, serem transportados por caminhão basculante devidamente equi-
pado com sistema de cobertura de carga, até o local de pesagem e, posteriormente,
até o Aterro Sanitário Estre, em Paulínia.

a) Equipes e Equipamentos

Para os serviços de limpeza mecanizada de drenagem urbana são mobilizadas equi-


pes compostas por, no mínimo:
 01 motorista;
 02 coletores bueiristas, munidos de ferramentas adequadas e com EPIs específi-
cos, uma vez que poderão ter contato com materiais insalubres;
73

 01 caminhão hidrojato conjugado com hidrovácuo, de 15.000 L, trucado, com po-


tência suficiente de sucção e pressão, para desobstruir tanto as bocas de lobo
como os ramais de galerias.

b) Frequências, Períodos e Horários dos Serviços

Os serviços são executados em toda a área urbana do Município, de 2ª feira a sábado,


no período diurno, das 07h às 15h20, isolando as áreas para não interferir na circula-
ção de pedestres e de veículos.

Excepcionalmente, esses serviços poderão ser executados no período noturno ou em


feriados, conforme a solicitação do DLU.
74

1.2.4. Resíduos da Construção Civil

Em cumprimento à Resolução CONAMA no 307, de 05/07/2002, os RCCs são prove-


nientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil,
e resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos
cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, entre outros, comumente chamados de
entulhos de obras.

Os RCCs são gerados entre 0,40 a 0,70 toneladas por habitante por ano e represen-
tam cerca de 2/3 da massa dos resíduos sólidos municipais ou em torno do dobro dos
resíduos sólido domésticos.

Considerando o porte territorial e as características socioeconômicas do Município de


Campinas, o gerenciamento dos RCCs é bastante complexo, o que vem resultando
em diversas ações por parte da municipalidade, no sentido de disciplinar as ações e
contribuir para as questões ambientais e sanitárias.

Nesse sentido, o Município aprovou a Lei no 14.418, de 05 de outubro de 2012, que


instituiu o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e deu
outras providências, estabelecendo todo o regramento para o gerenciamento dos
RCCs, assim como a aplicação das penalidades aos infratores.

Visando ao reaproveitamento dos RCCs dos Grupos A e B, desde 2012 a Prefeitura


Municipal de Campinas implantou uma Usina de Reciclagem de Materiais (URM) na
Estrada da Mão Branca - Jardim São Caetano, onde são realizadas as atividades de
triagem, reciclagem e disposição final dos rejeitos em um aterro de inertes.

Diariamente, são recebidos na URM os RCCs das seguintes origens:


 Empresas particulares (transportadores), que realizam os serviços de remoção de
entulhos de obras particulares;
 Pequenos geradores;
 Grandes geradores;
75

 Obras públicas municipais;


 Coleta de pontos de descarte irregular.

Em 2017 iniciou-se o projeto para o desenvolvimento do Sistema Integrado dos Resí-


duos da Construção (SIRCC), com o objetivo de garantir a destinação correta dos
resíduos da construção civil, com base nas legislações em vigor, como a
Lei no 12.305/2010, que institui a PNRS; a Resolução CONAMA no 307/2002, a
Lei Municipal no 14.418/2012 e o Decreto Municipal no 18.167/2013.

O SIRCC integra um conjunto de soluções para que a Prefeitura tenha um maior con-
trole sobre a gestão dos RCCs no Município. Possui o Controle de Transporte de Re-
síduos - CTR eletrônico, além do mapeamento de todas as caçambas em utilização
pelo Município que descartam na URM, conforme a figura a seguir.

Mapeamento das Caçambas Ativas no Município de Campinas

Fonte: Revisão do Plano de Resíduos

No ano de 2018 foram realizadas ações de educação ambiental, com o objetivo de


contribuir com a sensibilização da população na transformação de suas práticas coti-
dianas, promovendo a conscientização quanto à importância da destinação correta
dos resíduos, minimizando a ocorrência de descartes irregulares no Município.
76

1.2.4.1. Quantidade de RCCs Recebidos

O volume total anual de RCCs recebidos entre o ano de 2013, até o mês de novembro
de 2020, pode ser observado na tabela a seguir.

A tabela apresenta, também, os quantitativos em toneladas, sendo que para a reali-


zação destes cálculos, utilizou-se como densidade dos materiais (entulhos), o valor
de 1.300 kg/m³.

Relação de Volume de Entrada de RCCs na URM, entre 2013 a Novembro de 2020


Quantidade Quantidade
Ano
(t) (m³)
2013 789.530 607.331
2014 747.851 575.270
2015 674.142 518.571
2016 212.757 163.659
2017 338.788 260.606
2018 478.760 368.277
2019 320.119 246.245
Novembro de 2020 215.822 166.017
Média 472.221 363.247
Fonte: Revisão do Plano de Resíduos

Observa-se na tabela anterior, que houve uma diminuição na entrada de resíduos na


URM, devido à crise que afetou diretamente a construção civil.

1.2.4.2. Volume por Classe de Resíduos

De acordo com a Resolução CONAMA no 307/2002, os resíduos da construção civil


são classificados da seguinte forma:
 Classe A: resíduos reutilizáveis ou reaproveitáveis, como agregados, tais como:
 De construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras
obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;
 De construção, demolição, reformas e reparos de edificações, como os compo-
nentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento e outros), ar-
gamassa e concreto;
77

 De processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto


(blocos, tubos, meios-fios, entre outros), geralmente produzidas nos próprios
canteiros de obras.
 Classe B: resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, pa-
péis/papelões, metais, vidros, madeiras e outros;
 Classe C: resíduos para os quais ainda não existem tecnologias e/ou aplicações
economicamente viáveis, que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como:
produtos oriundos do gesso;
 Classe D: resíduos enquadrados como perigosos, oriundos do processo de cons-
trução, tais como: tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou
prejudiciais à saúde originados de demolições, reformas e reparos de clínicas ra-
diológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e
materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde.

O gráfico, a seguir, apresenta o volume por classe de resíduos.

Volume por Classe de Resíduos

0,53%

A
30,24%

69,23% C

Fonte: Revisão do Plano de Resíduos

1.2.4.3. Quantitativos dos Rejeitos Dispostos no Aterro de Inertes

Após a britagem dos RCCs de Classe A, parte do material não passível de ser reci-
clado é considerado rejeito e encaminhado para a disposição final no Aterro de Iner-
tes, situado nas mesmas dependências da URM.
78

Percentual dos Resíduos Destinados ao Aterro de Inertes


Ano Percentual
2013 95%
2014 90%
2015 87%
2016 78%
2017 93%
2018 94%
2019 96%
Novembro de 2020 87%
Fonte: Revisão do Plano de Resíduos

1.2.4.4. Beneficiamento e Disposição Final

O processamento dos resíduos da construção civil é de extrema importância para o


Município, considerando os pontos de vista ambiental e econômico, sendo que o agre-
gado reciclado é reutilizado em obras pela Cidade, como manutenção de estradas
rurais e construções de praças. E, uma vez que os resíduos são processados, eles
deixam de ser aterrados, garantindo benefícios ao meio ambiente e aumento da vida
útil do aterro de resíduos inertes.

A URM encontra-se devidamente licenciada pela CETESB (Companhia Ambiental do


Estado de São Paulo), que emitiu as seguintes Licenças Ambientais: Licença de Ope-
ração no 5008598, para o britador, e Licença de Operação no 5009797, datada de
14/11/2019 e com validade até 14/11/2024, emitida para o Aterro de Resíduos Inertes
e da Construção Civil, com uma área de disposição de 1.204.080 m², com perímetro
de resíduos de 88.406 m², na Fase 1, e 108.588 m², na Fase 2, e capacidade nominal
de 2.485 m³/dia.

A URM é composta por pátio de recebimento de matérias-primas, área de triagem,


galpão de materiais triados, área de beneficiamento (Usina de Britagem), pátio de
material beneficiado e área da Cooperativa. A URM conta, também, com toda a infra-
estrutura de apoio como portaria, balança tipo rodoviária, escritórios da Administração
da Prefeitura e da terceirizada, cozinha e refeitório.

Todos os resíduos da construção civil recebidos na URM passam por uma triagem
preliminar.
79

No Pátio de Recebimento, uma vez identificados e separados, os resíduos enquadra-


dos como Classe A são direcionados para a Usina de Britagem, enquanto os resíduos
classificados como Classes B, C e D são encaminhados para a área de triagem. A
partir da figura, a seguir, é possível observar o fluxo de movimentação dos resíduos
da construção civil na URM.

Para a operação e administração da URM é utilizada a seguinte equipe:


 02 funcionários da Prefeitura Municipal;
 16 funcionários terceirizados;
 16 funcionários da cooperativa.

Os funcionários da coleta são treinados e orientados quanto aos procedimentos


junto à população atendida.

Todos os funcionários trabalham devidamente uniformizados e providos dos Equi-


pamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários à perfeita execução dos servi-
ços.
80

1.2.5. Resíduos Volumosos - Cata-Treco

Os serviços de coleta e transporte de resíduos volumosos caracteriza-se pela


coleta e retirada de grandes objetos inservíveis, como por exemplo, restos de móveis,
colchões e outros objetos similares de porte, não embalados em sacos plásticos, apre-
sentados pelos domicílios e/ou existentes nas vias e logradouros públicos, e popular-
mente conhecidos como Operação “Cata-Treco”.

Esses resíduos coletados são transportados e pesados na balança localizada no Com-


plexo Delta 1A, juntamente com os resíduos domiciliares para, em seguida, serem
encaminhados para a disposição no Aterro Sanitário Municipal, mais especificamente
em sua ETT - Estação de Transferência e Transbordo, de onde são direcionados para
a disposição final em aterro privado localizado em Paulínia.

1.2.5.1. Abrangência dos Serviços

A coleta dos resíduos volumosos abrange 100% da área urbana do Município.

1.2.5.2. Quantidades Coletadas

A quantidade de resíduos coletados entre 2010 e 2020 está apresentada na tabela, a


seguir.

Quantidade de Resíduos Volumosos Coletados entre 2010 e 2020


Cata-Treco
Ano
(t)
2010 2.126,48
2011 2.914,80
2012 3.294,24
2013 1.376,47
2014 1.759,75
2015 4.542,00
2016 4.072,17
2017 2.934,38
2018 4.188,30
2019 5.460,03
2020 4.725,93
Média 3.399,50
81

1.2.5.3. Formas de Coleta

Os serviços de coleta dos resíduos volumosos em Campinas são realizados


através de equipe especializada e, também, de entrega voluntária nos Ecopontos
do Município.

1.2.5.4. Equipes e Equipamentos de Coleta

Para a coleta e o transporte de resíduos volumosos, cada equipe de coleta é com-


posta por, no mínimo:
 01 motorista;
 02 ajudantes;
 01 caminhão carroceria metálica alongada e guarda alta, com ferramentaria ade-
quada.

Os funcionários da coleta são treinados e orientados quanto aos procedimentos


junto à população atendida.

Todos os funcionários trabalham devidamente uniformizados e providos dos Equi-


pamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários à perfeita execução dos servi-
ços.

1.2.5.5. Frequências, Períodos e Horários dos Serviços

Os serviços são executados de 2ª feira a sábado, podendo ser extrapolados para do-
mingos e feriados, caso seja necessário, para atender à programação de eventual
mutirão "Cata-Bagulho", sempre no período diurno, das 07h às 15h20.
82

1.2.6. Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (RSSSs)

Os Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (RSSSs) são aqueles provenientes de


atividades de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, tais como:
hospitais, clínicas médicas, clínicas odontológicas, clínicas veterinárias, farmácias,
laboratórios de análises e demais estabelecimentos congêneres.

Atualmente, a realização dos serviços de coleta, tratamento e disposição final dos


resíduos da saúde dos Grupos A, B e E é feita pela empresa Stericycle Gestão Ambi-
ental Ltda.

1.2.6.1. Tipos/Classes de Resíduos Coletados

Os RSSSs gerados em função de atividades de suporte às vidas e saúdes humana e


animal são classificados como perigosos, tendo em vista a sua patogenicidade
(ABTN NBR 10.004).

Segundo a Norma da ANVISA RDC 306, os resíduos dos serviços de saúde são
classificados como pertencentes aos Grupos A, B, C, D e E.

O modelo de classificação, a seguir, é baseado na ABNT NBR 12.808, bem como


na Resolução CONAMA n0 358, de 29/04/2005:
 Grupo A: Infectantes: esparadrapos, luvas e resíduos de ambulatório;
 Grupo B: Químicos: medicamentos vencidos e /ou contaminados e reagentes
de laboratório;
 Grupo C: Radioativos: resíduos de medicina nuclear e cápsulas de Raio-X;
 Grupo D: Comuns: tratados como RSUs;
 Grupo E: Perfurocortantes: lâminas de barbear, agulhas, lâminas de bisturi,
entre outros.

Resumidamente, observa-se que o Grupo A, nessa legislação, reúne os resíduos


com risco biológico. Os resíduos químicos (soluções diversas e medicamentos)
83

encontram-se nos Grupos B e C, os resíduos nucleares. Os resíduos do Grupo D


são muito similares aos resíduos domiciliares (resíduos comuns) e os resíduos do
Grupo E abrangem materiais perfurocortantes e os escarificantes, como agulhas e
bisturis.

Os RSSSs coletados são enquadrados no Grupo A (Subgrupos A1, A2 e A4) e no


Grupo E, cuja especificação já foi apresentada anteriormente.

1.2.6.2. Coleta e Transporte

A coleta dos RSSSs abrange 100% da área urbana do Município e é dividida da se-
guinte maneira:
 Grandes Geradores (GGs)
São considerados Grandes Geradores (GGs), os hospitais, sendo que nesses
locais, a coleta dos RSSSs é executada por meio de troca de contêineres, não
havendo o contato com os resíduos coletados.

Em Campinas, esses serviços são prestados pela municipalidade em 19 estabe-


lecimentos.

 Pequenos Geradores (PGs)


São considerados Pequenos Geradores (PGs), os centros de saúde, farmácias,
clínicas, laboratórios, ambulatórios, consultórios médicos, odontológicos e vete-
rinários, entre outros.

Em Campinas, atualmente, são atendidos cerca de 1.730 estabelecimentos.


84

1.2.6.3. Equipes e Equipamentos

 Grandes Geradores
As equipes e os equipamentos para a coleta dos grandes geradores são compos-
tos por:
 01 motorista;
 02 coletores;
3
 01 caminhão coletor tipo baú, com capacidade de 35 m dotado de plataforma
hidráulica para elevação.

 Pequenos Geradores
As equipes e os equipamentos para a coleta dos pequenos geradores são com-
postos por:
 01 motorista;
 01 coletor;
 04 veículos utilitários tipo furgão, com compartimento de carga fechado e es-
toque com capacidade de 500 kg.

Os funcionários da coleta são treinados e orientados quanto aos procedimentos junto


à população atendida.

Todos os funcionários trabalham devidamente uniformizados e providos dos Equi-


pamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários à perfeita execução dos servi-
ços.

1.2.6.4. Frequências, Períodos e Horários dos Serviços

A coleta dos RSSSs, no Município de Campinas, segue à seguinte distribuição:


 Grandes Geradores
O atendimento é diário e alternado, em razão da geração de resíduos de cada
hospital.
85

 Pequenos Geradores
O atendimento para os pequenos geradores é feito em uma frequência diária e
alternada, em razão da geração de resíduos de cada pequeno gerador.

1.2.6.5. Quantidades Coletadas

A seguir, estão apresentados os respectivos quantitativos desses serviços, a partir de


2014 a 2020.

Quantitativos dos Serviços de Coleta de Resíduos de Serviços de Saúde, entre 2014 e 2020
RSSs (t)
Ano
Grupo B Grupos A/E (PG) Grupos A/E (GG)
2014 23,33 439,8 1.006,33
2015 12,57 626,39 1.374,49
2016 11,73 535,79 1.461,73
2017 8,04 539,51 1.703,01
2018 6,51 535,96 1.486,00
2019 7,89 551,14 1.456,56
2020 12,74 540,74 1.717,11
Média 11,83 538,48 1.457,89
Fonte: Revisão do Plano de Resíduos
86

1.2.7. Coleta Seletiva de Óleos Vegetais Comestíveis

Os serviços de coleta seletiva de óleos vegetais comestíveis compreendem o recolhi-


mento regular de óleos mistos servidos que, gerados em cozinhas domiciliares e in-
dustriais, tenham condições de destinação para a cooperativa de transformação em
biodiesel e a posterior comercialização pelas empresas que tenham potencial de utili-
zação de energia renovável.

A coleta desses óleos dá-se em domicílios, Pontos de Entrega Voluntária e em gran-


des geradores.

1.2.7.1. Quantidades Coletadas

O Município de Campinas coleta, atualmente, 5.982 litros por mês de óleo comestível.

1.2.7.2. Formas de Coleta

Em Campinas, a coleta de óleo comestível se dá em domicílio por equipe especiali-


zada e, também, de entrega voluntária nos Ecopontos do Município, cujas especifi-
cações já foram apresentadas anteriormente.

1.2.7.3. Equipe e Equipamentos

O Município conta com 01 equipe para a coleta e o transporte de óleos vegetais co-
mestíveis, composta por:
 01 motorista;
 01 coletor;
 01 veículo utilitário tipo furgão, com compartimento de carga fechado e capaci-
dade de até 1.635 kg.

Os funcionários da coleta são treinados e orientados quanto aos procedimentos


junto à população atendida.
87

Todos os funcionários trabalham devidamente uniformizados e providos dos Equi-


pamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários à perfeita execução dos servi-
ços.

1.2.7.4. Destinação Final

Todo o óleo coletado no Município é doado à empresa Remodela, que realiza a reci-
clagem do mesmo.

1.2.7.5. Competências e Responsabilidades

No atual sistema de gestão de resíduos vegetais de óleos comestíveis do


Município de Campinas, as competências e responsabilidades são assim definidas:
 Administração Municipal, através do Departamento de Limpeza Urbana (DLU) e da
CONCESSIONÁRIA
 Asseguramento para que o veículo coletor passe regularmente nos mesmos
locais, dias e horários;
 Divulgação, com a devida antecedência, do programa de coleta dos resíduos
domiciliares, bem como de outros tipos de resíduos;
 Promoção do adequado transporte e envio dos resíduos ao sistema de trata-
mento e recuperação.

 População
 Acondicionamento e armazenamento adequados dos resíduos, conforme a
normatização específica;
 Colocação dos recipientes contendo os resíduos, no dia e hora programados
com, no máximo, duas horas de antecedência.
88

1.2.8. Resíduos Tecnológicos (Lâmpadas, Pilhas,


Baterias, Eletroeletrônicos e Outros)

Os principais produtos definidos como resíduos para a logística reversa são:


 Pneus;
 Pilhas e baterias;
 Embalagens e resíduos de agrotóxicos;
 Lâmpadas fluorescentes, de mercúrio e vapor de sódio;
 Óleos lubrificantes automotivos;
 Óleos de cozinha;
 Lixos eletrônicos (peças e equipamentos eletrônicos e de informática);
 Eletrodomésticos (geladeiras, fogões, micro-ondas, freezers, entre outros).

1.2.8.1. Formas de Coleta

Em Campinas, a coleta dos resíduos tecnológicos se dá em domicílios por equipe


especializada e, também, de entrega voluntária nos Ecopontos do Município.

1.2.8.2. Quantidades Coletadas

Em 2018, o Município de Campinas coletava, aproximadamente, 40 t/mês de resíduos


tecnológicos.

1.2.8.3. Equipe e Equipamentos

O Município conta com 0 1 equipe para a coleta e o transporte dos resíduos tecno-
lógicos, composta por:
 01 motorista;
 01 coletor;
 01 veículo utilitário tipo furgão, com compartimento de carga fechado e capaci-
dade de até 1.635 kg.
89

Os funcionários da coleta são treinados e orientados quanto aos procedimentos


junto à população atendida.

Todos os funcionários trabalham devidamente uniformizados e providos dos Equi-


pamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários à perfeita execução dos servi-
ços.
90

1.2.9. Resíduos Verdes

Os serviços de manutenção e conservação de áreas verdes geram um tipo específico


de resíduos, que se caracteriza basicamente por aparas de gramados, galhos e tron-
cos provenientes dos serviços de poda e extração de árvores e outras espécies de
vegetação características das atividades de jardinagem.

O Município apresenta, aproximadamente, 6.334.681,99 m² de áreas verdes, que ne-


cessitam de intervenção do Poder Público para a sua conservação, estando distribuí-
das em todo o território e representando uma taxa em torno de 6 m2/hab.

O território municipal, para efeitos administrativo e operacional, é subdividido em mi-


crorregiões, conhecidas como administrações regionais e macrorregiões, que reúnem
várias ARs.

Atualmente, os serviços de capina, poda e ajardinamento são realizados pelas em-


presas Lutucera Limpeza e Engenharia Ltda. e MB Engenharia.

Os resíduos vegetais originados dos serviços de poda de árvores (de áreas públicas,
parques municipais e canteiros centrais de avenidas), serviços de corte de gramados
e capina de vegetação daninha (realizados nas áreas verdes do Município) são enca-
minhados para um local próprio junto ao Aterro Delta A.

1.2.9.1. Formas de Coleta

Os resíduos verdes no Município de Campinas são coletados por equipe especiali-


zada, após efetuar os serviços de capina, poda e ajardinamento.

Os resíduos verdes são coletados, também, através de entrega voluntária nos Eco-
pontos e Pontos Verdes do Município.
91

1.2.9.2. Quantidades Coletadas

O Município de Campinas gera 24,45 toneladas diárias de resíduos verdes.

1.2.9.3. Sistema de Tratamento e Disposição Final

Os serviços de poda de árvores (de áreas públicas, parques municipais e canteiros


centrais de avenidas), serviços de corte de gramados e capina de vegetação daninha
(realizados nas áreas verdes do Município) são, atualmente, encaminhados para a
compostagem na denominada Usina Verde.

Em 2017 foi iniciada a implantação de uma usina de compostagem de resíduos orgâ-


nicos, através de convênio firmado entre a Prefeitura Municipal de Campinas e a Se-
cretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, através do Instituto
Agronômico de Campinas (IAC).

Os resíduos orgânicos abrangidos são: resíduos verdes oriundos de serviços de poda


e capinação de áreas verdes municipais, lodos de esgoto da ETE da SANASA e frutas,
verduras e legumes de origem do CEASA, entidades estas que firmaram convênio
para essa finalidade.

A unidade de compostagem está localizada na Fazenda Santa Eliza, à Avenida Cô-


nego Antônio Rocato, s/n, Bairro Campo dos Amarais, de propriedade do Instituto
Agronômico de Campinas (IAC).

Essa unidade de compostagem encontra-se licenciada pela CETESB que, em


30/05/2020 emitiu a Licença de Operação a Título Precário no 5001191, para proces-
sar, atualmente, até 100 toneladas/dia desses resíduos.

As premissas contidas na Lei Federal no 12.305/2010 adequam-se, plenamente, à


unidade.
92

A foto aérea, a seguir, mostra a localização dessa Usina Verde.

Localização da Usina Verde

Fonte: Google Earth

Essa Usina Verde encontra-se em fase inicial de operação, com as leiras de compos-
tagem ainda descobertas. Mas, está concluído um processo licitatório para a execu-
ção de barracões cobertos, nos quais essas leiras serão instaladas e operadas.

Para a utilização do composto na agricultura, a Secretaria de Agricultura e Abasteci-


mento/Prefeitura Municipal de Campinas deverão obter um registro no MAPA (Minis-
tério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), caso haja a aplicação do material
orgânico obtido no processo de compostagem em solo agrícola.

Enquanto o composto não obtém esse registro no MAPA, a sua destinação será para
aplicação no solo com a apresentação de projeto específico para essas áreas, inclu-
indo a proposta de monitoramento das mesmas.

A operação dessa usina é mecanizada, mediante a instalação e operação de um tri-


turador, um revolvedor de leiras e uma peneira rotativa, já adquiridos através de Lici-
tação e, atualmente, já em operação no local.
93

1.2.10. Serviços Públicos de Saneamento Básico

São caracterizados por lodos gerados em ETAs e ETEs, cuja responsabilidade para
o tratamento e a destinação final cabe à SANASA (Sociedade de Abastecimento de
Água e Saneamento S/A).

Parte do lodo gerado nas ETEs é encaminhado para a compostagem na Usina Verde,
descrita anteriormente.
94

1.2.11. Custos dos Serviços de Limpeza Urbana

Campinas possui significativo potencial de geração de receita para a Prefeitura Muni-


cipal, em função de uma ampla base tributária, propiciando a municipalidade a ofere-
cer aos seus cidadãos serviços públicos de qualidade.

No setor de limpeza urbana, o Município conta, atualmente, com contratos de presta-


ção de serviços contemplando desde a coleta e o transporte, até a disposição final e
tratamento dos resíduos urbanos.

Tomando-se por base, o ano de 2019, já que o mesmo inclui todos os serviços essen-
ciais e complementares de limpeza urbana, além de balanças, monitoramento dos
antigos aterros, operação da URM - Usina Recicladora de Materiais e coleta seletiva,
o Contrato para a provisão dos serviços de limpeza urbana gerou uma despesa anual
aproximada de R$ 164,5 milhões de reais no ano, o que representou em torno de
2,84% do total de despesas da Prefeitura.

Neste mesmo período, as receitas do Município pelos serviços prestados, ou seja,


taxa do lixo, serviços de remoção especial, aplicação de multas ou infrações, dívida
ativa, URM e hospitais gerou uma receita anual de R$ 179,2 milhões, sendo que tais
valores podem ser observados na tabela, adiante.

Salienta-se que, as receitas cobrem somente o custo com a limpeza urbana e são
suficientes somente para manter o atual escopo de serviços, não sendo possível com
esse valor, investir em novas tecnologias e ações para atender ao preconizado pela
Política Nacional de Resíduos Sólidos.

A partir dos dados apresentados na tabela adiante, é possível observar que os servi-
ços que apresentam maior despesa são realizados pelo Contrato vigente com o Con-
sórcio Renova Ambiental, que inclui os seguintes serviços:
 Sistema de Coleta e Transporte de Resíduos Sólidos Urbanos;
95

 Sistema de Coleta Seletiva, Implantação e Operação de Ecopontos e Pontos


Verdes;
 Sistemas de Serviços Complementares de Limpeza Pública;
 Sistema de Monitoramento do Aterro Delta A.
Despesas Efetivas de Limpeza Urbana
Despesas Referentes aos Serviços de Limpeza Urbana (R$)
Anos
Contratos
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Consórcio Renova Ambiental 83.305.003,10 80.584.638,55 87.617.043,63 92.321.722,63 90.960.075,61 97.535.480,66 104.059.440,18 104.729.073,19
Manutenção de Balanças 39.209,13 98.762,64 181.904,60 230.211,25 84.802,00 197.604,00 106.562,40
Estre Ambiental Ltda. 25.056.376,89 36.477.556,99 40.224.982,67 45.376.042,18 46.596.360,24 45.922.309,40 44.665.024,53
JC/JPRB Engenharia 12.640,15 18.330,91 22.473,46 56.026,13 14.903,49
Converd Ambiental Construção Civil Eireli 2.223.770,00 1.744.884,38 2.113.913,48 2.354.856,32 3.612.491,79 4.706.799,05 5.048.501,36 5.208.162,00
Converd (Britador) 573.544,27
Cooperativa ACS 330.826,50 386.055,49 413.967,39 396.595,86 477.781,39 471.503,82 363.902,53
Cooperativa NSA 56.299,07 344.399,86 403.869,68 489.184,07
Remack 176.152,00 416.482,00
Resíduos de Serviços de Saúde (RSSs) 2.720.629,24 4.523.206,49 5.699.252,71 7.186.689,39 8.318.769,19 7.751.042,16 7.120.533,93 6.597.845,59
Suzaquim 7.500,00 7.500,00
Geotech Consultoria Ambiental Ltda. 116.522,89 574.580,16 926.213,99 634.174,53 1.276.908,76 1.353.791,78 493.331,58
A Lasca 4.485,00
Total de Despesas 88.301.251,62 112.649.701,25 133.496.762,52 143.722.169,77 149.373.836,72 158.773.574,12 164.577.554,15 163.226.630,16
Receitas Referentes aos Serviços de Limpeza Urbana (R$)
Taxa de Remoção de Lixo 72.682.323,58 79.658.469,83 85.622.055,75 95.113.264,91 104.416.164,67 140.527.142,97 146.975.543,39 162.196.193,06
Taxa de Remoção Especial de Lixo 31.801,68 30.420,84 21.794,95 7.184,10 24.392,26 1.195.433,41
Taxa para o Descarte de Resíduos (Aterro) 30.420,84 21.794,95 7.184,10 1.731.513,74 27.733,99 8.764,34 1.056.203,00
Taxa de RSSs 727.141,83 710.580,15 769.405,61 1.066.054,44 2.420.376,22 1.056.297,02 89.950,54
Logística Reversa
URM 1.709.966,38 4.255.230,88 1.834.571,20 2.902.021,47 2.720.449,27 1.797.055,68 2.126.927,27
Auto de Infração 5.327,52 178.888,93 3.104.244,49
Multas e Juros (Taxas) 5.491.582,89 7.861.065,99 7.321.994,10
Dívida Ativa (Taxas) 1.253.545,26 18.372.095,09 1.231.440,47
Dívida Ativa, Multas e Juros 188.877,58
Total de Receitas 72.714.125,26 82.156.419,72 90.631.456,68 97.731.609,92 110.145.474,10 152.619.719,53 179.175.066,00 175.407.019,43
Balanço Financeiro -15.587.126,36 -30.493.281,53 -42.865.305,84 -45.990.559,85 -39.228.362,62 -6.153.854,59 14.597.511,85 12.180.389,27
96
97

1.2.12. Conhecimento da Situação Legal da Prestação


dos Serviços

1.2.12.1. Legislações Municipal, Estadual e Federal

A Lei Federal no 11.445/2007 estabelece as diretrizes nacionais para a prestação dos


serviços de saneamento básico.

A Lei define saneamento básico como o conjunto de quatro serviços públicos: abas-
tecimento de água potável, esgotamento sanitário, drenagem urbana e manejo de re-
síduos sólidos urbanos (coleta e disposição final do lixo urbano), estabelecendo que
o saneamento básico deva ser objeto de planejamento integrado, para cuja elabora-
ção o titular pode auferir a cooperação de outros entes da Federação e mesmo de
prestadores dos serviços.

Preveem-se, também, diretrizes para a prestação regionalizada de serviços de sane-


amento, quando uma mesma entidade presta serviço a dois ou mais Municípios, a
qual deve ter regulação e fiscalização unificadas (Artigo 14 e seguintes). Além disso,
a Lei traz regras para o relacionamento entre titulares e prestadores de serviços, no-
tando-se que os “titulares dos serviços públicos de saneamento básico poderão dele-
gar a organização, a regulação, a fiscalização e a prestação desses serviços, nos
termos do Artigo 241 da Constituição Federal e da Lei no 11.107, de 6 de abril de
2005” (Artigo 8o).

Sobre a atividade regulatória, a Lei define:


 Artigo 21: O exercício da função de regulação atenderá aos seguintes princípios:
I - Independência decisória, incluindo autonomias administrativa, orçamentária e
financeira da entidade reguladora;
II - Transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões.
 Artigo 22: São objetivos da regulação:
I - Estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para
a satisfação dos usuários;
II - Garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas;
98

III - Prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência


dos órgãos integrantes do sistema nacional de defesa da concorrência;
IV - Definir tarifas que assegurem tanto os equilíbrios econômico e financeiro dos
Contratos, como a modicidade tarifária, mediante os mecanismos que induzam a
eficiência e eficácia dos serviços e que permitam a apropriação social dos ganhos
de produtividade.

A Lei fornece, assim, diretrizes gerais para a regulação dos serviços, a qual deve ser
exercida por entidades com autonomias decisória, administrativa, orçamentária e fi-
nanceira; a regulação e a fiscalização dos serviços podem ser exercidas diretamente
pelo titular, sendo possível que a regulação de serviços públicos de saneamento bá-
sico seja “delegada pelos titulares a qualquer entidade reguladora constituída dentro
dos limites do respectivo Estado, explicitando, no ato de delegação da regulação, a
forma de atuação e a abrangência das atividades a serem desempenhadas pelas par-
tes envolvidas” (Artigo 23, § 1o).

Reconhece-se a necessidade de que os serviços de saneamento tenham sustentabi-


lidade econômica e, nesse sentido, o Artigo 29 da Lei estatui:
 Artigo 29: Os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade
econômico-financeira assegurada, sempre que possível, mediante a remuneração
pela cobrança dos serviços:
I - De abastecimento de água e de esgotamento sanitário: preferencialmente, na
forma de tarifas e outros preços públicos, que poderão ser estabelecidos para
cada um dos serviços ou para ambos conjuntamente;
II - De limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos: taxas ou tarifas e
outros preços públicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço
ou de suas atividades;
III - De manejo de águas pluviais urbanas: na forma de tributos, inclusive taxas,
em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades.
99

§ 1o: Observado o disposto nos Incisos I a III do “caput” deste Artigo, a instituição das
tarifas, preços públicos e taxas para os serviços de saneamento básico observarão as
seguintes diretrizes:
I - Prioridade para o atendimento das funções essenciais relacionadas à saúde
pública;
II - Ampliação do acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda aos serviços;
III - Geração dos recursos necessários para a realização dos investimentos,
objetivando o cumprimento das metas e objetivos do serviço;
IV - Inibição do consumo supérfluo e do desperdício de recursos;
V - Recuperação dos custos incorridos na prestação do serviço, em regime de
eficiência;
VI - Remuneração adequada do capital investido pelos prestadores dos serviços;
VII - Estímulo ao uso de tecnologias modernas e eficientes, compatíveis com os
níveis exigidos de qualidade, continuidade e segurança na prestação dos servi-
ços;
VIII - Incentivo à eficiência dos prestadores dos serviços.

§ 2o: Poderão ser adotados subsídios tarifários e não tarifários para os usuários e
localidades que não tenham capacidade de pagamento ou escala econômica sufici-
ente para cobrir o custo integral dos serviços.

A Lei, outrossim, relaciona os direitos e obrigações de usuários e prestadores dos


serviços e fixa diretrizes para a cobrança pela prestação dos serviços de saneamento
básico, incluindo as condições e situações em que estes podem ser interrompidos.

A Lei Federal no 12.305/2010 institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),


“dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretri-
zes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os
perigosos, às responsabilidades dos geradores e do Poder Público e aos instrumentos
econômicos aplicáveis” (Artigo 1o).
100

Para os fins da Lei, resíduo sólido é o “material, substância, objeto ou bem descartado
resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede,
se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólidos ou semissó-
lido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem
inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam
para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia
disponível” (Artigo 3o, XVI).

De tal modo, os resíduos sólidos são o resultado das diversas atividades da comuni-
dade humana, como as domésticas, comerciais e industriais, de serviços, da varrição
dos logradouros públicos, dos hospitais e também das atividades agrícolas. A Lei traz
a seguinte classificação dos resíduos sólidos:
 Artigo 13: Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos têm a seguinte classifica-
ção:
I - Quanto à origem:
a) Resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residên-
cias urbanas;
b) Resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradou-
ros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;
c) Resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;
d) Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os ge-
rados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e
“j”;
e) Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas
atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;
f) Resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações in-
dustriais;
g) Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme
definidos em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do
SISNAMA e do SNVS - Sistema Nacional de Vigilância Sanitária;
101

h) Resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos


e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da prepara-
ção e escavação de terrenos para as obras civis;
i) Resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silvi-
culturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;
j) Resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, ter-
minais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;
k) Resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou
beneficiamento de minérios.

II - Quanto à periculosidade:
a) Resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de in-
flamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcino-
genicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco
à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com a lei, regulamento
ou norma técnica;
b) Resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”.

Parágrafo Único. Respeitado o disposto no Artigo 20, os resíduos referidos na


alínea “d” do Inciso I do caput, se caracterizados como não perigosos, podem, em
razão de sua natureza, composição ou volume, ser equiparados aos resíduos domici-
liares pelo Poder Público Municipal.

Conforme o Artigo 9o da Lei, na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser


observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reci-
clagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada
dos rejeitos. A grosso modo, o gerenciamento dos resíduos sólidos são as ações de
coleta, transporte, transbordo, tratamento, destinação e disposição final ambiental-
mente adequadas.
102

Incumbe aos Municípios e ao Distrito Federal, de acordo com o Artigo 10, a gestão
integrada dos resíduos gerados nos respectivos territórios, sem prejuízo das compe-
tências de controle e fiscalização dos órgãos federais e estaduais do SISNAMA, do
SNVS e do SUASA, bem como da responsabilidade do gerador pelo gerenciamento
de resíduos, consoante ao estabelecido na Lei.

O conteúdo mínimo do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos está


previsto no Artigo 19 da Lei, o qual traz dezenove itens sobre tal conteúdo mínimo.

Porém, conforme o §8o do mesmo Artigo, “A inexistência do Plano Municipal de Ges-


tão Integrada de Resíduos Sólidos não pode ser utilizada para impedir a instalação ou
a operação de empreendimentos ou atividades devidamente licenciados pelos órgãos
competentes”.

Exemplificativamente, o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos


deve ter, entre outros, a identificação de áreas favoráveis para a disposição final am-
bientalmente adequada de rejeitos, observado o Plano Diretor de que trata o §1o do
Artigo 182 da Constituição Federal de 1988 e o zoneamento ambiental, se houver,
conforme o Artigo 19, II, da Lei no 12.305/2010.

O Artigo 20 da Lei no 12.305/2010 discrimina quem estará sujeito à elaboração do


Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos:
 “Artigo 20: Estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos
sólidos:
I - Os geradores de resíduos sólidos previstos nas alíneas “e”, “f”, “g” e “k” do
Inciso I do Artigo 13;
II - Os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que:
a) Gerem resíduos perigosos;
b) Gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua
natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domi-
ciliares pelo Poder Público Municipal.
103

III - As empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou de normas


estabelecidos pelos órgãos do SISNAMA;
IV - Os responsáveis pelos terminais e outras instalações referidas na alínea “j” do
Inciso I do Artigo 13 e nos termos do regulamento ou de normas estabelecidos
pelos órgãos do SISNAMA e, se couber, do SNVS, às empresas de transporte;
V - Os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão com-
petente do SISNAMA, do SNVS ou do SUASA.”

Por sua vez, o Poder Público, o setor empresarial e a coletividade são responsáveis
pela efetividade das ações voltadas para assegurar a observância da Política Nacional
de Resíduos Sólidos e das diretrizes e demais determinações estabelecidas nesta Lei
e em seu regulamento (Artigo 25).

Além disso, o titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos é responsável pela organização e prestação direta ou indireta desses serviços,
observados o respectivo Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos,
a Lei no 11.445, de 2007, e as disposições desta Lei e seu regulamento
(Artigo 26).

A Lei ainda estabelece a responsabilidade compartilhadas pelo ciclo de vida dos pro-
dutos, “a ser implementada de forma individualizada e encadeada, abrangendo os
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titula-
res dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos”
(Artigo 30).

As proibições sobre a destinação ou disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos


estão previstas no Artigo 47 e dizem respeito à proibição do lançamento em praias,
no mar ou em quaisquer corpos hídricos; lançamento “in natura” a céu aberto, exce-
tuados os resíduos de mineração; queima a céu aberto ou em recipientes, instalações
e equipamentos não licenciados para essa finalidade e outras formas vedadas pelo
Poder Público.
104

Na mesma linha, na Lei no 12.300, de 16 de março de 2006 do Estado de São Paulo,


que institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos, constam princípios, diretrizes,
objetivos e instrumentos para a gestão integrada e compartilhada de rejeitos sólidos
para prevenir e controlar a poluição e proteger o meio ambiente e, por conseguinte, a
saúde pública.

No âmbito municipal (Município de Campinas), destaca-se o Decreto no 14.265, de


21 de março de 2003, que dispõe sobre o programa de doação de material reciclável
de lixo doméstico às cooperativas ou associações populares de trabalhadores em re-
ciclagem. Este Decreto define competências administrativas para fins do programa.

O Decreto Municipal no 18.199, de 19 de dezembro de 2013, institui o Plano Municipal


de Saneamento Básico, prevendo programas e ações, objetivos e metas. Este De-
creto, ainda, exige que os prestadores dos serviços públicos de saneamento básico,
conforme o Plano Municipal de Saneamento Básico, deverão elaborar relatório anual
contendo as ações desenvolvidas e os indicadores de desempenho, para a avaliação
sistemática da eficiência e eficácia desses serviços públicos (Artigo 3o, caput).

Por fim, não se pode esquecer, no âmbito municipal, dos seguintes diplomas:
 Lei Orgânica do Município de Campinas, de 30 de março de 1990;
 Lei Complementar Municipal no 15, de 27 de dezembro de 2006, que dispõe sobre
o Plano Diretor do Município de Campinas;
 Lei Municipal no 14.241, de 10 de abril de 2012, que ratifica a subscrição do proto-
colo de intenções para a constituição da Agência Reguladora dos Serviços de Sa-
neamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.

E quanto à Agência Reguladora das Bacias PCJ:


 Decreto Municipal no 17.775, de 22 de novembro de 2012, que dispõe sobre a
criação do Conselho de Regulação e Controle Social do Município, para atuar
como mecanismo consultivo no âmbito da Agência Reguladora dos Serviços de
Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí - ARES-PCJ.
105

1.2.12.2. Normas Operacionais e Práticas Atuais - Posicionamento do


Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (“TCE/SP”)

Primeiramente, as legislações que refletem as normas operacionais para a prestação


do serviço são a Lei Municipal no 13.153/2007, que institui o Programa Municipal de
PPP; a Lei Federal no 8.666/1993, que institui normas para a Licitação e contratos da
Administração Pública; a Lei no 11.079/2004, que institui normas gerais de PPP no
âmbito da Administração Pública; e a Lei Federal no 11.107/2005, que dispõe sobre
as normas gerais de contratação de consórcios públicos. Maiores considerações so-
bre as normas práticas serão desenvolvidas no item do Modelo Jurídico proposto.

Sobre as práticas atuais, nada mais acertado do que considerar o posicionamento do


Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, que julga e controla as contratações no
âmbito municipal sobre os resíduos sólidos.

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo vem se posicionando desde 2006


acerca das novas Concessões dos Serviços Integrados de Gestão de Resíduos Sóli-
dos, já sob a nova ótica da legislação federal.

Nesse contexto, colacionam-se os principais posicionamentos do TCE/SP acerca da


Concessão e do Edital de Licitação, a fim de direcionar a Administração nos aspectos
já consolidados na jurisprudência.

a) Do Critério de Julgamento Definido - Técnica e Preço ou Menor Valor da


Contratação

Em 2006 houve a Consulta1 realizada ao TCE-SP pelo Município de Piracicaba acerca


da possibilidade de ser definido como critério de julgamento, o modelo de técnica e
preço, tendo em vista que a súmula no 21 do TCE/SP impossibilita tal critério para a
contratação de serviços de coleta de resíduos sólidos, em termos.

1
Consulta realizada pelo Município de Piracicaba - Processo TC 13841/026/06
106

Tal posicionamento foi revisto pelo Tribunal, o qual decidiu que, por se tratar de objeto
muito mais complexo do que apenas a coleta de resíduos sólidos e a implantação de
aterro, o qual exige muitas vezes a utilização de tecnologias para transformar o pro-
duto da coleta em combustível, ou ainda para diminuir a emissão de poluentes e a
quantidade de lixo em aterros, com a operação de usinas de tratamento.

Conforme definido pela Administração Pública, o objeto da Parceria Público-Privada


comporta o critério técnica e preço, nada obstando, entretanto, que a Administração
Pública, percebendo ser desnecessária a técnica específica, adotar o critério de Me-
nor Valor da Contraprestação2.

Assim, deve haver a verdadeira avaliação da complexidade do objeto, bem como da


necessidade de utilização de técnicas avançadas, e não havendo qualquer impedi-
mento legal a respeito da adoção da técnica e preço como critério de julgamento, este
poderá ser escolhido pela Administração Pública.

No entanto, os critérios para o julgamento das propostas técnicas devem ser o mais
objetivo possível. Nesse ponto, o Tribunal entende que ao estabelecer quantitativos
como forma de definir os critérios, torna-se o julgamento mais cristalino para as Lici-
tantes e mais objetivo e, consequentemente, um julgamento mais justo3.

b) Da previsão de Participação em Consórcio

O TCE/SP, na maioria de seus julgados, dispõe que a previsão ou não da possibili-


dade de participação em Consórcio é matéria de discricionariedade da Administração.

2
TC 45319/026/08 e 3962/026/09; TC 014610/026/10 e 018886/026/10; TC 029453/026/10;
TC 003900/989/13 e TC 003012/989/14
3
TC 7832/026/07 e TC 024496/026/11
Exemplo TC 016337/026/11:
Desenvolvimento insuficiente: sempre que não forem desenvolvidos pelo menos 50% dos temas exigidos no item;
Desenvolvimento incompleto: sempre que forem desenvolvidos mais de 50% e, pelo menos, 95% dos temas
previstos;
Desenvolvimento completo: sempre que forem desenvolvidos, pelo menos, 95% dos temas exigidos.
107

Sendo assim, o TCE/SP só poderá intervir nesse aspecto da Licitação, caso haja o
flagrante desvio de finalidade, sendo, entretanto, dever do TCE/SP exercer a análise
da razoabilidade e proporcionalidade no exercício do poder discricionário.

Nesse contexto, entendeu o TCE/SP que, no caso de aglutinação dos serviços de


coleta, transporte, destinação e tratamento apenas de resíduos sólidos domiciliares e
comerciais, tendo em vista que não se diferem grandemente quanto à técnica utili-
zada, fica a cargo da Administração Pública permitir a participação de Consórcio ou
não4.

Já, tendo em vista a segmentação de mercado atualmente existente, notadamente em


relação aos resíduos sólidos de saúde (RSSs) e da construção civil, aliada à extensa
lista de experiência requerida para fins de qualificação técnica, com grande potencial
a restringir a competitividade do certame, o TCE considerou oportuno que a Adminis-
tração permita a participação de empresas reunidas em Consórcio, de forma a atenuar
possíveis reflexos negativos à amplitude do universo de competidores decorrentes da
composição do objeto5.

Nesse contexto, apesar de ser consolidada a jurisprudência no sentido de ser passível


da discricionariedade administrativa a formação de Consórcio, o TCE/SP houve por
bem excetuar a aglutinação de serviços com características de tratamento distintas.

Quanto à limitação do número de consorciada, a jurisprudência é pacífica e consoli-


dada no sentido de que a matéria não merece apreciação pelo Tribunal, uma vez ad-
mitida a participação, a administração pode limitar o número de empresas que pode-
rão fazer parte de um mesmo Consórcio6.

4
TC 014610/026/10, 018886/026/10 e TC 029453/026/10
5
TC 003012/989/14
6
TC 7832/026/07, TC 727/989/12 e TC 003900/989/13
108

c) Apresentação da Documentação de Habilitação Técnica e Qualificação


Econômica-financeira pelas Consorciadas

Pela jurisprudência do Tribunal, o Edital deve respeitar o disposto na Lei


Federal no 8.666/1993, quanto às exigências de apresentação de atestados técnicos
e documentos de qualificação econômica-financeira, para as Consorciadas.

Isso quer dizer que, quando da apresentação de atestados técnicos, deve se prever a
possibilidade de somatório dos quantitativos de um mesmo período entre as Consor-
ciadas, uma vez que de diferente exigir a Administração Pública, o benefício da parti-
cipação em Consórcio se faz inócuo.

O mesmo se dá quando da apresentação de comprovação de capital social mínimo e


patrimônio líquido mínimo, que deve se dar na proporção da participação de cada
empresa.

Entretanto, quanto aos índices de liquidez geral e endividamento, devem ser individu-
almente apresentados, pois descaracterizariam a sua função se indicados na medida
da proporcionalidade da empresa, uma vez que não mostrariam com eficiência a qua-
lidade da vida financeira da empresa7.

Ainda, quanto ao grau de endividamento, apesar de ser admitido pelo Tribunal que o
parâmetro escolhido pela Administração Pública seja grau de endividamento menor
que 0,3, índice de liquidez geral maior ou igual a 1,5, o TCE/SP tem decidido que a
Administração deve apresentar justificativa no Edital para a adoção de tais índices,
pois, pela análise do caso concreto, estes podem se tornar restritivos. É o caso dos
TCs 45319/026/08 e 3962/026/09 da Prefeitura de Jacareí.

7
TC 024496/026/11
109

d) Da Exigência de Patrimônio Líquido, Garantia da Proposta e Capital Social


Integralizado

Quanto ao tema, o Tribunal reconhece a possibilidade de exigência de Capital Social


Integralizado, como forma de aferir a capacidade econômica-financeira da Licitante -
o porte do objeto licitado revela inexistir obstáculo à competitividade, é o que se veri-
fica da leitura do voto do Conselheiro Relator, Renato Martins Costa, nos autos do
TC 016833/026/09, exame prévio de Edital da PPP de Francisco Morato.

Oportuno se faz o registro de que, desde o início, a questão da exigência do Capital


Social Integralizado foi afastada, ante o reconhecimento de que esta Corte, recente-
mente, ratificou a possibilidade de impor-se aos Licitantes, para fins de aferição da
capacidade econômica-financeira, que demonstrassem contar com a devida integrali-
zação do capital subscrito.

No mesmo sentido, a Corte de Contas do Estado de São Paulo reconhece ser possível
que a Administração Pública exija a comprovação de Patrimônio Líquido no patamar
de até 10% do valor de investimento previsto para a Concessão, bem como a presta-
ção de Garantia de Proposta, no patamar de até 1% do valor estimado de investimento
para a Concessão, uma vez que nos casos de PPP e Concessões Comuns com um
vultuoso valor de investimento, a exigência de garantia é essencial devido ao valor do
montante a ser investido no começo da Concessão8.

Dessa forma, a vedação estabelecida na Lei no 8.666/1993 se aplica apenas aos con-
tratos estritamente por ela regidos.

Ainda referentemente à prestação de garantia, houve questionamento acerca do


prazo para sua apresentação, bem como o prazo para a realização de visita técnica,
quando for o caso. Nesse ponto, o TCE indica em sua jurisprudência que a Adminis-
tração deve conceder prazo de, no mínimo, 45 dias para a visita técnica e 50 dias para
a apresentação da garantia, nos casos de PPP ou Concessão Comum.

8
TC 19443/026/10, TC 014610/026/10 e 018886/026/10; TC 029453/026/10
110

Nesse sentido, independe da data estabelecida para a abertura dos envelopes a pres-
tação da garantia e a visita técnica, desde que o prazo final seja a 50 e 45 dias, res-
pectivamente, da data do aviso de Licitação9.

e) Da necessidade de Plano Integrado de Resíduos Sólidos

A Lei Federal no 12.305/2010, que instituiu a PNRS, determinou que fosse criado no
âmbito municipal, o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, conforme depre-
ende-se da leitura do Artigo 18 da referida Lei10.

Nesse contexto, cabe às Prefeituras elaborarem o Plano de Gestão Integrada de Re-


síduos Sólidos, nos parâmetros exigidos pela legislação pertinente, podendo ser cons-
tituído por meio de Lei Ordinária ou Decreto Municipal.

Assim, quando das análises dos Editais de Concorrência Pública para a Concessão
da Gestão dos Serviços de Limpeza Pública, englobando os serviços de captação e
tratamento de Resíduos Sólidos, o TCE firmou jurisprudência no sentido de que a
existência do Plano Municipal Integrado previsto na PNRS é condição “sine qua non”
para a elaboração do Edital, justificando tal posicionamento nos longos prazos que a
Concessão possui.

Isso porque a inexistência de um Plano hábil a atender aos preceitos da Lei indica a
clara necessidade de se adequar o contrato firmado alterando suas bases, desconfi-
gurando a equação do ajuste.

Dessa forma, não há que se falar em Concessão dos serviços sem que seja editado
o Plano Municipal Integrado de Resíduos Sólidos, contemplando todos os princípios

9
TC 014610/026/10 e 018886/026/10

10
Artigo 18. A elaboração de Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, nos termos previstos por esta Lei, é condição para o
Distrito Federal e os Municípios terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços
relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades
federais de crédito ou fomento para tal finalidade.
111

e metas estabelecidos na PNRS11. Tal Plano pode ser anexado ao Edital, de forma
que não há impedimento quanto à sua forma.

f) Do Passivo Ambiental e das Desapropriações

A Administração Pública poderá prever no Edital de Concessão Administrativa dos


Serviços relacionados aos Resíduos Sólidos, a responsabilidade do contratado quanto
aos passivos ambientais atuais ou vindouros que sejam identificados na área da Con-
cessão. Podendo, ainda, estabelecer a repartição dos riscos.

O importante é que seja feito um estudo prévio para medir, de forma aproximada, a
gravidade do passivo existente, a fim de que as Licitantes possam incluir tal ônus no
cômputo dos preços que serão ofertados.

Essa é a jurisprudência do TCE/SP, como vemos no TC 029453/026/10, no


TC 003012/989/14, dentre outros

Ainda, quanto às desapropriações, é possível que a Administração Pública partilhe


com o Parceiro Privado os custos com a desapropriação de áreas necessárias para a
consecução do objeto, como também poderá assumir integralmente este custo ou,
ainda, repassá-lo ao contratado.

A única observação que a jurisprudência traz sobre o assunto é que deve ser definida
de forma clara a quem será alocado o custo referente às desapropriações12.

g) Dos Impedimentos Relativos à Receita Corrente Líquida do Município

O Artigo 28 da Lei de PPPs dispõe que os Municípios não farão jus aos benefícios da
União, caso o valor anual de contratação de PPPs ultrapasse o patamar de 5% da
Receita Líquida Corrente.

11
TC 727/989/12; TC 45319/026/08 e 3962/026/09, e TC 003012/989/14
12
TC 003012/989/14
112

Para o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, tal colocação culmina na vedação
de se conceder por meio de Parceria Público-Privada serviços que ultrapassem esse
patamar.

Esse entendimento é visto na decisão proferida nos Autos do TC 727/989/12, da Pre-


feitura de Taboão da Serra, na qual os Conselheiros optaram por barrar a Licitação,
tendo em vista que ultrapassara o limite de 5% da Receita Líquida Corrente do Muni-
cípio.

Ocorre que, quando da análise do Edital de Ribeirão Preto, nos Autos do


TC 003900/989/13, o Relator, Conselheiro Robson Marinho, relativizou o entendi-
mento do TCE/SP até aquele momento, a respeito da inteligência do Artigo 28 da
Lei das PPPs - impossibilidade de contratação quando superar 5% da Receita Líquida
Corrente - sob o argumento de que os benefícios que a PPP traria para o Município
superavam essa questão de ordem formal.

Ainda, ponderou que seria um incremento de apenas 0,4% na receita, se levado em


conta o que é gasto pela Prefeitura com os contratos de regidos pela
Lei no 8.666/1993, afastando, dessa forma, o entendimento exarado pela Corte de
Contas, até então.

Nesse sentido, apesar de não ser possível afirmar que houve uma mudança de en-
tendimento, é provável que tal matéria possa vir a ser modificada pelo Tribunal,
quando houver um maior amadurecimento da própria jurisprudência.
113

1.3. Estudo de Demanda


114

1.3. Estudo de Demanda

Neste item está apresentado o Estudo referente à demanda dos serviços, através dos
seguintes itens:
 Estudo do crescimento populacional;
 Estudo das curvas de geração de resíduos;
 Definição das curvas de projeção dos serviços.

1.3.1. Estudo do Crescimento Populacional

Uma das condições de uma Gestão e Gerenciamento eficiente de Serviços de Lim-


peza Urbana de Resíduos Sólidos é sua capacidade de atender à demanda. A gera-
ção de resíduos sólidos cresce com o crescimento da população, tanto em números
absolutos quanto em poder aquisitivo.

O comum é planejar-se o sistema para operar durante um certo número de anos, no


caso específico deste Estudo, 30 anos. Isto impõe o conhecimento da população total
que deverá ser beneficiada, 30 anos depois de implantada a Concessão dos Serviços
de Limpeza Urbana, Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

A população futura tem que ser definida por previsão. Assim, fica-se sujeito a falhas,
e encontram-se sistemas atingindo o seu limite de eficiência antes ou depois de de-
corridos os anos. O importante é que a previsão seja feita de modo criterioso, com
base no desenvolvimento demográfico do passado próximo, a fim de que a margem
de erro seja pequena.

Por outro lado, a previsão deve efetivar-se através de uma lei de crescimento que
forneça o número de habitantes em qualquer época, dentro do período de “n” anos.
Geralmente, “n” varia de vinte a trinta e cinco anos, prazo geralmente necessário à
amortização integral do capital investido nas obras.
115

Os principais métodos utilizados para o cálculo da população futura são processos


matemáticos, entre eles:
 Aritmético;
 Geométrico;
 Exponencial;
 Logarítmica;
 Curva logística.

Porém, para o presente Estudo foram analisados os dados do IBGE (Instituto Brasi-
leiro de Geografia e Estatística) e da Fundação SEADE (Fundação Sistema Estadual
de Análise de Dados), concluindo-se pela utilização dos dados da SEADE, cuja pro-
jeção da população se mostrou mais condizente com a realidade que vem sendo ob-
servada para o Município e região, que é um crescimento tímido e a tendência é de
que nas próximas décadas, o número de habitantes comece a reduzir. Isso porque a
tendência nacional é de que a quantidade de mortes registradas no País supere o
índice de nascimentos.

a) Dados da Fundação SEADE

A tabela, a seguir, apresenta os dados referentes à projeção de população de Campi-


nas pelo estudo da Fundação SEADE.

Projeção da População de Projeto de Campinas


Ano População Taxa de Crescimento
Concessão Calendário (hab.) (% a.a.)
2010 1.079.140 -
2011 1.090.000 1,00636
2012 1.100.970 1,00642
2013 1.112.050 1,00639
2014 1.123.241 1,00634
2015 1.134.546 1,00646
2016 1.142.620 0,71165
2017 1.150.753 0,71179
2018 1.158.944 0,71179
2019 1.167.192 0,71168
0 2020 1.175.501 0,71188
1 2021 1.181.555 0,51501
2 2022 1.187.689 0,51917
3 2023 1.193.824 0,51649
116

Projeção da População de Projeto de Campinas


Ano População Taxa de Crescimento
Concessão Calendário (hab.) (% a.a.)
4 2024 1.199.958 0,51383
5 2025 1.206.092 0,51121
6 2026 1.209.552 0,28691
7 2027 1.213.013 0,28609
8 2028 1.216.473 0,28527
9 2029 1.219.934 0,28446
10 2030 1.223.394 0,28365
11 2031 1.225.064 0,13651
12 2032 1.226.734 0,13632
13 2033 1.228.404 0,13613
14 2034 1.230.074 0,13595
15 2035 1.231.744 0,13576
16 2036 1.231.442 -0,02450
17 2037 1.231.140 -0,02451
18 2038 1.230.839 -0,02451
19 2039 1.230.537 -0,02452
20 2040 1.230.235 -0,02453
21 2041 1.228.021 -0,18000
22 2042 1.225.806 -0,18032
23 2043 1.223.592 -0,18065
24 2044 1.221.377 -0,18098
25 2045 1.219.163 -0,18130
26 2046 1.215.518 -0,29894
27 2047 1.211.874 -0,29984
28 2048 1.208.229 -0,30074
29 2049 1.204.585 -0,30165
30 2050 1.200.940 -0,30256
Fonte: SEADE

Deve ser salientado, que a Fundação SEADE realiza, mensalmente, uma pesquisa
nos Cartórios de Registro Civil de todos os Municípios do Estado de São Paulo, cole-
tando informações detalhadas sobre o registro legal dos eventos vitais - nascimentos,
casamentos e óbitos.

Esses dados, associados àqueles provenientes dos Censos Demográficos, possibili-


tam o acompanhamento contínuo da dinâmica demográfica paulista, de forma tanto
agregada como desagregada por regiões e Municípios.

Esse conjunto detalhado de informações habilita a Fundação SEADE a aplicar uma


metodologia de projeção que, reconhecidamente, possui uma série de vantagens em
relação a outros métodos. Trata-se do método dos componentes demográficos, pro-
cesso analítico que destaca os papéis da fecundidade, mortalidade e migração no
117

crescimento populacional, permitindo a construção de hipóteses de projeções mais


seguras e eficazes.

O modelo de projeção considerado adota uma hierarquia que parte da projeção para
o total do Estado e se desagrega em regiões e Municípios, e é denominado método
dos componentes.

Na primeira etapa de execução do método dos componentes demográficos são ela-


boradas as projeções de população, por sexo e grupos de idade, para o Estado de
São Paulo e suas regiões administrativas.

Em um segundo momento, projetam-se as populações municipais, cujos resultados


são analisados em conjunto com as hipóteses adotadas para as regiões, de modo que
a soma de suas populações corresponda à projeção populacional de cada região ad-
ministrativa, em cada período de projeção.

Esta metodologia apresenta-se como a mais adequada para realizar projeções popu-
lacionais, pois reproduz o processo de crescimento demográfico e permite o acompa-
nhamento analítico dos resultados finais, conforme se verifiquem as hipóteses espe-
radas no futuro.

Essa avaliação não seria possível se fossem empregadas metodologias de projeção


puramente matemáticas.

1.3.2. Estudo das Curvas de Geração de Resíduos

O Estudo das Curvas de Geração de Resíduos Sólidos foi desenvolvido com base nos
dados extraídos na Revisão do Plano de Resíduos Sólidos de Campinas, realizado
em 2021.
118

Quantidade de Resíduos Coletados (t/ano)


Tipo 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Coleta
291.283 303.902 310.395 317.404 321.618 331.641 257.384 256.716 256.740 256.754 256.829
Domiciliar
Coleta
5.967 6.823 7.889 7.401 7.111 7.760 6.929 5.912 5.370 4.262 1.752
Seletiva
Coleta
0 0 0 0 12.208 51.122 52.954 53.526 54.691 55.139 50.049
Mecanizada
Coleta de
0 0 0 0 5.067 5.893 5.763 6.182 6.748 6.794 7.874
Difícil Acesso
Total 297.250 310.725 318.284 324.805 346.004 396.416 323.030 322.335 323.549 322.948 316.505
Fontes: Revisão do Plano de Resíduos e DLU - Departamento de Limpeza Urbana

O gráfico, a seguir, ilustra a tabela anterior, da quantidade de resíduos coletados entre


2010 e 2020.

Quantidade de Resíduos Coletados (t/ano)

Projeção de Resíduos Sólidos em Campinas


Produção de
Ano de Ano População Geração de Resíduos
Resíduos
Concessão Calendário (hab.) (kg/pessoa/dia)
(t/ano)
2010 1.056.274 0,771 297.250
2011 1.067.421 0,798 310.725
2012 1.079.140 0,808 318.284
2013 1.090.000 0,816 324.805
2014 1.100.970 0,861 346.004
2015 1.112.050 0,977 396.416
2016 1.123.241 0,788 323.030
2017 1.134.546 0,778 322.335
119

Projeção de Resíduos Sólidos em Campinas


Produção de
Ano de Ano População Geração de Resíduos
Resíduos
Concessão Calendário (hab.) (kg/pessoa/dia)
(t/ano)
2018 1.142.620 0,765 323.549
2019 1.150.753 0,758 322.948
2020 1.158.944 0,736 316.505
1 2021 1.167.192 0,736 317.265
2 2022 1.175.501 0,742 321.662
3 2023 1.181.555 0,749 326.373
4 2024 1.187.689 0,756 331.116
5 2025 1.193.824 0,763 335.891
6 2026 1.199.958 0,770 339.945
7 2027 1.206.092 0,773 342.245
8 2028 1.209.552 0,776 344.554
9 2029 1.213.013 0,779 346.870
10 2030 1.216.473 0,782 349.193
11 2031 1.219.934 0,785 351.011
12 2032 1.223.394 0,788 352.833
13 2033 1.225.064 0,791 354.659
14 2034 1.226.734 0,794 356.488
15 2035 1.228.404 0,797 358.320
16 2036 1.230.074 0,800 359.581
17 2037 1.231.744 0,803 360.841
18 2038 1.231.442 0,806 362.100
19 2039 1.231.140 0,809 363.359
20 2040 1.230.839 0,812 364.617
21 2041 1.230.537 0,815 365.305
22 2042 1.230.235 0,818 365.989
23 2043 1.228.021 0,821 366.668
24 2044 1.225.806 0,824 367.341
25 2045 1.223.592 0,827 368.010
26 2046 1.221.377 0,830 368.241
27 2047 1.219.163 0,833 368.464
28 2048 1.215.518 0,836 368.679
29 2049 1.211.874 0,839 368.886
30 2050 1.208.229 0,842 369.085
120

O gráfico, a seguir, ilustra a tabela anterior, referente à projeção de resíduos de Cam-


pinas.

Projeção da Geração de Resíduos


380000

370000

360000

350000

340000

330000

320000

310000

300000

290000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
121

1.3.3. Definição das Curvas de Projeção dos Serviços

Da análise do comportamento das projeções de crescimento populacional e de gera-


ção de resíduos foi determinada qual a curva que fundamentará as projeções de cres-
cimento dos serviços e, consequentemente, dos custos operacionais desta futura
Concessão.

A tabela, a seguir, apresenta a projeção de resíduos urbanos em Campinas, com base


nas porcentagens da fração de geração de resíduos obtidos na Revisão do Plano de
Resíduos Sólidos de Campinas e da tabela anterior.
122

Projeção de Resíduos Urbanos no Município de Campinas


Produção Fracionada de Resíduos (t/ano)
Produção Folha,
Matéria Papel e Couro e Pano e Metal
Ano de População de Tetra Pak Plástico Madeira Mato e Metal Vidro Louça Agregado Fralda Isopor Especiais Perdas
Ano Orgânica Papelão Borracha Estopa Ferroso
Concessão (hab.) Resíduos Galhada
(t/ano) Porcentagem da Fração de Geração de Resíduos
38,06% 14,24% 0,85% 13,61% 0,82% 1,46% 5,44% 9,27% 1,10% 1,07% 2,67% 1,07% 1,07% 5,85% 0,97% 1,21% 1,24%
1 2021 1.181.555 317.265 120.751 45.179 2.697 43.180 2.602 4.632 17.259 29.411 3.490 3.395 8.471 3.395 3.395 18.560 3.077 3.839 3.934
2 2022 1.187.689 321.662 122.425 45.805 2.734 43.778 2.638 4.696 17.498 29.818 3.538 3.442 8.588 3.442 3.442 18.817 3.120 3.892 3.989
3 2023 1.193.824 326.373 124.218 46.476 2.774 44.419 2.676 4.765 17.755 30.255 3.590 3.492 8.714 3.492 3.492 19.093 3.166 3.949 4.047
4 2024 1.199.958 331.116 126.023 47.151 2.814 45.065 2.715 4.834 18.013 30.694 3.642 3.543 8.841 3.543 3.543 19.370 3.212 4.007 4.106
5 2025 1.206.092 335.891 127.840 47.831 2.855 45.715 2.754 4.904 18.272 31.137 3.695 3.594 8.968 3.594 3.594 19.650 3.258 4.064 4.165
6 2026 1.209.552 339.945 129.383 48.408 2.890 46.266 2.788 4.963 18.493 31.513 3.739 3.637 9.077 3.637 3.637 19.887 3.297 4.113 4.215
7 2027 1.213.013 342.245 130.259 48.736 2.909 46.580 2.806 4.997 18.618 31.726 3.765 3.662 9.138 3.662 3.662 20.021 3.320 4.141 4.244
8 2028 1.216.473 344.554 131.137 49.064 2.929 46.894 2.825 5.030 18.744 31.940 3.790 3.687 9.200 3.687 3.687 20.156 3.342 4.169 4.272
9 2029 1.219.934 346.870 132.019 49.394 2.948 47.209 2.844 5.064 18.870 32.155 3.816 3.712 9.261 3.712 3.712 20.292 3.365 4.197 4.301
10 2030 1.223.394 349.193 132.903 49.725 2.968 47.525 2.863 5.098 18.996 32.370 3.841 3.736 9.323 3.736 3.736 20.428 3.387 4.225 4.330
11 2031 1.225.064 351.011 133.595 49.984 2.984 47.773 2.878 5.125 19.095 32.539 3.861 3.756 9.372 3.756 3.756 20.534 3.405 4.247 4.353
12 2032 1.226.734 352.833 134.288 50.243 2.999 48.021 2.893 5.151 19.194 32.708 3.881 3.775 9.421 3.775 3.775 20.641 3.422 4.269 4.375
13 2033 1.228.404 354.659 134.983 50.503 3.015 48.269 2.908 5.178 19.293 32.877 3.901 3.795 9.469 3.795 3.795 20.748 3.440 4.291 4.398
14 2034 1.230.074 356.488 135.679 50.764 3.030 48.518 2.923 5.205 19.393 33.046 3.921 3.814 9.518 3.814 3.814 20.855 3.458 4.314 4.420
15 2035 1.231.744 358.320 136.377 51.025 3.046 48.767 2.938 5.231 19.493 33.216 3.942 3.834 9.567 3.834 3.834 20.962 3.476 4.336 4.443
16 2036 1.231.442 359.581 136.857 51.204 3.056 48.939 2.949 5.250 19.561 33.333 3.955 3.848 9.601 3.848 3.848 21.035 3.488 4.351 4.459
17 2037 1.231.140 360.841 137.336 51.384 3.067 49.110 2.959 5.268 19.630 33.450 3.969 3.861 9.634 3.861 3.861 21.109 3.500 4.366 4.474
18 2038 1.230.839 362.100 137.815 51.563 3.078 49.282 2.969 5.287 19.698 33.567 3.983 3.874 9.668 3.874 3.874 21.183 3.512 4.381 4.490
19 2039 1.230.537 363.359 138.294 51.742 3.089 49.453 2.980 5.305 19.767 33.683 3.997 3.888 9.702 3.888 3.888 21.257 3.525 4.397 4.506
20 2040 1.230.235 364.617 138.773 51.921 3.099 49.624 2.990 5.323 19.835 33.800 4.011 3.901 9.735 3.901 3.901 21.330 3.537 4.412 4.521
21 2041 1.228.021 365.305 139.035 52.019 3.105 49.718 2.996 5.333 19.873 33.864 4.018 3.909 9.754 3.909 3.909 21.370 3.543 4.420 4.530
22 2042 1.225.806 365.989 139.295 52.117 3.111 49.811 3.001 5.343 19.910 33.927 4.026 3.916 9.772 3.916 3.916 21.410 3.550 4.428 4.538
23 2043 1.223.592 366.668 139.554 52.213 3.117 49.903 3.007 5.353 19.947 33.990 4.033 3.923 9.790 3.923 3.923 21.450 3.557 4.437 4.547
24 2044 1.221.377 367.341 139.810 52.309 3.122 49.995 3.012 5.363 19.983 34.053 4.041 3.931 9.808 3.931 3.931 21.489 3.563 4.445 4.555
25 2045 1.219.163 368.010 140.065 52.405 3.128 50.086 3.018 5.373 20.020 34.115 4.048 3.938 9.826 3.938 3.938 21.529 3.570 4.453 4.563
26 2046 1.215.518 368.241 140.153 52.438 3.130 50.118 3.020 5.376 20.032 34.136 4.051 3.940 9.832 3.940 3.940 21.542 3.572 4.456 4.566
27 2047 1.211.874 368.464 140.237 52.469 3.132 50.148 3.021 5.380 20.044 34.157 4.053 3.943 9.838 3.943 3.943 21.555 3.574 4.458 4.569
28 2048 1.208.229 368.679 140.319 52.500 3.134 50.177 3.023 5.383 20.056 34.177 4.055 3.945 9.844 3.945 3.945 21.568 3.576 4.461 4.572
29 2049 1.204.585 368.886 140.398 52.529 3.136 50.205 3.025 5.386 20.067 34.196 4.058 3.947 9.849 3.947 3.947 21.580 3.578 4.464 4.574
30 2050 1.200.940 369.085 140.474 52.558 3.137 50.232 3.026 5.389 20.078 34.214 4.060 3.949 9.855 3.949 3.949 21.591 3.580 4.466 4.577
123

1.3.4. Plano de Metas

A definição das ações e dos investimentos previstos neste Estudo foi norteada pelas
diretrizes estabelecidas na Lei no 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resí-
duos Sólidos (PNRS), a qual prevê a prevenção e a redução de resíduos sólidos,
tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de
instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos
sólidos e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos.

A futura CONCESSIONÁRIA deverá implantar uma série de intervenções e melhorias


no Sistema Integrado de Limpeza Urbana, de forma a garantir o atendimento das di-
retrizes estabelecidas na referida Lei, do aumento da demanda, como também ofere-
cer um serviço de qualidade ao Município.

Dessa forma, foram definidas como objetivos gerais as seguintes metas:


 Implantação de uma unidade de beneficiamento de resíduos, de forma a otimizar
o reaproveitamento dos materiais recicláveis;
 Implantação de um sistema integrado para os serviços de coleta e manejo dos
RSUs;
 Aferição da qualidade da prestação dos serviços pela futura CONCESSIONÁRIA,
através da medição de Indicadores de Desempenho.

A fundamentação técnica deste Estudo foi a Revisão do Plano de Resíduos do Muni-


cípio, que preestabelece metas de oferta de serviços de limpeza urbana.

As principais metas consideradas neste Estudo estão apresentadas, a seguir:


 Investimentos
 Fornecimento de veículos, equipamentos e sistemas operacionais adequados à
execução dos serviços - Ano 1;
 Implantação da Sede e do CCO - Ano 1;
 Elaboração e entrega do Projeto Básico do CIVAR junto ao PODER CONCE-
DENTE - Ano 2;
124

 Implantação do CIVAR - Fase 1 - Centro Integrado de Valorização de Resíduos


e Unidade de Tratamento Mecânico e Biológico de Resíduos - Operação Plena
no início do Ano 6;
 Implantação de módulo para a produção de CDR - Fase 2 - Combustível Deri-
vado de Resíduos, na planta do CIVAR - Operação Plena no início do Ano 8;
 Implantação do CIVAR - Fase 3 - Centro Integrado de Valorização de Resíduos,
com a implantação do tratamento orgânico - Operação Plena no início do
Ano 10;
 Implantação de 28 Ecopontos, de forma a atender à meta - dos Anos 1 a 22;
 Implantação de 14 Pontos Verdes - dos Anos 1 a 16;
 Implantação de 6 Contêineres Subterrâneos - dos Anos 1 a 6.

 Serviços Operacionais
 Redução do volume de rejeitos com a operação do CIVAR, progressivamente:
 A partir do Ano 6: produção de 10% de materiais recicláveis e aproveita-
mento de 20% da matéria orgânica dos RSUs gerados no Município;
 A partir do Ano 8: produção de 10% de CDR, em relação ao volume de RSUs
gerados no Município;
 A partir do Ano 10: produção de composto orgânico, a partir da matéria or-
gânica segregada na unidade de tratamento mecânico.

Haverá a ampliação dos Serviços de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos,


conforme as planilhas apresentadas no item 5 - Consolidação dos Estudos Econô-
mico-financeiros.
125

Termo de Encerramento do Volume 1


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Termo de Encerramento do Volume 1


Este Termo encerra o Volume 1 da apresentação da Revisão e Atualização dos
Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica-financeira e Jurídico-institucional da
Parceria Público-Privada elaborada pela ABRELPE - Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, conforme o Termo de
Cooperação no 001/2021, visando à realização de investimentos dos serviços de
Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos Urbanos do Município de Campinas/SP.

Este Volume 1 possui 126 páginas, numeradas sequencialmente de 01 a 126.

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