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CLIMA BALANÇO HIDRICO PURUS

Este trabalho teve por objetivo investigar a sazonalidade dos componentes micrometeorológicos
utilizando estações automáticas instaladas em regiões onde ocorrem formações de floresta e campos
naturais no médio curso do rio Madeira. Determinou-se a componente da evapotranspiração real por
Penman Montheit para avaliação do balanço de água em nível de micro bacia para ano de 2013,
associado a técnicas de geoprocessamento, monitoramento de vazão e simulação chuva-vazão. Durante
o período de dezembro a fevereiro, detectou-se a maior irradiância no topo da atmosfera (Ro) e em junho
e julho a menor máxima. Durante o período chuvoso, a presença nuvens é intensa e de elevada
densidade, inibe a passagem da radiação, ocorrendo no mês de agosto o maior valor de radiação global
(Rg) na floresta, em comparação aos campos que exibiu seu valor máximo no mês de setembro. A
relação entre radiação global pela radiação no topo da atmosfera (Rg/Ro) média anual foi de 46,5% na
área de floresta e 44,5% na área de campos. O saldo de radiação na floresta corresponde a 73% da
radiação global (Rn/Rg), ao passo que nos campos esse percentual foi de 61%. O fluxo de calor no solo
na área de floresta corresponde a menos de 2% do saldo de radiação (G/Rn) e nos campos a 22%. A
floresta se comporta como uma barreira de movimentos de fluxo de ar, impedindo a troca de calor com a
atmosfera. Observaram cinco dias com ocorrência de redução brusca da temperatura do ar devido ao
efeito da friagem proveniente de massa de origem polar que não atingiram a altura de 5m na floresta. A
umidade relativa do ar (HR) se apresentou superior na floresta em relação aos campos e com mínimas
instantânea abaixo dos 30% em agosto. Os ventos são predominantes vindos do quadrante Norte e com
menor frequência da direção sul com ocorrência em julho. Na transição do período chuvoso para o seco,
há ocorrência de ventos vindos de Oeste e nos meses de seca há ocorrência de ventos vindos de Leste.
A velocidade média dos ventos é superior nas áreas de campos em aproximadamente 2 m.s -1 a região
de floresta em todos os meses, com maior amplitude nos meses de transição do chuvoso para o seco e
no período seco. A evapotranspiração foi superior na floresta com média de 3,9±1 mm.dia-1 em relação
aos campos que apresentou 2,9±1 mm.dia-1 . O percentual de evapotranspiração que retorna para a
atmosfera da área de floresta corresponde a 66,6% da precipitação total anual de 2197,5 mm, e na área
de campos a 49,5%. A vazão na bacia floresta-campos, na estiagem, se manteve mínima escoando a fio
d’água, diferente do igarapé da floresta que registrou vazão nula caracterizando intermitência. As vazões
diárias foram simuladas utilizando o modelo IPH2 ajustado aos eventos de monitoramento, tendo como
resultados que correspondem aos efeitos da sazonalidade e de eventos chuvosos. O balanço hídrico
mensal mostra que o volume de água no solo diminui primeiro na área de campos devido à radiação
direta propagar na superfície mais intensamente ao logo do tempo. Na floresta, mesmo durante o período
chuvoso, os volumes de água no solo são pouco menores aos campos, relativo à maior
evapotranspiração ocorrendo. No entanto, a floresta possui capacidade de armazenar água por mais
tempo, quando as chuvas diminuem, sendo no mês de junho e julho igualadas as deficiências hídricas, e
em setembro quando os campos passam a acumular mais rapidamente água em virtude da entrada direta
da precipitação, não sofrer a interceptação. Durante a transição do período seco para o chuvoso, há
sinais de aumento tanto da disponibilidade de água no solo como também de elevação da vazão, e é
quando o igarapé da floresta volta a ter água.

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