Você está na página 1de 1

Alberto Caeiro

Nome: _________________________________________________________ N.º: ___ Turma: _______

Avaliação: _________________________________ O professor: _____________________________

1. Lê atentamente o poema de “O Guardador de Rebanhos” de Alberto Caeiro.

XXIV
O que nós vemos das cousas são as cousas.
Por que veríamos nós uma cousa se houvesse outra?
Por que é que ver e ouvir seria iludirmo-nos
Se ver e ouvir são ver e ouvir?

5
O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê,
Nem ver quando se pensa.

10 Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!),


Isso exige um estudo profundo,
Uma aprendizagem de desaprender
E uma sequestração na liberdade daquele convento
De que os poetas dizem que as estrelas são as freiras eternas
15
E as flores as penitentes convictas de um só dia,
Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas
Nem as flores senão flores,
Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores.
PESSOA, Fernando, 2010. Poesia dos Outros Eus. 2.a ed. Lisboa:
Assírio & Alvim (pp. 56-57)

1.1. Apresenta os traços de carácter do sujeito poético e relaciona-os com os sentimentos


expressos ao longo do poema.

1.2. Explicita o valor expressivo das interrogações (vv. 2-4) e do discurso parentético do verso10, no
contexto em que ocorrem.

1.3. Interpreta a referência aos “poetas”, no verso 14.

OEXP12DP © Porto Editora

Você também pode gostar