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Caldeiras Aquatubulares - Texto Com Figuras
Caldeiras Aquatubulares - Texto Com Figuras
Nesse tipo de caldeira, os tubos que, nas caldeiras flamotubulares, conduziam gases aquecidos,
passaram a conduzir a água, o que aumentou muito a superfície de aquecimento, aumentando bastante
a capacidade de produção de vapor.
Neste módulo, serão estudados os vários tipos de caldeiras aquatubulares e suas principais partes
constituintes.
(1) Embora as normas brasileiras (NR-13, NBR 12177 e NBR 11096) denominem esse tipo de caldeira de
“aquotubular”, por contaminação do nome da caldeira flamotubular, a palavra correta que identifica esse tipo de
caldeira é aquatubular.
As caldeiras aquatubulares de tubos retos consistem de um feixe tubular de transmissão de calor, com
uma série de tubos retos e paralelos, interligados a uma câmara coletora. Essas câmaras comunicam-se
com os tubulões de vapor (superiores), formando um circuito fechado por onde circula a água.As
ilustrações a seguir mostram o sentido de circulação da água e a circulação dos gases quentes mediante
três passes.
Esse tipo de caldeira, incluindo as de tubulão transversal, conforme figuras abaixo são as primeiras
concepções industriais, que supriram uma gama de capacidade de produção de 3 até 30 toneladas-
vapor/hora, com pressões de até 45 kgf/cm². Os projetos foram apresentados pelas empresas Babcok &
Wilcox e a Steam Muller Corp.
Dentro da categoria das caldeiras de tubos curvos surgiram as caldeiras compactas. Com capacidade
média de produção de vapor em torno de 30 ton/h, elas são equipamentos apropriados para instalação
em locais com espaço físico limitado.
Por se tratar de equipamento compacto, apresenta limitações quanto ao aumento de sua capacidade de
produção.
A circulação da água nas caldeiras ocorre por diferenças de densidade, provocada pelo aquecimento da
água e vaporização, ou seja circulação natural. Se a circulação for deficiente, poderá ocorrer um
superaquecimento localizado, com conseqüente ruptura dos tubos.
Algumas caldeiras com circulação positiva podem apresentar bombas externas, dependendo da vazão
exigida, ou seja, da demanda de vapor para forçar a circulação de água ou vapor, independentemente
da circulação natural,isto é, por diferença de densidade.
Vantagens e desvantagens
· tamanho reduzido;
As desvantagens são:
Tubulão superior
O tubulão superior, ou tambor de vapor é o elemento da caldeira onde é injetada a água de alimentação
e de onde é retirado o vapor. No interior dele estão dispostos vários componentes, conforme mostra a
figura a seguir.
1. Área dos tubos de descida da água do feixe tubular (downcomers).
2. Área de tubos vaporizantes (riser), que descarregam a mistura de vapor e água contra a chicana 6.
Esta forma uma caixa fechada no fundo e dos lados, com abertura na parte superior, que projeta o
vapor e a água contra a chicana 8.
8. Chicana
O tubulão de vapor é construído com chapa de aço carbono de alta qualidade (ASTM A285 grau C, ASTM
A515-60 ou A515-70). O dimensionamento da espessura do tubulão é feito baseado no código ASME
SECTION I e depende do material usado na fabricação.
Os tubos são mandrilhados nos tubulões e se dividem em tubos de descida d’água e tubos de geração
de vapor, que descarregam a mistura água/vapor no tubulão.
Na descarga dos tubos de geração de vapor é instalada uma chicana (chapa defletora) que é uma caixa
fechada no fundo e nos lados, destinada a separar a água contida no tubulão e amenizar as variações
do nível de água, ocorridas no tubulão de vapor.
Existem em alguns casos uma segunda chapa defletora, cuja finalidade é separar partículas de água
ainda contidas no vapor.
Existe ainda no tubulão superior um conjunto constituído de chapas corrugadas, denominado chevron
ou filtro, cuja finalidade é reter a maior quantidade possível de partículas sólidas ou líquidas arrastadas
pelo vapor, antes de o vapor sair para o superaquecedor.
O tubo de alimentação de água é por onde a água entra no tubulão; a furação deste tubo deve ser
posicionada de modo a que o jato d’água não se dirija contra a chapa do tubulão. É essencial que o tubo
de alimentação esteja sempre bem fixado para não causar vibração e nem se soltar dentro do tubulão.
O tubo de descarga contínua ou coletor é o responsável pela captação constante de água de drenagem
que elimina sólidos em suspensão prejudiciais à caldeira, normalmente 1% do volume da água de
alimentação.
Em algumas caldeiras podemos ter, também, um tubo de injeção de produtos químicos instalado no
tubulão superior.
Tubulão inferior.
O tubulão inferior, ou tambor de lama, também é construído em chapas de aço carbono.
Nele, estão mandrilados tanto os tubos de água que descem do tubulão superior quanto os tubos de
vaporização que sobem para o tubulão superior.
No tubulão inferior estão instaladas tomadas para purga ou descarga de fundo, utilizadas para remover
parte da lama e resíduos sólidos originários do processo e que podem causar corrosão, obstrução e
superaquecimento.
Cantoneira
No interior do tubulão recomenda-se instalar uma cantoneira que tem a função de promover uma
sucção ao longo do tambor; devido à diferença de pressão no tambor e na descarga para a atmosfera,
esta sucção arrasta a lama de toda extensão do tambor.
Em caldeiras que não possuem esse tipo de cantoneira, a descarga de fundo remove principalmente a
lama das regiões próximas ao furo da tubulação de drenagem.
Feixe tubular
O feixe tubular (Boilers Convection Bank) é um conjunto de tubos que faz a ligação entre os tubulões da
caldeira. Pelo interior destes tubos circulam água e vapor. Os tubos que servem para conduzir água do
tubulão superior para o inferior são chamados “downcomers”, ou tubos de descida, e os tubos que
fazem o sentido inverso (mistura de água e vapor) são conhecidos por “risers” ou tubos vaporizantes.
· Feixe tubular reto: muito usado em caldeiras mais antigas, nas quais os tubos eram ligados através de
caixas ligadas ao tubulão de vapor.
Materiais mais comumente utilizados: ASTM-A-178 (tubos com costura) e ASTM-A-192 e ASTM-A-210
(tubos sem costura).
Parede d’água
Nas caldeiras a fornalha, a parede d’água é formada por tubos que estão em contato direto com as
chamas e os gases, permitindo maior taxa de absorção de calor por radiação.
É possível encontrar também paredes d’água montadas com distâncias menores entre tubos. Com as
paredes d’água, o calor ganho por convecção é relativamente pequeno.
Fornalha
· Fornalhas para queima de combustível sólido: são as que possuem suportes e grelhas; podem ser
planas, inclinadas ou dispostas em formas de degraus que ainda podem ser fixos ou móveis. Estas
fornalhas destinam-se principalmente à queima de: lenha, carvão, sobras de produtos, casca de cacau,
bagaço de cana, casca de castanha, etc.
Apresentam como desvantagem o abaixamento de temperatura que pode ocorrer próximo à entrada de
combustível, grande geração de resíduos e ter seu uso limitado em caldeiras de pequena capacidade.
Normalmente, elas trabalham com grande excesso de ar, para melhorar as condições de fumaça da
chaminé.
· Fornalha com grelhas basculantes: é um tipo de fornalha muito usada para a queima de bagaço como
combustível sólido e é dividida em vários setores.
Cada setor possui elementos de grelha denominados barrotes. Estes barrotes se inclinam sob a ação de
um acionamento externo, que pode ser de ar comprimido ou de vapor. Com a inclinação dos barrotes, a
cinza escoa-se para baixo da grelha, limpando-a. A redução de ar da combustão e a melhor distribuição
do bagaço sobre a grelha aumentam consideravelmente o rendimento da caldeira.
· Fornalha com grelha rotativa: é um outro tipo de fornalha para a queima de combustível sólido na qual
a queima e a alimentação se processam da mesma maneira que na grelha basculante, mas a limpeza é
feita continuamente; não há basculamento dos barrotes. A grelha é acionada por um conjunto motor-
redutor, o que lhe dá pequena velocidade, suficiente para retirar da fornalha as cinzas formadas num
determinado período. O ar de combustão entra por baixo da grelha e serve para refrigeração, da mesma
forma que na grelha basculante.
· Fornalhas para queima de combustível em suspensão: são aquelas usadas quando se queimam óleo,
gás ou combustíveis sólidos pulverizados. Para caldeiras que queimam óleo ou gás, a introdução do
combustível na fornalha é feita através do queimador.
Queimadores
Os queimadores são peças destinadas a promover, de forma adequada e eficiente, a queima dos
combustíveis em suspensão. Em volta do queimador, existe um refratário de formato cônico que tem
grande importância para uma queima adequada do combustível lançado pelo queimador. Esse refratário
tem as seguintes finalidades:
Para combustíveis sólidos pulverizados, a introdução de combustível na fornalha pode ser feita através
de dispositivos de atomização que garantem a granulometria e a dispersão para queima dentro da
fornalha.
Superaquecedor
Quando instalados dentro das caldeiras, podem estar localizados, dependendo da concepção de projeto
da caldeira:
· sobre os feixes;
· na fornalha.
Existem alguns tipos de caldeiras nas quais o superaquecedor é instalado separadamente da caldeira.
Em virtude disso, ele depende de outra fonte de calor para o aquecimento.
A transmissão de calor para os superaquecedores pode ocorrer por convecção, radiação ou de forma
mista, em função de sua configuração na construção da caldeira.
Os superaquecedores correm o risco de ter seus tubos danificados, se não forem tomados alguns
cuidados relativos à garantia de circulação de água/vapor na superfície interna, nas partidas e paradas
da caldeira.
Equipamentos periféricos
São considerados também como parte integrante de uma caldeira, outros equipamentos denominados
como auxiliares ou periféricos, cujo bom desempenho e controle ajudam a boa operação de uma
caldeira. Eles são: economizador, préaquecedor, soprador de fuligem.
Economizador
É construído geralmente de tubos de aço ou ferro fundido com aletas. No seu interior circula a água e
por fora circulam os gases de combustão.
A corrosão nos tubos de economizadores pode ocorrer tanto na superfície interna quanto na externa.
Internamente a corrosão pode ser causada por impurezas contidas na água por deficiência no
tratamento. Externamente, a corrosão pode ser causada pelos gases que carregam elementos
contaminantes provenientes do processo de combustão.
Pré-aquecedor de ar
Pelo aumento de temperatura dos gases, a montagem da fornalha exige tijolos refratários fabricados
com materiais de melhor qualidade. A existência de pré-aquecedores causa um aumento na perda de
carga no circuito ar/gás de combustão, exigindo maior consumo de energia no acionamento dos
ventiladores.
Nos pré-aquecedores regenerativos, o calor dos gases de combustão é transferido indiretamente para o
ar, através de um elemento de armazenagem, por onde passa o ar e o gás de combustão,
alternadamente.
O pré-aquecedor regenerativo tipo Ljungstron é constituído de placas de aço finas e corrugadas que são
aquecidas quando da passagem dos gases de combustão e resfriadas quando da passagem do ar. Seu
formato assemelha-se a uma roda gigante, girando lenta e uniformemente.
No pré-aquecedor tipo colmeia, os gases quentes, ao passarem pela colmeia refratária, trocam o calor
com o ar frio que vai para a combustão.
Alguns tipos de caldeiras fazem o pré-aquecimento do ar, utilizando-se do próprio vapor gerado. Este
equipamento é denominado pré-aquecedor de ar a vapor.
Sopradores de fuligem
Um outro tipo de ramonador consiste de um dispositivo que introduz o tubo de sopragem no interior da
zona de convecção, sendo acionado manual ou automaticamente.
Exercícios
3. Qual a principal vantagem de uma caldeira aquatubular de tubos retos em relação a uma caldeira
aquatubular de tubos curvos?
6. Qual a principal diferença entre uma caldeira que queima gás/líquido e outra que queima combustível
sólido
7. Cite alguns acessórios que podem ser instalados no tubulão da caldeira aquatubular?