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Apresentação

Não sou nenhum prevencionista famoso, com


doutorado ou várias especializações com cargo alto em uma
multinacional e resolveu escrever um eBook; sou mais um
Técnico de Segurança do Trabalho que se dedica todos os dias
para garantir que os colaboradores voltem para as suas
famílias seguros e ama o que faz.
Aqui compartilho um pouco do conhecimento que
adquiri tanto com as minhas experiências de trabalho
quanto com minhas pesquisas durante esta jornada; desde
já agradeço ao leitor por adquirir este eBook e dedicar o seu
tempo para aprender um pouco com este.

@_prevencaoemacao
Sumário

1. Aconteceu um acidente e agora? ......................... - 4 -


2. Quem chamar? SAMU ou SIATE? .......................... - 6 -
3. Investigando a ocorrência. .................................... - 7 -
3.1. Coleta de informações pós acidente ................. - 7 -
3.2. Coleta de informações pós atendimento ........ - 8 -
3.3. Motivos causadores do acidente.................... - 9 -
3.4. Diagrama de Ishikawa (Espinha de Peixe) .. - 9 -
3.5. 5 Porquês ...................................................... - 11 -
3.6. Árvore de Causas ......................................... - 12 -
4. Comunicado de acidente de trabalho ..................- 13 -

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1. Aconteceu um acidente e agora?

O objetivo principal da segurança é garantir que todos os


colaboradores retornem para seus lares ilesos fisicamente e
mentalmente, conforme chegaram na empresa para
desempenharem suas atividades laborais. Infelizmente
apesar de adotar as medidas de controle e prevenção de
riscos, os acidentes ainda podem ocorrer.
Os papéis e atribuições devem estar bem definidas para o
caso de acidentes; a finalidade é garantir o atendimento
correto à vítima, o cumprimento de todos os procedimentos
legais afim de garantir os direitos do acidentado e análise
da causa do acidente para a adoção de ações que evitem
futuros acidentes.
A empresa deverá adotar diretrizes de ações em casos de
acidentes de trabalho, essas diretrizes devem envolver ações
que envolve todas as partes; a seguir segue um exemplo de
fluxo resumido de ações e seus responsáveis em caso de
acidente de trabalho.

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2. Quem chamar? SAMU ou SIATE?

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU -


192) poderá ser acionado em casos de urgências dos quais há
a necessidade de um atendimento especializado;
geralmente as unidades móveis de atendimento do SAMU
vem equipadas com dispositivos para imobilização de
vítimas e possuem um médico responsável oque potencializa
a eficácia dos atendimentos primários.
Quando chamar o SAMU?
• Dores no peito de aparecimento súbito
• Crises convulsivas
• Situações de intoxicação ou envenenamento
• Atropelamento
• Queimaduras graves
• Traumas
• Perda de consciência
• Queda acidental
• Sangramentos ou hemorragias
• Trabalho de parto com risco de morte

O Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em


Emergência (SIATE – 193) poderá ser acionado nos casos dos
quais há a necessidade de remoção de vítima de local de
difícil acesso, visto que os socorristas do Corpo de Bombeiros
possuem proficiência e equipamentos para realizar resgate
e atendimentos primários de suporte à vida.
Quando chamar o SIATE?
• Incêndios
• Acidentes com pessoas presas em ferragens
• Tentativas de suicídio

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• Choques elétricos
• Salvamentos aquáticos
• Desabamentos
• Quedas de altura
• Deslizamentos de terra
• Vazamentos de gás

3. Investigando a ocorrência.

Existem várias técnicas e hábitos que podem ser


adotados para garantir que a investigação do acidente seja
precisa.
3.1. Coleta de informações pós acidente

A princípio garanta que enquanto a vítima esteja em


atendimento médico, exista um responsável por entrevistar
as testemunhas e coletar o máximo de informações do
ocorrido, registrar as declarações de todos os observadores
possíveis, coletar todas as provas físicas e fotografar o
cenário, máquinas, equipamentos e mobiliários relacionados
ao ocorrido; é importante que esta fase seja realizada
próximo do período da ocorrência para não haver o risco de
perda de informações.
Recapitulando...
• Manter um responsável pela coleta de
informações; de preferência um profissional membro do
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho (SESMT) ou membro da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).

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• Coletar depoimento de todas as testemunhas, se
permitido pela testemunha gravar o depoimento e
anotar todas as informações relatadas.
• Fotografar o cenário do local onde ocorreu o
acidente levando em consideração a dinâmica do
acidente. Não permitir mudanças no cenário até que
todas as fotografias necessárias tenham seu devido
registro.
• Coletar evidências físicas se aplicável e armazenar
de forma que não haja comprometimento de tal
evidência.

Atenção: Os acidentes de trabalho com óbito,


obrigatoriamente deverão possuir Boletim de Ocorrência
(BO) registrado.

3.2. Coleta de informações pós atendimento

A partir do momento no qual a vítima estiver com o


estado mental e físico instável para a entrevista
investigativa, realize-a; o ponto de vista da vítima é o mais
legítimo e deverá ser ouvido.
Pós atendimento médico, será emitido pelo médico
responsável o atestado médico; no atestado haverá as
informações dos dias necessários de afastamento das
atividades laborais para recuperação da lesão, nome e
registro do médico e a Classificação Internacional de Doenças
(CID); esta informação é relevante no momento de análise
de natureza da lesão, por exemplo:
Não é coerente as testemunhas relatarem que houve
uma torção e no retorno do CID vir com o código de corte
superficial.

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A natureza da lesão deverá ser coerente com o CID do
Atestado Médico, pois posteriormente os dados coletados
deverão ser enviados através do Comunicado de Acidente de
Trabalho (CAT) de caráter obrigatório.

3.3. Motivos causadores do acidente

Após a coleta de informações e cumprimento de


obrigações legais referente ao acidente, é necessário fazer
uso dos dados coletados para investigar as causas do
acidente, com o objetivo de implementar ações para
prevenir futuros acidentes provenientes da mesma causa.
O envolvimento da CIPA e do gestor da área durante a
investigação e análise do acidente é crucial para que sejam
consideradas todas as possíveis causas do acidente.
As ferramentas mais utilizadas para a busca das causas
de acidentes são:
• Diagrama de Ishikawa (Espinha de Peixe);
• 5 Porquês;
• Árvore de Causas.
Podem ser adotadas outras ferramentas de acordo com
o procedimento escolhido pela empresa.

3.4. Diagrama de Ishikawa (Espinha de Peixe)

O Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta muito


conhecida na qualidade usada para apontar a causa e efeito
de um problema ou falha; o principal objetivo é identificar o
a causa e mitigá-la para evitar ocorrências futuras.

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O Diagrama de Ishikawa é uma representação gráfica
na qual o problema é apresentado como a “cabeça do peixe”
e cada “espinha” representa uma etapa ou conjunto dos
processos envolvendo o problema. Segue exemplo:
Moacir realiza trabalho de manutenção no topo de
ônibus e infelizmente ocorreu uma queda durante uma das
manutenções; Moacir fraturou sua perna direita e está
afastado; todos os procedimentos iniciais foram adotados.
O SESMT convocou uma reunião extraordinária em
conjunto com a CIPA e o Gestor da área; foi adotado o
Diagrama de Ishikawa para descobrir a causa do acidente e
criar ações para evitar futuros acidentes.
O Diagrama de Ishikawa ficou da seguinte maneira:

Máquina Terceiros Ambiente

Ônibus foi Distração com Ônibus úmido,


ligado por Colaborador por conta da
outro próximo. lavagem
colaborador. anteriormente. Acidente: queda
Colaborador Não realizou Linha de Vida
do ônibus
não treinado Checklist de inadequada
para trabalho EPI para a altura
em altura.

Mão de Obra Procedimento EPI/EPC

EFEITO

CAUSAS

Atenção: Podem existir mais de uma causa para cada


categoria e as categorias podem ser criadas conforme a
necessidade.

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3.5. 5 Porquês

Os 5 porquês consistem em definir o problema e


perguntar 5 vezes o porquê da causa deste problema para
obter a causa raiz. Segue exemplo:
Moacir realiza atividades de solda a aproximadamente
20 anos; recentemente foi diagnosticado com siderose; foi
afastado de suas atividades e impedido de realizar a
atividade novamente.
O SESMT convocou uma reunião extraordinária em
conjunto com a CIPA e o Gestor da área; foi adotado os 5
porquês para descobrir a causa do acidente e criar ações
para evitar futuros diagnósticos em colaboradores que
atuam no cargo
O resultado foi o seguinte:

PROBLEMA: SIDEROSE PULMONAR NO SOLDADOR

1 – POR QUÊ? EXECUTA ATIVIDADE DE SOLDA


2 – POR QUÊ? INALOU OS FUMOS METÁLICOS
3 – POR QUÊ? HÁ A DISPERSÃO NO AR
4 – POR QUÊ? NÃO HÁ EXAUSTOR NO POSTO
5 – POR QUÊ? NÃO FOI APROVADA A COMPRA

CAUSA RAIZ

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3.6. Árvore de Causas

A arvore de causas é uma metodologia baseada na


teoria geral de sistemas, ou seja, a partir desta metodologia
avalia-se todas as possíveis causas para a ocorrência e as
suas correlações; para aplicar esta metodologia é
evidenciado o problema e suas ramificações e a partir destas
ramificações são detalhadas as causas para encontrar todas
as possíveis soluções para o problema. Segue exemplo:
Moacir trabalha com reparos elétricos estava
reparando um interruptor e foi atingido por uma forte
descarga elétrica; o acidente poderia ser fatal, mas Moacir
permanece vivo com uma queimadura no braço.
O SESMT convocou uma reunião extraordinária em
conjunto com a CIPA e o Gestor da área; foi adotado a
árvore de causa para descobrir a causa do acidente e criar
ações para evitar futuros diagnósticos em colaboradores que
atuam no cargo
O resultado foi o seguinte:
Não usa Adquirir
luva Luva

Equipamento Possui
Etiqueta

Não sinalizou Não seguiu o


Desligou com etiqueta procedimento
Choque Procedimento
a energia
elétrico
Religou a
Achou que a
Havia chave
chave havia
Terceiros Terceiro caído

Possui Foi treinado


Mão de Obra Qualificação sobre a
etiqueta

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4. Comunicado de acidente de trabalho

O Comunicado de Acidente de Trabalho deverá ser feito


mesmo que não haja o afastamento do colaborador de suas
atividades laborais. A CAT deverá ser informada através do
evento do eSocial S2210 no prazo de até 1 dia útil após a
ocorrência e em caso de óbito o comunicado deverá ser
imediato.
No envio ao eSocial o nº da CAT equivale ao nº de
recibo do evento, esta informação é a referência utilizada no
caso da necessidade de reabertura de CAT.
As informações que devem ser informadas através do
S2210 são:
• Tipo de CAT
• Horário e data de ocorrência do acidente de
trabalho
• Situação geradora do acidente de trabalho
• Local do acidente
• Afastamento resultante de acidente de trabalho
• Classificação Internacional de Doença (CID)
• Parte do corpo atingida
• Agente causador
• Morte do trabalhador (em caso de óbito)
• Tipo de Acidente
• Informações relativas ao atestado médico

O envio da CAT ao governo poderá ser realizado


através de sistema capaz de gerar e realizar envio de
arquivo .XML ou poderá ser emitida diretamente pelo site
do governo (https://login.esocial.gov.br/login.aspx).

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