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Relações de produção também designadas por 

relações sociais de produção,


são constituídas pelo regime de propriedade dos meios de produção - capitais, terras,
ferramentas, máquinas, matérias-primas e tudo o que possa ser suscetível de ser
usado para fins produtivos -, formas de repartição dos produtos - meios de
produção ou bens de consumo - e estrutura de classes. O homens são, aquilo que
produzem e a forma como produzem, ou seja, "aquilo que os indivíduos são depende
das condições materiais da sua produção". Está assim justificado o argumento de
Marx, em que sustenta que, "em todas as formas de sociedade, é uma produção
determinada e as relações de produção por ele produzidas que estabelecem a todas as
outras produções e às relações a que elas dão origem a sua categoria e importância".
Nessa perspectiva a relação entre cultura e trabalho está atrelada a forma
como a organização consegue se movimentar em meio a diversidade, preservando
os estilos de trabalho naturais. Para poder prosperar, as organizações devem criar
culturas em que os indivíduos sejam incentivados a trazer seu ser mais autêntico
para o trabalho. Como ensinava Marx, para refletir-se sobre a dialética
capital/trabalho teremos que partir da relação do ser humano com a natureza e a
necessidade que o homem tem em tirar da natureza sua sobrevivência. É assim que
Marx explica o conceito geral de trabalho. É através do trabalho físico e mental que o
homem transforma o mundo (natureza) e a si mesmo.

A categoria trabalho, então, está associada à transformação da natureza pela


ação humana numa relação que distingue o homem da natureza (sem excluí-lo dela)
ressignificando a própria natureza. “Antes de tudo, o trabalho é um processo entre o
homem e a Natureza, um processo em que o homem, por sua própria ação, media,
regula e controla seu metabolismo com a Natureza. Ele mesmo se defronta com a
matéria natural como uma força natural”. O homem tira da natureza os meios para sua
sobrevivência através da ação consciente numa relação de trocas que transforma a si e
à natureza. Com o trabalho, natureza e homem são transformados. A ação humana
sobre a natureza através do trabalho é também uma ação da natureza sobre o
humano. Essa ação consciente é que distingue a relação que o homem tem com a
natureza das que outros seres têm com ela. A consciência da ação é que determina o
trabalho como categoria essencialmente humana.A mente humana já construiu a casa
antes da matéria ser transformada através do trabalho, antes de deixar de ser
simplesmente natureza para ser objeto construído.

Podendo concluir que o trabalho é um ato consciente é uma necessidade


indispensável à existência física e social do ser humano. O homem, então, se constitui
nessa relação com a natureza como ser social diferenciando de outras espécies não
somente por suas propriedades biológicas diferenciadas, mas por propriedade sócio-
históricas que têm seu fundamento no trabalho. O trabalho, assim, é atividade
primeira dos homens, mediante a qual eles produzem, reproduzem e transformam
suas vidas. O trabalho constitui o elemento fundante, ontológico da humanidade na
medida em que produz valores de uso para a manutenção da vida, para atender às
necessidades elementares do homem enquanto ser vivo. No entanto trabalhar
significa produzir-se. ... O trabalho talvez seja em nossa atualidade a atividade humana
que retém em si um valor fundamental para a integração social, constituindo matéria
nuclear do território existencial de homens e mulheres. A ideia não é que o ser
humano exista em função do trabalho, mas é por meio dele que produz os meios para
manter-se vivo. Dito isso, o impacto do trabalho e do seu contexto exercem grande
influência na construção do sujeito.

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