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1 – Introdução

Banco: Instituição cujas operações correntes consistem em fornecer empréstimos e receber


depósitos do público.
A existência dos bancos é justificada pelo seu papel no processo de alocação de
recursos (K) eficiente, tanto p/ um consumidor quanto para a alocação de capital físico p/
um uso mais produtivo nos negócios.
As funções de um banco podem ser divididas em 4 categorias :

1) Oferecer acesso a um sistema de pagamentos

2) Transformação de Ativos:
Existem 3 tipos de transformação de ativos:
a) “Convenience of Denomination”: É a principal justificativa p/ a
intermediação financeira, pois os bancos ajustam o tamanho de seus
produtos (depósitos, empréstimos) de acordo com o que for mais
conveniente para o cliente.
b) Transformação de Qualidade: Ocorre quando o banco lança um título em seu
próprio nome ao invés de tentar vender um portfolio de empréstimos,
oferecendo, portanto menor risco e melhores características de retorno. Isto
pode acontecer em uma situação de informação assimétrica, ou seja, quando
os bancos possuem melhor informação que seus depositantes.
c) Transformação de Ativos: É a transformaçã dos ativos de curto prazo, que
são os depósitos, em ativos de longo prazo, os empréstimos.

3) Gestão de Risco
Os riscos aos quais os bancos estão expostos são:
- Risco de crédito (inadimplência)
- Risco de iliquidez
- Risco da taxa de juros (descasamento)
- Risco das operações “fora do Balanço”: Bancos atualmente fazem
operaçãoes que contabilmente não correspondem a um ativo ou
passivo para o banco, mas sim a movimentos de fluxo de caixa, tais
como técnicas sofisticadas de gestão de iliquidez e transações com
swaps. Os fatores que levaram à criação destas operações vão
desde o desejo de escapar de tributos e regulações até à diminuição
de seu grau de alavancagem.

4) Processar informações e monitorar seus devedores


De modo a limitar o risco a que seus empréstimos estão sujeitos, os bancos monitoram e
processam informação, visando estabelecer uma relação de longo prazo com seus clientes e
diminuir os efeitos de “Moral Hazard”.
Bancos e a Teoria Geral

- 3 agentes: consumidores (h), firmas (f) e bancos (b)


- 2 períodos: t1 e t2
- 1 único bem (w1), possuído pelos consumidores. Uma fração deste bem é
consumida em t1, sendo o restante investido pelas firmas p/ ser consumido em t2.
- Função de produção da firma: f = f(I), onde I= nível de investimento
- Depósitos bancários (D), Poupança do consumidor (S) e títulos de (B)
- No modelo, títulos e depósitos são considerados substitutos perfeitos pelos
consumidores.

Consumidor: Aloca S entre D e Bh, de modo a maximizar sua função de utilidade


U=U(C1,C2), onde C1 é o consumo em t1 e C2 o consumo em t2.
(1) w1=C1+Bh+D
(2) C2= Πf + Πb +(1+r)Bh + (1+rd)D

Onde: Πf = Lucro da firma


Πb= Lucro do Banco
r = Juros pagos pelos títulos
rd = Juros pagos pelos depósitos
Dado que Bh e D são substitutos, há uma solução interna para (2) se:
r = rd

Firma: Escolhe um nível de investimento I e o financiamento para este investimento entre


crédito bancário (L) e emissão de títulos (Bf), de modo a maximizar seu lucro:
(3) Πf = f(I)- (1+r) Bf – (1+rl)L
(4) I = Bf + L
Como L e B são substitutos perfeitos, (3) só possui uma solução interior se:
r = rL

Banco: Escolhe sua oferta de empréstimos (L), sua demanda de depósitos (D) e sua
emissão de títulos (Bh) de modo a maximizar Πb:
(5) Πb = (rL)L – (r)Bb – (Rd)D
(6) L = Bb + D

Equilíbrio Geral:
- Agentes Racionais
- Cada mercado resolve:
I=S
D+ = D- (oferta =demanda de depósitos)
L+ = L- (oferta =demanda de crédito)
Bh= Bf + Bd (mercado financeiro)

Dado que afirmamos anteriormente que:


r = r d e r = rL ⇔ r = r d = rL
- Portanto, no equilíbrio, temos de (5) que o banco tem lucro 0 (zero): Πb = 0
- Como os consumidores estão indiferentes entre os títulos dos bancos e depósitos,
enquanto que as firmas são indiferentes entre crédito bancário e títulos, as decisões
dos bancos não tem impacto nas decisões dos outros agentes.
Deste modo, chegamos a um mundo onde os bancos são instituições redundantes e
que não leva em conta as complexidades da indústria bancária. Há dois modos de se
escapar deste resultado desapontador:
1) Paradigma da Informação Incompleta, que explica porque o
mercado financeiro não é completo e mostra porque bancos
existem.
2) A abordagem de organização industrial para bancos, que considera
que os bancos essencialmente oferecem serviços para seus clientes,
e que transações financeiras são somente a contra-parte mais visível
destes serviços. Consequentemente, torna-se necessário introduzir
os custos associados com estes serviços, assim como algum grau de
diferenciação entre os produtos.

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