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PROPOSTA DE RESOLUÇÃO
DOS EXERCÍCIOS SOBRE A
FRASE
GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA
MARTA FILIPE ALEXANDRE
MARTA FILIPE ALEXANDRE | 2021
PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS SOBRE A FRASE
GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA
1.
Corriam os meados do século XXI, quando em Lisboa, cidade dos buracos, a Câmara mandou abrir mais um
buraco monumental.
1.1.
A primeira frase do texto escrita sem elementos não obrigatórios é: “Corriam os meados do século XXI”.
Esta é a oração principal da frase. Apagamos a oração subordinada temporal, porque ela não é obrigatória.
1.1.1.
O sujeito da oração principal é “os meados do século XXI” (= eles).
1.1.2.
O verbo da oração principal é “corriam”.
1.2.
A oração subordinada que acrescenta informação à frase é “quando, em Lisboa, cidade dos buracos, a
Câmara mandou abrir mais um buraco monumental”.
1.2.1.
O sujeito da oração subordinada é “a Câmara” (= ela).
1.2.2.
O verbo da oração subordinada é “mandou”.
1.2.3.
Esta oração subordinada é uma oração subordinada (adverbial) temporal.
1.3.
grupos nominais Os elementos que estão no interior do grupo nominal
determinantes nome elementos obrigatórios elementos não
ou artigos (complementos) obrigatórios
(modificadores)
de + os buracos - GP
1.4.
grupos preposicionais preposição elementos obrigatórios
(complementos)
1.5.
(1) É o predicado. É um verbo intransitivo (o verbo correr não necessita de complemento) e apresenta
as marcas de concordância com o sujeito da frase.
(2) É o sujeito do verbo “corriam”. É um grupo nominal. Contém um nome (o nome ‘meados’) que
precisa de um complemento . Complemento do nome ‘meados’ é o grupo preposicional.
(3) É uma oração subordinada e é oração uma subordinada temporal, começando com quando, uma
conjunção. Esta oração tem a função de modificador no interior de toda a oração subordinante.
(4) É o grupo preposicional, para apresentar informação sobre o local. Este grupo tem a função de
modificador no interior da oração.
(5) É um grupo nominal, é o sujeito do verbo mandou (3.ª pessoa do singular), a Câmara concorda com
o verbo mandar
(6) É o predicado. Contém um verbo transitivo (o verbo mandar precisa de um complemento) e
contém o seu complemento (“abrir mais um buraco monumental”).
2.
Estava destinado a transformar-se na nova Estação de Metropolitano do Rossio.
2.1.
O sujeito está subentendido. O sujeito é o grupo nominal que surge no final da primeira frase (“um buraco
monumental”). O predicado é tudo o que se apresenta na frase: “Estava destinado a transformar-se na
nova Estação de Metropolitano do Rossio.”
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2.2.
grupos nominais determinantes nome elementos obrigatórios elementos não
ou artigos (complementos) obrigatórios
(modificadores)
“a nova Estação de a Estação de nova
Metropolitano do Metropolitano
Rossio” do Rossio
2.3.
grupos preposicionais preposição elementos obrigatórios (complementos)
2.4.
(1) É o sujeito da frase e é referido na frase anterior. – Pode ser substituído pelo pronome pessoal
“ele”.
(2) É o grupo verbal e o predicado da frase. – Contém o verbo e outros elementos fundamentais da
frase: o verbo “estava” concorda em pessoa e número com o sujeito e o elemento ‘destinado’ concorda
em género e número com o sujeito da frase. Podemos substituir todos os elementos de (2) por um verbo
intransitivo: O buraco desapareceu.
(3) É o verbo principal da frase. – Concorda em pessoa (3.ª) e número (singular) com o sujeito.
(4) Podemos dizer: “O buraco estava.”? Não podemos apagar este elemento da frase. É um elemento
importante e depende do verbo. O verbo precisa que ele esteja na frase: é um complemento. É um
complemento do verbo, ao qual chamamos: predicativo do sujeito. – O elemento ‘destinado’ concorda em
género e número com o sujeito da frase.
3.
Como era da praxe, o Presidente da República apresentou-se na inauguração do buraco, que iria constituir,
de facto, um grande furo em território nacional.
3.1.
“O Presidente da República apresentou-se na inauguração” é a oração principal.
3.1.1.
O sujeito é “o Presidente da República”.
3.1.2.
O verbo principal da frase é “apresentou-se”. É um verbo reflexo ou pronominal. – Usa-se sempre com o
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pronome reflexo, -se, -me, -te. Necessita de um complemento. Dizemos sempre: apresentar-se em algum
lugar ou ocasião.
3.2.
As orações subordinadas são: “como era da praxe” e “que iria constituir, de facto, um grande furo em
território nacional”.
3.2.1.
A oração contém um sujeito nulo, porque não há nenhuma palavra ou conjunto de palavras que realize a
função de sujeito. Temos uma expressão impessoal: ser da praxe, ser costume. Não se pode subentender
uma palavra específica da frase.
3.2.2.
O verbo da oração é “era”.
3.2.3.
É uma oração subordinada (adverbial) causal.
3.2.4.
O sujeito da 2.ª oração subordinada é o pronome relativo “que”. Sabemos que este pronome está a
retomar o nome “buraco”.
3.2.5.
O verbo da 2.ª oração é “iria constituir”.
3.2.6.
É uma oração subordinada (adjetiva) relativa. Ela acrescenta informação no interior de um grupo nominal:
diz-nos algo sobre o nome “buraco”.
3.3.
grupos nominais determinantes ou nome elementos elementos não
artigos obrigatórios obrigatórios
(complementos) (modificadores)
“a praxe” a praxe
“o Presidente da o Presidente da da República
República” República* (GP)*
“a inauguração do a inauguração do buraco (GP)
buraco”
“um grande furo em um furo grande (GAdj)
território nacional” em território
nacional (GP)
“território nacional” - território nacional (GAdj)
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*Podemos entender que “Presidente da República” é uma única palavra, um nome composto. Ou, então,
podemos entender que o GP “da República” é um complemento.
3.4.
grupos preposicionais preposição elementos obrigatórios (complementos)
3.5.
“De facto” é uma locução adverbial e significa na prática.
3.6.
(1) É uma oração subordinada e tem a função de modificador na oração subordinante.
(2) É um GN e tem a função de sujeito da oração subordinante.
(3) É um GV e é o predicado da oração subordinante.
(4) É um GP e tem a função de modificador.
(5) É um pronome relativo e tem a função de sujeito da oração subordinada.
(6) É um GN e tem a função de predicativo do sujeito (há concordância em número).
4.
Não faltou o ministro dos Transportes, pois tratava-se de um buraco concebido para impedir o trânsito.
4.1.
Faltou o ministro. Quando tiramos o advérbio ‘não’, o significado da frase muda, mas a sua estrutura
continua completa.
4.1.1.
O sujeito é “o ministro dos Transportes”.
4.1.2.
O verbo principal é “faltou”. Trata-se de um verbo intransitivo, que não necessita de complementos.
4.2.
As orações que acrescentam informação à oração principal são: “pois tratava-se de um buraco concebido
para impedir o trânsito” e “impedir o trânsito”
4.2.1.
O sujeito da primeira oração indicada em 4.2. é um sujeito indeterminado e está expresso pelo pronome “-
se”.
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4.2.2.
O verbo da primeira oração indicada em 4.2. é “tratava-se”.
4.2.4.
A segunda oração indicada em 4.2. não tem sujeito, é uma oração infinitiva – tem o verbo na forma do
infinitivo. É uma oração pequena, não se pode identificar nela um sujeito.
4.2.5.
O verbo da segunda oração indicada em 4.2. é “impedir”
4.3.
grupos nominais determinantes ou nome elementos obrigatórios elementos não
artigos (complementos) obrigatórios
(modificadores)
“o ministro dos o ministro dos Transportes -
Transportes” GP*
“os Transportes” os Transportes
*Geralmente, é necessário especificar o tipo de ministro. E a única forma de o fazer é sempre com a
preposição de. Por isso, considera-se que se trata de um GP que serve como complemento.
4.4.
grupos preposicionais preposição elementos obrigatórios (complementos)
“dos Transportes” de os Transportes - GN
“de um buraco concebido para de um buraco concebido para impedir
impedir o trânsito” o trânsito – GN
“para impedir o trânsito” para* impedir o trânsito - GV
*A palavra ‘para’ é aqui entendida como preposição porque introduz uma oração infinitiva. Cf.
https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/a-classificacao-de-para-como-conjuncao/35990
4.5.
O advérbio presente é o advérbio de negação “não”.
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4.6.
A conjunção presente é a palavra “pois” e tem um sentido explicativo.
4.7.
(1) Grupo adverbial – é um modificador da frase.
(2) É o verbo da primeira oração da frase – elemento principal do predicado – é um verbo intransitivo.
(3) Grupo nominal – é o sujeito da primeira oração da frase, está a concordar em pessoa e número
com o verbo “faltou”.
(4) Oração coordenada – é introduzida pela conjunção “pois” e tem um significado explicativo.
(5) Grupo preposicional – é o complemento do verbo “tratar-se”.
(6) Grupo adjetival – é um modificador do Grupo nominal “um buraco”.
(7) Grupo nominal – é o complemento direto do verbo “impedir”.
5.
Nem a ministra da Indústria, visto que ali, pela primeira vez, seria experimentada a portentosa escavadora
“Minhoca”, fruto da mais avançada tecnologia minhota.
5.1.
Temos sempre de eliminar a oração subordinada causal, mas podemos reescrever a frase de duas
maneiras.
Pode ser: “A ministra faltou”. Nesta resposta temos de recuperar o verbo subentendido.
Também pode ser: “Nem a ministra (faltou)”. Nesta resposta, podemos manter o verbo como
subentendido.
5.1.1.
O sujeito é “a ministra”.
5.1.2.
O verbo que tem de ser subentendido e ocorre na frase anterior é “faltou”.
5.2.
A oração subordinada que acrescenta informação à frase é “visto que ali, pela primeira vez, seria
experimentada a portentosa escavadora “Minhoca”, fruto da mais avançada tecnologia minhota”.
5.2.1.
O sujeito desta oração subordinada é “a portentosa escavadora “Minhoca”, fruto da mais avançada
tecnologia minhota”.
5.2.2.
O verbo desta oração subordinada é “seria experimentada”. Podemos afirmar que a frase se encontra na
voz passiva.
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5.2.3.
Esta é uma oração subordinada (adverbial) causal. É introduzida pela locução “visto que” e acrescenta
informação à oração principal.
5.3.
grupos nominais determinantes nome elementos elementos não obrigatórios
ou artigos obrigatórios (modificadores)
(complementos)
*Geralmente, é necessário especificar o tipo de ministro. E a única forma de o fazer é sempre com a
preposição de. Por isso, considera-se que se trata de um GP que serve como complemento.
5.4.
grupos preposicionais preposição elementos obrigatórios (complementos)
5.5.
Os adjetivos presentes na frase são: “portentosa”, “avançada” e “minhota”.
5.6.
A locução adverbial presente na frase é “pela primeira vez”.
5.7.
Os advérbios presentes na frase são “nem”, “ali” e “mais”.
5.8.
(1) Oração subordinada adverbial causal – oração introduzida pela locução conjuncional “visto que”.
(2) Verbo da oração principal que está subentendido – a forma verbal surge na frase imediatamente
anterior – é um verbo intransitivo.
(3) Sujeito da oração principal – concorda em número e pessoa com a forma verbal subentendida (3.ª
pessoa do singular).
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(4) Grupo adverbial composto apenas pelo advérbio de lugar ‘ali’; Grupo preposicional composto pela
preposição ‘por’ e o grupo nominal ‘a primeira vez’ – têm a função de modificador dentro da oração
subordinada adverbial causal – acrescentam informação acessória sobre lugar e tempo – podem ser
apagados e a frase continua completa.
(5) Grupo nominal – tem a função de sujeito da oração subordinada adverbial causal.
6.
Tinham acabado os discursos e ainda as palavras ressoavam no momento solene em que um operário de
capacete amarelo acionou o comando da máquina que, num ruído ensurdecedor, começou a escavar.
6.1.
Usa-se a conjunção coordenativa copulativa “e”.
6.2.
O sujeito da primeira oração coordenada é “os discursos”.
6.3.
O sujeito da segunda oração coordenada é “as palavras”.
6.4.
As duas orações subordinadas que acrescentam informação à frase são: “em que um operário de capacete
amarelo acionou o comado da máquina…” e “que, num ruído ensurdecedor, começou a escavar”.
6.4.1.
O sujeito da 1.ª oração subordinada é “um operário de capacete amarelo”.
6.4.2.
O verbo da 1.ª oração subordinada é “acionou”.
6.4.3.
A 1.ª oração subordinada é uma oração subordinada (adjetiva) relativa. Trata-se de uma oração
subordinada introduzida por um pronome relativo e que acrescenta informação ao GN “o momento
solene”.
6.4.4.
O sujeito da 2.ª oração subordinada é o pronome relativo “que” e o seu significado/referente é o GN “a
máquina”.
6.4.5.
O verbo da 2.ª oração subordinada é a expressão “começou a escavar”.
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6.4.6.
A 2.ª oração subordinada é uma oração subordinada (adjetiva) relativa. Trata-se de uma oração
subordinada introduzida por um pronome relativo e que acrescenta informação ao GN “a máquina”.
6.5.
grupos nominais determinantes nome elementos elementos não obrigatórios
ou artigos obrigatórios (modificadores)
(complementos)
“os discursos” os discursos
6.6.
adjetivos nome que o adjetivo modifica
“solene” momento
“amarelo” capacete
“ensurdecedor” ruído
6.7.
O advérbio presente na frase é “ainda”.
6.8.
Os verbos auxiliares presentes na frase são “tinham” e “começou”.
6.9.
(1) Grupo preposicional introduzido pela preposição “em” – É um modificador dentro da segunda
oração coordenada, pois acrescenta informação sobre o tempo e pode ser apagado da frase.
(2) Grupo verbal que contém um verbo intransitivo – é o predicado da primeira oração coordenada.
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(3) Grupo nominal – é o sujeito da primeira oração coordenada, concorda em pessoa e número com o
verbo “tinham”.
(4) Grupo adverbial – É um modificador dentro da segunda oração coordenada, pois acrescenta
informação e pode ser apagado da frase.
(5) Grupo nominal – é o sujeito da segunda oração coordenada, concorda em pessoa e número com o
verbo “ressoavam”.
(6) Grupo nominal – é o sujeito da oração subordinada (adjetiva) relativa concorda em pessoa e
número com o verbo “acionou”.
(7) Grupo nominal – é o complemento direto do verbo “acionou”, no interior da oração subordinada
(adjetiva) relativa.
(8) Grupo preposicional introduzido pela preposição “em” – É um modificador dentro da segunda
oração subordinada, pois acrescenta informação sobre modo e pode ser apagado da frase.
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