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Universidade Lusíada Norte

Vila Nova de Famalicão

Unidade Curricular: HISTÓRIA DA ARTE COMPARADA


Château de Fontainebleau

Andreia Sofia Martins Pinto

Vila Nova de Famalicão – 04/04/2022


O que é o Classicismo?
Para definir a essência do classicismo na arquitetura, John Summerson,
autor do livro A Linguagem Clássica da Arquitetura, decide efetuar um
recorte de apenas duas definições da palavra clássico dentro do contexto
da arquitetura, pois o grande número de significados que podem ser
atribuídos a ela é visto como um entrave na busca da resposta à pergunta
de qual será a essência do classicismo.
A primeira definição apresentada por Summerson é aquela que ele chama
de mais óbvia: "um edifício clássico é aquele cujos elementos decorativos
derivam direta ou indiretamente do vocabulário arquitetónico do mundo
antigo – o mundo clássico" (Grécia e Roma). Com esta primeira definição o
autor busca apenas dar uma uniformidade numa categoria de edifícios
(clássicos, no caso), mas sem ainda apresentar algo que possa ser tomado
como a essência do classicismo na arquitetura.
As tentativas de delimitar essa essência foram, ao longo da história da
arquitetura clássica, levando a defini-la como a busca
pela harmonia inteligível entre as partes. Essa harmonia seria
representada através da construção de partes proporcionais entre si, ou
seja, que as proporções dessas partes do edifício sejam
funções aritméticas e que estejam relacionadas entre si.
Entretanto, a proporcionalidade de um edifício não o torna
necessariamente um edifício clássico. Para ratificar essa sentença o autor
exemplifica: "os pórticos da catedral de Chartres são, em proporção e
distribuição, tão clássicos quanto se possa imaginar, porém nunca
deixarão de ser considerados góticos".
Após esse recorte de duas possíveis definições para o clássico, Summerson
prossegue no primeiro capítulo de seu livro destacando uma série de
características dos edifícios da Antiguidade (Grécia e Roma) e a
reconhecida importância que essas características tiveram durante a
Renascença. Desta forma, ele arquiteta a ideia de que a essência do
classicismo não estaria apenas na harmonia (proporção) das partes do
edifício e nem tão pouco somente nos elementos decorativos que
derivaram direta ou indiretamente da arquitetura greco-romana, mas sim
na combinação dessas duas características.
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Château de Fontainebleau

Figura 1 – Castelo de fontainebleau


O Castelo de Fontainebleau é um dos maiores palácios reais franceses,
sendo residência soberana durante oito séculos. Fica localizado na cidade
de Fontainebleau, no Norte da França.
Cada dinastia que passou por Fontainebleau deixou sua marca, como os
Capétiens, os Valois, os Bourbons, os Bonaparte e os Orléans. E foi assim
que o Fontainebleau, que também já foi monastério e forte, construído
em 1137, se tornou este belo castelo.

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Figura 2 – Castelo de Fontainebleau visto de um dos parques


O parque cobre uma área de quase 80 hectares e foi criado por Henrique
IV, que desmatou parte da Floresta de Fontainebleu entre 1606 e 1609.
Luís XIII de França já passeou de Galé nos canais do parque instalados no
século XVI.

Este palácio introduziu na França o maneirismo italiano, quer na


decoração de interiores quer nos jardins, e transformou-o ao fazer sua
interpretação à francesa. O maneirismo francês na decoração de
interiores do século XVI é conhecido como “Escola Fontainebleau”,
combina escultura, trabalhos em metal e madeira, pintura e estuque.

Os ideais da beleza feminina em Fontainbleau são Maneiristas: uma


pequena e graciosa cabeça num pescoço comprido, exageradamente
longos torso e braços, peitos pequenos e altos — quase um regresso às
belezas do gótico tardio. Os novos trabalhos em Fontainebleau foram
registados em refinadas e detalhadas gravuras que circularam entre
conhecedores e artistas.

Figura 3 – vista aérea dos parques do castelo


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Que alterações existiram?
O primeiro a ampliar a construção do castelo mais significativamente
foi Francisco I em 1528. Ele passava boa parte de seu tempo neste
castelo e mandou reconstruí-lo com inspiração renascentista italiana.

Gilles Le Breton (falecido em 1553) foi um arquiteto e mestre-


pedreiro francês durante o Renascimento . Ele é mais conhecido como o
cérebro de grande parte do atual Château de Fontainebleau .
Em 1526, Le Breton estava trabalhando no Château de Chambord sob
Pierre Nepveu. Em 1527, foi nomeado “maître général des oeuvres de
Maçonnerie du roi”, ou mestre-pedreiro. Foi nessa época que Francisco
I iniciou as reformas em Fontainebleau, o antigo pavilhão de caça
medieval dos monarcas franceses, a sudeste de Paris. Em 28 de abril de
1528, Le Breton assinou um contrato com o rei para derrubar a antiga
torre de entrada e erguer outra, juntamente com várias torres e galerias
menores. Le Breton foi o próximo contratado para construir a Capela de
São Saturnino e reformar uma escada em agosto de 1531. Ele foi
prometido 18.000 libras para o trabalho na grande escadaria, por um
contrato em março de 1540. Philibert de l'Orme, o arquiteto de Francis I,
reconheceu e verificou as obras de Le Breton mais tarde em 1540. Embora
de l'Orme tenha se tornado o principal arquiteto de Fontainebleau em
1548, acredita-se que Le Breton permaneceu no projeto até sua morte.
Sebastiano Serlio foi um arquiteto italiano do Renascentismo e
integrou a equipa que construiu o Château de Fontainebleau. Foi o autor
do tratado "I sette libri dell'architettura" e ajudou a consolidar a Ordem
Arquitetônica.

Serilo foi para Roma em 1514 e permaneceu lá ate 1527 quando ocorre
o Saque de Roma. Foi para Veneza mas deixou poucas marcas ali porém é
lá que surge o primeiro volume de seu tratado denominado "Regole
generali d'architettura [...]" ou Regras Gerais da Arquitetura.
As publicações de Serilo chamaram a atenção do rei Francisco I da França.
A carreira do arquiteto inicia quando recebe um convite deste rei para ser
conselheiro na construção e decoração do Château de Fontainebleau onde
uma equipe italianos havia sido formada.
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Outra campanha de extensas construções foi levada a cabo por Henrique
II e Catarina de Médici, que contrataram os arquitetos Philibert Delorme e
Jean Bullant.
Philibert de l'Orme era um arquitecto francês, e um dos grandes
mestres do Renascimento.
Em 1548 Henrique II incumbiu-lhe a tarefa de supervisionar as obras
do Château Fontainebleau, em Saint-Germain-en-Laye, entre outros
edifícios reais. Porém, quando este morreu em 1559, Philibert ficou
deprimido. Apesar de tudo, no reinado do sucessor, Carlos IX, foi-lhe
concebido o planeamento do Palácio das Tulherias, em colaboração
com Jean Brillant.
(Infelizmente não consegui encontrar informações fidedignas e como tal,
mesmo sabendo que é um grande nome não quis deixar a possibilidade de
colocar informações erradas acabando por ter de pesquisar mais sobre
este arquuiteto mais tarde)
No Fontainebleau, nasceram seis filhos do casal, dentre eles Francisco
II e Henrique III.
O rei Henrique IV adicionou o pátio que carrega o seu nome, e ainda o
Cour des Princes, com a adjacente Galeria de Diane de Poitiers e a
Galeria des Cerfs, usada como biblioteca.

Figura 4 – Cour des Princes

Uma segunda escola de decoradores de Fontainebleau, menos


ambiciosa e original que a primeira, esteve envolvida nestes projetos
adicionais. Henrique IV perfurou o parque florestal com um canal de
1200 metros e ordenou a plantação de pinheiros, olmeiros e árvores
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frutíferas.
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Três séculos depois o palácio entrou em decadência. Durante a
Revolução Francesa muito do mobiliário original foi vendido, no
decurso das vendas revolucionárias do conteúdo de todos os palácios
reais, concebidas como uma forma de conseguir dinheiro para a nação
e assegurar que os Bourbons não poderiam voltar aos seus confortos.

Todavia, na sua época, o Imperador Napoleão Bonaparte, começou a


transformar o Castelo de Fontainebleau num símbolo da sua grandeza,
como uma alternativa ao vazio Palácio de Versailles, com as suas
conotações Bourbon. Durante o império, ele se instalou no Castelo
com Josephine, e depois desta, que não podia lhe dar filhos, casou-se
com Marie-Louise, que também se instalou lá.
No Castelo, Napoleão assinou a sua abdicação ao trono, através do
Tratado de Fontainebleau, despediu-se e partiu para o exílio na ilha de
Alba, no Mar Mediterrâneo, em 11 de abril 1814. O tratado não
despojou o imperador de seu título.

A Escadaria de ferro, o símbolo


Os soberanos da dinastia Bourbon são decididamente os maiores
benfeitores de Fontainebleau. Devem, por exemplo, a Louis XIII, a
escada de ferro, de estilo Renascentista, símbolo do castelo.

Uma vez que subir as a escada, contemple a riqueza dos 1500 objetos
do castelo, reformado sob a liderança de Luís XV e Luís XVI.
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MUSEUS NO CASTELO

Além da visitação às dependências do castelo e aos jardins, ainda é


possível ver mais quatro coleções que estão instaladas no Castelo
Fontainebleau. São eles:

O Museu Chinês da Imperatriz, construído sob as ordens de Eugenie


em 1863, apresenta coleções do Extremo Oriente recolhidas pela
imperatriz. São móveis e objetos saqueados durante a ocupação de
Pequim pelos franceses.

Figura 5 – museu chines da imperatriz

O Museu de Napoleão I, constituído em 1986, onde estão expostas


lembranças históricas dele e de sua família, enquanto durou o imperío
(1804-1815). Até mesmo uma de suas tendas de campanha foi
remontada em uma das salas para mostrar como ele vivia quando
estava em batalha.
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Figura 6 – Napoleão Bonaparte


A Galeria de Pinturas é um conjunto de pinturas do século 17 expostas
desde 1995 em uma série de salas.

A Galeria dos Mobiliários, inaugurada em 2009, é uma seleção de


obras dos séculos 18 ao 20 que são apresentadas no apartamento de
Caça, no térreo.

O mobiliário de Napoleão
Após danos durante a Revolução Francesa, demorou até o reinado de
Napoleão e Luís Filipe (primeiro e segundo Império, do século XIX),
que Fontainebleau estivesse completamente remodelado.
As galerias, os teatro, as 3 capelas, os 4 museus irão encantá -lo. Uma
verdadeira lição de história da arte! Mas também uma viagem ao
longo do cotidiano dos coroados: o trono de Napoleão, mesas e
outros móveis, que atestam a grande estilo de vida dos anfitriões de
Fontainebleau.
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ACONTECIMENTOS MARCANTES

Além de ser a moradia de vários reis e rainhas da França e de


festejados casamentos entre membros das famílias reais europeias, o
Castelo de Fontainebleau teve outros acontecimentos marcantes.

Em outubro de 1685, Fontainebleau assistiu à assinatura do Édito de


Fontainebleau, pelo rei Luís XIV da França que revogava o Édito de
Nantes (1598) e ordenava a destruição de igrejas huguenotes e o
fechamento de escolas protestantes.

Hóspedes reais dos Reis Bourbon foram instalados em Fontainebleau,


como Pedro I da Rússia e Cristiano VII da Dinamarca, e também, na
época de Napoleão, o Papa Pio VII, em 1804 quando veio consagrar
Napoleão como Imperador, e entre 1812 e 1814, quando foi seu
prisioneiro.

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Conclusão
Este castelo é um importante objeto de estudo na comparação com os
estudados no semestre anterior na unidade curricular de História da Arte
Moderna onde houve maior foco no movimento Renascentista na Itália.
Apesar da grande dificuldade em encontrar fontes fidedignas sobre este
castelo achei ser um elemento muito interessante não só pela arquitetura,
mas pela história arquitetónica com todas as remodelações, arquitetos e
reis envolvidos.
Foi também complicado apresentar apenas a arquitetura deste edifício no
século XV pois este palácio esteve constantemente em mudança, foi então
optado por apresentar uma descrição de todos os momentos, mas não tao
detalhada para num segundo momento conseguir aprofundar mais nos
seculos que forem pedidos, servindo este exemplo como um início de
estudo, apresentando o palácio e todo os momentos mais importantes
mesmo que saindo dos seculos em estudo.

Este edifício merece mais publicações em inglês para que haja mais
exposição ao resto da Europa e estudos desenvolvidos a partir dessas
publicações.
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webgrafia
https://www.getyourguide.pt/palacio-de-fontainebleau-l34714/palacio-
de-fontainebleau-entrada-prioritaria-t112054/?visitor-
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=true acedido a 25/03/2022
https://beminparisblog.com/castelo-de-fontainebleau-residencia-favorita-
de-napoleao/ acedido a 27/03
https://stringfixer.com/pt/Palace_of_Fontainebleau acedido a 20/03
http://www.viagensimagens.com/cast_fontainebleu.htm acedido a 28/03

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