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N.

o 295 — 21-12-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 9083

estão sujeitos ao regime de incompatibilidades previsto Do mesmo modo será essencial ter em conta, nessa
na lei para os titulares dos altos cargos públicos.» reestruturação, uma definição de conteúdos funcionais,
actualmente regulados pela Portaria n.o 256-A/86, de
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 23 28 de Maio, manifestamente desactualizados, mas com
de Setembro de 1999. — António Manuel de Oliveira justificação residual, pelo que se mantêm transitoria-
Guterres — Jaime José Matos da Gama — António mente em vigor.
Luciano Pacheco de Sousa Franco — Jorge Paulo Saca- No que respeita à caracterização das profissões que
dura Almeida Coelho — João Cardona Gomes Cravi- integram a carreira, e tendo em conta os princípios gerais
nho — José Eduardo Vera Cruz Jardim — Elisa Maria da constantes do Decreto-Lei n.o 320/99, de 11 de Agosto,
Costa Guimarães Ferreira — José Sócrates Carvalho Pinto optou-se por inserir neste diploma o conteúdo da lista
de Sousa. anexa ao Decreto-Lei n.o 261/93, de 24 de Julho.
Finalmente é de salientar que o desenho correcto
Promulgado em 2 de Dezembro de 1999. do técnico-director não pode alhear-se dos novos mode-
los de organização hospitalar, consubstanciados nos cen-
Publique-se. tros de responsabilidade integrados, devendo ajustar-se
a essa realidade.
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das
Regiões Autónomas e observados os procedimentos
Referendado em 8 de Dezembro de 1999. decorrentes da Lei n.o 23/98, de 26 de Maio.
O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Assim:
Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o e
Guterres.
do n.o 5 do artigo 112.o da Constituição, o Governo
decreta, para valer como lei geral da República, o
seguinte:
MINISTÉRIO DA SAÚDE
CAPÍTULO I
Decreto-Lei n.o 564/99
de 21 de Dezembro
Objecto, âmbito, natureza e estrutura da carreira

A carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica Artigo 1.o


encontra-se regulada pelo Decreto-Lei n.o 384-B/85, de Objecto
30 de Setembro, e diplomas complementares, inserin-
do-se nos corpos especiais da saúde instituídos pelo O presente diploma estabelece o estatuto legal da
Decreto-Lei n.o 184/89, de 2 de Junho. carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica.
A necessidade de um novo estatuto de carreira para
estes profissionais, articulando-o com a reformulação Artigo 2.o
do ensino e a sua integração no sistema educativo nacio- Âmbito
nal ao nível do ensino superior politécnico, já decorria
do Decreto-Lei n.o 203/90, de 20 de Junho, diploma 1 — O presente diploma aplica-se aos técnicos de
que veio proceder à aplicação do novo sistema retri- diagnóstico e terapêutica providos em lugares dos qua-
butivo aos técnicos de diagnóstico e terapêutica. dros de pessoal dos estabelecimentos e serviços sob
A subsequente publicação do Decreto-Lei n.o 415/93, tutela ou dependentes do Ministério da Saúde, incluindo
de 23 de Dezembro, determinou significativas alterações os que se encontrem em regime de instalação.
de ordem curricular e institucional nos estabelecimentos 2 — O disposto no presente diploma é ainda aplicável
de ensino das áreas em causa, consubstanciando, de igual aos técnicos de diagnóstico e terapêutica de serviços
modo, a evolução verificada no domínio das ciências dependentes de outros ministérios, ou dos institutos
aplicadas da saúde no âmbito das profissões que com- públicos que revistam a natureza de serviços persona-
põem a carreira. lizados ou de fundos públicos por eles tutelados, em
O presente diploma visa, neste contexto, dotar a car- cujos quadros de pessoal se encontre prevista a carreira,
reira de técnico de diagnóstico e terapêutica de um esta- bem como às Regiões Autónomas dos Açores e da
tuto que melhor evidencie o papel dos profissionais no Madeira, sem prejuízo das competências dos órgãos
sistema de saúde, como agentes indispensáveis para a próprios.
melhoria da qualidade e eficácia da prestação de cui- 3 — Mediante diploma próprio, as disposições do pre-
dados de saúde, adoptando uma escala salarial adequada sente estatuto podem ser aplicadas ao pessoal técnico
aos níveis de formação anteriormente consagrados e a de diagnóstico e terapêutica da Santa Casa da Mise-
um desempenho profissional que releva de crescente ricórdia de Lisboa e às instituições particulares de soli-
complexidade e responsabilidade. dariedade social.
A alteração pontual da carreira que ora se leva a Artigo 3.o
efeito tem subjacente o reconhecimento da necessidade Natureza e objectivos
de uma reestruturação mais aprofundada que compa-
tibilize o respectivo exercício com o processo de reforma 1 — A carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica
do ensino em curso, entretanto reflectido no novo grau enquadra um conjunto de profissionais detentores de
académico previsto na Portaria n.o 505-D/99, de 15 de formação especializada de nível superior, sem prejuízo
Julho, e que proceda à reavaliação das designações, quer das formações previstas na alínea b) do artigo 14.o do
da carreira quer das profissões que a integram, de modo presente diploma.
a torná-las mais consentâneas com o seu grau de 2 — No desenvolvimento das suas funções, os técnicos
desenvolvimento. de diagnóstico e terapêutica actuam em conformidade
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com a indicação clínica, pré-diagnóstico, diagnóstico e e) Dietista — aplicação de conhecimentos de nutri-


processo de investigação ou identificação, cabendo-lhes ção e dietética na saúde em geral e na educação
conceber, planear, organizar, aplicar e avaliar o processo de grupos e indivíduos, quer em situação de
de trabalho no âmbito da respectiva profissão, com o bem-estar quer na doença, designadamente no
objectivo da promoção da saúde, da prevenção, do diag- domínio da promoção e tratamento e da gestão
nóstico, do tratamento, da reabilitação e da reinserção. de recursos alimentares;
3 — A carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica f) Técnico de farmácia — desenvolvimento de acti-
constitui, nos termos da lei, um corpo especial. vidades no circuito do medicamento, tais como
análises e ensaios farmacológicos; interpretação
Artigo 4.o da prescrição terapêutica e de fórmulas farma-
cêuticas, sua preparação, identificação e distri-
Estrutura da carreira buição, controlo da conservação, distribuição e
1 — A carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica stocks de medicamentos e outros produtos,
desenvolve-se pelas categorias de técnico de 2.a classe, informação e aconselhamento sobre o uso do
técnico de 1.a classe, técnico principal, técnico espe- medicamento;
cialista e técnico especialista de 1.a classe, às quais cor- g) Fisioterapeuta — centra-se na análise e avalia-
respondem funções da mesma natureza e crescente com- ção do movimento e da postura, baseadas na
plexidade e responsabilidade. estrutura e função do corpo, utilizando moda-
2 — As escalas indiciárias correspondentes às cate- lidades educativas e terapêuticas específicas,
gorias referidas no n.o 1 são as constantes do anexo I com base, essencialmente, no movimento, nas
ao presente diploma, que dele faz parte integrante. terapias manipulativas e em meios físicos e natu-
rais, com a finalidade de promoção da saúde
e prevenção da doença, da deficiência, de inca-
CAPÍTULO II pacidade e da inadaptação e de tratar, habilitar
ou reabilitar indivíduos com disfunções de natu-
Exercício profissional
reza física, mental, de desenvolvimento ou
SUBCAPÍTULO I outras, incluindo a dor, com o objectivo de os
ajudar a atingir a máxima funcionalidade e qua-
Profissões e conteúdo funcional lidade de vida;
h) Higienista oral — realização de actividades de
Artigo 5.o promoção da saúde oral dos indivíduos e das
Profissões que integram a carreira comunidades, visando métodos epidemiológicos
e acções de educação para a saúde; prestação
1 — As profissões que integram a carreira de técnico de cuidados individuais que visem prevenir e
de diagnóstico e terapêutica e a respectiva caracteri- tratar as doenças orais;
zação são as seguintes: i) Técnico de medicina nuclear — desenvolvimento
a) Técnico de análises clínicas e de saúde pública — de acções nas áreas de laboratório clínico, de
desenvolvimento de actividades ao nível da medicina nuclear e de técnica fotográfica com
patologia clínica, imunologia, hematologia clí- manuseamento de aparelhagem e produtos
nica, genética e saúde pública, através do estudo, radioactivos, bem como execução de exames
aplicação e avaliação das técnicas e métodos morfológicos associados ao emprego de agentes
analíticos próprios, com fins de diagnóstico e radioactivos e estudos dinâmicos e cinéticos com
de rastreio; os mesmos agentes e com testagem de produtos
b) Técnico de anatomia patológica, citológica e radioactivos, utilizando técnicas e normas de
tanatológica — tratamento de tecidos biológicos protecção e segurança radiológica no manusea-
colhidos no organismo vivo ou morto com mento de radiações ionizantes;
observação macroscópica e microscópica, óptica j) Técnico de neurofisiologia — realização de regis-
e electrónica, com vista ao diagnóstico tos da actividade bioeléctrica do sistema nervoso
anatomopatológico; realização de montagem de central e periférico, como meio de diagnóstico
peças anatómicas para fins de ensino e forma- na área da neurofisiologia, com particular inci-
ção; execução e controlo das diversas fases da dência nas patologias do foro neurológico e neu-
técnica citológica; rocirúrgico, recorrendo a técnicas convencionais
c) Técnico de audiologia — desenvolvimento de e ou computorizadas;
actividades no âmbito da prevenção e conser- k) Ortoptista — desenvolvimento de actividades no
vação da audição, do diagnóstico e da reabi- campo do diagnóstico e tratamento dos distúr-
litação auditiva, bem como no domínio da fun- bios da motilidade ocular, visão binocular e ano-
cionalidade vestibular; malias associadas; realização de exames para
d) Técnico de cardiopneumologia — centra-se correção refractiva e adaptação de lentes de
no desenvolvimento de actividades técnicas contacto, bem como para análise da função
para o estudo funcional e de capacidade ana- visual e avaliação da condução nervosa do estí-
tomofisiopatológica do coração, vasos e pul- mulo visual e das deficiências do campo visual;
mões e de actividades ao nível da programa- programação e utilização de terapêuticas espe-
ção, aplicação de meios de diagnóstico e sua cíficas de recuperação e reeducação das per-
avaliação, bem como no desenvolvimento de turbações da visão binocular e da subvisão;
acções terapêuticas específicas, no âmbito da acções de sensibilização, programas de rastreio
cardiologia, pneumologia e cirurgia cardio- e prevenção no âmbito da promoção e educação
torácica; para a saúde;
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l) Ortoprotésico — avaliação de indivíduos com pro- tiver a seu cargo a Administração Pública, de acordo
blemas motores ou posturais, com a finalidade com as necessidades do sector e da evolução no domínio
de conceber, desenhar e aplicar os dispositivos das ciências aplicadas da saúde.
necessários e mais adequados à correção do apa-
relho locomotor, ou à sua substituição no caso
de amputações, e de desenvolvimento de acções Artigo 6.o
visando assegurar a colocação dos dispositivos Conteúdo funcional
fabricados e respectivo ajustamento, quando
necessário; 1 — A carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica
m) Técnico de prótese dentária — realização de reflecte a diferenciação e qualificação profissionais ine-
actividades no domínio do desenho, preparação, rentes ao exercício das funções próprias de cada profissão,
fabrico, modificação e reparação de próteses devendo aquelas ser exercidas com plena responsabilidade
dentárias, mediante a utilização de produtos, profissional e autonomia técnica, sem prejuízo da inter-
técnicas e procedimentos adequados; complementaridade ao nível das equipas em que se
n) Técnico de radiologia — realização de todos os inserem.
exames da área da radiologia de diagnóstico 2 — O técnico de diagnóstico e terapêutica desen-
médico, programação, execução e avaliação de volve a sua actividade no âmbito da prestação de cui-
todas as técnicas radiológicas que intervêm na dados e da gestão, competindo-lhe, designadamente:
prevenção e promoção da saúde; utilização de a) Planear, recolher, seleccionar, preparar e apli-
técnicas e normas de protecção e segurança car os elementos necessários ao desenvolvi-
radiológica no manuseamento com radiações mento normal da sua actividade profissional;
ionizantes; b) Recolher os meios e prestar os serviços e cui-
o) Técnico de radioterapia — desenvolvimento de dados de saúde necessários à prevenção da
actividades terapêuticas através da utilização de doença, à manutenção, à defesa e à promoção
radiação ionizante para tratamentos, incluindo do bem-estar e qualidade de vida do indivíduo
o pré-diagnóstico e follow-up do doente; pre- e da comunidade;
paração, verificação, assentamento e manobras c) Prestar cuidados directos de saúde, necessários
de aparelhos de radioterapia; actuação nas áreas ao tratamento e reabilitação do doente, por
de utilização de técnicas e normas de protecção forma a facilitar a sua reintegração no respectivo
e segurança radiológica no manuseamento com meio social;
radiações ionizantes; d) Preparar o doente para a execução de exames,
p) Terapeuta da fala — desenvolvimento de acti- assegurando a sua vigilância durante os mesmos,
vidades no âmbito da prevenção, avaliação e bem como no decurso do respectivo processo de
tratamento das perturbações da comunicação diagnóstico, tratamento e reabilitação, por forma
humana, englobando não só todas as funções a garantir a eficácia e efectividade daqueles;
associadas à compreensão e expressão da lin- e) Assegurar, através de métodos e técnicas apro-
guagem oral e escrita mas também outras for- priados, o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação
mas de comunicação não verbal; do doente, procurando obter a participação escla-
q) Terapeuta ocupacional — avaliação, tratamento e recida deste no seu processo de prevenção, cura,
habilitação de indivíduos com disfunção física, reabilitação ou reinserção social;
mental, de desenvolvimento, social ou outras, f) Assegurar, no âmbito da sua actividade, a opor-
utilizando técnicas terapêuticas integradas em tunidade, a qualidade, o rigor e a humanização
actividades seleccionadas consoante o objectivo dos cuidados de saúde;
pretendido e enquadradas na relação terapeuta/ g) Assegurar a gestão, aprovisionamento e manu-
utente; prevenção da incapacidade através de tenção dos materiais e equipamentos com que
estratégias adequadas com vista a proporcionar ao trabalha, participando nas respectivas comissões
indivíduo o máximo de desempenho e autonomia de análise e escolha;
nas suas funções pessoais, sociais e profissionais h) Assegurar a elaboração e a permanente actua-
e, se necessário, o estudo e desenvolvimento das lização dos ficheiros dos utentes do seu sector,
respectivas ajudas técnicas, em ordem a contribuir bem como de outros elementos estatísticos, e
para uma melhoria da qualidade de vida; assegurar o registo de exames e tratamentos
r) Técnico de saúde ambiental — desenvolvimento de efectuados;
actividades de identificação, caracterização e i) Integrar júris de concursos;
redução de factores de risco para a saúde ori- j) Articular a sua actuação com outros profissio-
ginados no ambiente, participação no planea- nais de saúde, para a prossecução eficaz dos
mento de acções de saúde ambiental e em cuidados de saúde;
acções de educação para a saúde em grupos k) Zelar pela formação contínua, pela gestão téc-
específicos da comunidade, bem como desen- nico-científica e pedagógica dos processos de
volvimento de acções de controlo e vigilância aprendizagem e aperfeiçoamento profissional,
sanitária de sistemas, estruturas e actividades bem como pela conduta deontológica, tendo em
com interacção no ambiente, no âmbito da legis- vista a qualidade da prestação dos cuidados de
lação sobre higiene e saúde ambiental. saúde;
l) Avaliar o desempenho dos profissionais da car-
2 — O elenco das profissões integradas na carreira reira e colaborar na avaliação de outro pessoal
de técnico de diagnóstico e terapêutica fixado pelo do serviço;
número anterior pode ser alterado por portaria conjunta m) Desenvolver e ou participar em projectos mul-
do Ministro da Saúde e do membro do Governo que tidisciplinares de pesquisa e investigação;
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n) Assegurar a gestão operacional da profissão no organização funcional dos serviços e avaliação


serviço em que está inserido. dos objectivos predefinidos;
e) Promover a elaboração de estudos e processos
3 — O técnico de diagnóstico e terapêutica pode de investigação em matéria relativa com a pro-
ainda: fissão e do inter-relacionamento desta com as
restantes profissões do respectivo estabeleci-
a) Integrar órgãos de gestão ou direcção, nos ter-
mento ou serviço;
mos da legislação aplicável;
b) Integrar equipas técnicas responsáveis pelo pro- f) Avaliar as actividades, estudos e investigações
cesso de instalação de novos serviços; desenvolvidos, promovendo as correcções, ino-
c) Ministrar o ensino das tecnologias da saúde e vações e acções adequadas à continuidade dos
ou orientar estágios profissionais no âmbito da respectivos processos.
sua profissão.
5 — Compete em especial ao técnico especialista de
4 — O técnico de diagnóstico e terapêutica terá acesso 1.a classe, para além do referido nos números anteriores:
aos dados clínicos e outros relativos aos utentes que a) O desenvolvimento de projectos de estudo,
lhe forem confiados, necessários ao correcto exercício investigação e formação no âmbito da respectiva
das suas funções, com sujeição ao sigilo profissional. profissão;
b) Emitir pareceres técnico-científicos em matéria
Artigo 7.o da sua profissão, enquadrando-os na organiza-
ção e planificação do respectivo serviço de
Funções das categorias
saúde;
1 — Compete ao técnico de 2.a classe assegurar a rea- c) Integrar comissões especializadas em matéria
lização das funções previstas no artigo anterior, salvo da respectiva profissão;
as que pela sua natureza ou complexidade devam com- d) Validar os estudos, investigações e programas
petir a outras categorias. de formação contínua, no âmbito da sua pro-
2 — Compete ao técnico de 1.a classe, para além das fissão;
funções previstas para o técnico de 2.a classe: e) Colaborar na elaboração dos relatórios e pro-
gramas de actividades do seu serviço.
a) Participar em grupos de trabalho que visem a
elaboração de estudos relacionados com o aper- 6 — No caso de não haver técnicos em todas as cate-
feiçoamento dos métodos e técnicas de trabalho gorias da carreira, compete ao técnico de categoria mais
específicos da respectiva profissão; elevada assegurar a prossecução do previsto no presente
b) Apoiar a integração e acompanhar o desenvol- artigo.
vimento do exercício dos técnicos de 2.a classe.
SUBCAPÍTULO II
3 — Compete ao técnico principal, para além do refe- Direcção
rido nos números anteriores:
a) Propor a elaboração de estudos, no âmbito da Artigo 8.o
sua profissão, tendentes ao aperfeiçoamento Técnico-director
qualitativo das técnicas e tecnologias a utilizar;
b) Avaliar as necessidades de formação e aperfei- 1 — Serão criados lugares de técnico-director por pro-
çoamento, no âmbito de novas técnicas ou tec- fissão, de acordo com regras a definir por despacho
nologias, propondo as medidas a tomar para conjunto do ministro da tutela e do membro do Governo
a consecução dos respectivos objectivos; responsável pela Administração Pública.
c) Avaliar as necessidades dos serviços ou orga- 2 — Compete ao técnico-director:
nismos a que pertença em matéria conexa com a) Participar na definição da política de saúde e
a sua profissão, propondo as medidas a tomar promover a humanização dos serviços a prestar,
facilitadoras das condições de exercício, do con- propondo as medidas adequadas à melhoria sis-
trolo de qualidade e do enquadramento das res- temática dos cuidados de saúde;
pectivas actividades; b) Promover o controlo de qualidade dos serviços
d) Promover e dinamizar a avaliação constante das prestados, tendo em vista a sua optimização;
técnicas e tecnologias a utilizar; c) Emitir pareceres técnicos e prestar informações
e) Cooperar em programas de investigação sobre e esclarecimentos a solicitação dos órgãos diri-
matéria relacionada com a respectiva profissão gentes máximos dos serviços;
ou actividade. d) Participar na elaboração do plano e do relatório
de exercício dos respectivos serviços;
4 — Compete em especial ao técnico especialista, e) Articular a sua actividade com os restantes
para além do referido nos números anteriores: órgãos de direcção do estabelecimento ou
a) Proceder à selecção, adaptação e controlo de serviço;
metodologias em fase de experimentação; f) Supervisionar as funções de coordenação.
b) Participar no planeamento de actividades para
o respectivo serviço; Artigo 9.o
c) Proceder à avaliação da eficiência e eficácia da Nomeação do técnico-director
respectiva equipa;
d) Coadjuvar o técnico especialista de 1.a classe 1 — O técnico-director é nomeado por despacho do
em matéria de planeamento de actividades, ministro da tutela, sob proposta do órgão máximo do
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serviço, de entre técnicos especialistas ou técnicos espe- competências próprias da estrutura hierárquica da
cialistas de 1.a classe, detentores do curso de estudos instituição.
superiores especializados em Ensino e Administração, 2 — Para o exercício das funções de coordenador é
do curso complementar de Ensino e Administração ou designado por despacho do órgão dirigente máximo do
de diploma de estudos pós-graduados em Gestão ou serviço ou estabelecimento, e por profissão, o técnico
Administração Pública, possuidores do grau de licen- de categoria mais elevada, não inferior a técnico prin-
ciado ou seu equivalente legal. cipal, habilitado com o curso de estudos superiores espe-
2 — O técnico-director é nomeado em regime de cializados em Ensino e Administração, o curso com-
comissão de serviço pelo período de três anos, renovável plementar de Ensino e Administração ou diploma de
por iguais períodos. estudos pós-graduados em áreas de Gestão ou de Admi-
3 — A nomeação do técnico-director deve ser pre- nistração Pública, conferentes do grau de licenciado ou
cedida de publicitação no Diário da República da neces- seu equivalente legal.
sidade do provimento do cargo, dispondo os candidatos 3 — As funções de coordenador são exercidas pelo
do prazo de 10 dias úteis para apresentar as respectivas período de quatro anos, prorrogável, mediante confir-
candidaturas, acompanhadas obrigatoriamente do cur- mação do órgão dirigente máximo do serviço ou esta-
rículo profissional. belecimento, salvo o disposto no n.o 4 do artigo 29.o,
4 — As candidaturas são analisadas pelo conselho téc- desde que não exista outro técnico que nos termos pre-
nico previsto no artigo 13.o, desde que este integre pelo vistos neste artigo deva exercê-las.
menos dois técnicos de diagnóstico e terapêutica com 4 — Só há lugar ao exercício de funções de coorde-
categoria não inferior a técnico especialista, ou por uma nação quando existam, pelo menos, quatro técnicos de
comissão composta por três técnicos-directores ou coor- diagnóstico e terapêutica na respectiva profissão.
denadores, da mesma profissão, e categoria não inferior 5 — Sempre que se verifique que em determinada
a técnico especialista, independentemente do serviço ou profissão existem dois ou mais técnicos que satisfaçam
estabelecimento a que pertençam. os requisitos legais para o exercício das funções de coor-
5 — O conselho técnico referido no número anterior denador, a designação é efectuada com recurso aos
procederá à selecção sumária, mediante a discussão dos seguintes factores, por ordem decrescente:
currículos com os candidatos, da qual elaborará acta
donde conste o resultado da selecção devidamente fun- a) Classificação final obtida no concurso relativo
damentado, a submeter ao órgão máximo do serviço à categoria detida;
para efeitos de elaboração da proposta a que se refere b) Antiguidade na categoria;
o n.o 1. c) Antiguidade na carreira;
6 — Os técnicos de diagnóstico e terapêutica nomea- d) Antiguidade no serviço ou instituição.
dos na categoria de técnico-director são remunerados
pelo índice 235 ou 270, conforme detenham, na categoria 6 — Os coordenadores são remunerados pelo escalão
de origem, índice inferior ou superior ao 215, respec- a que corresponda o índice superior mais aproximado
tivamente, da escala salarial constante do anexo I ao ao da categoria detida da escala salarial constante do
presente diploma. anexo I do presente diploma.
7 — O tempo de serviço prestado em regime de 7 — A progressão na escala a que se refere o n.o 6
comissão de serviço nos termos do presente artigo é faz-se por módulos de três anos, não podendo ser repor-
contado para efeitos de progressão na categoria de ori- tada a data anterior à da entrada em vigor do presente
gem e promoção na carreira. diploma.
8 — O tempo de serviço prestado como coordenador
Artigo 10.o releva para todos os efeitos legais como prestado na
Cessação da comissão de serviço
categoria de origem.
9 — Compete ao coordenador na área de recursos
1 — A comissão de serviço a que se refere o artigo humanos:
anterior cessa automaticamente no final do respectivo
período caso não seja apresentada, pelo órgão máximo a) Contribuir para a definição dos objectivos da
do serviço, proposta de renovação com a antecedência sua profissão, em conjunto com a equipa que
mínima de 60 dias. coordena, em conformidade com os objectivos
2 — A cessação da comissão de serviço no lugar de gerais da instituição;
técnico-director determina, quando do regresso à cate- b) Coordenar as actividades da equipa, de acordo
goria detida, o posicionamento no índice remuneratório com os objectivos do respectivo serviço;
imediatamente superior ao detido na escala salarial. c) Proceder à distribuição do trabalho;
d) Apoiar tecnicamente as actividades dos profis-
sionais do seu sector, designadamente aco-
SUBCAPÍTULO III lhendo e integrando os técnicos recém-admi-
Coordenação tidos;
e) Proceder ao planeamento, controlo e avaliação
Artigo 11.o periódica do exercício e actividades dos técnicos
Coordenação
e de outro pessoal afecto ao respectivo sector,
sem prejuízo, neste último caso, das competên-
1 — A coordenação visa proporcionar a eficiência e cias das respectivas chefias;
a rentabilização da actividade profissional dos técnicos f) Promover reuniões periódicas com os elementos
de diagnóstico e terapêutica na prestação dos cuidados da sua profissão, de modo a identificar proble-
de saúde, em interligação com os restantes profissionais mas, detectar carências e propor soluções ade-
que compõem as equipas de saúde, e não prejudica as quadas;
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g) Elaborar pareceres relacionados com a área de denador ser coadjuvado por outros técnicos, a quem
actividade que coordena, quer por iniciativa pró- ele atribui as funções que entenda adequadas.
pria, quer por solicitação do director do serviço
ou outro órgão da respectiva estrutura hie-
Artigo 13.o
rárquica;
h) Prestar informações e esclarecimentos aos Conselho técnico
órgãos da estrutura hierárquica da instituição;
i) Participar nos processos de concursos, inte- 1 — Nos serviços e estabelecimentos com, pelo
grando os júris ou indigitando profissionais para menos, duas profissões de entre as previstas no artigo 5.o
o efeito, bem como na avaliação do desem- deste diploma é constituído um conselho técnico, ao
penho; qual cabe promover a articulação das actividades dos
j) Propor o plano de férias do pessoal do respec- respectivos sectores e ainda emitir pareceres sobre maté-
tivo sector; rias relacionadas com o exercício profissional no âmbito
k) Propor os horários de trabalho dos técnicos que das actividades de diagnóstico e terapêutica.
coordena, bem como elaborar a escala de ser- 2 — O conselho técnico integra os técnicos-directores,
viço e verificar o respectivo cumprimento; os coordenadores e os técnicos indigitados para o exer-
l) Autorizar a troca de turnos; cício das funções de coordenador, nos termos do dis-
m) Participar na elaboração do plano de acção do posto no artigo 82.o
serviço, na previsão de orçamentos e no rela- 3 — Sempre que em determinada profissão não exista
tório de exercício; coordenador ou técnico indigitado para o exercício das
funções de coordenador, o conselho técnico integra
n) Informar sobre matérias relacionadas com a
ainda o técnico de diagnóstico e terapêutica da respec-
mobilidade do pessoal técnico, licenças e demais
tiva profissão detentor da categoria mais elevada.
matérias de gestão de idêntica natureza;
o) Proceder ao levantamento e organização esta-
tística do movimento assistencial do sector e CAPÍTULO III
orientar a organização de ficheiros, se neces-
sário; Ingresso, acesso e progressão
p) Zelar pela correcção técnica, rentabilidade e
humanização dos cuidados de saúde no respec- Artigo 14.o
tivo sector;
q) Participar na acreditação e controlo de qua- Ingresso
lidade;
O ingresso na carreira de técnico de diagnóstico e
r) Identificar necessidades de formação em geral terapêutica faz-se pela categoria de técnico de 2.a classe,
e promover a formação contínua dos profissio- mediante concurso de avaliação curricular complemen-
nais, participar em acções de formação e ana- tada com entrevista profissional de selecção, de entre
lisar os resultados da formação, utilizando os possuidores das seguintes habilitações:
adequados indicadores;
s) Colaborar na organização de acções de forma- a) Curso superior ministrado nas escolas superio-
ção de outro pessoal, se necessário, e incentivar res de tecnologia da saúde, ou na Escola Supe-
acções de investigação e pesquisa no domínio rior de Alcoitão, ou seu equivalente legal;
da respectiva profissão. b) Curso ministrado no âmbito das instituições do
ensino superior de medicina dentária, no que
10 — Compete ao coordenador na área de recursos se refere às profissões de higienista oral e téc-
materiais: nico de prótese dentária;
c) Curso superior ministrado noutro estabeleci-
a) Detectar carências e avaliar os meios materiais mento de ensino superior no âmbito das pro-
já existentes, propondo medidas para a sua fissões constantes do artigo 5.o deste diploma,
melhor rentabilização e eficiência; um e outro legalmente reconhecidos.
b) Integrar comissões de escolha e recepção de
materiais de uso corrente e equipamentos;
c) Requisitar materiais e equipamentos e assegu- Artigo 15.o
rar a sua correcta utilização; Acesso
d) Colaborar na organização e planeamento de
espaços de trabalho e participar no controlo e 1 — O recrutamento para a categoria de técnico de
segurança nos locais de trabalho e zelar pela 1.a classe faz-se, mediante concurso de avaliação cur-
manutenção e funcionamento do material e ricular, de entre técnicos de 2.a classe com, pelo menos
equipamento do serviço. três anos de serviço na categoria e avaliação de desem-
penho de Satisfaz.
2 — O recrutamento para a categoria de técnico prin-
Artigo 12.o cipal faz-se, mediante concurso de avaliação curricular,
Subcoordenação de entre os técnicos de 1.a classe com, pelo menos, três
anos de exercício de funções na categoria e avaliação
Nos casos em que a estrutura, a dimensão ou a natu- de desempenho de Satisfaz.
reza do serviço o justifique e em que existam pelo menos 3 — O recrutamento para a categoria de técnico espe-
cinco técnicos de diagnóstico e terapêutica, pode o coor- cialista faz-se, mediante concurso de provas públicas de
N.o 295 — 21-12-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 9089

discussão curricular, que consistirá na apreciação e dis- Artigo 19.o


cussão do currículo profissional, de entre técnicos prin-
Relevância
cipais com, pelo menos, três anos de exercício de funções
na categoria e avaliação de desempenho de Satisfaz. 1 — A avaliação do desempenho é obrigatoriamente
4 — O recrutamento para a categoria de técnico espe- considerada na progressão e promoção na carreira.
cialista de 1.a classe faz-se, mediante concurso de ava- 2 — A última menção atribuída é relevante, para
liação curricular e provas públicas de discussão de uma todos os efeitos legais, até à atribuição de nova menção.
monografia elaborada para o efeito, de entre técnicos
especialistas com, pelo menos, três anos de exercício
de funções na categoria e avaliação de desempenho de Artigo 20.o
Satisfaz.
Menções a atribuir
Artigo 16.o
A avaliação do desempenho exprime-se pelas men-
Escalão de promoção
ções de Satisfaz e Não satisfaz.
Na promoção à categoria superior, a integração na
respectiva escala indiciária faz-se nos termos seguintes: Artigo 21.o
a) Para o escalão 1 dessa categoria; Competência para avaliar
b) Para o escalão a que na escala indiciária da
categoria para a qual se faz a promoção cor- 1 — A avaliação do desempenho dos técnicos de diag-
responda o índice superior mais aproximado, nóstico e terapêutica é feita por pessoal da respectiva
se vier já auferindo remuneração igual ou supe- profissão, provido na carreira.
rior à do escalão 1, ou para o escalão seguinte, 2 — Os técnicos de diagnóstico e terapêutica avalia-
sempre que a remuneração que caberia em caso dores devem possuir categoria superior à do avaliado,
de progressão na categoria de origem fosse ou exercer funções de coordenação ou cargo de chefia,
superior. podendo, excepcionalmente, ser designado técnico ava-
Artigo 17.o liador de categoria igual à do avaliado.
3 — O técnico-director não está sujeito à avaliação
Progressão do desempenho.
A progressão faz-se segundo módulos de três anos 4 — A avaliação do desempenho dos técnicos de diag-
na categoria, com avaliação de desempenho de Satisfaz. nóstico e terapêutica é efectuada:
a) Pelo técnico com funções de subcoordenação,
sempre que exista, como 1.o avaliador, sendo
CAPÍTULO IV o 2.o avaliador o coordenador ou o técnico indi-
Avaliação do desempenho gitado para o exercício das funções de coor-
denador;
b) Pelo coordenador, ou o técnico indigitado para
Artigo 18.o o exercício das funções de coordenador, como
Caracterização e objectivos 1.o avaliador, e pelo respectivo técnico-director,
como 2.o avaliador.
1 — A avaliação do desempenho consiste na avaliação
contínua do trabalho desenvolvido pelo técnico de diag-
nóstico e terapêutica e na correspondente atribuição 5 — Quando não existam dois técnicos avaliadores
periódica de uma menção qualitativa. nas condições previstas no n.o 4, a avaliação poderá
2 — A avaliação do desempenho, enquanto processo ser efectuada por um avaliador único, designado por
sistemático e periódico de apreciação qualitativa do grau despacho fundamentado do órgão máximo do estabe-
de correcção, humanização e eficácia com que os téc- lecimento ou serviço e desde que respeitados os res-
nicos de diagnóstico e terapêutica exercem as suas acti- tantes condicionalismos previstos neste artigo.
vidades, tem por objectivos: 6 — Sempre que não seja possível proceder à ava-
liação do desempenho nas condições previstas nos
a) Contribuir para que o técnico de diagnóstico números anteriores, a avaliação será efectuada por dois
e terapêutica melhore o seu desempenho, atra- avaliadores não pertencentes à carreira, designados por
vés do conhecimento das suas potencialidades despacho fundamentado do órgão máximo do estabe-
e necessidades; lecimento ou serviço, ouvido o conselho técnico.
b) Contribuir para a valorização do técnico de diag- 7 — Em qualquer das situações previstas no presente
nóstico e terapêutica, de modo a possibilitar a artigo, pelo menos um dos avaliadores tem de possuir,
sua progressão e promoção na carreira; no mínimo, um ano de contacto funcional com o
c) Identificar factores que influenciam o rendi- avaliado.
mento profissional do técnico de diagnóstico e
terapêutica; Artigo 22.o
d) Detectar necessidades de formação. Competência para homologar

3 — O sistema de avaliação do desempenho é regu- 1 — Compete ao órgão dirigente máximo do estabe-


lamentado por despacho do Ministro da Saúde, nomea- lecimento ou serviço homologar as avaliações do desem-
damente nos aspectos relativos ao relatório crítico de penho.
actividades e à constituição e funcionamento da comis- 2 — A homologação deverá ter lugar até 30 de Junho
são técnica. de cada ano.
9090 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 295 — 21-12-1999

Artigo 23.o de menção qualitativa tem lugar após três anos de exer-
cício profissional, ou decorrido este mesmo período de
Da periodicidade e da iniciativa da avaliação
tempo, da última classificação de serviço.
1 — Os técnicos de diagnóstico e terapêutica são obri-
gatoriamente objecto de avaliação de três em três anos. Artigo 25.o
2 — Os técnicos de diagnóstico e terapêutica podem,
Fichas de avaliação
a qualquer momento, requerer a sua avaliação.
As fichas de avaliação do desempenho são de modelo
o único e constituídas por quatro elementos:
Artigo 24.
a) Relatório de auto-avaliação;
Metodologia a utilizar
b) Relatório do avaliador;
1 — A avaliação do desempenho inicia-se com uma c) Relatório crítico de actividades;
entrevista de enquadramento dos profissionais a avaliar, d) Ficha de menção qualitativa.
na qual são definidos o quadro de funções e respon-
sabilidades, os objectivos gerais e específicos do serviço Artigo 26.o
e os padrões e critérios de avaliação.
Características do relatório crítico de actividades
2 — A avaliação do desempenho efectiva-se através de:
O relatório crítico de actividades deve descrever:
a) Entrevistas de apreciação periódicas dos ava-
liados, efectuadas pelo menos duas vezes em a) As actividades inerentes à categoria profissional
cada ano de exercício, após preenchimento da do técnico de diagnóstico e terapêutica que mais
ficha de auto-avaliação; contribuíram para o seu desenvolvimento pes-
b) Entrevistas periódicas para atribuição de uma soal e profissional, assim como a respectiva
menção qualitativa correspondente à avaliação justificação;
do desempenho referente a um período de três b) Os factores que influenciaram o rendimento
anos e realizadas a cada técnico pelos respec- profissional do técnico de diagnóstico e tera-
tivos avaliadores. pêutica;
c) As necessidades de formação do técnico de diag-
3 — Cada estabelecimento ou serviço deverá, em nóstico e terapêutica e respectiva justificação;
Janeiro de cada ano, publicitar internamente a lista dos d) As expectativas futuras do técnico de diagnós-
técnicos avaliadores. tico e terapêutica relativamente ao desempenho
das suas funções.
4 — A atribuição da menção qualitativa tem por base
a análise e discussão de um relatório crítico das acti-
vidades desenvolvidas pelo técnico durante o triénio. Artigo 27.o
5 — Os técnicos avaliadores podem, no caso de não Comissão técnica
terem tido contacto funcional com o avaliado durante
todo o triénio, solicitar a este que comprove as acti- 1 — Em todos os serviços e estabelecimentos será
vidades e factos relevantes referidos no relatório crítico. constituída uma comissão técnica, órgão de consulta do
6 — Para efeitos de atribuição da menção qualitativa, órgão dirigente máximo, à qual cabe apreciar as recla-
terá lugar uma entrevista efectuada pelos técnicos ava- mações na pendência do processo de avaliação, com-
liadores com o técnico avaliado, na qual é discutido posta por dois vogais, ambos técnicos de diagnóstico
o relatório crítico de actividades. e terapêutica, sendo um representante da administração
7 — O técnico avaliado deve entregar a cada um dos e um representante dos técnicos avaliados.
técnicos avaliadores um exemplar do relatório crítico 2 — Os vogais representantes da administração serão
até 15 de Fevereiro do ano seguinte ao triénio em designadas pelo órgão máximo do serviço ou estabe-
avaliação. lecimento, em número de dois, um efectivo e um
8 — As entrevistas para atribuição da menção qua- suplente, ouvido o técnico-director, quando exista.
litativa terão lugar até 31 de Maio. 3 — Os vogais representantes dos técnicos, em
9 — A atribuição da menção qualitativa a entregar número de dois, um efectivo e um suplente, serão eleitos
individualmente aos notados será acompanhada do rela- durante o mês de Dezembro pelos técnicos de diag-
tório de avaliação dos avaliadores com a respectiva nóstico e terapêutica avaliados.
fundamentação. 4 — O mandato da comissão técnica é de três anos
10 — A menção qualitativa será registada na página e inicia-se no dia 1 de Janeiro do ano imediato ao da
de rosto do relatório crítico de actividades, datada e sua constituição, podendo prolongar-se, se necessário,
assinada pelos técnicos avaliadores e pelo técnico para conclusão de processos já iniciados.
avaliado. 5 — Os relatórios e pareceres da comissão técnica
11 — O técnico avaliado tomará conhecimento da deverão ser presentes ao órgão dirigente máximo do
homologação no prazo de cinco dias úteis após o res- estabelecimento ou serviço até 10 dias úteis após a recep-
pectivo despacho. ção da reclamação do interessado.
12 — A página de rosto do relatório crítico de acti-
vidades, após cumpridas todas as formalidades do pro- Artigo 28.o
cesso de avaliação, fará parte do processo individual
Reclamação e recurso
do técnico avaliado.
13 — Sem prejuízo das entrevistas periódicas de 1 — O técnico de diagnóstico e terapêutica avaliado
orientação referidas neste artigo, a primeira atribuição dispõe do prazo de cinco dias úteis para apresentação
N.o 295 — 21-12-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 9091

aos avaliadores de reclamação escrita, com indicação ponderação do currículo profissional na parte corres-
dos factos que julgue necessários para fundamentar a pondente ao período não avaliado pelo respectivo júri
revisão da avaliação. do concurso de acesso.
2 — Os técnicos de diagnóstico e terapêutica avalia-
dores devem decidir da reclamação no prazo de cinco Artigo 31.o
dias úteis contado da data em que foi recebida a
reclamação. Confidencialidade do processo
3 — O técnico de diagnóstico e terapêutica avaliado
pode, nos cinco dias úteis subsequentes à data em que O processo de avaliação do desempenho é confiden-
tomou conhecimento da decisão dos avaliadores, reque- cial para os intervenientes com excepção do técnico ava-
liado, sob pena de procedimento disciplinar.
rer ao órgão máximo do estabelecimento ou serviço que
o seu processo seja submetido a parecer da comissão
técnica, devendo indicar os factos que julgue necessários CAPÍTULO V
à fundamentação do seu pedido.
4 — Sempre que o parecer da comissão técnica for Concursos
discordante da menção qualitativa atribuída pelos ava-
liadores, cabe ao órgão dirigente máximo decidir da Artigo 32.o
menção a atribuir, mediante despacho fundamentado,
até 30 de Junho. Definições
5 — O órgão dirigente máximo do estabelecimento 1 — O recrutamento consiste no conjunto de ope-
ou serviço só pode homologar as menções qualitativas rações tendentes à satisfação das necessidades de pes-
atribuídas após decorridos os prazos de reclamação para soal da carreira regulada pelo presente diploma, bem
os técnicos de diagnóstico e terapêutica avaliadores e como à satisfação das expectativas profissionais do
para solicitação de parecer da comissão técnica. mesmo pessoal, criando condições para o acesso no pró-
6 — Do despacho de homologação cabe recurso para prio estabelecimento ou serviço ou em estabelecimento
o ministro da tutela, a interpor no prazo de 10 dias ou serviço diferente.
úteis a contar do conhecimento da homologação, 2 — A selecção de pessoal consiste no conjunto de
devendo ser proferida decisão no prazo de 90 dias con- operações que, enquadradas no processo de recruta-
tado da interposição do recurso. mento e mediante a utilização de métodos e técnicas
7 — A decisão é passível de recurso contencioso, nos adequados, permitem avaliar e classificar os candidatos
termos da lei geral. segundo as aptidões e capacidades indispensáveis para
o exercício das tarefas e responsabilidades próprias dos
técnicos de diagnóstico e terapêutica.
Artigo 29.o
Efeitos da menção qualitativa de Não Satisfaz Artigo 33.o
1 — A menção qualitativa de Não satisfaz depende Princípios e garantias
da verificação de uma das seguintes situações:
1 — O processo de concurso obedece aos princípios
a) Deficiente desempenho do conteúdo funcional de liberdade de candidatura, de igualdade de condições
da respectiva categoria profissional, mediante e de igualdade de oportunidades para todos os can-
adequada fundamentação; didatos.
b) Insuficiente ou deficiente relacionamento com 2 — Para respeito dos princípios referidos no número
anterior, são garantidos:
o utente, família, grupos ou comunidade e pes-
soal do respectivo local de trabalho, mediante a) A neutralidade da composição do júri;
factos devidamente comprovados. b) A divulgação atempada dos métodos de selecção
a utilizar e do sistema de classificação final;
2 — A atribuição da menção de Não satisfaz é comu- c) A aplicação de métodos e critérios objectivos
nicada por escrito ao avaliado, constando dela os seus de avaliação;
fundamentos. d) O direito de recurso.
3 — A atribuição da menção de Não satisfaz deter-
mina que não seja considerado o período a que respeita, Artigo 34.o
para efeitos de progressão e promoção na carreira.
4 — A atribuição da menção de Não satisfaz constitui Tipos de concursos
fundamento para a proposta de cessação do regime de
1 — O concurso pode classificar-se, quanto à origem
horário acrescido e da cessação do exercício de funções dos candidatos, em concurso externo ou interno, con-
de coordenação. soante seja aberto a todos os indivíduos ou apenas aberto
Artigo 30.o a funcionários.
2 — O concurso pode ainda classificar-se, quanto à
Suprimento da avaliação natureza das vagas, em concurso de ingresso ou de
acesso, consoante vise o preenchimento de lugares da
Para efeitos de promoção na carreira, a falta de atri- categoria de base ou o preenchimento de lugares das
buição de menção qualitativa será suprida por adequada categorias intermédias e de topo da carreira.
9092 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 295 — 21-12-1999

3 — O concurso interno de acesso pode revestir as Artigo 37.o


seguintes modalidades:
Competência
a) Concurso interno de acesso geral, quando aberto
a todos os funcionários, independentemente do A abertura do concurso é autorizada por despacho
estabelecimento ou serviço a que pertençam; do órgão dirigente máximo do estabelecimento ou ser-
b) Concurso interno de acesso limitado, quando viço competente para a sua realização.
se destine apenas a funcionários pertencentes
ao estabelecimento ou serviço para o qual é
Artigo 38.o
aberto o concurso;
c) Concurso interno de acesso misto, quando se Prazo
prevejam duas quotas destinadas, respectiva-
mente, a funcionários pertencentes ao estabe- 1 — O prazo de validade do concurso é de um ano,
lecimento ou serviço para o qual o concurso sem prejuízo do disposto no n.o 4 do presente artigo.
é aberto e a funcionários que a ele não per- 2 — Até ao decurso do prazo, os lugares postos a
tençam. concurso ficam cativos, independentemente da data do
respectivo provimento.
Artigo 35.o 3 — O prazo de validade é contado da data da publi-
Lugares a preencher cação da lista de classificação final.
4 — O concurso aberto apenas para as vagas exis-
O concurso destina-se: tentes caduca com o respectivo preenchimento.
a) Ao preenchimento de todos ou alguns dos luga-
res vagos existentes à data da sua abertura; Artigo 39.o
b) Ao preenchimento dos lugares vagos existentes
e dos que vierem a vagar até ao termo do prazo Designação do júri
de validade;
c) Ao preenchimento dos lugares vagos existen- Os membros do júri são designados pela entidade
tes e dos que vierem a vagar até um número com competência para autorizar a abertura do concurso,
limite previamente fixado no aviso de aber- sob proposta do técnico-director, quando exista, do coor-
tura, desde que este número se verifique até denador da profissão respectiva ou do técnico indigitado
ao termo do prazo de validade; para exercer as funções de coordenador, pela ordem
d) À constituição de reservas de recrutamento, indicada.
com vista à satisfação de necessidades previ- Artigo 40.o
sionais de pessoal, no caso de não existirem
vagas à data da sua abertura, mas no pressuposto Composição do júri
de que estas ocorrerão até ao termo do prazo
de validade. 1 — O júri é composto por um presidente e dois vogais
efectivos, designados de entre técnicos integrados na
Artigo 36.o carreira, pertencentes ao próprio estabelecimento ou
Condições de abertura de concursos de acesso serviço, da profissão a que respeita o concurso, salvo
em situações devidamente justificadas.
1 — Quando o número de lugares vagos existentes
2 — O despacho constitutivo do júri designará, para
no quadro de pessoal seja igual ou inferior ao número
as situações de falta ou impedimento, o vogal efectivo
de funcionários do serviço em condições de se candi-
que substituirá o presidente, bem como vogais suplentes
datarem, a entidade competente para autorizar a aber-
tura de concurso de acesso pode optar entre o concurso em número igual ao dos efectivos.
interno geral e o limitado. 3 — A composição do júri pode ser alterada por moti-
2 — Quando o número de lugares vagos existentes vos ponderosos e devidamente fundamentados, nomea-
no quadro de pessoal seja superior ao número de fun- damente em caso de falta de quórum.
cionários do serviço em condições de se candidatarem, 4 — No caso previsto no número anterior, o novo
a entidade competente para autorizar a abertura do con- júri dará continuidade às operações do concurso, assume
curso de acesso pode optar entre o concurso interno integralmente os critérios definidos e aprova o pro-
geral e o misto. cessado.
3 — No caso de a entidade competente optar pela 5 — Nenhum dos membros do júri pode ter categoria
realização do concurso misto, deve, no despacho que inferior à categoria para que é aberto o concurso,
autoriza a abertura do concurso, fixar as quotas a que excepto no caso de exercer cargo dirigente.
se refere a alínea c) do n.o 3 do artigo 34.o 6 — O presidente do júri deve possuir obrigatoria-
4 — O número de lugares vagos mencionados nos mente categoria superior à categoria para que é aberto
números anteriores releva apenas para a determinação o concurso, excepto no caso de exercer cargo dirigente.
da modalidade de concurso a utilizar, independente- 7 — O júri é constituído unicamente por pessoal da
mente do número de lugares que seja posto a concurso. carreira e da profissão a que respeitam os lugares a
5 — Sempre que os lugares se encontrem totalmente preencher.
preenchidos, nas situações de dotação global, os con- 8 — Não sendo possível constituir o júri, total ou par-
cursos de acesso são circunscritos aos funcionários do cialmente, com técnicos de diagnóstico e terapêutica
respectivo serviço. nos termos dos números anteriores, a designação pode
6 — Os concursos abertos nos termos do número recair em técnico de diagnóstico e terapêutica dessa
anterior obedecem ao procedimento do concurso limi- profissão do quadro de outro estabelecimento ou
tado. serviço.
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9 — Nos casos de comprovada impossibilidade de Artigo 45.o


constituição do júri nos termos dos números anteriores, Aviso de abertura do concurso
designadamente com fundamento na inexistência de
profissionais nas condições exigidas, poderão ser desig- 1 — O concurso é aberto por aviso publicitado nos
nados funcionários das carreiras médicas, da carreira termos do artigo seguinte, contendo os seguintes ele-
de técnico superior de saúde e da carreira técnica supe- mentos:
rior que exerçam funções em área funcional afim da a) Requisitos gerais e especiais de admissão ao
correspondente ao lugar posto a concurso. concurso;
10 — A designação como membro do júri de pessoal b) Remuneração e condições de trabalho;
alheio ao estabelecimento ou serviço interessado não c) Conteúdo funcional do lugar a prover;
depende de autorização do órgão dirigente do serviço d) Categoria, carreira, profissão e serviço para que
de origem, devendo os eventuais encargos, com des- é aberto o concurso, local de prestação de tra-
locações ou outros, ser suportados pela entidade que balho, tipo de concurso, número de lugares a
realiza o concurso. preencher e prazo de validade;
Artigo 41.o e) Composição do júri;
f) Métodos de selecção a utilizar e sistema de clas-
Prevalência das funções de júri sificação final;
g) Indicação de que os critérios de apreciação e
Ressalvadas as situações de urgência, o exercício de ponderação, bem como o sistema de classifi-
tarefas próprias de membro do júri prevalece sobre todas cação final, incluindo a respectiva fórmula clas-
as outras tarefas, incorrendo os seus membros em res- sificativa, constam de actas de reuniões do júri
ponsabilidade disciplinar quando não cumpram, injus- do concurso, sendo as mesmas facultadas aos
tificadamente, os prazos previstos no presente diploma candidatos sempre que solicitadas;
ou não procedam com a celeridade adequada à natureza h) Entidade a quem apresentar o requerimento,
do procedimento de recrutamento e selecção. com o respectivo endereço, prazo de entrega,
forma de apresentação, documentos a juntar e
demais indicações necessárias à formalização da
Artigo 42.o candidatura;
Competência do júri i) Local de afixação da relação de candidatos e
lista de classificação final;
1 — O júri é responsável por todas as operações do j) Menção expressa do presente diploma e de
concurso. outros que lhe sejam complementares.
2 — O júri pode solicitar aos serviços a que pertençam
os candidatos os elementos considerados necessários, 2 — Entende-se por sistema de classificação final o
designadamente os seus processos individuais. conjunto de regras constituído pela média aritmética
3 — O júri pode ainda exigir dos candidatos a apre- simples ou ponderada das classificações a atribuir a cada
sentação de documentos comprovativos de factos por um dos métodos de selecção a utilizar, pelos factores
eles referidos que possam relevar para a apreciação do que os integram e respectivos coeficientes de pon-
seu mérito, fixando-lhes, para o efeito, um prazo máximo deração.
de oito dias úteis. 3 — Nos avisos de abertura de concursos internos de
acesso é dispensada a referência aos elementos previstos
Artigo 43.o nas alíneas b) e c).
Funcionamento do júri Artigo 46.o
Publicitação
1 — O júri só pode funcionar quando estiverem pre-
sentes todos os seus membros, devendo as respectivas 1 — Salvo o disposto no número seguinte, o aviso
deliberações ser tomadas por maioria sempre por vota- de abertura é publicado no Diário da República, 2.a série,
ção nominal. sendo ainda publicado em órgão de imprensa de expan-
2 — Das deliberações do júri são lavradas actas con- são nacional um anúncio contendo apenas a referência
tendo os fundamentos das decisões tomadas. ao serviço, à categoria e ao Diário da República em
3 — As actas devem ser presentes, em caso de recurso, que o aviso se encontra publicado.
à entidade que sobre ele tenha que decidir. 2 — No concurso limitado o aviso de abertura é ape-
4 — O júri é secretariado por um vogal por ele esco- nas afixado nos locais a que tenham acesso os funcio-
lhido ou por funcionário a designar para o efeito. nários que reúnam as condições de admissão e, na
mesma data, notificado por ofício registado ou outro
meio adequado aos funcionários que, por motivos fun-
Artigo 44.o damentados, estejam ausentes das instalações do serviço.
Acesso a actas e documentos
3 — Nos concursos mistos há lugar a ambas as formas
de publicitação previstas nos números anteriores.
1 — Os interessados têm acesso, nos termos da lei,
às actas e aos documentos em que assentam as deli- Artigo 47.o
berações do júri.
Requisitos de admissão gerais e especiais
2 — As certidões ou reproduções autenticadas das
actas e dos documentos a que alude o número anterior 1 — Só podem ser admitidos a concurso os candidatos
devem ser passadas no prazo de dois dias úteis, contado que satisfaçam os requisitos gerais de admissão a con-
da data da entrada do requerimento. curso e provimento em funções públicas, bem como os
9094 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 295 — 21-12-1999

requisitos especiais legalmente exigidos para o provi- cionados no n.o 1 são oficiosamente entregues ao júri
mento dos lugares a preencher. pelo respectivo serviço de pessoal, sendo dispensada a
2 — São requisitos gerais de admissão a concurso e entrega de documentos comprovativos que se encontrem
provimento em funções públicas: arquivados no processo individual.
6 — O disposto no número anterior é aplicável aos
a) Ter nacionalidade portuguesa, salvo nos casos
concursos mistos, no que se refere aos funcionários do
exceptuados por lei especial ou convenção
próprio estabelecimento ou serviço.
internacional;
7 — A não apresentação dos documentos comprova-
b) Possuir as habilitações profissionais legalmente
tivos dos requisitos de admissão exigíveis nos termos
exigíveis para o desempenho do cargo;
do presente diploma e constantes do aviso de abertura
c) Ter cumprido os deveres militares ou de serviço
determina a exclusão do concurso.
cívico, quando obrigatório;
d) Não estar inibido do exercício de funções públi-
cas ou interdito para o exercício das funções Artigo 50.o
a que se candidata; Prazo
e) Ser física e mentalmente saudável e ter cum-
prido as leis de vacinação obrigatória. 1 — A entidade competente para autorizar a abertura
do concurso fixa em cada caso, no aviso de abertura,
3 — Os candidatos devem reunir os requisitos refe- o prazo para apresentação de candidaturas, dentro dos
ridos nos números anteriores até ao termo do prazo prazos seguintes:
fixado para apresentação das candidaturas. a) 20 dias úteis para concursos externos;
b) 15 dias úteis para concursos internos gerais e
Artigo 48.o mistos;
Requerimento de admissão c) 10 dias úteis para os concursos limitados.

1 — A apresentação a concurso é efectuada por 2 — O prazo é contado da data da publicação do


requerimento acompanhado dos demais documentos aviso de abertura no Diário da República, ou da res-
exigidos no aviso. pectiva afixação, quando se trate de concurso limitado.
2 — O requerimento e os documentos referidos no 3 — Sem prejuízo do disposto no artigo 73.o do
número anterior são apresentados até ao termo do prazo Código do Procedimento Administrativo, o prazo a que
fixado para apresentação das candidaturas, sendo entre- se refere o n.o 1, relativamente ao pessoal que se encon-
gues pessoalmente ou pelo correio, com aviso de recep- tre ausente das instalações do serviço, por motivos fun-
ção, atendendo-se, neste último caso, à data do registo. damentados, conta-se da data do registo do oficio, res-
3 — Os estabelecimentos ou serviços interessados peitada a dilação de três dias.
podem optar pela utilização de requerimento modelo
tipo, a utilizar obrigatoriamente pelos candidatos, Artigo 51.o
quando o número elevado de candidaturas o justifique,
devendo esta opção ser expressamente mencionada no Verificação dos requisitos de admissão
aviso de abertura. 1 — Terminado o prazo para apresentação de can-
4 — No caso previsto no número anterior, o reque- didaturas, o júri procede à verificação dos requisitos
rimento é posto à disposição dos interessados pelo ser- de admissão no prazo máximo de 15 dias úteis.
viço para o qual é aberto o concurso. 2 — Após a conclusão do procedimento previsto no
5 — Na entrega pessoal do requerimento de admissão artigo seguinte, ou, não havendo candidatos excluídos,
é obrigatória a passagem de recibo. no termo do prazo fixado no n.o 1, é afixada no serviço
uma relação dos candidatos admitidos.
Artigo 49.o
Documentos Artigo 52.o
1 — Os candidatos devem apresentar os documentos Exclusão de candidatos
comprovativos da titularidade dos requisitos especiais
1 — Os candidatos que devam ser excluídos são noti-
legalmente exigidos para o provimento dos lugares a
ficados, no âmbito do exercício do direito de partici-
preencher.
pação dos interessados, para, no prazo de 10 dias úteis,
2 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte,
dizerem por escrito o que se lhes oferecer.
não é exigida a apresentação de documentos compro-
2 — A notificação contém o enunciado sucinto dos
vativos dos requisitos gerais de provimento em funções
fundamentos da intenção de exclusão, sendo efectuada:
públicas, bastando a declaração dos candidatos sob com-
promisso de honra no próprio requerimento. a) Por ofício registado, quando o número de can-
3 — Nos concursos externos as habilitações profissio- didatos a excluir seja inferior a 100;
nais são comprovadas pelo respectivo certificado ou b) Através de publicação de aviso no Diário da
outro documento idóneo. República, 2.a série, quando o número de can-
4 — Os estabelecimentos ou serviços deverão emitir didatos a excluir for igual ou superior a 100;
a documentação exigível para admissão a concurso den- c) Pessoalmente, quando todos os candidatos a
tro do prazo estabelecido para apresentação das can- excluir se encontrem no serviço.
didaturas, desde que requerida com uma antecedência
mínima de três dias úteis. 3 — O prazo para o exercício do direito de parti-
5 — Quando se trate de concurso limitado, as decla- cipação dos interessados conta-se nos termos do
rações comprovativas da titularidade dos requisitos men- artigo 66.o do presente diploma.
N.o 295 — 21-12-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 9095

4 — Não é admitida a junção de documentos que Artigo 56.o


pudessem ter sido apresentados dentro do prazo previsto Entrevista profissional de selecção
para entrega de candidaturas.
5 — Terminado o prazo para o exercício do direito 1 — A entrevista profissional de selecção visa avaliar,
de participação dos interessados, o júri aprecia as ale- numa relação interpessoal e de forma objectiva e sis-
gações oferecidas e, caso mantenha a decisão de exclu- temática, as aptidões profissionais e pessoais dos can-
são, notifica todos os candidatos excluídos, de acordo didatos.
com o estabelecido no n.o 2, indicando nessa notificação 2 — Por cada entrevista profissional de selecção é ela-
o prazo de interposição de recurso hierárquico e o órgão borada uma ficha individual, contendo o resumo dos
competente para apreciar a impugnação do acto, como assuntos abordados, os parâmetros relevantes e a clas-
previsto no n.o 1 do artigo 66.o do presente diploma. sificação obtida em cada um deles, devidamente fun-
damentada.
3 — A entrevista profissional de selecção não pode
Artigo 53.o ter ponderação igual ou superior à da avaliação cur-
Convocação dos candidatos admitidos ricular.

1 — Os candidatos admitidos são convocados para Artigo 57.o


realização dos métodos de selecção através das formas Provas públicas de discussão curricular
de notificação previstas no Código do Procedimento
1 — As provas públicas de discussão curricular para
Administrativo que se revelem mais adequadas.
acesso à categoria de técnico especialista consistem na
2 — A aplicação dos métodos de selecção tem início apreciação e discussão do currículo profissional do can-
no prazo máximo de 20 dias úteis contado da data da didato e visam determinar a competência profissional
afixação da relação de candidatos admitidos ou da noti- e ou científica do mesmo, tendo como referência o perfil
ficação de exclusão a que se refere o n.o 5 do artigo de exigências profissionais, genéricas e específicas, do
anterior. lugar a que se refere o concurso.
Artigo 54.o 2 — A prova pública de discussão curricular tem a
duração máxima de sessenta minutos, incluindo até
Métodos de selecção quinze minutos iniciais destinados ao candidato para
exposição do seu currículo profissional.
No concurso são utilizados os seguintes métodos de
selecção:
Artigo 58.o
a) Avaliação curricular;
Prova pública de discussão de monografia
b) Entrevista profissional de selecção;
c) Provas públicas de discussão curricular; 1 — A prova pública de discussão de monografia para
d) Provas públicas de discussão de monografia. acesso à categoria de técnico especialista de 1.a classe
tem por objectivo avaliar a capacidade dos candidatos
para o exercício de funções de estudo e aplicação de
Artigo 55.o
métodos e processos de natureza técnica, no âmbito
Avaliação curricular das funções dessa categoria.
2 — A prova pública de discussão de monografia tem
1 — A avaliação curricular visa avaliar as aptidões a duração máxima de noventa minutos, incluindo até
profissionais do candidato na área para que o concurso trinta minutos iniciais destinados ao candidato para fun-
é aberto, com base na análise do respectivo currículo damentação da mesma.
profissional.
2 — Na avaliação curricular são obrigatoriamente
considerados e ponderados, de acordo com as exigências Artigo 59.o
da função: Classificação final

a) A habilitação académica de base, onde se pon- 1 — Na classificação final resultante da aplicação dos
dera a titularidade de grau académico ou a sua métodos de selecção é adoptada a escala de 0 a 20 valo-
equiparação legalmente reconhecida; res, considerando-se não aprovados os candidatos que
b) A nota final do curso de formação; obtenham classificação inferior a 10 valores, como tal
c) A formação profissional, em que se ponderam se considerando por arredondamento a classificação
as acções de formação e aperfeiçoamento pro- inferior a 9,5 valores.
fissional, em especial as relacionadas com as 2 — A classificação final resulta da média aritmética
profissões a que respeitam os lugares postos a simples ou ponderada das classificações obtidas em
concurso, desde que promovidas por entidades todos os métodos de selecção.
públicas ou organizadas com a participação 3 — Em caso de igualdade de classificação nos con-
destas; cursos internos, preferem, sucessivamente:
d) A experiência profissional, em que se pondera a) O candidato possuidor de habilitação académica
o desempenho efectivo de funções na profissão mais elevada;
a que se refere o concurso, bem como outras b) O candidato que detenha melhor pontuação na
capacitações adequadas, com avaliação da sua formação profissional complementar;
natureza e duração; c) O candidato que detenha maior antiguidade na
e) O desempenho de actividades e a realização de categoria, na carreira e na função pública,
trabalhos profissionais relevantes. respectivamente;
9096 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 295 — 21-12-1999

d) O candidato que possua melhor nota final no oferecidas e procede à classificação final e ordenação dos
curso exigido para a respectiva profissão; candidatos.
e) O candidato que desempenhe funções ou resida
fora do município em que se situa o serviço Artigo 61.o
para que é aberto o concurso, desde que neste Homologação
município ou em município limítrofe desempe-
nhe funções o funcionário ou agente seu cônjuge 1 — A acta que contém a lista de classificação final,
ou com quem viva em condições análogas às acompanhada das restantes actas, é submetida a homo-
dos cônjuges. logação do órgão dirigente máximo do estabelecimento
ou serviço, ou do ministro da tutela, quando aquele
4 — Nos concursos internos gerais, subsistindo ainda for membro do júri, no prazo de cinco dias úteis.
igualdade na classificação prefere o candidato do esta- 2 — A acta a que se refere o número anterior é homo-
belecimento ou serviço interessado. logada no prazo máximo de 10 dias úteis.
5 — Nos concursos externos, em caso de igualdade 3 — No concurso misto são elaboradas duas listas de
de classificação, preferem, sucessivamente: classificação final, correspondentes às quotas a que se
refere a alínea c) do n.o 3 do artigo 34.o
a) O candidato possuidor de habilitação académica 4 — Homologada a acta a que se refere o n.o 1, a
mais elevada; lista ou listas de classificação final são notificadas aos
b) O candidato possuidor de melhor nota final do candidatos, nos termos do disposto no artigo seguinte.
curso exigido para a respectiva profissão;
c) O candidato que detenha a melhor pontuação
na formação profissional complementar; Artigo 62.o
d) O candidato que desempenhe funções ou resida Publicidade
fora do município em que se situa o serviço
para que é aberto o concurso, desde que nesse 1 — A lista de classificação final é notificada aos can-
município ou em município limítrofe desempe- didatos através de:
nhe funções o funcionário ou agente seu cônjuge a) Envio de ofício registado, com cópia da lista,
ou com quem viva em condições análogas às quando o número de candidatos admitidos for
dos cônjuges. inferior a 100;
b) Publicação de aviso no Diário da República,
6 — Compete ao júri a fixação de outros critérios de 2.a série, informando os interessados da afixação
preferência, sempre que subsistir igualdade após a apli- da lista no serviço, quando o número de can-
cação dos critérios referidos nos números anteriores. didatos for igual ou superior a 100;
c) Afixação da lista no serviço.
Artigo 60.o
Decisão final e participação dos interessados 2 — A lista de classificação final contém a graduação
dos candidatos e, em anotação sucinta, os motivos de
1 — Terminada a aplicação dos métodos de selecção, não aprovação, se for caso disso, bem como, quando
o júri elabora, no prazo máximo de 10 dias úteis, a caiba recurso hierárquico, a indicação do prazo de inter-
decisão relativa à classificação final e ordenação dos posição do mesmo e o órgão competente para a sua
candidatos e procede à respectiva audição no âmbito apreciação.
do exercício do direito de participação dos interessados, 3 — No concurso limitado observa-se apenas o dis-
notificando-os para, no prazo de 10 dias úteis, contados posto na alínea c) do n.o 1, enviando-se ainda cópia
nos termos do artigo 66.o, dizerem, por escrito, o que da lista aos candidatos que, por motivos fundamentados,
se lhes oferecer. estejam ausentes das instalações do serviço.
2 — A notificação contém a indicação do local e horá- 4 — No concurso misto aplica-se o disposto nos n.os 1
rios de consulta do processo. e 3, de acordo com o número e a origem dos candidatos.
3 — Quando o número de candidatos seja inferior 5 — Quando todos os candidatos se encontrem no
a 100, a notificação é efectuada por ofício registado, serviço, pode ser feita notificação pessoal.
sendo enviada a acta do júri que define os critérios
de classificação, a sua aplicação ao interessado e o pro-
jecto de lista de classificação final. Artigo 63.o
4 — Quando o número de candidatos seja igual ou Provimento
superior a 100, a notificação é efectuada através de publi-
cação de aviso no Diário da República, 2.a série, infor- 1 — Os candidatos aprovados são nomeados segundo
mando os interessados da afixação no serviço da lista a ordenação das respectivas listas de classificação final.
de classificação final e da acta que define os respectivos 2 — Não podem ser efectuadas quaisquer nomeações
critérios. antes de decorrido o prazo de interposição do recurso
5 — Tratando-se de concurso limitado, observa-se o hierárquico de homologação da lista de classificação
disposto no número anterior, com excepção da publi- final ou, sendo interposto, da sua decisão expressa ou
cação no Diário da República, sendo ainda enviado ofício tácita.
aos funcionários que, por motivos fundamentados, este- 3 — Os candidatos são notificados por ofício regis-
jam ausentes das instalações dos serviços. tado para, no prazo máximo de 10 dias úteis, procederem
6 — No concurso misto aplica-se o disposto nos à entrega dos documentos necessários para o provi-
números anteriores, de acordo com o número e a origem mento que não tenham sido exigidos na admissão a
dos candidatos. concurso.
7 — Terminado o prazo para o exercício do direito de 4 — O prazo estabelecido no número anterior pode
participação dos interessados, o júri aprecia as alegações ser prorrogado até 15 dias úteis, em casos excepcionais,
N.o 295 — 21-12-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 9097

quando a falta de apresentação de documentos dentro Artigo 69.o


do prazo inicial não seja imputável ao interessado. Falsidade de documentos
5 — A documentação pode ser enviada, por correio
registado, até ao último dia do prazo, relevando neste Para além dos efeitos de exclusão ou de não pro-
caso a data do registo. vimento, a apresentação de documento falso implica a
Artigo 64.o participação à entidade competente para procedimento
disciplinar e penal, conforme os casos.
Redução da lista

São retirados da lista de classificação final os can- Artigo 70.o


didatos aprovados que:
Participação dos interessados
a) Recusem ser providos no lugar a que têm direito
de acordo com a sua ordenação; Em tudo o que não se encontrar especialmente pre-
b) Não compareçam para posse ou aceitação no visto no presente diploma relativamente ao direito de
prazo legal por motivos que lhes sejam impu- participação dos interessados é aplicável o disposto nos
táveis; artigos 100.o a 105.o do Código do Procedimento
c) Apresentem documentos inadequados à prova Administrativo.
das condições necessárias para o provimento ou Artigo 71.o
não façam a sua apresentação no prazo fixado;
Restituição e destruição de documentos
d) Apresentem documento falso.
1 — É destruída a documentação apresentada pelos
Artigo 65.o candidatos se a restituição não for solicitada no prazo
máximo de um ano após o termo do prazo de validade
Recurso hierárquico
do respectivo concurso.
1 — Da exclusão do concurso cabe recurso hierár- 2 — A documentação apresentada pelos candidatos
quico, a interpor no prazo de oito dias úteis para o respeitante a concursos que tenham sido objecto de
órgão dirigente máximo ou, se este for membro do júri, recurso contencioso só poderá ser destruída ou resti-
para o ministro da tutela. tuída após a execução da sentença.
2 — Da homologação da lista de classificação final
feita pelo órgão dirigente máximo do serviço cabe Artigo 72.o
recurso hierárquico, com efeito suspensivo, a interpor
no prazo de 10 dias úteis para o ministro da tutela. Execução de sentença
3 — No procedimento de concurso não há lugar a Para reconstituição da situação actual hipotética
reclamação. decorrente da procedência de recurso contencioso de
Artigo 66.o anulação, o recorrente que adquira o direito ao pro-
Contagem do prazo vimento poderá sempre exigi-lo, ainda que como supra-
numerário, em lugar a extinguir quando vagar.
O prazo de interposição do recurso conta-se, con-
soante o caso:
Artigo 73.o
a) Da data do registo do ofício contendo os fun- Regulamento de concursos
damentos da exclusão ou cópia da lista de clas-
sificação final, respeitada a dilação de três dias As normas reguladoras dos concursos a que se refere
do correio; o presente diploma serão definidas por portaria conjunta
b) Da publicação do aviso no Diário da República do Ministro da Saúde e do membro do Governo res-
contendo os fundamentos da exclusão ou a ponsável pela Administração Pública.
publicitação da lista de classificação final nos
termos da alínea b) do n.o 1 do artigo 62.o;
c) Da data de afixação da lista de classificação final CAPÍTULO VI
no serviço; Regimes de trabalho e condições da sua prestação
d) Da data da notificação pessoal.
Artigo 74.o
Artigo 67.o
Modalidades de regimes de trabalho
Efeitos do recurso da exclusão do concurso
1 — O regime normal de trabalho dos técnicos de
O recurso da exclusão do concurso não suspende as diagnóstico e terapêutica é de trinta e cinco horas
respectivas operações. semanais.
2 — Nos casos em que o funcionamento dos serviços
Artigo 68.o o justifique, os técnicos de diagnóstico e terapêutica
Prazo de decisão
podem, com a sua anuência, adoptar uma duração sema-
nal de quarenta e duas horas semanais, designado como
O prazo de decisão do recurso é, em todos os casos, regime de horário acrescido, devendo o acréscimo de
de 15 dias úteis contado da data da remessa do processo carga horária semanal ser prestado nos dias de fun-
pelo órgão recorrido ao órgão competente para dele cionamento normal do serviço.
conhecer, considerando-se o mesmo tacitamente inde- 3 — Em condições excepcionalmente autorizadas,
ferido, com cessação do efeito suspensivo, quando não caso a caso, por despacho do órgão dirigente máximo
seja proferida decisão naquele prazo. do estabelecimento ou serviço, os técnicos de diagnós-
9098 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 295 — 21-12-1999

tico e terapêutica podem praticar o regime especial de 10 — Aos técnicos de diagnóstico e terapêutica com
trabalho de tempo parcial, com a duração de vinte ou idade superior a 55 anos que venham praticando o
vinte e quatro horas semanais. regime de horário acrescido, ininterruptamente, há, pelo
4 — Sem prejuízo do disposto na lei geral, o trabalho menos, cinco anos, será concedida, se a requererem,
prestado em regime de tempo parcial conta-se propor- redução de uma hora em cada ano, no horário de tra-
cionalmente ao número de horas de trabalho por balho semanal, até que o mesmo perfaça as trinta e
semana, para todos os efeitos. cinco horas, sem perda de regalias.

Artigo 75.o Artigo 76.o


Horário acrescido Organização e prestação de trabalho

1 — O regime de trabalho de horário acrescido de 1 — A semana de trabalho é, em regra, de cinco dias.


quarenta de duas horas semanais é atribuído sempre 2 — O período normal de trabalho diário tem a dura-
que as necessidades dos serviços o exijam, sob proposta ção de sete horas.
do técnico-director, quando exista, e ouvidos os coor- 3 — Em função das condições e necessidades dos ser-
denadores da respectiva profissão ou os técnicos com viços, poderão ser delimitados períodos de prestação
funções de coordenador. normal de trabalho em serviço de urgência, até ao limite
2 — A proposta a que se refere o número anterior máximo de doze horas semanais, bem como ser adop-
cabe ao coordenador ou ao técnico com funções de coor- tadas modalidades de horário de trabalho previstas na
denador, sempre que não exista técnico-director. lei geral.
3 — A aplicação da modalidade de regime de trabalho 4 — Sempre que o trabalho esteja organizado por tur-
de horário acrescido é aprovada por despacho minis- nos, a aferição da duração do trabalho deve reportar-se
terial, sob proposta fundamentada do órgão dirigente a um período de quatro semanas, devendo, obrigato-
máximo do estabelecimento ou serviço, tendo como riamente, em cada um desse períodos ser assegurado
limite, salvo em casos excepcionais, 30 % do número o descanso, numa das semanas, no sábado e no domingo.
total dos lugares de técnico de diagnóstico e terapêutica
previsto no respectivo quadro, seleccionados mediante Artigo 77.o
critérios estabelecidos previamente por aquele órgão
dirigente. Isenção de horário de trabalho
4 — Em casos excepcionais, mediante proposta fun- O técnico-director está isento de horário de trabalho
damentada do órgão dirigente máximo, pode, por des- não lhe sendo por isso devida qualquer remuneração
pacho ministerial, ser ultrapassada a percentagem refe- por trabalho prestado fora do horário normal.
rida no número anterior.
5 — A afectação ao regime de trabalho de horário
acrescido carece da anuência, por escrito, do técnico Artigo 78.o
de diagnóstico e terapêutica. Intervalos de descanso
6 — À modalidade de regime de trabalho de horário
acrescido corresponde um acréscimo remuneratório de 1 — Os técnicos de diagnóstico e terapêutica, quando
37 % da remuneração base, cuja percepção só é devida em regime de trabalho por turnos ou jornada contínua,
em condições de prestação de trabalho efectivo, ou equi- têm o direito a um intervalo de trinta minutos para
parado, o qual releva para efeitos de subsídios de férias refeição dentro do próprio estabelecimento ou serviço,
e de Natal. que será considerado como trabalho efectivamente
7 — O regime de trabalho previsto neste artigo con- prestado.
fere direito ao acréscimo de 25 % no tempo de serviço 2 — Os técnicos em regime de jornada contínua têm
para efeitos de aposentação, sendo o correspondente direito, para além do intervalo a que se refere o número
acréscimo salarial considerado nos termos do disposto anterior, a dois períodos de descanso, nunca superiores
na alínea a) do n.o 1 do artigo 47.o do Estatuto da a quinze minutos.
Aposentação. 3 — Os períodos de descanso referidos no número
8 — O regime de horário acrescido pode ser feito anterior não podem coincidir com o início ou o fim
cessar por despacho do órgão dirigente máximo do esta- da jornada de trabalho.
belecimento ou serviço, observado um pré-aviso de 60
dias, nos seguintes casos: Artigo 79.o
a) Com fundamento em deficiente cumprimento Condições de risco, penosidade e insalubridade
das obrigações por parte do técnico de diag-
nóstico e terapêutica; A aplicação aos profissionais da presente carreira do
b) Quando haja alteração da sua situação fun- regime de atribuição de compensações por trabalho
cional; prestado em condições de risco, penosidade e insalu-
c) Quando não subsistirem as necessidades que bridade, previsto no Decreto-Lei n.o 53-A/98, de 11 de
determinaram a aplicação do regime. Março, faz-se por diploma próprio.

9 — Os técnicos de diagnóstico e terapêutica podem Artigo 80.o


requerer a cessação do regime de horário acrescido, Formação profissional
a apresentar com a antecedência mínima de 90 dias,
podendo ser autorizada a antecipação da cessação Os técnicos de diagnóstico e terapêutica têm direito
daquele regime em casos excepcionais, mediante reque- à formação prevista no Decreto-Lei n.o 50/98, de 11
rimento fundamentado do interessado. de Março, através da aquisição e do desenvolvimento
N.o 295 — 21-12-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 9099

de capacidades ou competências adequadas ao respec- artigo 11.o, sendo remunerados de acordo com o dis-
tivo desempenho profissional e à sua valorização pessoal posto no n.o 6 desse artigo ou no n.o 4 do artigo 82.o,
e profissional. consoante os casos.
Artigo 84.o
CAPÍTULO VII Remuneração dos actuais técnicos-directores

Disposições finais e transitórias Aos actuais técnicos-directores remunerados pelos


índices 220 ou 255 correspondem os índices 235 ou 270,
Artigo 81.o respectivamente, sem prejuízo do faseamento previsto
Grau de licenciatura no artigo 86.o
Artigo 85.o
Aos técnicos de diagnóstico e terapêutica detentores
do curso complementar de Ensino e Administração, ou Transição
do curso de estudos superiores especializados em Ensino 1 — Os técnicos de diagnóstico e terapêutica tran-
e Administração, com equivalência ao grau de licen- sitam na categoria e no escalão actualmente detidos,
ciado, é reconhecido o direito ao escalão seguinte ao com excepção do disposto no número seguinte.
que venham a adquirir na primeira promoção ocorrida 2 — Os técnicos de diagnóstico e terapêutica de
após a entrada em vigor do presente diploma. 2.a classe posicionados nos escalões 7 e 8 transitam na
mesma categoria para o escalão 6.
Artigo 82.o
Situações especiais de coordenação Artigo 86.o
1 — Nos casos de impossibilidade de designação do Aplicação dos novos escalões indiciários
coordenador de acordo com o previsto no n.o 2 do 1 — As escalas indiciárias a que se refere o n.o 2
artigo 11.o, por inexistência de profissionais nas con- do artigo 4.o vigoram de acordo com o faseamento pre-
dições nele exigidas, será indigitado o técnico de cate- visto nos mapas I a III do anexo II do presente diploma.
goria mais elevada, de categoria não inferior a técnico 2 — Aos técnicos de diagnóstico e terapêutica que
de 1.a classe, para o exercício das funções de coor- se aposentem durante o período de faseamento é garan-
denador. tido o cálculo da pensão de aposentação com base no
2 — Sempre que em determinada profissão existam valor final do índice correspondente ao escalão detido.
dois ou mais técnicos que possam exercer as funções
de coordenador nos termos do número anterior, a indi-
gitação é efectuada com recurso aos seguintes factores, Artigo 87.o
por ordem decrescente: Concursos

a) Posse do curso de estudos superiores especia- 1 — Até à entrada em vigor da portaria prevista no
lizados em Ensino e Administração ou seu equi- artigo 73.o, aos concursos que venham a ser abertos
valente legal; a partir da entrada em vigor do presente diploma apli-
b) Posse do curso complementar de Ensino e ca-se o disposto nos n.os 2, 4, 5 e 7 do artigo 23.o do
Administração; Decreto-Lei n.o 235/90, de 17 de Julho.
c) Classificação final obtida no concurso relativo 2 — Mantêm-se em vigor os concursos cujos avisos
à categoria detida; de abertura se encontrem publicados até à data da
d) Antiguidade na categoria; entrada em vigor do presente diploma, sendo os can-
e) Antiguidade na carreira; didatos que tenham sido ou venham a ser aprovados
f) Antiguidade no serviço ou estabelecimento. nesses concursos providos nas correspondentes catego-
rias, de acordo com as regras de transição previstas no
3 — As funções a que se reporta o presente artigo artigo 85.o
são exercidas pelo período de dois anos, prorrogáveis 3 — As regras relativas a concursos previstas neste
por iguais períodos, mediante confirmação do órgão diri- diploma não se aplicam aos concursos referidos no
gente máximo do serviço ou estabelecimento, salvo o número anterior, salvo os casos de reconstituição da
disposto no n.o 4 do artigo 29.o, e desde que não existam situação actual hipotética em sede de execução de
técnicos nas condições previstas no artigo 11.o, ou outros sentença.
que, nos termos deste artigo, devam ser indigitados. Artigo 88.o
4 — Ao técnico indigitado para o exercício das fun-
ções de coordenador nos termos do presente artigo é Alteração de designação das áreas profissionais
atribuído, enquanto no exercício dessas funções, um 1 — As designações de técnico de audiologia, técnico
acréscimo salarial de 10 % sobre o valor do índice 100 de cardiopneumologia, técnico de neurofisiologia,
fixado para a presente carreira. ortoptista, ortoprotésico e técnico de saúde ambiental
entendem-se reportadas, respectivamente, às profissões
Artigo 83.o de técnico de audiometria, técnico de cardiopneumo-
Salvaguarda de situações existentes
grafia, técnico de neurofisiografia, técnico de ortóptica,
técnico de ortopróteses e técnico de higiene e saúde
Durante o período transitório de dois anos, os técnicos ambiental.
de diagnóstico e terapêutica que, à data da entrada em 2 — Para efeitos do disposto no número anterior, con-
vigor deste diploma, se encontrem no exercício de fun- sideram-se automaticamente alterados os quadros de
ções de coordenação nos termos da lei mantêm-se no pessoal dos estabelecimentos e serviços abrangidos pelo
exercício das funções de coordenação previstas no presente diploma.
9100 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 295 — 21-12-1999

Artigo 89.o ANEXO II

Regulamentação MAPA I

No prazo de 120 dias a contar da data da entrada Tabelas a aplicar entre 1 de Janeiro e 30 de Junho de 1999
em vigor do presente diploma serão publicados os des-
pachos previstos no n.o 1 do artigo 8.o e no n.o 3 do Índices/escalões

artigo 18.o, bem como a portaria prevista no artigo 73.o


1 2 3 4 5 6

Artigo 90.o
Técnico-director . . . . . 225 260
Norma revogatória Técnico especialista de
1.a classe . . . . . . . . . . 170 180 200 215 240
Ficam revogados: Técnico especialista . . . 155 160 170 180 200
Técnico principal . . . . . 135 150 160 170 180
a) O Decreto-Lei n.o 384-B/85, de 30 de Setembro; Técnico de 1.a classe . . . 115 120 125 130 140 150
b) O Decreto-Lei n.o 247/88, de 13 de Julho; Técnico de 2.a classe . . . 105 110 115 120 130 140
c) O Decreto-Lei n.o 123/89, de 14 de Abril;
d) O Decreto-Lei n.o 203/90, de 20 de Junho; MAPA II
e) O Decreto-Lei n.o 235/90, de 17 de Julho;
f) O Decreto-Lei n.o 381/91, de 9 de Outubro; Tabelas a aplicar entre 1 de Julho de 1999
e 30 de Junho de 2000
g) O Decreto-Lei n.o 14/92, de 4 de Fevereiro;
h) O Decreto-Lei n.o 14/95, de 21 de Janeiro;
i)O Decreto-Lei n.o 208/95, de 14 de Agosto; Índices/escalões

j)O Decreto Regulamentar n.o 7/92, de 23 de


1 2 3 4 5 6
Abril;
k) A Portaria n.o 256-A/86, de 28 de Maio, com
excepção do n.o 3.o; Técnico-director . . . . . 230 265
l) A Portaria n.o 120/87, de 23 de Fevereiro. Coordenador . . . . . . . . 225 235 245 260
Técnico especialista de
1.a classe . . . . . . . . . . 180 190 215 235 255
Artigo 91.o Técnico especialista . . . 160 165 175 185 205
Técnico principal . . . . . 140 155 165 175 185
Entrada em vigor Técnico de 1.a classe . . . 120 125 130 135 145 155
Técnico de 2.a classe . . . 110 115 120 125 135 145
O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte
ao da sua publicação, produzindo efeitos remuneratórios
MAPA III
a partir de 1 de Janeiro de 1999.
Tabelas a aplicar a partir de 1 de Julho de 2000
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 8 de
Outubro de 1999. — António Manuel de Oliveira Guter-
Índices/escalões
res — António Luciano Pacheco de Sousa Franco — Jorge
Paulo Sacadura Almeida Coelho — Francisco Ventura
1 2 3 4 5 6
Ramos.

Promulgado em 30 de Novembro de 1999. Técnico-director . . . . . 235 270


Coordenador . . . . . . . . 230 240 250 265
Publique-se. Técnico especialista de
1.a classe . . . . . . . . . . 195 205 220 235 255
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Técnico especialista . . . 175 185 195 205 215
Técnico principal . . . . . 155 165 170 180 190
Referendado em 8 de Dezembro de 1999. Técnico de 1.a classe . . . 125 135 140 145 155 165
Técnico de 2.a classe . . . 110 115 120 125 135 145
O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira
Guterres.
ANEXO I
Tabelas MINISTÉRIO DO AMBIENTE
o o o
(a que se referem os artigos 4. , 9. e 11. )
Decreto-Lei n.o 565/99
Índices/escalões
de 21 de Dezembro
1 2 3 4 5 6
A introdução de espécies não indígenas na Natureza
pode originar situações de predação ou competição com
Técnico-director . . . . . 235 270 espécies nativas, a transmissão de agentes patogénicos
Coordenador . . . . . . . . 230 240 250 265 ou de parasitas e afectar seriamente a diversidade bio-
Técnico especialista de
1.a classe . . . . . . . . . . 195 205 220 235 255 lógica, as actividades económicas ou a saúde pública,
Técnico especialista . . . 175 185 195 205 215 com prejuízos irreversíveis e de difícil contabilização.
Técnico principal . . . . . 155 165 170 180 190 Acresce que, quando necessário, o controlo ou a erra-
Técnico de 1.a classe . . . 125 135 140 145 155 165
Técnico de 2.a classe . . . 110 115 120 125 135 145 dicação de uma espécie introduzida, que se tornou inva-
sora, são especialmente complexos e onerosos.

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