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COLÉGIO SÃO PAULO IRMÃS ANGÉLICAS-BH

PPCEM-PROGRAMA DE PRÉ-INICIAÇÃO CIENTÍFICA DO ENSINO MÉDIO

A NEGLIGÊNCIA DO ESTADO COM A EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA

Alunos da 2ª Série do Ensino Médio


Gabriel Freitas
Maria Bernardes
Rafaela Miranda

Professora-Orientadora: Mariana Almeida

BELO HORIZONTE, ..... NOVEMBRO DE 2022


A NEGLIGÊNCIA DO ESTADO COM A EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA

BERNARDES, Maria
FREITAS, Gabriel
MIRANDA, Rafaela1
ALMEIDA, Mariana2
RESUMO

Este trabalho tem com objetivo geral investigar as consequências da


indolência por parte do Estado com a educação indígena; e como objetivos
específicos, verificar os danos causados à educação escola indígena pela ausência
de materiais didáticos para indígenas, descrevendo as consequências do não
cumprimento do direito da singularidade de materiais a longo prazo. Como
referenciais teóricos, Santos (1995) e Grupioni (1995) abordam sobre a ausência
jurídica e pedagógica da educação escolar indígena. Segundo os autores, a
precariedade na educação formal indígena é caracterizada pela permanência de
ideais coloniais. Diante o exposto, esse trabalho visa debater as seguintes questões
norteadoras: 1. De que forma a falta de materiais didáticos para a etnia indígena
afeta a educação local? 2. Quais são as dificuldades das estruturas educacionais
encontradas pelos indígenas desaldeados? 3. A precarização do ensino escolar
indígena afeta a participação daqueles estudantes no Exame Nacional do Ensino
Médio (ENEM)? E como metodologia, a pesquisa irá realizar entrevistas com
indígenas que residem em Belo Horizonte e a leitura de referenciais teóricos. Esta
pesquisa concluiu que a educação indígena trata-se de uma questão negligenciada
pelo Estado devido inúmeros fatores históricos, sendo o principal, o enraizamento
cultural colonialista, que gera o descaso com a educação.

Palavras-chave: Educação escolar indígena. Negligência do Estado de Minas


Gerais.

ABSTRACT

The general objective of this work is to investigate the consequences of


indolence on the part of the State with regard to indigenous education; and as
specific objectives, to verify the damage caused to indigenous school education by
the absence of teaching materials for indigenous people, describing the
consequences of non-compliance with the right to uniqueness of materials in the long
term. With theoretical references, Santos (1995) and Grupioni (1995) discuss the
legal and pedagogical absence of indigenous school education. According to the
authors, the precariousness of formal indigenous education is characterized by the
permanence of colonial ideals. Given the above, this work aims to discuss the
following guiding questions: 1. How does the lack of teaching materials for the
indigenous ethnicity affect local education? 2. What are the difficulties of the
educational structures encountered by the displaced indigenous people? 3. Does the

1 Alunos da 2ª Série do Ensino Médio do Colégio São Paulo Irmãs Angélicas-BH, integrantes do
PPCEM
2 Professora-orientadora PPCEM-Programa de Pré-Iniciação Cientifica do Ensino Médio-CSPBH
2022
precariousness of indigenous schooling affect the participation of those students in
the National High School Exam (ENEM)? And as a methodology, the research will
conduct interviews with indigenous people living in Belo Horizonte and the reading of
theoretical references.
Keywords: Indigenous school education. Negligence of the State of Minas Gerais.

1 INTRODUÇÃO

A educação escolar é um pilar fundamental na construção da estrutura social


brasileira. Deste modo, a educação formal indígena, por lei, especula especificações
do ensino formal, por meio de materiais didáticos próprios com conteúdos que
abordam características unitárias de cada povo indígena, possibilitando a imersão
histórica formal de “sua organização social costumes, línguas, crenças e tradições”
(Constituição Federal de 1988, Art. 231).
O tema de pesquisa justifica-se devido ao acesso à educação negada aos
indígenas desaldeados3 e a ausência de materiais didáticos indígenas,
negligenciados pelo Estado brasileiro.
Santos (1995) e Grupioni (1995) abordam sobre a ausência jurídica e
pedagógica da educação escolar indígena. Segundo os autores, a precariedade na
educação formal indígena é caracterizada pela permanência de ideais coloniais. A
Constituição federal (1988) assegura o direito político e cultural único de cada povo
e a criação de livros didáticos e informações sobre as distintas sociedades indígenas
residentes no Brasil.
Com a pandemia da Covid19, os problemas relacionados à educação
passaram por uma crescente, ocasionando a inadvertência do setor público com a
educação com indígenas.
Dados divulgados pelo Ministério da Educação, em 2015, apontam que 53,5%
das instituições escolares destinadas a indígenas possuem material didático
específico, já a população indígena que não apresenta material específico, tende a
utilizar materiais criados para outras etnias.
Diante o exposto, esse trabalho visa debater as seguintes questões
norteadoras: 1. De que forma a falta de materiais didáticos para a etnia indígena
afeta a educação local? 2. Quais são as dificuldades das estruturas educacionais

3 Indígenas desaldeados são aqueles que vivem fora de aldeias, ou seja, segundo os detrimentos
legais, estão fora do controle do Estado.
encontradas pelos indígenas desaldeados? 3. A precarização do ensino escolar
indígena afeta a participação daqueles estudantes no Exame Nacional do Ensino
Médio (ENEM)?
Como objetivo geral, pretende-se investigar as consequências da indolência
por parte do Estado com a educação indígena; e como objetivos específicos,
verificar os danos causados à educação escola indígena pela ausência de materiais
didáticos para indígenas e descrever as consequências do não cumprimento do
direito da singularidade de materiais a longo prazo.
E como metodologia, a pesquisa irá realizar entrevistas com indígenas que
residem em Belo Horizonte e a leitura de referenciais teóricos.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 A legislação e a educação indígena

Em 1916, foi sancionado por Venceslau Brás, nono presidente do Brasil, o


Código Civil Brasileiro. O artigo 6°, parágrafo III, relata que "silvícolas", maneira pela
qual o código refere-se aos indígenas, não são aptos “relativamente a certos atos”.
Da mesma forma, o parágrafo único também institui que indígenas deveriam
permanecer sob regime tutelar (controlado pela Fundação Nacional do Índio,
FUNAI). Somente no código civil de 1973, ao indígena, no Brasil, é dado o direito ao
acesso comum à legislação, ainda mantendo a instituição tutelar.
Todavia, o direito de desfrutarem das leis que amparassem os indígenas só
ocorreu com a constituição de 1988, responsável pela abolição legal do regime
tutelar indígena, decorrente dos artigos 231° e 232°.
A LDB-Lei de Diretrizes e Bases - 9.394/96, que tem como principal foco o
direito gratuito à educação, é estabelecida para o desenvolvimento de habilidades
relacionadas à escrita, fala, cálculos, capacidade de compreensão do meio inserido
e do desenvolvimento emocional (artigo 32°).
O ensino indígena, especificado pela LDB (1996), por outro lado, dispõe de
direitos como a possibilidade de o ensino ser feito através da língua materna, da
mesma forma, o processo utilizado para a aprendizagem também é um direito
disposto pela Lei.
Quanto ao processo utilizado no aprendizado indígena, o artigo 23°
estabelece o direito à organização escolar indígena dividir o período de tempo no
ensino fundamental da maneira que for julgado melhor, podendo ser determinada
por anos, semestres, grupos seriados ou idade. Da mesma forma, o artigo 26° é
responsável pelo direito à educação associada às características locais da aldeia. Já
o artigo 78°, determina que a educação indígena é por determinação legal, uma
educação bilíngue e intercultural, o que proporciona o resguardo histórico-cultural
das comunidades.
A participação indígena na formulação da estrutura escolar própria é, por lei,
obrigatória. No artigo 79°, há a exposição dos principais objetivos da inclusão da
participação ativa de indígenas, sendo estes o fortalecimento de práticas
socioculturais e linguísticas originárias de cada povo, conservar a formação
especializada, desenvolvimento de currículo específico e a publicação de materiais
didáticos específicos.
Deste modo, a legislação brasileira, nos últimos anos, busca a maior inclusão
da população indígena no âmbito legal. Não obstante, a realização de direitos
educacionais indígenas, ainda é um problema. O déficit relacionado aos ideais
coloniais ainda permeia na atualidade, revigorando um preconceito e negligência
estatal.

2.2 Ações desenvolvidas pelo MEC para ofertar a educação escolar indígena

O MEC-Ministério da Educação vem desenvolvendo ações para garantir a


oferta de educação escolar indígena de qualidade, no Brasil. A formação inicial e
continuada de professores indígenas em nível médio (Magistério Indígena), com
propostas de atividades conjuntas e etapas de estudos autônomos, pesquisas e
reflexão sobre a prática pedagógica nas aldeias.
Outra possibilidade é a Formação de Professores Indígenas em Nível
Superior (licenciaturas interculturais), com o objetivo de garantir educação escolar
de qualidade e ampliar a oferta das quatro séries finais do ensino fundamental, além
de implantar o ensino médio em terras indígenas.
  Uma terceira proposta é a produção de material didático específico em
línguas indígenas, bilíngues ou em português. Livros, cartazes, vídeos, CDs, DVDs e
outros materiais produzidos pelos professores indígenas são editados com o apoio
financeiro do MEC e distribuídos às escolas indígenas, como apoio político-
pedagógico aos sistemas de ensino para a ampliação da oferta de educação escolar
em terras indígenas.
O MEC desenvolve, em articulação com a Funai, cursos de formação para
que professores e lideranças indígenas conheçam seus direitos e exerçam o
controle social sobre os mecanismos de financiamento da educação pública, bem
como sobre a execução das ações e programas em apoio à educação escolar
indígena, além do apoio financeiro à construção, reforma ou ampliação de escolas
indígenas.
Com a promulgação da Constituição Federal, (Art. 215), em 1988, a Lei
garantiu o acesso às fontes de cultura nacional como direito do cidadão brasileiro,
incentivando a diversidade e a manifestação cultural. A educação escolar passou
por diversas tentativas de uniformização, com escolas que atestam abdicar o
indígena da sua própria cultura.
A LDB assegurou às comunidades indígenas a utilização de materiais
específicos e adaptados para cada grupo indígena. Entretanto, apesar de tais
avanços, a aplicação de materiais específicos para cada etnia indígena é bastante
ausente e precisa de melhorias para se criar uma educação escolar de qualidade no
Brasil.
De acordo com dados do Censo Escolar de 2015 (Ministério da Educação),
53,5% das escolas indígenas têm material didático específico para o grupo étnico. A
porcentagem dos indígenas que não possuem o material não foi divulgada, mas os
casos são muito frequentes no país. Na ausência de tal material, os indígenas são
submetidos a trabalhar com livros elaborados para outras etnias distintas e
desconhecidas por eles, o que compromete o aprendizado dos alunos.
Segundo Sabonê (2016), professora da aldeia Sowaintê, em Rondônia, a
população recebe livros que apresentam imagens desconhecidas pelos indígenas, e
incompatíveis com a realidade dos moradores da aldeia. "Na região amazônica, as
crianças não conhecem elefante, girafa. Mesmo não entendendo a lógica desses
personagens, a ideia é aprender a ler e escrever a língua portuguesa".
O pesquisador e indígena Huni Kuin (2016) salienta que, apesar da intenção
estatal em produzir o material didático específico para cada etnia, há uma falta de
verbas e recursos para a produção do material.
Cabral (2016), coordenadora do Laboratório de Línguas Indígenas da
Universidade de Brasília, destaca que os professores das aldeias necessitam ter
uma formação específica para utilizar corretamente os materiais adequados para
cada etnia: "Uma escola pode ter muitos materiais para ensino da língua nas escolas
indígenas, mas se não tiver treinamento, se os professores não souberem como
fazer, não adianta ter material, que não vai servir para a educação indígena".

2.3 Dificuldades das estruturas educacionais encontradas pelos indígenas


desaldeados

A infraestrutura é apontada como um fator sério que necessita de


investimento. Segundo o Censo Escolar (2017), 30,93% das escolas indígenas não
dispõem de um espaço físico construído pelo poder público para funcionar. Para
contornar o problema, aulas ocorrem em locais improvisados, como casas
comunitárias ou emprestadas de professores e moradores da região.
A escassez na disponibilização de materiais já existentes nas escolas e a
produção de novos materiais são outros gravíssimos problemas, já que produção de
materiais didáticos deve ser conduzida pelos próprios indígenas, considerando o
idioma local e as especificidades de cada cultura.
A confecção desses materiais deve ser através do conhecimento dos mais
velhos que, normalmente, são os que mais conhecem sobre as tradições de seu
povo.
Essa é uma luta também de pesquisadores e de representantes indígenas,
como relatados pelos entrevistadores:

Pergunta1: De que forma a falta de material didático para a etnia indígena


afeta a educação local?

Cacique: Bom, a respeito dessa questão, a falta de material para a


educação afeta muito, porque o que se recebe de material é o material
convencional, que é um material bem pobre, com uma visão bem errônea
da realidade dos povos indígenas no Brasil. Os povos indígenas do Brasil
são diversos, nosso estado de Minas Gerais também tem uma diversidade
muito grande de povos indígenas, e essa deficiência de material, ainda mais
quando tem informações erradas, mais atrapalha do que ajuda. Então, sim,
existe essa deficiência, na questão de não ter o material adequado, e tudo
isso se consiste em um processo chamado "apagamento histórico", que é o
que aconteceu muito aqui no estado de MG, onde as pessoas não se
declaravam indígenas por sofrerem violência. Até em 1985, quem se
declarava indígena sofria muita violência e agressões. Não ter o material de
ensino contribui para que o processo de "apagamento histórico" perpetue."

Pergunta 2: É possível observar traços de uma educação eurocêntrica na


educação indígena? Se ainda é possível, no caso. 

Cacique: Com certeza, né. A educação que a gente tem hoje brasileira, ela
é toda eurocentrada. Não respeita em nada a cosmovisão indígena, embora
o modo de pensar, de educar do brasileiro ele é bem indígena. Então assim,
esse modo de entender a educação é bem diferente e isso sim, né. Dentro
da cosmovisão e da educação indígena ele vai dar um choque com certeza,
onde que ele trabalha mais na questão de decorar e não ensinar. Ele não
foca tanto na visão da vivência do aluno, ele tem essa figura distante do
aluno e professor. Isso dentro da questão indígena é muito diferente. Onde
a educação indígena tem como base os mais velhos, detentores dos
saberes, né. Os mestres. E os mais novos na ideia de convivência e aí vai
aprendendo para que seja repassado. Isso também, né, pode ser
empregado não só coisas daquela cultura, daquele povo em específico,
mas também pode ser passado qualquer tipo de coisa, como a pessoa
dentro de casa. Exemplo, né. Como o filho aprende com o pai, a filha
aprende com a mãe. Um exemplo: uma filha aprende com a mãe fazer um
bolo, né. A mãe tá fazendo um bolo e a filha aprende. Essa forma de
ensino, né. De trazer isso pra dentro da escola é bem interessante isso, né.
Mas essa visão é uma visão mais dentro da questão indígena, e pelo fato
de a educação ser uma visão eurocêntrica, daquele livro todo tradicional e
com muitas informações, algumas bem erradas, então assim, isso traz um
choque fora de série. 

Pergunta 3: Mas, dentro da educação indígena, essa visão eurocêntrica de


certa forma já foi abolida, e já não é mais pautada?

Cacique: Não, infelizmente ela não foi abolida não, porque o material que
se recebe. Um fato, aqui no estado de Minas Gerais, são quase 25 povos
indígenas, que nós temos aqui hoje. Dentre esses, a maioria que são
originários do nosso estado, são pouquíssimos que tem terra demarcada,
ou seja, os que têm terra demarcada, esses conseguem ter uma escola
indígena comunidade e aqueles que não têm, então assim, ele vai estar
dentro do sistema de ensino tradicional, e vai ser esse sistema,
eurocêntrico que nega a cultura, onde que ensina várias coisas que são
completamente diferentes da realidade.

Pergunta 4: A precarização do ensino escolar indígena afeta a participação


deles no Enem?

Entrevistado 2: Então, hoje a gente tem visto também uma coisa bem
interessante, né. Grande parte da população indígena está entrando pra
faculdade, tá ocupando este caminho. Talvez no passado nem tanto, mas
hoje sim. Em relação à questão da precarização, não vou nem falar que
pode ter haver, já que com certeza tem. Mas hoje, a população indígena
tem sim feito o ENEM, com uma quantidade muito maior do que no
passado, a quantidade de indígenas que têm adentrado à academia, a
faculdade, e cursos de graduação vêm aumentando dia após dia. Um
exemplo mesmo do que a gente viu em São Paulo, a poucas semanas
atrás, o ENEM, encontro institucional dos povos indígenas, dos estudantes
indígenas, no qual o número tem se tornado cada vez maior, onde a
população indígena tem mostrado que o indígena não tem aquela visão que
as pessoas pensam, em ser atrasado. É claro que há alguns povos que não
querem muito contato com a cultura contemporânea, mas a grande maioria
dos povos indígenas estão a cada dia mais adentrando, estão ocupando
espaço. Cada dia mais dias vocês vão ver indígenas médicos, advogados,
e enfim, né, e ocupando cadeiras. A população indígena está ocupando um
maior espaço nas universidades do que no passado. (ENTREVISTA
ONLINE, AGOSTO 2022)

A educação escolar indígena virou uma pauta política relevante dos índios, do
movimento indígena e de apoio. Deixou de ser uma temática secundária, ganhou
importância à medida em que mobiliza diferentes atores, instituições e recursos.

3 CONSIDERACOES FINAIS

Esta pesquisa considerou que a falta de materiais didáticos para a etnia


indígena afeta a educação local, porque a aprovação da LDB (1996), assegurou a
utilização de materiais didáticos específicos para cada etnia indígena, entretanto, a
aplicação dos materiais de ensino adequados para cada aldeia e etnia indígena
ainda é bastante ausente e necessita de melhorias. A ausência do material prejudica
o desempenho escolar dos alunos indígenas e distancia-os da própria cultura. Além
dos fatos mencionados, também deve-se atentar para a falta de formação especifica
de profissionais de ensino, que precisam adquirir o conhecimento adequado para
aplicar o material e ensinar corretamente os alunos.
As dificuldades das estruturas educacionais encontradas pelos indígenas
desaldeados, desfavorecem seu entendimento e imersão em sua cultura de origem,
já que não são considerados partes de um grupo, de modo que perdem o acesso à
matérias didáticos com enfoque indígena, submetendo-se a matérias genéricas
comuns a escolas urbanas. Com a falta de acesso, há um processo de desconexão
e exclusão aos conhecimentos culturais próprios, o que leva a uma exclusão de
saberes originários.
A precarização do ensino escolar indígena afeta a participação daqueles
estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), prejudicando a
democratização do ensino superior, desestimulando a entrada de povos indígenas
nas faculdades, levando a uma educação sem a presença de povos originários,
originando problemas com o próprio ensino dos povos, já que em sua maioria, não
são ensinados por pertencentes a cultural, o que leva a uma ótica externa, que não
os inclui.

REFERÊNCIAS

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BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases de 1996, Art. 23, 26, 32, 78, 79. Brasília.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm> Acesso em: 20
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CABRAL (2016) disponível em: <agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2016-


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GRUPIONI, L. D. B. Livros didáticos e fontes de informações sobre as sociedades


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A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de 1. e 2.
graus. Brasília: MEC/MARI/UNESCO, 1995, v. p. 481-521.

MEC. Ministério de Educação e Cultura. Educação indígena. Portal do MEC.


Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/educacao-indigena> Acesso em 26 ago.
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SANTOS, S. C. Os Direitos Indígenas no Brasil. In: SILVA, Aracy L.; GRUPIONI,


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