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O Decreto-Lei n.º 251/92, de 12 de Novembro, que regulamenta a Lei n.º 30/86, de 27 de Agosto, tem sido o
instrumento orientador da actividade cinegética nos últimos anos.
A prática tem demonstrado que alguns dos aspectos nele contidos, longe de criarem condições para o
desenvolvimento de uma actividade cinegética equilibrada, conduziram a uma situação de conflito declarado
entre os praticantes da caça, nomeadamente entre os apoiantes do regime geral e os defensores do regime
cinegético especial.
A necessidade de reinstalar a normalidade obriga que a Lei n.º 30/86 tenha um novo instrumento
regulamentador que, embora mantendo alguns princípios inscritos no Decreto-Lei n.º 251/92, introduza os
preceitos que se pretende venham harmonizar alguns dos interesses em presença.
Assim, foram atenuadas as diferenças entre os dois regimes de caça, igualando o número de dias de caça e
o número de peças a abater de espécies migradoras.
Foram criadas condições para eliminar a constituição de zonas de regime especial ao abrigo do processo de
edital, que tem sido origem de descontentamento e revolta dos agricultores proprietários de prédios
anexados sem prévio consentimento.
Foram reforçadas as medidas que tendem a proteger a fauna e o meio ambiente, nomeadamente a limitação
do período de caça para algumas espécies e o número de peças autorizadas.
Também se estabeleceram condições para o reforço da intervenção da sociedade civil, através da
diminuição do peso do Estado na composição do Conselho Nacional da Caça e da Conservação da Fauna e
da garantia de pluralidade de representação dos diversos interesses no seu âmbito e ainda com a
implementação e alargamento das competências dos conselhos cinegéticos e da conservação da fauna
regionais e municipais.
Foi ouvido o Conselho Nacional da Caça e da Conservação da Fauna.
Assim:
No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido pela Lei n.º 30/86, de 27 de Agosto, e nos termos da
alínea c) do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1.º
Objecto
O presente diploma estabelece o regime jurídico do fomento, exploração e conservação dos recursos
cinegéticos.
Artigo 2.º
Caça
A caça é a actividade destinada a capturar, vivo ou morto, qualquer elemento da fauna cinegética que se
encontre em estado de liberdade.
Artigo 3.º
Época venatória
A época venatória é o período que decorre entre 1 de Junho de cada ano e 31 de Maio do ano seguinte.
Artigo 4.º
Caçadores
Caçador é a pessoa que pratica actos de caça, sendo titular da carta de caçador ou dela estando
dispensado, e que não é batedor, matilheiro, secretário ou negaceiro, nos termos definidos no artigo
seguinte.
Artigo 5.º
Auxiliares
1 - Os caçadores podem ser ajudados por auxiliares com a função de, para si, procurar, perseguir e levantar
a caça, com ou sem cães, ou de atrair espécies cinegéticas com a utilização de negaças ou, ainda, de
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Artigo 6.º
Exercício da caça
1 - Salvo nos casos previstos na lei, o exercício da caça só é permitido aos caçadores titulares da respectiva
licença de caça e de seguro contra terceiros, nos termos do disposto no presente diploma.
2 - No exercício da caça, estão os caçadores sujeitos a controlo alcoolémico, nos termos a fixar por portaria
do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.
Artigo 7.º
Direito às peças de caça
1 - O caçador adquire a propriedade do animal por ocupação, sem prejuízo de regime diverso nas zonas de
regime cinegético especial que, porém, não pode recusar aos caçadores o direito ao troféu das peças de
caça maior, desde que cumpridos os termos regulamentares ou contratuais.
2 - Considera-se ocupado o animal que durante o acto venatório for morto ou apanhado pelo caçador, pelos
seus cães ou aves de presa.
3 - O caçador adquire o direito à ocupação do animal logo que o fere, mantendo esse direito enquanto for em
sua perseguição.
4 - O caçador que ferir ou matar animal que se refugie ou caia em terreno onde o exercício da caça não seja
livre não pode entrar nesse terreno sem legítima autorização, salvo tratando-se de terreno não vedado e a
peça de caça se encontrar visível, caso em que o pode fazer desde que sozinho e sem armas nem cães.
5 - Quando for necessária autorização e esta seja negada, é obrigatória a entrega do animal ao caçador, no
estado em que se encontre, sempre que tal seja possível.
CAPÍTULO II
Dos caçadores
Artigo 8.º
Documentos que devem acompanhar o caçador
1 - Durante o exercício da caça o caçador é obrigado a trazer consigo e a apresentar às entidades com
competência para a fiscalização, sempre que lhe for exigido:
2 - Para os cidadãos estrangeiros e nacionais não residentes em território nacional e membros do corpo
diplomático e consular acreditados em Portugal, os documentos previstos na alínea d) do número anterior
podem ser substituídos por outros que legitimem o uso da arma de que sejam portadores, desde que, no
caso de estrangeiros, igual direito seja reconhecido aos portugueses na mesma condição pelo seu Estado de
nacionalidade ou residência.
Artigo 9.º
Dispensa de carta de caçador
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direito seja reconhecido aos portugueses na mesma condição pelo seu Estado de
nacionalidade ou residência.
Artigo 10.º
Especificações da carta de caçador
2 - A carta de caçador com a especificação «com arma de fogo» ou «de arqueiro-caçador» permite também
ao seu titular exercer os actos venatórios correspondentes à especificação «sem arma de fogo, arco ou
besta».
3 - A carta de caçador com a especificação «cetreiro» habilita o seu titular a exercer o acto venatório com
aves de presa.
Artigo 11.º
Requisitos para obter carta de caçador
1 - A carta de caçador só pode ser emitida a favor de pessoas que reúnam as seguintes condições:
a) Terem mais de 18 anos, tratando-se de carta de caçador com arma de fogo ou de arqueiro-
caçador, ou de 14 anos, tratando-se de carta de caçador sem arma de fogo, arco ou besta;
b) Não serem portadoras de anomalia psíquica ou de deficiência orgânica ou fisiológica que
torne perigoso o exercício dos respectivos actos venatórios;
c) Não estarem sujeitas a proibição do exercício de caça por disposição legal ou decisão
judicial;
d) Terem sido aprovadas em exame destinado a apurar a aptidão e o conhecimento necessário
ao exercício da respectiva actividade venatória.
2 - Os menores só podem obter a carta de caçador desde que autorizados por escrito pelo seu representante
legal.
Artigo 12.º
Exame
1 - O exame referido na alínea d) do n.º 1 do artigo anterior é efectuado perante um júri constituído por
representantes da Direcção-Geral das Florestas e por um representante das federações ou confederações
de caçadores, sendo composto por uma prova teórica e, no caso de carta de caçador com arma de fogo, de
arqueiro-caçador e de cetreiro, por uma prova prática.
2 - Os exames referidos no número anterior podem ser efectuados por federações ou confederações de
caçadores, nos termos a regulamentar.
Artigo 13.º
Requerimento e emissão de carta de caçador
a) O número de emissão;
b) As especificações nos termos do n.º 1 do artigo 10.º;
c) A identificação do titular pela menção do nome, data de nascimento e residência;
d) A data da concessão e de caducidade;
e) A notação da eventual existência de condenação por crime ou contra-ordenação de caça que
o titular tenha sofrido.
3 - Os titulares da carta de caçador, quando dela devam ser privados ou quando seja necessário proceder a
algum averbamento, são obrigados a entregá-la às autoridades competentes sempre que para o efeito sejam
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notificados.
4 - Quando a carta de caçador seja apreendida por prática de infracção, ou tenha sido entregue pelo titular
nos termos do número anterior, será emitido recibo, de modelo aprovado pelo Ministro da Agricultura, do
Desenvolvimento Rural e das Pescas, comprovativo da apreensão ou entrega, que substituirá a referida
carta.
Artigo 14.º
Caducidade
1 - Salvo renovação nos termos do número seguinte ou disposição em contrário, a carta de caçador caduca
decorridos 10 ou 5 anos, consoante tenha sido emitida ou renovada antes ou depois do final do ano em que
o seu titular perfez 50 anos.
2 - A renovação da carta de caçador tem de ser requerida pelo interessado nos 60 dias que antecedem a
data de caducidade, devendo juntar-se atestado médico comprovativo do requisito referido na alínea b) do n.º
1 do artigo 11.º e o certificado do registo criminal.
3 - No prazo de um ano após a sua caducidade pode ainda ser requerida a renovação excepcional da carta
de caçador.
4 - A carta de caçador caduca igualmente sempre que o seu titular seja condenado por crime de caça.
Artigo 15.º
Sujeição a exame médico
1 - Sempre que haja fundado receio de o titular de carta de caçador ter deixado de reunir os requisitos
previstos na alínea b) do n.º 1 do artigo 11.º, a Direcção-Geral das Florestas pode determinar a sua sujeição
a exame médico.
2 - Na sequência de exame médico e consoante o seu resultado, a carta de caçador pode ser mantida,
revogada ou, a requerimento do interessado, alterada a sua especificação.
CAPÍTULO III
Das licenças de caça e do seguro
Artigo 16.º
Tipos de licença de caça
4 - A licença nacional de caça e a licença de caça para não residentes em território nacional autorizam o acto
venatório em todo o território nacional.
5 - A licença regional de caça permite caçar na área da região cinegética a que respeita.
6 - O exercício da caça às espécies de caça maior e aos patos só é permitido a quem, sendo titular de
licença geral válida para a correspondente área, seja também titular da licença especial respectiva.
7 - Por despacho do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas pode ser dispensada a
licença para caça maior aos caçadores residentes na freguesia ou freguesias onde se situa a área a bater ou
a montear aos javalis.
Artigo 17.º
Licença de caça para não residentes em território nacional
1 - As licenças de caça para não residentes em território nacional só podem ser emitidas a favor de pessoas
que se encontrem na situação prevista no artigo 9.º
2 - A licença de caça para não residentes em território nacional pode ser requerida pelo interessado ou, em
seu nome, por entidade gestora de zona de caça turística ou operador turístico.
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Artigo 18.º
Requerimento e prazo de validade
1 - As licenças de caça são requeridas nos serviços da Direcção-Geral das Florestas ou do município de
residência do interessado ou ainda nas federações ou confederações de caçadores para tal habilitadas por
acordo com a Direcção-Geral das Florestas.
2 - As licenças de caça são emitidas pela Direcção-Geral das Florestas, tendo validade para uma época
venatória, excepto a licença de caça para não residentes, que é válida para uma época venatória ou para um
período de 10 dias.
Artigo 19.º
Requisitos
As licenças de caça só podem ser atribuídas a titulares de carta de caçador, ou a quem dela estiver
dispensado, e do seguro previsto no artigo seguinte que, no momento da sua requisição, façam prova dessa
titularidade.
Artigo 20.º
Seguro
Só é permitido o exercício da caça a quem tenha seguro de responsabilidade civil contra terceiros, cujo
montante mínimo será fixado por portaria conjunta do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e
das Pescas e dos ministros competentes em razão da matéria.
CAPÍTULO IV
Fauna cinegética
Artigo 21.º
Conceito
1 - Constituem fauna cinegética as espécies animais identificadas no anexo ao presente diploma, que dele
faz parte integrante, e ainda os animais domésticos ou domesticados que perderam esta condição.
2 - As espécies cinegéticas podem ser de caça maior ou de caça menor, conforme o disposto no anexo
referido no número anterior.
Artigo 22.º
Regras gerais
1 - Só é permitido caçar as espécies cinegéticas que, para cada época venatória, sejam identificadas por
portaria do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.
2 - É proibido capturar ou destruir ninhos, covas, luras, ovos e crias de espécies cinegéticas.
Artigo 23.º
Casos especiais
1 - A Direcção-Geral das Florestas pode autorizar a captura de espécies cinegéticas, seus ovos ou crias
quando:
CAPÍTULO V
Locais de caça
Artigo 24.º
Regra geral
A caça pode ser exercida em todos os terrenos, nas áreas de jurisdição marítima e nas águas interiores,
salvo o disposto no artigo seguinte e noutras disposições legais.
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Artigo 25.º
Locais em que é proibido caçar
1 - É proibido caçar:
2 - Nos terrenos referidos na alínea n) do número anterior, o exercício da caça pode ser objecto de
regulamentação própria a definir por portaria conjunta do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e
das Pescas e dos ministros competentes em razão da matéria.
Artigo 26.º
Reservas de caça
1 - Tendo em vista a protecção dos recursos cinegéticos, podem, por portaria do Ministro da Agricultura, do
Desenvolvimento Rural e das Pescas, ser criadas reservas de caça.
2 - As reservas de caça podem ser integrais, em que é proibido o exercício de caça, ou parciais, em que o
exercício da caça é proibido a determinadas espécies cinegéticas e condicionado em relação a outras.
Artigo 27.º
Locais de caça condicionada
a) Nos terrenos que se encontrem circundados em toda a sua extensão por muros ou paredes
com altura mínima de 1,5 m;
b) Nos quintais, parques ou jardins anexos a casas de habitação e, bem assim, em quaisquer
terrenos que os circundem numa faixa de 250 m;
c) Nos terrenos com culturas florícolas, frutícolas ou hortícolas ou com viveiros das mesmas,
desde a sementeira ou plantação das espécies de ciclo anual ou desde o abrolhar das vivazes
até ao termo das colheitas;
d) Nos terrenos ocupados com sementeiras ou plantações de espécies florestais durante os
primeiros três anos e nos terrenos com culturas arvenses;
e) Nas reservas parciais de caça;
f) Nas áreas submetidas a regime cinegético especial.
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Artigo 28.º
Sinalização
A eficácia da proibição de caça referida nas alíneas h), j), l), m), n), o) e p) do n.º 1 do artigo 25.º e do
condicionamento previsto nas alíneas d), e) e f) do artigo anterior depende de os terrenos em causa se
encontrarem devidamente sinalizados.
CAPÍTULO VI
Períodos, processos e condicionamentos venatórios
Artigo 29.º
Jornada de caça
1 - O acto venatório só é permitido de dia, excepto no caso dos patos e da caça maior.
2 - Considera-se dia o período que decorre entre o nascer e o pôr do Sol.
Artigo 30.º
Dias de caça
1 - Só é permitido caçar às quintas-feiras, domingos e feriados nacionais obrigatórios, com excepção do dia
de Natal.
2 - Exceptuam-se do disposto no número anterior:
a) A caça às espécies de caça maior prevista na alínea b) do n.º 2 e no n.º 3 do artigo 36.º e
nos n.ºs 3 e 4 do artigo 37.º;
b) A caça às espécies migradoras nas zonas de caça turísticas, que poderá ser efectuada três
dias por semana, à escolha do concessionário;
c) A caça às espécies sedentárias nas zonas de caça turísticas, que será exercida de acordo
com o plano de ordenamento e exploração cinegético aprovado;
d) A caça de batida à raposa e a caça ao javali prevista na alínea a) do n.º 2 do artigo 36.º, nos
meses de Janeiro e Fevereiro, que poderá ser praticada aos sábados.
3 - Por portaria do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas pode ser autorizado o
exercício da caça em dois dias da semana, não seguidos, diferentes dos referidos no n.º 1, para processos
de caça sem arma de fogo.
4 - É proibido caçar ou transportar armas de caça nos dias em que se realizam eleições nacionais e ainda
quando se efectuem eleições locais, na área da respectiva autarquia.
Artigo 31.º
Processos de caça
2 - Nos terrenos sujeitos ao regime cinegético geral, no processo de caça de salto, os grupos ou linhas de
caçadores não podem ser constituídos por mais de cinco caçadores, devendo, entre cada linha, mediar no
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mínimo 100 m.
3 - É proibido enxotar, bater caça ou praticar quaisquer actos que possam conduzir intencionalmente a caça
de uns terrenos para os outros, com excepção das batidas e montarias devidamente autorizadas.
Artigo 32.º
Calendário venatório
1 - A portaria referida no n.º 1 do artigo 22.º fixará igualmente os períodos, os processos e outros
condicionamentos venatórios, dentro dos limites fixados nos artigos seguintes.
2 - As espécies constantes na portaria referida no número anterior, os períodos, os processos e outros
condicionamentos venatórios podem variar consoante as regiões do País, os processos de caça e os
regimes cinegéticos.
3 - Os limites diários de abate autorizados para cada espécie cinegética serão fixados pela portaria referida
no n.º 1, sendo esses limites iguais, em ambos os regimes, para as espécies migradoras.
Artigo 33.º
Caça à lebre
Artigo 34.º
Caça ao coelho
Artigo 35.º
Caça à raposa e ao saca-rabos
1 - A caça à raposa e ao saca-rabos pode ser exercida de salto, à espera, com ou sem chamariz, e de
batida, podendo ainda a raposa ser caçada a corricão.
2 - A caça à raposa e ao saca-rabos pode ser autorizada nos meses de Outubro a Fevereiro, inclusive, sem
prejuízo do disposto nos números seguintes.
3 - Nos terrenos de regime cinegético geral, a caça de salto à raposa e ao saca-rabos só pode ser autorizada
nos meses de Outubro, Novembro e Dezembro e a caça de batida nos meses de Janeiro e Fevereiro, nos
locais e nas condições estabelecidos por edital da Direcção-Geral das Florestas.
4 - A caça à raposa a corricão é permitida nos terrenos e condições estabelecidos para a caça de batida
àquela espécie.
Artigo 36.º
Caça ao javali
1 - A caça ao javali pode ser exercida à espera, de aproximação, de batida, de montaria e a cavalo com
lança.
2 - Nos terrenos de regime cinegético geral, a caça ao javali pode ser autorizada:
a) Pelos processos de batida e de montaria, nos meses de Outubro a Fevereiro, inclusive, com
os condicionamentos venatórios fixados por edital da Direcção-Geral das Florestas;
b) À espera, em qualquer dia do ano, mediante credencial passada pela Direcção-Geral das
Florestas, sempre que se justifique para combater prejuízos causados por esta espécie.
3 - Nos terrenos de regime cinegético especial, a caça ao javali pode ser autorizada à espera ou por
aproximação durante todo o ano e pelos restantes processos nos meses de Outubro a Fevereiro.
Artigo 37.º
Caça ao gamo, ao veado, ao corço e ao muflão
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1 - A caça ao gamo, ao veado, ao corço e ao muflão pode ser exercida à espera, de aproximação, de batida,
de montaria e a cavalo com lança.
2 - A caça a estas espécies pode ser autorizada durante todo o ano, sem prejuízo do disposto nos números
seguintes.
3 - A caça ao gamo, ao veado, ao corço e ao muflão pode ser exercida nas zonas de regime cinegético
especial, no período e nas condições estabelecidos nos respectivos planos de ordenamento e exploração.
4 - A caça a estas espécies nos terrenos de regime cinegético geral só pode ser efectuada nos casos
autorizados pelo Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.
Artigo 38.º
Caça aos patos
Artigo 39.º
Caça à perdiz
Artigo 40.º
Caça ao faisão
Artigo 41.º
Caça à codorniz
Artigo 42.º
Caça ao galeirão e à galinha-d'água
Artigo 43.º
Caça à tarambola-dourada
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só é permitida à espera nos locais e nas condições estabelecidos por edital da Direcção-Geral das Florestas.
Artigo 44.º
Caça às narcejas
Artigo 45.º
Caça à galinhola
Artigo 46.º
Caça aos pombos
Artigo 47.º
Caça à rola
Artigo 48.º
Caça aos tordos, ao melro e ao estorninho-malhado
1 - A caça aos tordos, ao melro e ao estorninho-malhado pode ser exercida de salto e à espera.
2 - A caca a estas espécies pode ser autorizada nos meses de Outubro a Fevereiro, inclusive, sem prejuízo
do disposto no número seguinte.
3 - Nos terrenos de regime cinegético geral, nos meses de Janeiro e Fevereiro, a caça aos tordos, ao melro e
ao estorninho-malhado só é permitida nos locais e nas condições definidos por edital da Direcção-Geral das
Florestas.
Artigo 49.º
Caça ao gaio, à pega e à gralha-preta
A caça ao gaio, à pega e à gralha-preta pode ser exercida nos períodos, nos locais, pelos processos e
demais condições definidos para as restantes espécies de caça menor.
CAPÍTULO VII
Meios de caça
Artigo 50.º
Instrumentos e meios
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2 - Para efeitos do presente diploma, são considerados objectos os instrumentos e meios utilizados no
exercício da caça.
Artigo 51.º
Armas de fogo
1 - As armas semiautomáticas, isto é, aquelas que se recarregam automaticamente por acção do tiro, devem
ter os carregadores ou depósitos previstos ou transformados para admitir, no máximo, a introdução de dois
cartuchos.
2 - É proibido:
3 - Fora do exercício da caça apenas é permitido o transporte de armas de caça quando devidamente
acondicionadas em estojo próprio.
4 - O disposto no número anterior não é aplicável às deslocações entre locais de espera, desde que a
distância entre eles não exceda 100 m.
Artigo 52.º
Arco e besta
1 - Na caça com arco ou com besta não é permitido o uso de flechas e virotões:
2 - No exercício venatório às espécies de caça maior com arco ou com besta, é obrigatório que a ponta da
flecha ou do virotão esteja munida de duas ou mais lâminas, convenientemente afiadas, com uma largura
mínima de corte de 25 mm.
3 - Fora do exercício da caça, apenas é permitido o transporte de arco ou besta quando devidamente
acondicionados em estojo próprio.
4 - O disposto no número anterior não é aplicável às deslocações entre locais de espera, desde que a
distância entre eles não exceda 100 m.
Artigo 53.º
Lança
1 - A lança para uso na caça é uma arma branca constituída por uma lâmina curta adaptada a uma haste
suficientemente longa que possibilite ser empunhada com ambas as mãos afastadas uma da outra.
2 - Deve considerar-se igualmente como lança de caça o conjunto formado por punhal e haste amovível de
adaptação, destinado a prolongar o seu punho com vista à utilização como lança.
Artigo 54.º
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1 - Durante o acto venatório, é proibida a utilização ou a detenção de aparelhos que emitam ultra-sons e
ainda dos que, funcionando por bateria ou pilhas, tenham por efeito atrair a caça, bem como o uso de
negaças que sejam animais cegos ou mutilados.
2 - O uso de negaças só é permitido na caça aos pombos e aos patos.
3 - O uso de chamarizes e outros reclamos só é permitido nos termos definidos neste diploma para cada uma
das espécies cinegéticas.
Artigo 55.º
Aves de presa
1 - A detenção, transporte e utilização de aves de presa destinadas à cetraria só são permitidos aos
indivíduos credenciados nos termos do n.º 3 do artigo 10.º
2 - No exercício da caça com aves de presa não é permitido soltar simultaneamente mais de duas aves a
uma presa.
3 - Os proprietários de aves de presa destinadas à cetraria devem proceder ao seu registo na Direcção-Geral
das Florestas e, anualmente, proceder à respectiva actualização.
4 - A Direcção-Geral das Florestas deve informar o Instituto da Conservação da Natureza dos registos
referidos no número anterior.
Artigo 56.º
Cães
1 - No exercício venatório às espécies de caça menor, com excepção da caça de batida, cada caçador só
pode utilizar até dois cães, sem prejuízo das seguintes excepções:
a) Na caça ao coelho por processo diferente do de batida, cada caçador ou grupo de caçadores
pode utilizar até 10 cães;
b) Na caça de batida ao coelho, o número de cães a utilizar é definido pela Direcção-Geral das
Florestas;
c) Na caça à raposa a corricão podem ser utilizados, no máximo, 50 cães.
Artigo 57.º
Furões
1 - É proibida a detenção ou transporte de furões e a sua utilização em actos venatórios, excepto em acções
de ordenamento cinegético executadas pela Direcção-Geral das Florestas ou pelas entidades gestoras das
zonas de regime cinegético especial, dentro das áreas sujeitas a este regime.
2 - Os proprietários dos furões devem proceder ao seu registo anual na Direcção-Geral das Florestas,
identificando o seu número e o local onde se encontram.
Artigo 58.º
Barcos
A utilização de barco só é permitida na caça aos patos, ao galeirão e à galinha-d'água, sendo, porém,
proibida a sua utilização para perseguir a caça e, bem assim, atirar com o motor em funcionamento ou com o
barco em movimento.
Artigo 59.º
Cavalo
Sem prejuízo do disposto na alínea h) do n.º 1 artigo 31.º, a utilização de cavalo só é permitida na caça às
espécies de caça maior, à raposa, à lebre e na caça de cetraria, mas sem o uso de arma de fogo, arco ou
besta.
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CAPÍTULO VIII
Regimes cinegéticos
SECÇÃO I
Princípios gerais
Artigo 60.º
Regime cinegético geral e especial
1 - Os terrenos podem estar sujeitos ao regime cinegético geral ou ao regime cinegético especial.
2 - Estão sujeitos ao regime cinegético geral os terrenos em que é permitido o exercício da caça e que não
façam parte de zonas de regime cinegético especial.
3 - Salvo determinação legal ou regulamentar em contrário, as águas e terrenos do domínio público fluvial e
lacustre existentes no interior das zonas do regime cinegético especial consideram-se abrangidos pelas
mesmas, independentemente de quaisquer formalidades.
4 - Os diplomas que criem zonas de regime cinegético especial podem determinar que as águas e terrenos
do domínio público fluvial e lacustre existentes no seu perímetro sejam abrangidos, na totalidade ou em
parte, pela respectiva zona de caça.
Artigo 61.º
Regime aplicável
1 - Nos terrenos do regime cinegético geral, o exercício da caça rege-se pelo disposto no presente diploma e
sua regulamentação.
2 - Nos terrenos do regime cinegético especial, o exercício da caça regula-se pelo disposto no presente
diploma e sua regulamentação e, subsidiariamente, pelo plano de ordenamento e de exploração.
SECÇÃO II
Regime cinegético especial
DIVISÃO I
Disposições gerais
Artigo 62.º
Tipos de zonas de caça
a) Zonas de caça nacionais: as que forem constituídas em terrenos cujas características físicas
ou biológicas permitam a constituição de núcleos de elevadas potencialidades cinegéticas que
justifiquem ser o Estado o único responsável pela sua gestão;
b) Zonas de caça sociais: as que visam proporcionar a todos os caçadores nacionais o
exercício organizado da caça em condições especialmente acessíveis;
c) Zonas de caça associativas: aquelas cujo aproveitamento cinegético é exercido por
associações de caçadores que efectuam as acções de fomento e conservação da fauna
cinegética que, em cada caso, sejam convenientes à sua boa gestão;
d) Zonas de caça turísticas: as que se constituem com vista ao aproveitamento turístico dos
recursos cinegéticos, garantindo, para além da caça, a prestação de serviços turísticos por
empreendimentos de animação desportivos ou por empreendimentos turísticos, quando
instalados na zona de caça.
Artigo 63.º
Gestão das zonas de caça
1 - As zonas de caça nacionais serão administradas pelos serviços competentes do Ministério da Agricultura,
do Desenvolvimento Rural e das Pescas, que elaborarão os planos de ordenamento e de exploração e
suportarão os encargos com a sua constituição e funcionamento.
2 - As zonas de caça sociais serão administradas pelos serviços competentes do Ministério da Agricultura, do
Desenvolvimento Rural e das Pescas, que poderão acordar com as autarquias locais, as associações de
caçadores ou as entidades gestoras dos terrenos submetidos a esse regime ou seus representantes a
gestão dessas zonas de caça.
3 - Serão titulares e gestoras das zonas de caça associativas associações com um número mínimo de 20
caçadores, que nelas se proponham custear ou realizar acções de fomento e conservação da fauna
cinegética, aí assegurando o exercício venatório.
4 - A exploração de zonas de caça turísticas pode ser levada a efeito por sociedades dos titulares e gestores
dos respectivos terrenos, por empresas turísticas, pelas autarquias, pelo Estado ou por outras entidades de
reconhecida capacidade para o efeito.
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Artigo 64.º
Prazo mínimo de concessão
A concessão de zonas de regime cinegético especial, com excepção das zonas de caça nacionais, é
efectuada por prazos mínimos de seis anos.
Artigo 65.º
Terrenos do sector público
1 - Os terrenos do sector público são afectos prioritariamente a zonas de caça nacionais e sociais.
2 - Quando a Direcção-Geral das Florestas considerar inadequada a constituição de zonas de caça nacionais
ou sociais nos terrenos do sector público, podem os mesmos, através de concurso público, ser integrados
em zonas de caça associativas e turísticas, se confinarem com terrenos privados destinados a tal fim.
3 - É dispensado o concurso público referido no número anterior no caso de os terrenos do sector público
não excederem 300 ha.
Artigo 66.º
Expansão máxima
1 - A área total submetida a regime cinegético especial não poderá exceder 50% da área total com aptidão
cinegética no País e em cada região cinegética, salvo quando o Governo, após audição do Conselho
Nacional da Caça e da Conservação da Fauna ou dos conselhos cinegéticos e da conservação da fauna
regionais ou municipais, entenda decidir em contrário por resolução do Conselho de Ministros.
2 - Quando a área de um município já esteja abrangida em 50% ou mais por zonas de regime cinegético
especial, só se podem constituir mais:
a) Zonas de caça associativas, desde que pelo menos metade dos membros da associação
requerente seja natural ou residente na freguesia ou freguesias em causa, salvo quando
comprovadamente tal não seja possível, caso em que a naturalidade e residência se reportará
ao respectivo município;
b) Zonas de caça turísticas, desde que o Ministro da Economia reconheça relevante interesse
na mesma e a sua constituição se mostre conveniente para a prossecução dos fins tutelados
pelo presente diploma.
3 - Em caso algum o território de uma freguesia pode ser integrado na sua totalidade em zonas de caça
associativas ou turísticas, salvo se nelas estiver incluída a maioria dos caçadores locais.
Artigo 67.º
Preferências
Na concessão de zonas de regime cinegético especial têm preferência os pedidos cujas zonas de caça
reúnam uma ou mais das seguintes características:
Artigo 68.º
Exercício de caça nas zonas de caça nacionais
1 - Pelo exercício da caça nas zonas de caça nacionais é devido o pagamento de taxas, sendo as
respectivas receitas aplicadas na satisfação dos seus encargos e os excedentes afectos ao fomento da caça.
2 - Uma parte dos ingressos nas zonas de caça nacionais deve ser reservada a caçadores com residência,
registada na carta de caçador, nas autarquias onde as mesmas se situem e ainda a caçadores não
residentes que sejam proprietários de terrenos abrangidos pela zona de caça.
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Artigo 69.º
Exercício de caça nas zonas de caça sociais
1 - Pelo exercício da caça nas zonas de caça sociais é devido o pagamento de taxas, sendo as receitas
aplicadas na satisfação dos seus encargos.
2 - O acesso dos caçadores depende de inscrição prévia e sorteio público ou outra forma que garanta a
igualdade do acesso, sendo reservada uma parte das admissões para os caçadores com residência,
registada na carta de caçador, na autarquia onde as mesmas se situem e ainda a caçadores não residentes
que sejam proprietários de terrenos abrangidos pela zona de caça.
Artigo 70.º
Exercício de caça nas zonas de caça associativas
1 - Nas zonas de caça associativas, não pode ser exigido pelo exercício do acto venatório a caçadores não
sócios o pagamento de quaisquer quantias.
2 - Cada caçador não poderá participar em mais de duas zonas de caça associativas.
3 - A área correspondente a cada caçador em cada zona de caça associativa não poderá ser superior a 30
ha e a área global não poderá exceder os 3000 ha.
Artigo 71.º
Exercício de caça nas zonas de caça turísticas
1 - O exercício da caça nas zonas de caça turísticas é apoiado por infra-estruturas de prestação de serviços
de animação desportivos.
2 - Os empreendimentos de animação desportivos, instalados nas zonas de caça turísticas, devem dispor de
pavilhões de caça.
3 - Os requisitos indispensáveis ao licenciamento dos pavilhões de caça serão fixados por portaria conjunta
dos Ministros da Economia e da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.
Artigo 72.º
Policiamento e fiscalização
1 - Os terrenos submetidos ao regime cinegético especial consideram-se submetidos ao regime florestal para
efeitos de policiamento e fiscalização da caça.
2 - Os concessionários de zonas de caça de regime cinegético especial são obrigados a assegurar a sua
permanente fiscalização pelo número de guardas florestais auxiliares fixado no plano de ordenamento, que
deve prever pelo menos um por cada 2000 ha ou fracção, ou por 500 ha ou fracção, consoante disponha ou
não de meio de transporte para fiscalização.
3 - As entidades concessionárias de zonas de caça contíguas podem organizar em conjunto o policiamento e
a fiscalização das mesmas, caso em que os requisitos constantes do número anterior se aplicam ao conjunto
das zonas em causa.
4 - O disposto no número anterior pode ser aplicado a zonas de caça próximas, quando a Direcção-Geral das
Florestas considere que daí não resultam inconvenientes para o correcto policiamento e fiscalização dessas
zonas.
5 - A Direcção-Geral das Florestas pode autorizar que zonas de caça confinantes ou próximas organizem em
conjunto a fiscalizacão, ficando, neste caso, os respectivos guardas habilitados a exercer as suas
competências em qualquer das áreas por elas abrangidas.
Artigo 73.º
Obrigação dos titulares de zonas de caça
1 - Constituem obrigações das entidades titulares das zonas de regime cinegético especial, nomeadamente:
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i) Caçadores admitidos;
ii) Número de jornadas e de dias de caça;
iii) Exemplares de cada espécie cinegética abatidos pelos diferentes processos,
devendo, no caso de caça maior, ser indicados o sexo e a idade;
DIVISÃO II
Procedimento para a concessão de zonas de caça
Artigo 74.º
Requerimento inicial
a) A identificação do requerente;
b) O tipo de zona de caça pretendido e prazo de concessão;
c) A situação jurídica dos terrenos.
d) No caso de zona de caça turística, o plano de aproveitamento turístico deverá ser instruído
com:
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Artigo 75.º
Acordos
1 - Os acordos a que se refere a alínea b) do n.º 2 do artigo anterior devem ser dados pelos proprietários ou
usufrutuários ou superficiários dos terrenos a integrar na zona de caça e pelos arrendatários, quando os
houver.
2 - No caso de terrenos do sector público, os acordos devem ser subscritos pelo órgão executivo da entidade
pública a que os mesmos estejam afectos.
3 - Os acordos referidos no número anterior devem ser válidos por prazo correspondente ao da concessão
pretendida e especificar os deveres e obrigações acordados.
4 - Podem ser integrados nas zonas de caça nacionais terrenos cujos titulares das posições jurídicas
referidas no n.º 1 não derem o seu acordo, desde que tal integração seja considerada de utilidade pública e o
diploma de constituição fixe a justa contrapartida.
Artigo 76.º
Impossibilidade de acordo prévio
Artigo 77.º
Instrução do processo
Artigo 78.º
Decisão da Direcção-Geral das Florestas
Finda a instrução do processo de concessão de zonas de caça, a Direcção-Geral das Florestas deve:
a) Indeferir o pedido, sempre que o mesmo não reúna os requisitos legais ou não se revele
compatível com o critério e princípios superiormente aprovados;
b) Propor ao Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas a concessão da
respectiva zona de caça sempre que não se verifiquem as situações previstas na alínea
anterior, após obtenção de parecer dos conselhos cinegéticos e da conservação da fauna
municipais, ou regionais, na ausência daqueles.
Artigo 79.º
Decisão final
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2 - Quando se trate de zona de caça turística, a respectiva concessão será efectuada por portaria conjunta
dos Ministros da Economia e da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.
Artigo 80.º
Conteúdo da portaria de concessão
As portarias que concedam zonas do regime cinegético especial devem especificar, designadamente:
a) A identificação do concessionário;
b) O tipo de zona de caça;
c) A área e localização dos terrenos abrangidos;
d) O prazo de concessão;
e) O número mínimo de guardas florestais auxiliares que a zona deve ter.
Artigo 81.º
Anexação de terrenos
À anexação de terrenos a zonas de caça já concedidas é aplicável o definido para a concessão com as
devidas adaptações, mantendo-se o prazo da concessão inicial.
Artigo 82.º
Transmissão de concessionário
DIVISÃO III
Alteração, renovação, suspensão e extinção de zonas de caça
Artigo 83.º
Renovação das concessões
1 - A renovação da concessão de zonas de caça associativas e turísticas deve ser requerida pelo
interessado ao director-geral das Florestas com nove meses de antecedência em relação ao termo do
respectivo prazo.
2 - O requerimento pode ainda ser apresentado nos três meses seguintes mediante o pagamento de taxa a
fixar por despacho do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.
3 - Os requerimentos devem ser acompanhados dos elementos referidos no n.º 1 e nas alíneas b) e c) do n.º
2 do artigo 74.º
4 - À renovação é aplicável o definido para a concessão, com as devidas adaptações.
5 - Sem prejuízo do disposto na alínea a) do artigo 78.º, decorrido o prazo fixado no n.º 2, a renovação deve
ser recusada pela Direcção-Geral das Florestas.
Artigo 84.º
Suspensão da exploração cinegética nas zonas de caça
1 - Sem prejuízo da aplicação de outras sanções previstas na lei, o incumprimento por parte das entidades
gestoras de obrigações decorrentes da concessão da zona de caça pode constituir causa de suspensão da
exploração cinegética.
2 - A suspensão da exploracão cinegética manter-se-á até que seja suprida a falta que a determinou, pelo
período mínimo de um mês.
3 - A suspensão da exploração cinegética em zonas do regime cinegético especial é da competência do
Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.
Artigo 85.º
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Artigo 86.º
Revogação das concessões
1 - O Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas pode em qualquer altura revogar a
concessão de zonas de caça quando:
Artigo 87.º
Levantamento da sinalização
CAPÍTULO IX
Criação de caça em cativeiro e campos de treino de caça
Artigo 88.º
Criação de caça
1 - A criação de caça em cativeiro depende de autorização da Direcção-Geral das Florestas, após parecer da
Direcção-Geral de Veterinária sobre os aspectos sanitários.
2 - É proibida a criação em cativeiro de perdizes que não sejam da espécie Alectoris rufa.
Artigo 89.º
Campos de treino de caça
1 - Constituem campos de treino de caça os locais destinados à prática de actividades venatórias durante
todo o ano, nomeadamente o exercício de tiro com arma de caça, arco ou besta, cetraria, treino de cães de
caça e realização de corridas de lebres.
2 - Nos campos de treino de caça só é permitido o abate de exemplares de espécies cinegéticas criados em
cativeiro.
3 - A criação de campos de treino de caça depende de autorização da Direcção-Geral das Florestas.
4 - Os concessionários de zonas de regime cinegético especial onde existam campos de treino de cães
podem, de acordo com quem exerce de facto a exploração dos terrenos, alterar a localização do respectivo
campo de treino, se tal for conveniente para a boa prossecução dos trabalhos agrícolas e desde que
informem previamente a Direcção-Geral das Florestas.
CAPÍTULO X
Detenção, transporte, comércio e exposição de caça
Artigo 90.º
Exemplares mortos
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4 - É proibida a venda, o transporte para venda e ainda o acto de pôr à venda exemplares mortos de
espécies cinegéticas, bem como de qualquer parte ou produto obtido a partir dos mesmos e como tal
facilmente identificáveis, excepto tratando-se de:
Artigo 91.º
Troféus de caça
Artigo 92.º
Exemplares vivos
Artigo 93.º
Importação e exportação
Artigo 94.º
Marcação
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A marcação de exemplares de espécies cinegéticas vivos, mortos ou naturalizados, dos seus troféus e peles
é feita pela Direcção-Geral das Florestas ou pelas entidades por esta expressamente autorizadas.
CAPÍTULO XI
Correcção da densidade dos animais prejudiciais à caça, pesca e agricultura
Artigo 95.º
Correcção da densidade das espécies cinegéticas
1 - As populações de espécies cinegéticas podem ser objecto de acções de correcção quando tal seja
necessário para prevenir ou minimizar a ocorrência de danos na fauna, na flora, nas pescas, nas florestas,
na agricultura e pecuária ou ainda para a protecção da saúde e segurança públicas.
2 - As acções de correcção são efectuadas pela Direcção-Geral das Florestas ou pelos interessados por ela
devidamente autorizados e deverão assumir carácter excepcional.
Artigo 96.º
Responsabilidade por prejuízos
1 - As entidades titulares de zonas de regime cinegético especial, de instalações para a criação de caça em
cativeiro ou de campos de treino de caça são obrigadas a indemnizar os danos que, por efeitos dessa
concessão, forem causados nos terrenos vizinhos e nos próprios terrenos, salvo disposição em contrário nos
acordos prévios.
2 - A obrigação de indemnização referida no número anterior não existe nas situações em que os danos não
se teriam verificado caso tivessem sido autorizadas pelas autoridades competentes as medidas correctivas
regularmente requeridas pelas entidades em causa.
3 - A indemnização prevista no número anterior poderá ser fixada por tribunal arbitral.
Artigo 97.º
Responsabilidade do Estado
1 - O Estado, pela Direcção-Geral das Florestas, é obrigado a indemnizar os danos causados pelas espécies
cinegéticas desde que não tenha autorizado medidas de correcção ou efectuado directamente as mesmas.
2 - As entidades autorizadas a proceder às acções de correcção não têm direito a receber indemnizações
pelos prejuízos causados por espécies cinegéticas.
CAPÍTULO XII
Sistema Nacional de Áreas Protegidas
Artigo 98.º
Princípio geral
A actividade cinegética no Sistema Nacional de Áreas Protegidas deve pautar-se por princípios compatíveis
com as especiais características destas áreas de forma a garantir-se a correcta prossecução dos objectivos
de conservação e equilíbrio ecológico que justificaram a sua criação.
Artigo 99.º
Regime jurídico
Ao fomento, exploração e conservação dos recursos cinegéticos nas áreas incluídas no Sistema Nacional de
Áreas Protegidas é aplicável o regime jurídico constante do presente diploma e sua regulamentação, com as
adaptações previstas nos artigos seguintes.
Artigo 100.º
Fauna cinegética
1 - Por portaria conjunta dos Ministros da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas e do Ambiente
pode ser interdita a caça de determinadas espécies cinegéticas.
2 - A autorização prevista no artigo 23.º depende de parecer favorável do Instituto da Conservação da
Natureza.
Artigo 101.º
Locais de caça
1 - No âmbito do Sistema Nacional de Áreas Protegidas, a caça pode ser exercida em todos os terrenos, nas
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Artigo 102.º
Períodos, processos e condicionalismos venatórios
1 - Por portaria conjunta dos Ministros da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas e do Ambiente
pode ser fixado um calendário venatório próprio para as áreas do Sistema Nacional de Áreas Protegidas.
2 - A portaria referida no número anterior pode estabelecer condicionantes venatórios específicos,
nomeadamente no tocante aos processos utilizados.
3 - Nas áreas protegidas é proibida a introdução de espécies cinegéticas não indígenas.
4 - A caça ao gamo, veado e corço só pode ser exercida nas zonas de regime cinegético especial e a caça
de batida e de montaria ao javali no regime cinegético geral depende de parecer favorável do Instituto da
Conservação da Natureza.
5 - Os editais previstos nos n.ºs 3 do artigo 35.º, 2 do artigo 36.º, 4 do artigo 38.º, 3 do artigo 41.º, 3 do artigo
42.º, 3 do artigo 43.º, 3 do artigo 44.º, 3 do artigo 45.º, 4 do artigo 46.º, 3 do artigo 47.º e 3 do artigo 48.º
carecem de prévio parecer favorável do Instituto da Conservação da Natureza.
Artigo 103.º
Instrumentos e meios de caça
As acções de ordenamento cinegético com a utilização de furões carecem de parecer favorável do Instituto
da Conservação da Natureza.
Artigo 104.º
Regimes cinegéticos
1 - A concessão de zonas do regime cinegético especial, bem como a sua renovação, revogação, suspensão
e mudança de concessionário, são efectuadas por portaria conjunta dos Ministros da Agricultura, do
Desenvolvimento Rural e das Pescas e do Ambiente.
2 - O Instituto da Conservação da Natureza pode tomar a iniciativa de constituição de zonas de caça nacional
e sociais, cuja gestão é efectuada em conjunto com a Direcção-Geral das Florestas ou com outras entidades.
3 - As informações prestadas à Direcção-Geral das Florestas, nos termos do disposto nas alíneas e), f) e g)
do n.º 1 do artigo 73.º, devem ser por esta comunicadas ao Instituto da Conservação da Natureza.
4 - As entidades gestoras de zonas de regime cinegético especial devem informar e colaborar com o Instituto
da Conservação da Natureza em tudo o que este fundamentadamente solicite.
Artigo 105.º
Criação de caça em cativeiro e campos de treino de caça
As autorizações referidas nos artigos 88.º e 89.º carecem de parecer prévio favorável do Instituto da
Conservação da Natureza.
Artigo 106.º
Correcção de densidades dos animais prejudiciais à caça, pesca e agricultura
1 - As acções de correcção previstas no artigo 95.º carecem de parecer prévio favorável do Instituto da
Conservação da Natureza, que deve ser informado do resultado das mesmas.
2 - A responsabilidade pela indemnização prevista no n.º 1 do artigo 97.º compete ao Instituto da
Conservação da Natureza sempre que o indeferimento do pedido de autorização resulte de parecer
desfavorável emitido nos termos do número anterior.
Artigo 107.º
Receita
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Constitui receita do Instituto da Conservação da Natureza uma percentagem, a fixar por portaria conjunta dos
Ministros da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas e do Ambiente, das receitas provenientes
das taxas referidas na alínea c) do n.º 1 do artigo 137.º
CAPÍTULO XIII
Responsabilidade contra-ordenacional
SECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 108.º
Infracções de caça
1 - Constitui infracção de caça todo o facto punível que seja praticado com violação das normas legais e
regulamentares em matéria de caça.
2 - As infracções de caça são crimes ou contra-ordenações.
Artigo 109.º
Informações à Direcção-Geral das Florestas
1 - As secretarias judiciais devem enviar à Direcção-Geral das Florestas, no prazo de 10 dias a contar do
respectivo trânsito em julgado, certidão ou fotocópia das decisões finais proferidas nos processos
instaurados por infracções de caça.
2 - A Direcção-Geral das Florestas pode solicitar informações às secretarias judiciais sobre o andamento dos
processos relativos às infracções a que se refere o número anterior.
Artigo 110.º
Autos de notícia
1 - As autoridades e agentes de autoridade competentes para a polícia e fiscalização da caça devem levantar
autos de notícia em duplicado por todas as infracções que presenciarem, bem como proceder à apreensão
da carta de caçador do infractor e da licença de caça para não residentes, quando for caso disso, e, ainda,
de todos os objectos que tiverem servido ou estivessem destinados à prática de uma infracção de caça ou
que constituam seu produto e, bem assim, de todos os objectos que tiverem sido deixados pelo agente no
local de infracção e de quaisquer outros susceptíveis de servir à prova.
2 - O autuante, no momento do levantamento do auto, deve notificar do facto o arguido, com a indicação do
preceito infringido e da sanção aplicável.
3 - Os autos de notícia devem ser levantados nos termos previstos no Código de Processo Penal, indicando
ainda:
Artigo 111.º
Envio dos autos de notícia
Artigo 112.º
Participações
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Artigo 113.º
Regime subsidiário
Em matéria relativa a contra-ordenações de caça que não se encontra regulada neste diploma é aplicável o
regime geral de contra-ordenações.
SECÇÃO II
Das contra-ordenações
Artigo 114.º
Contra-ordenações e coimas
a) De 20000$00 a 200000$00, no caso das alíneas c), e), f), j), i), q) e s);
b) De 35000$00 a 350000$00, no caso das alíneas g), h), m) e n);
c) De 50000$00 a 500000$00, no caso das alíneas a), b), d), e), o), p) e r);
d) De 75000$00 a 750000$00, no caso da alínea t).
Artigo 115.º
Sanções acessórias
Às contra-ordenações previstas no artigo anterior podem ser aplicadas as seguintes sanções acessórias:
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Artigo 116.º
Apreensão de objectos
1 - Podem ser provisoriamente apreendidos pelas autoridades administrativas competentes os objectos que
serviram ou estavam destinados a servir para a prática de uma contra-ordenação e quaisquer outros que
forem susceptíveis de servir de prova.
2 - Os objectos são restituídos logo que se tornar desnecessário manter a apreensão para efeitos de prova, a
menos que a Direcção-Geral das Florestas pretenda declará-los perdidos.
3 - Em qualquer caso, os objectos são restituídos logo que a decisão condenatória se torne definitiva, salvo
se tiverem sido declarados perdidos.
Artigo 117.º
Competência
Artigo 118.º
Instrução
Artigo 119.º
Notificação ao arguido e sua resposta
Recebido o auto de notícia ou participação, o arguido deve ser notificado para, no prazo de 15 dias,
apresentar resposta escrita, podendo juntar os documentos de que disponha e arrolar testemunhas até ao
máximo de três por cada infracção, ou comparecer para ser ouvido em dia determinado.
Artigo 120.º
Testemunhas
1 - As testemunhas indicadas no auto de notícia ou na participação são convocadas pelas entidades às quais
for confiada a instrução.
2 - As testemunhas indicadas pelo infractor podem ser substituídas até ao dia designado para a audição,
devendo por ele ser apresentadas.
Artigo 121.º
Falta de comparência ou resposta do arguido
Na falta de comparência do arguido ou quando este não apresente resposta escrita, decide-se com base nos
elementos constantes do processo.
Artigo 122.º
Proposta de decisão
1 - Finda a instrução do processo, o instrutor elabora, no prazo de 20 dias, uma proposta de decisão
devidamente fundamentada, em relatório donde constem os elementos previstos no artigo 58.º do Decreto-
Lei n.º 933/82, de 27 de Outubro, com a redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de Setembro,
designadamente:
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2 - A entidade a quem incumba a decisão pode, quando a complexidade do processo o exigir, prorrogar o
prazo fixado no número anterior.
Artigo 123.º
Devolução dos bens apreendidos
1 - As armas e outros meios de caça, equipamento e meios de transporte restituem-se a quem pertencerem
logo que transite em julgado o despacho de não pronúncia ou a decisão absolutória ou logo que se verifique
abstenção de acusar e ainda quando a entidade competente para a aplicação da coima decida arquivar o
processo ou quando não sejam objecto de sanção acessória de perda.
2 - Consideram-se perdidos a favor do Estado os equipamentos, armas e outros meios de caça pertencentes
aos interessados no processo se estes os não reclamarem no prazo de dois meses a contar da notificação
do despacho que ordenar a sua entrega.
Artigo 124.º
Animais apreendidos
1 - A caça morta que for apreendida é entregue a instituições de solidariedade social da área do cometimento
da infracção.
2 - Os exemplares vivos de espécies cinegéticas ilicitamente capturados em terrenos de regime cinegético
especial são entregues às entidades que administrem essas zonas, salvo se lhes for imputável total ou
parcialmente a prática da infracção.
3 - Verificando-se a excepção prevista na última parte do número anterior e, bem assim, quando a infracção
haja sido cometida em terrenos do regime cinegético geral, os exemplares capturados são entregues à
Direcção-Geral das Florestas.
4 - Os exemplares vivos de espécies cinegéticas detidos indevidamente são pertença da Direcção-Geral das
Florestas, que lhes dará o destino que julgar adequado.
Artigo 125.º
Outros bens apreendidos
Os meios de caça, os meios de transporte e produtos da infracção de caça não referidos nos números
anteriores perdidos a favor do Estado revertem para a Direcção-Geral das Florestas, que procede à sua
venda nos termos a definir em portaria do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.
CAPÍTULO XIV
Administração e fiscalização da caça
Artigo 126.º
Atribuições da Direcção-Geral das Florestas
1 - Compete ao Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, pela Direcção-Geral das
Florestas, a prossecução das atribuições e o exercício das competências previstas no artigo 35.º da Lei n.º
30/86, de 27 de Agosto.
2 - Compete ainda à Direcção-Geral das Florestas propor a celebração de acordos e convenções
internacionais no âmbito da conservação e gestão da fauna cinegética e do exercício da caça, bem como
participar nas actividades dos organismos internacionais relativas àquelas matérias.
3 - Compete também à Direcção-Geral das Florestas promover acções de formação para os guardas
florestais e guardas florestais auxiliares, bem como promover ou apoiar acções de formação a levar a efeito
pelas forças policiais com competência na fiscalizacão da actividade cinegética e ainda a organização de
cursos e acções de sensibilização para caçadores.
4 - A competência da realização de cursos de formação para os guardas florestais auxiliares e dos cursos e
acções de sensibilização para caçadores pode ser delegada nas federações ou confederações de
caçadores.
5 - São encargos da Direcção-Geral das Florestas:
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Artigo 127.º
Instrução de processos de contra-ordenação e aplicação de coimas e sanções acessórias no interior do
Sistema Nacional de Áreas Protegidas.
Artigo 128.º
Receitas
1 - Para fazer face aos encargos e despesas resultantes da execução da Lei n.º 30/86, de 27 de Agosto, e do
presente diploma, são atribuídas à Direcção-Geral das Florestas, sem prejuízo do disposto nos números
seguintes, as receitas previstas no artigo 39.º da referida lei e o produto das coimas resultantes de contra-
ordenações de caça, a qual faz a sua gestão nos termos do Decreto-Lei n.º 459/82, de 26 de Novembro.
2 - O disposto no número anterior aplica-se a todos os casos de infracção à Lei da Caça, excepto quando a
aplicação da coima pertença em primeira instância às entidades judiciais, caso em que lhes pertencerá a
respectiva receita.
3 - Os municípios e as federações e confederações de caçadores que tenham intervenção no processo de
concessão de licenças de caça e de cobrança de quaisquer taxas previstas nas disposições legais e
regulamentares sobre caça ficam autorizados a arrecadar 30% das taxas referidas como contrapartida dos
serviços prestados.
Artigo 129.º
Conselho Nacional da Caça e da Conservação da Fauna
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2 - O Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas pode convidar para participarem, sem
direito a voto, nas reuniões do Conselho Nacional da Caça e da Conservação da Fauna representantes de
organismos dos serviços públicos ou pessoas de reconhecida competência sobre as matérias a apreciar.
3 - Os membros do Conselho Nacional da Caça e da Conservação da Fauna e convidados que não sejam
funcionários da Administração Pública têm direito a senhas de presença de montante a fixar por despacho
conjunto dos Ministros das Finanças e da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.
Artigo 130.º
Competência do Conselho Nacional da Caça e da Conservação da Fauna
Artigo 131.º
Fiscalização da actividade cinegética
1 - A polícia e fiscalização da caça compete à Guarda Nacional Republicana, à Polícia de Segurança Pública,
à Polícia Marítima, aos guardas florestais e a outros funcionários e agentes da Direcção-Geral das Florestas
com funções de polícia florestal, aos vigilantes e guardas da natureza do Instituto da Conservação da
Natureza, aos guarda-rios do Instituto Nacional da Água e aos funcionários e agentes da Direcção-Geral da
Inspecção Económica com funções de inspecção.
2 - Os guardas florestais auxiliares contratados para fiscalização das zonas do regime cinegético especial
têm competência para a polícia e fiscalização nas áreas das respectivas zonas, devendo também participar à
Direcção-Geral das Florestas todas as infracções cometidas fora dessas áreas que tenham presenciado ou
de que tenham conhecimento.
3 - As autoridades e agentes de autoridade com competência para fiscalizar a caça podem:
a) Verificar a posse, pelos que exerçam a caça, da carta de caçador, das licenças e demais
documentos exigidos para o efeito;
b) Verificar a identidade e o conteúdo do equipamento dos que cometam qualquer infracção
relativa a disposições sobre caça ou sejam suspeitos da sua prática;
c) Ordenar a paragem de quaisquer veículos para proceder à verificação dos objectos neles
transportados;
d) Proceder a buscas e revistas em prédios rústicos, locais de comércio de caça, meios de
transporte públicos, aquando da detenção em flagrante por crimes de caça a que
correspondam penas de prisão;
e) Nas acções de fiscalização, ordenar aos caçadores que descarreguem as armas, as
coloquem no chão e se afastem 10 m do local onde a arma fica colocada, ordem que lhe é
transmitida pelos agentes levantando o braço estendido na vertical e efectuando, três vezes
seguidas, o levantamento do braço e o seu abaixamento lateral, até o juntar ao corpo num
movimento lento e cadenciado.
CAPÍTULO XV
Organizações venatórias
Artigo 132.º
Associações, federações e confederações de caçadores
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confederações de caçadores.
Artigo 133.º
Conselhos cinegéticos e de conservação da fauna
Artigo 134.º
Competências
1 - São atribuições dos conselhos cinegéticos e de conservação da fauna contribuir para a obtenção do
melhor equilíbrio entre a cinegética e as actividades agrícolas, florestais, pecuárias e de conservação da
natureza, para que a caça seja um factor de apoio e valorização da agricultura, do desenvolvimento regional
e da economia nacional.
2 - No desempenho das suas atribuições, aos conselhos cinegéticos e de conservação da fauna regionais
compete, no que respeita à sua área geográfica, nomeadamente, o seguinte:
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3 - No desempenho das suas atribuições, aos conselhos cinegéticos municipais compete, no que respeita à
sua área geográfica, nomeadamente, o seguinte:
Artigo 135.º
Funcionamento
1 - Os conselhos cinegéticos e de conservação da fauna reúnem ordinariamente três vezes por ano e
extraordinariamente por convocação do seu presidente.
2 - A Direcção-Geral das Florestas pode solicitar qualquer reunião quando entenda necessário ou
conveniente ouvir os conselhos cinegéticos e de conservação da fauna.
3 - As deliberações dos conselhos cinegéticos e de conservação da fauna são tomadas por maioria de voto
dos seus membros presentes, tendo o presidente voto de qualidade.
4 - Das reuniões dos conselhos cinegéticos e de conservação da fauna devem ser elaboradas actas.
Artigo 136.º
Senhas de presença
1 - Os membros dos conselhos cinegéticos regionais e de conservação da fauna têm direito a senhas de
presença por cada reunião ordinária em que participem e ainda por cada reunião extraordinária, quando
solicitada pela Direcção-Geral das Florestas.
2 - O valor das senhas de presença será fixado por despacho conjunto dos Ministros das Finanças e da
Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas e suportado pelo orçamento do Ministério da
Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.
CAPÍTULO XVI
Disposições finais e transitórias
Artigo 137.º
Taxas
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2 - Os montantes das taxas são fixados por portaria do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e
das Pescas.
Artigo 138.º
Seguro
Até à publicação da portaria que irá fixar o montante mínimo do seguro de responsabilidade civil contra
terceiros, nos termos do artigo 20.º deste diploma, mantém-se o valor mínimo de 5000000$00, no caso de
caça com arma de fogo, arco ou besta, e 1000000$00, nos restantes casos.
Artigo 139.º
Calendário venatório
Para a época venatória de 1996-1997 mantêm-se em vigor as disposições da Portaria n.º 261/96, de 18 de
Julho.
Artigo 140.º
Processos pendentes
Artigo 141.º
Suspensão da actividade cinegética
Artigo 142.º
Desanexações de prédios
Serão desanexados, a qualquer tempo, sem obrigatoriedade de cumprimento do n.º 7.º, n.º 1, da Portaria n.º
219-A/91, de 18 de Março, todos os prédios objecto de pedido de desanexação cujos proprietários procedam
à entrega dos documentos exigidos pela Direcção-Geral das Florestas para esse efeito, nomeadamente:
Artigo 143.º
Conselho Nacional da Caça e da Conservação da Fauna
Artigo 144.º
Competências da Direcção-Geral das Florestas
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As competências da Direcção-Geral das Florestas previstas neste diploma poderão vir a ser partilhadas
pelos serviços das direcções regionais de agricultura, de acordo com o estipulado nas respectivas leis
orgânicas.
Artigo 145.º
Licenças
O disposto nos n.ºs 1 a 6 do artigo 16.º e no n.º 3 do artigo 128.º não se aplica na época venatória de 1996-
1997.
Artigo 146.º
Plano anual de exploração
O disposto na alínea e) do n.º 1 do artigo 73.º não se aplica à época venatória de 1996-1997.
Artigo 147.º
Regulamentação
As normas necessárias à execução do presente diploma são aprovadas por portaria do Ministro da
Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.
Artigo 148.º
Norma revogatória
São revogadas todas as normas legais que contrariem o disposto no presente diploma, designadamente os
Decretos-Leis n.ºs 251/92, de 12 de Novembro, e 53/96, de 21 de Maio.
Artigo 149.º
Entrada em vigor
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 18 de Julho de 1996. - António Manuel de Oliveira Guterres -
António Luciano Pacheco de Sousa Franco - Alberto Bernardes Costa - José Augusto de Carvalho José
Eduardo Vera Cruz Jardim - Augusto Carlos Serra Ventura Mateus - Luís Manuel Capoulas Santos - Elisa
Maria da Costa Guimarães Ferreira.
Promulgado em 25 de Julho de 1996.
Publique-se.
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
Referendado em 26 de Julho de 1996.
O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres.
ANEXO
(artigo 21.º, n.º 1)
1 - Caça menor
II - Aves
a) Aves sedentárias
Perdiz-comum (Alectoris rufa).
Faisão (Phasianus colchicus).
Gaio (Garrulus glandarius).
Pega (Pica pica).
Gralha-preta (Corvus corone).
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LEGISLAÇÃO GERAL - DECRETO LEI N.º 136/96 DE 14 DE AGOSTO Página 33 de 33
2 - Caça maior
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