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DRAMATURGIA GAÚCHA
O teatro gaúcho do século XIX revivido
Durante muito tempo, acreditou-se que a história da dramaturgia
produzida no Rio Grande do Sul foi protagonizada por um punhado de
nomes esparsos no tempo, como Araújo Porto Alegre (1806-1890),
Qorpo-Santo (1829-1883), Álvaro Moreyra (1888-1964), Ivo Bender
(1936), Carlos Carvalho (1939-1985) e Vera Karam (1959-2003). Destes,
Qorpo-Santo, Moreyra e Carvalho hoje emprestam seus nomes a salas de
espetáculo em Porto Alegre, mas não parece haver um continuum entre
eles. É nesse contexto que a monumental Antologia da literatura
dramática do Rio Grande do Sul (Século XIX), obra em oito volumes
escrita pelo pesquisador Antenor Fischer, vem derrubar alguns mitos.
Antes da divulgação do trabalho do estudioso gaúcho, era como se não
houvesse grassado no estado uma “verdadeira” tradição dramatúrgica,
cabendo a nós recompor seus fragmentos como um paleontólogo monta
um esqueleto a partir de fósseis encontrados aqui e ali. Essa lacuna
fundadora talvez ainda exerça algum efeito, mesmo que residual, na cena
gaúcha. Afinal, conhecer o passado é um passo necessário para
compreender o presente e refletir sobre as perspectivas no horizonte.
A questão soa grave porque, apesar dos diferentes centros de formação –
acadêmica ou não acadêmica – no Rio Grande do Sul, falta aos
personagens envolvidos no ofício (diretores, atores, dramaturgos, críticos,
espectadores, etc.) uma perspectiva sobre de onde viemos e para onde
vamos – mas, acima de tudo, sobre onde estamos na história do teatro
gaúcho.
QORPO SANTO
ARTHUR ROCHA
CARLOS CARVALHO
VERA KARAM
JULIO CONTE