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História 12º (mód 7, uni 1, 1.

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A regressão do demoliberalismo
O impacto do socialismo revolucionário; dificuldades económicas e
radicalização dos movimentos sociais; emergência de autoritarismos
Greves e movimentos revolucionários irromperam a Europa devido à revolução bolchevique que
levou à radicalização social e política.

O Komintern e o impacto do socialismo revolucionário


A partir de 1918, Moscovo torna-se a capital da Rússia. Um ano depois ocorre a III Internacional
ou Komintern, nome do princípio marxista do internacionalismo proletário. O Komintern tinha
como objetivo coordenar o luto dos partidos operários a nível mundial. Os bolcheviques
achavam o Komintern uma maneira de a sua revolução sobreviver. Se os outros países
executassem a ditadura do proletariado, terminavam com os oposicionistas. Para Lenine e
Trotsky, a revolução socialista europeia devia ser liderada por partidos comunistas fiéis ao
marxismo-leninismo. No 2.º Congresso do Komintern, em 1920 (julho), os partidos socialistas e
sociais-democratas foram pressionados a acabar com as tendências reformistas-revisionistas,
33 anarquistas e pequena burguesia e também protegerem a Rússia bolchevista e o centralismo
democrático. Os que aderiram a estas exigências foram considerados partidos comunistas, os
outros eram os reformistas (partidos socialistas e social-democratas).

Radicalização social e política


Na Alemanha as revoltas remontam à capitulação perante os Aliados (11/1918). Criaram
conselhos de operários, soldados e marinheiros. Em Berlim, os espartaquistas (fação radical do
Partido Social-Democrata) reclamam de uma República socialista. Em janeiro de 1919, os líderes
dos espartaquistas são executados pois são somados pelas forças do governo. O proletariado
além-mar passou a hostilizar a República de Weimar. Na Hungria houve também uma revolução
do proletariado. Foi também fracassado e durou de março a agosto de 1919. A Itália teve uma
grande revolução influenciada pelo bolchevismo. No verão de 1919, os camponeses ocuparam as
terras, os proprietários queriam punir os ocupantes. Em Turim, no ano de 1920, ocupam as
fábricas mas a falta de créditos e de acordos fez com que o movimento grevista e o controlo
operário da produção chegasse ao fim. Na Europa não houve nenhum país que não
acontecesse greves. Em Portugal o baixo nível de vida e a inflação dos preços levou a violentas
greves.

Emergência do autoritarismo
Os governos dos países europeus viram-se assustados com a propagação da Revolução
bolchevista. Quem também ficou assustado foi a grande burguesia proprietária e financeira, as
classes médias de funcionários e pequeno-burgueses. Estes sofriam também com a inflação de
preços, que era quase a média ao nível do proletariado. Os protestos contra as greves eram
constituídos por patriotas, conservadores, amantes da ordem e as classes médias, reclamavam
da instabilidade política e a incapacidade de resolução da crise económica e social. As classes
ricas defendem um governo forte com paz social, riqueza e dignidade. Conservadores e
nacionalistas são da direita e apresentam soluções autoritárias que se difundem por todas as
políticas europeias, desde os anos 20. Principalmente nos países onde a guerra destruiu mais e
onde a democracia liberal não detinha raízes sólidas. Na Hungria, na Bulgária, na Turquia, na
Grécia, em Portugal, na Polónia, na Lituânia e na Jugoslávia impõem-se um regime autoritário. A
História 12º (mód 7, uni 1, 1.2)

Áustria tinha um governo conservador e autoritário. Na Alemanha realiza-se o putsch de Hitler


contra a República democrática de Weimar, mas fracassou. A democracia liberal da Europa de
1919 e finais de 1920 parecia totalmente diferente, um organismo político e doente. A emergência
do autoritarismo origina uma regressão do demoliberalismo.

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