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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES


ACH 1106 - DIREITO AMBIENTAL

Eloísa Alves Ventura - 10725571


Fernanda Nicolli Martins - 10725481
Laura Domingues - 11209729
Laura Steinert - 10725244
Patricia Kang - 10725442

Relatório Final:
Processo de concessão da titulação de terra do Quilombo Sacopã

São Paulo
2021
Eloísa Alves Ventura - 10725571
Fernanda Nicolli Martins- 10725481
Laura Domingues - 11209729
Laura Steinert - 10725244
Patricia Kang - 10725442

Relatório Final:
Processo de concessão da titulação de terra do Quilombo Sacopã

Este é o relatório final do estudo de caso


para aplicação dos conhecimentos adquiridos na
matéria de Direito Ambiental, do curso
Bacharelado em Gestão Ambiental da Escola de
Artes, Ciências e Humanidades - Universidade
de São Paulo.

São Paulo
2021
Sumário

Resumo 4
1. Introdução 5
2. Objetivos 6
2.1 Objetivo Geral 6
2.2 Objetivos Específicos 6
3. Desenvolvimento 6
3.1 Análise histórica e repercussão do racismo institucional 6
3.2 Direito Ambiental e Direitos Quilombolas 8
3.3 Processo de titulação 9
3.4 Processo de titulação do Quilombo Sacopã 9
4. Cronograma 15
5. Conclusão 16
Referências 18
Resumo

O processo de concessão da titulação de terra do Quilombo Sacopã, no Rio de Janeiro,


foi o tema escolhido para ser o estudo de caso deste grupo com o objetivo de entender e
aplicar os conhecimentos adquiridos na disciplina de Direito Ambiental, do curso
Bacharelado em Gestão Ambiental da Escola de Artes, Ciências e Humanidades -
Universidade de São Paulo. Durante a elaboração deste estudo de caso foram feitos diversos
relatórios para acompanhamento da evolução do trabalho, este sendo o relatório final, aqui o
grupo apresenta o levantamento de como ocorreu o processo de titulação do Quilombo
Sacopã, como ocorre o processo de titulação de quilombos e histórico dos quilombos no
Brasil e problemas enfrentados pelo povo negro no Brasil e especialmente perante ao
Judiciário Brasileiro.

Palavras-chave: Titulação; Quilombos; Quilombo Sacopã; Direito.


1. Introdução

O presente relatório foi desenvolvido como maneira de aplicar os conceitos


aprendidos na disciplina ACH 1106 - Direito Ambiental. Ao longo do semestre os discentes
aprenderam os fundamentos da proteção ambiental presentes na Constituição Federal de 1988
e como as diversas normas tanto da Constituição quanto de tratados internacionais norteiam o
cumprimento do Direito Ambiental em nosso país. A partir dessas informações, acontece a
compreensão de como funciona o aparato jurídico para evitar danos e garantir o cumprimento
da justiça.

Com base nesses aprendizados e nessa construção conjunta de conhecimento,


construção essa desenvolvida com a leitura de textos tanto da disciplina quanto de demais
documentos para a fundamentação teórica do trabalho e do acompanhamento do conteúdo
geral da disciplina, debates em aulas e resolução das dúvidas, a equipe buscou estudar um
caso que envolvia os temas que estavam sendo ali acompanhados.

O intuito era o estudo de algo que envolvesse conflito na ocupação de território e se


chegou ao caso do Quilombo Sacopã, comunidade descendente de escravos que luta e protege
a cultura e uma área remanescente de Mata Atlântica na lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul da
cidade do Rio de Janeiro. Atualmente o quilombo tem a titulação de sua terra e finalmente
pode continuar desenvolvendo ali suas atividades de subsistência e preservação da cultura
ancestral. Mas até as coisas chegarem a ser o que são hoje, muita opressão e violência
ocorreu, por parte do Estado e de imobiliárias da região.

Buscou-se com o presente estudo de caso entender como se deu a titulação desta terra,
como os conflitos foram ou não solucionados, quais eram os atores envolvidos e quais papéis
eles desempenhavam. Tudo isso sendo analisado conjuntamente com os conhecimentos
adquiridos na disciplina, para assim entender se a titulação de terras do Quilombo Sacopã se
deu de maneira justa e se esse processo pode servir de exemplo para outros quilombos que
ainda estão na luta para garantir a titulação de seus territórios.

Figura 1: Foto da entrada do Quilombo Sacopã

fonte: BBC News, 2016


2. Objetivos

2.1 Objetivo Geral

Entender se o caso do Quilombo Sacopã, na zona sul do Rio de Janeiro, pode servir de
exemplo para outros quilombos quanto à tentativa de conseguirem a titulação de suas terras.
Entender, também, a problemática na regulamentação fundiária do Quilombo Sacopã e como
o Racismo Institucional interfere neste processo.

2.2 Objetivos Específicos

- Entender de que maneira aconteceu a titulação da terra da comunidade do Quilombo


Sacopã;
- Descrever o Racismo Institucional que ocorre por parte do Estado Brasileiro;
- Fazer um panorama histórico do que é Quilombo dentro do Judiciário;
- Entender a relação entre o Direito Ambiental e os Direitos Quilombolas.

3. Desenvolvimento

3.1 Análise histórica e repercussão do racismo institucional

Na história do Brasil os quilombos foram e continuam sendo invisibilizados e


estigmatizados, este processo data desde a época da escravidão, quando os quilombos se
articularam com as roças dos povos escravizados, transformando-se em camponeses, sendo
difícil definir quem era fugitivo diante de roceiros negros, e quem era nascido nos quilombos
e nunca foram escravos. No período pós abolição da escravatura, o processo de invisibilidade
foi gerado pelas políticas públicas, que não enxergavam em recenseamentos populacionais e
censos agrícolas centenas de povoados, comunidades, bairros, sítios e vilas de populações
negras, mestiças, indígenas, ribeirinhas, pastoris, extrativistas, entre outras, excluindo essa
população. Assim o Estado se isentava de garantir os direitos desses cidadãos, que por muitas
vezes não eram assim considerados (GOMES, 2015).

No século XX, esse problema persistiu. Parte dos camponeses negros e quilombolas
do passado foram transformados em caboclos, caiçaras, pescadores e retirantes, aos olhos
dos recenseadores do IBGE quase nunca eram considerados "pretos", podiam ser "pardos" e
até mesmo "brancos", e o pior: as atividades econômicas não eram contempladas nos dados
censitários, pois se articulavam entre a agricultura familiar, os trabalhadores sazonais e o
extrativismo; quase tudo ignorado nos censos agropecuários republicanos (GOMES, 2015).
Isso foi feito como forma de embranquecimento da população e invisibilização dessa parte da
população nos registros históricos do Brasil.
Mas a história do Brasil é também marcada por lutas. Em 1930, houve confluência
entre a luta por reparação às populações escravizadas. Após a abertura política pós-ditadura,
em 1985, as comunidades remanescentes de quilombos se transformaram no campesinato
negro, articuladas com as questões da reforma agrária e outras, devido a invisibilidade no
censo agrícola e nas políticas públicas (GOMES, 2015).

Em 1988, a Constituição Federal Brasileira garantiu, por meio do Artigo 68, o Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias, o reconhecimento e a regularização fundiária das
comunidades negras rurais, “Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que
estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado
emitir-lhes os títulos respectivos“. Além disso, a Constituição também garante pelo artigo
215 e 216, o exercício dos direitos culturais e a proteção dos patrimônios culturais (BRASIL,
1988).

De acordo com Costa (2008), a falta dos direitos humanos fundamentais é um gatilho
importante para diversos outros problemas como a desigualdade social e a pobreza e todos os
problemas decorrentes destes. Essa falta também impacta a saúde física, mental e a vida dos
seres humanos dentro de uma sociedade. Com o direito da titulação de terras para populações
quilombolas não poderia ser diferente. Como dito na cartilha ‘’Direitos Humanos e
Desenvolvimento no Oeste do Pará: combate a extrema pobreza através da educação em
direitos humanos’’, a garantia do território para esses povos é essencialmente fundamental,
uma vez que sem direito à seu próprio espaço, todas as tentativas de mantimento da cultura,
dos costumes, dos hábitos e da história dos remanescentes de quilombos fica completamente
comprometida.

Para enfrentar tais limitações é preciso entender mais sobre o racismo, que segundo
Werneck (2016) “reconhecido em sua dimensão ideológica que conforma as relações de
poder na sociedade, participando, portanto, das políticas públicas, uma vez que estas estão
entre os mecanismos de redistribuição de poder e riqueza existentes”. Isto é, o racismo é um
dispositivo de poder que permite hierarquizar e estruturar o poder de determinação das
formas de relações sociais como privilégio de um grupo particular de seres humanos.
Segundo a autora, o racismo penetra nos diferentes campos da vida social e produz seus
resultados, ideias e imagens estereotipadas e inferiorizados acerca da diferença do outro, o
que nos permite compreender como o racismo estrutura profundamente o escopo da
democracia no Brasil (WERNECK, 2016).

Por isso, segundo Werneck (2016) o racismo institucional, também chamado de


sistêmico é a dimensão mais negligente do racismo, ele
“instaura a dimensão estrutural, correspondendo a formas
organizativas, políticas, práticas e normas que resultam em
tratamentos e resultados desiguais. [...] e garante a exclusão
seletiva dos grupos racialmente subordinados, atuando como
alavanca importante da exclusão diferenciada de diferentes
sujeitos nesses grupos” (WERNECK, 2016).
Como resultado, o racismo institucional reflete em ações e políticas institucionais que
produzem ou mantêm a vulnerabilidade de indivíduos e grupos sociais vitimados pelo
racismo. Refletindo nos quilombos como carência de infraestrutura básica (água encanada e
luz elétrica) e isolamento, o que faz com que os quilombolas sejam colocados à margem de
uma concepção plena de cidadania. Segundo Arruda (2020) “há um padrão de negligência
por parte de determinadas autarquias públicas no atendimento a direitos básicos que
competem às comunidades quilombolas”. Isso se mostra pela morosidade do poder público,
no processo de demarcação e titulação dos territórios ocupados pelas comunidades e o
descaso do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), autarquia federal
da Administração Pública brasileira que possui o protagonismo na demarcação dos territórios,
quanto as comunidades quilombolas, que muitas vezes, desconhecem do status do processo
de regulação fundiária de seus territórios, ou o horizonte de tempo necessário para que
tenham a efetiva titulação das terras (ARRUDA, 2020).

3.2 Direito Ambiental e Direitos Quilombolas

O Direito Ambiental é um microssistema jurídico, de acordo com SOUZA (2016). Ele


existe para nortear o desenvolvimento econômico sustentável e garantir à todos o direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, como aponta o artigo 225 da CF de 1988. Assim
como o direito de titulação de terras dos povos remanescentes de quilombos no Brasil, o
Direito Ambiental é um direito que garante direitos, já que este é o primeiro para a garantia
pautada de uma série de outros direitos, como o saneamento básico para todos, por exemplo.
O Direito Ambiental é pensado para todas as pessoas e constitui direitos difusos. Não se pode
transferir ou renunciar o seu direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Desse modo, o Direito Ambiental se relaciona com os Direitos Quilombolas no


sentido de serem garantias que assegurem a exigência e cumprimento de outros direitos. São
de ordens diferentes, já que o direito ambiental está pensado para todos os brasileiros e os
direitos quilombolas, para um grupo étnico específico do país. Mesmo assim, a garantia dos
direitos quilombolas implica em seguridades não só para eles como para toda a população, na
forma de garantir que nossas culturas e história se mantenham vivas pela segurança da
existência de um povo que as preserve.

3.3 Processo de titulação

Os quilombos “surgiram como último recurso para a sobrevivência física e cultural e


a preservação da dignidade de homens e mulheres que antes viviam na condição de escravos”
(FILHO, 2011). A titulação surge como forma de reparação e é dever do Poder Público
promover garantias para as áreas que foram tradicionalmente ocupadas se tornem legalmente
propriedade, segundo Leinad Ayer de Oliveira Santos (2001, apud FILHO, 2011).

O caminho para a titulação segue, no mínimo, doze etapas. Primeiro, é necessário a


Certificação da Fundação Cultural Palmares, de dever da comunidade. Após, começamos o
processo de Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) de jurisprudência do
Incra, com participação da comunidade. Caso o Incra decida que o território não é um
território quilombola, o órgão pode arquivar o processo por tempo indeterminado, cabendo a
comunidade recorrer à essa decisão. Caso contrário, o RTID com o território quilombola é
enviado para análise pelo Comitê de Decisão Regional, que pode aprovar ou rejeitar o
relatório, com pedido de revisão, sendo reencaminhado para o Incra caso a decisão não seja
favorável.
A partir desse ponto, temos dois caminhos diferentes, mas focaremos em somente um:
o primeiro, correndo para a publicação do resumo do RTID no Diário Oficial da União e no
Diário Oficial do estado, e encaminhado para a sede do município onde o território se
encontra. De acordo com a Comissão Pró-Índio de São Paulo (2014), nessa etapa, “O Incra
notificará os ocupantes e vizinhos do território quilombola, que terão 90 dias de prazo para
contestação.”. Cabe lembrar que as legislações do Rio de Janeiro seguem as leis nacionais,
sem especificidades de estado. Após isso, temos o julgamento das contestações pelo Comitê
de Decisão Regional do Incra, que deve ocorrer em até seis meses.

3.4 Processo de titulação do Quilombo Sacopã

Neste estudo de caso foi analisado o Quilombo Sacopã e seu processo de titulação. O
quilombo está localizado próximo a Lagoa Rodrigo de Freitas no estado do Rio de Janeiro.
No quilombo residem 28 familiares, que são da sexta geração da família Pinto, após a
chegada do patriarca Manoel Pinto Jr. O quilombo, diferente da maioria, é um quilombo
urbano, isto é, não reside em área rural. Possui 6.404,17m² e faz parte da zona sul do Rio de
Janeiro, bairro nobre da cidade, local de extrema valorização do mercado imobiliário urbano
carioca (CASTRO MAIA, 2011). Em entrevista feita com Luis Sacopã por FALBO e
FALCÃO (2015) ele diz sobre a falta de conhecimento dos moradores locais que negam a
identidade quilombola do Quilombo do Sacopã como “artimanha” para construírem prédios
no local, “eles estão lutando para fazer ali um logradouro de um montão de prédios, de um
aglomerado de prédios, fazer condomínio”.

Figura 2: Infográfico do Quilombo Sacopã

Fonte: Fernanda Garrafiel/G1


Figura 3: Foto de cima da área do território do Quilombo Sacopã

Fonte: BBC News, 2016

O quilombo entrou com o primeiro processo judicial para reconhecimento da


usucapião em 1975, que foi recusada pela falta de elementos objetivo (animus domini) e
temporal (CASTRO MAIA, 2011). Se a sentença que concedeu o pedido de usucapião à
família Pinto não tivesse sofrido recursos, o direito de propriedade teria sido concedido ao
grupo e a luta da família teria chegado ao fim em 2003 (CASTRO MAIA, 2011).

Como o direito de propriedade individual foi negado, o Quilombo buscou a conquista


da propriedade coletiva. Segundo Maia (2011), “a partir do reconhecimento da identidade
quilombola, aquele grupo passou a ser sujeito de direitos culturais que se materializam com a
titulação pelo Estado de uma comunidade remanescente de quilombos” possibilitando a
família de “pleitear uma nova categoria de direitos, os direitos culturais, reconhecidos pela
constituição como direitos diferenciados”. Em 2002, 27 anos após a entrada do primeiro
processo, o Quilombo Sacopã conseguiu uma vitória parcial, ganhando em primeira instância
o direito de propriedade sobre a área no julgamento no Tribunal de Justiça do Estado do Rio
de Janeiro. (RJ, 2015)
Porém essa decisão não foi confirmada pela 2ª instância na ação movida pelo músico
Luiz Sacopã Pinto (uma das lideranças da comunidade) contra um grupo de construtoras,
imobiliárias e a prefeitura da cidade, exigindo o reconhecimento de sua posse por usucapião e
a condenação das mesmas. Os desembargadores da 5ª Câmara do TJ-RJ decidiram em 2005
por determinar a reforma da decisão anterior e a saída daquelas famílias da área. Os
quilombolas recorreram dessa decisão. (RJ, 2015)
Ainda em 2005, no dia 06 de julho, a Imobiliária Higienópolis, que se diz dona do
terreno do quilombo, moveu uma ação na Justiça Estadual do Rio de Janeiro pedindo a
reintegração de posse das terras e a retirada das famílias, com o processo administrativo
54180.000712/2005-18, a cargo da Superintendência Regional do INCRA no Rio de Janeiro
(SR-7). (TELES, 2010)
Após o momento da reivindicação de uma identidade diferenciada intensificaram as
ameaças à permanência da família Pinto no local, que agora na condição de comunidade
remanescente de quilombolas se destacou dos moradores do entorno tanto em questões
étnicas e culturais. Somado a isso, outros fatores provocaram polêmicas para os moradores do
bairro, como o elevado valor do imóvel ocupado pelo Quilombo, uma área avaliada em 160
milhões de reais. Para alguns moradores o autorreconhecimento como remanescente de
comunidades quilombolas significa uma ficção, um absurdo jurídico, uma injustiça
(CASTRO MAIA, 2011).

O poder público foi um ator importante nesse conflito. Enquanto a prefeitura da


cidade atuou no sentido de favorecer a retirada das famílias do local, o governo estadual, por
um curto período de tempo, demonstrou apoio à permanência. Em 1999 a Assessoria de
Assuntos Étnicos do gabinete da então vice-governadora do estado, Benedita da Silva,
chegou a encaminhar ao Ministério Público Federal (MPF) e à Fundação Cultural Palmares
(FCP) um “relatório de inspeção técnica” solicitando um “levantamento histórico” referente à
Família Pinto, a fim de regularizar sua situação fundiária. Na esfera federal, a comunidade
recebeu o apoio da FCP, que em dezembro de 2004 a reconheceu oficialmente como
comunidade remanescente de quilombos. (RJ, 2015)

Após o Quilombo ter conseguido seu reconhecimento oficial na esfera federal e ter
tido a derrota na segunda instância no processo no administrativo, a comunidade começou a
exercer pressão através de ações coordenadas com outras comunidades quilombolas do
estado e exigiu do governo federal o atendimento de seus direitos territoriais, em torno da
questão de titulação da área pelo INCRA. Essa articulação resultou em algumas conquistas
significativas. Como em 08 de junho de 2006, a 46a Vara Cível acatou uma notificação
recebida do INCRA e suspendeu o processo de reintegração de posse até que o órgão
concluísse a regularização fundiária da comunidade quilombola. (RJ, 2015)

Em 2008 o INCRA anunciou a demarcação do Quilombo Sacopã com área de 23,9


mil m² (ou pouco mais de 2 hectares). Depois de muitas brigas judiciais e reclamações da
Associação de Moradores da Fonte de Saudade (Amafonte), em setembro de 2010 o INCRA
reduziu a área do quilombo para sete mil metros quadrados. De acordo com Luiz Sacopã, os
quilombolas estavam sendo prejudicados com a disputa, mas o grupo decidiu aceitar a
redução do terreno para evitar embates judiciais que adiem o direito à propriedade. (RJ, 2015)
Em Julho de 2011 houve um trancamento dos portões da comunidade pela Polícia
Militar. Na tarde daquele dia, oficiais de justiça lacraram a entrada de automóveis do
Quilombo do Sacopã como resultado de uma ação de reintegração de posse movida pelos
moradores de cinco condomínios do entorno na 8a Vara Cível, que visava proibir a realização
de eventos e festas com venda de bebidas e alimentos no local. O portão permaneceu
acorrentado por 10 dias (JULIANO, 2019).

Em 16 de agosto de 2011, o vereador Eliomar Coelho (PSOL) apresentou Projeto de


Lei n.º 1092/2011 para instituir a Área de Especial Interesse Cultural do Quilombo do Sacopã
(AEIC Quilombo do Sacopã). A proposta foi votada e aprovada pela Câmara de Vereadores,
em 19 de abril de 2012, mas vetada pelo prefeito Eduardo Paes em primeiro de junho. No
entanto, no dia 07 de agosto a Câmara derrubou, por 28 votos contra cinco, o veto do
prefeito, e transformou em Lei o PL apresentado meses antes. Desta vez, não houve outro
veto e a Lei Nº 5503, que cria a AEIC Quilombo Sacopã, foi promulgada no dia 17 de agosto
de 2012. (RJ, 2015)

No dia 14 de agosto de 2012, foi julgado o agravo de instrumento que o INCRA havia
apresentado contra a proibição de realização de atividades culturais e comerciais no
quilombo, concedido um ano antes com a interdição da entrada de carros no local. Luiz
Sacopã representou as famílias do Quilombo do Sacopã na audiência e foi acompanhado pelo
advogado da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Tito Mineiro, e pelo procurador do
INCRA, Diogo Tristão. “De acordo com relato de Marcos Romão, comunicador social do
Mama Terra que acompanhou a audiência a pedido de Luiz, o que ele assistiu ali foi um ato
de expressão judicial próprio do banido da humanidade, digno do regime do Apartheid na
África do Sul”. (RJ, 2015)
Marcos Romão relatou também que a desembargadora Helena Cândida Gaede chegou
à audiência demonstrando desconhecer os autos do processo, e desde o princípio tomou
postura ofensiva para com os moradores do quilombo. A desembargadora, ao descobrir de
qual local se tratava falou que era um terreno em que se realizavam “pagodes que
infernizavam os vizinhos e que ali não era local para aquele tipo de gente” demonstrando que
os autos eram menos importantes do que o que a desembargadora já ouvira falar a respeito.
Segundo Romão, houve intenso debate na audiência, mas a desembargadora Gaede não
encontrou argumentos que embasassem a sua objeção à existência do quilombo na Lagoa que
fossem além de seu gosto pessoal e de sua repulsa ao samba. “De acordo com o relato, ao ser
indagada pelos demais desembargadores do por quê de não se incomodar com a existência de
pagodes em Madureira e nos subúrbios, mas na Lagoa sim, respondeu que é para lá mesmo
que os Quilombolas deveriam ir, pois lá as pessoas já estariam acostumadas.” (RJ, 2015)
Sabendo dos relatos da audiencia é evidente a discriminação racial sofrida pelos
quilombolas do Sacopã na Justiça do Estado do Rio de Janeiro.
Nesta mesma audiência houve um empate técnico na votação, e o INCRA apresentou
recurso na Justiça Federal. E no dia 19 de setembro de 2014, o INCRA emitiu a Portaria nº
506/2014 de Reconhecimento do território quilombola de Sacopã. Este documento é, segundo
o INCRA, o último passo antes da titulação definitiva das terras em nome das famílias. Na
portaria, o território da Comunidade Remanescente de Quilombos de Sacopã (Família Pinto)
ficou estabelecido com uma área de 6.404,17 m². (RJ, 2015). Ao todo foram 39 anos desde a
entrada do primeiro processo.

A titulação do Quilombo Sacopã ocorreu porque o juiz que julgou o caso era
obstinado. Segundo o relato de Luiz, uma liderança do quilombo: "Pô, cara, agora tenho até
de te dar uma boa notícia. Nós tivemos uma resolução favorável a nós este mês, aí. O juiz
daquela vara julgou contra a Ação de Reintegração de Posse daquela imobiliária grileira, aí,
esses dias. Cara, mas foi uma sorte tremenda! O advogado ligou, aí, pra mim, e falou que foi
uma sorte este processo ter caído na mão de um juiz obstinado. Parece que o cara é
realmente incorruptível, não propinado, sabe como é? Aí, foi uma vitória tremenda, estamos
com sorte. O juiz, lá, apontou que não tem como nos expulsar por conta do artigo 68 da
Constituição. Uma decisão primorosa, vou até enviar para você ler!” (Luiz Sacopã, em abril
de 2015).

A luta do Quilombo Sacopã, não foi só interna, mas sim com o objetivo de promover
o fortalecimento dos direitos de todos os quilombos.
“Nos dias 06 e 07 de setembro daquele ano, cerca de 40 lideranças
quilombolas de todo o estado estiveram reunidas no Quilombo Sacopã, no
Encontro Estadual Quilombola, para discutir os problemas enfrentados pelas
comunidades. Estiveram presentes representantes das comunidades de
Campinho da Independência (Paraty), Santa Rita do Bracuí (Angra dos
Reis), Rasa (Búzios), Alto da Serra (Rio Claro), Marambaia (Mangaratiba),
Santana (Quatis), Sacopã (Rio de Janeiro) e Lagoa Feia (Campos dos
Goytacazes).” (RJ, 2015)

O Quilombo também promoveu diversos eventos como II Encontro de Comunidades


Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro, organizado pela Associação das Comunidades
Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro (Acquilerj) entre os dias 03 e 05 de abril de 2009.
E no dia 11 de julho de 2009 o evento Encontros no Quilombo Sacopã: uma Cultura
Quilombola Carioca. Além destes eventos o Quilombo participou da criação do convênio
entre o instituto e a Fundação Euclides da Cunha (FEC), da Universidade Federal Fluminense
(UFF), para elaboração de relatórios antropológicos de oito comunidades quilombolas do
estado, peça fundamental para a titulação dos territórios dessas comunidades. O quilombo da
Sacopã foi uma das comunidades beneficiadas. Segundo o Ministério do Desenvolvimento
Agrário, os relatórios foram concluídos em outubro de 2007. (RJ, 2015)

O Quilombo Sacopã ganhou reconhecimento internacional, em março de 2008 uma


equipe de pesquisadores da Universidade do Texas visitou a comunidade e entrevistou Luiz
Sacopã, que classificou como principal opositor da comunidade a Prefeitura do Rio de
Janeiro, e que, desde o reconhecimento da área a ser titulada pela INCRA, a comunidade
também tem sido questionada pela Associação de Moradores da Fonte de Saudade
(Amafonte), que curiosamente se opõe à titulação mesmo não sendo afetados. (RJ, 2015)

Embora tenha sido conquistada a titulação de terra, o Quilombo ainda está na luta
para conseguir realizar suas atividades culturais. O Quilombo está localizado dentro do
Parque Natural Municipal José Guilherme Merchior, e a Justiça determinou a suspensão das
iniciativas sob o argumento de que as atividades – incluindo aulas de jongo e capoeira – são
incompatíveis com as características da área, residencial, e não podem ser realizadas em
unidades de conservação integral. (RÊGO, 2016)
A questão é monitorada pela Defensoria Pública que tenta, sem sucesso, recorrer das
decisões. Um novo recurso foi apresentado no fim de agosto de 2016 . “A ação original é
muito antiga, de 1989, movida pelos condomínios contra o Luiz Sacopã e sua família. Foi
julgada procedente e vem sendo executada ao longo dos anos”, explicou a coordenadora do
Núcleo contra a Desigualdade Racial (Nucora), defensora pública Lívia Cásseres, que
acompanha o caso. (RÊGO, 2016) O grupo não encontrou novidades no andamento deste
caso.
Houve também a proibição da típica feijoada com roda de samba, em 2015, a partir de
reclamações de barulho feitas pelos vizinhos do Quilombo. Após a proibição, o local passou
a ser monitorado por uma patrulha da Polícia Militar 24h. Tânia Rêgo (2016) relata que o
presidente da Associação de Moradores da Fonte da Saudade, Rafael Szabo, disse que a ação
dos condomínios incomodados pelo barulho e pela movimentação da rua em dias de samba é
compreensível. “Fazer um evento para mil pessoas, com música alta, em área residencial, em
área de morro, claramente o som vai ecoar e afetar os moradores. É um fato” e em resposta,
Luiz Sacopã, que tocava nas rodas de samba, relatou que o evento tinha capacidade para até
180 pessoas - o limite da varanda - e que não passava do horário permitido, 20h.” (RÊGO,
2016)
4. Cronograma

Atividade Prazo

2° Relatório Simplificado 18/05

Começar a introdução 21/05

3° Relatório Simplificado 01/06

Terminar a introdução 01/06

Começar desenvolvimento (Problema identificado pelo Estudo de 02/06


Caso)

Terminar desenvolvimento (Problema identificado pelo Estudo de 15/06


Caso)

4° Relatório Simplificado 15/06

Começar desenvolvimento (Fundamentação Teórica) 16/06

Terminar desenvolvimento (Fundamentação Teórica) 29/06

5° Relatório Simplificado 29/06

Começar desenvolvimento (Discussão sobre as relações do caso e 30/06


do conteúdo da disciplina durante todo o percurso da disciplina)

Terminar desenvolvimento 07/07

Começar conclusão e resumo 08/07

Terminar conclusão e resumo 13/07

Relatório Final 13/07


5. Conclusão

A titulação de terras não só funciona como um instrumento de reparação histórica


pela barbárie que foi os anos de escravatura no país, mas também como uma maneira de
garantir segurança para as populações quilombolas e assegurar uma tentativa de equidade por
parte do Estado, que é o ponto de partida de onde os quilombos continuarão existindo. Além
disso, a titulação também orienta uma série de outras políticas públicas para essas
populações. Sendo assim, podemos dizer que é um direito que garante outros direitos e o
comprometimento deste, implica em uma série de outras defasagens e problemas sociais mais
intrínsecos e de ordem muito maior, mais complicados de serem resolvidos.

Ao estudar este caso, o grupo pode então concluir a necessidade urgente da titulação
das terras, não só para o quilombo em questão mas para todos aqueles que ainda estão
passando ou irão passar por este processo. O problema de ordem macro identificado no
estudo, que não afeta somente o caso do Quilombo Sacopã mas de todos os outros e da
população negra no Brasil, foi o racismo institucional presente no Poder Judiciário.
Posteriormente, podemos nos deparar com um problema mais específico do Quilombo
Sacopã, que foi a demora para a concessão do reconhecimento de seu território. É claro que
esse problema não foi um caso isolado da família Pinto, a demora da regularização fundiária
cerca a relação dos sujeitos com o próprio local que historicamente ocuparam. Demonstrando
o racismo sistemático que estrutura o poder judiciário e o Ministério Público, negligenciando
os quilombolas a reivindicar aquilo que é básico e um direito das comunidades.

Sendo assim, após pesquisas e análises do caso da titulação de terra do quilombo


Sacopã, chegamos à resposta para uma das perguntas norteadoras desta pesquisa: se esse caso
pode ou não ser usado como exemplo para outros quilombos. E o grupo não conseguiu chegar
a uma resposta sólida, entendemos que a resposta é: não e sim.

Primeiramente, os absurdos a que passou a família Pinto durante tantos anos de uma
luta árdua e incessante é um exemplo do que não deve acontecer com as comunidades que
estejam reivindicando seu direito à terra. Não se pode admitir tamanho descaso e negligência
por parte do Estado e de toda a população, que não se mobilizou por isso, pelo contrário, se
opôs. O bárbaro tempo de espera a qual a família foi submetida faz com que o processo não
possa servir de exemplo, já que não podemos naturalizar tamanha demora. Os quilombos que
estão hoje na luta pela titulação de suas terras devem ter ciência que essa tramitação há de ser
muito mais ágil e eficiente, e que suas vidas e território não podem esperar tanto por conta
do menosprezo estatal.

Por outro lado, por mais que os Sacopã tenham sofrido por ter direitos negligenciados,
justamente pela enorme necessidade que é ter a titulação de suas terras, eles não pararam.
Hoje, a família têm completa ciência de quais são seus direitos e deveres, e nada na
Constituição pode justificar sua retirada dali. Essa família lutou até conseguir o que era deles
por direito, por mais entraves que tenham encontrado durante o (longo) caminho. Desse
modo, acreditamos que os Sacopã podem ser referência em como utilizar dos recursos que
estão à sua disposição para não deixar que seus direitos sejam negados. Ainda existe o
agravante de estarem lutando pela titulação em uma região alvo da especulação imobiliária. A
zona sul do Rio de Janeiro tem um dos metros quadrados mais caros do país e lutar contra
pessoas de altíssimo poder aquisitivo e principalmente imobiliárias, dificultou mais o
processo.

Ao redor do Brasil existem famílias que também precisam de suas titulações, mas pela
luta de remanescentes de Quilombos contra o Estado e empresas privadas ser tão injusta, elas
ainda não estão conseguindo o acesso à esse direito. Logo, a família Pinto deve servir como
um referencial de resistência para o movimento Quilombola.
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