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DEFINIÇÃO DO PROJETO FINAL

Nome do programa de estudos:

Mestrado em Gestão de Projetos Culturais: UNEATLANTICO

Nome do aluno:

Ivanir Pereira Guimarães Matrícula: BRIPMPCI 4378853

Título do PF proposto:

Os Quilombos de Santa Justina/Santa Isabel e Ilha de Marambaia, como Museus


Etnográfico de Territórios.
Índice

DELINEAMENTO DO PROBLEMA OU IDENTIFICAÇÃO DE UMA


OPORTUNIDADE

1.1. Descrição do problema ou da oportunidade


1.2. Justificativa
1.3. Objetivos
1.3.1 Objetivo geral
1.3.2. Objetivos específicos
1.4. Caracterização do contexto em que o problema ocorre/se desenvolve ou a
oportunidade é identificada

2. REFERÊNCIAS CONCEITUAIS
2.1. A Escravização Africana na Diáspora Negra no Brasil.
2.2. A Institucionalização dos Territórios Quilombolas Santa Justina/Santa
Isabel e Ilha de Marambaia.
2.3. Museologia Social: Transformação dos Quilombos Santa Justina/Santa
Isabel e Ilha de Marambaia em Museus de Territórios

3.METODOLOGIA DE COLETA DE INFORMAÇÕES QUE SUPORTE A


PROPOSTA
3.1. Atores/participantes de interesse para a proposta
3.2. Técnicas de coleta de informações/dados
3.3. Plano de coleta e análise de informações

4. RESULTADOS

5.PROPOSTA/PROJETO/PESQUISA/DESENVOLVIMENTO DA SOLUÇÃO
PARA O PROBLEMA OU DE APROVEITAMENTO DA OPORTUNIDADE
5.1. Modelo geral da proposta/pesquisa/plano para resolver o problema ou
aproveitar a oportunidade
5.2. Atividades específicas contidas na solução/estratégia prática proposta
5.3. Indicadores ou critérios de medição dos resultados esperados
mediante a proposta elaborada ou desenvolvida

6.IMPLEMENTAÇÃO, VALIDAÇÃO E/OU AVALIAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO


DA PROPOSTA (OPCIONAL)

7. ASPECTOS RELEVANTES DA PROPOSTA


7.1. Conclusões
7.2. Recomendações para a implementação bem-sucedida da solução
ou derivadas da implementação realizada
Justificativa do projeto:

O eixo central desta dissertação é a real necessidade de se produzir


conteúdos teóricos e práticos para a transformação dos territórios quilombolas de
Santa Isabel/Santa justina e Ilha de Marambaia em Ecomuseus. Buscamos
instituir um Grupo de Trabalho e Pesquisa Territorial (GTPT) formado por sete
mulheres negras e quilombolas engajados nos movimentos: Sociais, culturais e
patrimoniais, residentes nas regiões da Zona Oeste do Município do Rio de
Janeiro e na Região da Costa Verde, sob a minha liderança. Ambiciona-se com a
criação do ecomuseu erradicar as constantes lutas dos quilombolas acerca da
demarcação territorial, alcançar a liberdade para o desenvolvimento de suas
tradições sócios/culturais em seus territórios, assim como obter a equidade de
direito de existirem como cidadãos, fazendo valer a Constituição da República
Federativa do Brasil (1988), no Art. 5º “Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade”.
Desenhar uma proposta museológica para construir, organizar, e
implementar o Ecomuseu nos territórios remanescente Quilombolas é complexo,
necessita de elaborar um plano estratégico para promover a circulação da cultura
local, a salvaguarda da memória e contribuir para a sustentabilidade da
comunidade, além de paralelamente, potencializar estímulos nos indivíduos
residentes nestas comunidades, para que os mesmos num futuro próximo
possam de forma integrada e participativa elaborar e desenvolver novos projetos,
focado na manutenção da rotina de seus fazeres tradicionais, artísticos e
culturais, aliado a economia criativa e de subsistência criando o hábito natural de
consumo comunitário, desta forma cada individuo tornar-se-á o protagonista de
sua própria história.
Não há pesquisa ou estudo acadêmicos focando a construção do
Ecomuseu Quilombola, nosso trabalho estar baseado nos entraves, nas
conquistas e no sucesso de outras comunidades cujos territórios já foram
musealizados. Entendemos que cada Comunidade quilombola tem suas
particularidades, e muitas vezes as lutas se diferenciam de acordo com sua
localidade, porém o ponto comum são as lutas pelo direito ao território, a
especulação imobiliária, e a equidade de direito social. Este projeto será sem
dúvida uma tarefa desafiadora, porém as expectativas de sucesso são as
melhores possíveis, uma vez que o projeto recrutou pessoas capacitadas e o total
apoio das comunidades focais, o diferencial deste GTPT é a experiência que ele
trás na luta por políticas públicas e direitos humanos para os territórios.
A metodologia deste estudo é de cunho participativo, todas as atividades
serão pensadas e realizadas pelo GTPT junto às comunidades, Planejar a criação
de um Museu de Território teve origem a partir das constantes lutas pelo direito a
terra, embates aos múltiplos problemas enfrentados pela intolerância, preconceito
e pelo racismo estrutural, nossos esforços buscam a reparação total, para que
possamos viver como seres humanos com dignidade e respeito. A transformação
do território em um museu étnico é uma estratégia de sobrevivência e
preservação do patrimônio material e imaterial dos povos de matriz africana dos
referidos espaços nos dias atuais. Pensamos juntos na criação do Ecomuseu,
agora nos falta unir a sistematização teórica, dentro do contexto da nova
museologia social, do enfoque dado com o entendimento de patrimônio
material/imaterial e com a vida cotidiana de cada território quilombola. O Plano
museológico será o ponto de partida capaz de entender e absorver as incertezas,
as adversidades e as burocracias, para tal que seja satisfatório pretendemos
elaborar um plano flexível e interativo, pautado na vivência e experiência de cada
comunidade, no estudo acadêmico sobre o assunto museologia social,não
esquecendo a diversidade de público que se espera receber em cada visitação.
Este projeto contribuirá de forma direta para salvaguardar a identidade dos
territórios, enquanto o Museu servirá como guardião do patrimônio da
comunidade. Pretende-se deixar uma porta aberta ligando o passado ancestral
como o presente para que a manutenção deste legado seja realizada pelas mãos
das gerações futuras que com orgulho e conhecimento tenham condições de
manter viva a história do povo negro brasileiro.

Descrição dos objetivos:

5.1. Objetivo geral


 Estruturar um Plano museológico para construção dos Ecomuseus de
Santa Isabel/Santa justina e Ilha de Marambaia.

5.2. Objetivos específicos


 Preparar um plano museológico com seus programas e desdobramentos
para os Ecomuseus focando a sustentabilidade da Comunidade.

 Aplicar a musealização social no território quilombola como estratégia de


gestão do patrimônio e administração da salvaguarda da memoria e
indentidade local.

 Organizar e desenvolver atividades artísticas, educativas e sociais, focando


o entretenimento, conhecimento e intercâmbio entre quilombolas e
visitantes.

Metodologia
Trata-se da criação de um projeto longitudinal etnográfico e qualitativo, com foco
direto na criação do Ecomuseu nas comunidades quilombolas de Santa
Justina/Santa Isabel e Ilha de Marambaia, com previsão para ser inaugurado em
2026. Será coordenado por sete mulheres negras que atuaram diretamente com
as comunidades. Pela natureza de meu estudo não haverá população e amostra,
no entanto utilizaremos um diagnóstico da situação atual a variável será a
operacional com instrumento de medição, objetivando a implementação da
proposta.
Procedimentos:
Oficina Participativa – A comunidade receberá informações sobre museologia
social, ecomuseu de território e quilombo como museu a céu aberto, através de
um seminário com palestras e roda de conversa. Após o seminário a Comunidade
será dividida em dois grupos A e B: GA terá a missão de apresentar pontos
positivos e GB os pontos negativos. Após as apresentações dos grupos A e B a
Comunidade votará em uma das propostas apresentada pelo GTPT, atividade
realizada em 02 dias formato Assembléia presencial.
Questionário - Aplicado pelo consenso familiar, cada família receberá um único
questionário contendo 12 perguntas que deverão ser respondida por todos
integrantes daquela residência.
Questionário Associativo – Aplicado individualmente para cada pessoas que
esteja associada a Associação de Moradores remanescente Quilombola de cada
Comunidade. Serão 12 perguntas específicas as regras da associação.
Relatório – Será solicitado a cada residência um histórico familiar para efeito de
comprovação de sua descendência africana.
Fichas de presença – Nas atividades propostas pelo GTPT com a finalidade de
recolher dados para a elaboração do plano museológico.

Metodologia dividida em Fase:

MACRO ETAPA

FASE I - ESTUDO PRELIMINAR 12 meses- 2022 – 2023

Estudo, diagnósticos e pesquisas sobre as melhores práticas e referências em


como empregar as políticas culturais relacionadas a preservação e memória, em
conformidade aos novos parâmetros estabelecidos de gestão de patrimônio.
Planejamento e execução do processo participativo da comunidade local, frente
as mudanças do quilombo no que tange a preservação identitária, diante do novo
papel do território na contemporaneidade.
Planejamento das atividades de estudos, diagnósticos e discussões em grupo,
sobre as mudanças ocorridas na atualidade entendendo os conceitos relativos
aos campos do patrimônio, museologia social, em sintonia com a identidade,
memória e ancestralidade de cada família residente na comunidade local.

FASE II - ESTUDO DE VIABILIDADE 12 meses 2023 - 2024

Elaborar um plano museológico com seus programas e desdobramentos para os


Ecomuseus comunitários focando a sustentabilidade da comunidade.
Gerenciamento e desenvolvimento do Projeto, alinhamento dos objetos
patrimoniais tangíveis e intangíveis como conteúdo, coleções e de atividades
artísticas, educativas e culturais do Ecomuseu.
Constituição do Museu e avaliação Final de Viabilidade.
FASE III – EXECUÇÃO DO PROJETO 12 meses 2024 - 2025

Gerenciamento e execução do projeto do Ecomuseu


Planejamento e execução das atividades do Ecomunseu
Gerenciamento e manutenção do território musealizado.

Referencial Teórico

Capitulo 1: A Escravização na Diáspora Negra no Brasil, desde a travesia.


1.1 A luta do povo negro brasileiro diante do racismo estrutural.
1.2 A escravização moderna

Capítulo 2: A Institucionalização dos Territórios Quilombolas Santa Justina/


Santa Isabel e Ilha de Marambaia.
2.1 Territórios Quilombolas Patrimônio cultural e a memória coletiva no
Brasil de hoje.
2.2 O Quilombo Santa Justina/Santa Isabel: Ausencia e reparação.
2.3 O Quilombo Ilha de Marambaia: Ausencia e reparação.

Capítulo 3: Museologia Social:


3.1 Quilombos como Museus de Territórios.
3.2 Metodologia e Práticas museológicas como conectores dos grupos
sociais.
3.3 Responsabilidade Social os direitos e deveres de cada Território
musealizado.
7. Bibliografia

Abreu, M. e Mattos, H. (Coords.) (2009). Remanescentes das Comunidades dos


Quilombos: Memória do cativeiro, patrimônio cultural e direito à reparação.
Habitus.

Abreu, R.(Coord.). Chagas,M., Santos. M. S. Museus, (2007). Coleções e


Patrimônios: narrativas polifônicas. Rio de Janeiro: Garamond/MinC/Iphan/Demu.

Almeida, S. (2018). O que é racismo estrutural. Ed. Letramento

Chagas, M.(2009) A Imaginação museal: museu, memória e poder em Gustavo


Barroso, Gilberto Freyre e Darcy Ribeiro. Brasília: Instituto Brasileiro de Museus.

Davis,A.(2019). A Democracia da abolição:Para além do império, das prisões e da


tortura. Ed. Bertrand Brasil

Fanon,F.(2020). Pele negra, máscaras brancas. Ed.Ubu

Fanon, F. (2022). Os condenados da terra. Ed.Zahar

González,L. e Hasenbald, C. (1980) Lugar do negro. Rio de Janeiro: Marco Zero.

Mattos, H.(1999). Escravidão e cidadania no Brasil Monárquico. Ed. Schwarcz

Mattos,H.(2016). História oral e Comunidade: reparação e culturas negras. Ed.


Letra e Voz.

Nascimento, A.(2016). O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo


mascarado. Ed.Perspectivas.

Ribeiro,D.(2022). O Povo Brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. 1ª edição


digital. Ed.Global.

Souza, M. (2013). Histórias entre margens: retornos de libertos para a África


partindo do Rio de Janeiro no século XIX. Revista de História Comparada (UFRJ),
v. 7, p. 68-114.

Souza, M. (2004). Enfrentando os desafios: a História da África e dos Africanos no


Brasil na nossa sala de aula (Textos para boletim do Programa Salto para o
Futuro).

Laurentino,G.(2019).Escravidão – Volume 1: Do primeiro leilão de cativos em


Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares. Ed. Globo Livros

Laurentino,G.(2021) Escravidão - Volume 2: Da corrida do ouro em Minas Gerais


até a chegada da corte de dom João ao Brasil. Ed. Globo Livros
Laurentino,G.(2022). Escravidão-Volume 3: Da Independência do Brasil à Lei
Áurea. Ed. Globo Livros

Schwarcz, Lilia. e Gomes, F.(2018). Dicionário da escravidão e liberdade: 50


textos críticos. Ed. Companhia das Letras

Ribeiro, D.(2019). Pequeno Manual Antirracista.Ed. Cia. das Letras

Reis, J.J.(2019) Ganhadores: A greve negra de 1857 na Bahia. Ed.Cia.das Letras

Carula,K. e Ariza,M.B.A (2022) Escravidão e maternidade no mundo atlântico:


corpo, saúde, trabalho, família e liberdade nos séculos XVIII e XIX Rio de Janeiro.
Ed. Eduff

Gonçalves, A.M.(2006) Um defeito de cor. Ed. Record

Reis,J.J. e Gomes,F.S.(2021). Revoltas escravas no Brasil. Ed.Cia. das


Letras

Pontos de Memória: Metodologia e Práticas em Museologia Social


nstituto Brasileiro de Museus – IBRAM Brasília 2016

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