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GUIA de

Elaboração do Programa
de Instrução em Segurança
Operacional (PISOA)
GUIA de Elaboração do Programa de Instrução em
Segurança Operacional (PISOA)

1a edição - julho de 2016

SUPERINTENDÊNCIA DE INFRAESTRUTURA AEROPORTUÁRIA – SIA


Superintendente:
Fabio Faizi Rahnemay Rabbani
Gerente de Certificação e Segurança Operacional:
Rodrigo Flório Moser
Gerente Técnico de Resposta à Emergência:
Bruno Walter da Silva Pimenta
Equipe Técnica responsável:
Michele Meller

Projeto gráfico e diagramação: Assessoria de Comunicação Social (ASCOM)

Dúvidas, sugestões e críticas podem ser enviadas para o e-mail:


gcop.sia@anac.gov.br
GUIA de
Elaboração do Programa
de Instrução em Segurança
Operacional (PISOA)
SUMÁRIO

1. Introdução 7
2. Classificação do Aeródromo 8
3. Definição do PISOA 9
4. Obrigatoriedade de Elaboração de PISOA de Acordo
com a Classe do Aeródromo 10
5. Relação MOPS X PISOA 11
6. Treinamentos 12
7. Aplicabilidade dos Treinamentos 13
7.1. Treinamento Geral 14
7.2. Treinamento Básico para a Segurança Operacional 14
7.3. Treinamento para Condução de Veículos na Área Operacional 15
7.4. Treinamento para Acesso e Permanência na Área de Manobras 16
7.5.Treinamento para Operações em Baixa Visibilidade 16
7.6. Treinamento Básico para Operações 17
7.7. Programa de Treinamento Recorrente para Bombeiros
de Aeródromo (PTR-BA) 18
8. Credenciamento 20
9. Levantamento das Necessidades de Treinamento 21
10. Demais Treinamentos do PISOA Relacionados à
Segurança Operacional 22
11. Avaliação da Efetividade dos Treinamentos 23
1. INTRODUÇÃO

As atividades desenvolvidas dentro dos sítios aeroportuários são de alta


complexidade e não estão livres da ocorrência de eventos indesejados, como
incidentes e acidentes. Por esse motivo, trabalha-se de forma proativa na constante
identificação de perigos e gerenciamento de riscos e, para tanto, são desenvolvidos
nos aeródromos os Sistemas de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO).

Há que se destacar a importância dos treinamentos no âmbito do SGSO para


assegurar que as atividades sejam desenvolvidas dentro de um nível aceitável de
segurança operacional. Treinamento é, inclusive, uma das principais estratégias de
defesa para a mitigação de riscos no contexto do gerenciamento da segurança. Os
funcionários devem, portanto, receber treinamento adequado para que saibam e
entendam os procedimentos operacionais que devem seguir, tenham conhecimentos
e habilidades para executar com segurança suas funções, reduzindo, assim,
as possibilidades de falhas e erros. Além disso, o treinamento tem a função de
promover a cultura de segurança no contexto organizacional, promovendo a política,
princípios, diretrizes e principais requisitos de segurança adotados pelo operador
do aeródromo para toda a comunidade aeroportuária.

Para todos os aeródromos civis brasileiros, a ANAC determina em seu Regulamento


Brasileiro da Aviação Civil - RBAC nº 153 que todo operador de aeródromo deve prover
treinamento a todo pessoal cuja atividade influencie a segurança operacional, de modo
a adequar suas atividades às características específicas do aeródromo. Dependendo
da complexidade do aeródromo, além de estabelecer os treinamentos, o operador
deve reuni-los em um Programa de Instrução em Segurança Operacional (PISOA).

Este guia visa sanar as principais dúvidas quanto à elaboração do PISOA, orientando
quanto à aplicabilidade dos treinamentos para cada classe de aeródromo, os
treinamentos exigidos e seus respectivos conteúdos mínimos.

A ANAC recomenda a implementação das práticas previstas neste guia, mas


esclarece que o seu conteúdo não possui natureza normativa. Os requisitos de
treinamentos mencionados neste guia estão estabelecidos no RBAC 153.

Além disso, os conteúdos; níveis de profundidade; técnicas de didática e estratégias


de capacitação devem ser adaptados às peculiaridades de cada aeródromo,
respeitados os conteúdos mínimos estabelecidos pela norma.

Destaca-se também que o cumprimento do disposto neste guia não isenta o


operador do aeródromo de cumprir os requisitos estabelecidos nos regulamentos
editados pela Agência.
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2. CLASSIFICAÇÃO DO AERÓDROMO
A classe do aeródromo é definida em função do número de passageiros processados,
considerando a média aritmética de passageiros processados no período de referência
e o tipo de voo que o aeródromo processa no ano corrente.

Período de referência significa o período de 3 (três) anos anteriores ao ano corrente


dentro do qual é obtida a média aritmética do movimento anual de passageiros
processados para efeito do cálculo da classe do aeródromo.

Quanto ao número de passageiros processados:

• Aeródromo Classe I é aquele em que o número de passageiros processados seja


inferior a 200.000 (duzentos mil);
• Aeródromo Classe II é aquele em que o número de passageiros processados seja
igual ou superior a 200.000 (duzentos mil) e inferior a 1.000.000 (um milhão);
• Aeródromo Classe III é aquele em que o número de passageiros processados
seja igual ou superior a 1.000.000 (um milhão) e inferior a 5.000.000 (cinco
milhões); e
• Aeródromo Classe IV é aquele em que o número de passageiros processados
seja igual ou superior a 5.000.000 (cinco milhões).

Quanto ao tipo de voo que o aeródromo processa no ano corrente, para os aeródromos
enquadrados na Classe I, considera-se:

• Aeródromo Classe I-A aquele aeródromo que não processa voo regular; e
• Aeródromo Classe I-B aquele aeródromo que processa voo regular;

ATENÇÃO! Para os aeródromos enquadrados nas Classes II, III e IV, não há divisão
quanto ao tipo de voo processado no aeródromo.

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3. DEFINIÇÃO DO PISOA
O Programa de Instrução em Segurança Operacional (PISOA) é o documento no qual
estarão descritos os treinamentos relacionados à segurança operacional (safety) sob
responsabilidade do operador de aeródromo. O PISOA tem como objetivo sistematizar
os treinamentos de modo que sejam definidos e apresentados, primeiramente, quais
treinamentos serão ministrados no aeródromo, bem como o público-alvo, os
conteúdos, carga horária e validade.

Tais treinamentos são voltados à segurança das operações de solo para os profissionais
que trabalham na área operacional do aeródromo ou em atividades relacionadas à
segurança operacional.

O RBAC 153 – Emenda 01 é o regulamento editado pela ANAC que disciplina a


elaboração do PISOA, conforme descrito no item 153.37.

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4. OBRIGATORIEDADE DE ELABORAÇÃO DE PISOA


DE ACORDO COM A CLASSE DO AERÓDROMO
Apêndice A da Emenda 01 ao RBAC 153

• Aeródromo Classe I:
Não obrigatório a elaboração do PISOA.

• Aeródromos Classe II:


Obrigatória elaboração de PISOA e envio à ANAC.

• Aeródromos Classe III:


Obrigatória elaboração de PISOA e envio à ANAC.

• Aeródromos Classe IV:


Obrigatória elaboração de PISOA e envio à ANAC.

ATENÇÃO! Os aeródromos Classe I-B são isentos da elaboração e envio de PISOA


à ANAC. Entretanto, os treinamentos listados abaixo devem ser ministrados e
apresentados no Manual de Operações do Aeroporto (MOPS). Caso não seja
requisitado do aeródromo a elaboração de um MOPS, os treinamentos obrigatórios
devem ser ministrados e os registros de tais treinamentos mantidos no aeródromo,
pois esses poderão ser solicitados em caso de fiscalizações ou a qualquer tempo pela
ANAC. São estes os treinamentos obrigatórios para Classe I-B:

1. Treinamento geral;
2. Treinamento para operação em baixa visibilidade, caso o aeródromo opere
em baixa visibilidade; e
3. Programa de Treinamento Recorrente para Bombeiros de Aeródromo (PTR-BA),
caso exista SESCINC implantado.
Estes treinamentos devem apresentar currículo mínimo conforme o disposto no item
“Treinamentos” do presente guia, bem como a indicação de público-alvo e validade.

OBS.: Os registros do PTR-BA devem ser mantidos na SCI do aeródromo.

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5. RELAÇÃO MOPS X PISOA
O Manual de Operações do Aeródromo (MOPS) deverá ser elaborado e mantido
atualizado pelos aeródromos que requerem ou detêm o Certificado Operacional de
Aeroporto, conforme o RBAC 139. O PISOA é um dos anexos que compõe o MOPS.

ATENÇÃO! Aeródromos Classe II, III e IV têm a obrigatoriedade de envio de PISOA


à ANAC. Assim, tais aeródromos devem protocolar o PISOA na Agência, mesmo que
estejam isentos da apresentação de MOPS.

Ressalta-se que somente serão analisados, para fins de aprovação, o PISOA dos
aeródromos em Processo de Certificação Operacional.

No caso de ocorrerem alterações no PISOA, versão atualizada deverá ser enviada à


ANAC. No caso do PISOA ter sido apresentado como um anexo do MOPS, a versão
atualizada do programa será analisada e substituída no MOPS do aeródromo.

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6. TREINAMENTOS
Item 153.37 do RBAC 153
Os treinamentos devem ser estruturados no PISOA e possuir as seguintes
características:

1. Estar vinculados, como condicionante, a cada tipo de credenciamento do


aeródromo;
2. Ter previsão de atualização técnica ou validade específica;
3. Ser adequados aos diversos públicos-alvo que o aeródromo possa ter;
4. Apresentar os conteúdos mínimos descritos no RBAC 153, bem como ter seu
conteúdo relacionado às características físicas, operacionais e peculiaridades
do aeródromo.

Os treinamentos devem ter como objetivos:

1. Favorecer o desenvolvimento das atividades dos diversos empregados que


atuam no lado ar, de modo a familiarizá-los com as características específicas do
aeródromo (físicas e operacionais); e
2. Aumentar a segurança operacional das atividades desenvolvidas em solo.

O PISOA deve conter os seguintes treinamentos:

1. Treinamento geral;
2. Treinamento básico para a segurança operacional;
3. Treinamento para condução de veículos na área operacional;
4. Treinamento para acesso e permanência na área de manobras;
5. Treinamento para operações em baixa visibilidade, onde aplicável;
6. Treinamento básico para operações; e
7. Programa de Treinamento Recorrente para Bombeiros de Aeródromo (PTR-BA),
onde aplicável.

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7. APLICABILIDADE DOS TREINAMENTOS
Apêndice A ao RBAC 153
Todos os treinamentos abaixo deverão estar atrelados à emissão da credencial
aeroportuária dos funcionários, de acordo com a respectiva Classe do Aeródromo:

Aeródromo Classe I-B:


• Treinamento geral;
• Treinamento para operação em baixa visibilidade (obrigatório para aeródromos
com operação em baixa visibilidade);
• Programa de Treinamento Recorrente para Bombeiros de Aeródromo (PTR-BA),
caso exista SESCINC implantado.

Aeródromos Classe II:


• Treinamento geral;
• Treinamento básico para a segurança operacional;
• Treinamento para condução de veículos na área operacional;
• Treinamento para acesso e permanência na área de manobras;
• Treinamento para operação em baixa visibilidade (obrigatório para aeródromos
com operação em baixa visibilidade);
• Treinamento básico para operações;
• Programa de Treinamento Recorrente para Bombeiros de Aeródromo (PTR-BA)
(Obrigatório para os aeródromos que possuam SESCINC).

Aeródromos Classe III:


• Treinamento geral;
• Treinamento básico para a segurança operacional;
• Treinamento para condução de veículos na área operacional;
• Treinamento para acesso e permanência na área de manobras;
• Treinamento para operação em baixa visibilidade (obrigatório para aeródromos
com operação em baixa visibilidade);
• Treinamento básico para operações;
• Programa de Treinamento Recorrente para Bombeiros de Aeródromo (PTR-BA)
(Obrigatório para os aeródromos que possuam SESCINC).

Aeródromos Classe IV:


• Treinamento geral;
• Treinamento básico para a segurança operacional;
• Treinamento para condução de veículos na área operacional;
• Treinamento para acesso e permanência na área de manobras;
• Treinamento para operação em baixa visibilidade (obrigatório para aeródromos
com operação em baixa visibilidade);
• Treinamento básico para operações;
• Programa de Treinamento Recorrente para Bombeiros de Aeródromo (PTR-BA)
(Obrigatório para os aeródromos que possuam SESCINC).

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7.1. TREINAMENTO GERAL


Item 153.37(d)(1) da Emenda 01 ao RBAC 153
Carga horária: não definida.
Público-alvo: todos os profissionais que atuam ou influenciam diretamente na área
operacional.

Conteúdos que o treinamento deve conter:

1. Familiarização com o aeródromo, que compreende:


1.1. Informações administrativas;
1.2. Acesso à área operacional; e
1.3. Configuração da área operacional.
2. Comportamento na área operacional, que compreende:
2.1. Produção de faíscas ou similares;
2.2. Uso de celular;
2.3. Comportamentos seguros; e
2.4. Posturas em situações de emergência.
3. Atividades gerais do aeródromo.

DICA! Os recursos instrucionais para esse treinamento podem incluir: visitas in loco
na área operacional; fotos e vídeos do sítio aeroportuário; ferramentas de visualização
geográfica, como “Google MAPS” e “Google Earth”.

7.2. TREINAMENTO BÁSICO PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL


Item 153.37(d)(2) da Emenda 01 ao RBAC 153
Carga horária: não definida.
Público-alvo: todos os profissionais que tenham acesso à área operacional.

Conteúdos que o treinamento deve conter:

1. Política, objetivos e requisitos de segurança operacional do operador de


aeródromo, incluindo as responsabilidades relacionadas com a segurança
operacional;
2. Medidas disciplinares, padrões de comportamentos aceitáveis e não aceitáveis
e cultura de segurança operacional;
3. Importância do processo de identificação de perigos e perigos específicos
presentes na operação do aeródromo;
4. Importância do sistema de relatos de aviação civil, meios disponíveis para relatos
no aeródromo e cultura justa;
5. Demais assuntos de relevância para o desenvolvimento e melhoria contínua do
SGSO do aeródromo.

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ATENÇÃO! O Gestor de Segurança Operacional deve se conscientizar sobre a
importância do treinamento de SGSO na promoção da Segurança Operacional (SO)
como parte do desenvolvimento da cultura de segurança no aeródromo.

No curso, a política a ser disseminada deve ser a do aeródromo, e o conteúdo de todo


o treinamento deve ter como foco as especificidades e peculiaridades do SGSO do
aeródromo, e não devem se limitar a repassar os princípios básicos comuns a todos
os SGSO de Provedores de Serviços de Aviação Civil – PSAC.

DICA! Para mais informações sobre o SGSO, conheça o Guia para elaboração de
Manual de Gerenciamento da Segurança Operacional (MGSO), publicado no site da
ANAC.

DICA! Como o público-alvo deste treinamento é bastante heterogêneo, o instrutor


deve adaptar a linguagem e nível de profundidade dos conhecimentos conforme o
público de cada turma.

7.3. TREINAMENTO PARA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS NA ÁREA


OPERACIONAL
Item 153.37(d)(3) da Emenda 01 ao RBAC 153
Carga horária: a ser definida pelo operador do aeródromo.
Público-alvo: todos os profissionais autorizados a conduzir veículos na área
operacional.

Conteúdos que o treinamento deve conter:

1. Familiarização com a área operacional, que compreende:


1.1. Vias de circulação (configuração/cruzamentos/velocidades);
1.2. Leiaute da área de movimento.
2. Comportamento na área operacional, com enfoque em direção defensiva.
3. Atividades relacionadas à condução de veículos, que compreendem:
3.1. Comunicação e fraseologia em radiocomunicação;
3.2. Atribuições do órgão ATS do aeródromo.

OBS.: A seção 5.4.3 da IS 153.109 define os padrões mínimos para as comunicações


dos motoristas com o órgão de Serviço de Tráfego Aéreo (ATS).

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7.4. TREINAMENTO PARA ACESSO E PERMANÊNCIA NA ÁREA


DE MANOBRAS
Item 153.37(d)(4) da Emenda 01 ao RBAC 153
Carga horária: a ser definida pelo operador do aeródromo.
Público-alvo: todos os profissionais que atuam na área de manobras.

Conteúdos que o treinamento deve conter:

1. Conhecimento do programa de prevenção de incursão em pista;


2. Leiaute da área de movimento/sistema de pistas;
3. Áreas de risco (hot spots);
4. Comunicação e fraseologia em radiocomunicação; e
5. Atribuições do órgão ATS do aeródromo.

DICA! Informações complementares e orientações sobre o conteúdo do treinamento


para acesso e permanência na área de manobras podem ser encontradas no Manual
para Prevenção de Incursão em Pista no Aeródromo, em especial no Apêndice C,
disponível para download na página Runway Safety no site da ANAC.

7.5.TREINAMENTO PARA OPERAÇÕES EM BAIXA VISIBILIDADE


Item 153.37(d)(5) da Emenda 01 ao RBAC 153
Carga horária: a ser definida pelo operador do aeródromo.
Público-alvo: todos os profissionais autorizados a conduzir veículos na área de
manobras em condições de baixa visibilidade.

Conteúdos que o treinamento deve conter:

1. Familiarização das operações do aeródromo, que compreende:


1.1. Áreas de risco (hot spots);
1.2. Reconhecimento de aeronaves;
2) Comportamento na área operacional, que compreende:
2.1. Continuação das atividades;
2.2. Situações de emergência;
3) Atividades relacionadas à operação em baixa visibilidade, que compreendem:
3.1. Preparação para operação em baixa visibilidade (área de operações,
manutenção e resposta à emergência);
3.2. Procedimentos de emergência.

ATENÇÃO! Este treinamento só é obrigatório para aeródromos que operam em baixa


visibilidade.

OBS.: A seção 5.7 da IS 153.109 define os padrões mínimos para os procedimentos


para operações em baixa visibilidade.
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7.6. TREINAMENTO BÁSICO PARA OPERAÇÕES
Item 153.37(d)(7) da Emenda 01 ao RBAC 153
Carga horária: a ser definida pelo operador do aeródromo.
Público-alvo: profissionais que irão atuar na área operacional, que executem tarefas
de supervisão das atividades desenvolvidas em pátio de aeronaves, conforme a seção
153.117 do RBAC 153 e atividades de monitoramento das condições do aeródromo,
conforme a seção 153.133 do RBAC 153.

Conteúdos que o treinamento deve conter:

1. Legislação direcionada à atividade;


2. Principais aeronaves que operam no aeródromo;
3. Embarque e desembarque de passageiros;
4. Operação de ponte de embarque;
5. Abastecimento de aeronaves;
6. Noção de controle de movimentação de aeronave em solo;
7. Sinais para manobra de aeronave no solo (atividades do sinaleiro);
8. Fraseologia;
9. Comunicação – uso do rádio portátil;
10. Infraestrutura do aeródromo – lado ar;
11. Significado das sinalizações horizontais, verticais e luzes;
12. Auxílios à navegação instalados no sítio aeroportuário;
13. Programas de segurança operacional existentes no aeródromo;
14. Acordos operacionais do aeródromo;
15. Segurança operacional em obras;
16. Regras sanitárias;
17. Veículos e equipamentos;
18. Cargas (incluindo artigos perigosos) e bagagens;
19. Inspeção da área de movimento e pátio;
20. Plano de emergência (safety); e
21. Processo de segurança (security).

DICA!: O Apêndice B da IS 153.109 contém os sinais que devem ser de conhecimento


do sinaleiro para auxiliar os pilotos na manobra das aeronaves no solo.

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7.7. PROGRAMA DE TREINAMENTO RECORRENTE PARA


BOMBEIROS DE AERÓDROMO (PTR-BA)
Item 13.8 do Anexo à Res. nº 279/13
Objetivo do programa: O PTR-BA tem por finalidade a manutenção do nível de
competência dos bombeiros de aeródromo em exercício das funções operacionais
do SESCINC por meio da realização de atividades que objetivem a aplicação prática
dos conhecimentos adquiridos e das habilidades e atitudes desenvolvidas durante os
processos de habilitação. Dessa forma, com exceção do estudo do PLEM e do PCINC,
o programa prioriza os treinamentos práticos.
Salienta-se que o treinamento deve contemplar somente os conteúdos apresentados
abaixo, que abrangem itens relevantes às atividades dos bombeiros de aeródromo.
Carga horária: o operador de aeródromo deve definir a frequência para a execução
do PTR-BA de acordo com as características e necessidades locais, realizando, no
mínimo, 16 horas de treinamento mensal.
No entanto, a aferição do tempo-resposta (treinamento que pode ser considerado para
compor as 16 horas mínimas do PTR-BA) deve ser efetuada mensalmente, conforme
estabelecido no item 16 do Anexo à Res. 279/13.
Também é importante frisar que, ao final do ciclo de 6 meses, todos os conteúdos
abaixo deverão ter sido ministrados pelo menos uma vez.
Público-alvo: bombeiros de aeródromo em exercício das funções operacionais do
SESCINC.

Conteúdo do PTR-BA:

1. Familiarização com o aeródromo;


2. Familiarização com as aeronaves que operam com regularidade no aeródromo,
incluindo visitas orientadas pelo pessoal técnico do operador aéreo;
3. Familiarização do Bombeiro de Aeródromo Motorista/Operador de CCI com o(s)
CCI em operação no SESCINC do aeródromo;
4. Procedimento de segurança para o efetivo do SESCINC durante a execução de
atividades operacionais;
5. Condução de veículos na área operacional do aeródromo;
6. Sistemas de comunicação e de alarme disponíveis no SESCINC;
7. Operação com mangueiras, mangotes, esguichos, chaves, conectores, canhões
monitores e outros equipamentos de salvamento e combate a incêndio associados
aos CCI e, onde aplicável, aos veículos de apoio às operações do SESCINC.
8. Procedimentos para utilização dos materiais e equipamentos de apoio às operações
de resgate e combate a incêndio, especificados no item 11 da Res. nº 279/13;
9. Procedimentos para aplicação de agentes extintores;
10. Procedimentos para assistência na evacuação da aeronave em caso de emergência;
11. Procedimentos para reabastecimento dos CCI com água, incluindo, onde aplicável,
a utilização das fontes alternativas disponíveis na área patrimonial do aeródromo;

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12. Procedimentos para a execução de balizamento de emergência, quando
requerido;
13. Procedimentos para atendimento a emergências com artigos perigosos;
14. Procedimentos de aferição do tempo-resposta, como estabelecido no item 16 do
Anexo à Res. nº 279/13;
15. Estudo das ações de resposta à emergência, caracterizadas no PLEM, em
especial aquelas relacionadas às responsabilidades do SESCINC;
16. Estudo dos procedimentos operacionais descritos no PCINC, incluindo práticas
de posicionamento para intervenção;
17. Utilização de EPI e EPR;
18. Prática de treinamentos de socorros de emergência; e
19. Execução de exercícios que possibilitem a manutenção do nível de
condicionamento físico dos bombeiros de aeródromo.

DICA: Informações complementares e orientações sobre a execução e registro do


PTR-BA podem ser encontradas no Modelo de PTR-BA, publicado no site da ANAC.

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8. CREDENCIAMENTO
Item 153.107(c) da Emenda 01 ao RBAC 153
Os treinamentos obrigatórios descritos no PISOA, com exceção do PTR-BA, devem
estar vinculados, como condicionante, a cada tipo de credenciamento do aeródromo.
Deve ser apresentado no PISOA a vinculação dos treinamentos obrigatórios à emissão
das credenciais para acesso à área restrita do aeródromo.

Também deve ser informado no PISOA qual o procedimento adotado para o


credenciamento no aeródromo. Caso já exista a descrição em outro documento
(instrução de trabalho, etc.), é suficiente fazer a referência no PISOA ao documento
existente. Neste documento, é necessário que esteja descrito o processo adotado
pelo operador de aeródromo para o credenciamento de pessoas e veículos, e para
o controle do tipo e validade da CNH de cada condutor de veículo ou equipamento
dentro da área operacional do aeródromo.

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9. LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES DE
TREINAMENTO
Item 153.37(f) da Emenda 01 ao RBAC 153
O operador de aeródromo deve realizar periodicamente levantamento das necessidades
de treinamento para o pessoal envolvido com atividades relacionadas à segurança
operacional, descrevendo no PISOA como é realizado esse levantamento.

O levantamento de necessidades de treinamento tem como objetivo a identificação


de temas de necessidade do operador do aeródromo, que vão além dos treinamentos
e conteúdos mínimos exigidos pela norma.

O levantamento de necessidades de treinamento deve considerar uma série de


informações como: novo contexto operacional, novas configurações do aeródromo,
novos procedimentos, mudanças organizacionais, mudanças das instruções de trabalho,
mudanças na legislação, dados de ocorrências no aeródromo, dentre outros fatores.

O LNT deve ser feito de forma sistemática e documentada na organização.

DICA: O LNT deve considerar as análises de risco elaboradas pelo SGSO. Um perigo
identificado pode ser mitigado com uma mudança em treinamentos já existentes ou
com a proposta de novos treinamentos.

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10. DEMAIS TREINAMENTOS DO PISOA


RELACIONADOS À SEGURANÇA OPERACIONAL
Item 153.37(f)(1) da Emenda 01 ao RBAC 153
Os demais conteúdos do PISOA devem ser definidos pelo operador de aeródromo,
conforme resultados do levantamento periódico das necessidades de qualificação e
treinamento (LNT). Assim, o operador de aeródromo pode desenvolver treinamentos
além daqueles descritos no item 153.37, de acordo com as necessidades locais.

O operador de aeródromo deve registrar as alterações realizadas no seu PISOA e as


respectivas justificativas para essas alterações.

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11. AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE DOS
TREINAMENTOS
Embora não seja exigido no regulamento, recomenda-se que o aeródromo estabeleça
um procedimento para aferir a efetividade dos treinamentos como, por exemplo,
avaliação de aprendizagem, de reação e de impacto.

OBS.: A avaliação dos treinamentos é essencial para que o operador do aeródromo


garanta a efetividade do treinamento como instrumento de mitigação de riscos e
permite, ainda, uma melhor alocação dos recursos disponíveis para essa finalidade.

Caso o operador de aeródromo declare em seu PISOA que existe em seu aeródromo
tal procedimento, a comprovação da realização dessas avaliações deverá estar
disponível no aeródromo.

DICA! O operador de aeródromo pode efetuar a aplicação periódica de testes com


os credenciados para avaliar o nível de conhecimento deles. É importante que a
avaliação esteja adequada ao nível de qualificação desses profissionais e leve em
conta o histórico de ocorrências de solo no aeródromo local.

DICA! No site da ANAC é possível encontrar modelo de “Questionário de Avaliação


do Treinamento dos Motoristas que acessam a Área de Manobras”.

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