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º ANO
ENSINO SECUNDÁRIO
ALEXANDRA FORTES
RI
JOSÉ FORTES
T Ó
HIS
ÍNDICE
O MODELO O ESPAÇO
1 ATENIENSE 1 PORTUGUÊS
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 67
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 71
TESTE DE AVALIAÇÃO 2 87
2.1. A produção cultural 179 Critérios de Correção dos Exercícios Propostos 247
2.1.1. Distinção social e mecenato: as elites cortesãs e
burguesas 179
2.2. Os caminhos abertos pelos humanistas 181
2.2.1. A afirmação das línguas nacionais 182
2.2.2.
Individualismo, espírito crítico e utopia 183
2.2.3. A racionalidade do urbanismo 184
3
1
DOMÍNIO 1 – RAÍZES MEDITERRÂNICAS DA CIVILIZAÇÃO EUROPEIA –
CIDADE, CIDADANIA E IMPÉRIO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA
O MODELO
ATENIENSE
CRONOLOGIA
594 a.C. 508 a.C. 461 a.C. 450 a.C.
Leis de Sólon retiram poder à Reformas de Clístenes, em Atenas, Início da influência política Tratado das proporções
APRENDER O ESSENCIAL
Entre os séculos V e IV a.C., a Grécia Antiga afirmou-se no espaço do Mediterrâneo devido ao seu
desenvolvimento político, económico e cultural. Atenas foi a cidade-estado que definiu o modelo polí-
tico-cultural que influenciou tanto a Antiguidade Clássica como a civilização europeia ocidental.
Foi na Grécia Antiga que nasceram algumas das mais importantes realizações humanas que
ainda hoje fazem parte do nosso quotidiano: a política, a democracia, o exercício da cidadania, a
filosofia, a ideia de justiça, os princípios morais, a valorização do Homem, o gosto pelo belo, a arte
de bem falar e a matemática…
FIGURAS DA HISTÓRIA
Péricles Sócrates
(c. 495 a.C.-429 a.C.) Foi um (469 a.C.-399 a.C.) Foi um filósofo
estratego e político ateniense grego que, através dos seus diálogos
cujo governo correspondeu a e do método socrático, procurava
um período de prosperidade chegar à verdade. Apesar de não ter
económica e cultural. A sua deixado nada escrito, os seus
ação ficou associada ao de- ensinamentos prevaleceram graças
senvolvimento da democracia ao seu discípulo Platão. Foi
e à reconstrução da acrópole condenado à morte depois de ter sido
de Atenas. acusado de corromper a juventude.
APRENDER O ESSENCIAL
447 a.C. 443-429 a.C. 429 a.C. 431-404 a.C. 399 a.C.
Início da construção Apogeu de Atenas com Péricles. Morte de Péricles. Guerras do Peloponeso Morte de Sócrates.
do Partenon. Aperfeiçoamento da democracia. entre Atenas e Esparta.
A prendizagem
Essencial
Demonstrar que a pólis 1.1. A democracia antiga
ateniense se constituiu
como centro autónomo.
1.1.1. A cidade-estado: características e composição
A Grécia Antiga não era um Estado unificado. Estava dividida em cidades-
-estado* (pólis, em grego), que eram independentes e se governavam a si pró-
Leia o documento 2 prias, garantindo a autarcia*, isto é, a autossuficiência. A pólis*, para garantir a
e o exercíco resolvido da
página 22. autossuficiência, necessitava de vários elementos: o território, recursos e ri-
queza, ofícios*, armas para a sua defesa e culto.
TRÁCIA
Recorde que…
A Grécia Antiga abrangia MACEDÓNIA
várias regiões geográficas:
a Península Balcânica (a ILÍRIA CALCÍDIA
Grécia continental e
penínsular), as ilhas nos Troia
mares Egeu e Jónico (a Corfu
Grécia insular) e territórios TESSÁLIA M
EPIRO a Lesbos
r
no litoral da Ásia Menor E Pérgamo
(a Grécia oriental). Com ETÓLIA g
e Mitilene ÁSIA
uma costa irregular e uma Ítaca EUBEIA u
Foceia MENOR
geografia que oscilava Delfos
Tebas Erétria Quios
entre a montanha e a
M a r
tes nos Jogos Olímpicos da era moderna; nos monumentos que fazem parte
do património da humanidade; no modo como vivemos e pensamos; no sis-
tema político democrático.
Atente nos exemplos do quadro seguinte.
18
1 | O MODELO ATENIENSE
SÍNTESE ESQUEMÁTICA
SÍNTESE ESQUEMÁTICA
Características A cidade-estado de Atenas dispunha de
CARACTERÍSTICAS DA CIDADE-ESTADO
deus Dionísio.
CARACTERÍSTICAS DA CULTURA E DA ARTE
19
1 | RAÍZES MEDITERRÂNICAS DA CIVILIZAÇÃO EUROPEIA – CIDADE, CIDADANIA E IMPÉRIO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA
Acrópole – zona alta da cidade, com muralhas e onde se Escravo – aquele que não tinha liberdade nem direitos,
situam os templos. sendo considerado uma mercadoria.
Ágora – zona baixa da cidade, onde se situa o mercado, Estratego – magistrado eleito; detinha poderes militares
os edifícios destinados à administração e a praça e controlava a política externa.
pública. Ginásio – local onde os jovens faziam parte da sua
Arconte – magistrado escolhido por sorteio que formação.
desempenhava funções ou cargo de juiz no Areópago. Gineceu – local da casa destinado às mulheres.
Areópago – tribunal onde o cargo de juiz era Helieu – tribunal composto por 6000 juízes, escolhidos
desempenhado vitaliciamente por arcontes; julgava por sorteio.
casos de incêndio, envenenamento e tentativas de
assassinato. Humanista – diz-se da educação ou da cultura centrada
no Homem e nas suas realizações.
Ática – região do sul da Península Balcânica onde se
situava Atenas. Isegoria – igualdade no direito do uso da palavra pelos
cidadãos atenienses, na Eclésia.
Autarcia – o mesmo que autossuficiência; era uma das
características da cidade-estado. Isocracia – igualdade de acesso dos cidadãos aos cargos
públicos.
Bulé – também designado Conselho dos 500, era uma
assembleia constituída por 500 cidadãos escolhidos à Isonomia – direito de que dispunham todos os cidadãos
sorte; guardava o selo do Estado, as chaves dos atenienses, considerados iguais entre si.
templos, controlava as finanças, executava as decisões Jogos – festividades realizadas em honra de um deus e
da Eclésia e controlava a ação dos arcontes e dos marcadas por competições físicas.
estrategos. Legado – o que é transmitido a outrem ou deixado em
Buleuta – cargo desempenhado por um ano, no Conselho herança.
dos 500. Magistrado – arcontes ou estrategos, sorteados ou
Cânone – norma, preceito ou regra utilizada como eleitos. Os arcontes desempenhavam funções
exemplar em determinada altura ou local. religiosas e judiciais; os estrategos controlavam os
Cidadão – homem livre, nascido em Atenas, detentor de assuntos militares e a política externa.
direitos políticos. Meteco – residente estrangeiro em Atenas que, apesar de
Cidade-estado – o mesmo que pólis. pagar impostos e de cumprir serviço militar, não
dispunham de direitos políticos.
Comédia – género teatral, associado às Grandes
Dionisíacas, era uma crítica destinado a suscitar o riso. Mistoforia – remuneração paga aos cidadãos atenienses
por participarem nos cargos públicos.
Contraposto – é uma forma de representação da figura
humana, utilizada na escultura, que procura a Ofícios – trabalho remunerado do qual se obtém a
naturalidade. subsistência.
Democracia antiga – tipo de democracia caracterizado Oratória – arte de falar em público, de acordo com um
pela participação direta dos cidadãos atenienses no conjunto de regras.
governo da sua cidade-estado. Ordem arquitetónica – normas de composição e
Demos – subdivisão administrativa e geográfica na Ática, elementos padronizados usados na arquitetura clássica
na qual estavam registados os cidadãos e que se que dão aos edifícios uma linguagem decorativa
assumiu como a base do regime democrático própria, unidade, harmonia e proporção.
ateniense. Ostracismo – mecanismo de proteção da democracia e
Dionisíacas – festividades pan-helénicas que se do funcionamento das instituições, criado por
realizavam em honra de Dionísio. Clístenes, que impunha o exílio por um período de
10 anos.
Eclésia – criada por Sólon, era uma assembleia onde
participavam todos os cidadãos e que detinha poderes Panateneias – festividade cívico-religiosa, realizada em
relativos à política externa e interna da cidade-estado. Atenas.
Efebo – jovem ateniense entre os 18 e os 20 anos, a Pedagogo – orientava a educação de um jovem; muitas
cumprir serviço militar. vezes, este precetor era um escravo que possuía
instrução.
20
1 | O MODELO ATENIENSE
GLOSSÁRIO
Peplo – manto oferecido, durante as Panateneias, à
deusa Atena.
Persas – povo que habitava a região da Mesopotâmia e
que alargou o seu território, construindo um Império
que abrangia uma parte do Médio Oriente e da Ásia
Menor.
Pnix – colina onde se reunia a Eclésia.
Poder executivo – poder de governar e administrar o
interesse público, de acordo com o cumprimento das
leis.
Poder judicial – poder de julgar aqueles que não
cumprem as leis.
Poder legislativo – poder de elaborar as leis que regulam
o funcionamento do Estado.
Poemas homéricos – atribuídos a Homero, são poemas
épicos, como a Ilíada e a Odisseia, utilizados na
educação, pelo facto de apresentarem modelos de
virtuosismo (prudência, coragem, astúcia) e de
heroísmo que deviam ser seguidos.
Pólis – designa a cidade-estado grega, uma comunidade
politicamente organizada, autossuficiente, formada
pelos cidadãos, considerados livres e iguais.
Politeísmo – crença em mais do que uma divindade,
cada uma considerada com uma vontade e
personalidade próprias.
Prítane – escolhido por sorteio, de entre os membros do
Conselho dos 500, detinha funções administrativas e
religiosas.
Pritania – presidência rotativa da Bulé com a duração
aproximada de um mês.
Retórica – arte de bem falar que permite comunicar com
eficácia e convencer uma audiência.
Separação de poderes – distinção dos poderes
legislativo, executivo e judicial, que atuam de forma
separada e independente, impedindo a concentração
de poderes numa só pessoa.
Sofistas – pensadores (ou filósofos) que viajavam de
cidade em cidade onde, a troco de dinheiro, ensinavam
aos jovens a virtude, a retórica e a oratória,
tornando-os mais sábios e virtuosos.
Stoa – corredor coberto, ladeado por colunas, quase
sempre da ordem dórica.
Tragédia – género teatral que explorava os dilemas
morais e religiosos, associado às Dionisíacas.
21
1 | RAÍZES MEDITERRÂNICAS DA CIVILIZAÇÃO EUROPEIA – CIDADE, CIDADANIA E IMPÉRIO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
COMO FAZER?
Analisar uma planta e documentos escritos para integrar os seus elementos numa resposta.
DOC. 1 O espaço na cidade ateniense no século V a.C. DOC. 2 O conceito de cidade na Grécia Antiga
Porta
Bairro cerâmico É preciso uma cidade […] com um
exterior (cemitério)
Bairro exército, não exíguo, mas completo, que
cerâmico Muralha
Via
Sac
ra
saia a dar combate, lutando contra o in-
Ágora
vasor por todos os bens da cidade […].
Templo
de Hefesto [E] Que limite? Em minha opinião, o
Acrópole
seguinte: até onde puder aumentar per-
Ar
PNIX Partenon
eó
Teatro de
go
Colina Dionísio
para além disso, não!
e
rt
no
o das Musas
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Templo
M
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çã o l de Zeus Platão, A República, 374a, 423b.
re d su
de F alha
alero
Di orto ro
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Mur
0 250 km
Exemplo de resposta:
1. A designação atribuída à cidade na Grécia Antiga é pólis.
Exemplo de resposta:
2. A cidade-estado, também designada pólis, necessitava de vários elementos para garantir a autarcia,
isto é, a autossuficiência.
Em primeiro lugar, um dos elementos necessários era ter um tamanho ideal, isto é, não podia ser nem
muito grande nem muito pequena, de modo a promover a sua subsistência e o seu governo. É nesse
sentido que Platão afirma: “[E] Que limite? Em minha opinião, o seguinte: até onde puder aumentar
permanecendo unida, até aí pode crescer; para além disso, não!”.
Outro dos elementos necessários à cidade-estado era dispor de um corpo cívico proporcional, ou seja,
de um número de cidadãos adequado para garantir o governo e manter a fiscalização e defesa.
22
1 | O MODELO ATENIENSE
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
COMO FAZER?
DOC. 3 Os cidadãos no governo da cidade
3. A autonomia política e governativa da cidade de Atenas fazia da cidade um Estado, designado (…),
(A) Eclésia. (B) Pnix. (C) Pólis. (D) Ágora.
4. A afirmação do documento 3 “Como […] te preparas para dirigires um Estado governado pelo
demos;” refere-se ao regime político ateniense que se designa…
(A) Oligarquia. (B) Tirania. (C) Ditadura. (D) Democracia.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
APLICAR CONHECIMENTOS
TRÁCIA
MACEDÓNIA Bizâncio Porta
Samotrácia Bairro cerâmico
ILÍRIA CALCÍDIA exterior (cemitério)
Bairro
M cerâmico Muralha
Via
Corfu a Sac
EPIRO TESSÁLIA r ra
E Lesbos
g IMPÉRIO PERSA
e Ágora
ETÓLIA u Foceia
Templo
Ítaca de Hefesto
Delfos
Tebas
EUBEIA Acrópole
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r r â 0 250 km
M a r M e d i t e
Creta 0 100 km
1. O mapa da Grécia Antiga revela a sua divisão geográfica em três grandes áreas…
(A) Peloponeso, Tessália e Ásia Menor.
(B) Macedónia, Ática e Ásia Menor.
(C) Grécia continental, Grécia insular e cidades na Ásia Menor.
(D) Ilhas de Delos, Macedónia e Peloponeso.
2. O documento 1 permite concluir que o território grego não era unificado, mas sim dividido…
(A) em territórios autónomos, mas dependentes de uma grande cidade-estado.
(B) em territórios autónomos e independentes que formavam uma cidade-estado.
(C) em territórios autónomos e independentes a que correspondiam várias cidades-estado.
(D) em territórios sem autonomia a que correspondiam várias cidades-estado.
3. O documento 1 revela que a Grécia era constituída por cidades-estado, das quais se
destacavam…
(A) Atenas e Esparta, que rivalizavam entre si pela supremacia.
(B) Atenas e Macedónia, que rivalizavam entre si pela supremacia.
(C) Esparta e Corinto, que rivalizavam entre si pela supremacia.
(D) Atenas e Esparta, que se aliaram para formar a Liga de Delos.
4. O documento 2 permite destacar os principais locais da vida política, religiosa e cívica, que eram…
(A) o coliseu, a praça e o Pireu.
(B) a acrópole, a ágora e a Pnix.
24
1 | O MODELO ATENIENSE
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
APLICAR CONHECIMENTOS
(C) a acrópole, o fórum e o palácio.
(D) o teatro, a ágora e o areópago.
5. A presença de templos e locais de culto em honra de vários deuses, em Atenas, revela que a
religião era…
(A) monoteísta e o culto era oficial.
(B) animista e baseada na adivinhação.
(C) politeísta e o culto era privado e doméstico.
(D) politeísta e o culto tinha uma importância cívica.
TESTE DE AVALIAÇÃO 1
AVALIAR
1. Péricles, quando afirma, no seu discurso, “A nossa constituição política nada tem a invejar às
leis que governam os nossos vizinhos”, estava a referir-se ao regime político vigente em Atenas,
denominado…
(A) tirania. (B) democracia. (C) monarquia. (D) aristocracia.
2. Nomeie a remuneração criada por Péricles para que “Os mesmos homens [pobres possam]
entregar-se aos […] negócios […] do Estado” (Doc. 1).
4. Associe cada um dos elementos relacionados com o regime político ateniense no século V a.C.,
presentes na coluna A, à designação correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(a) Designa o direito de igualdade do cidadão ateniense perante a lei. (1) Isocracia
(b) Em Atenas considerava-se “inútil […] o homem que […] não participa [nos (2) Péricles
assuntos da política]” o que era uma das originalidades do exercício do poder. (3) Isonomia
(c) “[…] no tocante à participação na vida pública, cada um é considerado na (4) Tirania
razão do seu mérito e a classe a que pertence importa menos que o seu valor
(5) Democracia direta
pessoal […].”
38
1 | O MODELO ATENIENSE
TESTE DE AVALIAÇÃO 1
AVALIAR
GRUPO III – OS DIREITOS DOS CIDADÃOS E O EXERCÍCIO DE PODERES EM ATENAS
DOC. 1 O elogio da democracia DOC. 2 As qualidades de um cidadão
1. Associe cada um dos elementos relacionados com o exercício do poder em Atenas, presentes
na coluna A, à designação correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(a) Nome da principal assembleia do povo (em grego: demos) composta por todos (1) Eclésia
os cidadãos atenienses, os quais exerciam diretamente a democracia. (2) Bulé
(b) Designa o tribunal cujos juízes eram tirados à sorte de entre todos os (3) Estratega
cidadãos.
(4) Helieu
(c) Designação da assembleia composta por 500 cidadãos nomeados, e onde
(5) Pritania
eram preparados os assuntos a submeter à aprovação da assembleia popular.
39
1 | RAÍZES MEDITERRÂNICAS DA CIVILIZAÇÃO EUROPEIA – CIDADE, CIDADANIA E IMPÉRIO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA
CRITÉRIOS DE CORREÇÃO
AVALIAR
TESTE DE AVALIAÇÃO 1
GRUPO III – A DEMOCRACIA ANTIGA: OS DIREITOS DOS CIDADÃOS E O EXERCÍCIO DE PODERES EM ATENAS
1. (a) ➝ 1; (b) ➝ 4; (c) ➝ 2
2. Tópicos de resposta:
– no século V a. C., os cidadãos, homens livres nascidos em Atenas, eram iguais entre si: “tal espécie de democracia confirma
a igualdade: nem a classe dos ricos nem a dos pobres é superior uma à outra […] mas ambas são semelhantes” (Doc. 1);
– cabe aos cidadãos decidir por maioria «[…] é o povo que forma a grande massa dos cidadãos, e […] a decisão da maioria é
suprema […]» (Doc. 1);
– o cidadão tinha o direito e a liberdade de apresentar propostas de acordo com a lei (ou a apresentação de uma proposta
contra a lei implicava a censura): “Não te envergonhas de intentar uma ação, movida pela inveja, e não pelo zelo da justiça;
nem de viciar a letra de umas leis, de truncar o texto de outras” (Doc. 2);
– o cidadão não devia apresentar propostas contrárias à lei (ou o desrespeito pelas instituições e seu funcionamento podia
significar a condenação na Assembleia ou em público) ou a condenação ao ostracismo ou ao exílio da cidade por um período
de 10 anos: “Como ousas, pois, mentir, abjeto acusador? Porque inventas o que te apraz? […] era teu dever citá-las [as leis]
como verdades […]” (Doc. 2);
– os cidadãos tinham o direito de exercer os cargos de acordo com as leis e com as regras da democracia: “[…] no exercício
de suas magistraturas se empenhe por conservar a república na sua preeminência e majestade.” (Doc. 2);
– os cidadãos deviam servir a cidade “em todas as ocasiões, e em todos os seus atos guarde sempre lealdade e amor à pátria”
(Doc. 2);
– o cidadão deve defender os interesses da pólis de acordo com a lei: “A primeira” qualidade é que “no exercício de suas ma-
gistraturas se empenhe por conservar a república na sua preeminência e majestade” (Doc. 2).
3. Afirmações:
– “Ora a lei de tal espécie de democracia confirma a igualdade […]”;
– “[…] nem a classe dos ricos nem a dos pobres é superior uma à outra, nem qualquer delas tem domínio sobre a outra, mas
ambas são semelhantes.";
– “Ora a lei de tal espécie de democracia confirma a igualdade […] nem a classe dos ricos nem a dos pobres é superior uma
à outra, nem qualquer delas tem domínio sobre a outra, mas ambas são semelhantes.”
42
1 | O MODELO ATENIENSE
CRITÉRIOS DE CORREÇÃO
AVALIAR
4. Tópicos de resposta:
As características do exercício do poder pelos cidadãos nas instituições democráticas:
– a pólis ateniense tinha uma organização política própria, assente no governo exercido pelos cidadãos;
– os cidadãos governavam a cidade em igualdade e de acordo com as suas leis: “A primeira espécie de democracia é que se
determina sobretudo em função da igualdade. Ora a lei de tal espécie de democracia confirma a igualdade […]” (Doc. 1);
– os cidadãos exerciam o poder na Eclésia, num regime designado por democracia: “o que acabámos de expor identifica-se
necessariamente com uma democracia.” (Doc. 1);
– o exercício do poder assentava no princípio da maioria (ou a aprovação das propostas e das leis era feita com base na maio-
ria) “a decisão da maioria é suprema” (Doc. 1);
– a principal assembleia era a Eclésia, composta por cerca de 40 000 cidadãos (ou Atenas era uma democracia direta), “estes
dois princípios [liberdade e igualdade] serão mais poderosos quando todos os cidadãos, sem exceção, se encontrarem con-
gregados na vida da cidade, na maior medida possível” (Doc. 1) (ou a Eclésia tinha o poder de decidir a guerra e a paz ou o
poder legislativo ou poder judicial ou poder de ostracizar um cidadão);
– cada cidadão podia tomar a palavra (ou tinha o direito de isegoria) para defender uma proposta, desde que respeitasse as
leis da cidade: “[…] no exercício de suas magistraturas se empenhe por conservar a república na sua preeminência e majes-
tade […] em todas as ocasiões, e em todos os seus atos guarde sempre lealdade e amor à pátria” (Doc. 2);
– os cidadãos não podiam defender propostas ilegais, pois podiam ser condenados ao ostracismo: “Como ousas, pois, mentir,
abjeto acusador? Porque inventas o que te apraz? Não te envergonhas de intentar uma ação movida pela inveja, e não pelo
zelo da justiça; nem de viciar a letra de umas leis, de truncar o texto de outras” (Doc. 2) ou “era teu dever citá-las como ver-
dades, na presença de juízes, que juraram sentenciar segundo as leis?” (Doc. 2);
– assegurava o exercício do poder pelos cidadãos e preparava as propostas a apresentar à Eclésia, ou o cargo de buleuta era
exercida por cidadãos sorteados;
– os cargos eram exercidos por eleição, de forma rotativa e temporária.
As restrições dos habitantes de Atenas na participação democrática:
– não havia plena igualdade entre os cidadãos, porque os estrategos eram escolhidos entre os cidadãos mais ricos;
– muitas decisões eram tomadas por demagogos que falavam para convencer o povo, e depois usavam o apoio para servirem
os interesses pessoais: “E depois de tudo isto enumeras os predicados que devem adornar o perfeito democrata! […]. Como
se por suas palavras, e não por seus feitos e pela sua política, se pudessem avaliar os verdadeiros democratas!” (Doc. 2);
– era difícil conciliar a atividade económica com a participação nos assuntos políticos, apesar do pagamento da mistoforia que
compensava a perda do dia de trabalho ou apenas um número limitado dos habitantes da cidade-estado tinha acesso ao
exercício do poder (ou a maior parte dos habitantes de Atenas não tinha direitos): era o caso das mulheres (Doc. 3), dos
metecos e dos escravos;
– outra restrição era relativa às mulheres, que estavam confinadas aos trabalhos domésticos (Doc. 3) ou permaneciam em casa
no gineceu, cuidando dos filhos e das tarefas domésticas (Doc. 3) e não tinham direitos políticos;
– os estrangeiros, mesmo os que tinham nascido em Atenas, mas não eram filhos de pai e mãe atenienses, não tinham direitos
políticos (ou não podiam exercer cargos políticos ou era-lhes vedada a posse de propriedades);
– os escravos não tinham quaisquer direitos nem liberdade;
– a democracia ateniense não assegurava a igualdade e a liberdade efetiva dos habitantes de Atenas ou apenas uma pequena
parte da população tinha acesso aos direitos.
43
CRITÉRIOS DE CORREÇÃO
248
HISTÓRIA A 10
CRITÉRIOS DE CORREÇÃO
5. Tópicos de resposta: eleitos pelo povo e que deveriam garantir a liber-
– os homens que atingissem os 18 anos, filhos de dade, o respeito pelas leis, o cumprimento dos
pai e mãe atenienses: “aqueles cujos pais forem deveres cívicos, de modo a não “confundir a de-
ambos cidadãos; o seu recenseamento nos de- mocracia com a liberdade excessiva, a liberdade
mos é feito quando atingem os dezoito anos.”; com a renúncia das leis, a igualdade com a im-
prudência, nem a colocar a felicidade como au-
– os jovens que tivessem feito a preparação militar
sência de obrigações” (Doc. 1);
de modo a participarem na defesa da cidade
como hoplitas: “A assembleia escolhe também – a democracia ateniense assentava na igualdade
para eles, de mão erguida, dois pedótribas e os dos cidadãos não consoante a riqueza, mas de
instrutores, que lhes ensinarão a combater como acordo com o mérito de cada um: “não confun-
hoplitas, a usar o arco, a lançar e disparar a cata- diam a igualdade que concede todos os benefí-
pulta.” ou “os jovens fazem uma demonstração de cios com a que trata cada um segundo o seu
manobras militares, diante do povo; e depois de mérito” (Doc. 1);
receberem do Estado um escudo e uma lança”; – o poder era concedido pelo povo aos magistrados
– os jovens (efebos), depois de cumprido o ser- e outros órgãos de poder, através do voto: “Cabe
viço militar durante dois anos, podiam partici- ao povo escolher os magistrados” (Doc. 1);
par como cidadãos de pleno direito: “Passados – o povo participava na aplicação da justiça nos
estes dois anos, o seu lugar é já com os restan- tribunais para os quais eram eleitos ou sortea-
tes cidadãos.” dos, de modo a “punir os culpados, resolver dis-
putas” (Doc. 1);
6. Afirmações:
– os cidadãos tinham como dever participar na
– “A assembleia escolhe também para eles, de mão
vida da cidade e na sua governação, no caso de
erguida, (…) e os instrutores, que lhes ensinarão a
terem bens para se dedicarem à política: “é dever
combater como hoplitas, a usar o arco, a lançar e
dos que não precisam de trabalhar para ganhar a
disparar a catapulta.”;
vida, mas que têm rendimentos suficientes para
ou servir o Estado e administrar os bens comuns.”
– “os jovens fazem uma demonstração de mano- (Doc. 1);
bras militares, diante do povo; e depois de rece- – a riqueza ou pobreza não eram razão para não
berem do Estado um escudo e uma lança.” desempenhar os deveres cívicos pois todos ti-
nham direitos iguais: “Nenhum privilégio se con-
FICHA 4 – A DEMOCRACIA ANTIGA: OS DIREITOS DOS cede ao rico, porque o pobre e o rico têm direitos
CIDADÃOS E O EXERCÍCIO DO PODER – PP. 28 E 29 iguais” (Doc. 2), e, caso não tivessem bens, foi
instituída uma remuneração para que, mesmo os
1. Tópicos de correção: pobres, pudessem fazê-lo;
Cidadãos. – foram criados mecanismos para obrigar os ma-
2. Afirmações: gistrados e os que exerciam cargos a prestarem
– “O que mais contribuiu para garantir a prosperi- contas e, caso não cumprissem adequadamente
dade do Estado é que não confundiam a igual- as sua funções, seriam condenados: “Se se mos-
dade que concede todos os benefícios com a que tram juízes honestos têm o direito a louvores,
trata cada um segundo o seu mérito.” (Doc. 1); única recompensa da virtude; mas se forem de-
ou sonestos, não merecem clemência e devem ser
punidos com a maior severidade.” (Doc. 1);
– “Nenhum privilégio se concede ao rico, porque o
– todos os cidadãos podiam contribuir para o go-
pobre e o rico têm direitos iguais […]” (Doc. 2).
verno da cidade e para exercer em liberdade o
3. Tópicos de correção: direito de falar, para defender ou apresentar pro-
(A) postas, de acordo com a lei ou exercer o direito
4. Tópicos de resposta: de isegoria: “Quanto à liberdade ela encontra-se
– o governo da cidade-estado era assegurado por nestas palavras ‘Quem quer, quem pode dar um
“homens que estavam à cabeça do Estado” (Doc. 1) conselho sábio à sua pátria?’” (Doc. 2);
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