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10.

º ANO
ENSINO SECUNDÁRIO

ALEXANDRA FORTES

A A FÁTIMA FREITAS GOMES

RI
JOSÉ FORTES

T Ó
HIS
ÍNDICE

DOMÍNIO 1 – RAÍZES MEDITERRÂNICAS DA DOMÍNIO 2 – DINAMISMO CIVILIZACIONAL DA


CIVILIZAÇÃO EUROPEIA – CIDADE, CIDADANIA EUROPA OCIDENTAL NOS SÉCULOS XIII A XIV –
E IMPÉRIO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA ESPAÇOS, PODERES E VIVÊNCIAS

O MODELO O ESPAÇO
1 ATENIENSE 1 PORTUGUÊS

1.1. A democracia antiga 9 1.1. 


O espaço português – a afirmação de um reino
1.1.1. A cidade-estado: características e composição 9 cristão ibérico 98
1.1.2. A democracia e o exercício da cidadania 10 1.1.1. O Cristianismo: matriz identitária europeia 98
1.1.3. Os direitos dos cidadãos 11 1.1.2. A realidade política medieval 100
1.1.4. Restrições na participação democrática 12 1.1.3. 
As origens de Portugal – do processo de autonomia
do condado ao reino de Portugal 101
1.1.5. O exercício dos poderes pelos cidadãos 12
1.1.4. A criação do reino de Portugal 103
1.2. Uma cultura aberta à cidade 13
1.2. 
A fixação do território: do termo da reconquista ao
1.2.1. As grandes manifestações cívico-religiosas 13
estabelecimento e fortalecimento de fronteiras 104
1.2.2. A educação para o exercício público do poder 15
1.3. O país urbano e concelhio 105
1.2.3. A arquitetura e a escultura, expressão do culto
1.3.1. A multiplicidade de vilas e cidades concelhias 105
público e da procura da harmonia 16
1.3.2. O espaço concelhio e os seus símbolos 106
1.3. 
O contributo dos Gregos para a civilização ocidental 18
1.3.3. O exercício comunitário dos poderes concelhios 106
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 22 1.3.4. O rei e o poder concelhio 107
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 24 1.3.5. A estrutura social nos concelhos 108
TESTE DE AVALIAÇÃO 1 37 1.3.6. 
A organização do território e do espaço citadino
concelhio 108
1.4. País rural e senhorial 110
1.4.1. 
O exercício do poder senhorial: privilégios e
imunidades 110
O MODELO
2
1.4.2. A exploração económica do senhorio 112
ROMANO 1.4.3. A
 situação social e económica das comunidades
rurais dependentes 113
1.5. 
O poder régio, fator estruturante da coesão interna
do reino 114
2.1. Roma, cidade ordenadora de um Império urbano 45 1.5.1. 
A centralização do poder do rei: a justiça, a fiscalidade
2.1.1. A ascensão de Octávio, primeiro Imperador romano 46 e a defesa 114
2.1.2. A unidade do mundo imperial 48 1.5.2. A
 reestruturação da administração central – o reforço
2.1.3. O culto a Roma e ao Imperador 48 dos poderes da chancelaria e a institucionalização
das Cortes 116
2.1.4. A codificação do direito 49
1.5.3. 
A reestruturação da administração local: o combate
2.1.5. A progressiva extensão da cidadania 50 à expansão senhorial e a promoção política das
2.2. Afirmação de uma cultura urbana pragmática 52 elites urbanas 117
2.2.1. A padronização do urbanismo 52 1.6. A afirmação de Portugal no quadro político ibérico 117
2.2.2. A fixação de modelos arquitetónicos e escultóricos 55
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 123
2.2.3. A apologia do Império na épica e na historiografia 58
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 126
2.2.4. A formação de uma rede escolar organizada 58
2.3. 
A romanização da Península Ibérica, um exemplo de TESTE DE AVALIAÇÃO 3 142
integração de uma região periférica no universo imperial 59 TESTE DE AVALIAÇÃO 4 146

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 67
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 71
TESTE DE AVALIAÇÃO 2 87

ISBN 978 - 9 8 9 -76 7- 471- 6


2
ÍNDICE
DOMÍNIO 3 – A ABERTURA EUROPEIA AO MUNDO –
MUTAÇÕES NOS CONHECIMENTOS, SENSIBILIDADE
E VALORES NOS SÉCULOS XV E XVI
2.3. A reinvenção das formas artísticas 185
O ALARGAMENTO DO
1
2.3.1. Imitação e superação dos modelos da Antiguidade
CONHECIMENTO DO Clássica 185
2.3.2. A superação dos modelos da Antiguidade 187
MUNDO 2.4. A centralidade do observador na arquitetura e na
pintura 188
1.1. O contributo português 155 2.4.1. A perspetiva matemática 188
1.1.1. 
O papel dos Portugueses na abertura europeia 2.4.2. A expressão naturalista na pintura 190
ao mundo 155 2.4.3. O naturalismo na escultura 191
1.2.  Principais etapas e áreas da Expansão portuguesa 157 2.5. 
A arte em Portugal: o gótico-manuelino e a afirmação
das novas tendências renascentistas 192
1.3. 
Inovação técnica: os principais contributos dos
Portugueses 158 2.5.1. O manuelino 192
2.5.2. A afirmação das novas tendências renascentistas 194
1.3.1. Instrumentos de navegação 158
1.3.2. Novas técnicas de navegar: a orientação pelos astros 159 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 198
1.3.3. As cartas de marear ou cartas náuticas 159 EXERCÍCIOS PROPOSTOS 201
1.3.4. A caravela e o leme de cadaste 161
1.3.5. Novas técnicas de navegar: a volta da Mina 161
1.4. Os contributos da observação e da descrição da
natureza 161
A RENOVAÇÃO
3
1.5. 
A matematização do real; a revolução das conceções
cosmológicas 163 ESPIRITUAL E
1.6. 
O contributo dos Portugueses para a primeira
globalização 163
RELIGIOSA
1.6.1. 
O impacto dos Descobrimentos no encontro de 3.1. A Reforma protestante 209
culturas 165
3.1.1. Individualismo religioso e críticas à Igreja Católica 209
1.7.  A prosperidade das potências imperiais e o tráfico de
3.1.2. As indulgências e a rutura teológica 211
seres humanos: a escravização 166
3.1.3. As Igrejas reformadas 212
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 170 3.2. Contrarreforma e Reforma católica 215
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 172 3.2.1. Reafirmação do dogma e do culto tradicional 215
3.2.2. A reforma disciplinar e o combate ideológico 216
3.2.3. Manifestações de antagonismo religioso 218
3.2.4. O impacto da Reforma católica na sociedade
portuguesa 218

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 222


A REINVENÇÃO DAS
2
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 226
FORMAS ARTÍSTICAS TESTE DE AVALIAÇÃO 5 232
TESTE DE AVALIAÇÃO 6 238

2.1. A produção cultural 179 Critérios de Correção dos Exercícios Propostos 247
2.1.1. Distinção social e mecenato: as elites cortesãs e
burguesas 179
2.2. Os caminhos abertos pelos humanistas 181
2.2.1. A afirmação das línguas nacionais 182
2.2.2. 
Individualismo, espírito crítico e utopia 183
2.2.3. A racionalidade do urbanismo 184

3
1
DOMÍNIO 1 – RAÍZES MEDITERRÂNICAS DA CIVILIZAÇÃO EUROPEIA –
CIDADE, CIDADANIA E IMPÉRIO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA

O MODELO
ATENIENSE
CRONOLOGIA
594 a.C. 508 a.C. 461 a.C. 450 a.C.
Leis de Sólon retiram poder à Reformas de Clístenes, em Atenas, Início da influência política Tratado das proporções
APRENDER O ESSENCIAL

aristocracia. iniciam processo que conduz à de Péricles. do corpo humano, de


Criação da Eclésia (Assembleia). democracia. Policleto (cânone).

Entre os séculos V e IV a.C., a Grécia Antiga afirmou-se no espaço do Mediterrâneo devido ao seu
desenvolvimento político, económico e cultural. Atenas foi a cidade-estado que definiu o modelo polí-
tico-cultural que influenciou tanto a Antiguidade Clássica como a civilização europeia ocidental.
Foi na Grécia Antiga que nasceram algumas das mais importantes realizações humanas que
ainda hoje fazem parte do nosso quotidiano: a política, a democracia, o exercício da cidadania, a
filosofia, a ideia de justiça, os princípios morais, a valorização do Homem, o gosto pelo belo, a arte
de bem falar e a matemática…

FIGURAS DA HISTÓRIA
Péricles Sócrates
(c. 495 a.C.-429 a.C.) Foi um (469 a.C.-399 a.C.) Foi um filósofo
estratego e político ateniense grego que, através dos seus diálogos
cujo governo correspondeu a e do método socrático, procurava
um período de prosperidade chegar à verdade. Apesar de não ter
económica e cultural. A sua deixado nada escrito, os seus
ação ficou associada ao de- ensinamentos prevaleceram graças
senvolvimento da democracia ao seu discípulo Platão. Foi
e à reconstrução da acrópole condenado à morte depois de ter sido
de Atenas. acusado de corromper a juventude.

CONCEITOS* VOCABULÁRIO ESPECÍFICO*


• Cidadão • Acrópole • Dionisíacas • Magistrado • Poder legislativo
• Ágora • Eclésia • Meteco • Poemas homéricos
• Arconte • Efebo • Mistoforia • Pólis
• Areópago • Escravo • Ofícios • Politeísmo
• Ática • Estratego • Oratória • Pritane
• Autarcia • Ginásio • Ordem arquitetónica • Pritania
• Bulé • Gineceu • Ostracismo • Retórica
• Buleutas • Helieu • Panateneias • Separação de
• Cânone • Humanista • Pedagogo poderes
• Cidade-estado • Isegoria • Peplo • Sofistas
• Comédia • Isocracia • Persas • Stoa
• Contraposto • Isonomia • Pnix • Tragédia
*C
 onsulte o • Democracia antiga • Jogos • Poder executivo
glossário • Demos • Legado • Poder judicial
8
1 | O MODELO ATENIENSE

APRENDER O ESSENCIAL
447 a.C. 443-429 a.C. 429 a.C. 431-404 a.C. 399 a.C.
Início da construção Apogeu de Atenas com Péricles. Morte de Péricles. Guerras do Peloponeso Morte de Sócrates.
do Partenon. Aperfeiçoamento da democracia. entre Atenas e Esparta.

A prendizagem
Essencial
Demonstrar que a pólis 1.1. A democracia antiga
ateniense se constituiu
como centro autónomo.
1.1.1. A cidade-estado: características e composição
A Grécia Antiga não era um Estado unificado. Estava dividida em cidades-
-estado* (pólis, em grego), que eram independentes e se governavam a si pró-
Leia o documento 2 prias, garantindo a autarcia*, isto é, a autossuficiência. A pólis*, para garantir a
e o exercíco resolvido da
página 22. autossuficiência, necessitava de vários elementos: o território, recursos e ri-
queza, ofícios*, armas para a sua defesa e culto.

TRÁCIA
Recorde que…
A Grécia Antiga abrangia MACEDÓNIA
várias regiões geográficas:
a Península Balcânica (a ILÍRIA CALCÍDIA
Grécia continental e
penínsular), as ilhas nos Troia
mares Egeu e Jónico (a Corfu
Grécia insular) e territórios TESSÁLIA M
EPIRO a Lesbos
r
no litoral da Ásia Menor E Pérgamo
(a Grécia oriental). Com ETÓLIA g
e Mitilene ÁSIA
uma costa irregular e uma Ítaca EUBEIA u
Foceia MENOR
geografia que oscilava Delfos
Tebas Erétria Quios
entre a montanha e a
M a r

planície, os seus recursos ÁTICA


naturais eram escassos e o PELOPONESO Corinto Atenas Éfeso
Micenas Samos
J ó

solo era pobre. Nas Olímpia


planícies cultivava-se o Argos Mileto
n i

trigo, a cevada, a vinha e a Delos


c o

oliveira. No subsolo havia Esparta


ferro, cobre e mármores. Cíclades
O relevo acentuado, as
dificuldades de Rodes
comunicação, a escassez Grécia continental
de solo e a rivalidade entre Grécia oriental
as cidades-estado
favoreceram a divisão do Grécia peninsular
Grécia insular CRETA
território em comunidades Cnossos
independentes que Pólis gregas o
n e
procuraram formas de Limites da Grécia Antiga M a r M e d i t e
r r â 0 100 km
autossustento e de
autogoverno (pólis).
A Grécia Antiga.
9
1 | RAÍZES MEDITERRÂNICAS DA CIVILIZAÇÃO EUROPEIA – CIDADE, CIDADANIA E IMPÉRIO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA
APRENDER O ESSENCIAL

1.3. O contributo dos Gregos para a civilização ocidental


O legado* grego é de grande relevância, para a civilização ocidental. A prendizagem
Essencial
O contributo da Grécia Antiga está presente na nossa vida: nos cálculos que
Qual a relevância do
fazemos na matemática e na geometria; no modo como pensamos o Homem e legado cultural grego para
o mundo, através da filosofia e da educação; nos ideais que continuam presen- a civilização ocidental.

tes nos Jogos Olímpicos da era moderna; nos monumentos que fazem parte
do património da humanidade; no modo como vivemos e pensamos; no sis-
tema político democrático.
Atente nos exemplos do quadro seguinte.

HERANÇA GREGA NA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL


Áreas
Principais contributos
desenvolvidas
Política Atenas elaborou a primeira Constituição, onde estabeleceu os princípios da governação que
constituem a base da democracia moderna: forma de governo exercida pelo povo (atualmente
representativa), direito de votar, defesa da liberdade e igualdade de direitos.
Astronomia Os Gregos foram os primeiros a levantar a hipótese de que a Terra girava em torno do Sol.
Calcularam as dimensões da Terra, do Sol e da Lua e descreveram os seus movimentos.
Medicina Contribuíram para a compreensão do funcionamento do organismo humano e da origem de
algumas doenças. Estas deixaram de estar associadas a fenómenos sobrenaturais e
supersticiosos e passaram a ser encaradas de forma racional.
História Os Gregos foram os primeiros a criar a noção de História como forma de conhecimento e
reflexão do passado, através de um trabalho de pesquisa.
Matemática e Os cálculos, as fórmulas e os teoremas gregos continuam a ser usados como parte integrante
Geometria da matemática e da geometria: cálculo das áreas das formas geométricas, valor de 𝜋 (3,14…).
Arquitetura Valorização do equilíbrio e da proporção e criação das três ordens arquitetónicas.
Desporto Valorização do desporto na formação dos jovens. Os Jogos Olímpicos constituem uma
demonstração do saudável espírito de competição entre os indivíduos.
Língua Prevalecem vocábulos, sufixos e prefixos de origem grega.
Arte Valorização do Homem, da beleza física, da simplicidade e da graciosidade.
Teatro Criação do teatro: tragédias e comédias. As salas de espetáculo refletem a influência grega.
A arte da representação e a elaboração de enredos continuam a fazer parte do nosso dia a dia.
Literatura Obras como a Ilíada e a Odisseia influenciaram a literatura ocidental ao longo dos séculos
(exemplos: Camões, Os Lusíadas; James Joyce, Ulisses).
Mitologia As referências da mitologia grega continuam a ser usadas em expressões como: “carregar o
mundo”; “musa inspiradora”; em filmes, como Hercules, da Disney; em videojogos, como God
of War.
Ciência Os Gregos contribuíram para o desenvolvimento do método científico e da botânica, biologia, e
zoologia.
Filosofia Defendeu princípios como a justiça, a verdade e a beleza. Valorização da reflexão crítica, da
argumentação e da lógica.
Educação Estabeleceu a educação em etapas e entendeu-a como condição essencial para o exercício da
cidadania.

18
1 | O MODELO ATENIENSE

SÍNTESE ESQUEMÁTICA

SÍNTESE ESQUEMÁTICA
Características A cidade-estado de Atenas dispunha de
CARACTERÍSTICAS DA CIDADE-ESTADO

geográficas da Divisão do território duas zonas:


Grécia Antiga em comunidades • Acrópole: zona alta; caráter defensivo
• Relevo acentuado. independentes, e função religiosa.
designadas • Ágora: zona baixa; função económica
• Dificuldades de cidades-estado
comunicação. (onde se localiza o mercado); função
ou PÓLIS política (onde se situam os órgãos de
• Escassez de solo. governo); era a praça pública.

• Procuravam a autarcia (autossuficiência).


• Eram politicamente independentes.
• Dispunham de formas próprias de governo.
• Destacou-se a pólis de Atenas.

Regime político ateniense no século V a.C. No domínio da cultura:


DEMOCRACIA A cultura estava ligada à cidade e aos
cidadãos; havia um sentimento de união
com base numa cultura comum.
Poder exercido diretamente pelos cidadãos: Eram várias as festividades cívico­
• homens livres; filhos de pai e mãe atenienses; com ‑religiosas em honra dos vários deuses,
serviço militar cumprido; maiores de 18 anos; comuns a todos os Gregos:
• considerados iguais entre si, gozavam de • Grandes Panateneias – em honra da
direitos: isonomia; isocracia; isegoria; deusa Atena.
participação no culto público. • Grandes Dionisíacas – em honra do
CARACTERÍSTICAS DA DEMOCRACIA ANTIGA

deus Dionísio.
CARACTERÍSTICAS DA CULTURA E DA ARTE

• Jogos: Ístmicos, em honra de


Meios para evitar o abuso de poder: Poseidon; Nemeus, em honra de
• rotatividade e caráter temporário dos cargos; Hércules e de Zeus; Píticos, em honra
• ostracismo (depois substituído pela graphé de Apolo; Olímpicos, em honra de
paronomon); Zeus.
• prestação de contas no final do exercício dos
cargos.

A arte foi colocada ao serviço da


Funcionamento do regime político: pólis, da vida pública e do cidadão.
Assegurado por diversos órgãos que partilham As várias expressões artísticas
competências entre si: procuraram alcançar a harmonia, a
• A ssembleia ou Eclésia (base da democracia, proporção e a perfeição.
onde participavam todos os cidadãos); • Arquitetura: baseada no sistema
• Conselho dos 500 ou Bulé (controlava as trilítico; caracterizada pela
finanças e a organização militar); horizontalidade e pelo uso de ordens
arquitetónicas (dórica, jónica e coríntia).
• Magistraturas (arcontes e estrategos);
• Escultura: glorifica deuses, atletas e
• Tribunais (Areópago e Helieu).
heróis; assume dimensão humana e
apresenta proporcionalidade com base
Restrições na participação: no cânone de Policleto; revela
conhecimento anatómico rigoroso;
• Exclusão do exercício do poder e da cidadania por expressa naturalidade e movimento
parte dos metecos, das mulheres e dos escravos, com a adoção do contraposto.
os quais não eram considerados cidadãos.

19
1 | RAÍZES MEDITERRÂNICAS DA CIVILIZAÇÃO EUROPEIA – CIDADE, CIDADANIA E IMPÉRIO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA

GLOSSÁRIO DE CONCEITOS E VOCABULÁRIO ESPECÍFICO


GLOSSÁRIO

Acrópole – zona alta da cidade, com muralhas e onde se Escravo – aquele que não tinha liberdade nem direitos,
situam os templos. sendo considerado uma mercadoria.
Ágora – zona baixa da cidade, onde se situa o mercado, Estratego – magistrado eleito; detinha poderes militares
os edifícios destinados à administração e a praça e controlava a política externa.
pública. Ginásio – local onde os jovens faziam parte da sua
Arconte – magistrado escolhido por sorteio que formação.
desempenhava funções ou cargo de juiz no Areópago. Gineceu – local da casa destinado às mulheres.
Areópago – tribunal onde o cargo de juiz era Helieu – tribunal composto por 6000 juízes, escolhidos
desempenhado vitaliciamente por arcontes; julgava por sorteio.
casos de incêndio, envenenamento e tentativas de
assassinato. Humanista – diz-se da educação ou da cultura centrada
no Homem e nas suas realizações.
Ática – região do sul da Península Balcânica onde se
situava Atenas. Isegoria – igualdade no direito do uso da palavra pelos
cidadãos atenienses, na Eclésia.
Autarcia – o mesmo que autossuficiência; era uma das
características da cidade-estado. Isocracia – igualdade de acesso dos cidadãos aos cargos
públicos.
Bulé – também designado Conselho dos 500, era uma
assembleia constituída por 500 cidadãos escolhidos à Isonomia – direito de que dispunham todos os cidadãos
sorte; guardava o selo do Estado, as chaves dos atenienses, considerados iguais entre si.
templos, controlava as finanças, executava as decisões Jogos – festividades realizadas em honra de um deus e
da Eclésia e controlava a ação dos arcontes e dos marcadas por competições físicas.
estrategos. Legado – o que é transmitido a outrem ou deixado em
Buleuta – cargo desempenhado por um ano, no Conselho herança.
dos 500. Magistrado – arcontes ou estrategos, sorteados ou
Cânone – norma, preceito ou regra utilizada como eleitos. Os arcontes desempenhavam funções
exemplar em determinada altura ou local. religiosas e judiciais; os estrategos controlavam os
Cidadão – homem livre, nascido em Atenas, detentor de assuntos militares e a política externa.
direitos políticos. Meteco – residente estrangeiro em Atenas que, apesar de
Cidade-estado – o mesmo que pólis. pagar impostos e de cumprir serviço militar, não
dispunham de direitos políticos.
Comédia – género teatral, associado às Grandes
Dionisíacas, era uma crítica destinado a suscitar o riso. Mistoforia – remuneração paga aos cidadãos atenienses
por participarem nos cargos públicos.
Contraposto – é uma forma de representação da figura
humana, utilizada na escultura, que procura a Ofícios – trabalho remunerado do qual se obtém a
naturalidade. subsistência.
Democracia antiga – tipo de democracia caracterizado Oratória – arte de falar em público, de acordo com um
pela participação direta dos cidadãos atenienses no conjunto de regras.
governo da sua cidade-estado. Ordem arquitetónica – normas de composição e
Demos – subdivisão administrativa e geográfica na Ática, elementos padronizados usados na arquitetura clássica
na qual estavam registados os cidadãos e que se que dão aos edifícios uma linguagem decorativa
assumiu como a base do regime democrático própria, unidade, harmonia e proporção.
ateniense. Ostracismo – mecanismo de proteção da democracia e
Dionisíacas – festividades pan-helénicas que se do funcionamento das instituições, criado por
realizavam em honra de Dionísio. Clístenes, que impunha o exílio por um período de
10 anos.
Eclésia – criada por Sólon, era uma assembleia onde
participavam todos os cidadãos e que detinha poderes Panateneias – festividade cívico-religiosa, realizada em
relativos à política externa e interna da cidade-estado. Atenas.
Efebo – jovem ateniense entre os 18 e os 20 anos, a Pedagogo – orientava a educação de um jovem; muitas
cumprir serviço militar. vezes, este precetor era um escravo que possuía
instrução.
20
1 | O MODELO ATENIENSE

GLOSSÁRIO DE CONCEITOS E VOCABULÁRIO ESPECÍFICO

GLOSSÁRIO
Peplo – manto oferecido, durante as Panateneias, à
deusa Atena.
Persas – povo que habitava a região da Mesopotâmia e
que alargou o seu território, construindo um Império
que abrangia uma parte do Médio Oriente e da Ásia
Menor.
Pnix – colina onde se reunia a Eclésia.
Poder executivo – poder de governar e administrar o
interesse público, de acordo com o cumprimento das
leis.
Poder judicial – poder de julgar aqueles que não
cumprem as leis.
Poder legislativo – poder de elaborar as leis que regulam
o funcionamento do Estado.
Poemas homéricos – atribuídos a Homero, são poemas
épicos, como a Ilíada e a Odisseia, utilizados na
educação, pelo facto de apresentarem modelos de
virtuosismo (prudência, coragem, astúcia) e de
heroísmo que deviam ser seguidos.
Pólis – designa a cidade-estado grega, uma comunidade
politicamente organizada, autossuficiente, formada
pelos cidadãos, considerados livres e iguais.
Politeísmo – crença em mais do que uma divindade,
cada uma considerada com uma vontade e
personalidade próprias.
Prítane – escolhido por sorteio, de entre os membros do
Conselho dos 500, detinha funções administrativas e
religiosas.
Pritania – presidência rotativa da Bulé com a duração
aproximada de um mês.
Retórica – arte de bem falar que permite comunicar com
eficácia e convencer uma audiência.
Separação de poderes – distinção dos poderes
legislativo, executivo e judicial, que atuam de forma
separada e independente, impedindo a concentração
de poderes numa só pessoa.
Sofistas – pensadores (ou filósofos) que viajavam de
cidade em cidade onde, a troco de dinheiro, ensinavam
aos jovens a virtude, a retórica e a oratória,
tornando-os mais sábios e virtuosos.
Stoa – corredor coberto, ladeado por colunas, quase
sempre da ordem dórica.
Tragédia – género teatral que explorava os dilemas
morais e religiosos, associado às Dionisíacas.

21
1 | RAÍZES MEDITERRÂNICAS DA CIVILIZAÇÃO EUROPEIA – CIDADE, CIDADANIA E IMPÉRIO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
COMO FAZER?

Analisar uma planta e documentos escritos para integrar os seus elementos numa resposta.

DOC. 1 O espaço na cidade ateniense no século V a.C. DOC. 2 O conceito de cidade na Grécia Antiga

Porta
Bairro cerâmico É preciso uma cidade […] com um
exterior (cemitério)
Bairro exército, não exíguo, mas completo, que
cerâmico Muralha
Via
Sac
ra
saia a dar combate, lutando contra o in-
Ágora
vasor por todos os bens da cidade […].
Templo
de Hefesto [E] Que limite? Em minha opinião, o
Acrópole
seguinte: até onde puder aumentar per-
Ar

PNIX Partenon

manecendo unida, até aí pode crescer;


pa

Teatro de
go

Colina Dionísio
para além disso, não!
e
rt
no

o das Musas
ra u
o

pa ire
ur

Templo
M

o P
çã o l de Zeus Platão, A República, 374a, 423b.
re d su
de F alha
alero

Di orto ro
p Mu
Mur

0 250 km

1. Identifique a designação atribuída à cidade na Grécia Antiga.

2. Explicite dois dos elementos necessários à cidade.


Um dos elementos, pelo menos, deve ser articulado com a informação contida no documento 2.

Dicas para a elaboração da resposta (questão 1):


A questão 1, de resposta curta, exige a mobilização dos seus conhecimentos para identificar a designa-
ção ou nome solicitado, utilizando terminologia específica da disciplina. Assim, é solicitado que identifi-
que a “designação atribuída à cidade” na Grécia Antiga.

Exemplo de resposta:
1. A designação atribuída à cidade na Grécia Antiga é pólis.

Dicas para a elaboração da resposta (questão 2):


A questão 2 refere que “um dos elementos deve ser articulado com a informação contida no docu-
mento 2”, pelo que este deve ser integrado na resposta. As ideias apresentadas no documento servem
para selecionar, pelo menos, um dos elementos solicitados na questão.
• Para começar a responder, pode transformar a pergunta num início de resposta, iniciando-a da se-
guinte maneira: “Dois dos elementos necessários à cidade-estado ou pólis…” ou “A cidade-estado, ou
pólis, para existir e garantir a autossuficiência, necessitava de vários elementos…”.
• Para tornar clara a sua resposta, cada elemento deve ser tratado num parágrafo diferente, por exemplo:
“Em primeiro lugar…”

Exemplo de resposta:
2. A cidade-estado, também designada pólis, necessitava de vários elementos para garantir a autarcia,
isto é, a autossuficiência.
Em primeiro lugar, um dos elementos necessários era ter um tamanho ideal, isto é, não podia ser nem
muito grande nem muito pequena, de modo a promover a sua subsistência e o seu governo. É nesse
sentido que Platão afirma: “[E] Que limite? Em minha opinião, o seguinte: até onde puder aumentar
permanecendo unida, até aí pode crescer; para além disso, não!”.
Outro dos elementos necessários à cidade-estado era dispor de um corpo cívico proporcional, ou seja,
de um número de cidadãos adequado para garantir o governo e manter a fiscalização e defesa.
22
1 | O MODELO ATENIENSE

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

COMO FAZER?
DOC. 3 Os cidadãos no governo da cidade

Dialogam Sócrates e Eutidemo.


– Mas talvez – refere Sócrates – tu nunca tenhas mesmo pensado sobre tais questões, por
te sentires verdadeiramente seguro de as conheceres. Como, no entanto, te preparas para diri-
gires um Estado governado pelo demos, sabes sem dúvida o que é a democracia.
– É evidente que sei.
– E sabes por acaso o que é o demos?
– É evidente que sei.
– Na tua opinião, em que consiste ele então?
– Para mim, são os pobres de entre os cidadãos […].
– A que pessoas chamas tu pobres e ricos, respetivamente?
– Os pobres, penso eu, são os que não possuem o suficiente para pagarem aquilo de que
necessitam, enquanto os ricos têm mais do que o suficiente.
Xenofonte, Memoráveis, in Maria Helena da Rocha Pereira, p. 150.

3. A autonomia política e governativa da cidade de Atenas fazia da cidade um Estado, designado (…),
(A) Eclésia. (B) Pnix. (C) Pólis. (D) Ágora.

4. A afirmação do documento 3 “Como […] te preparas para dirigires um Estado governado pelo
demos;” refere-se ao regime político ateniense que se designa…
(A) Oligarquia. (B) Tirania. (C) Ditadura. (D) Democracia.

Dicas para a elaboração da resposta (questões 3 e 4):


As questões 3 e 4, de seleção, exigem a mobilização dos seus conhecimentos para identificar a opção
correta. Deve apenas escrever na folha de teste a letra que traduz a única opção correta.
Exemplo de resposta:
3. (C)
4. (D)

5. Nomeie o grupo social ao qual pertencia a personagem Eutidemo (Doc. 3).

Dicas para a elaboração da resposta (questão 5):


A questão 5, de resposta curta, exige a mobilização dos seus conhecimentos para identificar o grupo
social solicitado, utilizando terminologia específica da disciplina. Assim, é pedido que diga o “grupo
social” a que pertence a personagem.
Exemplo de resposta:
5. A personagem pertence ao grupo dos cidadãos.

6. Transcreva a frase do documento 3 que expressa o conceito de democracia.

Dicas para a elaboração da resposta (questão 6):


A questão 6, de transcrição, exige a leitura cuidadosa do documento no sentido de selecionar e transcre-
ver, com correção, o excerto ou expressão que traduz a ideia solicitada. Deve transcrever para a folha de
teste o excerto, utilizando aspas no início e no fim da expressão transcrita.
Atenção: se quiser eliminar alguma parte do excerto, tem que usar reticências entre parêntesis, mas não
pode retirar o sentido da frase.
Exemplo de resposta:
6. “[…] um Estado governado pelo demos […]”.
23
1 | RAÍZES MEDITERRÂNICAS DA CIVILIZAÇÃO EUROPEIA – CIDADE, CIDADANIA E IMPÉRIO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
APLICAR CONHECIMENTOS

FICHA 1 A GRÉCIA ANTIGA: ESPAÇO E ORGANIZAÇÃO DA PÓLIS ATENIENSE (século V a.C.)

DOC. 1 O mundo grego no século V a.C. DOC. 2 Planta da cidade de Atenas

TRÁCIA
MACEDÓNIA Bizâncio Porta
Samotrácia Bairro cerâmico
ILÍRIA CALCÍDIA exterior (cemitério)
Bairro
M cerâmico Muralha
Via
Corfu a Sac
EPIRO TESSÁLIA r ra
E Lesbos
g IMPÉRIO PERSA
e Ágora
ETÓLIA u Foceia
Templo
Ítaca de Hefesto
Delfos
Tebas
EUBEIA Acrópole
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Atenas Samos Éfeso

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r r â 0 250 km
M a r M e d i t e

Creta 0 100 km

Um mundo Um inimigo comum O imperialismo Os adversários de


grego dividido durante as Guerras de Atenas Atenas durante a
Médicas Guerra do Peloponeso
Atenas Império Persa Os aliados Esparta e seus
atenienses da aliados na Liga
Outras cidades Vitórias decisivas Liga de Delos do Peloponeso
gregas e dos Gregos sobre
espaços de os Persas Sede da Liga
cultura de Delos

1. O mapa da Grécia Antiga revela a sua divisão geográfica em três grandes áreas…
(A) Peloponeso, Tessália e Ásia Menor.
(B) Macedónia, Ática e Ásia Menor.
(C) Grécia continental, Grécia insular e cidades na Ásia Menor.
(D) Ilhas de Delos, Macedónia e Peloponeso.

2. O documento 1 permite concluir que o território grego não era unificado, mas sim dividido…
(A) em territórios autónomos, mas dependentes de uma grande cidade-estado.
(B) em territórios autónomos e independentes que formavam uma cidade-estado.
(C) em territórios autónomos e independentes a que correspondiam várias cidades-estado.
(D) em territórios sem autonomia a que correspondiam várias cidades-estado.

3. O documento 1 revela que a Grécia era constituída por cidades-estado, das quais se
destacavam…
(A) Atenas e Esparta, que rivalizavam entre si pela supremacia.
(B) Atenas e Macedónia, que rivalizavam entre si pela supremacia.
(C) Esparta e Corinto, que rivalizavam entre si pela supremacia.
(D) Atenas e Esparta, que se aliaram para formar a Liga de Delos.

4. O documento 2 permite destacar os principais locais da vida política, religiosa e cívica, que eram…
(A) o coliseu, a praça e o Pireu.
(B) a acrópole, a ágora e a Pnix.
24
1 | O MODELO ATENIENSE

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

APLICAR CONHECIMENTOS
(C) a acrópole, o fórum e o palácio.
(D) o teatro, a ágora e o areópago.

5. A presença de templos e locais de culto em honra de vários deuses, em Atenas, revela que a
religião era…
(A) monoteísta e o culto era oficial.
(B) animista e baseada na adivinhação.
(C) politeísta e o culto era privado e doméstico.
(D) politeísta e o culto tinha uma importância cívica.

FICHA 2 A PÓLIS DE ATENAS: ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO CITADINO

DOC. 1 A cidade de Atenas DOC. 2 Os elementos necessários à cidade-estado

Importa ter em conta quantos são os elemen-


tos imprescindíveis à existência da cidade. […]
Para que exista cidade, deve, antes de mais, existir
alimentação; depois, ofícios, já que a vida neces-
sita de muitos instrumentos; […] armamento, na
medida em que os membros da comunidade têm
necessariamente que possuir armas para usar,
quer para manter a autoridade […] quer para re-
pelir as ameaças externas; também deve possuir
certa abundância de recursos não só para colma-
tar as carências próprias como para manter o es-
forço de guerra; em quinto lugar, mas primeiro em importância, o zelo para com as divinda-
des, a que chamamos culto; […] e é o que há de mais necessário, uma autoridade capaz de
discernir o que é conveniente e justo para os cidadãos. […] A cidade não é um agrupamento
casual de indivíduos, mas, a bem dizer, uma comunidade de vida autossuficiente. Ora, fal-
tando qualquer dos elementos […] é impossível que a comunidade política seja completa-
mente autossuficiente.
A cidade melhor é, necessariamente, aquela em que existe uma quantidade de população
suficiente para viver bem numa comunidade política. […] No que respeita às qualidades que
deve possuir, é evidente que todos preferem o mais autossuficiente.
E será necessariamente autossuficiente o território que produza tudo, visto que a autossu-
ficiência consiste em termos tudo, sem precisar de nada. […] O território deve ser de difícil
acesso para os inimigos, em caso de invasão […].
Aristóteles, Política, Livro VII, 1328b.

1. O documento 1 permite identificar a zona alta da cidade de Atenas, designada…


(A) Pireu.
(B) acrópole.
(C) ágora
(D) areópago.
25
1 | RAÍZES MEDITERRÂNICAS DA CIVILIZAÇÃO EUROPEIA – CIDADE, CIDADANIA E IMPÉRIO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA

TESTE DE AVALIAÇÃO 1
AVALIAR

GRUPO II – A ORIGINALIDADE DO REGIME POLÍTICO DE ATENAS (século V a.C.)


DOC. 1 Discurso de Péricles sobre a constituição política de Atenas

A nossa constituição política nada tem a invejar às leis que go-


vernam os nossos vizinhos; longe de imitar os outros, nós damos o
exemplo a seguir. Pelo facto de entre nós o Estado ser administrado
no interesse da massa e não do de uma minoria, o nosso regime
tomou o nome de democracia. No tocante aos diferendos particula-
res, a igualdade está assegurada pelas leis; mas, no tocante à partici-
pação na vida pública, cada um é considerado na razão do seu mé-
rito e a classe a que pertence importa menos que o seu valor pessoal
[…]. A liberdade é a nossa regra no governo da república […]. Nós
sabemos conciliar o gosto do belo com a simplicidade […]. Usamos
a riqueza para a ação e não para uma vã parada de palavras. Entre
nós, não é vergonha confessar-se pobre; muito maior vergonha é Busto de Péricles com a
não tentar evitar a pobreza. Os mesmos homens podem entregar-se inscrição "Péricles, filho
aos seus negócios e aos do Estado; os simples artífices são capazes de Xantipo, Ateniense".
Cópia romana em
de entender suficientemente bem os assuntos da política. Só nós
mármore de um original
temos na conta de inútil, não de ocioso, o homem que neles não grego, c. 430 a.C.
participa […]. Numa palavra, eu afirmo que a nossa cidade, no seu
todo, é a escola da Grécia […]. Atenas é a única cidade que, posta à
prova da experiência, se mostra superior à sua reputação.
Tucídides, História da Guerra do Peloponeso, Livro II, XXXVII, XL, XLI.

1. Péricles, quando afirma, no seu discurso, “A nossa constituição política nada tem a invejar às
leis que governam os nossos vizinhos”, estava a referir-se ao regime político vigente em Atenas,
denominado…
(A) tirania. (B) democracia. (C) monarquia. (D) aristocracia.

2. Nomeie a remuneração criada por Péricles para que “Os mesmos homens [pobres possam]
entregar-se aos […] negócios […] do Estado” (Doc. 1).

3. Refira duas características do regime político exaltado por Péricles.


As duas características devem ser articuladas com informação contida no documento 1.

4. Associe cada um dos elementos relacionados com o regime político ateniense no século V a.C.,
presentes na coluna A, à designação correspondente, que consta na coluna B.

COLUNA A COLUNA B
(a) Designa o direito de igualdade do cidadão ateniense perante a lei. (1) Isocracia
(b) Em Atenas considerava-se “inútil […] o homem que […] não participa [nos (2) Péricles
assuntos da política]” o que era uma das originalidades do exercício do poder. (3) Isonomia
(c) “[…] no tocante à participação na vida pública, cada um é considerado na (4) Tirania
razão do seu mérito e a classe a que pertence importa menos que o seu valor
(5) Democracia direta
pessoal […].”

38
1 | O MODELO ATENIENSE

TESTE DE AVALIAÇÃO 1

AVALIAR
GRUPO III – OS DIREITOS DOS CIDADÃOS E O EXERCÍCIO DE PODERES EM ATENAS
DOC. 1 O elogio da democracia DOC. 2 As qualidades de um cidadão

A primeira espécie de democracia é que se [O orador dirige-se a alguém que


determina sobretudo em função da igualdade. se atrevera a apresentar uma pro-
Ora a lei de tal espécie de democracia confirma posta, desrespeitando a lei, e enuncia
a igualdade: nem a classe dos ricos nem a dos o que considerava ser um verdadeiro
pobres é superior uma à outra, nem qualquer cidadão.]
delas tem domínio sobre a outra, mas ambas Como ousas, pois, mentir, abjeto
são semelhantes. Nesse sentido, se a liberdade é acusador? Porque inventas o que te
condição preponderante na democracia – apraz? Não te envergonhas de intentar
como de resto há quem o admita – tal como o é uma ação movida pela inveja, e não
a igualdade, então estes dois princípios serão pelo zelo da justiça; nem de viciar a
mais poderosos quando todos os cidadãos, sem letra de umas leis, de truncar o texto de
exceção, se encontrarem congregados na vida outras, quando era teu dever citá-las
da cidade, na maior medida possível. Como de como verdades, na presença de juízes,
facto é o povo que forma a grande massa dos que juraram sentenciar segundo as
cidadãos, e dado que a decisão da maioria é su- leis? E depois de tudo isto enumeras os
prema, o que acabámos de expor identifica-se predicados que devem adornar o per-
necessariamente com uma democracia. […] feito democrata! […] Como se por suas
Aristóteles, Política, Livro IV, 1291b-1292a.
palavras, e não por seus feitos e pela
sua política, se pudessem avaliar os
verdadeiros democratas! […] Duas
DOC. 3 A restrição da participação das mulheres atenienses – são, atenienses, as qualidades que deve
cena familiar no gineceu
possuir o que é, por natureza, um ho-
nesto cidadão. A primeira exige que, no
exercício de suas magistraturas, se em-
penhe por conservar a república na sua
preeminência e majestade. A segunda,
que em todas as ocasiões, e em todos
os seus atos, guarde sempre lealdade e
amor à pátria […].
Demóstenes, Oração da Coroa.

Vaso de cerâmica grega, c. 430 a.C.

1. Associe cada um dos elementos relacionados com o exercício do poder em Atenas, presentes
na coluna A, à designação correspondente, que consta na coluna B.

COLUNA A COLUNA B
(a) Nome da principal assembleia do povo (em grego: demos) composta por todos (1) Eclésia
os cidadãos atenienses, os quais exerciam diretamente a democracia. (2) Bulé
(b) Designa o tribunal cujos juízes eram tirados à sorte de entre todos os (3) Estratega
cidadãos.
(4) Helieu
(c) Designação da assembleia composta por 500 cidadãos nomeados, e onde
(5) Pritania
eram preparados os assuntos a submeter à aprovação da assembleia popular.

39
1 | RAÍZES MEDITERRÂNICAS DA CIVILIZAÇÃO EUROPEIA – CIDADE, CIDADANIA E IMPÉRIO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA

CRITÉRIOS DE CORREÇÃO
AVALIAR

TESTE DE AVALIAÇÃO 1

GRUPO I – A GRÉCIA ANTIGA: ESPAÇO E ORGANIZAÇÃO DA PÓLIS ATENIENSE (século V a.C.)


1. (B) ou a acrópole, a ágora e a Pnix.
2. (D) ou pólis.
3. (C) ou acrópole.
4. Tópicos de resposta:
– a cidade ou pólis deve ter “uma quantidade de população suficiente” (ou “A cidade cujo montante populacional exceda essa
quantidade suficiente poderá ser maior; mas não pode crescer ilimitadamente.” ou o número de cidadãos deve ser equilibrado
para que o governo seja possível “uma quantidade de população suficiente para viver bem numa comunidade política.”);
– a cidade deve ser “autossuficiente” ou deve garantir a autarcia: “E será necessariamente autossuficiente o território que pro-
duza tudo” (ou “a autossuficiência consiste em termos tudo, sem precisar de nada”;
– a cidade-estado deve ter condições adequadas de defesa: “O território deve ser de difícil acesso para os inimigos, em caso
de invasão”.

GRUPO II – A ORIGINALIDADE DO REGIME POLÍTICO DE ATENAS (século V a.C.)


1. (B) ou democracia.
2. Mistoforia
3. Tópicos de resposta:
– o regime exaltado por Péricles é a democracia, que era um regime único e original: “A nossa constituição política nada tem a
invejar às leis que governam os nossos vizinhos; longe de imitar os outros, nós damos o exemplo a seguir” (ou “a nossa ci-
dade, no seu todo, é a escola da Grécia […].” que satisfaz a maioria ou a todos os cidadãos porque “entre nós o Estado [é]
administrado no interesse da massa e não do de uma minoria”;
– a democracia garante a igualdade dos cidadãos perante a lei ou os cidadãos beneficiam do direito de isonomia “a igualdade
está assegurada pelas leis”;
– a democracia ateniense possibilita a todos os cidadãos o acesso ao desempenho de cargos públicos, independentemente
da sua condição financeira ou os cidadãos beneficiam do direito de isocracia “no tocante à participação na vida pública,
cada um é considerado na razão do seu mérito e a classe a que pertence importa menos que o seu valor pessoal […].”;
– a democracia ateniense valoriza a participação direta dos cidadãos no governo da cidade ou os cidadãos beneficiam do di-
reito de isocracia (ou em que se considera que a participação cívica e política era um dever do cidadão): “Só nós temos na
conta de inútil, não de ocioso, o homem que neles não participa […]”.
4. (a) ➝ 3; (b) ➝ 5; (c) ➝ 1

GRUPO III – A DEMOCRACIA ANTIGA: OS DIREITOS DOS CIDADÃOS E O EXERCÍCIO DE PODERES EM ATENAS
1. (a) ➝ 1; (b) ➝ 4; (c) ➝ 2
2. Tópicos de resposta:
– no século V a. C., os cidadãos, homens livres nascidos em Atenas, eram iguais entre si: “tal espécie de democracia confirma
a igualdade: nem a classe dos ricos nem a dos pobres é superior uma à outra […] mas ambas são semelhantes” (Doc. 1);
– cabe aos cidadãos decidir por maioria «[…] é o povo que forma a grande massa dos cidadãos, e […] a decisão da maioria é
suprema […]» (Doc. 1);
– o cidadão tinha o direito e a liberdade de apresentar propostas de acordo com a lei (ou a apresentação de uma proposta
contra a lei implicava a censura): “Não te envergonhas de intentar uma ação, movida pela inveja, e não pelo zelo da justiça;
nem de viciar a letra de umas leis, de truncar o texto de outras” (Doc. 2);
– o cidadão não devia apresentar propostas contrárias à lei (ou o desrespeito pelas instituições e seu funcionamento podia
significar a condenação na Assembleia ou em público) ou a condenação ao ostracismo ou ao exílio da cidade por um período
de 10 anos: “Como ousas, pois, mentir, abjeto acusador? Porque inventas o que te apraz? […] era teu dever citá-las [as leis]
como verdades […]” (Doc. 2);
– os cidadãos tinham o direito de exercer os cargos de acordo com as leis e com as regras da democracia: “[…] no exercício
de suas magistraturas se empenhe por conservar a república na sua preeminência e majestade.” (Doc. 2);
– os cidadãos deviam servir a cidade “em todas as ocasiões, e em todos os seus atos guarde sempre lealdade e amor à pátria”
(Doc. 2);
– o cidadão deve defender os interesses da pólis de acordo com a lei: “A primeira” qualidade é que “no exercício de suas ma-
gistraturas se empenhe por conservar a república na sua preeminência e majestade” (Doc. 2).
3. Afirmações:
– “Ora a lei de tal espécie de democracia confirma a igualdade […]”;
– “[…] nem a classe dos ricos nem a dos pobres é superior uma à outra, nem qualquer delas tem domínio sobre a outra, mas
ambas são semelhantes.";
– “Ora a lei de tal espécie de democracia confirma a igualdade […] nem a classe dos ricos nem a dos pobres é superior uma
à outra, nem qualquer delas tem domínio sobre a outra, mas ambas são semelhantes.”
42
1 | O MODELO ATENIENSE

CRITÉRIOS DE CORREÇÃO

AVALIAR
4. Tópicos de resposta:
As características do exercício do poder pelos cidadãos nas instituições democráticas:
– a pólis ateniense tinha uma organização política própria, assente no governo exercido pelos cidadãos;
– os cidadãos governavam a cidade em igualdade e de acordo com as suas leis: “A primeira espécie de democracia é que se
determina sobretudo em função da igualdade. Ora a lei de tal espécie de democracia confirma a igualdade […]” (Doc. 1);
– os cidadãos exerciam o poder na Eclésia, num regime designado por democracia: “o que acabámos de expor identifica-se
necessariamente com uma democracia.” (Doc. 1);
– o exercício do poder assentava no princípio da maioria (ou a aprovação das propostas e das leis era feita com base na maio-
ria) “a decisão da maioria é suprema” (Doc. 1);
– a principal assembleia era a Eclésia, composta por cerca de 40 000 cidadãos (ou Atenas era uma democracia direta), “estes
dois princípios [liberdade e igualdade] serão mais poderosos quando todos os cidadãos, sem exceção, se encontrarem con-
gregados na vida da cidade, na maior medida possível” (Doc. 1) (ou a Eclésia tinha o poder de decidir a guerra e a paz ou o
poder legislativo ou poder judicial ou poder de ostracizar um cidadão);
– cada cidadão podia tomar a palavra (ou tinha o direito de isegoria) para defender uma proposta, desde que respeitasse as
leis da cidade: “[…] no exercício de suas magistraturas se empenhe por conservar a república na sua preeminência e majes-
tade […] em todas as ocasiões, e em todos os seus atos guarde sempre lealdade e amor à pátria” (Doc. 2);
– os cidadãos não podiam defender propostas ilegais, pois podiam ser condenados ao ostracismo: “Como ousas, pois, mentir,
abjeto acusador? Porque inventas o que te apraz? Não te envergonhas de intentar uma ação movida pela inveja, e não pelo
zelo da justiça; nem de viciar a letra de umas leis, de truncar o texto de outras” (Doc. 2) ou “era teu dever citá-las como ver-
dades, na presença de juízes, que juraram sentenciar segundo as leis?” (Doc. 2);
– assegurava o exercício do poder pelos cidadãos e preparava as propostas a apresentar à Eclésia, ou o cargo de buleuta era
exercida por cidadãos sorteados;
– os cargos eram exercidos por eleição, de forma rotativa e temporária.
As restrições dos habitantes de Atenas na participação democrática:
– não havia plena igualdade entre os cidadãos, porque os estrategos eram escolhidos entre os cidadãos mais ricos;
– muitas decisões eram tomadas por demagogos que falavam para convencer o povo, e depois usavam o apoio para servirem
os interesses pessoais: “E depois de tudo isto enumeras os predicados que devem adornar o perfeito democrata! […]. Como
se por suas palavras, e não por seus feitos e pela sua política, se pudessem avaliar os verdadeiros democratas!” (Doc. 2);
– era difícil conciliar a atividade económica com a participação nos assuntos políticos, apesar do pagamento da mistoforia que
compensava a perda do dia de trabalho ou apenas um número limitado dos habitantes da cidade-estado tinha acesso ao
exercício do poder (ou a maior parte dos habitantes de Atenas não tinha direitos): era o caso das mulheres (Doc. 3), dos
metecos e dos escravos;
– outra restrição era relativa às mulheres, que estavam confinadas aos trabalhos domésticos (Doc. 3) ou permaneciam em casa
no gineceu, cuidando dos filhos e das tarefas domésticas (Doc. 3) e não tinham direitos políticos;
– os estrangeiros, mesmo os que tinham nascido em Atenas, mas não eram filhos de pai e mãe atenienses, não tinham direitos
políticos (ou não podiam exercer cargos políticos ou era-lhes vedada a posse de propriedades);
– os escravos não tinham quaisquer direitos nem liberdade;
– a democracia ateniense não assegurava a igualdade e a liberdade efetiva dos habitantes de Atenas ou apenas uma pequena
parte da população tinha acesso aos direitos.

GRUPO IV – MANIFESTAÇÕES DE UMA CULTURA ABERTA À CIDADE


1. (C) ou a filosofia e a oratória.
2. Tópicos de resposta:
– Atenas era considerada como polo irradiador de cultura (ou modelo para outras cidades gregas): “Foi a nossa cidade que
revelou a cultura […]. Foi ela que honrou a eloquência” (Doc. 1);
– a educação ateniense valorizava a palavra ou os cidadãos atenienses deviam estar preparados para usar da palavra nas as-
sembleias (ou expor os argumentos ou beneficiar do direito de isegoria);
– a educação era fundamental na formação integral do homem ou para o futuro cidadão ou devia moldar o espírito e o corpo,
ou através da educação que os homens se distinguem “sobretudo pela maneira de falar, é este o sinal mais seguro da edu-
cação de cada um de nós e aqueles que sabem usar a palavra não só são poderosos no seu país como honrados nos outros.”
(Doc. 1);
– a educação grega deu grande importância ao pensamento e à reflexão filosófica sobre o Homem e o Universo;
– a educação valorizava a participação do cidadão na vida pública da pólis (política) ou a educação valorizou o Homem ou
colocou o Homem no centro da vida política, social e cultural: “de todos os animais, os únicos que a natureza dotou deste
privilégio e que, por termos esta superioridade, diferimos em tudo o mais.” (Doc. 1).
3. (D) ou jónica.
4. (C) ou Atenas, em honra da deusa Atena, onde participavam os atenienses e os habitantes da Ática.

43
CRITÉRIOS DE CORREÇÃO

DOMÍNIO 1 – RAÍZES MEDITERRÂNICAS DA os edifícios necessários à vida política: “(…) para


CIVILIZAÇÃO EUROPEIA – CIDADE, CIDADANIA viver bem numa comunidade política. (…)”
(Doc. 2);
E IMPÉRIO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA
– na parte alta da cidade, a acrópole, situavam-se
os templos para prestar culto e “(…) o zelo para
1. O MODELO ATENIENSE com as divindades (…)” (Doc. 2);
– a cidade de Atenas era muralhada para “(…) re-
FICHA 1 – A GRÉCIA ANTIGA: ESPAÇO E ORGANIZAÇÃO DA
pelir as ameaças externas (…)” (Doc. 2).
PÓLIS ATENIENSE (SÉCULO V a.C.) – PP. 24 E 25
7. Afirmações:
Tópicos de correção:

“A cidade melhor é (…) aquela em que existe uma
1. (C)
quantidade de população suficiente para viver bem
2. (C) numa comunidade política. (…)”; “(…) em quinto lu-
3. (A) gar, mas primeiro em importância, o zelo para com
4. (B) as divindades, a que chamamos culto (…)”,
respetivamente.
5. (D)
8. Politeísmo.

FIICHA 2 – A PÓLIS DE ATENAS: ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO


CITADINO – PP. 25 E 26 FICHA 3 – ATENAS: A CIDADE E OS CIDADÃOS – PP. 27 E 28
Tópicos de correção: 1. Tópicos de correção:
1. (B) Tirania.
2. (A) 2. Tópicos de resposta:
3. (C) – divisão dos cidadãos em dez tribos, de modo a
ampliar o acesso do maior número de cidadãos à
4. (D)
participação na vida política da cidade: “A sua
5. Tópicos de resposta: primeira medida consistiu em repartir todos os
– tamanho ideal para garantir a subsistência: “para atenienses por dez tribos, em vez das antigas
que a cidade exista deve, antes de mais, existir quatro, com o intento de os misturar, a fim de
alimentação”; que um maior número acedesse aos direitos
cívicos;
– condições adequadas à defesa: “(…) o território
deve ser de difícil acesso para os inimigos em – criou uma assembleia para representar as dez tri-
caso de invasão (…)” ou “(…) os membros da co- bos, destinada a servir de tribunal em determina-
munidade têm necessariamente de possuir ar- das circunstâncias, tendo também como função
mas para usar, quer para manter a autoridade preparar as propostas e assuntos a apresentar à
(…) quer para repelir as ameaças externas (…)”; Assembleia dos cidadãos, a Eclésia: “instituiu o
conselho dos quinhentos membros […] cinquenta
– corpo cívico proporcional ou número de cidadãos
por cada tribo”;
“para viver bem numa comunidade política. (…)”;
– fez aprovar uma medida, tendo em vista o con-
– culto divino para honrar os deuses: “(…) o zelo
trolo do abuso do poder, a fim de evitar o regresso
para com as divindades (…)”;
da tirania como tinha acontecido no passado re-
– moeda: “(…) para colmatar as carências pró- cente de Atenas: “Clístenes estabeleceu outras
prias, (…) para manter o esforço de guerra (…)” novas [leis], para captar o apoio do povo; entre
elas encontra-se a lei relativa ao ostracismo.”
6. Tópicos de resposta:
3. Tópicos de correção:
– o espaço dividido em duas áreas: a acrópole e a
ágora como é visível no documento 1; Eclésia.
– a ágora, a parte baixa da cidade, era o espaço de 4. Tópicos de correção:
convívio social ou centro cívico. Ali situavam-se (a) – (3); (b) – (1); (C) – (5)

248
HISTÓRIA A 10

CRITÉRIOS DE CORREÇÃO
5. Tópicos de resposta: eleitos pelo povo e que deveriam garantir a liber-
– os homens que atingissem os 18 anos, filhos de dade, o respeito pelas leis, o cumprimento dos
pai e mãe atenienses: “aqueles cujos pais forem deveres cívicos, de modo a não “confundir a de-
ambos cidadãos; o seu recenseamento nos de- mocracia com a liberdade excessiva, a liberdade
mos é feito quando atingem os dezoito anos.”; com a renúncia das leis, a igualdade com a im-
prudência, nem a colocar a felicidade como au-
– os jovens que tivessem feito a preparação militar
sência de obrigações” (Doc. 1);
de modo a participarem na defesa da cidade
como hoplitas: “A assembleia escolhe também – a democracia ateniense assentava na igualdade
para eles, de mão erguida, dois pedótribas e os dos cidadãos não consoante a riqueza, mas de
instrutores, que lhes ensinarão a combater como acordo com o mérito de cada um: “não confun-
hoplitas, a usar o arco, a lançar e disparar a cata- diam a igualdade que concede todos os benefí-
pulta.” ou “os jovens fazem uma demonstração de cios com a que trata cada um segundo o seu
manobras militares, diante do povo; e depois de mérito” (Doc. 1);
receberem do Estado um escudo e uma lança”; – o poder era concedido pelo povo aos magistrados
– os jovens (efebos), depois de cumprido o ser- e outros órgãos de poder, através do voto: “Cabe
viço militar durante dois anos, podiam partici- ao povo escolher os magistrados” (Doc. 1);
par como cidadãos de pleno direito: “Passados – o povo participava na aplicação da justiça nos
estes dois anos, o seu lugar é já com os restan- tribunais para os quais eram eleitos ou sortea-
tes cidadãos.” dos, de modo a “punir os culpados, resolver dis-
putas” (Doc. 1);
6. Afirmações:
– os cidadãos tinham como dever participar na
– “A assembleia escolhe também para eles, de mão
vida da cidade e na sua governação, no caso de
erguida, (…) e os instrutores, que lhes ensinarão a
terem bens para se dedicarem à política: “é dever
combater como hoplitas, a usar o arco, a lançar e
dos que não precisam de trabalhar para ganhar a
disparar a catapulta.”;
vida, mas que têm rendimentos suficientes para
ou servir o Estado e administrar os bens comuns.”
– “os jovens fazem uma demonstração de mano- (Doc. 1);
bras militares, diante do povo; e depois de rece- – a riqueza ou pobreza não eram razão para não
berem do Estado um escudo e uma lança.” desempenhar os deveres cívicos pois todos ti-
nham direitos iguais: “Nenhum privilégio se con-
FICHA 4 – A DEMOCRACIA ANTIGA: OS DIREITOS DOS cede ao rico, porque o pobre e o rico têm direitos
CIDADÃOS E O EXERCÍCIO DO PODER – PP. 28 E 29 iguais” (Doc. 2), e, caso não tivessem bens, foi
instituída uma remuneração para que, mesmo os
1. Tópicos de correção: pobres, pudessem fazê-lo;
Cidadãos. – foram criados mecanismos para obrigar os ma-
2. Afirmações: gistrados e os que exerciam cargos a prestarem
– “O que mais contribuiu para garantir a prosperi- contas e, caso não cumprissem adequadamente
dade do Estado é que não confundiam a igual- as sua funções, seriam condenados: “Se se mos-
dade que concede todos os benefícios com a que tram juízes honestos têm o direito a louvores,
trata cada um segundo o seu mérito.” (Doc. 1); única recompensa da virtude; mas se forem de-
ou sonestos, não merecem clemência e devem ser
punidos com a maior severidade.” (Doc. 1);
– “Nenhum privilégio se concede ao rico, porque o
– todos os cidadãos podiam contribuir para o go-
pobre e o rico têm direitos iguais […]” (Doc. 2).
verno da cidade e para exercer em liberdade o
3. Tópicos de correção: direito de falar, para defender ou apresentar pro-
(A) postas, de acordo com a lei ou exercer o direito
4. Tópicos de resposta: de isegoria: “Quanto à liberdade ela encontra-se
– o governo da cidade-estado era assegurado por nestas palavras ‘Quem quer, quem pode dar um
“homens que estavam à cabeça do Estado” (Doc. 1) conselho sábio à sua pátria?’” (Doc. 2);

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