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Alguns de vocês podem ter pensado assim: “ora, por que esse
pessoal não se muda pra perto do trabalho? Por que morar em uma
cidade e trabalhar em outra?”
Pois bem, o principal motivo gerador da existência desses
movimentos pendulares diários nas grandes metrópoles está ligado à
crescente especulação imobiliária dos lugares mais próximos ao centro
produtivo aliado a baixos salários. Tudo isso empurra o trabalhador para
bem longe do seu trabalho, obrigando-o a utilizar o transporte coletivo, na
maior parte das vezes precário ou insuficiente para atender ao enorme
fluxo populacional residente nessas áreas.
Exemplo dessa prática é Brasília e suas cidades satélites. Com
um dos metros quadrados mais caros do Brasil, paga-se em média três
vezes mais para se morar no Plano Piloto. Enquanto uma kitnet de 30 m2
custa em média, R$900,00 por mês no Plano Piloto, que em uma cidade
satélite a 20 km dali, onde o preço cai para R$300,00 por mês. Ora, por
mais que os salários nessa cidade sejam mais altos do que a média
brasileira, é simplesmente surreal a supervalorização dos imóveis
próximos à zona central conhecida como Plano Piloto.
Do mesmo modo que neste exemplo de Brasília, ocorrem esses
mesmos movimentos que se originam nos núcleos residenciais periféricos
em direção aos centros industriais, como encontramos facilmente nas
áreas metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
O segundo exemplo diz respeito aos deslocamentos dos bóias-
frias, que, geralmente, moram numa pequena cidade ou vilarejo e se
dirigem diariamente às fazendas onde há tarefas agrícolas. Seja
plantando cana ou colhendo café, esse movimento urbano-rural aumenta
ou diminui de acordo com as necessidades dos fazendeiros. Uma vez que
a maior parte desses contratos de trabalho é sazonal.
região. Tudo isso acabou por transferir para essa região os problemas que
antes eram tipicamente encontrados nas grandes metrópoles do Centro-
Sul do Brasil.
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova!
1) (CESPE / IRB / 2010) No que se refere ao espaço rural no
Brasil, assinale a opção correta.
a) A revalorização do espaço rural como lugar para se trabalhar e para se
viver, uma das recentes transformações ocorridas no campo, não se
relaciona diretamente com as demandas pela terra e com os
assentamentos rurais.
b) O Programa de Apoio à Agricultura Familiar (PRONAF), ao fragmentar o
espaço rural, provocou a redução da produtividade agrícola e, como
conseqüência, a redução da oferta de alimentos nas cidades de pequeno e
médio porte.
c) Na primeira metade do século XX, o espaço rural brasileiro
caracterizou-se pelas grandes plantações cafeeiras, a que se seguiu a
agricultura familiar com sua pluriatividade e o processo de modernização
da base técnica na agropecuária, que caracterizou o final do século.
d) A pluriatividade, realidade da nova concepção de espaço rural adotada
pelo agronegócio, ainda não se incorporou à agricultura familiar, baseada
na agricultura de subsistência.
e) Historicamente, as políticas públicas, visando à exportação,
privilegiaram a agricultura de larga escala, o que forçou o processo de
modernização da agropecuária e contribuiu para o êxodo rural.
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A letra A está errada. A globalização tem provocado nas últimas
décadas um amplo processo de reestruturação econômica e social, que
tem afetado o espaço rural e a agricultura em particular. “Mas, como
assim afetou o espaço rural? E a agricultura?”
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Hierarquia urbana
Vocês já ouviram falar em hierarquia urbana? Este conceito está
baseado na noção de rede urbana e diz respeito a um conjunto integrado
de cidades que estabelecem relações econômicas, sociais e políticas entre
si.
A avaliação tradicional está baseada no denominado modelo
industrial, que dá prioridade à relação estabelecida entre as diferentes
cidades a partir dos fluxos de mercadorias e de serviços. Por outro lado
num conceito mais recente essa hierarquia se apóia no chamado modelo
informacional, concentrando-se na relação entre as diferentes cidades a
partir dos fluxos administrativos e de informações.
Dessa forma, pessoal, quanto maior for o centro urbano, mais
diversificado será sua infra-estrutura econômica e, portanto, maiores as
suas possibilidades de coordenar os principais fluxos de mercadorias e de
serviços. Além disso, esse centro também influencia outras cidades da sua
rede. Vamos pensar em Recife? Aqui em Recife o pessoal costuma dizer
que Recife é a capital do nordeste!!rsrs
Bairrismos à parte, essa lógica tem fundamento, já que a cidade
acaba congregando as maiores estruturas hospitalares, bancárias e
educacionais, além de estar sempre no circuito de grandes eventos
culturais. Como conseqüência disso, as cidades mais próximas e porque
não dizer, até alguns Estados, acabam sendo incorporados ao que
poderíamos chamar de “rede do Recife”, ou seja, são influenciados pela
estrutura que a cidade oferece. Nesse caso, pessoal, posso dizer que a
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cidade influencia até alguns Estados porque aqui é tudo muito pertinho e
um morador de João Pessoa, PB, demora apenas duas horinhas pra estar
em Recife fazendo consultas médicas ou mesmo estudar na Federal
daqui.
Deste modo, Recife, assim como Manaus, Belém e Goiânia se
encaixam nas chamadas metrópoles regionais, que exercem influência
significativa sobre a região em que estão localizadas.
Na hierarquia urbana, há os centros regionais, abaixo das
metrópoles regionais, com as quais se complementam e polarizam a rede
urbana de regiões menores. Nesse grupo estão incluídas, por exemplo, as
cidades de Ribeirão Preto, Londrina, Campo Grande, Teresina etc.
As avaliações do processo de modernização econômica
resultaram na formulação de um novo modelo de hierarquia urbana, que
corresponde a um avanço em relação ao modelo industrial e que contribui
para um melhor entendimento da rede urbana do país. Segundo o modelo
informacional, São Paulo é a metrópole mundial brasileira que exerce
controle sobre os principais sistemas de comunicação que difundem as
inovações por todo o país, através dos meios de comunicação.
Pois eh, amigos, São Paulo é considerada, portanto, a metrópole
informacional, e essa liderança foi conquistada ao longo das últimas
décadas atraindo profissionais altamente qualificados de todas as regiões
do país e por isso, atualmente a cidade apresenta maior concentração de
cientistas, engenheiros, administradores, especialistas em finanças,
artistas, esportistas, profissionais da área de comunicações e publicitários
do Brasil.
Mas você pode estar se perguntando, mas e o Rio? Bem, de
acordo com esse modelo de análise, o Rio de Janeiro é considerado uma
metrópole nacional pois exerce grande influencia dentro do seu país. Ao
contrário de São Paulo que, além de exercer influência aqui dentro,
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COMENTÁRIOS
Bem, como essa questão traz uma série de dados, muitos concurseiros
ficam na dúvida sobre eles estarem corretos ou não, então, pessoal, de
cara já podemos entender que estão sim!! Explico: dificilmente a banca
coloca um erro no dado por ser este um detalhe muito pequeno e que só
mediria a capacidade de memorização do candidato e não o seu
conhecimento sobre o assunto. Além disso, dados são sempre elementos
mais fáceis de se contestar, então, a menos que seja algo muiiiiiito
importante eu duvido que a banca vá colocar um percentual errado!!
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Milton Santos e María Laura Silveira. O Brasil: território e sociedade no início do século
XXI. Rio de Janeiro, Record, 2001, p. 202 (com adaptações).
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Gabarito: Errado
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Gabarito: Certo
COMENTÁRIOS
Com base nos estudos do próprio autor usado pela banca no texto
introdutório, Milton Santos, com o aumento do número e da força das
cidades locais, também se aumentou o poder dos centros regionais, da
mesma forma que o crescimento das metrópoles regionais é maior do que
o crescimento das metrópoles da região Sudeste.
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Isso tudo quer dizer, pessoal, que tem havido uma metropolização das
cidades médias, como foi dito no texto introdutório.
Gabarito certo
Diferenciação regionais-espaciais
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Gabarito: Errado
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(E) III, IV e V.
COMENTÁRIOS
Resposta certa: letra B. Então vamos por parte, analisando cada
uma das afirmativas.
Segundo os dados do Censo 2010, o número de mulheres
continua sendo maior que o número de homens. O país apresenta,
conforme as publicações do IBGE, o número de 96 homens para cada 100
mulheres. Desde modo, mesmo não sendo uma diferença tão grande, as
mulheres é maioria no conjunto da população. Portanto, a afirmativa I
está correta.
Por outro lado, a afirmativa II diz que houve uma diminuição
absoluta do número de pretos e pardos. Na verdade, os dados do Censo
apresentaram resultados contrários. Segundo os dados divulgados, houve
um aumento no percentual de pessoas que se declaram pertencentes aos
grupos de pretos e também de pardos. No Censo de 2000 o percentual de
brancos era de 53,74% e até 2009 manteve-se acima de 50%. Nos
resultados de 2010, esse percentual baixou para 47,73%, o que fez com
que o número de brancos fosse menor que a soma de pretos, pardos,
amarelos e indígenas.
Essa mudança percentual indica não um aumento de pessoas
que não sejam brancas, mas sim, a identificação das pessoas pretas e
pardas com sua cor. Historicamente pretos e pardos são desvalorizados
socialmente, levando as pessoas a não quererem se identificar com essa
condição. A mudança de atitude mostra que há uma afirmação de
identidades e indica alterações nas próprias relações sociais aumentando
a aproximação interracial.
A afirmativa III está correta ao dizer que “tem aumentado
proporcionalmente o número de pessoas com mais de 60 anos”, pois,
realmente houve, segundo o Censo 2010, uma queda do número de
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Violência
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COMENTÁRIOS
Gabarito: Errado
COMENTÁRIOS
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Dificuldades cotidianas;
Pobreza;
Separação do casal;
Crises financeiras;
Temperamento, retardo mental, hiperatividade etc.;
Influência dos familiares;
Aspectos socioculturais; etc.
Virgínia Guimarães
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LISTA DE QUESTÕES
1) (CESPE / IRB / 2010) No que se refere ao espaço rural no
Brasil, assinale a opção correta.
a) A revalorização do espaço rural como lugar para se trabalhar e para se
viver, uma das recentes transformações ocorridas no campo, não se
relaciona diretamente com as demandas pela terra e com os
assentamentos rurais.
b) O Programa de Apoio à Agricultura Familiar (PRONAF), ao fragmentar o
espaço rural, provocou a redução da produtividade agrícola e, como
consequência, a redução da oferta de alimentos nas cidades de pequeno e
médio porte.
c) Na primeira metade do século XX, o espaço rural brasileiro
caracterizou-se pelas grandes plantações cafeeiras, a que se seguiu a
agricultura familiar com sua pluriatividade e o processo de modernização
da base técnica na agropecuária, que caracterizou o final do século.
d) A pluriatividade, realidade da nova concepção de espaço rural adotada
pelo agronegócio, ainda não se incorporou à agricultura familiar, baseada
na agricultura de subsistência.
e) Historicamente, as políticas públicas, visando à exportação,
privilegiaram a agricultura de larga escala, o que forçou o processo de
modernização da agropecuária e contribuiu para o êxodo rural.
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Milton Santos e María Laura Silveira. O Brasil: território e sociedade no início do século
XXI. Rio de Janeiro, Record, 2001, p. 202 (com adaptações).
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GABARITO
1 E 9 CERTO
2 CERTO 10 ERRADO
3 CERTO 11 LETRA C
4 ERRADO 12 LETRA D
5 CERTO 13 LETRA B
6 CERTO 14 LETRA E
7 CERTO 15 ERRADO
8 ERRADO 16 ERRADO
http://www.ppgeconomia.ufpa.br/documentos/Cadernos%20CEPEC%20Vol.01%20n01%20
%28fev2012%29.pdf Sobre migração compulsória
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-da-borracha/historia-da-borracha-6.php
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_da_borracha
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