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Brasília-DF
Inep
2008
© Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)
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Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960 /
Ana Waleska Mendonça, Libânia Nacif Xavier, organizadoras. – Brasília : Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2008.
260 p. (Coleção Inep 70 anos, v. 1)
ISBN 978-85-86260-85-8
Apresentação ................................................................................................ 7
Ana Waleska Mendonça e Libânia Nacif Xavier
Prefácio ....................................................................................................... 13
Alzira Abreu
8 A escola que seu filho precisa ainda está para ser construída:
a trajetória da Escola Guatemala nos anos 1950/1960 ............... 213
Miriam Waidenfeld Chaves
Roberta Macedo
6
Apresentação
Ana Waleska Mendonça*
Libânia Nacif Xavier**
* Professora do Departamento de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio); coordenadora
da pesquisa O Inep no contexto das políticas do MEC, nos anos 1950/1960.
** Professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pesquisadora do Programa de
Estudos e Documentação Educação e Sociedade (Proedes/UFRJ); vice-coordenadora da pesquisa O Inep no contexto das
políticas do MEC, nos anos 1950/1960.
Biblioteca do Centro Regional de Pesquisas Educacionais (CRPE-RS)
Apresentação
9
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
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Apresentação
Referências bibliográficas
MENDONÇA, Ana Waleska; BRANDÃO, Zaia (Org.). Porque não lemos Anísio
Teixeira? Uma tradição esquecida. Rio de Janeiro: Ravil, 1997.
11
Prefácio
Alzira Alves de Abreu*
* Pesquisadora do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getúlio
Vargas (FGV).
Centro Regional de Pesquisas Educacionais (CRPE-RS)
Prefácio
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Prefácio
17
1
O Inep no contexto das políticas
do MEC (1950/1960)*
Ana Waleska Mendonça**
Libânia Nacif Xavier***
* Este texto foi originariamente publicado na Revista Contemporânea de Educação (publicação on-line do Programa de
Pós-Graduação em Educação da UFRJ), n. 1, abr. 2006.
** Professora do Departamento de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
*** Professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pesquisadora do Programa de
Estudos e Documentação Educação e Sociedade (Proedes/UFRJ).
Sala de Ciências da Escola Normal Secundária Joaquim Nabuco
O Inep no contexto das políticas do MEC (1950/1960)
1
O Inep denomina-se atualmente Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, tendo recebido
essa última denominação em homenagem ao educador, por ocasião das comemorações do seu centenário de nascimento.
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O Inep no contexto das políticas do MEC (1950/1960)
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Em 1955, o Ministério da Educação e Saúde foi subdividido em dois ministérios que passaram a denominar-se, respecti-
vamente, Ministério da Educação e Cultura e Ministério da Saúde.
3
Tanto Lourenço Filho quanto Anísio Teixeira foram educadores vinculados ao Movimento da Escola Nova no Brasil, que
tiveram uma longa vida pública, tendo ocupado cargos na administração pública da educação, tanto no âmbito nacional,
quanto no âmbito de alguns Estados brasileiros.
4
A Lei nº 378, de 13 de janeiro de 1937, que reorganizava o Ministério da Educação e Saúde previa a criação do Instituto
Nacional de Pedagogia. No entanto, a instalação do referido órgão não aconteceu de imediato, por conta de problemas
internos do próprio Ministério, além das dificuldades causadas pelo golpe que implantou, no Brasil, o Estado Novo. A esse
respeito, cumpre destacar que a própria permanência de Gustavo Capanema à frente do Ministério se viu ameaçada. O
Instituto, já com a nova denominação e as atribuições ampliadas, só entrou em funcionamento de fato no ano seguinte, por
força de legislação complementar.
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A esse respeito, Lourenço Filho (1964) lembra que nove dos candidatos aprovados no concurso foram lotados no Inep,
quatro dos quais como chefes das seções técnicas, utilizando-se como critério o aproveitamento dos primeiros classificados,
entre eles, Murilo Braga de Carvalho que seria depois diretor do órgão.
6
Regime de inspiração fascista que vigorou no Brasil, em decorrência de um golpe de Estado, entre 1937 e 1945.
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O Inep no contexto das políticas do MEC (1950/1960)
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Relatório de atividades referente ao ano de 1944 entregue ao ministro da Educação e Cultura. Arquivo Lourenço Filho, Rio
de Janeiro, FGV, CPDOC. LN S. 087. 1945. p.8.
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O Inep no contexto das políticas do MEC (1950/1960)
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Importa destacar a preferência de Anísio Teixeira pelo termo reconstrução da escola, ao invés de reforma, quando o
primeiro termo poderia parecer até anacrônico nesta época. Na nossa perspectiva, essa preferência tem a ver com a idéia
que o educador expressava de que o que era necessário, no momento, para renovar a escola brasileira, não era mais uma
reforma (o termo reforma indicando sempre alguma coisa de caráter episódico), mas desencadear no seu interior, um
processo que permitisse a ela continuamente se repensar e se transformar. Seria desencadear esse processo de mudança e de
transformação contínuo no interior da própria escola. E para ele esse processo só poderia acontecer se houvesse de fato um
enorme investimento na formação do professor. Para Anísio Teixeira, o professor é a pedra de toque desse processo de
reconstrução da escola.
9
O levantamento das notícias de jornal, realizado na Biblioteca Nacional, foi feito pela bolsista de iniciação científica,
Amália Dias (IFCS-UFRJ) e contou com o auxílio da Faperj.
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A esse respeito, o Diário de Notícias de 22 de junho de 1956 (2ª seção, página 4) anunciava uma série de entrevistas e
reportagens sobre a ampliação da escola primária, pretendendo ouvir, também, Anísio Teixeira, por terem sido feitos no
Inep os estudos básicos das modificações mencionadas pelo ministro da educação.
11
A esse respeito, ver Mendonça et al. (2006).
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As estratégias de intervenção
nos sistemas de ensino
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O paralelismo ente as siglas Inep e CBPE é evidente, pois se trata de um Instituto/Centro de Estudos/Pesquisas Pedagó-
gicas/Educacionais (cf. Xavier, 1999, p. 83).
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O levantamento das obras e a caracterização das mesmas a partir da observação de seus aspectos editoriais contaram com
a participação das bolsistas de Iniciação Científica Cecília Neves Lima e Célia Maria dos Santos Duarte e com o auxílio
financeiro da Fundação Universitária José Bonifácio (FUJB).
14
Agradecemos a colaboração da chefe da Biblioteca, Cristina Jardim, que viabilizou a localização e consulta aos livros do
CBPE existentes no "Espaço Anísio Teixeira".
15
O catálogo impresso encontra-se disponível também em CD-ROM. Para a realização do projeto relativo ao levantamento
das publicações do CBPE, contamos com a participação de Ana Maria Monteiro e a confecção do CD-ROM foi possível
graças à atuação de César Scelza, da Faculdade de Educação da UFRJ.
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Embora, de início, resistente, à idéia da nova capital e, posteriormente, da criação de uma universidade em Brasília, Anísio
Teixeira envolveu-se de corpo e alma com essa universidade, tendo, inclusive, acabado por assumir a sua reitoria, em
substituição a Darcy Ribeiro, cargo que acumulava com os demais, no momento da sua demissão do serviço público. Anísio
Teixeira foi também o responsável pelo projeto original de organização do sistema escolar de Brasília.
17
O texto desse anteprojeto com a correspondente justificativa foi publicado no nº 88 da Revista Brasileira de Estudos
Pedagógicos, de outubro a dezembro de 1962.
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O Inep no contexto das políticas do MEC (1950/1960)
Referências bibliográficas
BRANDÃO, Zaia; MENDONÇA, Ana Waleska (Org.). Por que não lemos Anísio
Teixeira? Uma tradição esquecida. Rio de Janeiro: Ravil, 1997.
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2
Quando os documentos falam...
ouve-se até o silêncio: entre relatórios,
decretos e manuscritos, a gestão
de Anísio Teixeira no Inep/CBPE
(1952-1964)
Aristeo Leite Filho
Pablo S. Machado Bispo dos Santos
Fernando Gouvêa*
* Doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-
Rio).
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Quando os documentos falam... ouve-se até o silêncio: entre relatórios, decretos
e manuscritos, a gestão de Anísio Teixeira no Inep/CBPE (1952-1964)
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Quando os documentos falam... ouve-se até o silêncio: entre relatórios, decretos
e manuscritos, a gestão de Anísio Teixeira no Inep/CBPE (1952-1964)
1
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04.
2
Em 1896, o Pedagogium, vinculado de início ao governo federal, é transferido para a administração do Distrito Federal.
3
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme 13, fot. 0086.
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O presidente da República (Getúlio Vargas) decreta que o Instituto Nacional de Pedagogia passa a denominar-se Instituto
Nacional de Estudos Pedagógicos e funcionará como centro de estudo de todas as questões educacionais relacionadas com
os trabalhos do Ministério da Educação e Saúde.
5
De acordo com o Decreto-Lei supracitado, o Inep surge com duplo objetivo: o de estudos educacionais e o de orientação
e seleção profissional. Esta segunda finalidade seria realizada, sobretudo, em cooperação que deveria prestar ao Departa-
mento Administrativo do Serviço Público (Dasp), órgão criado na mesma época.
6
Esse fundo viria a ser instituído pelo Decreto-Lei nº 4.958 de 14 de novembro de 1942. No mesmo mês, foi lavrado e
assinado o Convênio Nacional de Ensino Primário entre o Ministério da Educação e Saúde Pública e os Estados, Distrito
Federal e territórios.
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Quando os documentos falam... ouve-se até o silêncio: entre relatórios, decretos
e manuscritos, a gestão de Anísio Teixeira no Inep/CBPE (1952-1964)
7
Relatório de atividades referente ao ano de 1944 entregue ao ministro da Educação e Cultura. Arquivo Lourenço Filho, Rio
de Janeiro, FGV, CPDOC. LN S. 087. 1945. p.8.
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8
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme 11, fot. 0534-0639, p. 9.
9
A Caldeme foi criada em 14 de julho de 1952, destinada a objetivar a assistência técnica ao professorado.
10
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme 11, fot. 0534-0639, p. 10.
11
A Cileme foi criada em 1º de abril de 1953, pela Portaria nº 3 do Inep.
12
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme 11, fot. 0534-0639, p. 8.
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Quando os documentos falam... ouve-se até o silêncio: entre relatórios, decretos
e manuscritos, a gestão de Anísio Teixeira no Inep/CBPE (1952-1964)
13
Cabe destacar a participação ativa de Almir de Castro, Jayme Abreu, João Roberto Moreira, R. Atcon, Armando Hildebrand,
Frederico Rangel, Charles Wagley, Marvin Harris, Carl Withers, Aroldo Junqueira Aires, Paulo Carneiro, H. Laurentie, Delgado
de Carvalho, Otávio Martins e Francisco Montojos. Tal envolvimento deu-se no sentido de trazer contribuições para a
implementação da idéia.
14
Os três memorandos redigidos por Klinenberg em sua estada no Brasil, que se convencionou denominar “Documento
Klinenberg", podem ser considerados como um documento pioneiro que trata dos fins e objetivos de um centro de pesqui-
sa, algumas atividades específicas e a organização do referido centro.
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Quando os documentos falam... ouve-se até o silêncio: entre relatórios, decretos
e manuscritos, a gestão de Anísio Teixeira no Inep/CBPE (1952-1964)
15
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. Palestra intitulada “Ciências e Educação" proferida no
Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais de São Paulo. Documento datilografado.
16
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. Correspondência remetida a João Roberto Moreira em 18
de fevereiro de 1957. AT 1952.06.04, filme 13, fot. 0053.
17
Vale ressaltar que o Decreto nº 38.460, de 28 de dezembro de 1955, transfere as atividades realizadas pela Caldeme e pela
Cileme no âmbito do Inep para os Centros Regionais de Pesquisa Educacional.
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Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. Correspondência remetida a João Roberto Moreira em 18
de fevereiro de 1957. AT 1952.06.04, filme 13, fot. 0053.
19
Idem.
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e manuscritos, a gestão de Anísio Teixeira no Inep/CBPE (1952-1964)
20
Documento baseado no Decreto 38.460 de 26 de dezembro de 1955, que institui o CBPE e os CRPEs.
21
A esse respeito, ver a Ata da Reunião da Comissão Consultiva do CBPE, realizada em 4 e 5/7/1957, na Sala da Biblioteca
do CBPE, Rua Voluntários da Pátria 107, Rio de Janeiro, sob a presidência do professor Anísio Teixeira. Estiveram presentes
nessa reunião: representando o CRPE de São Paulo, Joel Martins e Pedro Sebastião Gregório; o CRPE do Rio Grande do Sul:
Eloah Ribeiro Kunz e Gladys Barth Torelli; o CRPE de Minas Gerais, Mario Casasssanta e Vivaldi Madureira; o CRPE da
Bahia, Luís Ribeiro Sena; e ainda o co-diretor indicado pela Unesco, Robert Havigurst, o colaborador da Unesco, Charles
Wagley; o coordenador da Divisão de Documentação e Informação Pedagógica e diretor executivo do CBPE, Péricles
Madureira de Pinho, o diretor da Coordenação de Planejamento, João Roberto Moreira, o coordenador da Divisão de
Estudos e Pesquisas Educacionais, Jayme Abreu, e o coordenador da Divisão de Estudos e Pesquisas Sociais, Darcy Ribeiro,
e a coordenadora da Divisão de Aperfeiçoamento do Magistério, Lúcia Marques Pinheiro.
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Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. Texto datilografado, em 18 de julho de 1957, e remetido
a João Roberto Moreira. ATt 1952.06.04.
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Quando os documentos falam... ouve-se até o silêncio: entre relatórios, decretos
e manuscritos, a gestão de Anísio Teixeira no Inep/CBPE (1952-1964)
Considerações finais
Referências bibliográficas
BONAMINO, A. O Inep nos anos 90: notas para a análise de suas transforma-
ções. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2001.
[não publicado].
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Quando os documentos falam... ouve-se até o silêncio: entre relatórios, decretos
e manuscritos, a gestão de Anísio Teixeira no Inep/CBPE (1952-1964)
Anexo
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Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
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Quando os documentos falam... ouve-se até o silêncio: entre relatórios, decretos
e manuscritos, a gestão de Anísio Teixeira no Inep/CBPE (1952-1964)
Ano 1938-1945
5) Campanhas (MEC/Inep)
Ano 1946-1950
1946:
a) Decreto-Lei nº 5.583 de 8 de janeiro:
dispõe sobre a organização de cursos pelo
Inep e dá outras providências.
5) Campanhas (MEC/Inep)
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Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
Ano 1951-1954
1952:
a) criada em 14 de julho, a Campanha
do Livro Didático e Materiais de Ensino
(Caldeme);
58
Quando os documentos falam... ouve-se até o silêncio: entre relatórios, decretos
e manuscritos, a gestão de Anísio Teixeira no Inep/CBPE (1952-1964)
Ano 1955-1960
5) Campanhas (MEC/Inep)
Ano 1961-1964
5) Campanhas (MEC/Inep)
59
3
“Prezado ministro; querido amigo.
Do seu de sempre, Anísio": fragmentos
de correspondências de Anísio Teixeira
(1953-1964)*
Sonia de Castro Lopes**
Bernadete de L. S. Strang***
Solange Maria Rocha****
* Este texto é resultado de um trabalho de investigação realizado no Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, localizado no Centro
de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC/FGV).
** Professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pesquisadora do Programa de
Estudos e Documentação Educação e Saúde (Proedes).
*** Doutoranda do programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-
Rio).
**** Doutoranda do programa de Pós-Graduação em Educação da PUC-Rio.
Divisão de Estudos e Pesquisas Sociais do Centro Regional de Pesquisas
Educacionais (CRPE) - Recife-PE
"Prezado ministro; querido amigo. Do seu de sempre, Anísio":
fragmentos de correspondências de Anísio Teixeira (1953-1964)
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Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
há muito tempo não recebia carta, que me tocasse como a sua de 15. Sou
um homem a quem a vida dá e tira como uma certa grosseria e sinto que
me vou desabituando à delicadeza. A sua carta é a cousa mais fina e deli-
cada que me chegou nos últimos tempos. Muito e muito obrigado (...).2
[...] Pouco antes de deixar Paris, recebi sua carta e posso lhe dizer que você,
mais uma vez, determinou a direção da minha vida. Estava em pleno labor
deliberativo a respeito do meu trabalho na Unesco e, confesso, inclinado a
me encaramujar na Bahia cuidando da criação de quatro Teixeirinhas. Sua
carta sacudiu-me como uma rajada de vento e resolvi ficar. Esta viagem
ainda é resultado do propósito de tudo abandonar. Era a minha viagem de
volta: a primeira parte da viagem de volta. (...) E tudo isso veio muito de
sua carta. O seu entusiasmo me pegou. É espantoso que você em Buenos
Aires veja a Unesco melhor do que eu! Lendo e relendo sua carta, compa-
rando-a às cartas dos namorados sobre casamento. A vida conjugal, entre-
tanto, é tão diferente! Dá-se um pouco o mesmo com a Unesco. Amar a
Unesco é uma coisa e casar-se com ela é outra. Com sete meses de vida
marital, andava triste e desconsolado. Nada me fazia crer na Unesco dos
nossos sonhos. Vem você daí, de longe e me diz tais coisas que não tenho
jeito senão reconsiderar. Os sonhos não se realizam sem que primeiro se
arme os andaimes. E uma construção em andaimes pede imaginação e
amor para ser compreendida (...) Deixo uma vida privada que começava a
ser interessante e vou ser funcionário intelectual, do que você chama de
cérebro do mundo [...]. (Teixeira, 1986).
1
O termo cunhado por Eneida Maria Souza (2000, p. 297) para designar uma forma mais pessoal e menos rebuscada de
escrever cartas, inaugurada pelos literatos do movimento modernista.
2
Carta a Abgar Renault, de 19 de maio de 1964. Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC ATc
1954.05.11/2. Disponível também em: www.prossiga.br/anisioteixeira/cartas/abgar.html.
64
"Prezado ministro; querido amigo. Do seu de sempre, Anísio":
fragmentos de correspondências de Anísio Teixeira (1953-1964)
3
Conforme Marília Cardoso (2000, p. 333), “o olhar que se dirige à correspondência alheia precisa primeiro assumir seu
voyeurismo para depois transformá-lo em curiosidade intelectual". Segundo a autora, a atitude caracteristicamente vitoriana
do voyeur, ainda tem lugar na cena contemporânea, pois, se a psicanálise vai desfazendo a ilusão de profundidade interior,
enquanto a mídia simula o desnudamento dos corpos e das almas, permanece o desejo de desvendar o segredo do outro.
65
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
4
Utiliza-se aqui a expressão projeto como categoria de análise.Ver a respeito Gilberto Velho (1994). Segundo o autor, o
projeto caracteriza-se por ser um instrumento básico de negociação da realidade com o outro, seja ele individual ou
coletivo, uma maneira de expressar e articular interesses, sentimentos e aspirações para o mundo, conferindo identidade a
indivíduos ou grupos.
5
Correspondência entre Anísio Teixeira e o ministro Antonio Balbino. Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV,
CPDOC. ATc 1953.08.23. Rolo 39, fot. 856.
6
Carta de Antonio Balbino a Anísio Teixeira, em agosto de 1953. Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV,
CPDOC. ATc 1953.08.23. Rolo 39, fot. 851.
66
"Prezado ministro; querido amigo. Do seu de sempre, Anísio":
fragmentos de correspondências de Anísio Teixeira (1953-1964)
7
Carta de Anísio Teixeira a Cândido Mota Filho, datada de 1954 em papel timbrado do Inep. Arquivo Pessoal Anísio
Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATc 1954.12.00. Rolo 39, fot. 201.
8
Idem.
9
Idem.
67
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
10
Carta de Anísio Teixeira ao ministro Antonio Balbino. Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATc
1953.08.23. Rolo 39, fot. 859 a 861.
68
"Prezado ministro; querido amigo. Do seu de sempre, Anísio":
fragmentos de correspondências de Anísio Teixeira (1953-1964)
11
Nesse sentido, vale a pena observar a correspondência entre Anísio Teixeira e Fernando de Azevedo (Arquivo Pessoal
Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. Atc 1931.12.27 e Arquivo Fernando de Azevedo do Instituto de Estudos
Brasileiros – IEB-USP), entre Anísio e Gilberto Freire (CPDOC/FGV ATc 1959.12.23) e com Abgar Renault (Atc 1954.05.11/
2). Embora essa correspondência não faça parte da documentação selecionada, pode-se inferir que, ao menos nos Estados
de São Paulo, Pernambuco e Minas Gerais tais critérios predominaram.
12
Carta de Innocencio M. de Góes Calmon para Anísio Teixeira e carta de Anísio a Innocencio Calmon. Arquivo Pessoal
Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATc 1954.06.11. Rolo 39, fot. 104-105.
13
Carta de Anísio Teixeira para Robert Havighurst, datada de 1962. Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV,
CPDOC. AT c 1960.09.12/1. Rolo 39, fot. 477.
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Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
14
Carta de Robert Havighurst para Anísio Teixeira, datada de 27 de julho de 1963. Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de
Janeiro, FGV, CPDOC. ATc 1960.09.12/1. Rolo 39, fot. 477-483.
15
Carta de Havighurst para Anísio Teixeira datada de 23/3/1965. Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV,
CPDOC. Atc 1960.09.12/1 Rolo 39, fot. 483.
70
"Prezado ministro; querido amigo. Do seu de sempre, Anísio":
fragmentos de correspondências de Anísio Teixeira (1953-1964)
Entre amigos
Até mesmo aqueles que não concordavam com algumas das idéias
de Anísio, expressaram, por meio da correspondência, o respeito e o pres-
tígio que sua presença inspirava. Em 1957, o cardeal de Salvador, dom
Augusto da Silva, escreveu ao educador em solidariedade pelas pesadas
críticas que recebeu no artigo intitulado “A bolchevisação do ensino". Esse
registro é significativo porque nele, o cardeal deixa claro sua posição con-
trária ao pensamento anisiano, posição essa que não anula seu respeito e
carinho:
Sempre seu
16
Carta do cardeal dom Augusto da Silva a Anísio Teixeira, Bahia, 23 de julho de 1957. Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio
de Janeiro, FGV, CPDOC. Atc 1957.07.23. Rolo 39, fot. 329.
71
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
17
“Meia vitória, mas vitória". Comentário de Anísio Teixeira à Lei de Diretrizes e Bases da Educação, aprovada em dezembro
de 1961, em artigo publicado no Diário de Pernambuco, de 13 de abril 1962.
72
"Prezado ministro; querido amigo. Do seu de sempre, Anísio":
fragmentos de correspondências de Anísio Teixeira (1953-1964)
Estou a escrever-lhe às pressas provocado pela sua tão generosa carta... Abraços
e saudades do seu de sempre muito grato,
Anísio18
Referências bibliográficas
NEVES, Margarida de Souza. Uma escrita do tempo. In: CANDIDO, Antonio et al.
A crônica: o gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. Campinas: Ed.
Unicamp; Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1992.
18
Carta de Anísio Teixeira a Fernando de Azevedo. Arquivo Fernando de Azevedo. IEB-USP. Cp-Cx. 32 A, 101 (apud Vidal,
2000, p. 131-132).
73
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
_______. Carta a Monteiro Lobato, 29 jan. 1947. In: VIANNA, Aurélio; FRAIZ,
Priscila (Eds.). Conversa entre amigos: correspondência escolhida entre Anísio
Teixeira e Monteiro Lobato. Salvador: Fundação Cultural do Estado da Bahia;
Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas/CPDOC, 1986. p. 104-107.
WERNECK, Maria Helena. “Veja como ando grego, meu amigo": Os cuidados de
si na correspondência Machadiana. In: GALVÃO, Walnice Nogueira; GOTLIB,
Nádia Battella. (Org.). Prezado senhor, prezada senhora: estudos sobre cartas.
São Paulo: Companhia da Letras, 2000. p. 137-145.
74
4
“Reconstrução" da escola e formação
do “magistério nacional": as políticas
do Inep/CBPE durante a gestão
de Anísio Teixeira (1952-1964)
Ana Waleska P. C. Mendonça*
Não podemos continuar a crescer do modo por que vamos crescendo, por
que isto não é crescer, mas dissolver-nos. Precisamos voltar à idéia de que
1
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme 11, fot. 0634-0639, p. 9.
2
Idem, p. 7.
77
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
3
Idem, p. 8.
4
A esse discurso, Anísio viria a retornar várias vezes, especialmente nos textos produzidos a respeito do Centro Brasileiro de
Pesquisas Educacionais (CBPE), órgão vinculado ao Inep, e por ele criado em 1955, inclusive, no Ofício e Exposição de
Motivos com que encaminha ao ministro da Educação o decreto que instituía o Centro.
78
“Reconstrução" da escola e formação do “magistério nacional": as políticas
do Inep/CBPE durante a gestão de Anísio Teixeira (1952-1964)
A trajetória institucional
do Inep (1952-1964)
5
A Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos é uma publicação oficial do Inep, editada desde 1942.
6
A revista Educação e Ciências Sociais foi o principal veículo de divulgação do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais
(CBPE) e teve dez números publicados entre março de 1956 e setembro de 1962.
7
O Espaço Anísio Teixeira, situado no campus da Praia Vermelha da UFRJ, abriga parte significativa do acervo da antiga
Biblioteca do CBPE, organizada durante a gestão de Anísio Teixeira.
79
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
8
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme 13, fot. 0086-0088.
80
“Reconstrução" da escola e formação do “magistério nacional": as políticas
do Inep/CBPE durante a gestão de Anísio Teixeira (1952-1964)
9
Idem, p. 2.
81
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
10
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme 13, fot. 0058.
82
“Reconstrução" da escola e formação do “magistério nacional": as políticas
do Inep/CBPE durante a gestão de Anísio Teixeira (1952-1964)
ano, apenas três meses antes, portanto). Reconhece-se que o Inep, "além
da sua função de órgão de estudos da educação nacional, em todos os
seus aspectos, desenvolve um programa de assistência financeira e téc-
nica aos Estados, no campo do ensino, em virtude de lhe haver sido
atribuída a administração do Fundo Nacional do Ensino Primário", es-
tendendo-se, ainda, a sua área de atuação à Campanha de Aperfeiçoa-
mento de Nível Superior (Capes) – atual Coordenação –, tendo em vista
a integração da parte executiva da Campanha à sua órbita. Definem-se
como linhas de trabalho do Inep:
11
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme 13, fot. 0144-0145, p. 1.
83
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
12
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme 13, fot. 0360.
84
“Reconstrução" da escola e formação do “magistério nacional": as políticas
do Inep/CBPE durante a gestão de Anísio Teixeira (1952-1964)
13
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme 13, fot. 0150.
14
A esse respeito, surpreende a data do documento, pois, em 28 de dezembro de 1955, por meio do Decreto nº 38.460, o
CBPE já havia sido instituído com esta denominação consagrada.
85
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
15
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04.
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“Reconstrução" da escola e formação do “magistério nacional": as políticas
do Inep/CBPE durante a gestão de Anísio Teixeira (1952-1964)
87
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
16
A esse respeito é significativo que o item VI da Portaria n° 32, de 11 de novembro de 1953, que instituiu no Inep o Centro
de Documentação Pedagógica, dizia que "as atividades da Campanha de Aperfeiçoamento do Magistério Primário e Normal,
bem como a coordenação e supervisão dos Centros Regionais do Inep nos Estados, ficam atribuídas à Coordenação dos
Cursos do Inep" (Estudos..., 1956, p. 35).
88
“Reconstrução" da escola e formação do “magistério nacional": as políticas
do Inep/CBPE durante a gestão de Anísio Teixeira (1952-1964)
89
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
Daí por que a vivência socioocupacional dos mais diversos setores vem
impondo ao governo que participe dessa mudança ou a venha promoven-
do por uma série de providências e realizações, capazes de corrigir os
desajustamentos culturais e, sobretudo, incrementar investimentos materi-
ais ou aplicações da cultura técnico-científica, já herdada, já conquistada
pelos homens do século XX. (Brasil, 1960, p. xii – grifos meus).
90
“Reconstrução" da escola e formação do “magistério nacional": as políticas
do Inep/CBPE durante a gestão de Anísio Teixeira (1952-1964)
17
Essa Comissão elaborou, ainda, dois projetos de lei, um deles regulamentando o art. 169 da Constituição que estabelecia
a vinculação obrigatória de recursos, e outro instituindo um “Fundo Especial da Educação para o Desenvolvimento". O
segundo não chegou a ser encaminhado ao Congresso Nacional, sob a alegação de que já estavam tramitando no Poder
Legislativo o projeto anterior, bem como o da Lei de Diretrizes e Bases, que consolidavam “tal espírito".
91
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
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“Reconstrução" da escola e formação do “magistério nacional": as políticas
do Inep/CBPE durante a gestão de Anísio Teixeira (1952-1964)
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“Reconstrução" da escola e formação do “magistério nacional": as políticas
do Inep/CBPE durante a gestão de Anísio Teixeira (1952-1964)
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“Reconstrução" da escola e formação do “magistério nacional": as políticas
do Inep/CBPE durante a gestão de Anísio Teixeira (1952-1964)
18
A respeito desse programa, ver Paiva e Paixão (2002).
97
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
A Campanha de Construções
e Equipamentos Escolares
98
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do Inep/CBPE durante a gestão de Anísio Teixeira (1952-1964)
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do Inep/CBPE durante a gestão de Anísio Teixeira (1952-1964)
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“Reconstrução" da escola e formação do “magistério nacional": as políticas
do Inep/CBPE durante a gestão de Anísio Teixeira (1952-1964)
19
Cumpre destacar que os centros regionais de pesquisas possuíam uma estrutura idêntica à do CBPE, mantendo-se,
inclusive, a mesma denominação para as diversas divisões.
103
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“Reconstrução" da escola e formação do “magistério nacional": as políticas
do Inep/CBPE durante a gestão de Anísio Teixeira (1952-1964)
Certamente muito ainda se terá de planejar para que se complete tal siste-
matização; mas não se pode subestimar o que já significa esse traçado
fundamental, seja como instrumento administrativo, seja como diretriz de
trabalho organizado e de renovação pedagógica. (Brasil, 1960, p. 279 -
grifos meus).
20
A surpresa justifica-se pelo fato de ser este o mais antigo dos centros regionais vinculados ao Inep, criado originalmente
sob a denominação de CRInep.
105
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“Reconstrução" da escola e formação do “magistério nacional": as políticas
do Inep/CBPE durante a gestão de Anísio Teixeira (1952-1964)
21
Bastaria lembrar toda a série de eventos que se sucedem ao governo JK e que culminam com o golpe militar de 1964: a
eleição de Jânio Quadros e sua inesperada renúncia; a tentativa de golpe que se segue, visando impedir a posse do vice-
presidente, e a solução negociada que passa pela adoção temporária do regime parlamentar; por fim, a crescente radicalização
política que marca o período do governo de Jango Goulart.
107
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22
Quanto a esse aspecto, é muito significativo confrontar as reações de Anísio Teixeira e de Florestan Fernandes à
aprovação da lei. Enquanto o primeiro chega a acusar Jango de traidor, pela aprovação do projeto “privatista", Anísio
considera que o texto aprovado se constituía em uma “meia vitória, mas vitória" (ver: Fernandes, 1966; Teixeira, 1962).
Posteriormente, inclusive, Anísio Teixeira viria a empenhar-se fortemente na implementação da lei, pela via da sua partici-
pação no recém criado Conselho Federal de Educação (CFE), para o qual o seu nome seria indicado.
23
O MEC mudaria a denominação para Ministério da Educação, Ciência e Cultura (MECC), de forma a incluir, também, na
sua órbita “todas as atividades da União no campo da ciência, cujo vínculo orgânico com o ensino cabalmente justifica a
integração" (item I da justificativa nº 7 do ministro, anexa ao anteprojeto de lei).
108
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Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme 13, fot. 0056-0071.
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do Inep/CBPE durante a gestão de Anísio Teixeira (1952-1964)
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do Inep/CBPE durante a gestão de Anísio Teixeira (1952-1964)
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O Fundo Internacional de Socorro à Infância (atualmente, Unicef), aliás, teria oferecido um número bastante significativo
(281) de bolsas para o Inep: para Mato Grosso: 10, em São Paulo, 37, em Cuiabá, 56, em Belo Horizonte; para Goiás: 10 em
São Paulo, 77 em Inhumas; para Bahia: 62 em Salvador; para Sergipe: 15 em Salvador; para Alagoas: 14 em Salvador.
26
A respeito do Pabaee e das suas polêmicas relações com o trabalho do Inep e do Centro Regional de Belo Horizonte, ver
Paiva e Paixão (2002).
115
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27
Trata-se de um mapa do Brasil, onde se localizam os vários centros regionais vinculados ao Inep (centros de pesquisa,
centros de treinamento de professores e centros de recursos audiovisuais).
116
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Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04.
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do Inep/CBPE durante a gestão de Anísio Teixeira (1952-1964)
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Epílogo
29
Nessa direção, foi uma feliz iniciativa a publicação por parte do próprio Inep, do livro organizado por Marta Araújo e Iria
Brzezinski (2006), que procura resgatar algumas dessas iniciativas no âmbito de alguns Estados.
30
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme 13, fot. 0001 a 0025.
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Referências bibliográficas
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do Inep/CBPE durante a gestão de Anísio Teixeira (1952-1964)
FREITAS, Marcos Cezar de. Pintar um mosaico num grão de mostarda: a educação
e a crise brasileira no pensamento social de Anísio Teixeira (Apresentação). In:
TEIXEIRA, Anísio. A educação e a crise brasileira. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2005.
125
5
Qualificação de professores
em três campanhas do Ministério
da Educação no decênio 1950-1960
Libânia Nacif Xavier*
* Professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pesquisadora do Programa de
Estudos e Documentação Educação e Sociedade (Proedes/UFRJ).
Centro Regional de Pesquisas Educacionais - São Paulo-SP
Qualificação de professores em três campanhas do Ministério
da Educação no decênio 1950-1960
1
Jayme Abreu e João Roberto Moreira atuaram na coordenação da Cileme e destacam-se pelas publicações sob a forma de
livros editados pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais (CBPE), vinculado ao Inep, e sob a forma de artigos na
Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, também do Inep. Em relação à Cades, campanha vinculada à Diretoria do Ensino
Secundário (Dese) do MEC, Luiz Alves de Mattos e Lauro de Oliveira Lima destacam-se pelos artigos que publicaram na
revista Escola Secundária (cf. Xavier, 2002/2003, 2004).
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da Educação no decênio 1950-1960
2
A Cades foi instituída pelo Decreto nº 34.638, de 17 de novembro de 1953.
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3
As inspetorias seccionais da Cades deveriam cobrir todos Estados brasileiros e, em cada Estado, várias cidades foram
contempladas com a criação de uma inspetoria.
4
Como órgão vinculado ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), o CBPE absorveu a Cileme e a Caldeme e promoveu o
desenvolvimento de um amplo programa de pesquisas sobre os problemas da educação escolar brasileira por meio de seus
centros regionais (cf. Xavier, 1999).
5
Em trabalho anterior (Xavier, 2004), nós identificamos as linhas de publicação do CBPE no decênio 1955-1965, totalizando
11 séries ou linhas de publicação. São as seguintes: Série Guias de Ensino; Livros de Texto; Livros Fonte; Currículo,
Programas e Métodos; Inquéritos e Levantamentos; Sociedade e Educação; Cursos e Conferências; Pesquisas e Monografias;
Levantamentos Bibliográficos; publicações diversas; Os Grandes Educadores Brasileiros.
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da Educação no decênio 1950-1960
6
Durante dez anos (1955-1965) foram reeditadas os guias e manuais de ensino que haviam sido confeccionados no âmbito
da Secretaria Geral de Educação e Cultura do Distrito Federal, entre 1934 e 1935, quando Anísio Teixeira encontrava-se à
frente deste órgão. Dessa forma, verifica-se a estratégia de retomar um fio de continuidade em relação à experiência de
renovação do ensino levada a efeito na cidade do Rio de Janeiro, e que fora interrompido em 1935, em face dos aconteci-
mentos políticos decorrentes da queda do prefeito Pedro Ernesto, na vigência do Estado Novo.
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7
A redação do guia de ensino Ensinando matemática à criança, de 1963, teve por base a experiência da Escola Experimental
do Inep. A apresentação do livro Estudos sociais na escola primária, de 1964, destaca o fato de aquele ter sido enriquecido
com a incorporação de realizações na Escola Guatemala, “primeiro Centro Experimental de Educação Primária do ex-distrito
federal e de outras instituições, como a Fazenda do Rosário, em Ibirité (MG) e a Escola de Aplicação do Centro Regional de
Pesquisa Educacional da Bahia".
8
Fundado em 1948, o Colégio de Nova Friburgo, da Fundação Getúlio Vargas, foi transformado em experimental para
estágio de professores secundários de todo o País, contando com financiamentos da Cades (cf. Mendonça, 1957).
9
São os seguintes os três livros citados: Um quarto de século de programas e compêndios de história para o ensino
secundário brasileiro (1931-1959), de Guy de Hollanda (1957); Análise dos programas e livros didáticos de geografia para a
escola secundária, de James B. Vieira Fonseca (1957); Escola Secundária Moderna, de Lauro de Oliveira Lima (1962).
134
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10
A seção “Consultório Didático" inicia-se com uma Nota da Redação: “Nesta seção, a nossa revista publicará as consultas
que nos forem encaminhadas pelos professores de todos os quadrantes de todo o País sobre as dúvidas, problemas e
dificuldades que estão encontrando no desempenho de suas funções docentes e educativas, desde que contenham assuntos
de interesse geral" (Escola Secundária, n. 1, p. 88, jun. 1957).
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Por isto é que não regateei meu apreço à experiência de D. Irene Mello
Carvalho, no Colégio de Friburgo e, quando soube de sua intenção de
escrever este relato do seu ensaio do plano Morrison, dispus-me a facilitar-
lhe a publicação do trabalho.11
11 O Plano Morrison abrange cinco fases: Exploração, Apresentação, Assimilação, Organização e “Recitação". A fase de
Exploração abrange sondagem de atitudes e de conhecimentos, completada pela reorientação dessas atitudes e pela corre-
ção e suplementação desses conhecimentos. Na segunda fase, far-se-á uma apresentação geral da unidade com o objetivo
de reforçar a motivação pré-existente, ressaltando-se aos olhos dos alunos os valores da unidade que vão estudar, suas
contribuições para o conhecimento da realidade e as suas aplicações de ordem prática. A fase da assimilação visa desenvol-
ver atitudes favoráveis ao estudo e orientar o discente nas boas técnicas do trabalho intelectual, proporcionando condições
adequadas para que o estudante elabore seus próprios conceitos. A fase seguinte compreende atividades de organização da
unidade de estudos, pelos alunos orientados pelo professor, em classes mais adiantadas e mais integradas no sistema,
poderá ficar inteiramente sob a responsabilidade dos alunos. Por fim, a recitação compreende a exposição de um assunto
pelo aluno. De acordo com a autora, “com a ‘recitação' termina o esquema de Morrison para o ensino de disciplinas que
exigem muito pensamento reflexivo e menos apreciações de ordem emocional ou automatismos de qualquer natureza" (cf.
Carvalho, 1954).
12
São os seguintes, os livros que compõem a série Inquéritos e Levantamentos do CBPE: Acreditação de escolas secundá-
rias nos Estados da América do Norte, de Thales Mello Carvalho (1953); A educação em Santa Catarina, de J. Roberto
Moreira (1954); A educação no Paraná, de Erasmo Pilotto (1954); O ensino por unidades didáticas: seu ensaio no Colégio
Nova Friburgo, de Irene Mello Carvalho (1957); A escola elementar e a formação do professor primário no Rio Grande do
Sul, de J. Roberto Moreira (1955); O sistema educacional fluminense, de Jayme Abreu (1955); Introdução ao estudo do
currículo da escola primária, de J. Roberto Moreira (1955); Estudos sobre o Ceará, de Joaquim Moreira de Souza (1955); A
educação secundária no Brasil, de Jayme Abreu (1955); Município e ensino no Estado de São Paulo, de Carlos Correa
Mascaro (1959).
13
O tema da “mudança social" pontuou o debate intelectual brasileiro nas décadas de 1950 e 1960, ensejando a produção
de inúmeros estudos na área das ciências sociais e da educação, cujo foco central era a análise do processo de transição da
condição de sociedade agrária para a condição de sociedade urbano-industrial em curso no Brasil (Xavier, 1999).
136
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da Educação no decênio 1950-1960
14
Com base nos postulados do pedagogo belga Decroly, a aplicação dos “centros de interesse" constituía uma das regras
práticas de organização das classes e de organização do currículo, tendo em vista a participação dos alunos em um conjunto
de atividades comuns, de modo a desenvolver a individualidade pela divisão de atividades do centro segundo os maiores
interesses e possibilidades de cada um (cf. Moreira, 1955, p. 85).
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15
Para o desenvolvimento desse levantamento, Abreu (1955, p. 248) dividiu o Estado do Rio de Janeiro em áreas: Zona
Ecológica, Zona Litorânea Ocidental, Zona da Baixa Guanabara, Zona Litorânea Oriental, Zona do Alto Paraíba, Zona Alto
da Serra, Zona do Planalto, Zona da Baixada Goitacazes e Zona Norte. Nestas, ele observou que os alunos matriculados não
chegavam a 8% da população de 12 a 18 anos. E 91% dos matriculados buscavam na escola instrumentos para desempe-
nhar alguma atividade profissional.
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Considerações finais
16
Jayme Abreu atuou mais próximo de Anísio Teixeira, exercendo uma atividade institucional mais estável e regular, como
podemos confirmar com os dados apresentados a seguir. Formado em 1930, pela Faculdade de Medicina da Bahia, Jayme
Abreu já exercia, desde 1927, o cargo de inspetor de Ensino no Ginásio em que estudara, sendo nomeado, em 1931,
inspetor Federal do Ministério da Educação e Saúde para o ensino secundário. A partir de 1947, ele passou a atuar com
Anísio Teixeira, quando este assumiu a Secretaria de Educação da Bahia. Inicialmente, atuou no Gabinete de Anísio, como
seu assessor direto; em seguida, assumiu a Superintendência do Ensino Médio e, em 1952, quando Anísio Teixeira assumiu
a direção do Inep, Jayme Abreu transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde coordenou da Campanha de Levantamentos e
Inquéritos para o Ensino Médio e Elementar (Cileme), permanecendo no Inep até 1968, ano de sua aposentadoria.
140
Qualificação de professores em três campanhas do Ministério
da Educação no decênio 1950-1960
Referências bibliográficas
17
João Roberto Moreira fez o curso de Pedagogia na Faculdade de Filosofia da Universidade Católica do Rio de Janeiro e
participou, sucessivamente, de cursos de extensão universitária e especialização promovidos pela Universidade de São Paulo
– Sociologia e Psicologia da Educação – e pelo Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp) – Psicologia das
Relações Humanas e Psicotécnica –, realizando estágios no College of Education da State of Arkansas University e no
Teachers College da Columbia University, em Nova Iorque. Exerceu cargos de professor e outros de caráter técnico-adminis-
trativos em escolas de formação de professores e em órgãos federais. Foi diretor do Instituto de Educação de Santa Catarina
(1941-1943), chefiou a Seção de Planejamento do Dasp (1944-1946), dirigiu a Seção de Documentação e Intercâmbio do
Inep (1949-1951), foi diretor técnico do Colégio de Cataguazes (1951) e vice-diretor do Colégio Nova Friburgo, da Funda-
ção Getúlio Vargas (1952-1953); foi coordenador da Cileme (1954-1955), dirigiu o setor de Planejamento do CBPE em seu
período inicial (1957), chefiando, em seguida, a Divisão de Estudos e Pesquisas Educacionais do CBPE (1957). Nesse mesmo
ano, foi convidado pelo ministro Clóvis Salgado para coordenar a Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo (cf.
Pinho, 1967).
18
Lauro de Oliveira Lima nasceu na cidade de Limeira, no Ceará, em 12 de abril de 1921. Concluiu os estudos no seminário
salvatoriano de Jundiaí, engajando-se, em seguida, no magistério secundário. Em 1945, obteve, por concurso, o cargo de
inspetor Federal de Ensino do MEC, função que exerceu por 20 anos, dez dos quais como inspetor Seccional da Diretoria de
Ensino Secundário (Dese-MEC) no Ceará. Formou-se em Direito em 1949, e dois anos depois, em Filosofia. A partir da
década de 1960, começou a trabalhar com dinâmica de grupo, propondo o método psicogenético como orientação central.
Posteriormente, fundou o Centro Educacional Jean Piaget e vem se dedicando ao treinamento de professores, técnicos e
empresários utilizando o método por ele elaborado, denominado Grupo de Treinamento para a Produtividade, que consta
de seu livro Dinâmica de grupo no lar, na empresa e na escola. Publicou os seguintes livros: Piaget: sugestão aos educadores
(1999) e Dinâmica de grupo (2002). Em 1996, lançou Para que servem as escolas?, pela Editora Vozes (cf. http://
www.personagens.com.br/personagem/88).
141
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
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Qualificação de professores em três campanhas do Ministério
da Educação no decênio 1950-1960
143
6
Campanha de Aperfeiçoamento
e Difusão do Ensino Secundário:
uma trajetória bem-sucedida?
Diana Couto Pinto *
* Pesquisadora associada ao Programa de Estudos e Documentação Estudos e Sociedade (Proedes) da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ).
Sala de Aula da Escola Normal Secundária Joaquim Nabuco
Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário:
uma trajetória bem-sucedida?
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uma trajetória bem-sucedida?
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uma trajetória bem-sucedida?
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Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário:
uma trajetória bem-sucedida?
Período de consolidação
e expansão (1956-1963)
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Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário:
uma trajetória bem-sucedida?
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Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
estudo aos professores que freqüentassem tais cursos. Além disso, implan-
tou um programa editorial que incluía revistas, monografias e livros. Com
o objetivo de melhorar a qualidade do ensino de ciências físicas e naturais,
doou laboratórios de física, química e ciências naturais a colégios do inte-
rior ou os vendeu a preço de custo. Para estimular a produção de textos
pelos professores, criou um concurso de monografias, que conferia ao
vencedor prêmio em dinheiro, estágio de seis meses no Centro Internacio-
nal de Estudos Pedagógicos de Sèvres, além da publicação do texto na
série “monografias".
Para atingir as regiões mais longínquas do País, a Cades criou as
“missões pedagógicas", definidas pela Dese, no Ofício Circular nº 15, de 10
de março de 1960, como equipes volantes, devidamente treinadas para
levar aos estabelecimentos de ensino secundário daquelas regiões “a assis-
tência pedagógica e a orientação administrativa de que já não podem
prescindir em face do crescimento e da procura sempre maior desse tipo
de ensino, bem como do relevante papel que lhe cabe na construção do
mundo moderno" (Brasil, 1960). Cada missão seria constituída por uma
equipe de quatro membros, conforme especificado no Ofício Circular nº
425, de 1º de junho de 1959, “devidamente credenciados por títulos de
magistério secundário" e deveria atuar, sobretudo, no setor pedagógico,
“através de contatos pessoais com os educadores da localidade, círculos
de estudos, encontros, palestras, além de trabalhos práticos, inclusive com
a participação dos alunos" (Brasil, 1959).
As missões pedagógicas foram inauguradas em agosto de 1959
com a do Vale do Rio Doce, abrangendo os Estados de Minas Gerais e
Espírito Santo. Em Minas Gerais foram beneficiadas as cidades de Aimorés,
Conselheiro Pena, Governador Valadares e Resplendor; no Espírito Santo,
as cidades de Baixo Guandu, Catalina e Linhares.
Ciente do interesse dos professores do interior do País pela atuali-
zação de conhecimentos e das dificuldades que encontravam no exercício
da sua função, a Cades, em 1957, ao iniciar a publicação da revista Escola
Secundária, criou a seção “Consultório Didático", que, em 1961, passou a
chamar-se “Secção de Consultas", proporcionando aos interessados a “opor-
tunidade de formularem consultas sobre a melhor interpretação doutriná-
ria ou didática do programa oficial".
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Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário:
uma trajetória bem-sucedida?
Renovação administrativo-pedagógica
(1963-1964)
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Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário:
uma trajetória bem-sucedida?
Declínio e desaparecimento
(1964-1970)
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uma trajetória bem-sucedida?
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Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
A boa qualidade dos cursos da Cades foi ressaltada tanto por pro-
fessores quanto por alunos-mestres.
Dom Paulo Evaristo Arns (1997) assim se expressa sobre a Cades:
“percebi aquilo como alguma coisa que era maior do que o Brasil que a
gente conhecia antes", e avalia a sua experiência como coordenador do
curso realizado em Juiz de Fora em 1956:
170
Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário:
uma trajetória bem-sucedida?
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Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
Maria Martha Bezerra Andrade (1997) afirmou: “sinto que hoje não
tenha esses cursos ao lado dessas faculdades que a gente tem. Eu acho
que seria uma complementação muito boa".
Para Maria Theresa Fonseca Oliveira (1997) “foi uma pena ter aca-
bado" e Tânia Cristina Iabrudi Tavares (1997) acredita que os cursos
deveriam ser preservados [...]. Essas pessoas que dão boa formação, com
gabarito mesmo, deveriam vir para o interior para formar pessoas que não
tenham oportunidade [...] assim você está abrindo o leque para muito mais
gente, você está dando chance para outras pessoas.
Considerações finais
172
Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário:
uma trajetória bem-sucedida?
a criação da Cades foi o divisor das águas entre o que existia então e o
que é hoje o ensino secundário brasileiro. A Cades não nasceu com uma
filosofia ou, sequer, com uma política administrativa ou educacional.
Fez-se por inspiração do momento, procurando atender urgentemente
aos problemas mais prementes com que se via a braços a Diretoria do
Ensino Secundário, tendo sido, nesse sentido, a primeira janela aberta
para uma atuação do MEC no País.
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Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
Referências bibliográficas
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uma trajetória bem-sucedida?
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Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
KOCH, Eloy Dorvalino. Carta a Diana Couto Pinto. 1997. (Arquivo Cades. UFRJ/
FE/Proedes).
176
Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário:
uma trajetória bem-sucedida?
177
7
A formação dos professores:
novos deveres, novos zelos,
novas condições, novos métodos
Vera Lucia Alves Breglia*
Cecília Neves Lima**
* Professora do Departamento de Ciência da Informação do Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade Federal
Fluminense (IACS/UFF).
** Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
Primeira Conferência Presidida por Capanema
A formação dos professores: novos deveres, novos zelos,
novas condições, novos métodos
Os primeiros olhares
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Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
1
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme14.
2
Estamos nos referindo também às categorias “consciência" e espírito, pois “tomada de consciência", “formação da
consciência", “consciência profissional", “consciência educacional", “consciência de métodos próprios de investigação",
“espírito de pesquisa", “espírito dos inquéritos", “espírito científico", “espírito da educação", “estado de espírito" aparecem
com freqüência nos escritos de Anísio Teixeira.
3
No texto a menção Inep/CBPE vai ao encontro de que durante o desenvolvimento da pesquisa foi constatado que na
verdade em um dado momento sob a gestão de Anísio Teixeira, o CBPE e o Inep “confundiam-se", constituindo-se o CBPE
no braço do Inep dedicado à pesquisa e a viabilizar a implantação na prática, das idéias que informaram a política educa-
cional à época.
4
Na conceituação original de Le Goff (1993) restos são o que sobra, o que fica. A sua relação com os arquivos privados é
pertinente por se tratarem de um conjunto sujeito a critérios de constituição subjetivos, a interesses nem sempre evidentes,
a revisões e descartes periódicos ditados por mudanças de perspectiva de seu titular ou mesmo por imperativos de ordem
prática (Le Goff apud Heymann, 2001). Para Vianna, Lissovsky e Sá (1986) há um modus operandi do colecionador, a
racionalidade de seus atos para com seus papéis.
182
A formação dos professores: novos deveres, novos zelos,
novas condições, novos métodos
5
Os autores citados usam o termo arquivador (sujeito do processo de acumulação) em oposição ao termo arquivista,
reservado no texto ao personagem encarregado do arquivo quando este for abandonado pelo titular em favor da história.
183
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
As idéias
6
Os textos mencionados estão todos referenciados ao final do trabalho.
184
A formação dos professores: novos deveres, novos zelos,
novas condições, novos métodos
apesar das diferenças que guardam entre si. Isso porque, em alguns, são
claramente expostas as idéias que informaram a construção da infra-estru-
tura montada para viabilizar o projeto do Inep/CBPE e, em outros, percebe-
mos que refletiam as idéias postas em prática, chamadas aqui de “estratégias
em ação".7 A natureza dos documentos (relatórios técnicos, de atividades,
de coordenação de cursos e trabalhos elaborados por bolsistas) deixou per-
ceber o eixo que os une: a formação de professores, do ponto de vista das
políticas, dos cursos de formação, das metodologias empregadas ou dos
campos de aplicação. Além disso, o que entendemos por “projeto comum
do Inep e do CBPE", no que se refere à formação de professores refletiu-se
nos textos dos documentos analisados. Ficou muito claro e por isso mesmo
não se pode deixar de anotar, o investimento que foi feito no período sob
análise. O período que cobre os anos de 1950-1960 pode ser caracterizado
de multifacetado, porque não deixou de incluir, nenhum elemento consti-
tuinte do processo formativo: a preocupação com a infra-estrutura mate-
rial (acomodações para as bolsistas, construção de escolas experimentais)
e infra-estrutura pedagógica (planejamento dos cursos, corpo docente
capacitado, sistema de avaliação e geração de metodologias). Mesmo que
a análise feita tenha um caráter parcial, os resultados deixaram perceber
indícios de que a política do Inep à época tinha na formação de professo-
res um foco privilegiado.
No tocante ao aperfeiçoamento do magistério, o Inep já contava
com um programa sistemático de aperfeiçoamento de pessoal a cargo da
Coordenação de Cursos, que funcionava desde janeiro de 1946; com a
criação do CBPE e da Divisão de Aperfeiçoamento do Magistério (DAM),
sua abrangência foi expandida em uma relação de interdependência entre
as instituições. É exatamente por esse ponto que vai se iniciar o entrelace
de documentos/textos, postos em diálogo.
O documento Programa de Aperfeiçoamento de Pessoal realizado
pelo Inep8 revela, na sua estrutura, a mudança ocorrida no Inep, a partir
da gestão de Anísio. Teixeira. Produzido por ocasião do 12º ano de traba-
lho da Coordenação de Cursos, o documento citado teve como objetivo
7
A categoria estratégia tal como utilizada no texto refere-se às relações de força existentes e implica sempre o exercício de
poder (Certeau, 1994).
8
Documento datado de 1958, assinado por Lucia Marques Pinheiro responsável pela Coordenação dos Cursos do Inep, a
partir de 1954 (Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme 14, fot. 0478- 0495).
185
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
9
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme 14, fot. 0478- 0495, p. 10.
186
A formação dos professores: novos deveres, novos zelos,
novas condições, novos métodos
10
O método de projetos, como foi chamado, constituiu-se em uma reação ao trabalho formal na escola. Pretendia recon-
ciliar a vida com a educação a fim de trazer para a escola as próprias situações que a vida oferece. Situação e experiência, eis
o binômio que deveria orientar o trabalho escolar, pois que constituiria a base ativa da aprendizagem (grifo nosso).
11
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme14, fot. 0478-0495, p. 12.
12
A menção dos termos “estudo de bibliografia", “pesquisa bibliográfica", “levantamento bibliográfico", em várias partes do
documento, vinculados aos diversos cursos, evidencia que o caráter prático dos mesmos não se sobrepunha à necessidade de
revestir os estudos de fundamentos teóricos.
187
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
13
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme14, fot. 0478-0495, p. 11.
14
As escolas experimentais constituíram-se em elemento-chave na formulação das estratégias do Inep/CBPE. Eram parte
integrante das políticas de valorização do magistério. A Escola Guatemala tornou-se o primeiro Centro Experimental de
Educação Primária do Inep em 1955, através de convênio com a Secretaria de Educação do Distrito Federal. Seu objetivo
primordial era a produção e testagem de metodologias experimentais de ensino que contribuíssem para melhoria do sistema
escolar. Funcionava em horário integral para os alunos e professores que, além da regência nas classes, recebiam professores
bolsistas de outros Estados e participavam de cursos de atualização e encontros de avaliação promovidos pela supervisora
do Inep. A Escola Guatemala constituiu-se em um lócus de aperfeiçoamento do magistério, na medida em que sua dinâmica
girava em torno da pesquisa e dos estudos para embasar a prática pedagógica. Dessa forma, sua atuação estava de acordo
com os objetivos do CBPE, por meio da supervisão da DAM, que fazia dessa escola um espaço real de reflexão sobre a
prática pedagógica, atuando com dupla função: como estratégia de renovação do ensino, à medida que cada professor que
por ali passava, seja como estagiário, seja como professor regente, fazia o papel de multiplicador da experiência e como
instrumento formativo do professor, pois muitos daqueles estagiários estavam em contato com conhecimentos educacio-
nais inovadores e experimentais, ou seja, o que havia de mais novo resultante do trabalho científico dos técnicos do Inep/
CBPE e de pesquisas realizadas na própria escola, levando-os à formação e aperfeiçoamento de seu trabalho docente
fundado em bases científicas e que provavelmente estas inovações ainda não estavam disponíveis em suas regiões de
origem (cf. Lima, 2004).
188
A formação dos professores: novos deveres, novos zelos,
novas condições, novos métodos
15
Os Centros Regionais de Pesquisas Educacionais foram criados em: Pernambuco, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas
Gerais e Bahia, além do Centro Brasileiro que estava localizado no Rio de Janeiro (Xavier, 1999).
189
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
16
Divisão de Estudos e Pesquisas Educacionais (Depe), Divisão de Estudos e Pesquisas Sociais (Deps), Divisão de Documen-
tação e Informação Pedagógica (DDIP) e Divisão de Aperfeiçoamento do Magistério (DAM), responsável por expandir, em
uma relação de interdependência Inep/CBPE, o Programa de Aperfeiçoamento de Pessoal a cargo da Coordenação de
Cursos, com funcionamento desde 1946.
17
Os estudos socioantropológicos fundamentais para a construção da “ciência da educação" tinham nas ciências-fonte –
Antropologia, Psicologia, Sociologia – como chamadas por Anísio Teixeira, o seu ancoramento. Os resultados da investiga-
ção científica oriundos das ciências-fonte eram tomados como instrumentos intelectuais com o objetivo de elaborar técni-
cas, processos e modos de operação apropriados à função prática da educação.
18
Para Elias (1994), a sociedade estrutura-se a partir das relações que os indivíduos (ou grupos) estabelecem entre si,
unidos pelo o que ele chama de rede, cujos fios seriam as relações entre os indivíduos e suas múltiplas relações sociais,
configurando assim a sociedade (Elias, 1994).
19
A publicação original do texto Ciência e arte de educar foi em 1957 e o discurso de posse no Inep data de 1952.
190
A formação dos professores: novos deveres, novos zelos,
novas condições, novos métodos
no sentido restrito do termo, como ciência autônoma não existe nem po-
derá existir, mas de dar condições científicas à atividade educacional, nos
seus três aspectos fundamentais – seleção de material para o currículo, de
métodos de ensino e disciplina, e de organização e administração das esco-
las. (Teixeira, 1997, p. 198).
20
A autora aponta a influência de John Dewey que, nas palavras de Anísio Teixeira, era o responsável por uma das maiores
contribuições à empresa de integrar os estudos filosóficos da época no campo dos estudos de natureza científica, fundados
na observação, na hipótese e na revisão constante de suas conclusões.
191
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
21
No texto, a noção de projeto está indissoluvelmente ligada à idéia de indivíduo-sujeito, mesmo em se tratando de um
ator coletivo, o que remete à atuação de Anísio Teixeira no Inep/CBPE (cf. Velho, 1994).
192
A formação dos professores: novos deveres, novos zelos,
novas condições, novos métodos
22
As parcerias referidas foram feitas com o Museu Nacional (preparo de material para o ensino das ciências); com a
Escolinha de Arte do Brasil (estudo de pequenas plásticas, teatro de sombra, de fantoches de marionetes, dramatizações);
com o Conservatório Nacional de Canto Orfeônico (preparação de professores de canto orfeônico) e com o Senai Nacional
(atividades de trabalho) (cf. Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme14, fot.
0478- 0495, p. 27-28).
193
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
As estratégias em ação
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A formação dos professores: novos deveres, novos zelos,
novas condições, novos métodos
23
O termo “políticas de intervenção" é utilizado no texto para representar ações planejadas, sistematizadas e colocadas em
prática nos sistemas de ensino.
195
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
24
Conforme documento do Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme14, fot.
0496-0521, intitulado “Relatório dos Trabalhos Realizados pela Coordenação dos Cursos do Inep. de 1956 a 1960", assina-
do por Lúcia Marques Pinheiro, assessora do Inep e coordenadora da DAM, que descreve os cursos de aperfeiçoamento do
magistério ministrados no qüinqüênio 1956-1960, citando a participação das escolas experimentais e escolas e classes de
demonstração do CBPE/CRPEs em todo o Brasil. Ao todo foram ministrados 240 cursos pelo Inep, atendendo a vários tipos
de profissionais da educação como administradores e supervisores do ensino primário, diretores, professores e supervisores
de escolas normais, diretores e professores de escolas de demonstração, supervisores de oficinas de artes industriais,
professores especializados e primários em geral e profissionais técnicos dos Estados.
196
A formação dos professores: novos deveres, novos zelos,
novas condições, novos métodos
25
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme14, fot. 0830-0832, p. 3 – Centros
Federais de Treinamento de Professores. Não foi possível identificar da data e a autoria do documento. Impresso em papel
timbrado do MEC.
197
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
26
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme 14, fot. 0755-0785 – Trabalho
realizado por bolsistas da DAP em 1965, sob orientação da professora Helena Lopes. Origem: CRPE João Pinheiro (CRPEJP/
MG) – DAP.
27
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 52.06.04, filme14, fot. 0712-0755, p. 16 – Trabalho
elaborado por bolsistas sob orientação da profa. Olga Barroca, em 1966. Origem: CRPE João Pinheiro (CRPEJP/MG), DAP.
28
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme14, fot. 0588-0615 – Plano de
unidade de trabalho elaborado no Curso RD (Recursos Didáticos), sob orientação da professora Francisca Alba Teixeira,
1964. Plano revisto por bolsistas que se especializaram em Estudos Sociais, sob orientação da professora Therezinha
Deusdará. Publicação do MEC/Inep/CRPPJP/DAP, 1968.
198
A formação dos professores: novos deveres, novos zelos,
novas condições, novos métodos
29
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme14, fot. 0832-0846, p. 16.
30
Considera-se que a primeira semente do CBPE foi lançada por Anísio Teixeira no seu discurso de posse no Inep, em 1952.
Depois de fazer uma análise crítica da situação educacional brasileira, ele traçou em grandes linhas o escopo dos estudos
que deveriam ser feitos, tendo-os como ponto de partida para a reforma pretendida. Estaria nas formulações do discurso,
na forma de aspiração, o CBPE contido por inteiro (Estudos..., 1956).
199
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200
A formação dos professores: novos deveres, novos zelos,
novas condições, novos métodos
31
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme14, fot. 0496-0521. Relatório dos
trabalhos realizados pela Coordenação dos Cursos do Inep de 1956 a 1960. Assinado por Lucia Marques Pinheiro. Sem data
(provavelmente posterior a 1960). Entre as universidades participantes destacam-se: University of Indiana e Southern
California University.
32
Idem.
33
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme 14, fot. 0832-0846. O autor
esclarece que após um ano de contatos freqüentes com os Centros Federais de Treinamento de Professores (CTP) que
incluiu o corpo docente e as alunas bolsistas, pareceu-lhe útil redigir algumas apreciações técnicas destinadas aos diretores
e professores dos centros. Tradução de Amaryllis Nascimento (CRPE, Porto Alegre) Sem data. 29p.
34
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme 14, fot. 0832-0846, p. 2.
201
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
[...] o ensino primário brasileiro não pode ainda ter-se sôbre o indivíduo,
mas deve levar em consideração a massa dos alunos. Não pode ainda se
permitir (salvo em escolas experimentais) a elaborar ou praticar uma peda-
gogia requintada, mas é obrigado pelas circunstâncias a uma pedagogia de
massa [...]. (grifos do autor).
35
Idem.
36
Idem, p. 14.
37
Idem, p. 11.
38
Idem, p. 12.
202
A formação dos professores: novos deveres, novos zelos,
novas condições, novos métodos
39
Idem, p. 22.
40
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme14, fot. 0830-0832. Título: Centros
Federais de Treinamento do Magistério Primário (projeto). Sem data. Origem: MEC. Obs.: Os Centros de Treinamento eram
destinados aos que tinham concluído os estudos de segundo nível, no primeiro ou segundo ciclo, e desejassem devotar-se
ao magistério.
41
Idem, p. 1.
203
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
42
Idem.
43
Idem.
44
Segundo Teixeira (1997), as escolas experimentais constituir-se-iam em um espaço de empiria para as pesquisas
socioantropológicas desenvolvidas no CBPE, no sentido de que os cientistas pudessem contar com o apoio dos professores
para coletar com fidedignidade os dados educacionais que serviriam de base para as pesquisas. A idéia era promover o
retorno desses conhecimentos produzidos no âmbito da escola, de modo a promover a melhoria da prática docente.
45
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme14, fot. 0830-0832, p. 2.
204
A formação dos professores: novos deveres, novos zelos,
novas condições, novos métodos
46
Cambi (1999) aponta os pressupostos pragmáticos que caracterizavam um novo tipo de escola e considera que uma
tarefa não secundária da escola renovada segundo os princípios da educação progressiva é, de fato, também a de elaborar
novos valores, capazes de imprimir um desenvolvimento social na direção de um incremento dos comportamentos inteli-
gentes e dos intercâmbios comunicativos entre os vários indivíduos que compõem a própria sociedade.
205
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
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A formação dos professores: novos deveres, novos zelos,
novas condições, novos métodos
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A formação dos professores: novos deveres, novos zelos,
novas condições, novos métodos
Referências bibliográficas
209
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
ELIAS, Norbert. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.
210
A formação dos professores: novos deveres, novos zelos,
novas condições, novos métodos
211
8
“A escola que seu filho precisa
ainda está para ser construída":*
a trajetória da Escola Guatemala
nos anos 1950/1960
Miriam Waidenfeld Chaves**
Roberta Macedo***
* Trecho da carta escrita por Anísio Teixeira para M. de Góes Calmon. Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV,
CPDOC. Filme 39, fot. 104-105.
** Professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
*** Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Escola Guatemala - Praça Aguirre Cerda, n º 55, Bairro de Fátima, Rio de Janeiro
(RJ).
“A escola que seu filho precisa ainda está para ser construída":
a trajetória da Escola Guatemala nos anos 1950/1960
215
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
1
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme14, fot. 0521-0547.
2
Ao relatar o trabalho do Inep nesses 12 anos referente à política de formação de professores, Lúcia Marques Pinheiro
salienta que esse órgão, ao longo desse período, produziu “três soluções" para a capacitação dos professores. A primeira, de
1947 a 1951, por meio de cursos teóricos; a segunda, de 1952 a 1953, por meio de estágios em serviço e a terceira, de 1954
a 1958, com a formação em escolas experimentais.
216
“A escola que seu filho precisa ainda está para ser construída":
a trajetória da Escola Guatemala nos anos 1950/1960
217
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
3
Há toda uma exposição e demonstração de dados retirados de Kessel (1954).
218
“A escola que seu filho precisa ainda está para ser construída":
a trajetória da Escola Guatemala nos anos 1950/1960
219
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
220
“A escola que seu filho precisa ainda está para ser construída":
a trajetória da Escola Guatemala nos anos 1950/1960
isto tudo significa que a nossa escola não se preocupa, propriamente, nem
com a criança, nem com a comunidade ou sociedade. A sua preocupação é
o cumprimento de um horário e de um programa, segundo processos for-
mais, dentro de uma rotina pré-estabelecida e invariável. Isto é o que lhe
caracteriza a segregação, o isolamento da vida, o caráter de clube fechado,
sem relação com as outras instituições sociais. Nestas condições, o dia
escolar assume para os alunos o aspecto de um corte, de uma interrupção
em sua vida natural. É como se suspendessem por algumas horas o fluxo
natural de suas atividades, para, em uma situação de abstrata artificialidade,
se dedicarem a atividades e aprendizagens, cuja função certamente lhes
está fora do alcance, quanto ao aspecto prático ou ao realismo de sua
aplicabilidade social na vida cotidiana.
221
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
convênio que teve vigência até dezembro de 1975, por ocasião da transfe-
rência deste último para Brasília.
Composta por três pavimentos, o espaço livre da escola era peque-
no devido ao terreno íngreme que, inclusive, exigia que o seu acesso fosse
feito por meio de uma rampa que desembocava em um pátio de onde se
desenhava uma escada que conduzia ao primeiro andar bem como à porta
do auditório. Tratava-se, portanto, de uma escola que, apesar da “exigüi-
dade do espaço disponível para recreação", se adapta aos propósitos do
projeto na medida em que, além das salas de aula convencionais, possui
biblioteca, auditório e salas para as atividades práticas.
Ligada administrativamente à Secretaria de Educação, o que impli-
cava o envio mensal para este órgão de sua relação de pessoal, dos alunos
matriculados e do resultado das avaliações, pedagogicamente encontra-
va-se subordinada ao Inep que, por meio da professora Lúcia Marques
Pinheiro, diretora da DAM, definia os rumos da experimentação na escola.
Conhecida como Escola de Demonstração do Inep, a Escola
Guatemala, ao romper com a escola do passado, integra-se no plano de
turno único de seis horas e, posteriormente, sete horas e ainda procura
criar uma elite pedagógica que contará com o trabalho de cinco técnicas
de educação que se responsabilizariam pela orientação de cada uma das
cinco séries do primário da escola.
Além desse controle pedagógico, o Inep também poderia escolher a
diretora da escola. Entretanto, apenas em 1958 é que Almira Sampaio
Brasil, técnica do Inep e antiga orientadora da escola, consegue, enquanto
diretora, implementar de modo mais satisfatório a filosofia daquele órgão
central na escola, possibilitando, inclusive, permanecer no cargo durante
todo o período em que o convênio com o Inep faz-se mais atuante: o final
dos anos 1950 e início dos 1960.
O corpo docente, inicialmente formado por 25 professoras, sendo
18 regentes de turma e sete que se revezavam nas atividades complemen-
tares, compunha-se por um grupo que se encontrava na escola desde a
sua inauguração e outro que, desejoso em trabalhar no projeto, havia sido
requisitado pelo Inep com a aprovação da Secretaria de Educação. No
entanto, como o horário era integral, muitas professoras pediram remo-
ção, dando margem para que a supervisora do Inep solicitasse a indicação
de dez novos docentes para a direção do Instituto de Educação.
222
“A escola que seu filho precisa ainda está para ser construída":
a trajetória da Escola Guatemala nos anos 1950/1960
4
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme14, fot. 0521.
223
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
O “método de projetos"
5
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme14, fot. 0278-0287.
6
Idem, p. 15.
7
Idem, p. 5.
224
“A escola que seu filho precisa ainda está para ser construída":
a trajetória da Escola Guatemala nos anos 1950/1960
8
Idem, p. 14.
9
Idem, p.15.
10
Idem, p. 6 e 7.
11
Idem, p. 10.
225
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
O sistema de promoção
12
Idem,ibidem.
13
Idem, p. 12.
226
“A escola que seu filho precisa ainda está para ser construída":
a trajetória da Escola Guatemala nos anos 1950/1960
14
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme14, fot. 0521-0547, p. 40.
227
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
15
Idem, p. 42.
16
Idem, p. 40.
228
“A escola que seu filho precisa ainda está para ser construída":
a trajetória da Escola Guatemala nos anos 1950/1960
17
Com um horário integral, que variou de acordo com a necessidade de aperfeiçoamento dos próprios professores, estes
permaneciam uma média de duas horas diárias sem as suas turmas para receberem a sua formação.
18
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme14, fot. 0278-0287, p. 7.
19
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme14, fot. 0521-0547.
229
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
O Serviço de Psicologia
20
Idem, p. 21 e 22.
230
“A escola que seu filho precisa ainda está para ser construída":
a trajetória da Escola Guatemala nos anos 1950/1960
21
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme14, fot. 034-044, p. 3.
22
De acordo com Novaes, o método utilizado nos exames psicológicos era o analítico. Aplicavam-se provas “mais
discriminativas", associadas ao “método histórico-individual ou clínico", que buscava assegurar uma visão mais global da
criança por intermédio da coleta de informações referentes à família, ao meio ambiente, ao controle de hábitos, a atitudes
e aos dados psicossomáticos.
231
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
23
Em ordem de incidência, os motivos dos encaminhamentos dos alunos ao Serviço de Psicologia eram: problemas de
comportamento, baixo rendimento nos estudos, problemas de saúde, econômicos e familiares.
24
Psicóloga Therezinha Lins de Albuquerque, integrante da equipe do Serviço de Orientação Psicopedagógica da Escola
Guatemala.
25
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme14, fot. 0369-0397, p. 23.
232
“A escola que seu filho precisa ainda está para ser construída":
a trajetória da Escola Guatemala nos anos 1950/1960
26
Idem, p. 23.
27
Idem, ibidem.
28
Idem, p. 24.
233
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
Entra meio sem graça [no Sopp] e vai dizendo que a turma não vai bem:
“acho que sou eu”, diz ela. Nesse momento, tem os olhos cheios de lágri-
mas. Relata que não consegue disciplina. Entra em detalhes: [e fala] “par-
ticipação excessiva dos alunos. Todos falam ao mesmo tempo. Acho que é
excesso de motivação. É ótimo, mas é uma confusão".29
29
Idem, p. 26.
30
Idem, p. 28.
31
Idem, ibidem.
234
“A escola que seu filho precisa ainda está para ser construída":
a trajetória da Escola Guatemala nos anos 1950/1960
32
Idem, p. 29.
33
Idem, p. 30.
235
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
Prova disso é a afirmação de uma professora que, ao refletir sobre sua expe-
riência na escola, depõe a favor do trabalho desenvolvido pela DAM/Inep:
“Quando comecei a trabalhar na Escola Guatemala, despertou-me um dese-
jo enorme de melhorar meu nível intelectual, em aproveitar conscientemen-
te o que fazia com minhas mãos".34
Portanto, pode-se afirmar que o próprio Sopp se dá conta de sua
maior tarefa: ajuda sistemática aos professores no sentido de que viessem
a compreender a importância de seu papel em uma escola que se definia
enquanto experimental. Desse modo, o Sopp tornou-se uma importante
estratégia para a consolidação do projeto educacional do Inep na medida
em que desenvolveu não apenas meios para a capacitação profissional do
docente da Escola Guatemala, mas, também, buscou criar dentro da esco-
la um clima psicológico favorável que pudesse dar suporte à proposta de
reformulação do método de ensino.
Considerações finais
34
Idem, p. 37.
236
“A escola que seu filho precisa ainda está para ser construída":
a trajetória da Escola Guatemala nos anos 1950/1960
237
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35
Arquivo Pessoal Anísio Teixeira, Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. ATt 1952.06.04, filme14, fot. F0278-0287, p. 9.
238
“A escola que seu filho precisa ainda está para ser construída":
a trajetória da Escola Guatemala nos anos 1950/1960
Referências bibliográficas
239
9
Anísio Teixeira e o plano
de educação de Brasília
Eva Waisros Pereira*
Lúcia Maria da Franca Rocha**
243
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
Antecedentes históricos
244
Anísio Teixeira e o plano de educação de Brasília
1
Ver, Decreto Presidencial nº 47.472, de 22 de novembro de 1959.
245
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
[...]
2
O texto é uma compilação do artigo publicado na revista Senhor, de setembro de 1960.
3
Anísio Teixeira, ainda na década de 20, morou nos Estados Unidos, primeiro em Chicago e, depois em Nova Iorque, onde
estudou em universidades nas quais John Dewey havia lecionado e desenvolvido experiências para o desenvolvimento de
seu método empírico-experimental de filosofar (Moreira, 1997, p. 148).
246
Anísio Teixeira e o plano de educação de Brasília
4
Ver Decreto nº 38.460, de 28/12/1955, art. 2°, itens I e II.
247
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
248
Anísio Teixeira e o plano de educação de Brasília
5
Desde os anos 30, havia uma preocupação de Anísio com relação à organização do espaço escolar, preocupação que
certamente se aguçou ao visitar as escolas americanas e verificar que a realidade era bem diversa da nossa.
249
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
250
Anísio Teixeira e o plano de educação de Brasília
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Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
Cada vez mais precisa o homem, para viver na sociedade artificial e com-
plexa, em que se acha inserido, de uma boa educação intelectual, que, à
falta de outro nome, chamaríamos de geral, seguida ou complementada de
aprendizagens de natureza ocupacional, destinadas a lhe dar emprego ou
trabalho. Graças àquela educação geral, a sua posição em relação ao traba-
lho ou emprego se fará muito flexível, habilitando-o a melhorar, aperfeiço-
ar-se e mudar mesmo de setor profissional. Isso quanto à educação co-
mum. Quanto à especial, precisamos, como nunca, a equipe dos que irão
não tanto guardar mas aumentar o conhecimento humano, os pesquisado-
res; depois os organizadores, administradores e diretores – os verdadeiros
maestros, mestres das grandes orquestrações do trabalho moderno; final-
mente, em substituição da antiga classe de lazer, preparar os poetas e os
artistas, isto é, os profissionais destinados a interpretar e dar significação, a
nos dizer do sentido e do valor da vida e do esforço humano... (Teixeira,
1976b, p. 364).
6
Esse artigo foi publicado pela primeira vez no Correio do Senac, em setembro de 1960.
252
Anísio Teixeira e o plano de educação de Brasília
7
Exceto a Universidade de Brasília, cuja criação foi objeto de plano específico, elaborado por intelectuais ligados ao Inep,
as demais instituições tiveram as suas diretrizes e especificações estabelecidas no plano de construções escolares.
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Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
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Anísio Teixeira e o plano de educação de Brasília
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Anísio Teixeira e o plano de educação de Brasília
Considerações finais
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Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
8
Dados extraídos do Relatório da Comissão Executiva da Caseb, datado de 19 de janeiro de 1960.
258
Anísio Teixeira e o plano de educação de Brasília
ainda, analisadas e que, embora fujam aos objetivos propostos neste estu-
do, constituem indagações instigantes para futuras pesquisas.
Referências bibliográficas
259
Por uma política de formação do magistério nacional: o Inep/MEC dos anos 1950/1960
260
Esta obra foi impressa em Brasília,
em abril de 2008.
Capa impressa em papel Reciclato 230g
e miolo em papel Reciclato 90g.
Texto composto em Rotis Semi Serif corpo 10.