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DA CANNABIS MEDICINAL
E SISTEMA DE CONTROLE
DE QUALIDADE
UNIDADE II
PRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS
Elaboração
Wendell Rodrigues Oliveira da Silva
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
PRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS................................................................................................1
UNIDADE II
PRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS................................................................................................5
CAPÍTULO 1
EQUIPAMENTOS USADOS PARA PRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS À BASE DE CANNABIS..... 5
CAPÍTULO 1
QUANTIFICAÇÃO DE CANABINOIDES EM EXTRATOS MEDICINAIS DE CANNABIS.................. 9
CAPÍTULO 2
CONTROLE DE QUALIDADE DOS PRODUTOS DE CANNABIS............................................... 29
REFERÊNCIAS.........................................................................................................................36
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PRODUÇÃO DE
MEDICAMENTOS
UNIDADE II
Capítulo 1
EQUIPAMENTOS USADOS PARA PRODUÇÃO DE
MEDICAMENTOS À BASE DE CANNABIS
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/jar-hemp-white-lotion-cannabis-
cream-1492246823.
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A regulamentação é temporária, com validade de apenas três anos. Durante esse período,
a segurança e a eficácia serão testadas e uma nova resolução deverá ser editada ao
final dos três anos.
Todos devem apresentar a frase “Venda sob prescrição médica”, acompanhada de “Só
pode ser vendido com retenção de receita no caso de produtos com menos de 0,2%
de THC” ou acompanhada do texto “Uso desse produto pode causar dependência física
ou psíquica no caso de concentrações superiores a 0,2%”.
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» Temporizadores analógicos.
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» Sala/casa do crescimento.
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Capítulo 1
QUANTIFICAÇÃO DE CANABINOIDES EM EXTRATOS
MEDICINAIS DE CANNABIS
Fonte: https://sechat.com.br/conselho-federal-de-farmacia-regulamenta-atuacao-do-farmaceutico-em-
produtos-a-base-de-cannabis/.
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rigoroso em razão das propriedades psicoativas do THC, ao passo que variedades com
teores de CBD superiores ao de THC são classificadas como cânhamo e são permitidas
na fabricação de fibras, cosméticos e suplementos alimentares desde que o teor de THC
seja inferior ou igual a 0,3%.
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de controle de qualidade para os canabinoides que pode ser aplicado ao IFAV e aos
extratos medicinais de Cannabis formulados em matrizes oleosas.
Ácido canabidiólico
Ácido (CBDA)
tetrahidrocanabinólico
(THCA) Descarboxilação por aquecimento
(perda de CO2)
Preparação da matéria-prima
Ácido
Canabidiol (CBD)
tetrahidrocanabinólico
(THC)
Degradação
Canabinol (CBN)
Materiais de referência certificados THCA, THC, CBD, CBDA e CBN nas concentrações
de 1 mg/ml podem ser utilizados na otimização e validação do método. Diazepam com
pureza de 99,9% pode ser utilizado como padrão interno. Em metanol e água ultrapura
(grau HPLC), n-hexano grau HPLC, prepara-se solução tampão (50 mM, pH 5,19) com
formiato de amônio e ajustado o pH com ácido fórmico.
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Os canabinoides são identificados por meio dos seus espectros em comparação com
os padrões de referência e por meio dos tempos de retenção.
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de girassol e usada a relação entre o desvio padrão e a resposta (área) e o slo pe (S)
da curva de calibração. Foi utilizado como critério 3,3σ/S para o LD e 10σ/S para o LQ.
Óleos comerciais foram utilizados nos ensaios de seletividade, como óleo de soja
orgânico (marca Korin, lote TG0950 08:53:069), óleo de coco orgânico extravirgem
(marca Copra lote 91005616), óleo de oliva orgânico extravirgem (marca O-live, lote
00002), óleo de girassol (marca Pazze, lote 41215/6) e triglicerídeo de cadeia média –
TCM (marca Lótus, lote 180807).
Os métodos por CG, apesar de robustos e rápidos, exigem derivatização dos canabinoides
ácidos por causa das altas temperaturas exigidas na operação. Dessa forma, quando a
análise de canabinoides é destinada ao controle de qualidade de produtos farmacêuticos
e suplementos alimentares, os métodos por CLAE são a melhor opção, pois não exigem
aquecimento, sendo assim aplicáveis aos canabinoides ácidos e neutros ao mesmo
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Entre os métodos por CLAE publicados, o relatado por De Backer et al. (2009) foi
lembrado no artigo de revisão de Citti et al. (2018) como o que foi mais referido na
literatura e escolhido para otimização e validação desse trabalho. Os fatores que levaram
a essa escolha foram:
» boa resolução para os analitos de interesse THCA, THC, CBN, CBD e CBDA;
» utilização do metanol como solvente orgânico na fase móvel que apresenta menor
custo comparado à acetonitrila;
No trabalho original, foi usado prazepam como padrão interno, porém, por essa
substância não ser fabricada no Brasil, decidiu-se pelo diazepam, referido por Citti et
al. (2016), cujo material de referência é fabricado e fornecido pelo Instituto Nacional
de Controle de Qualidade em Saúde da Fiocruz.
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Diazepam
mAU
CBDA THC
-20
-20
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Minutos
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Diazepam
mAU
CBDA CBD
20
0
-20
-20
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Minutos
Fontte: Carvalho, 2020.
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THC CBD
3,50 mg/mL 52,00 mg/mL 2,50 mg/mL 45,00 mg/mL
Repetibilidade (CV%) 6,47 2,97 3,25 6,21
Precisão intermediária (CV%) 5,89 7,24 5,43 6,42
O método foi realizado nos extratos importados em veículos oleosos (n = 26) e resinas (n
= 7) e aos extratos nacionais em veículos oleosos (n = 62) e resinas (n = 6). Os extratos
oleosos importados têm como veículo principal o TCM, ao passo que os extratos oleosos
nacionais usaram glicerina, óleo de oliva, óleo de girassol, óleo de coco e óleo de soja.
Os extratos que foram importados eram todos suplementos alimentares, boa parte
importada dos Estados Unidos, enquanto os extratos nacionais, de acordo com relato
dos responsáveis dos pacientes, foram conseguidos em regiões diferentes do Brasil,
tais como Sul (Santa Catarina), Sudeste (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro) e
Nordeste (Piauí e Paraíba), sendo que 15% das amostras nacionais foram fabricadas em
casa pelos responsáveis pelos pacientes. As amostras mostravam elevada variabilidade
nas características organolépticas.
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quantificações, foi necessária uma análise inicial para avaliação do perfil cromatográfico
e posterior diluição com solvente de extração, apresentando padrão interno para
as concentrações de canabinoides dentro da curva de calibração. A ausência de
padronização dos extratos nacionais e de certos produtos importados com teores muito
acima ou abaixo dos valores declarados nos rótulos exigiu duas corridas cromatográficas
para cada uma das amostras.
Figura 14. Perfil cromatográfico de extrato importado formulado em TCM rotulado como
CBD puro.
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
CBD
mAU
Diazepam
CBDA CBN THC
THCA
-200
-200
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Minutos
Fonte: Carvalho, 2020.
Figura 15. Perfil cromatográfico de extrato nacional formulado em óleo de oliva rico em THC.
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
THC
mAU
Diazepam
CBN
CBD
CBDA THCA
-200
-200
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Minutos
Fonte: Carvalho, 2020.
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Figura 16. Comparação de médias e desvios-padrão dos teores de canabinoides nos extratos
oleosos.
150
Importado
140
Nacional
130
120
110
100
Mg/ml-1
100
V
80
60
40
20
10
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Os maiores teores de THC identificados nas amostras nacionais podem ser explicados
pelo fato do mercado da Cannabis ser dirigido ao consumo recreativo. Esse fenômeno
também pode estar acontecendo em outros países. Em uma avaliação de 61 extratos de
Cannabis consumidos por crianças que apresentavam epilepsia em uma comunidade
australiana, notou-se que os perfis de canabinoides naqueles produtos foram parecidos
com os encontrados neste trabalho, predominando extratos com perfil THC, teores
muitos baixos de CBD ou traços de canabinoides.
Em 2018, foi registrado o primeiro medicamento à base de CBD pela Food and Drug
Administration (FDA) sob o nome comercial Epidiolex®. Esse medicamento, produzido
pela GW Pharma na apresentação de 100 mg/ml de CBD, é indicado para tratamento de
convulsões nos pacientes a partir de 2 anos que apresentam as síndromes de Lennox-
Gastaut e de Dravet, com doses que vão de 5 a 10 mg/kg/dia. Se a ação do CBD no
controle de convulsões associadas a determinadas síndromes já está comprovada,
pacientes que trocam protocolos terapêuticos convencionais por extratos com traços
de canabinoides ou teores muito baixos de CBD podem sofrer o agravamento do seu
quadro patológico pela falta de medicação apropriada.
Extratos ricos em THC, mesmo tendo indicação como tratamento paliativo no controle
da náusea, de dor e de vômitos em pacientes sob quimioterapia, podem piorar crises
convulsivas e levar a surtos psicóticos. Isso foi descrito por algumas mães de crianças
portadoras de epilepsia atendidas no projeto Farmacannabis.
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Fonte: https://blog.ingredientesonline.com.br/canabidiol-beneficios/.
Há anos, o uso da Cannabis para fins terapêuticos tem sido alvo de discussões e
embates pelo mundo todo, sob pressão da sociedade e o olhar atento de especialistas,
principalmente daquelas pessoas que possuem em suas famílias pessoas com casos de
doenças crônicas, que provavelmente podem ser tratadas com medicamentos à base
da Cannabis. As pesquisas têm avançado bastante nessa área, ao longo dos anos. No
entanto, mesmo com a urgência por uma solução, no Brasil, o impasse se encontra na
esfera federal.
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Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/cannabidiol-cbd-structural-skeletal-
formula-1197246646.
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Ela é conhecida por apresentar uma variedade de produtos químicos, sendo encontradas
mais de 500 substâncias, das quais, por volta de 80 compostos pertencem à classe dos
canabinoides. O canabinoide é composto por 21 átomos de carbono, formados por três
anéis, um cicloexeno (anel A), tetraidropirano (anel B) e um benzeno (anel C). Esses são
responsáveis pelos efeitos psicoativos da planta e estão classificados em dois grupos:
O ∆ 9 -THC é o mais abundante nas plantas e sua estrutura está representada na figura
19, indicando os principais sistemas de numeração encontrados na literatura.
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UNIDADE II | Produção de medicamentos
Por meio de suas biossínteses (figura 21), essas substâncias são primeiramente
sintetizadas pela planta sob a forma de ácidos carboxílicos e, somente após a influência
da luz e calor, são convertidas nos canabinoides, com a perda do grupo carboxílico sob
a forma de dióxido de carbono. A maioria do THC encontrado na planta está na forma
de seu ácido carboxílico THCA, cujo processo de descarboxilação ocorre parte na planta
e parte no seu modo de consumo, principalmente na forma de fumo, na presença de
calor sendo o ácido carboxílico convertido em THC.
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Produção de medicamentos | UNIDADE II
A importância dessa classe de compostos pode ser comprovada pelo elevado número de
estudos registrados na literatura sobre o uso medicinal do produto natural e sintético,
o ∆9-THC, desde seu isolamento em 1964 por Gaoni e Mechoulam. Embora o uso de
canabinoides como medicamento tenha sido registrado muito antes disso, o isolamento
de seus princípios ativos só foi possível mais tarde, assim como estudos mais elaborados
dessas substâncias isoladas.
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A fim de se obter compostos análogos ao THC para fins medicinais, surgem estudos
para a produção de derivados sintéticos desse. Assim aparece o primeiro fármaco
a ser desenvolvido sinteticamente, o Dronabinol, que tem sua estrutura idêntica ao
THC natural. Ele é comercializado principalmente nos Estados Unidos, com o nome de
Marinol®. O dronabinol é um agonista nos receptores CB1 e é utilizado em pacientes
no tratamento de anorexia ou pacientes com Aids associados à perda de peso, como
também em pacientes pelo tratamento da quimioterapia contra o câncer associados a
náuseas e vômitos.
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Vários esforços têm sido feitos na busca de sínteses mais eficazes do ∆9-THC, como
também no seu emprego para estudos farmacológicos e de biossíntese, como
demonstrado pelo trabalho recente de Karlsen e colaboradores. O artigo descreve a
síntese do THC marcado como isótopos de carbono 14 para o uso de padrões internos
empregado em testes farmacológicos e testes de drogas, doping e em programas de
reabilitação. Uma vez que essas análises são frequentemente realizadas por técnicas
espectroscópicas de massa, são necessárias amostras de referência da droga nativa e
seus principais compostos metabolizados e padrões adequados para fins de identificação
e quantificação.
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Capítulo 2
CONTROLE DE QUALIDADE DOS PRODUTOS DE
CANNABIS
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/hand-holding-black-bottle-hemp-
oilcbdcanabis-1696511416.
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O controle de qualidade dos produtos acabados de lotes importados deve ser feito em
território nacional.
2.1. Especificidade
A especificidade é o parâmetro que se refere à capacidade de um método analítico de
diferenciar o sinal referente ao analito de interesse de sinais gerados por interferentes
presentes na matriz. Pode ser utilizado um detector de arranjo de diodo (DAD) acoplado
ao cromatógrafo, permitindo maior especificidade na identificação dos componentes
com auxílio da identificação dos espectros de absorção UV. Podem ser usados padrões
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2.1.1. Linearidade
2.1.2. Precisão
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UNIDADE II | Produção de medicamentos
Pode-se optar por adotar como limite de detecção a menor concentração capaz de
proporcionar pico integrado pelo equipamento, diferenciado do ruído da linha de base
(método visual), enquanto, para o limite de quantificação, pode-se considerar o valor
correspondente ao menor valor ensaiado durante a execução da curva de calibração
corrigido para os fatores de diluição adotados na preparação da amostra.
2.1.4. Exatidão
A avaliação desse parâmetro pode ser feita por meio da análise de 6 determinações,
sendo duas concentrações, média (QC1= 10µg/mL) e alta (QC2= 20µg/mL), em
triplicata, de amostras preparadas numa matriz de TCM com a adição de padrão de
referência certificado em concentrações finais compreendidas dentro do intervalo
linear e submetidas ao método extrativo. Os resultados podem ser comparados com
as soluções de padrões de referência certificados diluídos em metanol.
2.1.5. Robustez
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Uma série de técnicas quantitativas podem ser empregadas na determinação dos teores
de canabinoides de amostras e determinação de perfis químicos, como, por exemplo,
CLAE, cromatografia gasosa com detecção de ionização de chama (CG-DIC), ressonância
magnética nuclear entre outras.
A forma mais comum de consumo de Cannabis acontece por via pulmonar, por meio do
fumo da planta, ou via oral, por meio da ingestão de produtos alimentícios preparados,
utilizando-a como ingrediente. Em ambos os casos, a utilização de elevadas temperaturas
para consumo ou preparo do material contribui para a descarboxilação da forma ácida
do THC, gerando a forma neutra e seu consequente efeito psicoativo. Por tratar-se de
uma planta proibida no Brasil, a detecção de canabinoides em uma amostra de planta
já é suficiente para fornecer evidência para a inclusão da amostra analisada como prova
em possíveis inquéritos policiais e ações judiciais. Portanto, para efeito de avaliação
forense, a simples detecção da concentração total de THC (constituído pela soma da
concentração de THC com a concentração de THCA) presente na amostra atende à
necessidade da rotina de trabalho dos peritos.
Para tal finalidade, tende-se a utilizar a cromatografia gasosa, por conta de sua alta
seletividade e sensibilidade, acoplada a diversos detectores, sendo os mais comuns o
detector de ionização de chama (DIC) e espectrômetro de massa (EM). A cromatografia
gasosa (CG) baseia-se na separação de compostos com base na afinidade do analito
entre uma fase móvel gasosa, geralmente composta por um gás inerte, tal como o
hélio, ou um gás não reativo, como o nitrogênio, e uma fase estacionária líquida, sob
alta temperatura, a qual promove a volatilização do composto a ser analisado. No
caso dos canabinoides, a análise no equipamento de CG promove a descarboxilação
das formas ácidas por conta da temperatura empregada, de modo que, para que seja
feita a análise desses componentes, é necessária a introdução de uma etapa extra de
preparo das amostras, que consiste na derivatização dos compostos ácidos, assim como
dos compostos derivados dos canabinoides em matrizes biológicas. Cabe ressaltar que
diferentes processos extrativos também podem influenciar na concentração final de
canabinoides em uma amostra, tal como em sua descarboxilação.
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UNIDADE II | Produção de medicamentos
Até o momento, os efeitos farmacológicos das formas ácidas dos canabinoides não foram
suficientemente explorados e descritos, de modo que a ação terapêutica é atribuída
massivamente às formas neutras, motivo pelo qual a validação do método, sobretudo no
ensaio de precisão, foi focada nos marcadores THC e CBD. Assim, é imprescindível para os
pacientes o acesso aos extratos que já tenham sofrido o processo de descarboxilação ou,
pelo menos, ter conhecimento dos teores de cada um dos principais canabinoides para
prospectar alternativas para providenciar a descarboxilação para maior aproveitamento
do material terapêutico, além de auxiliá-los no gerenciamento do tratamento, por meio
do ajuste de doses por parte dos médicos responsáveis.
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Produção de medicamentos | UNIDADE II
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REFERÊNCIAS
BRASIL. RDC n. 327, de 9 de dezembro de 2019. Dispõe sobre os procedimentos para a concessão
da Autorização Sanitária para a fabricação e a importação, bem como estabelece requisitos para a
comercialização, prescrição, a dispensação, o monitoramento e a fiscalização de produtos de Cannabis
para fins medicinais, e dá outras providências. Brasília, 2019.
CARVALHO, V. M.; AGUIARA, A.F.L.; BARATTOB, L.C.F.; SOUZA, L.C.; ROCHA, E.D. Quantificação de
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CITTI, C.; BATTISTI, U. M.; BRAGHIROLI, D.; CICCARELLA, G.; SCHMID, M.; VANDELLI, M. A.; CANNAZZA,
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CITTI, C.; CICCARELLA, G.; BRAGHIROLI, D.; PARENTI, C.; VANDELLI, M. A.; CANNAZA, G. Medicinal
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DE BACKER, B.; DEBRUS B.; LEBRUN, P.; THEUNIS, L.; DUBOIS, N.; DECOCK, L.; VERSTRAETE, A.; HUBERT,
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Referências
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