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As disponibilidades hídricas

As águas superficiais
Os rios de Portugal
Áreas mais húmidas de Portugal Continental:

Norte litoral e áreas montanhosas do norte e centro

Relevo mais acentuado, concordante com a linha de costa. Na cordilheira central,


sobretudo devido à grande altitude. Maior influência das perturbações da frente
polar

Áreas mais secas de Portugal Continental: Sul do rio Tejo

Em parte devido à ausência de relevos significativos e também à menor influência


das perturbações da frente polar.
Apesar da irregularidade na distribuição:

- espacial (mais a norte do que a sul)


- temporal (mais de Inverno do que no Verão)

da precipitação média em Portugal, a verdade é que a água, em Portugal, ainda é


um recurso abundante, 61 500 m3 (6500 m3/hab/ano, muito mais do que o
mínimo, cerca de 1000 m3/hab/ano) , sobretudo no centro e norte do país, se
comparado com algumas áreas da Europa (média europeia, 2100 m3/hab/ano) ou
do Mundo (3950 m3/hab/ano).

No entanto a época de maior consumo (Verão) não coincide com a época de


maior precipitação (Inverno).
Este facto leva a que hajam áreas do país com déficit de água para utilização
quer na agricultura quer no turismo e consumo pela população. Por este motivo,
a gestão dos recursos hídricos torna-se fundamental.

Outro facto relevante é que os caudais médios dos rios ibéricos, que correm em
Portugal, dependem da água que vem de Espanha.
A quantidade de água disponível (disponibilidade hídrica), depende de vários
elementos do clima:
Precipitação (a mais importante);
Temperatura;
Vento;
Nebulosidade;
Insolação;
Radiação solar;

Esta disponibilidade hídrica reparte-se pelos recursos hídricos:

Recursos hídricos disponíveis - quantidade de água que efetivamente se


pode captar em determinado momento, com a utilização das técnicas e meios
de que se dispõe.

Bacias e redes hidrográficas recursos superficiais - rios, lagos, lagoas,


albufeiras
Sistemas aquíferos recursos subterrâneos - água armazenada
nos interstícios das rochas
Rede hidrográfica:
Conjunto formado pelo rio principal e pelos seus afluentes e subafluentes
(tributários).

Rede hidrográfica do rio Mondego


Bacia hidrográfica:

Área drenada para um sistema


de cursos de água (rede hidrográfica).

Nota: cada cor representa uma bacia


hidrográfica.

Linha de festo (cumeeira):

Linha de separação das bacias hidrográficas


Linha de interflúvio:
Área entre duas linhas de água principais (rios) de bacias hidrográficas
diferentes.
As águas superficiais

A grande densidade de linhas de cursos de


água acabam por constituir uma densa e
hierarquizada rede hidrográfica, cujo
padrão depende da natureza da rocha e
da estrutura geológica.
A nossa rede apresenta algumas
características
• É constituída por:
- rios internacionais (principais) - Minho,
Lima, Douro, Tejo e Guadiana;
- rios nacionais - Vouga, Mondego,
Zêzere, Sado, Sorraia, Mira, etc;
•Tem uma inclinação que acompanha a
inclinação geral da topografia ibérica:
E - O; NE - SO; NNE - SSO
Alguns rios, constituem exceção a esta
tendência porque escoam de Sul para Norte
(ex: Sado, Lis), de Norte para Sul (ex:
Guadiana) ou de Sudeste para Noroeste
(Mira).
As bacias hidrográficas portuguesas são
dominadas pelos rios luso-espanhóis.
Portugal partilha com Espanha cinco bacias
hidrográficas:
Minho; Lima; Douro (a mais extensa da
Península Ibérica); Tejo (a mais extensa em
Portugal) e Guadiana.
O relevo e o clima acabam por ter uma influência decisiva na densidade da rede
hidrográfica, que é mais densa a norte do que a sul.

No norte os vales dos rios são mais encaixados, com maior declive e com mais
caudal, enquanto que no sul, os vales são mais abertos, menos inclinados e com
menor caudal.
Tipos de vales fluviais e ação erosiva predominante
A quantidade de água dos rios portugueses (caudal) regista grande variação ao
longo do ano (regime fluvial).
Em função dos quantitativos pluviométricos e de outros elementos do clima, os
rios portugueses apresentam mais água no inverno do que no verão.
Regime fluvial – corresponde às variações no caudal de um curso de água ao
longo do ano.
Caudal – corresponde ao volume de água que passa numa dada secção de um
rio por unidade de tempo (m3/s)
Como se caracteriza o regime fluvial?
Relação entre:

As bacias hidrográficas e a disponibilidade hídrica


As disponibilidades hídricas, em cada uma das bacias hidrográficas, são distintas
porque os valores de escoamento anual médio, são diferentes .

De uma forma geral o escoamento diminui de norte para sul e do litoral para o
interior – devido aos quantitativos pluviométricos e ao caudal dos rios, que são
mais elevados no norte e no litoral.

Escoamento médio anual – parte da precipitação que, em média, não é devolvida


à atmosfera pela evapotranspiração e que escorre à superfície ou em canais
subterrâneos, numa dada área e durante um ano. Exprime-se, normalmente, em
mm/ano.
Escoamento anual médio
por bacia hidrográfica
Distribuição do balanço hídrico

Balanço hídrico – diferença entre a quantidade de água que precipita nos


rios (Precipitação – P) e a que se perde por evapotranspiração real (EPR) a
partir dos rios, lagos, solo e da transpiração das plantas, por infiltração (I) e por
escoamento superficial (ES).

O balanço hídrico pode ser:

 Positivo : se P > ETR + I + ES


 Negativo: se P < ETR + I + ES
 Nulo: se P = ETR + I + ES
Escoamento interno – soma da infiltração e do escoamento superficial
Relação entre:

As bacias hidrográficas e a produção de energia elétrica

A distribuição irregular, no espaço e no tempo, das disponibilidades hídricas


superficiais, explica, em parte, a atual distribuição das barragens em Portugal.

Em Portugal existem cerca de 250 grandes barragens – altura superior a 15


metros ou armazenamento de água na albufeira, superior a 1 milhão de metros
cúbicos.

Para além destas grandes infraestruturas, existem muitas centenas de pequenas


barragens, açudes e represas.

Normalmente as barragens a norte, barragens de produção, têm a múltiplas


funções: armazenamento de água para distribuição às populações, para as
atividades económicas (indústria, comércio, turismo, agricultura, etc) e para
produção de energia hidroelétrica.
A sul as barragens têm, geralmente, pouca capacidade de aproveitamento
hidroelétrico, destinando-se sobretudo ao aproveitamento para rega, atividades
turísticas, abastecimento à população, etc. São sobretudo barragens de
retenção.
Grandes barragens em Portugal

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