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Aula 07 - Profs Carlos

Roberto e Márcio
Damasceno
Discursiva p/ PC-RN (Agente e Escrivão)
Pós-Edital - Sem Correção

Autores:
Carlos Roberto, Marcio
Damasceno, Rafaela Freitas
Aula 07 - Profs Carlos Roberto e
Márcio Damasceno
1 de Janeiro de 2021

01209290405 - DANIELE
Carlos Roberto, Marcio Damasceno, Rafaela Freitas
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Sumário

Introdução................................................................................................................................................. 3

Padrões de resposta da segunda rodada ................................................................................................... 4

Tema 17 ................................................................................................................................................ 4

Proposta de solução .............................................................................................................................. 4

Tema 18................................................................................................................................................ 5

Proposta de solução .............................................................................................................................. 6


1195103

Tema 19................................................................................................................................................. 7

Proposta de solução .............................................................................................................................. 8

Tema 20 ............................................................................................................................................... 9

Proposta de solução .............................................................................................................................. 9

Tema 21............................................................................................................................................... 11

Proposta de solução ............................................................................................................................. 11

Tema 22 .............................................................................................................................................. 12

Proposta de solução ............................................................................................................................. 13

Tema 23............................................................................................................................................... 14

Proposta de solução ............................................................................................................................. 14

Tema 24 .............................................................................................................................................. 15

Proposta de solução ............................................................................................................................. 16

Tema 25 .............................................................................................................................................. 17

Proposta de solução ............................................................................................................................. 18

Tema 26 .............................................................................................................................................. 19

Proposta de solução ............................................................................................................................ 20

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Tema 27 ............................................................................................................................................... 21

Proposta de solução ............................................................................................................................ 22

Tema 28 .............................................................................................................................................. 23

Proposta de solução ............................................................................................................................ 24

Tema 29 ..............................................................................................................................................25

Proposta de solução .............................................................................................................................25

Tema 30.............................................................................................................................................. 26

Proposta de solução ............................................................................................................................. 27

Tema 31 .............................................................................................................................................. 28

Proposta de solução ............................................................................................................................ 28

Tema 32.............................................................................................................................................. 29

Proposta de solução ............................................................................................................................. 30

Tema 33 ............................................................................................................................................... 31

Proposta de solução ............................................................................................................................. 32

Tema 34............................................................................................................................................... 33

Proposta de solução ............................................................................................................................. 33

Tema 35 ............................................................................................................................................... 34

Proposta de solução ............................................................................................................................. 35

Terceira rodada de temas ........................................................................................................................ 36

Tema 36...............................................................................................................................................36

Tema 37 ............................................................................................................................................... 37

Tema 38............................................................................................................................................... 37

Tema 39............................................................................................................................................... 38

Tema 40 .............................................................................................................................................. 38

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Tema 41...............................................................................................................................................39

Tema 42 ..............................................................................................................................................39

Tema 43.............................................................................................................................................. 40

Tema 44 ............................................................................................................................................. 40

Tema 45 .............................................................................................................................................. 41

Tema 46 .............................................................................................................................................. 41

Tema 47 ............................................................................................................................................... 41

Tema 48 ............................................................................................................................................. 42

Tema 49 .............................................................................................................................................. 43

Tema 50 .............................................................................................................................................. 43

Prática.................................................................................................................................................... 44

INTRODUÇÃO
Olá, meus nobres alunos. Bem-vindos à nossa terceira e última rodada de temas.
Esperamos que, ao longo dessa preparação, você possa ter colhido importantes ensinamentos, produzido
muitos textos manuscritos e, sobretudo, possa ter sentido a sua evolução a cada rodada de temas. Nessa
reta final, recomendo ultimar os estudos e focar nas revisões, pois considero que, ao aliar o conhecimento
teórico às técnicas exploradas no nosso curso, você terá todas as ferramentas para fazer uma excelente
prova discursiva.
Na medida do possível, postarei uma rodada extra de temas, incluindo alguns tópicos faltantes.
Aos alunos que optarem por fazer nosso curso com correção, se assim desejarem, encaminhem o seu texto,
por meio da área do aluno, de forma manuscrita digitalizada, conforme detalhado na Aula 00 do curso. Para
a sua redação, utilize o padrão inserido no final da aula, especificando o(s) texto(s) escolhido(s) no local
apropriado. Você pode nos encaminhar um arquivo único (em pdf) ou colar as imagens digitalizadas dentro

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de um documento em Word. As questões discursivas serão devolvidas exclusivamente ao aluno, por meio
da área destinada ao curso no site do Estratégia Concursos.
Por fim, desejo a vocês uma jornada coroada de êxito em todos os sentidos. Grande abraço!
Instagram: profmarciodamasceno

Prof. Marcio

PADRÕES DE RESPOSTA DA SEGUNDA RODADA

Tema 17

CEBRASPE (CESPE) -ABIN - Oficial Técnico de Inteligência/Área 2/2018


Considerando o regramento estabelecido pela Constituição Federal de 1988 para a defesa do Estado e das
instituições democráticas, discorra a respeito do estado de defesa.
Em seu texto, descreva:
1. o conceito do instituto e as hipóteses que justificam a sua decretação;
2. os direitos fundamentais que podem sofrer restrição durante a sua vigência;
3. os tipos de controle e o momento em que podem ser exercidos.
Resposta em até 30 linhas.

Proposta de solução

O estado de defesa, assim como o estado de sítio, representa o que a doutrina denomina
de "sistema constitucional de crises". Tais institutos constitucionais qualificam-se como
regimes jurídicos para situações de crise grave e expressam mecanismos de autopreservação da
Constituição. Nesse contexto, define-se o estado de defesa como conjunto de medidas de
caráter temporário com o objetivo de manter ou restabelecer, dentro de uma área determinada

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e delimitada, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade
institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. [Tópico 1]
Outrossim, os direitos fundamentais que podem sofrer restrição durante a sua vigência
compreendem o direito de reunião; o sigilo de correspondência; o sigilo de comunicação
telegráfica e telefônica e o direito à liberdade, visto que se autoriza a prisão por crime contra
o Estado, determinada pelo executor da medida, flexibilizando-se a regra que viabiliza a
prisão somente em flagrante delito ou por ordem da autoridade judicial. [Tópico 2]
==123c5f==

Além disso, pode-se falar em controle político exercido pelo Congresso Nacional e
em controle judicial. O controle político compreende: aprovação ou rejeição do decreto que
instituiu o estado de defesa (controle imediato); acompanhamento e fiscalização da execução
das medidas por comissão de cinco parlamentares (controle concomitante); análise e
aprovação do relatório apresentado pelo presidente da República, após cessado o estado de
defesa (controle sucessivo). Por fim, em sede de controle judicial, há o exame da legalidade
das prisões e das medidas executadas durante o estado de defesa (controle concomitante) e a
possibilidade de responsabilização de agentes e executores pela prática de atos ilícitos. [Tópico
3]

Tema 18

Discorra sobre:
a) princípio da insignificância;
b) princípio da intervenção mínima;
c) princípio da fragmentariedade;
d) princípio da ofensividade ou da lesividade.
Resposta em até 30 linhas.

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Proposta de solução

Inicialmente, esclareça-se que o princípio da insignificância não tem previsão legal no


direito brasileiro. Trata-se de um vetor interpretativo do tipo penal que tem por objetivo
restringir a qualificação de condutas que consistam em ínfima lesão ao bem jurídico tutelado,
afastando a tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter material. Assim,
ainda que determinada conduta se adeque perfeitamente ao tipo penal formalmente definido,
é necessário analisar se essa conduta causou uma ofensa relevante ao bem jurídico tutelado.
Caso seja ínfima a lesão, exclui-se a tipicidade material, consoante a aplicação do princípio
da insignificância. [Tópico 1]
Outrossim, o princípio da intervenção mínima possui como característica a
subsidiariedade do direito penal em relação aos demais ramos do direito. Preconiza que o
direito penal só deve ser aplicado quando houver extrema necessidade, mantendo-se como
instrumento subsidiário (“ultima ratio”) e fragmentário no extenso campo de proteção de bens
jurídicos. Nesse sentido, a intervenção do direito penal só estaria autorizada quando as
barreiras dispostas nos demais ramos do direito fossem ineficazes, atuando como verdadeiro
último recurso para a proteção do bem jurídico tutelado, sendo que, na hipótese de existir um
recurso mais brando com condições de solução do conflito, descartada estaria a aplicação do
direito penal, visto ser mais drástico. [Tópico 2]

Além desses, o princípio da fragmentariedade baseia-se no fato de que somente as


condutas mais graves e mais perigosas, intentadas contra bens jurídicos relevantes, necessitam
da tutela do direito penal, ou seja, nem todas as lesões a bens jurídicos justificam a proteção e
punição pelo direito penal. Estabelece, pois, que nem todos os ilícitos configuram infrações

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penais, mas somente os que atentarem contra valores fundamentais para a manutenção do
progresso do ser humano e da sociedade. [Tópico 3]
Por fim, de acordo com o princípio da ofensividade ou lesividade, para haver uma
infração penal, exige-se que do fato praticado ocorra lesão ou, ao menos, perigo de lesão ao
bem jurídico protegido pela norma penal. Dirige-se ao legislador de forma a impedir a
criminalização de condutas tidas como inofensivas ou que não tragam ao menos perigo real a
bens jurídicos relevantes, bem como ao aplicador do direito penal, que, no caso concreto, deve
verificar se foi inofensiva ao bem jurídico. [Tópico 4]

Tema 19

VUNESP - Escrivão de Polícia (PC BA)/2018 - Adaptada


Mévio, de 24 anos, separado, pai de Caio e Tícia, gêmeos de 3 anos de idade, no fim de semana destinado a
ficar com os filhos, é convidado para uma festa de casamento. Não encontrando ninguém para ficar com as
crianças e decidido a não perder a festa, Mévio aguarda os filhos dormirem e sai. Mévio fechou a porta do
quarto das crianças, bem como todas as janelas do imóvel, a fim de abafar bem o barulho, para que os
vizinhos não ouvissem o choro dos filhos, caso acordassem. Mévio permaneceu longe dos filhos por cerca
de 5 horas. Quando retornou, já na madrugada, logo que abriu a porta de casa, ouviu o choro de um dos
filhos. Chegando no quarto, contudo, notou que a menina, Tícia, estava imóvel, virada de bruços. Ao
desvirar a criança, percebeu que ela já apresentava sinais arroxeados. Desesperado, o pai chama o socorro.
A criança é levada ainda com vida para o hospital, mas não sobrevive. A criança morreu por asfixia, causada
por espasmo do choro. Instaurado inquérito policial, Mévio negou que tivesse deixado os filhos sozinhos.
No entanto, as imagens das câmeras de segurança do prédio, solicitadas pela Autoridade Policial,
mostraram que Mévio saiu na noite dos fatos, permanecendo por pelo menos 5 horas longe dos filhos.
Considerando o fato típico, seus elementos e a ilustração hipotética, responda:
a) Diferencie os crimes omissivos próprios dos impróprios.
b) O resultado morte de Tícia pode ser imputado a Mévio? Fundamente a resposta.
c) Com relação ao bebê Caio, que nada sofreu, o pai praticou algum crime? Fundamente a resposta.
Resposta em até 30 linhas.

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Proposta de solução

Inicialmente, distingam-se os crimes omissivos próprios dos impróprios. Nos


primeiros, a conduta está descrita no próprio tipo penal e, para sua configuração, basta a sua
desobediência, sendo dispensável o resultado naturalístico. Qualquer pessoa pode praticar o
crime omissivo próprio, basta o descumprimento da norma legal. Um exemplo característico
é o crime de omissão de socorro, previsto no Código Penal (CP). Por sua vez, os crimes
omissivos impróprios são aqueles em que o tipo penal descreve uma conduta positiva, uma ação,
mas a omissão do agente, que descumpre o seu dever jurídico de agir, acarreta a produção do
resultado naturalístico e sua consequente responsabilização penal. Portanto, são crimes
próprios, cometidos por aqueles que possuem o dever jurídico de agir; e materiais, pois requerem
a produção de um resultado naturalístico. [Tópico 1]
Em referência à situação, o resultado morte de Tícia pode ser imputado a Mévio,
ainda que ele não tenha praticado nenhuma conduta ativa que levasse à morte da filha, visto
que a omissão também pode ser causa do resultado. Configurou-se o crime de abandono de
incapaz que consiste, de acordo com o CP, em abandonar pessoa que está sob seu cuidado,
guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos
resultantes do abandono. Assim, no caso, haja vista a existência de uma relação jurídica
(pai e filhos) que implica num dever específico de guarda; a incapacidade dos filhos de três
anos e a ocorrência do núcleo do tipo “abandonar”, gerando um perigo concreto aos filhos, a
conduta de Mévio subsume-se ao delito mencionado. Dessa forma, em relação a Tícia,
Mévio cometeu o crime de abandono de incapaz qualificado pelo resultado morte, majorado
pela sua condição de ascendente. [Tópico 2]

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Por fim, em relação a Caio, o pai também praticou o crime de abandono de incapaz,
mas na sua forma simples e também majorado pela sua condição de ascendente. Apesar de
Caio nada ter sofrido, o crime se consuma no momento do abandono, desde que resulte perigo
concreto. [Tópico 3]

Tema 20

Autoral -Prof. Renan Araújo


José encontra Paulo na festa de formatura de uma amiga em comum. Todavia, José é inimigo de longa data
de Paulo e, estando já completamente embriagado, por ter exagerado no consumo de álcool, resolve
colocar na bebida de Paulo uma determinada substância tóxica, a fim de ceifar a vida deste. Paulo, sem
saber do ocorrido, ingere a bebida e começa a passar mal, ficando descontrolado, absolutamente fora de si.
Durante o socorro prestado pelos paramédicos, Paulo profere xingamentos graves contra os referidos
servidores públicos.
Posteriormente, José e Paulo são processados criminalmente. O primeiro por tentativa de homicídio e o
segundo por desacato. No decorrer do processo, fica comprovado que José era portador de doença mental
e, no momento do fato, era parcialmente incapaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se
de acordo com este entendimento. Fica comprovado, também, que Paulo não tinha discernimento algum
quando desacatou os funcionários, em razão da ingestão da substância colocada por José.
Neste caso, exclusivamente sob o prisma da imputabilidade penal, responda:
a) Quais os critérios para a aferição da inimputabilidade penal? Quais foram adotados pelo CP?
b) José é inimputável? Qual a consequência jurídica para o agente?
c) Paulo é inimputável? Quais as consequências penais cabíveis?
Resposta em até 30 linhas.

Proposta de solução

Inicialmente, esclareça-se sobre a existência de três critérios para a aferição da


imputabilidade do agente. O primeiro deles é o critério biológico. Por este, basta a existência
de uma doença mental ou determinada idade para que o agente seja considerado inimputável.

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O segundo critério é o psicológico, por meio do qual só se pode aferir a imputabilidade na


análise do caso concreto. Diferentemente do critério biológico, que é rígido, o critério
psicológico é flexível, pois concede ao juiz o poder de avaliar, caso a caso, a imputabilidade do
agente.
Ainda, como terceiro critério, há que se mencionar o critério biopsicológico, o qual
consiste numa mescla das características dos dois primeiros. A inimputabilidade decorrente
da adoção deste critério deve provir da conjugação de dois fatores: deve haver uma situação
prévia que gere a presunção de inimputabilidade (critério biológico, legal, objetivo), mas o juiz
deve analisar no caso concreto se o agente era ou não capaz de entender o caráter ilícito da
conduta ou de se comportar conforme o direito (critério psicológico). Segundo entendimento
doutrinário, o critério adotado pelo Código Penal (CP) brasileiro, como regra, é o
biopsicológico. Excepcionalmente, foi adotado o sistema biológico no que se refere aos menores
de 18 anos. [Tópico 1]
No caso em tela, José é considerado semi-imputável, e não inimputável. Isso, porque
ficou comprovado que José era portador de doença mental e, no momento do fato, era
parcialmente incapaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com
este entendimento. A embriaguez completa, neste caso, não tem relevância, eis que se trata
de embriaguez voluntária. No caso, a consequência jurídica é a condenação, porém com
redução de pena, de um a dois terços, ou a substituição da pena por medida de segurança. A
decisão pela aplicação da pena reduzida ou da medida de segurança fica a cargo do juiz,
considerando o que é mais adequado à finalidade da sanção penal. [Tópico 2]
Finalmente, Paulo, por sua vez, é considerado inimputável, porque, no momento do
fato, não possuía qualquer discernimento, em razão de embriaguez acidental (decorrente de

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caso fortuito ou força maior). Como essa embriagues é completa, fica, pois, excluída a
culpabilidade e o agente é isento de pena. [Tópico 3]

Tema 21

Erasmo, agente público lotado no Fórum Trabalhista de Porto Real/RJ, é o responsável pela manutenção da
segurança do átrio do estabelecimento, sendo a ele juridicamente possibilitada a tomada de decisões que
garantam a integridade física dos demais funcionários e que preservem o patrimônio público presente no
local.
Em determinado dia, adentrou no prédio um cidadão segurando um porrete em suas mãos. Trata-se de
Alexandre, empresário insatisfeito com sua derrota obtida em ação trabalhista que o condenou a pagar
verbas indenizatórias valorosas a um ex-empregado de seu estabelecimento comercial. Alexandre
direciona-se até o balcão da Vara Trabalhista e começa a ameaçar os servidores que ali trabalham, bem
como anuncia que destruirá toda a estrutura daquela repartição. Quando Alexandre movimenta-se no
sentido de atingir um dos computadores da Vara Trabalhista com o porrete, Erasmo rapidamente intervém
e o surpreende por trás, atingindo Alexandre, com uma pancada na cabeça, com seu cassetete. Alexandre
imediatamente desmaia e é levado ao hospital e, horas depois, recebe alta hospitalar.
Acerca da ação de Erasmo, introduza e fundamente qual instituto jurídico penal foi utilizado por ele para
justificar sua ação de lesão corporal e excluí-lo de crime, relacionando a legislação aplicável com o fato
enunciado.
Resposta em até 20 linhas.

Proposta de solução

No caso, Erasmo é agente público do setor de segurança e, por isso, tem o dever de
ofício de praticar atos que conservem a integridade física dos demais servidores e preservem o
patrimônio público ali constituído. Tais funções estão estabelecidas em regramento próprio,
em normas jurídicas que amparam sua conduta tendente a proteger o local. Assim, quando
norma jurídica determina que o agente pratique certo ato, não há crime, ainda que tal ato
possa causar ofensa a bem-jurídico penal tutelado pela lei. Assim o é porque o Código
Penal exclui a ilicitude de atos envolvidos em "estrito cumprimento do dever legal", instituto

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que torna a conduta praticada excluída de antijuridicidade e, portanto, o agente não comete
crime.
Dessa forma, se o agente atua no cumprimento de dever legal, seu comportamento não
é antijurídico. O dever que ele cumpre pode ser imposto por qualquer norma legal e não apenas
por leis de natureza penal. Frise-se ser indispensável que o agente obedeça, rigorosamente,
aos limites do dever, que, se ultrapassados, configurarão abuso de direito ou excesso de poder, e
não exclusão da ilicitude. No caso, não se vislumbra qualquer tipo de abuso, visto que a
atuação de Erasmo ocorre nos limites legais e sob o ponto de vista, inclusive, da
proporcionalidade.
Logo, quando Erasmo praticou, em tese, lesão corporal contra Alexandre, agiu
amparado na referida causa excludente de ilicitude, pois a legislação aplicável à sua função
permitia e exigia que ele tomasse decisões voltadas para a manutenção da ordem na repartição
pública onde estava lotado.

Tema 22

Toda conduta dolosa ou culposa pressupõe uma finalidade. A diferença entre elas reside no fato de que, em
se tratando de conduta dolosa, como regra, existe uma finalidade ilícita, ao passo que, tratando-se de
conduta culposa, a finalidade é quase sempre lícita. Nesse caso, os meios escolhidos e empregados pelo
agente para atingir a finalidade lícita é que são inadequados ou mal utilizados.
Rogério Greco. Curso de direito penal – parte geral. p. 196 (com adaptações).

Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto
dissertativo acerca dos crimes culposos. Seu texto deve conter, necessariamente,
 os elementos do crime culposo e a descrição de pelo menos dois desses elementos;
 os conceitos de culpa inconsciente, culpa consciente e dolo eventual e suas diferenças;
 os conceitos de culpa imprópria e tentativa.

Resposta em até 30 linhas.

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Proposta de solução

Os elementos do crime culposo são conduta humana voluntária; violação ou inobservância


de um dever de cuidado objetivo; resultado naturalístico involuntário; nexo entre conduta e
resultado; previsibilidade; tipicidade. A conduta humana voluntária é a ação ou a omissão
dirigida ou orientada pelo desejo cujo resultado é involuntário e o nexo de causalidade é a relação de
causa e efeito entre a conduta e o resultado naturalístico. [Tópico 1]
Numa das classificações da culpa, há a distinção da culpa consciente e da inconsciente. A
primeira ocorre nas situações em que, embora o agente preveja o resultado, espera que este não ocorra
e não o aceita como possível. A culpa consciente existe quando o sujeito prevê o resultado da
conduta, entretanto, em razão de sua habilidade ou experiência, acredita que não ocorrerão efeitos
lesivos.
Já a culpa inconsciente ocorre nas situações em que o agente não prevê o resultado de sua
conduta, embora este seja previsível, refere-se ao clássico crime culposo, em que o agente não prevê
o resultado devido ao fato de ter sido negligente, imprudente ou imperito.
Frise-se que nenhuma das espécies de culpa acima mencionadas confunde-se com o dolo
eventual, circunstância em que o agente prevê o resultado, mas não se importa com os possíveis
efeitos lesivos. Nesse caso, o agente conhece a possibilidade do resultado, mas assume o risco de
produzi-lo, de forma indiferente em relação ao bem jurídico tutelado. [Tópico 2]
Finalmente, há outra classificação que leva em consideração a intenção de produzir o
resultado naturalístico. A culpa imprópria se verifica quando o sujeito prevê e deseja o resultado,
mas atua em erro inescusável. Ocorre na hipótese de uma descriminante putativa em que o agente,
em virtude de erro evitável pelas circunstâncias, dá causa dolosamente a um resultado, mas responde
como se tivesse praticado um crime culposo. Mencione-se que, apesar de, em regra, os crimes

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culposos não serem punidos na modalidade tentada, é possível admiti-la nos casos em que há a
culpa imprópria, diante do seu caráter híbrido (dolo tratado como culpa). [Tópico 3]

Tema 23

Elabore um texto dissertativo que aborde a tentativa no Direito Penal. Mencione, necessariamente, os
seguintes aspectos:
a) O conceito e, entre as teorias que visam a fundamentar a punibilidade da tentativa, a adotada como regra
pelo Código Penal.
b) Tentativa perfeita e imperfeita.
c) Critério para diminuição de pena.
d) Quatro espécies de crimes que não admitem tentativa. Justifique.

Resposta em até 30 linhas.

Proposta de solução

Um crime é dito como tentado quando, iniciada a execução, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente. São elementos da tentativa: o início da execução
do crime; a presença dos elementos subjetivos do tipo doloso (dolo de consumação) e a não
consumação do crime por circunstâncias alheias à vontade do agente. Entre as teorias que
visam a fundamentar a punibilidade da tentativa, a adotada, em regra, pelo Código Penal
(CP) é a teoria objetiva, segundo a qual a punibilidade da tentativa se relaciona ao perigo
proporcionado ao bem jurídico. Assim, deve-se considerar tanto o desvalor da conduta
quanto do resultado e, por isso, deve haver uma redução de pena quando o agente não conseguir
consumar a infração penal, haja vista o fato de o bem jurídico não ter sido atingido
integralmente. [Tópico 1]

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Entre variadas classificações da tentativa, destaca-se a que leva em consideração o


caminho percorrido durante a fase de execução. Nesse sentido, tem-se: a tentativa imperfeita,
na qual o agente é interrompido durante a fase executória do crime sem que tenha esgotado
todos os atos que queria ou podia, e a tentativa perfeita, aquela em que o agente esgota todos os
meios disponíveis para atingir o resultado, mas não ocorre a consumação por circunstâncias
alheias à sua vontade. [Tópico 2]
Em consonância com a teoria objetiva da punibilidade da tentativa, a pena a ser
aplicada para o crime tentado corresponde à do crime consumado, diminuída de um a dois
terços. O “quantum” dessa diminuição é inversamente proporcional à aproximação do
resultado representado: quanto maior o “iter criminis” percorrido pelo agente, menor será a
fração da causa de diminuição. [Tópico 3]
Por fim, alguns crimes, pela sua natureza, não admitem tentativa. Os crimes culposos
(exceto a omissão imprópria) não admitem tentativa, pois neles o agente não busca alcançar
o resultado, de forma que não se pode tentar aquilo que não se quer. As contravenções também
não admitem tentativa, pois, embora no plano fático seja possível, há expressa vedação na
Lei de Contravenções penais. Também não se aplica aos crimes preterdolosos, pois neles
o resultado mais grave não é desejado, encaixando-se na justificativa apresentada aos crimes
culposos. A tentativa também não é cabível para os crimes unissubsistentes: aqueles que se
realizam com um único ato, suficiente para alcançar a consumação, tornando impossível a
divisão do “iter criminis”. [Tópico 4]

Tema 24

IADES - Perito Criminal (PC DF)/Ciências Biológicas/2016


Leia, com atenção, o texto a seguir.

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Frequentemente a ação delituosa é produto da concorrência de várias condutas praticadas por sujeitos
distintos. As razões que podem levar o indivíduo a consociar-se para a realização de uma empresa
criminosa podem ser as mais variadas: assegurar o êxito do empreendimento delituoso, garantir a
impunidade, possibilitar o proveito coletivo do resultado do crime ou simplesmente satisfazer outros
interesses pessoais. No cometimento de uma infração penal, essa reunião de pessoas dá origem ao
chamado concursus deliquentium.
BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral 1.
15. ed. São Paulo: Saraiva, 2010, com adaptações.

Considerando que o texto apresentado tem caráter meramente motivador, redija um texto dissertativo e
(ou) descritivo com o tema “o concurso de pessoas na dogmática jurídico-penal brasileira”. Aborde,
necessariamente, os seguintes tópicos:
a) a teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro e suas repercussões pragmáticas;
b) os requisitos do concurso de pessoas;
c) a figura dos coautores e partícipes;
d) a comunicabilidade e a incomunicabilidade das condições de caráter pessoal.
Resposta em até 30 linhas.

Proposta de solução

Inicialmente, esclareça-se que o concurso de pessoas ocorre quando duas ou mais pessoas
concorrem para a prática de uma mesma infração penal. Ao dispor que quem, de qualquer
modo, concorrer para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade, o Código Penal Brasileiro (CPB) adota, em regra, a teoria monista
ou monística para distinguir o crime cometido pelas pessoas que participaram do crime. Ao
adotar essa teoria, algumas repercussões pragmáticas são relevantes, pois coautor e partícipe
estarão, via de regra, sendo processados e julgados nas penas cominadas ao mesmo tipo penal
decorrente do fato praticado. Frise-se que, embora ambos respondam pelo mesmo tipo penal,
o juiz individualizará as penas em concreto de acordo com a maior ou menor relevância das
pessoas envolvidas na atividade criminosa, ou seja, de acordo com a sua culpabilidade. Em
razão da possível diferenciação na pena de cada infrator, parte da doutrina entende que o
CPB adotou uma espécie de teoria monista mitigada. [Tópico 1]

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Outrossim, como requisitos para o concurso de pessoas, citam-se: a pluralidade de agentes


culpáveis; a relevância causal das condutas para a produção do resultado; o vínculo ou liame
subjetivo; a unidade de infração penal para todos os agentes e a existência de fato punível.
[Tópico 2]
Em virtude de o CP não ter diferenciado as figuras dos coautores e partícipes, as
definições ficaram por conta da doutrina. A doutrina majoritária considera que o CPB
adota a teoria objetivo-formal, segundo a qual o autor é quem pratica a ação nuclear típica
descrita pelo preceito primário da norma incriminadora e o partícipe é quem concorre de
qualquer forma para o crime, sem, no entanto, praticar o núcleo do tipo. [Tópico 3]
Por fim, esclareça-se que uma circunstância incomunicável é aquela que não se
transmite aos demais coautores e partícipes, visto que se refere exclusivamente a certo indivíduo.
Segundo o CPB, não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime. Trata-se de disposição a partir da qual se extraem as
seguintes conclusões. Em primeiro, as circunstâncias e as condições de caráter pessoal não se
comunicam. Contudo, se essas circunstâncias ou condições forem de caráter real, elas se
comunicam, desde que os demais agentes tenham conhecimento a seu respeito. Finalmente,
as elementares sempre se comunicam, sejam elas de caráter real ou pessoal. Nesse caso,
também, desde que sejam do conhecimento dos demais agentes. [Tópico 4]

Tema 25

"Desde que o desígnio criminoso aparece no foro íntimo da pessoa, como um produto da imaginação, até que se
opere a consumação do delito, existe um processo, parte do qual não se exterioriza, necessariamente, de
maneira a ser observado por algum espectador, excluído o próprio autor. A este processo dá-se o nome de iter
criminis ou caminho do crime, que significa o conjunto de etapas que se sucedem, cronologicamente, no
desenvolvimento do deleito."

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ZAFFARONI, Eugenio Raúl; PIERANGELI, José Henrique. Da tentativa, p.13.

Com base no que acima foi exposto, elabore um texto dissertativo sobre o iter criminis ou caminho do crime.
Mencione, necessariamente, os seguintes aspectos:
a) As etapas do iter criminis e no que cada uma delas consiste;
b) Conceito, diferença, natureza jurídica, efeitos e requisitos da desistência voluntária e do arrependimento
eficaz;
c) Conceito, natureza jurídica e efeitos do arrependimento posterior.

Resposta em até 30 linhas.

Proposta de solução

O “iter criminis” [tema] é o termo utilizado para definir, no Direito Penal


[assunto], o caminho percorrido na prática do delito, desde o início da ideia do agente em
praticar o crime até sua consumação. Tal caminho possui quatro etapas de realização:
cogitação, preparação, execução e consumação. [Tópico 1] - [Introdução roteiro]
A cogitação é a intenção de praticar o delito. Consiste na representação mental do
crime na cabeça do agente, é a fase inicial, na qual o agente idealiza como será a conduta
criminosa. Na preparação, inicia-se a adoção de algumas providências para a realização do
crime, tais como a seleção dos meios e a escolha do local para a prática delituosa, sem, contudo,
iniciar a execução do crime propriamente dita. Os atos executórios, por sua vez, são aqueles
por meio dos quais o agente, efetivamente, dá início à conduta delituosa através de um ato
capaz de provocar o resultado. Finalmente, a consumação é a etapa em que se reúnem todos
os elementos da definição legal do crime, causando a ofensa jurídica prevista na norma penal.
[Tópico 1]
A desistência voluntária configura-se quando o agente, por ato voluntário, interrompe
os atos executórios. De forma diversa, no arrependimento eficaz, o agente já praticou todos

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os atos executórios suficientes para a consumação do crime, mas, após isso, arrepende-se do
ato e adota providências que impedem a produção do resultado. Assim, a desistência
voluntária aplica-se até o fim dos atos executórios, enquanto o arrependimento eficaz é cabível
somente a partir desse ponto, mas antes que o crime se consuma. Embora haja controvérsia
doutrinária, prevalece o entendimento de que têm natureza jurídica de causa de exclusão da
tipicidade, embora subsista a responsabilidade pelos atos até então praticados. São requisitos
de ambos os institutos: que já se tenha iniciada a execução, a voluntariedade (ausência de
coação física ou moral) e a eficácia, de modo que o resultado do crime seja evitado. [Tópico
2]
Por fim, o arrependimento posterior ocorre quando, nos crimes cometidos sem violência
ou grave ameaça à pessoa, o agente, voluntariamente e até o recebimento da denúncia ou
queixa, restitui a coisa ou repara o dano provocado pela sua conduta. Possui natureza jurídica
de causa obrigatória de diminuição de pena, cujo “quantum” da redução variará de 1/3 a
2/3, a depender da celeridade com que ocorreu o arrependimento e a voluntariedade desse
ato. [Tópico 3]

Tema 26

Cespe/Cebraspe – Escrivão de Polícia Civil do Distrito Federal - 2013


Maurício, estudante com vinte e três anos de idade, sem antecedentes criminais, encontrava-se na fila de
um supermercado aguardando sua vez para pagar pelo produto escolhido. Ainda na fila, Maurício foi
abordado por Renato, segurança do estabelecimento, que pediu para revistá-lo, pois o havia visto
colocando algumas peças de roupa dentro da mochila. De fato, Maurício havia pegado as roupas, que foram
avaliadas em R$ 115,00. O agente admitiu que havia se apoderado das peças de roupa para seu uso pessoal
e que não tinha a intenção de pagar por elas. Renato solicitou, então, a presença da polícia militar, que, ao
analisar o caso, deu voz de prisão em flagrante a Maurício, conduzindo-o à delegacia de polícia mais
próxima, para a lavratura do respectivo auto de prisão.

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Com base na situação hipotética apresentada acima, redija, de forma fundamentada, um texto dissertativo,
que atenda, necessariamente, ao que se pede a seguir.
a) Discorra sobre o furto privilegiado e sobre o furto de bagatela, apresentando as diferenças entre ambas
as figuras e apontando em qual modalidade se enquadraria a conduta de Maurício.
b) Responda se Maurício consumou o furto, esclarecendo se as circunstâncias do caso autorizam a
lavratura do flagrante por furto na modalidade tentada.
c) Esclareça se a devolução da coisa furtada é admitida como causa de exclusão da tipicidade do crime
de furto.
Resposta em até 30 linhas.

Proposta de solução

O furto privilegiado é aquele cuja conduta é praticada por réu primário e a coisa furtada
é de pequeno valor. Nesse caso, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção,
diminui-la de um a dois terços ou aplicar somente a pena de multa. A jurisprudência
entende como objeto de pequeno valor aquele que não ultrapassa um salário mínimo vigente
ao tempo do crime. Noutro giro, o princípio da insignificância, ou princípio da bagatela,
atua na tipicidade material, afastando-a. Não há um parâmetro objetivo para o
reconhecimento do princípio da insignificância, contudo, no âmbito do Superior Tribunal
de Justiça, reconhece-se que a lesão jurídica resultante do crime de furto não pode ser
considerada insignificante quando o valor dos bens subtraídos perfaz mais de 10% do salário
mínimo vigente à época dos fatos.
Nota-se, pois, flagrante diferença entre esses institutos. No furto privilegiado, há o
fato típico. Já no caso do princípio da insignificância, há a descaracterização do fato típico,
inexistindo crime. [Tópico 1]
Nesse sentido, no caso em tela, a conduta de Maurício enquadra-se como furto
privilegiado, uma vez que a coisa furtada é considerada como de pequeno valor, mas não se

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enquadra como de valor ínfimo, visto que ultrapassa 10% do salário mínimo vigente à época
dos fatos. [Tópico 1 - continuação]
O fato de um estabelecimento comercial ser guarnecido por seguranças não impede, de
maneira absoluta, o cometimento de crimes no seu interior, o que afasta a tese de crime
impossível. Na situação apresentada, ocorre o caso de inidoneidade relativa do meio, visto
que há a possibilidade de o crime se consumar, sendo possível, em virtude de tal fato, a
lavratura do auto de prisão em flagrante por furto na modalidade tentada, haja vista que,
conforme mencionado, o furto se consuma. [Tópico 2]
Finalmente, não há, no crime de furto, a previsão de que a devolução da coisa exclua a
tipicidade. No entanto, a devolução da “res furtiva” por parte do agente, se ocorrida até o
recebimento da denúncia, poderá ensejar o arrependimento posterior, reduzindo a pena de um
a dois terços. [Tópico 3]

Tema 27

Cespe/Cebraspe - PC-BA - 2013 - Adaptado


Silas, Juca e Celso, armados com pistola 380 e revólver de calibre 38, abordaram Célia na saída de um
shopping center na cidade de Salvador – BA e, mediante grave ameaça, obrigaram-na a ingressar no próprio
veículo, juntamente com os três. Dentro do veículo, os agentes constrangeram a vítima a lhes entregar
cartões bancários e as respectivas senhas. Pretendendo utilizar os referidos cartões em compras e em
saques em caixas eletrônicos, os autores do delito restringiram a liberdade de Célia como forma de
assegurar o sucesso da empreitada delituosa. Silas assumiu a direção do veículo e rumou para a saída do
estacionamento. Policiais civis da delegacia do bairro que lanchavam em estabelecimento comercial
próximo ao estacionamento do shopping center presenciaram a ação dos agentes dentro do veículo e
imediatamente empreenderam perseguição aos criminosos. Ao perceber que estava sendo seguido, Silas
dirigiu o veículo em direção à cidade de Feira de Santana – BA. Ao entrar no perímetro urbano da cidade,
Silas, que dirigia em alta velocidade, perdeu o controle do veículo, que se chocou contra um muro. Os
agentes prenderam em flagrante Silas e Juca, tendo Celso sido levado para hospital mais próximo em estado
grave. Nada foi subtraído da vítima, que foi libertada pelos policiais.

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Em face dessa situação hipotética, indique, com base no Código Penal e no Código de Processo Penal:
a) O(s) crime(s) perpetrado(s) por Silas, Juca e Celso.
b) O local em que ocorreu a consumação do(s) crimes(s).
c) A quem e em que localidade deverão ser apresentados os presos.
d) Explique do que se trata a notitia criminis e qual a espécie aplicável ao caso em tela.
e) O juízo competente para conhecer, processar e julgar a(s) infração(ões) cometidas.
Resposta em até 30 linhas.

Proposta de solução

O crime perpetrado por Silas, Juca e Celso é a extorsão, qualificada pela restrição da
liberdade da vítima como condição necessária para a obtenção da vantagem econômica,
vulgarmente conhecida como “sequestro relâmpago”. No caso, são aplicáveis, ainda, duas
causas de aumento de pena, tendo em vista que o referido crime foi cometido por duas ou mais
pessoas e com o emprego de arma. No caso de Silas, responderá, ainda, em concurso, pelo
crime de lesão corporal culposa na condução de veículo automotor, previsto no Código de
Trânsito Brasileiro. [Tópico 1]
Outrossim, a extorsão é crime formal e instantâneo, consuma-se no momento em que
a vítima, depois de sofrer violência ou grave ameaça, realiza o comportamento desejado pelos
criminosos, sendo dispensável a obtenção de vantagem econômica. Nesse sentido, no caso
em tela, o crime consumou-se no momento em que os autores obrigam a vítima a entrar no
veículo e a constrangem a lhes entregar os cartões bancários e as respectivas senhas, fato que
se desenvolve na cidade de Salvador/BA. [Tópico 2]
Os presos em flagrante delito deverão ser apresentados à autoridade policial na localidade
de Feira de Santana/BA, local em que ocorreu a prisão. Outrossim, não havendo
autoridade policial no lugar em que se tenha efetuado a prisão, o preso será logo apresentado

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àquela do lugar mais próximo. Complementarmente, resta mencionar que, se o réu, sendo
perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe
a prisão no lugar onde o alcançar, independentemente da expedição de precatória ou quaisquer
outras providências da autoridade competente. [Tópico 3]
Além disso, “notitia criminis” é o conhecimento, espontâneo ou provocado, por parte
da autoridade policial, acerca de um fato aparentemente criminoso. No caso em tela, ocorre
a “notitia criminis” de cognição coercitiva, tendo em vista que a autoridade policial tomou
conhecimento do fato delituoso por meio da apresentação do indivíduo preso em flagrante.
[Tópico 4]
Por fim, de acordo com o que prevê o art. 70 do Código de Processo Penal, em
regra, a competência territorial é fixada com base no local da consumação do delito. Assim,
no caso, o juízo competente para conhecer, processar e julgar as infrações cometidas é o de
Salvador/BA.

Tema 28

Pedro Pedreira, brasileiro, solteiro, sem ocupação definida, com 25 anos de idade, reincidente, foi
denunciado pelo Ministério Público como incurso nas sanções do art. 155, caput do Código Penal, por haver
subtraído, para proveito próprio, um par de tênis, avaliado em R$ 90,00, após adentrar na residência da
vítima Pedro dos Santos. Uma vez preso em flagrante, restou apreendido o bem objeto da subtração e
restituído ao proprietário.
Devidamente concluída a instrução judicial, em sede de alegações finais escritas, o representante do
Ministério Público postula a condenação do agente nos moldes da denúncia. A defesa, por sua vez,
manifesta-se pelo reconhecimento da incidência do princípio da insignificância na hipótese vertente e
consequente decreto de absolvição do denunciado.
Diante do caso exposto:
a. Conceitue o princípio da insignificância.
b. Enuncie as condições objetivas necessárias ao reconhecimento do referido princípio.

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c. Analise a tese defensiva à luz da jurisprudência do STF e STJ.

Resposta em até 30 linhas.

Proposta de solução

O princípio da insignificância, também chamado de infração bagatelar própria, não


tem previsão legal no direito brasileiro. Relaciona-se aos princípios da fragmentariedade e
da subsidiariedade, os quais preconizam que o Direito Penal apenas deve ser utilizado
contra ofensas intoleráveis a determinados bens jurídicos e nos casos em que os demais ramos
do direito não se mostrem suficientes para proteger tais bens. Assim, o Direito Penal não
deve se preocupar com bagatelas, mas sim com infrações penais que ofendem com gravidade o
bem jurídico tutelado pelo tipo penal. Constitui causa supralegal de exclusão da tipicidade
material, mediante uma interpretação restritiva do tipo penal. Assim, se o fato for
penalmente insignificante, quer dizer que não lesou nem causou perigo de lesão ao bem jurídico
protegido e, por isso, o fato é considerado atípico.
Os requisitos objetivos, consolidados na jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal são os seguintes: mínima ofensividade da conduta; nenhuma periculosidade social
da ação; reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e inexpressividade da lesão
jurídica provocada.
Outrossim, mencione-se que a aplicação do princípio da insignificância aos reincidentes
é tema cuja jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) não é consolidada. Em regra, o STF e o STJ negam
a aplicação do princípio da insignificância caso o réu seja reincidente. Essa abordagem se
respalda no entendimento de que o princípio da bagatela não foi concebido para resguardar e

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legitimar constantes condutas desvirtuadas, mas para impedir que desvios de condutas ínfimas,
isoladas, sejam sancionadas.
Contudo, recentemente, tanto o STJ quanto o STF têm apresentado
entendimento diverso, passando a defender que a reincidência não impede, por si só, que o juiz
da causa reconheça a insignificância penal da conduta. Deve, pois, o juiz analisar o caso
concreto e considerar as suas circunstâncias (exemplos: número de reincidências e especial
reprovabilidade decorrente de qualificadoras). Assim, a reincidência, atualmente, não é
motivo que, “a priori”, obste a aplicação do princípio da insignificância, o que torna viável a
tese defensiva apresentada.

Tema 29

Considere a seguinte situação hipotética. Teobaldo, servidor público, solicita vantagem indevida para deixar
de praticar ato de ofício, o qual prejudicaria o particular de nome Fernando.
Fernando, cedendo à investida do referido servidor público, entrega a Teobaldo R$ 7.000,00, que, após o
recebimento da quantia, deixa de praticar o ato, na forma combinada com o particular.
Com base nessa situação, responda aos seguintes questionamentos:
a) Houve crime cometido por Teobaldo? E por Fernando?
b) Ao caso, aplica-se o princípio da insignificância? Justifique.
c) Mantidas todas as circunstâncias da situação, caso Teobaldo tivesse recebido o dinheiro para praticar
ato legal, qual a tipificação da sua conduta?
Resposta em até 20 linhas.

Proposta de solução

Em virtude do recebimento da quantia para a prática de ato de ofício, o crime cometido


por Teobaldo foi o de corrupção passiva, do qual as condutas típicas são: solicitar ou receber
vantagem indevida e aceitar promessa de vantagem para futuro recebimento, cuja iniciativa

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também é do corruptor. No caso em tela, a conduta típica praticada por Teobaldo foi a de
receber vantagem indevida, comprovada pela percepção de quantia equivalente a R$
7.000,00. Além disso, pelo fato de Teobaldo ter praticado o fato na forma
combinada, incidirá majorante da pena, na razão de 1/3, conforme expressa determinação
do Código Penal. Já no que se refere a Fernando, não se configura a ocorrência de
qualquer crime. O fato de ceder a investida do servidor não configura o crime de corrupção
ativa, tendo em vista que o ato de “dar” ou “entregar” não pertence aos núcleos configuradores
desse tipo penal. [Tópico 1]
No que se refere à possibilidade da aplicação do princípio da insignificância, prevalece,
no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, a tese pela sua impossibilidade quando se tratar
do cometimento de crimes contra a administração pública. Assim, no caso, como a
corrupção passiva é crime contra a administração, esse princípio não será aplicado. [Tópico
2]
Por fim, o fato de Teobaldo ter recebido o dinheiro para praticar ato legal não elide a
configuração do referido crime. Doutrinariamente, essa modalidade é conhecida como
corrupção passiva imprópria, configurada pela prática de ato regular, lícito, ou decorrente do
seu dever legal, mas motivado por uma das condutas típicas do referido crime. [Tópico 3]

Tema 30

VUNESP - Investigador de Polícia (PC BA)/2018


Determinada autoridade policial de uma Comarca da Bahia, que preside investigação policial envolvendo
crime de tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, em razão dos elementos colhidos, representou à
autoridade judiciária competente pela prisão preventiva de seu principal integrante, Pedro. Em razão do
acolhimento dos argumentos apresentados pela autoridade policial, o Juiz de Direito determinou a prisão
preventiva de Pedro, ordenando a expedição do mandado de prisão e demais formalidades administrativas.

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Sendo assim, a autoridade policial determinou a André, investigador de polícia do Estado da Bahia, que
desse cumprimento ao mandado de prisão expedido.
André, ao dar cumprimento ao mandado de prisão preventiva de Pedro, foi surpreendido com uso de
violência física e agressões por parte de Pedro. Este desferiu socos e chutes contra André. Nesse contexto,
Pedro tirou uma arma de dentro de sua jaqueta e atirou contra André, atingindo seu ombro esquerdo.
Todavia, ao final de toda confusão, André, mesmo ferido, acabou revidando também com uso de arma de
fogo, com intuito de fazer cessar a agressão perpetrada por Pedro, atingindo-o com um tiro fatal. A partir
da situação hipotética, responda:
a) André cometeu crime? Fundamente.
b) Por qual delito responde Pedro? Fundamente.
Resposta em até 20 linhas.

Proposta de solução

No caso em tela, verifica-se que o policial André não cometeu nenhum crime, visto
que acobertado pela excludente de ilicitude da legítima defesa. Isso se justifica pelo fato de
estarem presentes todos os requisitos necessários para que a legítima defesa se configure, a saber:
agressão injusta e atual, expondo a perigo de lesão um bem jurídico tutelado pelo ordenamento
jurídico; emprego dos meios necessários de forma moderada e proporcional, na medida para
fazer cessar a agressão injusta; e em proteção de direito próprio, no caso, a vida do policial.
Assim, tendo André sido vítima de um ataque de arma de fogo, é justificável que, na defesa
da sua vida, tenha revidado na mesma intensidade da violência sofrida. [Tópico 1]
Por outro lado, no que se refere a Pedro, observa-se o cometimento do crime de
resistência, em concurso com a tentativa de homicídio qualificado. Segundo o Código Penal
(CP), o crime de resistência consiste na oposição à execução de ato legal, mediante violência
ou ameaça a funcionário competente para executá-lo. É o que ocorre no caso, visto que Pedro
se opôs, mediante violência, ao cumprimento de mandado de prisão preventiva
operacionalizado por um policial. Outrossim, ainda de acordo com o CP, as penas do

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crime de resistência são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência, o que justifica
o concurso material obrigatório entre a resistência e o homicídio. Como o resultado morte
não se consumou por circunstâncias alheias ao agente, trata-se de tentativa de homicídio, que
é qualificado pela situação de a vítima ser servidor integrante das carreiras da área da
segurança pública, definidas na Constituição Federal de 1988. [Tópico 2]

Tema 31

INCAB - Perito (PC AC)/2015


O policial civil Carlos Sperto, após exaustiva investigação, logra prender em flagrante delito, o indivíduo
Pedro Custódio, conhecido pela alcunha de "Motoboy ", quando este vendia a pessoa não identificada por
ter se evadido, certa quantidade da droga conhecida como crack, substância sabidamente nociva à saúde.
No momento da abordagem policial, foi encontrada na mochila portada por "Motoboy" a quantidade de 72
(setenta e duas) pedras de crack e 103 (cento e três) papelotes de cloridrato de cocaína. Instigado por seu
cunhado David Silva, presente no momento da ação, o policial Carlos obriga "Motoboy" a pagar a quantia
de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), para não conduzi-lo até a delegacia policial da área, sendo certo
que o preso concordou com o valor estipulado, entretanto, alegou que somente poderia efetuar o
pagamento em questão de dois dias depois, quando iria dispor do dinheiro, e assim ficou acertado. Neste
interregno, o fato chegou ao conhecimento da Corregedoria de Polícia, tendo a autoridade instaurado o
regular inquérito policial e representado pela prisão temporária, que foi decretada pelo juiz de direito
competente. De posse do mandado de prisão, agentes da Corregedoria de Polícia se postaram de forma
estratégica no local e obstaram o pagamento a ser realizado. Analisando o fato descrito sob a ótica do
Direito Penal, tipifique as condutas de Carlos Sperto e Pedro Custódio, o "Motoboy", de forma justificada,
em texto discursivo.
Responda em até 20 linhas.

Proposta de solução

O policial civil Carlos Sperto, funcionário público, encontrando-se no exercício da


função, com sua conduta, praticou o crime contra a Administração Pública tipificado
como concussão. Segundo o Código Penal, o referido crime consiste em exigir, para si ou

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para outrem, direta ou indiretamente, vantagem indevida em razão da função que ocupa.
Observe-se que o fato de a vantagem exigida não ter sido recebida não descaracteriza a conduta
criminosa, uma vez que o crime de concussão é formal. Não exige, pois, a ocorrência de
resultado naturalístico, conformando-se com a simples exigência da vantagem indevida de
caráter econômico ou patrimonial, independentemente do seu recebimento (da vantagem),
que se constitui, nesse caso, em exaurimento. [Tópico 1]
Por fim, Pedro Custódio, o “Motoboy”, por sua vez, comete o delito de tráfico ilícito
de drogas, cominado na Lei 11.343/2006, por ter sido flagrado no momento em que
vendia droga a pessoa não identificada, além de ter em seu poder grande quantidade de crack
e de cocaína. Frise-se que, no caso, Pedro Custódio não comete o delito de corrupção ativa,
uma vez que a conduta típica do referido crime consiste no oferecimento ou na promessa de
vantagem de forma espontânea, o que não ocorreu no caso concreto. [Tópico 2]

Tema 32

Cespe/Cebraspe – Polícia Federal – Escrivão – 2013


Juca, brasileiro, maior, capaz, após viagem ao Uruguai, ingressou no território nacional trazendo em sua
bagagem dezesseis equipamentos de informática de origem estrangeira, especificamente placas e
processadores para microcomputadores, desacompanhados da documentação legal, sem pagamento de
tributos devidos e sem autorização da autoridade competente para ingresso dos bens no país. Juca
pretendia montar máquinas caça-níqueis.
Ao desembarcar no aeroporto internacional de Brasília, Juca foi abordado por agentes da Receita Federal e
da Polícia Federal, em operação conjunta, e, após diligências preliminares, com apreensão dos
equipamentos e autuação na esfera administrativa/fiscal, foi imediatamente conduzido e apresentado à
Delegacia da Polícia Federal para a consecução dos procedimentos legais, juntamente com toda
documentação e objetos referentes ao caso. Os bens foram avaliados pela autoridade fiscal em R$
40.000,00, cujos impostos devidos equivaleriam ao montante de R$ 18.000,00.
Na Delegacia da Polícia Federal, Juca declarou que os bens apreendidos seriam de propriedade de terceiros
e receberia a quantia de R$ 500,00 apenas pelo transporte e entrega. Por ser pessoa sem recursos

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financeiros, solicitou ao delegado assistência jurídica da Defensoria Pública, tendo o defensor plantonista
prontamente comparecido ao local. Este, ao tomar conhecimento da situação, informou ao delegado a
impossibilidade de se efetivar, por ora, qualquer procedimento contra Juca, tampouco a autuação do
indivíduo, em face da ausência de conclusão do procedimento administrativo fiscal, devendo ser ordenada
a liberação imediata do acusado. Caso o delegado assim não proceda, a autoridade policial e o escrivão
podem ser responsabilizados criminalmente, ante a advertência apresentada, em especial, o escrivão, por
cumprir ordem manifestamente ilegal.
Considerando a situação hipotética acima apresentada, redija um texto dissertativo, respondendo,
necessariamente e de maneira justificada, aos questionamentos a seguir. Em seu texto, dispense fatos
novos.
a) O simples ingresso, em território nacional, dos bens descritos na situação hipotética constitui crime?
Em caso afirmativo, qual(is) seria(m) a(s) infração(ões) penal(is) cabível(is)?
b) Admite-se a lavratura do auto de prisão em flagrante? Há necessidade de instauração de inquérito
policial?
c) O escrivão poderá ser responsabilizado caso cumpra determinação da autoridade policial para realizar
a lavratura dos documentos pertinentes ao caso?
Resposta em até 30 linhas.

Proposta de solução

No caso em tela, Juca cometeu o crime de contrabando, uma vez que ingressou no país
com mercadoria proibida, qual seja: equipamentos para montagem de máquinas caça-níqueis,
sem autorização da autoridade competente. Outrossim, de forma geral, é inaplicável o
princípio da insignificância nos casos de crime contra a administração pública, gênero em
que se situa o crime de contrabando. Esse posicionamento é, inclusive, endossado pela
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça – STJ, que, de forma específica,
entendeu pela inaplicabilidade do princípio da insignificância aos crimes de contrabando de
máquinas caça-níqueis ou de outros materiais relacionados com a exploração de jogos de azar.
Nesse sentido, no caso em apreço, torna-se irrelevante a discussão do valor do débito
tributário para fins da exclusão da tipicidade material do referido crime. [Tópico 1]

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Ademais, Juca, ao desembarcar no aeroporto internacional de Brasília, é


surpreendido pelos agentes federais no momento em que cometia o crime, oportunizando a
situação de flagrante delito próprio, previsto no Código de Processo Penal. Nessa
circunstância, deverá ser lavrado o auto de prisão em flagrante, considerado como peça
inaugural do Inquérito Policial (IP), procedimento destinado a identificar fontes de
prova e colher elementos de informação quanto à autoria e à materialidade da infração penal,
a fim de permitir que o titular da ação possa ingressar em juízo. Dessa forma, haja vista o
esclarecimento dos fatos para embasar o oferecimento da denúncia, há necessidade de
instauração do IP. [Tópico 2]
Finalmente, caso o escrivão cumpra determinação da autoridade policial para realizar
a lavratura dos documentos pertinentes ao caso, não caberá sua responsabilização, visto que
atuará em cumprimento da ordem manifestamente legal, emanada por autoridade competente
para tal. Assim, o escrivão não só pode, mas deve empreender as medidas emanadas da
autoridade, as quais são compatíveis às competências do cargo que ocupa. [Tópico 3]

Tema 33

João, escrivão de uma delegacia de polícia, apropriou-se da quantia de R$ 253,00 que havia sido apreendida
em poder do indiciado no inquérito policial e estava sob a sua guarda para ser entregue à vítima. Instaurado
outro inquérito policial para apurar a sua responsabilidade criminal, ressarciu a vítima, antes do recebimento
da denúncia. Nesse caso, segundo jurisprudência dos Tribunais Superiores:
a) Qual o crime cometido por João?
b) O princípio da insignificância pode ser aplicado para justificar a atipicidade da conduta de João?
c) O ressarcimento espontâneo excluiu o crime em questão? Responda fundamentadamente.
Responda em até 30 linhas.

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Proposta de solução

João, funcionário público para fins penais, ao apropriar-se de quantia que estava em sua
guarda em razão do cargo, comete o crime de peculato apropriação. Trata-se de delito contra
a Administração Pública, cujo tipo penal é aderente à conduta de João, qual seja,
apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo. [Tópico 1]
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) possui entendimento
sumulado de que o princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a
Administração Pública, não servindo, portanto, para justificar a atipicidade da conduta
de João. Segundo o STJ, os crimes contra a Administração Pública têm como objetivo
resguardar não apenas o aspecto patrimonial, mas, principalmente, a moral administrativa.
Logo, mesmo que o valor do prejuízo seja insignificante, deverá haver a sanção penal
considerando que houve uma afronta à moralidade administrativa, que é insuscetível de
valoração econômica. [Tópico 2]
Finalmente, por falta de previsão legal e jurisprudencial, o ressarcimento espontâneo
não excluiu o crime em questão. Contudo, caso a reparação do dano ou a restituição da coisa
seja efetuado antes do recebimento da denúncia, obedecido os demais requisitos presentes no
Código Penal, configurar-se-á o arrependimento posterior, implicando na redução da pena
de um a dois terços. Além disso, se a reparação ocorrer depois do recebimento da denúncia,
mas até o julgamento, incidirá a atenuante genérica, aplicável na segunda fase da dosimetria
da pena. [Tópico 3]

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Tema 34

Autoral - Prof. Renan Araújo -Adaptado


Ricardo é servidor público. Insatisfeito com o rendimento de seu computador próprio, Ricardo resolve
subtrair um computador pertencente a um particular, mas que se encontrava acautelado no Órgão público
em que labora, fruto de uma apreensão realizada meses antes.
Como Ricardo não tinha acesso livre ao local em que estava o computador, aguardou o anoitecer e dirigiu-
se até a sede do referido Órgão, juntamente com Lucas, seu primo, a quem solicitou ajuda para a
empreitada criminosa. Lucas conhecia a condição pessoal de Ricardo.
Enquanto Lucas espera no carro, Ricardo se dirige à recepção do Órgão, oportunidade na qual se identifica
e informa que esqueceu um pen-drive em sua sala, e tem o acesso liberado pelo vigilante. Uma vez dentro
do prédio, Ricardo efetivamente subtrai o computador e o coloca na mochila, saindo pela porta da frente e
indo embora juntamente com Lucas.
Uma semana depois, com medo de ser pego e perder o computador, Ricardo procura Júlio, seu irmão, e
pede a ele para ficar com o computador por um tempo, até a “poeira baixar”. Júlio, irmão muito bondoso,
aceita a proposta.
Três dias depois, Ricardo retorna e pega o computador com Júlio. Arrependido, Ricardo devolve o bem à
repartição, sem que ninguém perceba.
Diante dos fatos narrados, responda de maneira fundamentada:
a) Qual a responsabilidade penal de Ricardo, Lucas e Júlio? Há concurso de agentes na hipótese?
b) Pela restituição da coisa, é cabível a extinção da punibilidade ou algum mecanismo de redução da pena?
c) Aplica-se alguma causa pessoal de isenção de pena em relação a Júlio?
Resposta em até 30 linhas.

Proposta de solução

No caso em tela, Ricardo, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade


de funcionário público, subtrai bem móvel, um computador particular, sob a guarda da
Administração. A referida conduta amolda-se ao delito de peculato-furto, previsto no art.
312, §1º, do Código Penal (CP). Lucas, por sua vez, na medida em que concorreu
dolosamente para a subtração, também praticou o referido delito, agindo em concurso de
pessoas com Ricardo. O fato de Lucas não ser funcionário público é irrelevante, pois tal

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circunstância, por ser uma elementar do delito, comunica-se entre os agentes da empreitada
criminosa, na forma do art. 30 do CP. [Tópico 1]
Por sua vez, Júlio responderá pelo delito de favorecimento real, nos termos do art.
349 do CP, pois prestou auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime, não sendo
caso de coautoria ou de receptação. Júlio não responde como partícipe do delito de peculato-
furto pois sua contribuição é posterior à consumação do delito, não tendo havido combinação
ou ajuste prévio, motivo pelo qual não é possível falar em concurso de pessoas. [Tópico 1]
Ademais, não é cabível, a aplicação de causa de extinção da punibilidade pela restituição
da coisa, eis que restrita ao peculato culposo, nos termos do art. 312, §3º do CP. No
que se refere à redução da pena, cabe, ao caso, a aplicação da figura do arrependimento
posterior, visto ser crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa e ter sido reparado
o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário
do agente. Em decorrência disso, a pena será reduzida de um a dois terços, benefício estendido
aos coautores e partícipes, de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.
[Tópico 2]
Por fim, Júlio não faz jus à causa de isenção de pena prevista no art. 348, §2º
do CP, pois tal só se aplica ao favorecimento pessoal, não sendo cabível para as hipóteses
de favorecimento real. [Tópico 3]

Tema 35

Autoral - Prof. Renan Araújo


Após uma acalorada discussão em um bar, Tiago e Pedro chamaram Ricardo de “safado” e “imundo”, com
a intenção de ofender a vítima, fazendo-a se sentir mal em razão das ofensas.

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Ricardo ajuizou queixa-crime em face dos réus, mas, já no curso da ação penal, Ricardo decidiu perdoar
Tiago, pois passara a ter com ele relação de amizade. Assim, Ricardo ofereceu judicialmente o perdão a
Tiago. Todavia, em relação a Pedro, Ricardo manteve sua posição, não abrindo mão do direito de prosseguir
com a queixa.
Considerando o que fora exposto, redija um texto dissertativo, abordando, necessariamente, os seguintes
pontos:
a) o crime praticado pelos réus;
b) a natureza da ação penal ajuizada;
c) a existência, ou não, de algum argumento jurídico em favor de Pedro, com vistas à extinção do processo;
d) a natureza do benefício concedido por Ricardo a Tiago.
Resposta entre 15 e 20 linhas.

Proposta de solução

No caso, os agentes praticaram o delito de injúria, nos termos do art. 140 do Código
Penal, eis que ofenderam a honra subjetiva da vítima por meio de ofensas que tinham como
objetivo fazê-la se sentir diminuída, inferiorizada. [Tópico 1]
Na situação, foi ajuizada ação penal de iniciativa privada, eis que é a natureza da ação
penal cabível para o crime de injúria, sendo a espécie de ação penal em que a titularidade
pertence à vítima. Nesse tipo de ação, a peça acusatória é denominada de queixa-crime.
[Tópico 2]
Considerando essa circunstância, a defesa deverá sustentar que, em se tratando de crime
de ação penal privada, vigora o princípio da indivisibilidade da ação penal, que impede que o
ofendido ajuíze ou prossiga com a ação penal apenas em relação a um ou alguns dos autores
do delito. Isso faz com que o perdão oferecido a um deles a todos alcance, nos termos do art.
51 do Código de Processo Penal. Assim, a recusa de Ricardo em conceder o perdão a
Pedro não tem relevância, pois o perdão oferecido a Tiago se estenderá, automaticamente,

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a Pedro, cabendo a cada um dos infratores, isoladamente, aceitar ou recusar o perdão


oferecido. [Tópico 3]
Por fim, o perdão do querelante, uma vez aceito pelos querelados, é causa de extinção da
punibilidade, na forma prevista pelo Código Penal. [Tópico 4]

TERCEIRA RODADA DE TEMAS

Tema 36

CESPE | CEBRASPE – PC/GO – 2016

João foi indiciado em inquérito policial (IP), e, no curso deste, o juiz competente, de ofício, decretou a prisão
temporária do dito indiciado. Para defender seus interesses, João constituiu um advogado, que, na primeira
oportunidade, requereu ao delegado de polícia responsável acesso a todos os elementos de prova no curso
do IP, para permitir a ampla defesa de seu cliente, de modo a se garantir, assim, o devido processo legal.

Acerca da situação hipotética acima apresentada e do IP, redija um texto dissertativo que atenda, de modo
fundamentado, às determinações e aos questionamentos seguintes.
a) Apresente o conceito e a finalidade do IP.
b) Descreva as características do IP.
c) Comente sobre o valor probatório do IP.
d) A instauração de IP é indispensável? Justifique.
e) Na situação considerada, a prisão temporária de João, nos moldes em que foi decretada — de ofício —
foi legal? Justifique.
f) Na situação considerada, há fundamento legal para o direito de acesso do defensor de João aos
elementos de prova no curso do IP? Em sua resposta, destaque o entendimento do Supremo Tribunal
Federal a respeito.
Resposta em até 30 linhas.

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Tema 37

Elabore um texto dissertativo sobre o inquérito policial (IP). Abordando necessariamente os


seguintes aspectos:
a) O entendimento do Supremo Tribunal Federal a respeito do direito de acesso do causídico aos
elementos de prova no curso do IP.
b) Responda justificadamente se é possível a abertura de IP considerando unicamente fato relatado
em denúncia anônima.
c) A dinâmica do arquivamento do inquérito policial nos crimes de ação penal pública.
d) A possibilidade, ou não, de que a decisão de arquivamento do inquérito policial faça coisa julgada
material.
e) A legitimidade do Ministério Público para investigar e para presidir o IP.
Resposta em até 30 linhas.

Tema 38

Cespe/Cebraspe – Polícia Civil GO – 2016


No curso de uma investigação policial, atendendo a representação da autoridade policial, foi autorizada
judicialmente medida de busca e apreensão de bens e documentos, a ser realizada em endereço
determinado, conforme descrito no competente mandado. De posse do mandado, os agentes de polícia,
acompanhados da autoridade policial, chegaram ao sobredito imóvel somente no período noturno, devido
a vários contratempos havidos no decorrer das diligências. Confirmado o endereço, constatou-se a presença
de várias pessoas no interior do imóvel, entre elas, o proprietário da casa, indiciado no inquérito policial que
originou o mandado de busca e apreensão. Adicionalmente, constatou-se a existência de três veículos na
garagem do imóvel.

Considerando a situação hipotética acima apresentada, redija um texto dissertativo acerca do instituto da
busca e apreensão no processo penal. Ao elaborar seu texto, aborde, fundamentadamente, os seguintes
tópicos.
a. Natureza jurídica da busca e apreensão, seus objetivos e suas características e normas gerais.
b. Requisitos para o cumprimento da busca e apreensão em suas modalidades domiciliar e pessoal.
c. Relativamente à situação hipotética apresentada: possibilidade jurídica de realização da diligência no
horário noturno.

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d. Relativamente à situação hipotética apresentada: possibilidade jurídica de realização de busca pessoal


nas pessoas encontradas no interior do imóvel, bem como no interior dos veículos estacionados na
garagem.
Resposta de 20 a 30 linhas.

Tema 39

Natanael subtraiu para si, com excepcional habilidade, a carteira que Marcos conduzia em seu bolso. Um
policial que estava passando no momento iniciou uma perseguição que culminou com a prisão de Natanael
em flagrante delito. Instaurado e concluído o inquérito policial, o Ministério Público não ofereceu denúncia
nem praticou qualquer ato no prazo legal.
a) Qual o crime cometido por Natanael? Em que momento ele se consuma?
b) Determine quais seriam os prazos para o oferecimento de denúncia pelo MP (inclusive qual a data de
início da contagem). Elucide a possibilidade da propositura de ação penal privada pelo ofendido,
explicando a chamada decadência imprópria.
c) Caso o Ministério Público decida pelo arquivamento dos autos do inquérito policial referente ao crime
cometido por Natanael, será possível ao ofendido o oferecimento de queixa? Justifique.

Tema 40
VUNESP - Investigador de Polícia (PC BA)/2018
Dispõe a Constituição Federal, no art. 5°, XI que “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”. De acordo com o texto constitucional,
existem exceções ao princípio da inviolabilidade de domicílio, sendo uma delas a busca domiciliar, regulada
pela legislação processual penal (arts. 240 a 250). Os artigos em comento disciplinam as possibilidades de
busca domiciliar ou pessoal, bem como o procedimento a ser seguido, sob pena de nulidade da medida.
Nesse sentido, responda:
a) Não é de hoje a discussão acerca da expedição de mandado de busca e apreensão genérico, em que se
elege uma determinada região, na qual todas as casas são devassadas. Doutrina e jurisprudência expressam
entendimento no sentido da inadmissibilidade de tal medida. Fundamente referido entendimento, com
base na determinação do Código de Processo Penal acerca dos requisitos do mandado de busca.
b) Caso o morador se oponha ao cumprimento do ato, como deverá proceder a autoridade que realiza a
busca?

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Resposta: de 15 a 20 linhas.

Tema 41

Autoria Prof. Renan Araújo - Adaptado


"Elias está sendo processado criminalmente pelo delito de extorsão. Durante a audiência de instrução e
julgamento, o magistrado indefere um requerimento formulado pela defesa. O defensor, irresignado, questiona
a atitude do Juiz, que determina a retirada do defensor da sala de audiências, e prossegue com esta sem a
presença do patrono do acusado.
Quando do interrogatório, o magistrado não alerta o réu sobre seu direito ao silêncio, alertando-o, na verdade,
de que deverá falar a verdade em juízo, sob pena de cometer falso testemunho. O réu, acuado, não responde a
nenhuma das perguntas do juízo.
Ao final da audiência, o Juiz profere sentença, condenando o acusado com base no depoimento das
testemunhas e no fato de o acusado ter ficado calado durante o interrogatório, o que seria um indicativo de sua
culpa. Ao fixar a pena, o magistrado eleva a pena base ao argumento de que o acusado é portador de maus
antecedentes, já que possui diversos inquéritos e processos criminais tramitando contra ele".

Considerando o caso acima como meramente motivador, elabore um texto dissertativo acerca dos
princípios constitucionais do processo penal. Aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:
a) A definição do princípio da vedação à autoincriminação.
b) O direito do acusado ao silêncio e suas características.
c) O princípio da publicidade no processo penal.
d) A definição do princípio da presunção de inocência e suas dimensões.
e) O entendimento dos Tribunais Superiores quanto à possibilidade, ou não, de se considerar como “maus
antecedentes” a mera existência de inquéritos policiais e ações penais em curso contra o acusado.

Tema 42

VUNESP - Escrivão de Polícia (PC BA)/2018


Interceptação telefônica: Diferencie a escuta telefônica da gravação clandestina, comentando sobre (i) a
necessidade da autorização judicial e (ii) a necessidade da degravação integral do conteúdo da
interceptação telefônica; (iii) explique e/ou exemplifique uma hipótese de serendipidade.

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Tema 43

Instituto AOCP - Oficial Policial Militar (PM SC)/2018 (com adaptações)


Dois policiais militares faziam ronda em um bairro residencial no Município de Lages/SC quando avistaram
um rapaz chamado Reginaldo sentado na guia da sarjeta, em frente à sua casa, fumando um cigarro até
então indeterminado. Mais próximos do local, os policiais suspeitaram que o desfrute do rapaz tratava-se
do entorpecente conhecido como "maconha" (Cannabis sativa). Os policiais o abordaram e o revistaram.
Depois de identificá-lo como cidadão sem antecedentes criminais, localizaram mais um cigarro simples de
maconha em seu bolso esquerdo, pesando cerca de 2 (dois) gramas.
De acordo com a legislação aplicável ao caso, por qual delito Reginaldo deve ser autuado? Ao ser levado
para a Delegacia de Polícia para formalização do auto de flagrante, poderá prosperar em juízo o pedido de
prisão preventiva formulado pela Autoridade Policial contra Reginaldo, conforme os requisitos contidos no
Código de Processo Penal? Fundamente.
Em uma segunda ocasião, caso Reginaldo fosse avistado repassando diversos cigarros de "maconha", que
trazia consigo guardados em sua mochila, na porta de entrada de uma boate destinada a pessoas maiores
de 18 anos de idade e fosse novamente flagranteado pela Polícia Militar de Santa Catarina, por qual delito
ele deveria ser autuado? Haveria causa de aumento de pena eventualmente fixada pelo juízo competente?
Poderia ele preencher os requisitos e ser preso preventivamente?

Tema 44

Instituto AOCP - Oficial Policial Militar (PM SC)/2018


Carlos é um dentista de meia idade que, temeroso em viver na zona urbana brasileira, decidiu requerer
"posse" de arma de fogo junto à Polícia Federal. Após percorrer todos os trâmites e se habilitar para o
registro e a compra do objeto pretendido, Carlos, enfim, adquiriu um revólver de calibre permitido.
Certa feita, caminhando no centro da cidade com o revólver armazenado no coldre, ele foi abordado por
policiais, que exigiram a exibição de documento comprobatório do "porte" de arma de fogo de uso
permitido. Carlos exibiu o documento que possuía, mas foi autuado pelos policiais. Revoltado, disse que
estava habilitado para andar armado pela via pública e que tinha, inclusive, buscado os meios legais para
tanto.
De acordo com a Lei Federal nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento), Carlos tem razão ou não?
Fundamente sua resposta fazendo a distinção conceitual cabível e explicando os requisitos necessários para
registro e aquisição de arma de fogo de uso permitido.
Além disso, considerando que Carlos fosse residente da zona rural catarinense e necessitasse de um
instrumento mais adequado para caçar javaporcos invasores de sua propriedade, os quais efetivamente

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caçados seriam utilizados para alimentação, qual tipo de autorização ele poderia obter e quais seriam os
requisitos necessários?

Tema 45

CEBRASPE (CESPE) - Agente de Polícia Civil (RN)/2009


Considerando que o preceito constitucional acima transcrito tem caráter unicamente motivador, redija um
texto dissertativo acerca do seguinte tema: ASPECTOS CRIMINAIS DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE.
Ao elaborar o texto, esclareça, necessariamente, as seguintes indagações.
a) Qual a distinção entre criança e adolescente?
b) O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional poderá ser conduzido ou transportado em
compartimento fechado de veículo policial?
c) Em regra, comparecendo ao distrito policial qualquer dos pais ou responsável, o adolescente
apreendido em flagrante de ato infracional deverá ser liberado pela autoridade policial?
Resposta de 15 a 20 linhas.

Tema 46

Discorra, fundamentadamente, sobre violência doméstica e familiar contra a mulher (Lei Maria da Penha).
Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:
a. conceito e formas de violência doméstica e familiar contra a mulher;
b. aplicabilidade ou não dos institutos despenalizadores, de penas de multa e de cestas básicas;
c. competência;
d. medidas protetivas e prisão preventiva;
Resposta em até 30 linhas.

Tema 47

CEBRASPE (CESPE) - Papiloscopista (PC AL)/2013

Discursiva p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital - Sem Correção 41


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Carlos Roberto, Marcio Damasceno, Rafaela Freitas
Aula 07 - Profs Carlos Roberto e Márcio Damasceno
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Não é fácil estabelecer distinção entre moralidade administrativa e probidade administrativa. A rigor, pode-
se afirmar que os significados dessas expressões são idênticos, haja vista que ambas se relacionam com a
ideia de honestidade na administração pública. Quando se exige probidade ou moralidade administrativa,
isso significa que não basta a legalidade formal, restrita, da atuação administrativa, com observância da lei;
é preciso também a observância de princípios éticos, de lealdade, de boa-fé, de regras que assegurem a boa
administração e a disciplina interna na administração pública.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Direito Administrativo. 26.ª ed. São Paulo: Atlas, 2013, p. 885 (com adaptações).

Considerando o fragmento de texto acima, que têm caráter motivador, redija um texto dissertativo, com
base na Lei n.º 8.429/1992, acerca da ação de improbidade administrativa como instrumento processual de
defesa da moralidade administrativa, abordando, necessariamente, os seguintes aspectos:
modalidades dos atos de improbidade administrativa;
sanções aplicáveis aos atos de improbidade administrativa;
possibilidade de apuração dos atos de improbidade administrativa concomitantemente nas esferas penal,
cível e administrativa.
Resposta em até 20 linhas

Tema 48

FUNIVERSA - Agente de Polícia (PC DF)/2009


Após o término de um show musical realizado na Esplanada dos Ministérios, ocasião em que se
comemorava o Réveillon, Maria e Joana, ambas com 14 anos de idade, aceitaram carona oferecida por Tício
e Mévio, uma vez que todos moravam em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília. Maria encontrava-se
completamente embriagada. Ocorre que Tício e Mévio desviaram-se do caminho de casa rumo a um lugar
ermo. Dentro do carro, parado nesse local, Tício manteve relações sexuais com Maria, e Mévio, com Joana.
Com base nessa situação hipotética, redija um texto dissertativo que aborde, necessariamente, os
seguintes tópicos:
(a) distinção entre os tipos penais de estupro e de atentado violento ao pudor;
(b) se Tício e Mévio praticaram algum crime e, em caso afirmativo, que crime(s) foi(ram) esse(s);
(c) presunção de violência;
(d) concurso de pessoas para a prática de crime.

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Carlos Roberto, Marcio Damasceno, Rafaela Freitas
Aula 07 - Profs Carlos Roberto e Márcio Damasceno
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Tema 49

Juliana compareceu à delegacia de polícia, onde alegou que sua filha Maria, adolescente de treze anos de
idade, havia sido violentada, alguns dias atrás, por João, de trinta anos de idade. Realizado exame de corpo
de delito em Maria, foi constatado que ela havia praticado conjunção carnal em data recente.
Na presença do delegado, João afirmou que sabia a idade de Maria e que, de fato, havia praticado com ela
conjunção carnal sob o consentimento dela, visto que eles haviam iniciado um relacionamento amoroso
dias antes. Maria, também em depoimento ao delegado, afirmou que tinha praticado conjunção carnal com
João de modo consentido, pois tiveram um breve romance, e que ela já possuía uma experiência sexual
anterior.
Acerca da situação hipotética acima descrita, responda ao questionamento do primeiro tópico abaixo e faça
o que se pede nos tópicos subsequentes.
1 Houve prática de crime por parte de João? Se positiva sua resposta, esclareça qual foi o crime praticado.
2 Comente sobre o consentimento da vítima.
3 Disserte sobre a existência de relacionamento amoroso entre João e Maria e a experiência sexual anterior
de Maria.
4 Disserte sobre a possibilidade de ter ocorrido erro de proibição na hipótese considerada.
Resposta em até 25 linhas.

Tema 50

Uma mulher de dezoito anos de idade foi vítima de estupro, em que, mediante ameaça exercida com uma
arma de fogo por um homem desconhecido, foi submetida à prática de conjunção carnal e atos libidinosos
diversos. O autor, após a satisfação de sua lascívia, liberou a vítima em um matagal e esta foi socorrida por
transeuntes e apresentada à delegacia de polícia, onde foram adotadas as providências preliminares
pertinentes (exames periciais, oitiva formal etc.), e, após isto, a vítima foi encaminhada à rede de saúde para
o atendimento emergencial pertinente aos crimes sexuais. Ainda na delegacia de polícia, por ocasião de sua
oitiva, a vítima descreveu com detalhes o autor do fato e salientou que este possuía uma cicatriz de
queimadura em grande parte do rosto, sendo, portanto, de fácil reconhecimento. Assim que recebeu a
notícia, a autoridade policial determinou diligências visando à localização do autor, logrando encontrá-lo
ainda nas proximidades do local onde se deram os fatos, trazendo consigo peças íntimas da vítima. Foi
conduzido à delegacia de polícia o autor, penalmente responsável, sem qualquer constrangimento, w. A
vítima, após o atendimento médico, não retornou à delegacia e não mais foi encontrada, não tendo
representado formalmente contra o autor. O delegado de polícia entendeu pela prisão em flagrante do
criminoso, procedendo à lavratura do respectivo auto com o consequente recolhimento do autor à prisão.

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Com referência à situação hipotética acima descrita, redija um texto dissertativo que aborde,
necessariamente, os seguintes aspectos:
1. Ação penal nos crimes contra a dignidade sexual e sua repercussão no inquérito policial.
2. Possibilidade jurídica de o delegado de polícia instaurar inquérito policial, iniciado com a autuação em
flagrante do autor do delito.
3. Consequências advindas da autuação em flagrante.
Resposta em até 30 linhas

PRÁTICA
Caro aluno, agora é com você! Treine bastante com os temas expostos, lembrando-se sempre de aplicar o
conhecimento acumulado nas aulas anteriores, tanto sob o ponto de visto da estrutura, quanto dos aspectos
gramaticais.
Lembrem-se de nos encaminhar seu texto, se assim desejarem, por meio da área do aluno, de forma
manuscrita digitalizada, conforme explicado na aula 00 do curso.
Para a sua redação, é importante especificar o número do texto escolhido no campo apropriado. Você pode
nos encaminhar um arquivo único (em PDF) ou colar as imagens digitalizadas dentro de um documento em
Word.
As questões discursivas serão devolvidas exclusivamente ao aluno, por meio da área destinada ao curso no
site do Estratégia Concursos.
Desejamos um excelente trabalho a todos vocês!

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